Inovações em Biodosimetria: Extensão do Tempo de Cultura e Micronúcleos na Avaliação da Radiossensibilidade de Pacientes com Câncer de Próstata
radiossensibilidade individual; citogenética; biodosimetria; linfócitos; toxicidade radioinduzida
A dosimetria citogenética tem sido utilizada como complemento ou alternativa à dosimetria física para avaliar doses absorvidas, em contextos como monitoramento ocupacional e incidentes radioativos. Os principais bioindicadores são aberrações cromossômicas (AC) e micronúcleos (MN), analisados em amostras de sangue periférico. Recentemente, esse método tem sido explorado na avaliação da radiossensibilidade individual, com potencial para radioterapia personalizada. Esta pesquisa investigou adaptações metodológicas para essa aplicação. Foram analisados: (i) o impacto do tempo de cultivo de linfócitos no Índice Mitótico, frequência de células em primeira divisão e estimativa de dose, após exposição a diferentes níveis de radiação; e (ii) o ensaio de MN como ferramenta preditiva da radiossensibilidade em pacientes com câncer de próstata submetidos à radioterapia.
No estudo do tempo de cultivo, amostras de sangue de voluntários saudáveis foram irradiadas com 3, 5 ou 6 Gy de 60Co (1,48 kGy/h) e cultivadas por 48 a 72 h. Observou-se aumento no índice mitótico e células em primeira divisão, especialmente em doses elevadas. A estimativa de dose variou até +0,3 Gy. No estudo de radiossensibilidade, amostras de pacientes irradiadas com 2,5 ou 4 Gy em acelerador linear (0,12 kGy/h) mostraram uma tendência de aumento na frequência de MN com a severidade dos efeitos adversos, sugerindo o uso de MN para prever radiossensibilidade individual em radioterapia.