Dissertações/Teses

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2024
Dissertações
1
  • MARINA FIGUEIREDO ASSUNCAO
  • ESTUPRO DE VULNERÁVEL E GRAVIDEZ: A REPRODUÇÃO DO CÍRCULO DAS VIOLÊNCIAS CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES NEGRAS EM PERNAMBUCO

  • Orientador : MONICA RODRIGUES COSTA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MONICA RODRIGUES COSTA
  • FLAVIA DA SILVA CLEMENTE
  • VALERIA NEPOMUCENO TELES DE MENDONCA
  • DELAINE CAVALCANTI SANTANA DE MELO
  • Data: 27/02/2024

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  • A presente dissertação tem como objeto de estudo a gravidez e o estupro de vulnerável contra crianças e adolescentes de 10 a 14 anos negras de Pernambuco. O estudo partiu da seguinte indagação: quais são os fatores que contribuem para a manutenção da gravidez e maternidade decorrente de violência sexual contra crianças e adolescentes negras de 10 a 14 anos em Pernambuco? O objetivo geral é problematizar criticamente os fatores que contribuem para a manutenção da gravidez e maternidade, decorrente de violência sexual, no caso de crianças e

    adolescentes de 10 a 14 anos negras que recorreram ao Hospital das Clínicas de Pernambuco no período de 2019 a 2022. Para o alcance do objetivo geral, se fez necessário: mapear a incidência de estupro e gravidez em crianças e adolescentes negras de até 14 anos no HC e em PE, coletar dados, que indicassem os possíveis obstáculos, enfrentados pelas famílias de crianças e adolescentes de até 14 anos, para a denúncia do estupro, oferta de informação sobre alternativas possíveis e acesso ao direito ao aborto legal, levantar o quesito raça-cor nos dados relativos ao estupro e gravidez em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos de PE e por fim identificar o desfecho das gestações em meninas de 10 a 14 anos atendidas do HC.

    A aproximação com as categorias centrais que atravessam o objeto de estudo, quais sejam: violência sexual, infância e adolescência, patriarcado, racismo, família e colonialidade foi pautada nas análises críticas de intelectuais negras: Lélia Gonzalez, Sueli Carneiro, Bell Hooks, Angela Davis, Nilma Lino Gomes e Marlene Araújo. A pesquisa é documental, portanto, houve coleta de dados nos sistemas de informação da saúde - Datasus do Ministério da Saúde: Sistema de Informações sobre nascidos vivos (SINASC) e Sistema de Informação de agravos e notificação (SINAN). E também dos dados de notificações de estupro de vulnerável (SINAN) e nascidos vivos de mães (SINASC) de 10 a 14 anos da base de dados do Núcleo de Epidemiologia do HC/UFPE. Do ponto de vista analítico recorremos ao métodocrítico materialista histórico. Os resultados apontam para a reprodução de um círculo de violências que se inicia antes da ocorrência da violência sexual, quando se verifica que o perfil das crianças e adolescentes grávidas no período de 2019 a 2022 no HC/UFPE são de crianças e adolescentes que em alguma medidad já estão em condição de desproteção social. Tais resultados informam que o perfil das vítimas de estupro que decorreram em gravidez são majoritariamente adolescentes entre 12 e 13 anos; negras, residentes no interior do estado, com baixa escolaridade e em relacionamento afetivo-sexual (namoro, casamento e união estável).


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  • Em desenvolvimento.

2
  • CRISTIANE VALENCA DE MIRANDA
  • E eu não sou uma pessoa? A assistência a saúde de pessoas trans e travestis

  • Orientador : MONICA RODRIGUES COSTA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MONICA RODRIGUES COSTA
  • FLAVIA DA SILVA CLEMENTE
  • DELAINE CAVALCANTI SANTANA DE MELO
  • BRUNA ANDRADE DA SILVA MENDONÇA
  • Data: 05/03/2024

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  • O Espaço Trans/UFPE foi o solo onde se fertilizaram as intenções de estudar a materialidade da política de assistência à saúde de pessoas trans e travestis (PTT) na cidade do Recife/PE, especificamente, no Ambulatório LGBT Patrícia Gomes, da Policlínica Lessa de Andrade; no Ambulatório LBT, do Hospital da Mulher do Recife; e, na Unidade de Saúde da Família (USF) Brasilit. Estes serviços são referência no atendimento de Pessoas Trans e Travestis (PTT), e, cada um deles representa um nível de complexidade da atenção à saúde. O estudo partiu da seguinte indagação: Qual a resolutividade da implementação da Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (PNSILGBT) em relação às demandas de PTT nos diversos níveis de complexidade da atenção em saúde na cidade do Recife/PE? Tem como objetivo geral, analisar a resolutividade da PNSILGBT nos diversos níveis de complexidade da atenção em saúde, na cidade do Recife/PE, em suas respostas às demandas por saúde de PTT. Estar diante de uma população historicamente negada na sua condição existencial e cidadã, foi o que inspirou a escolha por uma matriz histórico-crítica, de direção político-emancipatória, estando a base empírica orientada para aquelas(es) que vivenciam e operam a concretude da política. Neste sentido, foram aplicadas 10 (dez) entrevistas semiestruturadas, com a premissa de analisar o discurso de usuárias(os/es) e profissionais destes serviços, elucidando as problemáticas e potências que dão concretude à assistência prestada. Os resultados reeditam as históricas dificuldades destas pessoas nos trânsitos pela saúde, como também, apresentam novos sentidos e possibilidades, a partir destas trajetórias. Examinando a realidade, arriscamos dizer que os resultados encontrados indicam a necessidade de mudanças no cotidiano da política de assistência à saúde de PTT na cidade do Recife/PE, especialmente, no tocante à preparação das(os/es) profissionais da rede, em especial, da atenção básica, de forma a trazer a PNSILGBT mais para perto da sua efetividade.


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  • Em desenvolvimento.

3
  • EVELLY NATHALIA LIRA DE ARAUJO
  • O CONTROLE SOCIAL NA POLÍTICA SOBRE DROGAS PERNAMBUCANA:  UMA ANÁLISE SOBRE AS RELAÇÕES DE FORÇA NO CEPAD-PE.

  • Orientador : ANA CRISTINA DE SOUZA VIEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CRISTINA DE SOUZA VIEIRA
  • FABÍOLA XAVIER LEAL
  • POLLYANNA FAUSTA PIMENTEL DE MEDEIROS
  • Data: 19/03/2024

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  • O presente estudo  buscou analisar as disputas por hegemonia no âmbito do controle social da Política sobre Drogas de Pernambuco, a partir da atuação do Conselho estadual de Política sobre Drogas do estado (CEPAD-PE) ao longo de uma década, de 2013 a 2022. Nosso ponto de partida foi, primeiramente, a  disposição do proibicionismo, das conquistas coletivas em torno de seu enfrentamento, e das ações público-estatais em torno das drogas (no Brasil e nas particularidades da realidade pernambucana) como parte de continuidades e rupturas da estrutura sócio-histórica brasileira e das necessidades globais que reforçam a proibição como métrica. Em segundo plano, partimos da presunção de que os espaços conselhistas possibilitam apreender, em alguns níveis, a participação, mobilização e organização das classes em torno da "questão das drogas". À luz da teoria social crítica, os recursos metodológicos que mobilizamos incluem pesquisas bibliográficas e documentais, de fontes primárias e secundárias, neste caso, os registros documentais das reuniões mensais de pleno do CEPAD-PE foram condutores da análise qualitativa, além de documentos legais e conteúdos disponíveis em sítios eletrônicos. Para a realização das mediações necessárias, foram articuladas como categorias fundamentais as noções gramscianas de Estado, democracia e hegemonia, viabilizando as discussões contemporâneas sobre controle social participativo no contexto de bárbara aceleração da agenda neoliberal junto à ideologia conservadora, e constante aprimoramento da democracia blindada.Na síntese dos resultados, discorremos sobre  i) a participação e composição do CEPAD-PE no lastro das relações de força no estado; e ii) a atuação do conselho no âmbito da Política sobre drogas pernambucana, estando circunscritos os eixos sobre financiamento, execução da política sobre drogas, fiscalizações, estímulo ao controle social e processos de formativos. 



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  • O presente estudo  buscou analisar as disputas por hegemonia no âmbito do controle social da Política sobre Drogas de Pernambuco, a partir da atuação do Conselho estadual de Política sobre Drogas do estado (CEPAD-PE) ao longo de uma década, de 2013 a 2022. Nosso ponto de partida foi, primeiramente, a  disposição do proibicionismo, das conquistas coletivas em torno de seu enfrentamento, e das ações público-estatais em torno das drogas (no Brasil e nas particularidades da realidade pernambucana) como parte de continuidades e rupturas da estrutura sócio-histórica brasileira e das necessidades globais que reforçam a proibição como métrica. Em segundo plano, partimos da presunção de que os espaços conselhistas possibilitam apreender, em alguns níveis, a participação, mobilização e organização das classes em torno da "questão das drogas". À luz da teoria social crítica, os recursos metodológicos que mobilizamos incluem pesquisas bibliográficas e documentais, de fontes primárias e secundárias, neste caso, os registros documentais das reuniões mensais de pleno do CEPAD-PE foram condutores da análise qualitativa, além de documentos legais e conteúdos disponíveis em sítios eletrônicos. Para a realização das mediações necessárias, foram articuladas como categorias fundamentais as noções gramscianas de Estado, democracia e hegemonia, viabilizando as discussões contemporâneas sobre controle social participativo no contexto de bárbara aceleração da agenda neoliberal junto à ideologia conservadora, e constante aprimoramento da democracia blindada.Na síntese dos resultados, discorremos sobre  i) a participação e composição do CEPAD-PE no lastro das relações de força no estado; e ii) a atuação do conselho no âmbito da Política sobre drogas pernambucana, estando circunscritos os eixos sobre financiamento, execução da política sobre drogas, fiscalizações, estímulo ao controle social e processos de formativos. 

2023
Dissertações
1
  • MARIA JOSÉ DA SILVA
  • EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO ENFRENTAMENTO À PANDEMIA DE COVID-19 NO BRASIL: UMA ANÁLISE DO DEBATE E DAS CONCEPÇÕES DO MINISTÉRIO DA SAÚDE

  • Orientador : ANA CRISTINA DE SOUZA VIEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CRISTINA DE SOUZA VIEIRA
  • DELAINE CAVALCANTI SANTANA DE MELO
  • LIVIA MILENA BARBOSA DE DEUS E MELLO
  • MARIA ILK NUNES DE ALBUQUERQUE
  • Data: 28/02/2023

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  • O presente estudo aborda a educação em saúde na pandemia de covid-19 no Brasil. A problematização do objeto permitiu constatar a invisibilização da Atenção Primária à Saúde no enfrentamento à pandemia, bem como a hegemonia da concepção da educação sanitária, especialmente, por meio das prescrições de normas e comportamentos à população. Cumpre-se destacar que ao discutir educação em saúde, parte-se do pressuposto que ela possui distintas concepções que se associam com diferentes visões de mundo, sociedade e saúde que, consequentemente, estão em disputa. O objetivo foi analisar as concepções de educação em saúde presentes no enfrentamento à pandemia de covid-19 no Brasil. Para atingir tal objetivo, problematizou-se a estratégia de enfrentamento à covid-19 no âmbito do Sistema Único de Saúde, buscou-se compreender como ocorreu o debate sobre a educação em saúde na pandemia e como a educação em saúde está presente em publicações produzidas pelo Ministério da Saúde para o enfrentamento à pandemia. A perspectiva de apreensão e análise foi o materialismo histórico e dialético. Os procedimentos metodológicos utilizados para a coleta de dados foram a pesquisa bibliográfica em artigos publicados entre os anos de 2020 e 2022 nas bases do ScientificElectronic Library Online e da Biblioteca Virtual de Saúde, e foi realizada pesquisa documental em publicações produzidas pelo Ministério da Saúde para o enfrentamento à pandemia e publicados no website do órgão entre os anos de 2020 e 2022. As análises das fontes bibliográficas constataram que foram construídas discussões e experiências de enfrentamento à pandemia em que a concepção hegemônica foi a da educação popular em saúde e de processos educativos embasados na educação libertadora de Paulo Freire. Em relação às publicações do Ministério da Saúde, a educação sanitária foi hegemônica. Além disso, houve a propagação de um processo de educação em saúde negacionista, que ocorreu por meio da difusão de orientações que não estavam embasadas cientificamente, expressando, assim, que a educação em saúde está relacionada com a difusão de ideologias que representam visões de mundo, que podem transgredir ou reiterar as ideias e os interesses dominantes em determinado tempo histórico. Palavras-chave: Educação em Saúde. Covid-19. Ministério da Saúde. Brasil.


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  • Em desenvolvimento.

2
  • ANTONIA OZANA SILVA LUNA DE CASTRO
  • AS ARMADILHAS DO PROGRAMA DE APRENDIZAGEM PROFISSIONAL COMO ESTRATÉGIA PARA O ENFRENTAMENTO AO TRABALHO INFANTIL

     

  • Orientador : JULIANE FEIX PERUZZO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JULIANE FEIX PERUZZO
  • TERÇALIA SUASSUNA VAZ LIRA
  • VALERIA NEPOMUCENO TELES DE MENDONCA
  • Data: 28/02/2023

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  • A presente dissertação busca analisar as tendências da Aprendizagem profissional a partir da análise da sua trajetória histórica, da problematização dos interesses e direcionamentos dos seus principais Aparelhos Privados de Hegemonia (APHs) e sua atuação junto ao Estado, assim como, os rebatimentos e os desafios para o enfrentamento ao trabalho infantil. Além disso também se propõe a identificar a construção de um novo perfil de adolescente trabalhador e de uma determinada cultura do trabalho subjacente ao Programa de Aprendizagem tomando como referência o período a partir do pós- golpe. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com base na análise dos principais documentos: Lei do Novo Ensino Médio nº13.415/2017; II Plano Nacional de Aprendizagem Profissional (2018 – 2022), aprovado pela Portaria nº 335/2018; Relatório Final do Grupo de Trabalho Tripartite (GTT): “Aprendizagem Profissional e empregabilidade de jovens,” referente a 2022.” Realizamos também, levantamentos bibliográficos acerca do tema abordado e dos principais teóricos marxistas sobre a teoria da dependência, sobre a crítica à perspectiva dualista, a teoria do Estado ampliado e os APHs e a articulação destes assuntos com a política de educação e trabalho. Nesse sentido pudemos perceber, que desde a gênese da aprendizagem profissional, tanto o Estado quanto seus principais APHs, a saber, Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Serviço Nacional de Aprendizagem, através do Sistema S, vem direcionando-a de acordo com os interesses do mercado, através de “armadilhas,” que são tecidas ao longo de sua trajetória, especialmente, através dos variados ajustes normativos ao longo dos seus 22 anos, que permitiu, por exemplo: mudar o foco do programa para os jovens e sua empregabilidade; abrir espaço para as instituições de ensino privado dentro do programa; a implementar o Ensino à Distância no programa, articular a integração do Novo Ensino Médio à Educação Profissional, além das propostas de flexibilização da Aprendizagem encontradas no Relatório Final da Aprendizagem. Quanto ao programa, identificamos pelo menos 2 perfis de aprendizes que o acessam: um que possui mais possibilidades de inserção e outro com mais possibilidade de efetivação, o que nos revelou que os/as adolescentes egressos do trabalho infantil não apenas possuem mais dificuldade de inserção como também possuem menores possibilidades de efetivação. Eles também estão em ocupações ligadas, principalmente, ao setor administrativo (57%). Além disso, o empreendedorismo e o cooperativismo, também é uma tendência bastante explorada nos programas de aprendizagem e fazem parte das suas diretrizes curriculares e dos seus planos de curso, cujo direcionamento ocorre num contexto de precarização, desemprego, informalidade, como uma alternativa para a superação da pobreza, do trabalho infantil, dentre tantas outras situações de vulnerabilidades, a partir do esforço do próprio indivíduo, sem a mediação e proteção do Estado. Portanto, compreendemos que, na realidade, o programa de aprendizagem profissional enquanto política de enfrentamento ao trabalho infantil é constituído por “armadilhas” que contribuem para um perfil de trabalhador, forjado desde a adolescência, adaptado e moldado para um mercado precário, flexível, tecido na informalidade e no desemprego e incapaz de alterar significativamente a realidade do trabalho infantil no Brasil.


