Banca de DEFESA: DENIZARD ORESCA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : DENIZARD ORESCA
DATA : 07/03/2022
HORA: 08:30
LOCAL: meet.google.com/qfm-xfvp-qwx
TÍTULO:

EFEITO DAS MUDANÇAS NO USO DA TERRA NA RESPIRAÇÃO DO SOLO E DAS RAÍZES NA REGIÃO SEMIÁRIDA DE PERNAMBUCO


PALAVRAS-CHAVES:

Usos do solo;  degradação do solo; carbono orgânico do solo; microbiologia do solo; propriedades hidráulicas


PÁGINAS: 102
RESUMO:

O semiárido brasileiro enfrenta graves problemas de degradação do solo. A substituição da vegetação nativa da caatinga por áreas de pastagens, de forma inapropriada, implica na diminuição do sequestro e estoque de carbono, no aumento da compactação, na redução da capacidade do solo em armazenar e conduzir água para o seu interior, na diminuição da biodiversidade e na alteração da comunidade microbiana do solo. Os sistemas agroflorestais têm sido visto com uma técnica conservacionista capaz de mitigar a degradação do solo pois além de reter mais carbono é mais resiliente aos eventos da seca. Estudos evidenciam que os benefícios dos sistemas agroflorestais estão na produção de alimentos e fibras, no sequestro do carbono, no aumento da matéria orgânica do solo, na melhoria das propriedades hidráulicas e na conservação da biodiversidade. Diante do exposto, objetivou-se verificar a resistência agroecológica à eventos extremos como a seca, bem como comparar o uso da prática agroecológica como uma alternativa viável das mudanças de uso da terra, com aqueles submetidos à agricultura convencional. Para isso propôs-se avaliar a dinâmica da respiração do solo, separar e quantificar a respiração das raízes e sua contribuição para a respiração total, bem como avaliar as propriedades fisico-hídricas e microbiológicas do solo. O experimento foi conduzido em três sistemas de uso do solo, sendo CA (Caatinga densa), PD (Pastagem degradada) e SAFs (Sistemas Agroflorestais). Inicialmente amostras de solo foram coletadas na camada de 0-10 cm para a caracterização fisico-química. Durante a condução do experimento, próximo às parcelas experimentais, em dois momentos (seco e chuvoso), amostras de solo foram coletadas nas camadas de 0-5, 5-10 e 10-20 cm para quantificar o carbono orgânico total (COT), a respiração basal (RBS) e o carbono da biomassa microbiana (Cmic), a partir dos quais foram calculados os quocientes microbiano (qMic) e metabólico (qCO2). Igualmente, testes de infiltração com anel simples foram realizados de acordo com a metodologia "Beerkan", para determinar a condutividade hidráulica saturada (Ks) e a sorvidade (S). Em paralelo a essas medidas de infiltração, o solo foi caracterizado quanto à sua resistência à penetração (RP). Dois tipos de colares de PVC foram instalados no solo a 3 e 30 cm de profundidade para a determinação da respiração total (R𝑆) e heterotrófica (R𝐻), respectivamente. As medidas de respiração foram realizados com um Analisador de Gás por Infravermelho (IRGA), equipado com uma câmara de retenção de CO2. A respiração das raízes (R𝑅) foi calculada pela diferença entre R𝑆 e R𝐻. Avaliações diurnas de respiração foram feitas durante um período seco e outro chuvoso. A umidade do solo (𝜃v) na camada de 0-10 cm foi medida com um FDR (Diviner 2000) em tubos de accesso previamente instalados e a temperatura (Ts) foi registrada a partir de um termômetro infravermelho digital. Modelos matemáticos foram utilizados para avaliar o efeito da umidade e temperatura na respiração do solo. Os solos em áreas de SAFs e CA apresentaram maior sorvidade (S), condutividade hidráulica (Ks), menor resistência à penetração(RP), maior COT e atividade microbiana quando comparados com os solos sob PD. Os valores de R𝑆, R𝐻 e R𝑅 foram afetados pela sazonalidade da chuva, com picos ocorrendo durante o período chuvoso. Os maiores valores de respiração foram encontrados nos SAFs (19,32 ton C ha−1ano−1), seguido por CA (13,43 ton C ha−1ano−1), e os menores menores valores na PD (8,40 ton C ha−1ano−1). As raízes contribuíram com 33,25 e 32,9% para a R𝑆 na CA e nos SAFs, respectivamente, e 22,27% na PD. As R𝑆, R𝐻 e R𝑅 mostraram forte correlação positiva com a 𝜃v e forte correlação negativa com a Ts. As avaliações ao longo de um dia seco, ou seja, sob reduzido conteúdo de água no solo, indicam que a temperatura exerce pouca influência sobre a respiração do solo, no entanto, no período chuvoso, quando o solo está úmido, a temperatura influencia consideravelmente na respiração do solo. Horários entre 09:00 e 11:00 a.m. ou entre 15:00 e 17:00 p.m. são indicados para se fazer medidas de respiração no semiárido brasileiro durante os períodos chuvosos. Os valores de qMic e qCO2 indicam que CA e SAFs são ambientes mais estáveis que PD e, sendo assim, os SAFs podem ser considerados como uma prática de recuperação de áreas degradadas. Nossos resultados sugerem que, em média, 13 anos são necessários para que os solos sob sistemas agroflorestais recuperem suas propriedades fisico-químicas, hidráulicas e microbiológicas após o abandono da terra no semiárido brasileiro


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - CLAUDE HAMMECKER
Externo à Instituição - LUIZ GUILHERME MEDEIROS PESSOA
Interno - 1134375 - ANTONIO CELSO DANTAS ANTONINO
Interno - 1131090 - EVERARDO VALADARES DE SA BARRETTO SAMPAIO
Externo à Instituição - JOSÉ ROMUALDO DE SOUSA LIMA
Notícia cadastrada em: 03/03/2022 23:01
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