DESSALINIZAÇÃO SOLAR, GEOTÉRMICA E HÍBRIDA: ESTRATÉGIAS SUSTENTÁVEIS PARA O ABASTECIMENTO DE ÁGUA NO AGRESTE PERNAMBUCANO
Recursos hídricos; Energias renováveis; Sistemas híbridos; Desenvolvimento sustentável; Agreste brasileiro
O agreste pernambucano, uma das regiões mais severamente impactadas pela falta de água no Brasil, enfrenta desafios ambientais e climáticos que prejudicam o desenvolvimento socioambiental sustentável. Com pouca precipitação, elevada evaporação e chuvas irregulares, a região sofre com a escassez de recursos hídricos, o que limita o acesso das comunidades à água potável e prejudica a agricultura. As mudanças climáticas agravam essa situação, intensificando a ocorrência de secas. Embora o potencial hídrico subterrâneo da região seja significativo, a alta salinidade da água subterrânea devido à geologia cristalina da área torna a dessalinização uma alternativa crucial para aproveitamento desse recurso. O processo de dessalinização, utilizado em diversas regiões do mundo, é desafiador no agreste devido à elevada demanda energética, tradicionalmente dependente de combustíveis fósseis. Essa dependência também contribui para a emissão de gases de efeito estufa. Nesse cenário, a adoção de energias renováveis, como a solar e a geotérmica, surge como uma solução sustentável para processos de dessalinização. A energia solar, altamente abundante na região devido à intensa radiação solar, pode ser utilizada em tecnologias como a destilação solar e a osmose reversa fotovoltaica. Além disso, a integração de fontes de energia renováveis em sistemas híbridos que combinem energia solar e geotérmica permite uma maior eficiência no aproveitamento dos recursos disponíveis. A utilização conjunta dessas tecnologias pode fornecer soluções otimizadas para suprir as necessidades de dessalinização, garantindo maior estabilidade operacional e reduzindo os impactos ambientais. Dessa forma, sistemas híbridos representam um avanço significativo na gestão de recursos hídricos para regiões com condições climáticas extremas, como o agreste pernambucano. Este estudo busca explorar a viabilidade desses sistemas no agreste pernambucano, fornecendo dados que possam embasar políticas públicas e estratégias de gestão hídrica sustentável, além de servir como modelo para outras regiões ao redor do mundo.