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  • A presente pesquisa trata acerca do Programa de Aprendizagem profissional, uma das principais estratégias de enfrentamento ao trabalho infantil, especialmente na faixa etária entre os (quatorze) 14 e os (dezessete) 17 anos, na sociabilidade capitalista, bem como suas tendências na contemporaneidade. O período de referência corresponde ao pós – golpe, governo Temer (2016 – 2018) até o atual governo de Bolsonaro (2019 -2022). Como objetivo geral, a pesquisa pretende analisar as tendências da Aprendizagem Profissional e os desafios para o enfrentamento ao trabalho infantil a partir do imediato pós- golpe. Para tanto, propomos enquanto objetivos específicos: a) analisar a trajetória histórica da Aprendizagem Profissional, seus principais direcionamentos e rebatimentos para o enfrentamento ao trabalho infantil; b) problematizar interesses e direcionamentos do Estado e dos principais Aparelhos Privados de Hegemonia com a Aprendizagem Profissional; e, c) identificar o perfil de adolescente trabalhador e a cultura de trabalho subjacente na Aprendizagem Profissional.  O método utilizado é o materialismo histórico – dialético e o procedimento metodológico adotado é a pesquisa e análise documental a partir dos seguintes documentos: 1) Lei  de contrarreforma do Ensino Médio nº 13.415/2017 objetivando desvelar a cultura de trabalho e adolescente trabalhador  que vem sendo forjado para o atual contexto ultraneoliberal; 2) o II Plano Nacional de Aprendizagem Profissional (2018 – 2022) instituído pela Portaria nº 335/ 2018 no âmbito do Ministério do Trabalho e Emprego que devem nortear as ações do Estado para este período referentes a Aprendizagem Profissional, suas pautas e principais direcionamentos, e; 3) um relatório técnico intitulado Relatório Final do Grupo de Trabalho Tripartite: Aprendizagem profissional e empregabilidade de jovens ( 2021 – 2022) elaborado por um grupo de Trabalho constituído pela Portaria STRAB/MTP nº 14.293/ 2021, com o objetivo de apresentar estudos sobre a aprendizagem profissional e empregabilidade de jovens no mercado brasileiro a fim de levantar encaminhamentos ao Conselho Nacional do Trabalho, por meio de um relatório técnico para fortalecer as propostas do Projeto de Lei 6461/2019, Estatuto do Aprendiz e direcionar o Programa de Aprendizagem a partir de 2022. Diante do que foi exposto lançamos a nossa problematização: a lógica da Aprendizagem Profissional, a partir das tendências e direcionamentos que se desenham na contemporaneidade, contribui para o enfrentamento ao trabalho infantil? Consideramos que o processo de construção de conhecimento crítico é um movimento de resistência, contra hegemônico. Nesse sentido, nos propomos a produzir conhecimento com a finalidade, primordialmente de contribuir com a discussão da política pública sobre a Aprendizagem Profissional no âmbito do Serviço Social, enquanto uma das principais estratégias de enfrentamento ao trabalho infantil. Além disso, os resultados da pesquisa podem contribuir para instrumentalizar as classes trabalhadoras enquanto sujeito histórico e transformador da realidade e enriquecer o debate crítico dentro dos Fóruns acerca do trabalho infantil e da Aprendizagem Profissional.

3
  • JESANA GERMANO DA SILVA
  • A Renovação do Serviço Social em Pernambuco

  • Orientador : ANA ELIZABETE FIUZA SIMOES DA MOTA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ADILSON AQUINO SILVEIRA JUNIOR
  • ANA ELIZABETE FIUZA SIMOES DA MOTA
  • SANDRA MARIA BATISTA SILVEIRA
  • Data: 21/03/2023

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  • Esta dissertação trata da renovação profissional do Serviço Social em Pernambuco a partir de uma investigação sobre suas principais características e tendências na antiga Escola de Serviço Social em Pernambuco (ESSPE). Trata-se de um trabalho vinculado ao Projeto Memória e História do Serviço Social em Pernambuco (MEHSSPE) que dispõe de umquadro amplo de investigaçõessobre a profissão, que identificou a incorporação da ideologia do desenvolvimento de comunidade como um vetor da renovação profissional no início da década de 1960. Trata-se dum período globalprofundamente marcado pela “guerra fria”, onde o Brasil vivenciou uma crise política de hegemonia nacional-regional, que apresentava seus primeiros sinais de existência já na década de 1950. Desse contexto emerge uma luta de classes rural/urbana e uma “batalha das ideias” sobre o tipo de padrão de desenvolvimento que o país deveria tomar para superar o seu subdesenvolvimento.Seguindo a trilha dessas investigações, nosso objetivo geral foi identificar o que determinou a incorporação do Desenvolvimento de Comunidade na ESSPE, e suas conexões com o desenvolvimentismo –especificamente no início da década de 1960.A pesquisa identificou que no período ocorreu o enraizamento da ideologia do desenvolvimento e do desenvolvimento de comunidade no país, apresentado como um “horizonte utópico”, que influenciou a forma e o conteúdo do aparelho estatal brasileiro. O caldo cultural desse contexto formou a hipótese central desta pesquisa: os processos de reprodução da força de trabalho e de reprodução do controle e da ideologia dominante vigentes no contexto de crise nacional-regional do início da década de 1960 pressupõe a renovação do Serviço Social. Isto permitiu que a profissão fosse inserida na “batalha das ideias” sobre a ideologia do desenvolvimento por meio de sua inclusão nos programas de desenvolvimento de comunidade. Dispondo de uma autonomia relativa, a profissão começou a apresentar posições políticas sobre qual o padrão de desenvolvimento o país-região deveria tomar. Constatamos que o desenvolvimento de comunidade foi introduzido na Escola a partir de projetos voltados para a área rural do Nordeste; eque o Movimento de Cultura Popular (MPC),capitaneado por Paulo Freire, apresenta uma concepção de desenvolvimento que supõe a participação popular numa perspectiva de transformação da realidade, onde o Serviço social não seria apenas um agente do desenvolvimento, mas um agente no processo de humanização da sociedade brasileira e de sua transformação. Tal percepção destoava da perspectiva funcionalista que predominava na Escola: um funcionalismo relativo à ideologia desenvolvimentista, onde o Serviço Social buscava no ajustamento dos indivíduos as possibilidades de adequá-lo à modernização, prepará-lo para receber, quais sejam, o progresso, o avanço, o desenvolvimento regional-nacional.


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  • Em desenvolvimento.

4
  • MIKAELLE GONDIM CORDEIRO
  • A REGULAMENTAÇÃO DAS UNIDADES DE PROTEÇÃO DA NATUREZA DO RECIFE: limites e contradições da relação sustentabilidade ambiental e social

  • Orientador : MARIA DAS GRACAS E SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA DAS GRACAS E SILVA
  • GUILLERMO RICARDO FOLADORI ABELEDO
  • NAILSA MARIA SOUZA ARAÚJO
  • Data: 27/06/2023

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  • Esta dissertação tem como objetivo analisar a ação do Estado na regulamentação das Unidades de Conservação da Natureza do Recife-UCN frente às demandas por ocupações desses territórios, durante os anos de 2018 a 2022, ocasião em que foi iniciado o processo de elaboração dos Planos de Manejodas UCN’s do Recife. As Unidades de Conservação da Natureza são espaços territoriais com características naturais relevantes, instituídos pelo Poder Público com objetivos de conservação e definição de limites adequados a sua proteção. Essas áreas foram, historicamente, ocupadas por trabalhadores pauperizados que nessas se estabeleceram para fins de moradia, apesar de serem áreas ambientalmente frágeis e carentes de infraestrutura. Tais ocupações relacionam-se com as desigualdades socioterritoriais no acesso à terra urbana no Recife. Essa realidade vem desafiando continuamente a gestão ambiental das UCNs, necessitam serem consideradas em sua totalidade e complexidade no processo de elaboração dos seu Planos de manejo, principalmente em uma conjuntura marcada pela crise do capital e seus rebatimentos no aprofundamento da questão ambiental e da questão social. A pesquisa desenvolvida foi de caráter bibliográfico e documental. Percorreu um caminho teórico-histórico por meio de aproximações aos fundamentos que originam a separação entre o campo e a cidade e suas implicações na formação urbano-industrial, e as concepções e estratégias estatais de conservação da natureza no Recife. Como parte da análise documental também foram analisados os Planos de Manejo das UCNs - Recife, além de matérias jornalísticas e informativos dos movimentos sociais urbanos. A título de conclusão, tem-se que a atuação do Estado na regulação das Unidades de Conservação da Natureza, sob a influência dos interesses setores hegemônicos na produção do espaço, repousa na contradição entre o controle rígido e a flexibilidade na execução da norma na condução gestão ambiental desses territórios. Nesse processo,faz-se necessária a garantia da participação social por meio da instituição de Conselhos Gestores das UCNs, como mecanismo para a formulação de estratégias voltadas à implementação de uma gestão efetivamente democrática e assim favorecer a autonomia dos grupos sociais envolvidos e o justo acesso aos bens fundamentais à satisfação de suas necessidades materiais e simbólicas.


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  • O presente Projeto tem como objetivo analisar a concepção de sustentabilidade presente nos instrumentos regulatórios das Unidades de Proteção da Natureza do Recife e as estratégias de enfrentamento da relação entre sustentabilidade ambiental, econômica e social em face do crescimento das ocupações precárias nessas áreas. Sendo assim, embasados na perspectiva analítica do método histórico-dialético nos propomos a desenvolver uma pesquisa bibliográfica e documental como forma apreender dos limites e contradições presentes na política de conservação ambiental do Recife, e seus rebatimentos na garantia do direito à moradia das populações de baixa renda, numa conjuntura marcada pela crise estrutural do capital e de seus mecanismos de expansão ilimitada, de intensa exploração do trabalho e dos recursos naturais produzindo crescentes contradições sociais. 

5
  • VICTOR SANTOS OLIVEIRA
  • Nosso pacto é pela vida? Violência de Estado, encarceramento em massa e a política de segurança pública cidadã.

     

  • Orientador : ANA CRISTINA BRITO ARCOVERDE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CRISTINA BRITO ARCOVERDE
  • HELENA LUCIA AUGUSTO CHAVES
  • MARILDO MENEGAT
  • Data: 18/08/2023

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  • O objetivo desta pesquisa é realizar uma revisão crítica dos resultados do Pacto Pela Vida (PPV), implementado desde 2008 em Pernambuco. Considerada a “primeira política de segurança pública da história de Pernambuco” (SENASP, 2016, p. 62), o PPV é reconhecido como uma iniciativa inovadora ao complementar as tradicionais ações de repressão policial ao crime com ações e programas na esfera da prevenção social, ou seja, mediante a garantia de direitos sociais e a diminuição da desigualdade que aflige as parcelas vulnerabilizadas da população. Por isto o Plano Estadual de Segurança Pública foi tido como uma política de segurança pública cidadã que efetivamente alcançou uma diminuição momentânea dos crimes violentos letais intencionais (CVLI).

    Contudo, o enunciado progressista do PPV parece ser conflitante com outros resultados observados no mesmo período, notadamente o aumento da violência policial, do encarceramento em massa e em condições torturantes, resultando em inúmeras mortes “naturais” nas prisões. À luz das proposições de Wacquant (2003, 2008) sobre a emergência de um Estado de caráter penal em substituição às suas funções tradicionalmente sociais, buscamos compreender os resultados contraditórios da política de segurança pública cidadã ao investigar a prioridades conferidas aos eixos repressivo e preventivo. Para isso nossa análise cotejou o exercício da violência de Estado e a execução das ações e programas de prevenção social, alcançando ainda a política de ressocialização realizada pelo Patronato Penitenciário de Pernambuco.

    Por meio da revisão bibliográfica, da pesquisa de campo e do levantamento de farto conjunto documental e estatístico através da Lei de Acesso à Informação (LAI), nossos achados de pesquisa permitem questionar a leitura consagrada sobre os resultados do PPV que logrou diminuir a violência. Ao contrário, o que encontramos foi um aumento constante da violência de Estado dirigida contra as parcelas racializadas e empobrecidas da população as quais o PPV enunciava proteger.


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  • Temos por objetivo discutir o alcance e os resultados do Plano Estadual de Segurança Pública Pacto Pela Vida (PPV),a partir da sua investigação no Patronato Penitenciário de Pernambuco (PPPe). Implantado em 2008 e considerado a“primeira política de segurança pública da história de Pernambuco” (SENASP, 2016, p. 62), buscaremos analisar aterritorialização daquela política de segurança pública à luz das proposições de Wacquant (2003, 2008) sobre aemergência de um Estado de caráter penal em substituição às suas funções tradicionalmente sociais, comoconsequência do neoliberalismo.


    Tomamos como foco o papel do PPV na produção contemporânea do espaço (LEFEBVRE, 2006) da periferia deRecife, bem como na des-territorialização e nas territorialidades produzidas pelas estratégias de contenção territorialdo mesmo (HAESBAERT, 2009; SOUZA, 2009). Para tanto, analisaremos o cotidiano dos sujeitos (LEFEBVRE, 2006)que cumprem pena no Patronato, investigando os impactos daquela política de segurança pública em suas práticassocioespaciais e de suas famílias, considerando especificidades advindas de dimensões como racialização, gênero,geração, escolarização, condição econômica e social. A um só tempo abrangente e seletivo, o processo deterritorialização do estado penal pode ser compreendido a partir das proposições de Augusto (2010), da periferiacomo campo de concentração a céu aberto, e de Godoi (2017), do continuum punitivo de cárcere e periferia.

6
  • NATHALIA TEIXEIRA DOS SANTOS
  • TRABALHO REPRODUTIVO ASSALARIADO, PREVIDÊNCIA SOCIAL E SAÚDE DO TRABALHADOR: um estudo sobre o reconhecimento do acidente do trabalho para as trabalhadoras domésticas no município do Recife

  • Orientador : HELENA LUCIA AUGUSTO CHAVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CRISTINA BRITO ARCOVERDE
  • HELENA LUCIA AUGUSTO CHAVES
  • LAUDICENA MARIA PEREIRA BARRETO
  • Data: 25/08/2023
    Ata de defesa assinada:

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  • A presente dissertação versa a respeito da articulação entre trabalho reprodutivo e a saúde do trabalhador, a partir do prisma da previdência social no Brasil, frente ao processo de reconhecimento tardio do acidente de trabalho para as trabalhadoras domésticas. Esta pesquisa articula a discussão referente aos aspectos regulatórios, econômico-sociais e político-culturais que permeiam o reconhecimento do acidente de trabalho para as trabalhadoras domésticas na política de previdência social, a partir da EC n. 72, de 2013, regulamentada através da LC n. 150, de 2015.A fundamentação teórica aborda as categorias de trabalho reprodutivo, trabalho doméstico remunerado, divisão social, sexual e racial do trabalho, previdência social e saúde do trabalhador. O escopo deste estudo parte do interesse em fornecer elementos para a análise crítica acerca do modelo securitário de previdência pública adotado no Brasil, bem como da necessidade de romper com o campo difuso que envolve a saúde do trabalhador, no âmbito da previdência social, para o seguimento de trabalhadoras domésticas frente ao processo de reconhecimento tardio do acidente do trabalho. Com esse propósito foi estabelecida uma incursão ao acervo de publicações e normas do Regime Geral da Previdência Social, compreendendo os meses de junho de 2015 a dezembro de 2019. Ademais, foi realizada coleta de dados públicos, disponibilizados através do observatório digital SmartLab de 2015 a 2019, referentes ao acidente do trabalho para o segmento ocupacional das trabalhadoras domésticas. Neste âmbito, o estudo voltou-se a uma amostra que possui recorte para o município do Recife.A materialização do reconhecimento do acidente do trabalho para as trabalhadoras domésticas corrigiu uma distorção histórica referente à proteção previdenciária desta categoria. Entretanto, este avanço é atravessado por um verdadeiro paradoxo devido ao cenário conjuntural de crise política e econômica que se estabelece no país desde 2016, e provoca uma profunda desestruturação da Previdência Social e das leis trabalhistas. Dessa forma, identificou-se que a profunda precariedade do exercício do trabalho doméstico remunerado no Brasil representa uma condição não superada pelos recentes avanços legais conquistados pelo segmento laboral. Além disso, o aludido marco legal para o trabalho doméstico se revelou insuficiente para assegurar proteção social para a totalidade do vasto e diverso conjunto de trabalhadoras domésticas no Brasil. Ao analisar o cenário que permeia o reconhecimento do acidente de trabalho no exercício laboral doméstico na cidade do Recife, percebeu-se uma dinâmica caracterizada por exíguos registros de ocorrências através da Comunicação de Acidentes de Trabalho e na admissão de benefícios acidentários previdenciários no âmbito do exercício profissional do trabalho doméstico. Este panorama possibilitou concluir que existe a configuração de um processo de invisibilidade dos eventos mórbidos no contexto do trabalho doméstico.


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  • O presente projeto de pesquisa intitulado "Trabalho reprodutivo assalariado no âmbito doméstico e previdência social: um estudo sobre o reconhecimento do acidente de trabalho e a saúde das trabalhadoras", aborda a discussão a respeito da articulação entre trabalho reprodutivo e a saúde do trabalhador, a partir do prisma da previdência social no Brasil, frente ao processo de reconhecimento tardio do acidente de trabalho para as trabalhadoras domésticas. O problema de pesquisa indaga sobre os aspectos regulatórios, econômico-sociais e político-culturais que permeiam o reconhecimento do acidente de trabalho para as trabalhadoras domésticas na política de previdência social, tendo como recorte temporal os anos de 2015 a 2019, período este definido em função da promulgação da Lei Complementar n. 150, de 1º de junho de 2015, marco regulatório que estende o reconhecimento do acidente de trabalho para as trabalhadoras e os trabalhadores domésticos. A fundamentação teórica aborda os conceitos de trabalho reprodutivo, divisão social, sexual e racial do trabalho, reconhecimento tardio do acidente de trabalho para as trabalhadoras domésticas e invisibilidade das doenças do trabalho ou doenças profissionais no campo do trabalho reprodutivo. Os objetivos são estabelecer a relação entre o trabalho reprodutivo no contexto capitalista e a previdência social, assim como entender as implicações, as insuficiências e os avanços na admissão do acidente de trabalho relacionado ao emprego doméstico. Além disso, procura-se compreender a divisão social, sexual e racial do trabalho e suas inferências no acesso das trabalhadoras domésticas ao reconhecimento do acidente de trabalho na previdência social. A metodologia é composta por estudo para estabelecer a relação entre o trabalho reprodutivo e a previdência social; pesquisa em fontes documentais no acervo de publicações e normas do Regime Geral da Previdência Social e coleta dos dados públicos referentes ao acidente de trabalho para o segmento ocupacional das trabalhadoras domésticas.
     

