EXPRESSÃO E IMUNOGENICIDADE DE VACINAS DE DNA ADJUVANTADAS E CO—EXPRESSANDO ONCOGENES DO HPV16
Vacinas Terapêuticas; Ácido Nucléico; HPV; Imunomoduladores; Vetor Bicistrônico.
O câncer cervical, frequentemente associado ao papilomavírus humano (HPV), continua a ser um desafio global de saúde pública. Enquanto vacinações preventivas e rastreamento são eficazes na prevenção de novas infecções, o tratamento do câncer cervical persiste como um desafio. A imunoterapia ativa, especificamente por meio de vacinas de DNA, tem emergido como uma abordagem terapêutica promissora devido à sua segurança, facilidade de fabricação e capacidade de induzir respostas celulares contra antígenos tumorais. No entanto, devido à necessidade de sistemas de entrega e à imunogenicidade limitada, a sua eficácia pode ser restrita, necessitando de otimizações. Assim, este projeto visou desenvolver uma vacina terapêutica de DNA baseada na coexpressão de antígenos E5 e E7 adjuvados para avaliar sua expressão e imunogenicidade em ensaios in vitro. Os plasmídeos de expressão foram construídos clonando os genes E5 e E7 do HPV16 com o adjuvante CP do vírus X da batata em pVAX1. Adicionalmente, para gerar o vetor bicistrônico, os genes ligados pela sequência IRES foram sintetizados no vetor pCDNA 3.1 para posterior subclonagem no vetor pVAX1. A expressão das vacinas candidatas foi avaliada por transfecção de células HEK-293T com os plasmídeos e detecção por RT-qPCR. Além disso, as construções foram validadas por uma nova metodologia in vitro de cocultura de monócitos transfectados com PBMCs, a fim de caracterizar a resposta imunológica induzida pelas vacinas candidatas. A resposta imunológica foi caracterizada utilizando uma cocultura de células THP-1 diferenciadas transfectados com PBMCs, evidenciando a expressão de marcadores de superfície e citocinas pró-inflamatórias, como CD14, CD80, CD69, CD8 e IFN-γ. Os resultados demonstram que a construção bicistrônica pVAX E5CP-IRES-E7CP promove uma expressão mais eficiente e sustentada dos antígenos E5 e E7, além de induzir uma resposta imune robusta, em comparação com os plasmídeos que expressam esses genes individualmente. Esses achados indicam que o arranjo dos genes na construção bicistrônica e a presença do elemento IRES influenciam positivamente a expressão dos mRNAs, melhorando a eficácia dos antígenos vacinais.