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  • GESSYCA ANDREA DE LIMA BARACHO
  • SERVIÇO SOCIAL E QUESTÃO AMBIENTAL: tendências político-pedagógicas de educação ambiental

  • Orientador : ROSA MARIA CORTES DE LIMA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ROSA MARIA CORTES DE LIMA
  • MARIA DAS GRACAS E SILVA
  • JOANA VALENTE SANTANA
  • Data: 29/08/2023

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  • O presente trabalho teve como objetivo geral analisar as tendências político-pedagógicas de educação ambiental dos/as assistentes sociais no enfrentamento às expressões da questão ambiental. Trata-se de uma pesquisa orientada a partir do método histórico-dialético, de Marx, e utiliza a pesquisa bibliográfica, na busca de subsidiar a análise sobre os fundamentos da questão ambiental, bem como as ações e concepções de educação ambiental e sua relação com o Serviço Social. Também se vale de pesquisa documental para investigar e analisar artigos sobre educação ambiental existentes nos anais dos Congressos Brasileiro de Assistentes Sociais (CBAS) e das Jornada Internacional de Políticas Públicas (JOINPP), entre os anos de 2015 a 2016, além de averiguar e analisar dissertações de Serviço Social, entre os anos de 2001 a 2018, com o objetivo de identificar as tendências político-pedagógicas que informam as ações de educação ambiental da categoria profissional, suas ações/atividades, apreender as mediações e os desafios de atuação nesse campo. A dissertação está organizada em quatro capítulos; introdução, como capítulo um, capítulo dois, que aborda a constituição e organização do modo de produção capitalista e sua relação com a ruptura metabólica entre os sujeitos e a natureza como elementos constitutivos da questão ambiental, destaca as manifestações contemporâneas da questão ambiental em momento de crise estrutural, assim como o cenário da conjuntura brasileira. O capítulo três trata das tendências teórico-metodológicas da educação ambiental, dos desafios e contradições da educação ambiental no quadro da sociedade brasileira e processo de desmonte na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (anos de gestão). O capítulo quatro corresponde a análise dos artigos dos anais e as dissertações selecionados conforme a identificação das tendências político-pedagógicas de educação ambiental dos/as assistentes sociais no exercício profissional, as mediações que materializam a prática, desafios e limites apontados pelas profissionais e/ou estudantes de Serviço Social. No processo analítico foram identificadas duas principais perspectivas adotadas pelas profissionais: a perspectiva de educação ambiental instrumental e emancipatória, as quais refletem a disputa ideopolítica no campo.


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  • O presente trabalho tem como objetivo central analisar as perspectivas predominantes que informam as ações de educação ambiental dos/as Assistentes Sociais no enfrentamento às expressões da questão ambiental. Trata-se de uma pesquisa orientada a partir do método histórico-dialético, de Marx, utiliza dos procedimentos metodológicos da pesquisa bibliográfica, na busca de subsidiar a análise sobre os fundamentos da questão ambiental, bem como as ações e concepções de educação ambiental e sua relação com o Serviço Social. Utiliza a pesquisa documental, a partir da análise de dissertações, teses e anais dos congressos CBAS, ENPESS e JOINPP com o objetivo de identificar as ações/atividades do/a assistente social no âmbito da educação ambiental e compreender as contradições e mediações do trabalho do/a assistente social nesse campo. Em relação à exposição dos capítulos, pretende-se apresentar, no capítulo um, a fundamentação teórica acerca da constituição do modo de produção capitalista e sua relação com a ruptura metabólica entre o sujeito e a natureza como elementos das raízes da questão ambiental, assim como destacar manifestações contemporâneas da questão ambiental em momento de crise estrutural, destacando, também, o cenário da conjuntura brasileira. No capítulo dois, trataremos das tendências teórico-metodológicas da educação ambiental, bem como os desafios e contradições da educação ambiental no quadro da sociedade brasileira. No capítulo três, iremos discutir a aproximação do Serviço Social com a questão ambiental e a educação ambiental, destacando sua vinculação como uma dimensão político-pedagógica da profissão e, por fim, analisar as perspectivas predominantes que informam as ações de educação ambiental dos/as assistentes sociais a partir dos trabalhos analisados. 

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  • WANA CRISTINA LOPES E SILVA
  • FRAGMENTAÇÕES E DESCONTINUIDADES DA POLÍTICA URBANA: O acesso à moradia no Conjunto Habitacional Olho D’água

  • Orientador : ROSA MARIA CORTES DE LIMA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ROSA MARIA CORTES DE LIMA
  • VALERIA NEPOMUCENO TELES DE MENDONCA
  • CLAUDIO JORGE MOURA DE CASTILHO
  • Data: 31/08/2023

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  • No ano de 2007 foi anunciado, pelo então governo federal, o lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), tendo por objetivo retomar os investimentos em infraestrutura e logística, infraestrutura energética e infraestrutura social e urbana. Neste ínterim de investimentos, com recursos do PAC, a partir de 2011 o governo estadual de Pernambuco iniciou a primeira etapa para a revitalização da Lagoa Olho D´água, localizada no município de Jaboatão dos Guararapes. Esta etapa consistiu na remoção de parte das famílias que habitavam o entorno da lagoa para um conjunto habitacional construído no bairro de Cajueiro Seco, Jaboatão dos Guararapes. As 1.376 unidades habitacionais foram distribuídas em 86 blocos, contendo cada bloco 16 apartamentos de 39 m². A entrega das unidades habitacionais foi dividida em quatro etapas, sendo a última entregue em 2012. O objetivo geral da pesquisa foi analisar as ações do Estado no reassentamento da população da Lagoa Olho D’água para o bairro de Cajueiro Seco. A pesquisa foi realizada de acordo com o método dialético e teve como instrumentos a pesquisa documental, bibliográfica e a realização de entrevistas com os moradores do conjunto habitacional, sendo considerado o marco temporal de 2011 a 2023. A coleta de informações documentais junto ao poder público estadual e municipal foi realizada por meio das ouvidorias, assim como, a análise de jornais que retratam a problemática estudada. Para a realização das entrevistas com os moradores foi submetido projeto de pesquisa ao Comitê de Ética da Universidade Federal de Pernambuco.


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  • Esta dissertação tem por objetivo analisar as ações do Estado no reassentamento da população da Lagoa Olho D’água para o bairro de Cajueiro Seco – Jaboatão dos Guararapes. Desse modo, verifica as ações realizadas pela gestão pública (estadual e municipal) no processo de reassentamento e pós reassentamento no bairro de Cajueiro Seco, identifica nas ações do Estado às potencialidades e fragilidades na articulação com os moradores do conjunto habitacional nos espaços de controle social e examina os fatores que corroboram para o acesso dos moradores aos bens públicos e privados quanto à concretização do espaço habitado. Neste estudo, temos por hipótese que o reassentamento da população da Lagoa Olho D’água para o Conjunto Habitacional no período de 2011 a 2012 realizado para a provisão habitacional, se dá sem diálogo com as demais políticas públicas, assim como, há descontinuidade da intervenção do poder público, caracterizando ações morosas, pontuais, fragmentadas com efeitos fragilizados no território, aprofundando desigualdade social, e gerando hiato no processo de realização dos programas e crescentes problemas urbanos. A pesquisa está fundamentada no método histórico-dialético por considerar que este melhor explica o objeto investigado, e tem por categorias de análise: Estado, Território e Desigualdade socioespacial. O estudo de base qualitativa incorpora a pesquisa documental e a pesquisa de campo, utilizando-se de instrumentos de pesquisa como a observação livre e o diário de campo, sendo as anotações de natureza descritiva (atividades específicas) e reflexiva, através dos registros das indagações e reflexões a partir do fenômeno observado.

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  • RAYANNE MARQUES PEREIRA DO EGITO
  • Previdência Social em contrarreforma: uma análise da política previdenciária nos governos Temer e Bolsonaro

  • Orientador : JULIANE FEIX PERUZZO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HELENA LUCIA AUGUSTO CHAVES
  • JULIANA TEIXEIRA ESTEVES
  • JULIANE FEIX PERUZZO
  • Data: 31/08/2023

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  • A presente dissertação analisa as medidas de contrarreforma da política de previdência social no Brasil, empenhadas nos contextos dos governos de Michel Temer (2016-2018) e Jair Messias Bolsonaro (2019-2022), sob o aprofundamento da ofensiva neoliberal. Para alcançarmos este fim, realizamos uma pesquisa bibliográfica e análise documental, cuja matriz teórico-metodológica é o materialismo histórico-dialético. Através da leitura de obras clássicas e contemporâneas, periódicos, dissertações e teses. Além de documentos emitidos pelo governo federal, quais sejam: Propostas de Emendas Constitucionais (PECs), Emendas Constitucionais (ECs), Medidas Provisórias (MPs), dentre outros. A relevância desta pesquisa se dá em contribuir para a interpretação das determinações sociais e históricas e tendências da seguridade social brasileira. Além de auxiliar na formação do Assistente Social e área afins para a análise crítica das políticas sociais, permitindo com que estes se aproximem aos fundamentos da economia política, compreendendo, sobretudo, as tendências da previdência social. Os resultados da pesquisa permitem concluir que todas as “reformas” previdenciárias, compuseram o pacote de medidas de socorro ao capital e se prestaram a reduzir os direitos, dificultando o acesso a aposentadoria em proveito do capital financeiro, impelindo os trabalhadores para a previdência complementar, dito de outra forma: a previdência privada.


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  • Em desenvolvimento

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  • MIRELLA CAVALCANTE VILAR LIMA
  • O enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes no contexto da ascensão da nova direita brasileira: uma análise da atuação do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (2019-2022)

  • Orientador : MARIA ALEXANDRA DA SILVA MONTEIRO MUSTAFA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA ALEXANDRA DA SILVA MONTEIRO MUSTAFA
  • HELENA LUCIA AUGUSTO CHAVES
  • VALERIA NEPOMUCENO TELES DE MENDONCA
  • SANDRA MARIA BATISTA SILVEIRA
  • ROBERTO CIPRIANI
  • Data: 28/09/2023

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  • A presente pesquisa tem como objeto o enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes no contexto da ascensão da nova direita no Brasil. O objetivo geral foi analisar o (enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes desenvolvido pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), entre 2019 e 2022. Para tanto, foram traçados os seguintes objetivos específicos: 1) Apreender as expressões da ideologia no contexto de ascensão da nova direita internacional e suas particularidades no Brasil; 2) Debater a trajetória da proteção integral de crianças e adolescentes no Brasil, com foco no enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes; 3) Problematizar as respostas político-institucionais do MMFDH para o enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes. O estudo foi estruturado de forma a responder as seguintes questões: como se configurou a atuação do MMFDH no enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes no Governo Bolsonaro (2019-2022)? Quais as respostas político-institucionais adotadas pelo MMFDH e suas implicações para o efetivo enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes no contexto brasileiro? A pesquisa é de cunho qualitativo e exploratório, tendo como base teórico-metodológica o método materialista histórico-dialético. Enquanto procedimentos metodológicos foram utilizados as pesquisas bibliográfica e documental. A investigação realizada confirmou a hipótese inicial de que a atuação do MMFDH para o enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes, materializadas pelas respostas político-institucionais dadas pelo órgão, refletiram o projeto político de poder da nova direita no Brasil, de cariz neoconservador, ultraneoliberal e fundamentalista religioso, que se distancia da lógica da proteção integral de crianças e adolescentes positivada no marco legal brasileiro, configurando retrocessos para o efetivo enfrentamento deste fenômeno. Concluímos que durante o período estudado houve um movimento de apagamento das respostas político-institucionais específicas para o enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes e que os rebatimentos deste projeto se fazem sentir na atualidade. Apesar da finalização do Governo Bolsonaro, a proteção integral de crianças e adolescentes continua sob ameaça, haja vista a continuidade do projeto neodireitista em outras esferas, a exemplo do Congresso Nacional. Esperamos que os elementos identificados possam contribuir com a ampliação das discussões sobre o enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes, inter-relacionadas com um debate crítico sobre o neoconservadorismo e do ultraneoliberalismo mundializado. Além disso, almejamos que os resultados possam contribuir com a incidência política de garantia da proteção integral para que todas as crianças e adolescentes brasileiras sejam salvaguardadas de todas as formas de violências e de violações de direitos.

     


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  • RESUMO DO PROJETO PARA CADASTRO DA BANCA NO SIGAA/UFPE:

     

    O presente projeto de pesquisa intitulado “Os descaminhos no enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes no contexto de ascensão da extrema direita brasileira: uma análise da atuação do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (2019-2021)” tem por objetivo geral analisar os fundamentos ideopolíticos das respostas político-institucionais desenvolvidas pelo Ministério da Mulher da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) para o enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes, no período de janeiro/2019 a junho/2022. Para atingir tal objetivo os caminhos trilhados se apoiarão em 03 (três) objetivos específicos a saber: 1) Identificar as mudanças nas respostas político-institucionais do MMFDH para o enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes; 2) Descrever os fundamentos ideopolíticos contidos nas respostas político-institucionais do MMFDH relacionadas ao enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes; 3) Problematizar as implicações dos fundamentos e mudanças contidos nas respostas dadas pelo governo brasileiro para o enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes no contexto de ascensão da extrema direita. O estudo proposto busca responder as seguintes perguntas: quais as mudanças e os fundamentos ideopolíticos contidos nas respostas político-institucionais dadas pelo MMFDH para o enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes? E quais as implicações para o efetivo enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes no contexto brasileiro?  A pesquisa parte da premissa de que as respostas político-institucionais dadas pelo MMFDH para o enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes estão referenciadas em conteúdos e práticas neoconservadoras, de cunho fundamentalista religioso, e implicam retrocessos para o efetivo enfrentamento deste fenômeno. A fundamentação teórica se debruça sobre as expressões da ideologia, particularizando a discussão sobre a extrema direita, ultraneoliberalismo, neoconservadorismo e fundamentalismo religioso, situadas a partir da crise estrutural do capitalismo na contemporaneidade. Além disso, apresenta os olhares sobre o fenômeno da violência na sociedade capitalista e o desdobramento específico para a violência sexual contra crianças e adolescentes. Em relação às delimitações metodológicas, trata-se de uma pesquisa de cunho qualitativo e exploratório, que se utilizará dos procedimentos da pesquisa bibliográfica e da pesquisa documental para alcançar os objetivos propostos, tendo como lente norteadora o método crítico-dialético.

     

     

     

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  • VINÍCIUS PAULINO LOPES DA SILVA
  • “Parece que a qualquer hora a gente está disponível”: a intensificação do trabalho home office docente no ensino superior público mediado pelas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) no contexto da COVID-19.

  • Orientador : ANGELA SANTANA DO AMARAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANGELA SANTANA DO AMARAL
  • IURI TONELO
  • JULIANE FEIX PERUZZO
  • TAISE CRISTINA GOMES CLEMENTINO DE NEGREIROS
  • Data: 30/10/2023

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  • A dissertação em tela pousa no debate mais amplo e internacional sobre as transformações contemporâneas no mundo do trabalho mediado pelas tecnologias digitais. O objetivo geral consistiu em analisar sob quais condições (objetivas e subjetivas) o capital apropriou- se das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s) no espaço doméstico para intensificar o trabalho home office de docentes no ensino superior público no contexto da Covid- 19. Os objetivos específicos foram: 1) Apreender o conceito de intensificação do trabalho (mais trabalho) à luz da teoria social crítica, destacando o trabalho home office docente no ensino superior público na conjuntura pandêmica; 2) Evidenciar as estratégias e disputas político- ideológicas da burguesia no contexto do regime de acumulação flexível para conformar um “novo” tipo de trabalhador a ser explorado pelo capital em tempos de isolamento social; 3) Identificar às mudanças que foram estimuladas pelas TIC’s e materializadas no cotidiano social dos (as) trabalhadores (as) em estudo, para refletir sobre as condições laborais e suas particularidades na pandemia. As categorias teórico- analíticas que sustentaram à pesquisa se articulam entre intensidade do trabalho (mais- trabalho), jornada de trabalho e tempo de trabalho enquanto mediação indivorciável à valorização do capital. O ponto central dessa pesquisa qualitativa foi contribuir no debate crítico sobre o home office de docentes universitários no ensino público que estavam realizando as suas atividades presencialmente e no contexto de crise sanitária, passaram a reorganizar os seus processos de trabalho no espaço do lar. Na esteira desse processo, a problemática de pesquisa foi: “Sob quais condições (objetivas e subjetivas) o capital apropriou-se das TIC’s no espaço doméstico para intensificar o trabalho home office de docentes no ensino superior público no contexto da COVID- 19?”. Os instrumentos metodológicos valem- se de pesquisa bibliográfica e documental presente em: Marx (1983; 2004; 2008; 2014), Dal Rosso (2006; 2008; 2011; 2015), Santos Netto (2013), Antunes (2009), Tonelo (2019; 2020), Christensen (2013), Morozov (2018), Harvey (2017), Banco Mundial (2003), Baruch (2001), Prat (1984), Mendonça (2010), Jaakson e Kallaste (2010), Ward e Shabba (2011), a lei 12.551 de 12 de dezembro de 2011, Lei n. 13.467 de julho de 2017, as Portarias n. 343 e n. 345 de 17 e 19 de março de 2020 publicadas pelo Ministério da Educação (MEC), que autorizou a realização do Ensino Remoto Emergencial (ERE), as pesquisas de Brind, Bohler e Zanoni (2020), Emiliano (2022) Unduraga, Simburgürger e Mora (2021) e Bortolan at.al (2021) filtradas no Google Acadêmico e Scielo, além do auxílio do aplicativo wordclouds (nuvem de palavras). A sintonia entre o materialismo histórico e dialético com as pesquisas coletadas e sistematizadas revelam, que, tendencialmente, o capital no contexto de crise pandêmica, forjou uma velha/ nova cultura da apropriação do espaço privado e da vida social de docentes no ensino superior público. Na esteira desse processo, ampliou- se a jornada de trabalho (profissional e doméstica), o tempo de trabalho frente e fora das telas com os estudos e preparação de aulas (e- mail, WhatsApp, Google Classroom), o descanso converteu- se em tempo de trabalho assalariado improdutivo, responsabilização e controle de docentes pela compra e manuseio dos equipamentos tecnológicos. Portanto, esse cotidiano refletiu em adoecimentos, tais como: exaustão da visão, audição, desgaste físico, intelectual e emocional (depressão e a síndrome de Burnout).


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  • Em desenvolvimento.

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  • CLEOMAR JAMYSON DA SILVA MELO
  • SERVIÇO SOCIAL NA SAÚDE E TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO CONTEXTO PANDÊMICO

  • Orientador : MARIA ALEXANDRA DA SILVA MONTEIRO MUSTAFA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CRISTINA DE SOUZA VIEIRA
  • LLUIS FRANCESC PERIS CANCIO
  • MARIA ALEXANDRA DA SILVA MONTEIRO MUSTAFA
  • RAQUEL CAVALCANTE SOARES
  • Data: 31/10/2023

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  • Este trabalho parte da aproximação dos estudos que vimos realizando junto às temáticas do trabalho profissional e da política de saúde. Tendo como objetivo apreender as tendências do uso das TIC 's no cotidiano de trabalho dos (as) assistentes sociais que atuam/atuaram em serviços de saúde na pandemia da COVID-19, compreendendo suas contradições, limites e possibilidades. Dessa forma, ocuparam direções centrais na análise as categorias e conceitos de “crise sanitária, trabalho, TIC’ s, Serviço Social na saúde, totalidade social e contradição”. Com relação ao percurso trilhado da nossa fundamentação teórico-metodológica, seguimos o método crítico dialético, pois sob o par de óculos da Teoria Social Crítica, nos possibilitou conhecer e aproximarmos da essência dos fenômenos sociais. Acerca dos procedimentos metodológicos, optamos pela abordagem qualitativa-descritiva, através da pesquisa documental na plataforma do Youtube, como técnica para a coleta de dados. Essa construção dos dados foi percorrida através da busca delimitada pelo tempo e seleção dos descritores que serão utilizados. Como estratégia de coleta, a busca na plataforma do Youtube, de lives realizadas do período de março de 2020 a março de 2021, momento inicial e crítico da pandemia da nova coronavírus, que tratem sobre a discussão acerca do trabalho do (a) Assistente Social nos serviços de saúde pública do Brasil. A pesquisa tem uma significativa importância, pela necessidade da apropriação do “solo” histórico-concreto no qual se assenta o trabalho profissional dos (as) assistentes sociais nos tempos de pandemia. Este cenário pandêmico implicou numa exponenciação das problemáticas, já intensificadas e/ou presentes no trabalho profissional do (a) Assistente Social com atuação na saúde. Contudo, percebe-se que a profissão de Serviço Social não fugiu à luta e esteve na linha de frente na defesa da vida acima dos lucros e atuando estrategicamente, com os instrumentos que eram possíveis, mas com direcionamento e compromisso com o Projeto ético-Político profissional. Identificamos alguns elementos, como: o caráter propositivo da profissão que com sua autonomia relativa conseguiu se inserir nos comitês de crises dentro das instituições de saúde para pensar novos fluxos do trabalho; que desenvolveu ações pautadas na dimensão política-pedagógica da profissão, evidenciando que o Serviço Social brasileiro necessário diante da pandemia estava mais vivo do que nunca com ousadia e compromisso com a sua direção social hegemônica; e que buscou a organicidade dos espaços democráticos coletivos da classe trabalhadora para viabilizar direitos sociais e mobilizar o embate desses espaços com os dilemas que se apresentavam-se tanto nos serviços de saúde como pelo Estado brasileiro. Assim, acreditamos que os resultados apreendidos do estudo, poderão embasar e auxiliar os (as) assistentes sociais, o CFESS/CRESS e as organizações sindicais na luta por melhores condições objetivas e subjetivas de trabalho.


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  • Em desenvolvimento.

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  • MARIA KEILE PINHEIRO
  • QUESTÃO AMBIENTAL E REGULAÇÃO PÚBLICA DO MEIO AMBIENTE: uma análise das ações do Estado frente a destruição do ecossistema lacustre na cidade de Iguatu/Ceará

  • Orientador : MARIA DAS GRACAS E SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EVELYNE MEDEIROS PEREIRA
  • MARIA DAS GRACAS E SILVA
  • SANDRA MARIA BATISTA SILVEIRA
  • Data: 28/11/2023

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  • A “questão ambiental” é produzida e aprofundada pelas relações sociais consolidadas pela sociabilidade capitalista, a qual baseia sua constituição e permanência na lógica exploradora e extrativista reduzida aos anseios de aumento dos lucros, pautada no valor de troca e geradora de uma ruptura irreparável nas relações entre humanidade e natureza. A partir dessas relações são produzidos processos onde a tônica privilegiada se embasa nas chamadas desocupações involuntárias de territórios, ou seja, em processos históricos e diversos de expulsão dos sujeitos das terras em que vivem, como foi possível observar pelo debate de acumulação primitiva em Marx. O desenvolvimento urbano ordenado sob esta lógica desconsidera o atendimento primário das necessidades humanas  e impõe relações destrutivas que degradam a vida dos animais humanos e não humanos e, em medida crescente, eliminam os meios de subsistência presentes na natureza, o que se dá em grande medida com a anuência do Estado. O presente estudo tratou de analisar o papel do Estado diante da destruição do ecossistema lacustre na cidade de Iguatu/Ceará no período (2019-2022), tendo como referência empírica os conflitos produzidos em torno dos usos e da conservação/preservação da Lagoa da Bastiana. Para tal propósito o trabalho se ancorou no método do materialismo histórico dialético com a pretensão de entender as contradições e mediações que consubstanciam a “questão ambiental” no território. Metodologicamente, foi desenvolvida abordagem qualitativa. Foram realizadas pesquisas bibliográfica e documental, além de  entrevistas semiestruturadas, realizadascom Gestor/a da Secretaria de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Proteção Animal, Trabalhador/a que atua na referida secretaria e com Militante que participa do Movimento ambientalista SOS Bastiana. Como síntese das análises realizadas se destaca os processos que não preservam a memória dos povos indígenas no território e apagam a existência do ecossistema lacustre da “cidade das lagoas”, o que se dá pelo contínuo aterramento dessas áreas e pela não disseminação da sua história, o que tem relação direta com os interesses do mercado imoiliário em se apropriar das terras dessa região e usá-las como propriedade privada,reiterando um modelo de desenvolvimento insustentável que desconsidera nesse uso a proteção do ecossistema que garante a continuidade das formas de vida locais. Essa é uma dinâmica produtora de conflitos, dos quais se destaca a luta em defesa da preservação da Lagoa da Bastiana protagonizada pelo Movimento ambientalista SOS Bastiana, diante da mais recente obra de urbanização da referida Lagoa, projeto impulsionado pela  Prefeitura Municipal de Iguatu. No tocante à regulação pública do meio ambiente, avanços legais quanto à proteção do ecossistema lacustre podem ser observados na Lei Orgânica municipal, no Plano Diretor Participativo de Iguatu, na criação de Áreas de Proteção Ambiental para algumas lagoas, contudo a continuidade do aterramento das lagoas e mais especificamente da Lagoa da Bastiana, da concessão de licenciamento ambiental, autorizando construções nos anos estudados evidencia que embora minimamente regulamentada a proteção desse ecossistema não vem sendo garantida. O aterramento da Lagoa da Bastiana pelo dito desenvolvimento urbano local e a desconsideração pela proteção, preservação e recuperação do ecossistema lacustre não são ações particulares do Estado na temporalidade pesquisada, pois o estágio de degradação desse ecossistema permite afirmar que atravessam a atuação histórica das consecutivas gestões públicas.


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  • O projeto de mestrado ora apresentado tem como objetivo analisar o papel do Estado diante da destruição do ecossistema lacustre na cidade de Iguatu/Ceará nos últimos cinco anos (2017-2021), tendo como referência empírica a lagoa da Bastiana e os conflitos aí produzidos. Para tanto, tomam centralidade as categorias de “questão ambiental”, Estado e conflitos de classe. Do ponto de vista do método a proposta de investigação buscará subsídio no materialismo histórico e dialético no intuito de desvelar as contradições e mediações que compõem a totalidade social e histórica da expressão da “questão social” pesquisada. Quanto aos elementos metodológicos, a abordagem pretendida adota a pesquisa qualitativa e desenvolverá pesquisa bibliográfica, documental e realizará pesquisa de campo, por meio de entrevistas semiestruturadas com gestor/a, servidoras/es que atuam na Secretaria de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Proteção Animal do município e com representantes de movimentos que pautam a destruição ambiental na realidade local. A pesquisa buscará contribuir para o avanço do conhecimento neste campo de modo a possibilitar a desnaturalização da destrutividade ambiental e seus custos sociais na realidade pesquisada. Também pretende-se contribuir para o fortalecimento da defesa da preservação do ecossistema lacustre, ao fomentar o debate junto aos movimentos sociais organizados, aos sujeitos políticos que se inquietam com a degradação socioambiental e com a formulação de políticas públicas relacionadas ao meio ambiente.

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  • RAMAYANE KAMILA FERREIRA LIRA
  • O PROCESSO DE REFORMA ADMINISTRATIVA EM PERNAMBUCO: A MODERNIZAÇÃO NEOLIBERAL DO ESTADO NO PERÍODO 2003-2023. 

  • Orientador : ANGELA SANTANA DO AMARAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANGELA SANTANA DO AMARAL
  • JULIANE FEIX PERUZZO
  • MARCELO SITCOVSKY SANTOS PEREIRA
  • Data: 01/12/2023

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  • Esta dissertação tem como objeto de pesquisa o processo de reforma administrativa do Estado de Pernambuco, no período de 2003-2023. O texto apresenta um panorama histórico que enfatiza a dinâmica do Estado no modo de produção do capital, considerando os pressupostos político-ideológicos que recaem sobre o Estado brasileiro dependente. A construção do trabalho ainda ponderou as orientações econômicas das agências internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial, na economia mundial, salientando como essa pressão imperialista recai sobre as nações em desenvolvimento, como o Brasil. Teve como objetivo geral analisar o processo de reformas administrativas do Estado em Pernambuco, no período 2003-2023. Utilizando o materialismo histórico dialético como teoria para conduzir o processo de pesquisa, foram realizadas tentativas de aproximar-se da realidade investigada, como meio de compreender a estrutura dinâmica do objeto de pesquisa; esse movimento metodológico, de aproximações sucessivas, tinha como finalidade apreender as contradições da figura dependente do Estado, seus fundamentos ideológicos e mediações com a totalidade social, manifestada em Pernambuco. Para o desenvolvimento da pesquisa foram considerados estudos sobre a modernização do Estado e das políticas públicas, a partir da década de 1990, e efetivados levantamentos e análises bibliográficas e documentais sobre a temática, tendo como fonte de dados documentais as Leis nº 11.829/1999, Lei complementar nº 49/2003, Lei nº 13.205/2007, Lei nº 13.205/2007, Lei nº 15.210/2013, Lei nº 15.452/2015, Lei nº 16.520/2018, Lei nº 18.139/2023 e os Decretos nº 25/2003 e nº 32.415/2008, além dos relatórios anuais do Banco Mundial e do FMI. Como fonte de dados bibliográficos, esta dissertação ainda utilizou trabalhos científicos, também produzidos na UFPE, que abordavam a modernização do Estado em Pernambuco, por meio das reformas administrativas. As análises dos dados coletados evidenciaram que, ao final da década de 1990, Pernambuco iniciou um processo de modernização da estrutura administrativa estadual, que tem sido implementado ao longo dos anos e executado pelos diferentes partidos políticos que estiveram na gestão estadual no referido período. A investigação expôs que, desde o início do milênio, o Governo Estadual oportuniza parcerias público-privadas (PPP) e estimula a descentralização das políticas públicas e repasse de atividades públicas para os demais entes federados e organizações sociais (OSs), além de introduzir métricas de avaliação de desempenho no funcionalismo público, com o objetivo de acompanhar a produtividade do serviço público estadual. A modernização do Estado, nesse sentido, não é um processo finalizado, mas segue sendo implementado, aprofundando no espaço público a ideologia da gestão da privada, que sucumbe e transforma os serviços sociais públicos em produtos comerciais rentáveis ao capitalismo financeiro internacional. Constata-se então que Pernambuco lida com a disputa pela ampliação das atividades sociais do Estado e sua especialização como órgão regulador da dinâmica do capital, na fase neoliberal.


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  • Em desenvolvimento.

Teses
1
  • IARA VANESSA FRAGA DE SANTANA
  • ÁGUAS QUE FINDAM, VENTOS QUE PESAM:EXPROPRIAÇÕES CONTEMPORÂNEAS NO COMPLEXO INDUSTRIAL E PORTUÁRIO DO PECÉM, CEARÁ

  • Orientador : MARIA DAS GRACAS E SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTONIO JEOVAH DE ANDRADE MEIRELES
  • EVELYNE MEDEIROS PEREIRA
  • MARIA DAS GRACAS E SILVA
  • ROSA MARIA CORTES DE LIMA
  • SANDRA MARIA BATISTA SILVEIRA
  • Data: 31/01/2023

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  • Essa pesquisa de doutoramento apresenta a atualidade das expropriações no contexto de crise da sociabilidade capitalista, sendo os megaprojetos – a exemplo dos complexos industriais, aportes estratégicos para retomada da crescente lucratividade dessa ordem metabólica. Destacam-se neste estudo, a destrutividade da natureza e a super extração desses bens comuns que, outrora garantiam a produção e a reprodução das relações sociais, especialmente através do trabalho com a terra (agricultura) e com a água (pesca). Essas expropriações são capturadas a partir do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), localizado na Região Metropolitana de Fortaleza, Ceará, onde uma pequena parcela da população da região foi empurrada para vender sua força de trabalho às indústrias que constituem o CIPP. Outra, que não foi absorvida pelo Complexo (necessidade do capital de criação dos sobrantes – exército industrial de reserva), também foi separada dos seus meios de objetivação e reprodução da vida, mas neste caso, em razão dos impactos ambientais deixados por essas empresas, particularmente a poluição do ar e contaminação da água. Essa pesquisa teve como objetivo geral desvelar as estratégias econômicas e ideopolíticas das expropriações ocorridas em razão da implantação/ampliação do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) e suas inflexões nas comunidades locais. Como objetivos específicos buscamos identificar como os bens da natureza, outrora comuns, foram convertidos em capitais, bem como revelar como as relações de trabalho se modificaram com a chegada do CIPP, além de explicitar o lugar do Estado cearense nas expropriações ocorridas na região do Complexo. Observamos tal problemática e realizamos pesquisa de campo a partir dos territórios de Saquinho, Tanques e Olho D’Água que distam uma média de 4km da siderúrgica e das termelétricas, indústrias centrais para o funcionamento do CIPP. As análises são também resultado de pesquisa documental e bibliográfica e estão concentradas no período de 2008 a 2022, tempo de instalação e operacionalização daquelas, impulsionadas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A pesquisa alcança algumas considerações que nos permite afirmar que as expropriações contemporâneas desterritorializam e reterritorializam populações e continuam transformando trabalhadores/as em mercadorias para o capital. Mas, mais que isso, a intensa extração dos bens comuns da natureza e seus agravos destrutivos, ameaçam a sobrevivência e a reprodução do modo de vida das comunidades estudadas.


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  • Essa pesquisa de doutoramento apresenta a atualidade das expropriações no contexto de crise da sociabilidade capitalista, sendo os megaprojetos – a exemplo dos complexos industriais, aportes estratégicos para retomada da crescente lucratividade dessa ordem metabólica. Destacam-se neste estudo, a destrutividade da natureza e a super extração desses bens comuns que, outrora garantiam a produção e a reprodução das relações sociais, especialmente através do trabalho com a terra (agricultura) e com a água (pesca). Essas expropriações são capturadas a partir do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), localizado na Região Metropolitana de Fortaleza, Ceará, onde uma pequena parcela da população da região foi empurrada para vender sua força de trabalho às indústrias que constituem o CIPP. Outra, que não foi absorvida pelo Complexo (necessidade do capital de criação dos sobrantes – exército industrial de reserva), também foi separada dos seus meios de objetivação e reprodução da vida, mas neste caso, em razão dos impactos ambientais deixados por essas empresas, particularmente a poluição do ar e contaminação da água. Essa pesquisa teve como objetivo geral desvelar as estratégias econômicas e ideopolíticas das expropriações ocorridas em razão da implantação/ampliação do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) e suas inflexões nas comunidades locais. Como objetivos específicos buscamos identificar como os bens da natureza, outrora comuns, foram convertidos em capitais, bem como revelar como as relações de trabalho se modificaram com a chegada do CIPP, além de explicitar o lugar do Estado cearense nas expropriações ocorridas na região do Complexo. Observamos tal problemática e realizamos pesquisa de campo a partir dos territórios de Saquinho, Tanques e Olho D’Água que distam uma média de 4km da siderúrgica e das termelétricas, indústrias centrais para o funcionamento do CIPP. As análises são também resultado de pesquisa documental e bibliográfica e estão concentradas no período de 2008 a 2022, tempo de instalação e operacionalização daquelas, impulsionadas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A pesquisa alcança algumas considerações que nos permite afirmar que as expropriações contemporâneas desterritorializam e reterritorializam populações e continuam transformando trabalhadores/as em mercadorias para o capital. Mas, mais que isso, a intensa extração dos bens comuns da natureza e seus agravos destrutivos, ameaçam a sobrevivência e a reprodução do modo de vida das comunidades estudadas.

2
  • TACIANA MARIA DA SILVA
  • CONTRADIÇÕES NA POLÍTICA DE ENFRENTAMENTO À EPIDEMIA DE HIV E AIDS EM PERNAMBUCO, EM TEMPOS DE CONVERGÊNCIAS NEOLIBERAIS E NEOCONSERVADORAS

  • Orientador : ANA CRISTINA DE SOUZA VIEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CRISTINA DE SOUZA VIEIRA
  • EVANDRO ALVES BARBOSA FILHO
  • RAQUEL CAVALCANTE SOARES
  • MARIA ILK NUNES DE ALBUQUERQUE
  • MARIA SOLANGE GUERRA ROCHA
  • Data: 24/02/2023

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  • Desde o início da epidemia global de HIV e aids, nos primeiros anos da década de 1980, foram adotadas diferentesestratégias de enfrentamento pelos países e, no Brasil, pelos estados e municípios. As políticas sociais, inclusive a de saúde, vêm confrontadas com reformas regressivas implementadas especialmente a partir de 2016, exigindo refletir analiticamente sobre as contradições na política de enfrentamento ao HIV e aids.Inicialmente pensando criticamente o acordo firmado pelo Brasil para atender a metas internacionais de tratar a partir do diagnóstico do HIV, mas que por outro lado reafirma compromissos com o neoliberalismo eo neoconservadorismo que fragiliza a política social, através de cortes de recursos, dentre outros desmontes.

    Partimos do entendimento de que a epidemia de HIV e aids deve ser enfrentada via constituição de políticas de Estado, que não dependam das oscilações de políticas governamentais, e que inclua nas discussões as dimensões sociais, culturais e sanitárias, as quais impactam na efetiva resposta à epidemia de HIV e aids.

    Nesse sentido, discutimos teórica e histórica do problema real das atuais tendências da política de saúde no Brasil, de desfinanciamento, desmonte do SUS, novas formas de gestão da saúde, parcerias público-privadas, com caráter de reforma regressiva, adotado nos últimos dez anos, que vêm seguindo as propostas da contrarreforma do Estado. Consideramos que, com a influência das diretrizes do neoliberalismo atreladas ao avanço do neoconservadorismo sobre a política de saúde, os direitos das pessoas vivendo com HIV e aids ficam crescentemente comprometidos. 

    A tese teve comoobjetivo geral, analisar as mudanças e contradições no enfrentamento de HIV e aids em Pernambuco, diante dos novos arranjos da política de saúde e convergências do neoliberalismo e neoconservadorismo. Os objetivos específicosforam:Identificar as tendências atuais da epidemia de HIV e aids, principalmente entre as populações-chave e grupos mais vulneráveis; Discutir as estratégias do estado de Pernambuco de prevenção combinada e tratamento direcionadas às pessoas com HIV e aids; Analisar como as diretrizes nacionais são incorporadas na agenda de HIV e aids em Pernambuco.

    A pesquisa está fundamentada no materialismo histórico-dialético. Realizamos revisão bibliográfica, abarcando documentos sobre tendências do HIV e aids; sobre neoliberalismo e neoconservadorismo na realidade brasileira atual. Como parte da metodologia proposta nesta pesquisa, realizamos 8 (oito)entrevistas em profundidade com gestor(s) e coordenação(ões) do Programa Estadual de Infecções Sexualmente Transmissíveis/ HIV e Aids. Fizemos também entrevistas com Organizações Não Governamentais de Pernambuco que atuam com pessoas vivendo com HIV e aids. O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da UFPE, obtendo aprovação. Por fim, analisamos os documentos de domínio público do Ministério da Saúde referentes ao enfrentamento da epidemia, do estado de Pernambuco e da UNAIDS, no período de 2016 a 2021, observando uma gama de mudançasde paradigmas e modelos de prevenção e cuidado, como o compromisso do Brasil com o Fast Track. No tocante à política e modelos de resposta houve pouca inovação e ocorreu muito desperdício de experiência.além de retrocessos no que se refere às estratégias de enfrentamento ao HIV e aids e novos arranjos na política de saúde.


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  • Desde o início da epidemia global de HIV e aids, nos primeiros anos da década de 1980, foram adotadas diferentesestratégias de enfrentamento pelos países e, no Brasil, pelos estados e municípios. As políticas sociais, inclusive a de saúde, vêm confrontadas com reformas regressivas implementadas especialmente a partir de 2016, exigindo refletir analiticamente sobre as contradições na política de enfrentamento ao HIV e aids.Inicialmente pensando criticamente o acordo firmado pelo Brasil para atender a metas internacionais de tratar a partir do diagnóstico do HIV, mas que por outro lado reafirma compromissos com o neoliberalismo eo neoconservadorismo que fragiliza a política social, através de cortes de recursos, dentre outros desmontes.

    Partimos do entendimento de que a epidemia de HIV e aids deve ser enfrentada via constituição de políticas de Estado, que não dependam das oscilações de políticas governamentais, e que inclua nas discussões as dimensões sociais, culturais e sanitárias, as quais impactam na efetiva resposta à epidemia de HIV e aids.

    Nesse sentido, discutimos teórica e histórica do problema real das atuais tendências da política de saúde no Brasil, de desfinanciamento, desmonte do SUS, novas formas de gestão da saúde, parcerias público-privadas, com caráter de reforma regressiva, adotado nos últimos dez anos, que vêm seguindo as propostas da contrarreforma do Estado. Consideramos que, com a influência das diretrizes do neoliberalismo atreladas ao avanço do neoconservadorismo sobre a política de saúde, os direitos das pessoas vivendo com HIV e aids ficam crescentemente comprometidos. 

    A tese teve comoobjetivo geral, analisar as mudanças e contradições no enfrentamento de HIV e aids em Pernambuco, diante dos novos arranjos da política de saúde e convergências do neoliberalismo e neoconservadorismo. Os objetivos específicosforam:Identificar as tendências atuais da epidemia de HIV e aids, principalmente entre as populações-chave e grupos mais vulneráveis; Discutir as estratégias do estado de Pernambuco de prevenção combinada e tratamento direcionadas às pessoas com HIV e aids; Analisar como as diretrizes nacionais são incorporadas na agenda de HIV e aids em Pernambuco.

    A pesquisa está fundamentada no materialismo histórico-dialético. Realizamos revisão bibliográfica, abarcando documentos sobre tendências do HIV e aids; sobre neoliberalismo e neoconservadorismo na realidade brasileira atual. Como parte da metodologia proposta nesta pesquisa, realizamos 8 (oito)entrevistas em profundidade com gestor(s) e coordenação(ões) do Programa Estadual de Infecções Sexualmente Transmissíveis/ HIV e Aids. Fizemos também entrevistas com Organizações Não Governamentais de Pernambuco que atuam com pessoas vivendo com HIV e aids. O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da UFPE, obtendo aprovação. Por fim, analisamos os documentos de domínio público do Ministério da Saúde referentes ao enfrentamento da epidemia, do estado de Pernambuco e da UNAIDS, no período de 2016 a 2021, observando uma gama de mudançasde paradigmas e modelos de prevenção e cuidado, como o compromisso do Brasil com o Fast Track. No tocante à política e modelos de resposta houve pouca inovação e ocorreu muito desperdício de experiência.além de retrocessos no que se refere às estratégias de enfrentamento ao HIV e aids e novos arranjos na política de saúde.

3
  • MÉRCIA MARIA ALVES DA SILVA
  • Questão Urbana e Injustiças Territoriais: A (In) Mobilidade das Mulheres Negras nas Cidades

  • Orientador : MONICA RODRIGUES COSTA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • TANIA MARIA RAMOS DE GODOI DINIZ
  • ANA MARIA FALU
  • FLAVIA DA SILVA CLEMENTE
  • MARIA BETANIA DE MELO AVILA
  • MONICA RODRIGUES COSTA
  • ROSA MARIA CORTES DE LIMA
  • Data: 01/08/2023

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  • Esta tese tem como centralidade as desigualdades de gênero no espaço urbano, em especial as interdições das mulheres negras em sua mobilidade urbana. Problematizamos como a cidade é expressão constitutiva, material e simbólica, do sistema de dominação-exploração, que se estrutura por meio das desigualdades de classe, gênero e raça, promovendo processos segregatórios e de violência sexista profundamente racializados na vivência territorial. Além de a dimensão espacial reproduzir as construções sociais e representações, sob a ótica do binarismo das categorias de sexos. Para apreensão do real, trabalhamos com elementos que expressam as experiências das mulheres negras na mobilidade urbana, que diz respeito ao ir e vir do local de moradia ao trajeto cotidiano, em razão da vida produtiva e da reprodução social e de cuidados. A perspectiva adotada, para estudo da questão social urbana, considera a desigualdade de gênero na mobilidade e para uso do transporte coletivo, inclusive a diferença de tempo socialmente gasto, entre homens e mulheres, ancorada na interseccionalidade das opressões, alinhado as preocupações do feminismo negro e antirracista. O objetivo geral do trabalho é analisar as tendências e contradições do modelo de urbanização sobre o sistema de transporte coletivo e as inflexões que provoca no cotidiano de mobilidade das mulheres populares e negras, para sua produção e reprodução social, considerando a interseccionalidade de classe, raça e gênero/vivência sexual. Para tanto, recorremos a realização de pesquisa documental em três jornais locais, observação da circulação em dois terminais integrados de passageiros (as) na cidade do Recife, quinze entrevistas, sendo dez com militantes feministas e cinco usuárias, não militantes, do transporte coletivo. Os resultados apontam que as mulheres populares e negras, vivenciam a mobilidade urbana em condições inseguras, precárias, violentas. Denunciam situações como: crescente medo frente aos riscos de violências físicas - roubos, abusos sexuais, importunações, estupros - a qualquer hora do dia e em qualquer local. O tempo, de desgaste e exposição gerados pela precariedade dos transportes públicos e coletivos em na sua dinâmica cotidiana. Neste termos, concluímos que as mulheres vivenciam de modo diferente e desigual, em termos de tempo e espaço, os deslocamentos cotidianos na cidade, em razão das determinações e imposições da divisão sexual e racial do trabalho, advindas da estrutura patriarcal-colonial-racista, que constitui o espaço sociourbano, centrado na figura masculina, no padrão da supremacia branca, que molda a dimensão física e espacial das cidades, promotora de ambiente inóspito às mulheres, marcado pela insegurança, medo e controle político-sexual sobre seus corpos.


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  • Em desenvolvimento

4
  • SILVANA CRISOSTOMO DA SILVA
  • A QUESTÃO AMBIENTAL E OS MECANISMOS DE DESMONTE DA EMPRESA PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. - PETROBRAS (2012 - 2020)

  • Orientador : MARIA DAS GRACAS E SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EVELYNE MEDEIROS PEREIRA
  • MARIA DAS GRACAS E SILVA
  • NAILSA MARIA SOUZA ARAÚJO
  • PEDRO RAFAEL LAPA
  • ROSA MARIA CORTES DE LIMA
  • Data: 31/08/2023

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  • Este estudo trata dos mecanismos de desmonte da empresa Petróleo Brasileiro S.A. – PETROBRAS, entre os anos de 2012 e 2020. A apropriação privada de recursos naturais e sua destrutividade são constituintes do modo de produção capitalista. Este, em crise estrutural, acirra a questão ambiental ao mesmo tempo que a transforma em novo nicho de mercado:o mercado verde. As estratégias adotadas a partir do capitalismo verde para combater as expressões da questão ambiental, como a crise climática, partem da financeirização da natureza. A transição energética, necessária para continuidade da vida planetária, é capitaneada como forma de expansão do capitalismo contemporâneo sob apropriação de recursos naturais dos países periféricos por países de capitalismo central. Assim, não só a indústria dos hidrocarbonetos foi incorporada ao mundo das finanças, como o ar tornou-se rentabilizado nas bolsas de valores. No século XXI, as disputas em torno das reservas de petróleo tomaram novas dimensões como as guerras não convencionais, mediante enfraquecimento de governos e processos democráticos em países detentores das reservas. Tendo em conta este contexto, objetivamos analisar o processo de desmonte da empresa Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras, entre os anos de 2012 e 2020. Para desenvolvimento da pesquisa social, norteamo-nos pelo método materialista histórico e dialético. Para subsidiar a análise da realidade, efetuamos revisão de literatura a partir de autores clássicos e contemporâneos. Também utilizamos pesquisa documental com dados de domínio público, como documentos da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e da Petrobras. Nesse sentido, apontamos que houve atuação do imperialismo estadunidense na dinâmica petrolífera brasileira, motivada pela descoberta de petróleo no pré-sal, como reserva de recurso natural estratégico, um dos fatores que motivou a deflagração da Operação Lava Jato e o processo de golpe jurídico-parlamentar-midiático como componentes de uma guerra não convencional. O desmonte da Petrobras também se deu pela adoção do preço de paridade internacional (PPI) com vinculação dos preços do mercado interno à cotação do dólar e ao preço do barril de petróleo (Brent), acirrando a crise econômica brasileira, os determinantes da superexploração do trabalho e a condição estrutural de capitalismo dependente. O discurso da crise e do endividamento ofereceu as bases para a continuidade e o aumento dos desinvestimentos, à medida que ocorreu a priorização do pagamento de dividendos aos acionistas. Nesse processo, a produção de petróleo no país aumentou e a participação da Petrobras como concessionária foi reduzida, diante do desmembramento e sucateamento da empresa e do avanço das corporações transnacionais. Assim, o conjunto de mecanismos de desmonte da Petrobras está coadunado à engrenagem do capitalismo contemporâneo, que busca alternativas para crise estrutural, mediante destruição da natureza, saques de recursos naturais de países periféricos e enfraquecimento das bases democráticas. Por fim, emerge como questão, o papel e o lugar da Petrobras na transição energética, como estratégia de enfrentamento das mudanças climáticas e sua incidência na questão ambiental.


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  • Em desenvolvimento

5
  • HENRIQUE DA COSTA SILVA
  • "TUDO QUE 'NÓIS' TEM É 'NOIS'": violência e cuidado na trajetória de travestis negras

  • Orientador : MONICA RODRIGUES COSTA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MONICA RODRIGUES COSTA
  • FLAVIA DA SILVA CLEMENTE
  • VIVIAN MATIAS DOS SANTOS
  • BRUNA ANDRADE IRINEU
  • MARCIA CRISTINA BRASIL SANTOS
  • Data: 31/08/2023
    Ata de defesa assinada:

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  • O sistema capitalista, com seu amplo aparato de manutenção, somente se consolida e se reproduz na medida em que cria, aprofunda e atualiza o racismo (QUIJANO, 2005) e o sistema colonial de gênero (LUGONES, 2014), que alicerça violências e controles. Ambos são responsáveis pela hierarquização e, por consequência, pela desumanização de sujeitos e grupos da população considerados bárbaros. Neste circuito, travestis negras são alvo prioritário da violência colonial, cuja ação historicamente lhes reserva o lugar das margens sociais e econômicas. No cenário internacional, ocupamos o posto de ser o país que mais mata travestis e transexuais no mundo; “a história de sucesso do sistema colonial” (KILOMBA, 2020, s/p) permite que o conjunto de violências contra essa população seja naturalizado. Entretanto, a resistência e a reivindicação pelo direito de viver é uma marca na trajetória dessas pessoas, por meio do cuidado entre pares como estratégia para sobrevivência. Neste sentido, este trabalho tem como objetivo geral: i) Analisar o cuidado em suas relações com o racismo e a transfobia na trajetória de travestis negras. Sendo os objetivos específicos: i) Problematizar as violências promovidas pelo capitalismo colonial contra travestis negras nordestinas e; ii) Expor o significado político e ético das redes de cuidado estabelecidas entre travestis negras. Lançando mão de uma coalização crítica estratégica, que compõe o referencial teórico, optou-se por um diálogo com o pensamento de intelectuais que se posicionam contra o sistema colonial-capitalista de gênero. Em congruência com o que denominei de coalização crítica, metodologicamente recorri à epistemologia indisciplinada contra-colonial (MATIAS, 2021) para analisar as informações obtidas em relação a quatro entrevistas com travestis negras, além da observação direta e pesquisa bibliográfica. Esta tese ratifica outros estudos ao identificar, por um lado, um conjunto de violações, que por anos se perpetuam e atravessam a jornada de travestis negras no Brasil. No entanto, delas se distancia ao identificar que há também um processo histórico fundamental de resistência à lógica da desumanização gerada por processos de cuidado e de proteção entre si.


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  • Em desevolvimento.

6
  • JAYCE MAYARA MENDES MEDEIROS
  • CONTRADIÇÕES DO DIREITO AO ABORTO NO BRASIL: DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS NO CONTEXTO DE AGUDIZAÇÃO DA CRISE DO CAPITAL E NEOCONSERVADORISMO

  • Orientador : ANA CRISTINA DE SOUZA VIEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CRISTINA DE SOUZA VIEIRA
  • RAQUEL CAVALCANTE SOARES
  • JANAIKY PEREIRA DE ALMEIDA
  • MIRLA CISNE ÁLVARO
  • VERÔNICA MARIA FERREIRA
  • Data: 15/09/2023

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  • O objetivo da tese é analisar as particularidades do conservadorismo brasileiro contemporâneo e as inflexões no acesso ao direito ao aborto.  Para alcançar a proposta da pesquisa recorreu-se ao materialismo histórico-dialético e às teses feministas situadas no campo da teoria crítica, a fim de compreender essa realidade sob uma perspectiva de totalidade, que engloba as interconexões contraditórias do sistema capitalista-patriarcal e racista.

    Como técnicas de pesquisa, recorremos à revisão de literatura, pesquisa documental e de campo, através de entrevistas. Na revisão de literatura buscamos leituras que nos auxiliaram nas mediações teórico-metodológicas sobre o aborto e o avanço do neoconservadorismo e do neoliberalismo, encontrando pontos de convergências estratégicas entre ambos na contemporaneidade. Recorremos, portanto, a teses, dissertações, livros, artigos, etc.

    Na pesquisa documental recorremos aos conteúdos jornalísticos, às portarias e normativas do Ministério da Saúde, bem como aos projetos de lei que tramitaram e tramitam no Congresso Nacional sobre a temática do aborto.

    As entrevistas tiveram como objetivo uma maior aproximação com a realidade, a partir da escuta a gestores e gestoras dos serviços que prestam assistência ao aborto legal no Estado de Pernambuco, bem como às representantes da Frente Estadual pela Legalização do aborto, a fim de compreender as estratégias de resistências adotadas.

    A tese aborda o neoconservadorismo como uma expressão contemporânea da extrema direita que, aliada ao neoliberalismo, atua na perspectiva de retirada de direitos, da defesa do tradicionalismo cristão e na subalternização das mulheres.

    A pesquisa identificou que o tema do aborto tem sido uma mediação fundamental para setores políticos neoconservadores conquistarem adesão popular e implantar projetos cada vez mais alinhados com as necessidades do capital.

    Tal realidade se evidencia no Brasil a partir dos anos 2000, mas se fortalece em 2018 com a eleição do ex-presidente Jair Bolsonaro, ocasião que também foram fortalecidas as representações religiosas fundamentalistas no Congresso nacional, como também no poder judiciário, cujo enfoque maior tem sido a perspectiva de retirada de direitos das mulheres e do público LGBTQIA+.

    A tese evidenciou, assim, que a temática do aborto, colocada como campo central para o debate, revela a interconexão do neoliberalismo e o neoconservadorismo, que, apesar de terem concepções distintas sobre o Estado, se alinham em prol das necessidades de expansão do capitalismo contemporâneo. Atuam, portanto, no processo de intensificação de retirada de direitos, da responsabilização das famílias, em especial das mulheres, para a satisfação das necessidades básicas de seus membros; como também na disputa pelo fundo público.


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  • Este projeto de tese preocupa-se em analisar, no lastro do capitalismo contemporâneo, as atuais ameaças e contradições que perpassam o direito ao aborto no Brasil, em um contexto de agudização da crise do capital, da intensificação do neoconservadorismo, do avanço da extrema direita, em que o governo Bolsonaro é projetado, mas que, em contrapartida, revela um período de avanço das lutas feministas e de conquistas importantes no campo dos direitos sexuais e reprodutivos.

    Procura-se compreender as disputas político-ideológicas e religiosas em torno do aborto, apresentadas sob grandes principais eixos: de um lado, aliados do movimento “pró-vida” composto por diversas representações conservadoras e de extrema direita, cuja defesa principal se concentra no rechaço ao aborto (mesmo os já garantidos em lei) e qualquer direito de escolha das mulheres sobre os seus corpos; de outro lado, os movimentos de mulheres e feministas que resistem e lutam pela ampliação dos direitos sexuais e reprodutivos.  

                Neste cenário busca-se compreender as novas contradições postas no momento presente do Brasil que articula seu conservadorismo arcaico com o fortalecimento fundamentalista, apontando para expressões de um “neoconservadorismo”. O projeto, assim, está norteado por três núcleos fundamentais: 1) as contradições do direito ao aborto no Brasil e como historicamente tem sido tratado pelo Estado e pela sociedade; 2) as disputas político-ideológicas contemporâneas em torno do aborto; 3) as novas configurações do conservadorismo no Brasil no contexto da agudização da crise do capital e a negação dos acordos civilizatórios construídos no Brasil com a Constituição Federal, no que se refere aos direitos humanos.

    As questões que envolvem o objeto de estudo, concentram-se em discutir quais são as manifestações contemporâneas do neoconservadorismo brasileiro, as contradições em torno das disputas ídeopolíticas que perpassam o direito ao aborto no país e quais os principais desafios contemporâneos para sua efetivação. Apresenta como temática: “As manifestações do neoconservadorismo no Brasil  e as contradições no acesso ao aborto legal”.

    Pretende-se com esse estudo contribuir com o arsenal teórico e político sobre a condição de vida das mulheres que, submetidas ao sistema capitalista-patriarcal-racista, são alvo de diversas violências, opressões e impedidas de exercer livremente as decisões que impactam sobre seus corpos.

7
  • CRISMANDA MARIA FERREIRA
  • PERSPECTIVAS POLÍTICO-ORGANIZATIVAS DA CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES (CUT): mediações da conjuntura e inflexões no projeto de representação da classe trabalhadora brasileira

  • Orientador : ANGELA SANTANA DO AMARAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA ELIZABETE FIUZA SIMOES DA MOTA
  • ANGELA SANTANA DO AMARAL
  • DANIELA NEVES DE SOUSA
  • JULIANE FEIX PERUZZO
  • PATRÍCIA VIEIRA TRÓPIA
  • Data: 27/11/2023

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  • Esta tese trata das inflexões nas perspectivas político-organizativas da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Particularmente, analisa as tendências postas em suas posições, estratégias e práticas frente ao acirramento do neoliberalismo no Brasil no contexto de derrocada dos Governos do Partido dos Trabalhadores (PT) mediante o que se denominou de um Golpe de Estado de novo tipo e da ascensão da extrema direita, e seus rebatimentos sobre a condição do trabalho no país (2016-2022).Com base na teoria social crítica e no método marxiano, os aspectos históricos e teóricos foram articulados por meio de dois procedimentos metodológicos: pesquisa bibliográfica, direcionada a caracterização da conjuntura brasileira e os impactos das mudanças operadas no mundo do trabalho, na conformação da classe trabalhadora e no Estado nas formas de organização política, notadamente sindical; e pesquisa documental, voltada aos documentos sindicais produzidos pela CUT. A argumentação central levantada é a de que o movimento sindical brasileiro foi impactado por expressivas mudanças, sobretudo frente asalterações na estrutura produtiva e na organização do trabalho mediante a crise e ofensiva neoliberal-conservadora. Esse processo nos leva a um cenário de desafios complexos para o adensamento das capacidades de organização coletiva, já prevalecentes desde o ataque à organização sindical orquestrado como parte da resposta à crise orgânica capitalista. A CUTprecisou reconfigurar sua posição e estratégia, uma vez que, com o declínio na política institucional do seu aliado histórico, o PT, passou ao campo da oposição à política posta em curso por Michel Temer e Jair Bolsonaro. Diante disso, problematizamos que o que pautou a morfologia do movimento sindical, em especial da CUT, não foram somente as movimentações no mundo do trabalho, mas aquelas que transcorreram na esfera do Estado sob a direção dos governos progressistas e do próprio declínio “neodesenvolvimentista”. Os resultados encontrados possibilitam apreender que a movimentação que alterou o governo, também alterou a postura da CUT, configurando enquanto tendência uma tentativa da central sindical de intervir no debate político, alçando refazer-se para pôr-se em movimento e criaruma reação às fragilidades impostas ao sindicalismo no século XXI. Ademais, entendemos que a dificuldade de diálogo com uma classe trabalhadora ampliada, submetida ao processo de deterioração do trabalho e atravessada pelo impulso individualizante que subjaz a racionalidade neoliberal, aporta ao sindicalismo cutistaa necessidade de repensar suas práticas políticas e organizativas, afirmando o anseio de renovação de demandas, conectando a resistência à exploração econômica com as rebeldias contrárias à expropriação política. Contudo, pós-golpe, essa organização confrontou-se com a perda de sua força, expressando a crise de representatividade, como as dificuldades de convocação naquele contexto e de encontro com novas movimentações da classe comprovam.Em que pese esses elementos, com contradições e limites, a pesquisa revelou que há uma inflexão no sindicalismo cutista no sentido de conformar um esforço de mudança na atuação como respostas aos desafios imediatos colocados no novo contexto. Ainda que, o ideário do possível retorno a um padrão de “desenvolvimento com inclusão social” com via político-eleitoral continue conformando o seu horizonte político-estratégico.


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  • Em desenvolvimento.

8
  • LAILA TALITA DA CONCEICAO COSTA
  • O Consumo privado de recursos públicos na assistência à saúde de servidores públicos federais civis.

  • Orientador : ANA CRISTINA DE SOUZA VIEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CRISTINA DE SOUZA VIEIRA
  • RAQUEL CAVALCANTE SOARES
  • ADRIANA FALANGOLA BENJAMIN BEZERRA
  • IVO AURELIO LIMA JUNIOR
  • OSMAR GOMES DE ALENCAR JUNIOR
  • TACIANA MARIA DA SILVA
  • Data: 19/12/2023

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  • Esta tese desvela ascontradições das despesas da Seguridade Social com assistência privada à saúde de servidores públicos federais civis, em um cenário de desfinanciamento da saúde pública brasileira.A pesquisa que empreendemos problematiza que esta é uma manifestação particular da proteção social brasileira, da prática política desse segmento de trabalhadores, e da ação do Estado que consubstancia uma estratégia mediadora de lucratividade para os planos de saúde. Para empreender o estudo empírico dessa despesa escolhemos analisar os dados orçamentários disponibilizados no Siga Brasil, base de dados mantida pelo Senado Federal. O recorte temporário corresponde ao da execução do Plano Plurianual (PPA) 2016-2019 do Governo Federal, período em que também foram intensificados os ajustes fiscais no Brasil. Para compreensão das lutas e reivindicações dos servidores públicos em relação ao direito à saúde, foram analisadas resoluções dos Congressos Nacionais da Central Única dos Trabalhadores (CONCUT), entidade que congrega a maior quantidade de sindicatos de servidores públicos no país, e balanços de greves do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE).  Dentre os resultados identificamos que as políticas e programas de assistência à saúde dos servidores públicos civis federais têm sido regulamentadas no interior das relações de consumo, responsabilizando de maneira crescente esses trabalhadores por seu alto custo, ao mesmo tempo em que os auxílios públicos exercem pressão sobre os gastos com o SUS, favorecem iniquidades na distribuição de recursos do Orçamento da Seguridade Social (OSS) entre os diferentes segmentos de trabalhadores e privilegiam regiões que contam com ampla rede de equipamentos privados de saúde.


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  • O presente projeto de pesquisa tem como objetivo investigar a participação do Estado no financiamento de planos privados de saúde para os servidores públicos, como esse recurso alimenta a acumulação no setor suplementar, e as contradições desse processo aprofundadas no atual contexto de desinvestimentos no SUS. Para tanto, pretendemos observar o desenvolvimento do mercado de planos privados de saúde no contexto do capital no setor de serviços e financeirizado, evidenciando, ao mesmo tempo, as contradições que essa dinâmica de acumulação desencadeia no âmbito do Estado e, consequentemente, no padrão de assistência à saúde no país. Articular todas essas determinações e entendê-las como uma totalidade dinâmica, é um dos maiores desafios para analisar as particularidades contemporâneas da saúde no Brasil. O interesse por essa temática de estudo está associado às experiências profissional e militante na Saúde, bem como à trajetória de pesquisa no mestrado em Serviço Social sobre os interesses do setor suplementar representados no Poder Legislativo Federal.

2022
Dissertações
1
  • PATRICIA HELENA SANTOS DO NASCIMENTO
  • DIREITO AO LAZER E PRIMEIRA INFÂNCIA: UMA ANÁLISE SOBRE OS COMPAZ DO RECIFE

  • Orientador : ROSA MARIA CORTES DE LIMA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA MARIA FILGUEIRA RAMALHO
  • MARIA NATALIA PEREIRA RAMOS
  • ROSA MARIA CORTES DE LIMA
  • VALERIA NEPOMUCENO TELES DE MENDONCA
  • Data: 09/05/2022

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  • Este estudo analisa o direito ao lazer da primeira infância no Recife, especificamente no Centro Comunitário da Paz (Compaz), executado pela Prefeitura do Recife durante os anos de 2018 a 2022. Buscamos desvendar as ações efetivas desenvolvidas pela gestão municipal, levando em consideração o que é descrito no Plano da Primeira Infância e no Programa do Compaz. Partiremos do pressuposto de que as ações desenvolvidas pela gestão municipal acontecem de forma fragmentada, inviabilizando a concretude do direito ao lazer da primeira infância do Recife. A pesquisa se finca a partir do método histórico-dialético, de base qualitativa e quantitativa, utilizando-se da pesquisa exploratória de caráter documental, a partir dos dados fornecidos pelas normativas legais que tratam sobre a primeira infância, no âmbito nacional, estadual e municipal, com foco nas ações desenvolvidas no Compaz. Também foi utilizada a pesquisa bibliográfica, abordando o estudo sobre a construção social da infância e primeira infância, o Estado no sistema capitalista e as políticas públicas. A pesquisa aponta que o direito ao lazer da primeira infância na cidade do Recife é realizado de maneira desintegrada, sem atender à demanda da maioria das crianças residentes na cidade. Mesmo que os programas desenvolvidos sejam vencedores de premiações internacionais, existe uma fragmentação das ações, que por vezes são pautadas pontualmente em datas comemorativas, sem garantir a intersetorialidade das políticas. Como considerações finais, assinalamos a relevância da garantia de políticas públicas integrais que atendam o direito ao lazer de todas as crianças que estão na primeira infância na cidade do Recife, entendendo a importância do investimento público para o desenvolvimento da sociedade.


2
  • MARCIA ROBERTA CAVALCANTI DA SILVA
  • O DIREITO À MORADIA E À PROPRIEDADE NA POLÍTICA DE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA URBANA: UMA ANÁLISE DO PROGRAMA MEU IMÓVEL LEGAL NA CIDADE DO RECIFE

  • Orientador : ROSA MARIA CORTES DE LIMA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ROSA MARIA CORTES DE LIMA
  • VALERIA NEPOMUCENO TELES DE MENDONCA
  • ANA MARIA FILGUEIRA RAMALHO
  • Data: 29/08/2022

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  • Esta pesquisa analisa o direito à moradia e à sua propriedade na Política Estadual de Regularização Fundiária de Pernambuco, especificamente no Programa Meu Imóvel Legal (PMIL) na cidade do Recife, executado pela Pernambuco Participações e Investimentos (PERPART), durante os anos de 2013 a 2018. Buscamos desvelar as ações e estratégias da transferência definitiva da propriedade da terra, onde os trabalhadores pauperizados, e por ausência de política habitacional, ocuparam e consolidaram suas moradias nas periferias da cidade. Para tal, levamos em consideração as diretrizes da Política de Regularização Fundiária Jurídico Dominial de Interesse Social no PMIL. Partimos do pressuposto de que as relações de propriedade na dinâmica entre capital e Estado pode converter a terra, historicamente ocupada para fins de moradia, em reserva de valor para o mercado – uma terra mercadoria. E que a execução do PMIL está pautada no evolucionismo e etapismo das políticas desenvolvimentistas e neoliberais, além de conservar práticas de tutela e características de clientelismo e fisiologismo, em um esforço de capturar a pauta histórica da classe trabalhadora para transformá-la em uma ação populista e reformista. A pesquisa está ancorada pelo materialismo histórico-dialético e embasada na metodologia de base qualitativa, valendo-se da técnica da pesquisa exploratória de caráter documental acerca das normativas, documentos técnicos e de gestão que versam sobre a Política de Regularização Fundiária e o PMIL. Também foi utilizada a pesquisa bibliográfica sobre os conceitos de propriedade, Estado no sistema capitalista, política social e política de regularização fundiária na metrópole periférica. O estudo realizado expõe que o PMIL executado na cidade do Recife, apesar de apresentar uma proposta de caráter inovadora na transferência definitiva de propriedades, através da entrega de escritura de imóveis, não articula as condições para que o direito à moradia e à propriedade sejam assegurados. Para as considerações finais, indicamos ao Estado a necessidade de uma política de regularização fundiária, que reconheça na história de expropriação das terras urbanas de trabalhadores pobres, o real horizonte para a concretização de direitos.


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  • O projeto de dissertação apresenta como foco central o acesso à moradia e à propriedade, através da concepção política de propriedade do Programa Propriedade Legal no bairro do Pina, na cidade do Recife, como parte de execução da Política de Regularização Fundiária no Estado de Pernambuco. Esta política regulamenta o instrumento jurídico de escritura como ferramenta para concluir a regularização fundiária, através da transferência definitiva da propriedade dos imóveis ocupados por população pobre, em áreas remanescentes de intervenções estatais para fins de moradia. Pretende-se como chave analítica desta pesquisa, a concepção teórica e política da propriedade, situando historicamente no processo de formação das cidades, especialmente da metrópole periférica, bem como as contradições atravessadas pela correlação de forças (capital - mercado - estado) no que tange o direito à propriedade da terra urbanizada no bairro do Pina, regularizada por intervenção do estado.

    À vista disto, vislumbra-se uma análise contemporânea sobre os imperativos das relações de propriedade na dinâmica financeirizada do capital, onde a terra ocupada historicamente por trabalhadores pobres da área do Pina para fins de moradia, pode ser convertida em reserva de valor para o mercado – uma terra mercadoria, contraditoriamente, aos ganhos assegurados por direitos que a propriedade da política de regularização lhes conferem.

3
  • PAMELA RAQUEL LOPES MACEDO
  • VULNERABILIDADE SOCIAL NA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL: categoria de compreensão do público-alvo e critério de focalização

     

  • Orientador : HELENA LUCIA AUGUSTO CHAVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HELENA LUCIA AUGUSTO CHAVES
  • ANA CRISTINA BRITO ARCOVERDE
  • GUIOMAR DE OLIVEIRA PASSOS
  • Data: 30/08/2022

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  • Este estudo analisa o uso da categoria vulnerabilidade social no contexto de contradição entre a ampliação ao direito ao acesso ao ensino superior e a limitação orçamentária que restringe o direito a permanência no âmbito desse nível de ensino. Por meio de sucessivas leituras acerca da categoria vulnerabilidade foi possível questionar o conteúdo e sentido do termo na política de assistência estudantil executada no âmbito institucional. Para isso, foi utilizada a pesquisa documental, para analisar documentos de regulamentação nacional, a saber, a Constituição Federal, o Decreto 7.234/2010 e as documentações elaboradas no nível local, no período de 2017 a 2021. A técnica de análise utilizada foi a análise de conteúdo. O embasamento teórico do estudo foi fruto de uma pesquisa bibliográfica em que se buscava desvendar os determinantes históricos para a criação e consolidação da política de assistência estudantil enquanto direito discente fundamental para a permanência na universidade das classes subalternas. Nesse trajeto, foi desenvolvida a discussão de cidadania, diante do reconhecimento de que a continuidade e a extensão das ações voltadas a permanência atendem as reivindicações populares. Para compreender o conceito de vulnerabilidade, buscou-se as contribuições de Ulrich Beck, Robert Castel e Amartya Sen.A partir da análise documental, verificou-se que há uma multiplicidade de sentidos que podem ser atribuídos a categoria no âmbito institucional, dada a multiplicidade de perspectivas teóricas às quais o sentido pode ser associado. Constatou-se ainda que mesmo quando ocorre a vinculação expressa do uso da categoria com a Política de Assistência Social isso não contribui para a sua compreensão, haja vista que essa política adotou esse conceito a partir de compilações da saúde.


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  • Este estudo analisa o uso da categoria vulnerabilidade social no contexto de contradição entre a ampliação ao direito ao acesso ao ensino superior e a limitação orçamentária que restringe o direito a permanência no âmbito desse nível de ensino. Por meio de sucessivas leituras acerca da categoria vulnerabilidade foi possível questionar o conteúdo e sentido do termo na política de assistência estudantil executada no âmbito institucional. Para isso, foi utilizada a pesquisa documental, para analisar documentos de regulamentação nacional, a saber, a Constituição Federal, o Decreto 7.234/2010 e as documentações elaboradas no nível local, no período de 2017 a 2021. A técnica de análise utilizada foi a análise de conteúdo. O embasamento teórico do estudo foi fruto de uma pesquisa bibliográfica em que se buscava desvendar os determinantes históricos para a criação e consolidação da política de assistência estudantil enquanto direito discente fundamental para a permanência na universidade das classes subalternas. Nesse trajeto, foi desenvolvida a discussão de cidadania, diante do reconhecimento de que a continuidade e a extensão das ações voltadas a permanência atendem as reivindicações populares. Para compreender o conceito de vulnerabilidade, buscou-se as contribuições de Ulrich Beck, Robert Castel e Amartya Sen.A partir da análise documental, verificou-se que há uma multiplicidade de sentidos que podem ser atribuídos a categoria no âmbito institucional, dada a multiplicidade de perspectivas teóricas às quais o sentido pode ser associado. Constatou-se ainda que mesmo quando ocorre a vinculação expressa do uso da categoria com a Política de Assistência Social isso não contribui para a sua compreensão, haja vista que essa política adotou esse conceito a partir de compilações da saúde.

4
  • ROBELIA DO NASCIMENTO LOPES
  • TRABALHO SOCIAL COM FAMÍLIAS NO SERVIÇO DE PROTEÇÃO E ATENDIMENTO INTEGRAL À FAMÍLIA
    (PAIF): entre as determinações capitalistas e as necessidades sociais

  • Orientador : HELENA LUCIA AUGUSTO CHAVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CRISTINA BRITO ARCOVERDE
  • HELENA LUCIA AUGUSTO CHAVES
  • MIRIAM DE SOUZA LEAO ALBUQUERQUE
  • Data: 29/11/2022

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  • A presente dissertação trata do Trabalho Social com Famílias-TSF desenvolvido no âmbito do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família-PAIF da Política de Assistência Social. Tem como objetivo analisar a Orientação Técnica do TSF-PAIF a partir dos eixos estruturantes da PNAS, buscando identificar como as dimensões das determinações capitalistas e das necessidades sociais se articulam para conformação deste marco regulatório e a direção apontada para o desenvolvimento do trabalho neste campo. A análise amparou-se no pensamento de autores do campo marxista para fundamentar a concepção de família, Estado, capitalismo e crise, assim como, apoiou-se em pesquisadores do Serviço Social que produzem conhecimento nas áreas da proteção social e da política de assistência social. A pesquisa é um estudo bibliográfico e documental, cujo corpus é constituído pela Política Nacional de Assistência Social-PNAS (2004) e pela publicação Orientações Técnicas sobre o PAIF: Trabalho Social com Famílias do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família – PAIF (BRASIL, 2012). Para atender aos objetivos propostos, utilizou-se a técnica de análise de conteúdo, mais especificamente, a análise categorial-temática. O percurso analítico demonstrou que os eixos estruturantes da PNAS refletem a presença de diferentes e antagônicas fundamentações teórico-metodológicas e que as dimensões das determinações capitalistas e das necessidades sociais compõem de forma desordenada o mosaico conceitual da referida Política. Em relação à Orientação Técnica do TSF-PAIF identificou-se que a racionalidade que direciona a finalidade e as diretrizes gerenciais do TSF-PAIF é incompatível com a racionalidade que orienta a apreensão do objeto e das diretrizes teórico-metodológicas. Verificou-se ainda, que no espelhamento da PNAS para a Orientação técnica alguns conceitos que integram os eixos estruturantes têm seus sentidos moldados e manipulados para integrar-se a racionalidade que estabelece a direção dos elementos constituintes do processo de trabalho (objeto, finalidade e meio) e que as dimensões das determinações capitalistas e das necessidades sociais se organizam de modo ordenado e estratégico nos componentes do processo de trabalho.


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  • O projeto de pesquisa ora apresentado tem como objetivo analisar as contradições entre os marcos regulatórios do Trabalho Social com Famílias-TSF da Política Nacional de Assistência Social-PNAS e a sistemática operacional do TSF nos Centro de Referência da Assistência Social-CRAS da Cidade do Recife no período de 2013 a 2020. O tempo delimitado representa o ciclo de dois mandatos de uma gestão municipal que imprimiu na Política de Assistência Social um modelo sistematizado de gerenciamento com foco em resultados, metas e prazos e estruturou a rede de serviços conforme preconizado pela PNAS. A gestão da Assistência Social do Recife é moldada segundo os parâmetros do gerencialismo que se expressam nas terceirizações, no trabalho temporário, na incorporação da pedagogia das competências e na aplicação de tecnologias de organização e informação para aumento da produtividade e para disciplinar a força de trabalho. Ao instituir um coletivo de trabalhadores sobre bases trabalhistas precárias e instáveis, a gestão municipal estabelece um terreno fértil para a implementação em sua sistemática operacional de teorias e metodologias conservadoras, alinhadas às condições necessárias para reestruturação dos padrões de acumulação do capital. É nesse terreno, que se justifica interrogar quais contradições se apresentam na transposição das concepções dos marcos regulatórios da PNAS para a sistemática operacional do TSF nos CRAS do Recife. Para tanto, elencamos a técnica de análise documental que terá como fio condutor o método histórico-dialético. Os marcos regulatórios selecionados para a análise foram a PNAS, os volumes 1 e 2 do Manual de Orientações Técnicas sobre o PAIF, e a publicação  Fundamentos ético-políticos e rumos teórico-metodológicos para fortalecer o Trabalho Social com Famílias na Política Nacional de Assistência Social. Para a análise da sistemática operacional do TSF-PAIF no Recife elencamos os relatórios anuais de gestão, os instrumentos e fluxos de trabalho utilizados pelas equipes que atuam no PAIF, o planejamento anual e os planos operativos da Divisão dos CRAS. O desenvolvimento da pesquisa possibilitará captar as mediações e determinações que incidem na realidade estudada, contribuindo para a construção de metodologias de trabalho social com famílias inseridas no horizonte da ampliação de direitos e defesa da democracia.

5
  • ISABELA LARISSA DA SILVA NOVAES
  • Avaliação do desenho da gestão financeira da política municipal de Assistência Social no município do Jaboatão dos Guararapes/PE – 2016 a 2021.

  • Orientador : ANA CRISTINA BRITO ARCOVERDE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CRISTINA BRITO ARCOVERDE
  • HELENA LUCIA AUGUSTO CHAVES
  • MIRIAM DE SOUZA LEAO ALBUQUERQUE
  • Data: 30/11/2022

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  • O presente estudo objetivou avaliar o desenho da gestão financeira da Política Municipal de Assistência Social em execução no município do Jaboatão dos Guararapes/PE entre os anos de 2016 a 2021, particularizando para a análise, os princípios, diretrizes e instrumentos orçamentários da PNAS (2004), perpassando pelo debate das (contra) reformas da gestão pública e financeira. Para apreender e desenvolver o desenho de gestão financeira adotado no município e sua interferência na definição da estrutura organizacional de gestão, os contornos de um processo de tomada de decisão (Processo de planejamento e controle) e no sistema de informação realizou-se revisão bibliográfica sobre o financiamento da Política de Assistência Social enquanto processos de gestão da política pública considerando, para tanto, os desmontes causados pela e na tentativa de solidificação do ideário neoliberal na contemporaneidade por meio do neoconservadorismo. Identificou-se que embora a política de Assistência Social tenha definido seu conceito, seus pressupostos, seus destinatários, seu modelo de financiamento e gestão a suas intervenções ainda carregam uma cultura política que ora mesclam-se entre a democracia, tecnocratismo ou clientelismo em decorrência do gestor que a operacionaliza. Dessa forma, desenvolveu-se a avaliação da ação governamental com base em uma pesquisa documental e qualitativa com dados extraídos de documentos oficiais, como o Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias, Lei Orçamentária Anual e Plano Municipal de Assistência Social, todos entre os anos de 2016 a 2021. Como técnica metodológica utilizamos a análise de conteúdo, segundo Bardin (1977). Os indicadores utilizados permitiram conceituar o desenho da gestão financeira do município do Jaboatão dos Guararapes/PE como clientelista em conteúdo, forma, destinação de recursos, e a prevalência de um forte caráter moral com a responsabilização da população pelos serviços que lhes são ofertados, seja através da filantropia ou doações retornando ao ponto central do ideário neoliberal, no qual propaga-se que a ação do Estado na área social deve limitar-se a fomentar programas básicos de auxílio clientelista a pobreza fomentando a características seletivas e focalistas em detrimento da universalização dos programas sociais e ampliação da de acesso aos serviços sociais.


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  • A pesquisa proposta tem o objetivo de avaliar o desenho da gestão financeira da Política Municipal de Assistência Social em execução no município do Jaboatão dos Guararapes/PE entre os anos de 2016 a 2021, particularizando para a análise, os princípios, diretrizes e instrumentos orçamentários da PNAS, perpassando pelo debate das (contra) reformas da gestão pública e financeira. Possui, enquanto ponto de partida, um estudo sobre as categorias de Estado, Políticas Sociais, Gestão Pública, Gestão Financeira e Avaliação de processo e ex-post, de forma a apreender o objeto relacionando-o concomitantemente no bojo dos desmontes causados pelo neoconservadorismo e pela consolidação do ideário neoliberal na contemporaneidade. A escolha pela temática de avaliação do desenho da gestão financeira da assistência social no município do Jaboatão dos Guararapes/PE se deu pela minha experiência profissional, como assistente social da Proteção Social Básica, atuando no Centro de Referência de Assistência Social – CRAS e na gestão dessa proteção. Nesta direção, a gestão dos recursos da Assistência Social e sua orientação no caso do município do Jaboatão dos Guararapes/PE se constituem enquanto núcleo central do estudo, pois entende-se que o desenho de gestão financeira adotado interfere na definição da estrutura organizacional, os contornos de um processo de tomada de decisão (Processo de planejamento e controle) e no sistema de informação. A pesquisa será de natureza analítica documental e qualitativa, que se subsidiará na metodologia avaliativa utilizando-se para sua caracterização a técnica de análise de conteúdo a fim de responder qual é o desenho de Gestão da Assistência Social executado no município do Jaboatão dos Guararapes/PE no período de 2016 a 2021.

6
  • DANIELLE FERNANDA DE HOLANDA SOARES
  • PRECARIZAÇÃO DO ACESSO À ÁGUA NO MUNICÍPIO DE JABOATÃO DOS GUARARAPES, PERNAMBUCO

  • Orientador : ROSA MARIA CORTES DE LIMA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA ALEXANDRA DA SILVA MONTEIRO MUSTAFA
  • RONALD FERNANDO ALBUQUERQUE VASCONCELOS
  • ROSA MARIA CORTES DE LIMA
  • SANDRA MARIA BATISTA SILVEIRA
  • Data: 01/12/2022

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  • O presente estudo tem como objetivo geral analisar o serviço de abastecimento de água de Jaboatão dos Guararapes considerando o cenário de desigualdade de acesso à água. A seguinte questão-problema direciona a pesquisa: Quais são os fatores que relacionam desigualdade e precariedade do acesso à água em Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco? Para isso a pesquisa adotou como objetivos específicos: discutir sobre as concepções que atrelam à água, contraditoriamente, a condição de ser reconhecida como uma mercadoria e um direito humano; destrinchar o sistema de abastecimento de água em Pernambuco com ênfase na realidade dos calendários de abastecimento vivenciada pelo município de Jaboatão dos Guararapes; e desvendar os limites para a universalização do acesso à água e ao saneamento básico no Brasil, haja vista as tendências de privatização do setor. Utilizou-se o materialismo histórico-dialético enquanto método de análise da pesquisa com base no pensamento marxiano. Os procedimentos metodológicos que foram adotados no estudo são: Revisão Bibliográfica, Revisão Documental e Coleta e Análise de Dados. A investigação caracterizou-se como uma pesquisa qualitativa e quantitativa, compuseram a base de informações os dados primários colhidos a partir da análise de um ano do calendário de abastecimento do município entre fevereiro de 2021 e fevereiro de 2022 e os dados secundários colhidos a partir dos relatórios dos Rankings do Saneamento do Instituto Trata Brasil. Conclui-se que Jaboatão dos Guararapes vivencia a desigualdade do acesso à água expresso na precarização do serviço que se manifesta no interior de cada distrito e entre os distritos do município. Localidades em que concentram as classes mais altas é evidente as melhorias no abastecimento de água, assim como infraestrutura suficiente para prover o serviço de maneira satisfatória. Nas áreas em que as classes mais baixas residem, o abastecimento se faz pelos sistemas de rodízios com poucos dias e horários com o serviço disponível à população, o que reforça a desigualdade de acesso a partir da condição socioeconômica das famílias. Somado a esse contexto, há tendências que rodeiam o setor do saneamento voltada para privatização do serviço sendo registrada a lentidão no avanço à universalização do acesso à água e ao saneamento. Dessa maneira, a garantia do acesso igualitário à água em Jaboatão dos Guararapes passa por desafios que perpassam o engajamento político para cobrar e garantir melhorias ao serviço a toda população.


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  • Pretende analisar a precarização do acesso à água no município de Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco, visando identificar quais são os fatores que levam o município a vivenciar um contexto precário e desigual de acesso à água. Busca discutir as concepções que impõem à água o reconhecimento como mercadoria e como direito humano, além de verificar o sistema de abastecimento de água em Pernambuco, com ênfase nos calendários de abastecimento aplicados em Jaboatão dos Guararapes. Buscas desvendar as contradições do processo de desigualdade e precarização do acesso à água, haja vista as tendências de privatização do saneamento básico no Brasil, elementos que compõem a estrutura de análise da pesquisa. Utiliza do método do materialismo histórico dialético e adota metodologia de pesquisa qualitativa e quantitativa. Dispõe da pesquisa bibliográfica para discutir o processo de apropriação capitalista da água e de provisão de abastecimento de água nas sociedades do século XXI, bem como o desenvolvimento do saneamento básico no Brasil. Agrega pesquisa documental para a análise de dados sobre o processo de celeridade na universalização do saneamento básico. Utiliza, como fonte de informação, a coleta e análise de dados do calendário de abastecimento do município de Jaboatão dos Guararapes, disponibilizado pela Compesa. A Indaga-se nessa pesquisa quais são os fatores que relacionam desigualdade e precariedade do acesso à água em Jaboatão dos Guararapes, pressupondo que essa relação perpassa questões econômicas e políticas no processo de segregação de classes sociais. O primeiro capítulo expõe a apropriação capitalista da água e as consequências que imprimem a desigualdade de acesso a um direito humano. O segundo capítulo trata do histórico do saneamento básico no Brasil considerando os desafios para universalização do acesso. E o terceiro capítulo aborda a precarização do acesso à água em Jaboatão dos Guararapes como forma de compreender os entraves para ampliação do acesso à água no município. As considerações finais sugerem que os fatores que tornam o abastecimento de água desigual e precário em Jaboatão dos Guararapes superam questões meramente políticas e econômicas e envolvem questões estruturais que precisam ser aprofundadas.

Teses
1
  • LÊIDIANE SOUZA DE OLIVEIRA
  • Disputas Ideopolíticas Entre Conservadorismo e Feminismo no Contexto Brasileiro dos Anos 2000

  • Orientador : MONICA RODRIGUES COSTA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MONICA RODRIGUES COSTA
  • FLAVIA DA SILVA CLEMENTE
  • CLAUDIA MARIA FRANCA MAZZEI
  • EVANDRO ALVES BARBOSA FILHO
  • SILVANA MARA MORAIS DOS SANTOS
  • Data: 28/03/2022

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  • O contexto econômico e político das duas primeiras décadas dos anos 2000 se caracteriza por uma acentuada disputa ideológica entre conservadorismo e feminismo, permeadas pela ascensão da dinâmica capitalista em crise e suas requisições ao Estado brasileiro, a fim de privilegiar a lucratividade em detrimento do atendimento às necessidades humanas. Desse modo, surgem tantos sujeitos políticos representantes dos ideais conservadores quanto feministas, que vão disputar perspectivas conflitantes, servindo de base para nossa análise. Procedemos assim com uma pesquisa de caráter qualitativo, recorremos à análise documental e bibliográfica, sob a ótica do método materialista histórico e dialético, de base ontológica. Temos como objetivos: Identificar as determinações que particularizam o avanço do conservadorismo, do patriarcado e do racismo nas políticas e nos programas destinados às mulheres no século XXI; Analisar as principais tendências ideopolíticas que sustentam as políticas e programas voltados aos direitos mulheres a partir dos anos 2000;Apreender como se expressa a correlação de forças (que denominamos disputas ideopolíticas) entre agenda feminista classista e a agenda liberal e conservadora nas pautas feministas, os sujeitos políticos que a defendem e seus interesses. Nos detemos em conceitos e categorias como Crise do Capital; Patriarcado e Conservadorismo. Para além disso, analisamos documentos e publicações nos sites e blogs dos sujeitos que caracterizamos como conservadores: o Movimento Brasil Livre – MBL; o Escola Sem Partido; a Bancada Evangélica e o Movimento Brasil Conservador – MBC. Em contraposição, analisamos documentos e matérias de blogs e redes sociais dos movimentos feministas: Pão e Rosas; Movimento Mulheres em Luta; Coletivo Ana Montenegro e Resistência Feminista, que atuam em conjunto a outros movimentos sociais e partidos e que surgiram no contexto dos anos 2000. É inegável que que as forças conservadoras crescem aliadas à regressão de direitos e aos ataques à democracia, além de se sustentar no patriarcado e o racismo. Os movimentos feministas que analisamos desenvolvem ações de formação, divulgam seus posicionamentos políticos e realizam mobilizações e protestos, que os colocam como sujeitos coletivos ativos na sociedade. Portanto, crescem as lutas feministas, anticapitalistas e antirracistas, cujas possibilidades e desafios seguem o curso histórico da luta de classes no Brasil. Foi possível identificar que em grande medidas esses movimentos se aproximam em suas ações, com algumas diferenças como maior atuação no sul e sudeste, no caso do Pão e Rosas e Movimento Mulheres em Luta – MML, bem como alguns mais focados no combate ao racismo, como a resistência feminista e o Coletivo Ana Montenegro – CFCAM, tendo os outros ações mais genéricas.


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  • O contexto econômico e político das duas primeiras décadas dos anos 2000 se caracteriza por uma acentuada disputa ideológica entre conservadorismo e feminismo, permeadas pela ascensão da dinâmica capitalista em crise e suas requisições ao Estado brasileiro, a fim de privilegiar a lucratividade em detrimento do atendimento às necessidades humanas. Desse modo, surgem tantos sujeitos políticos representantes dos ideais conservadores quanto feministas, que vão disputar perspectivas conflitantes, servindo de base para nossa análise. Procedemos assim com uma pesquisa de caráter qualitativo, recorremos à análise documental e bibliográfica, sob a ótica do método materialista histórico e dialético, de base ontológica. Temos como objetivos: Identificar as determinações que particularizam o avanço do conservadorismo, do patriarcado e do racismo nas políticas e nos programas destinados às mulheres no século XXI; Analisar as principais tendências ideopolíticas que sustentam as políticas e programas voltados aos direitos mulheres a partir dos anos 2000;Apreender como se expressa a correlação de forças (que denominamos disputas ideopolíticas) entre agenda feminista classista e a agenda liberal e conservadora nas pautas feministas, os sujeitos políticos que a defendem e seus interesses. Nos detemos em conceitos e categorias como Crise do Capital; Patriarcado e Conservadorismo. Para além disso, analisamos documentos e publicações nos sites e blogs dos sujeitos que caracterizamos como conservadores: o Movimento Brasil Livre – MBL; o Escola Sem Partido; a Bancada Evangélica e o Movimento Brasil Conservador – MBC. Em contraposição, analisamos documentos e matérias de blogs e redes sociais dos movimentos feministas: Pão e Rosas; Movimento Mulheres em Luta; Coletivo Ana Montenegro e Resistência Feminista, que atuam em conjunto a outros movimentos sociais e partidos e que surgiram no contexto dos anos 2000. É inegável que que as forças conservadoras crescem aliadas à regressão de direitos e aos ataques à democracia, além de se sustentar no patriarcado e o racismo. Os movimentos feministas que analisamos desenvolvem ações de formação, divulgam seus posicionamentos políticos e realizam mobilizações e protestos, que os colocam como sujeitos coletivos ativos na sociedade. Portanto, crescem as lutas feministas, anticapitalistas e antirracistas, cujas possibilidades e desafios seguem o curso histórico da luta de classes no Brasil. Foi possível identificar que em grande medidas esses movimentos se aproximam em suas ações, com algumas diferenças como maior atuação no sul e sudeste, no caso do Pão e Rosas e Movimento Mulheres em Luta – MML, bem como alguns mais focados no combate ao racismo, como a resistência feminista e o Coletivo Ana Montenegro – CFCAM, tendo os outros ações mais genéricas.

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  • ANTONIO ISRAEL CARLOS DA SILVA
  • EMPRESARIAMENTO DO ENSINO SUPERIOR BRASILEIRO NOS ANOS 2000

  • Orientador : ANA CRISTINA DE SOUZA VIEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CRISTINA DE SOUZA VIEIRA
  • ANA ELIZABETE FIUZA SIMOES DA MOTA
  • ADILSON AQUINO SILVEIRA JUNIOR
  • NEY LUIZ TEIXEIRA DE ALMEIDA
  • YOLANDA APARECIDA DEMETRIO GUERRA
  • Data: 19/04/2022

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  • O objetivo da tese foi analisar o empresariamento do ensino superior brasileiro nos anos 2000, no cenário de penetração do capital financeiro e de incorporação das tecnologias da informação e comunicação (TICs) nas políticas educacionais. Para alcançar a proposta da pesquisa, recorreu-se ao materialismo histórico-dialético e, do ponto de vista das técnicas de pesquisa acionadas, realizou-se revisão de literatura e pesquisa documental. Sobre a revisão de literatura, mapeou-se livros, artigos, teses, dissertações e textos em geral que viabilizassem as mediações teórico-metodológicas para a apreensão dos fenômenos discutidos, articulados em três eixos de análise: a) conexões entre a monopolização, a supercapitalização e a ascensão do capital financeiro como medida de reação burguesa à crise do capital – tendo como interlocutores Mészáros (2014), Harvey (1993, 2014), Netto (2010), Chesnais (2006), Behring (2010) e Mandel (1982); b) discussão sobre a ampliação das TICs na sociabilidade burguesa e no ensino superior, com a contribuição principal dos seguintes autores: Vieira Pinto (2005), Huws (2017), Mészáros (2008) e Lima (2007, 2011); C) recuperação histórica e atualização das particularidades e dilemas do ensino superior brasileiro, com a leitura de autores como: Fernandes (1975, 2020) Lima (2019, 2007), Leher (2019, 2020, 2021), Minto (2006, 2011) e Sguissardi (2009). Na pesquisa documental articulamos três momentos: a) estudo de documentos que explicitam as diretrizes internacionais do Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional e Unesco, a respeito da incorporação das TICs no ensino superior. b) análise dos dados sobre a expansão do ensino e sobre os números do FIES, programa que expressa a transferência do fundo público para o ensino privado (via isenção fiscal, empréstimos etc.); c) reunião e estudo sistemático de dados, informações e documentos sobre as principais transformações operadas nas duas maiores instituições privadas do Brasil, os grupos Cogna e Yduqs. O estudo incidiu sobre os relatórios de sustentabilidade empresarial e os resultados financeiros das duas instituições. A pesquisa identificou que a penetração do capital financeiro e a monopolização exigiram alterações na dinâmica empresarial, padronizando processos institucionais e pedagógicos nas grandes corporações que, na atualidade, vivem processos de internacionalização com fluxos de capitais estrangeiros. Tais dinâmicas introduziram o modelo de gestão corporativo-gerencialista, e no âmbito do ensino, atuaram na ampliação da modalidade EAD, instituição de modelos híbridos e flexíveis em cursos presenciais, ampliação da oferta de plataformas, materiais didáticos e redes informacionais de controle do trabalho docente. Ademais de ocorrer diversificação da oferta de serviços educacionais, por meio de recursos tecnológicos. Outrossim, o crescimento do mercado de ensino superior foi perpassado pela punção do fundo público, revelando o avanço do capital financeiro sobre o Estado brasileiro, sobretudo diante do significado do FIES. Todavia, conforme constatou-se na investigação, com a redução do número de contratos do FIES, a partir de 2015, ocorreram acirramentos interburgueses e a busca por reação do empresariado do ensino, para garantir e ampliar suas taxas de lucratividade. Do ponto de vista adotado na tese, tal situação acelerou as mudanças em curso nos grandes grupos educacionais brasileiros. Por fim, a tese evidencia que a natureza econômica e político-ideológica das transformações do ensino superior privado amplia as contradições do tipo de acesso predominante à educação, especialmente, às frações das classes trabalhadoras, que aspiram necessidades sociais por ampliação da escolarização e que se tornaram alvo de programas de financiamento estudantil.


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  • Em desenvolvimento

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  • MIRELLA DE LUCENA MOTA
  • VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES NO BRASIL: um estudo sobre reprodução das alienações, ciberfeminismo e disputa ideológica

  • Orientador : HELENA LUCIA AUGUSTO CHAVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HELENA LUCIA AUGUSTO CHAVES
  • ANA CRISTINA BRITO ARCOVERDE
  • DELAINE CAVALCANTI SANTANA DE MELO
  • JORGE LUIZ CARDOSO LYRA DA FONSECA
  • VALDENICE JOSE RAIMUNDO
  • Data: 14/06/2022

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  • Esta tese objetiva analisar as disputas ideológicas, presentes nas mídias digitais, pertinentes ao sistema de dominação capitalista-racista-patriarcal, no contexto cultural brasileiro, que incidem na vida das mulheres de forma a reproduzir e intensificar as violências. A violência contra as mulheres (VCM), apresenta-se como um fenômeno complexo e multifacetado que tem se constituído como desafio histórico, demandante de intervenções técnicas, de políticas públicas, ações e serviços integrados para seu enfrentamento, nas distintas esferas da vida cultural e social. O estudo enfoca essa realidade no Brasil, marcada pelo cenário ultraneoliberal, ultraconservador e do discurso do fundamentalismo religioso e de grupos reacionários que promovem práticas violentas, com articuladas narrativas ideológicas, que adentram as distintas esferas da vida social, com destaque para a reprodução de ideias e opiniões no ciberespaço, reconfigurando e complexificando os desafios históricos colocados ao movimento feminista e de mulheres. Nessa conjuntura, desde 2015, surgiram movimentos que tiveram ascensão através de ocupação das ruas e do ciberfeminismo, na mobilização denominada como Primavera Feminista, que utiliza da estratégia das ferramentas das TICs, para evidenciar a luta pelo direito à vida das mulheres, através de campanhas nas mídias digitais e do recurso das hashtags. Os procedimentos metodológicos utilizados foram direcionados à análise dos conteúdos sobre violência contra as mulheres, veiculados na rede social Twitter, coletados através das hashtags:  #MexeuComUmaMexeuComTodas, #NemUmaMenos e #PelaVidaDasMulheres. Sendo este estudo ancorado na perspectiva crítico-dialética, do feminismo marxista e com forte influência do pensamento gramsciano, foi utilizado como recurso o software NVivo e a análise de conteúdo, com a elaboração de diferentes gráficos para visualização das postagens, incluindo a análise temática e de frequência de palavras, através da exposição de Mapa, Árvore e Nuvem de Palavras e de gráficos de Clusters. Como resultados principais, a pesquisa evidencia a presença de diferentes forças na disputa ideológica e na luta pela hegemonia, que incide sobre o fenômeno da violência contra as mulheres. Identifica-se a elaboração de concepções sobre violências que adentram o cotidiano e as esferas da organização política e social, com destaques para as dimensões física e moral e cultural, bem como, a necessidade de visibilidade do fenômeno que demanda a participação de mulheres na política e requer a construção de políticas públicas efetivas pelo Estado. Como um movimento contra hegemônico, é possível vislumbrar a organização das lutas e o aumento de denúncias feitas no ambiente virtual, em que são divulgados conhecimentos sobre as pautas que envolvem o fenômeno da VCM, evidenciando temas relevantes como a violência sexual e o aborto, o que propicia a identificação  e reconhecimento das mulheres com situações de violências através da troca de experiências, contribui para a formação do pensamento crítico, bem como incentiva a participação social na luta pela superação de situações opressoras e violentas.


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  • Esta tese objetiva analisar as disputas ideológicas, presentes nas mídias digitais, pertinentes ao sistema de dominação capitalista-racista-patriarcal, no contexto cultural brasileiro, que incidem na vida das mulheres de forma a reproduzir e intensificar as violências. A violência contra as mulheres (VCM), apresenta-se como um fenômeno complexo e multifacetado que tem se constituído como desafio histórico, demandante de intervenções técnicas, de políticas públicas, ações e serviços integrados para seu enfrentamento, nas distintas esferas da vida cultural e social. O estudo enfoca essa realidade no Brasil, marcada pelo cenário ultraneoliberal, ultraconservador e do discurso do fundamentalismo religioso e de grupos reacionários que promovem práticas violentas, com articuladas narrativas ideológicas, que adentram as distintas esferas da vida social, com destaque para a reprodução de ideias e opiniões no ciberespaço, reconfigurando e complexificando os desafios históricos colocados ao movimento feminista e de mulheres. Nessa conjuntura, desde 2015, surgiram movimentos que tiveram ascensão através de ocupação das ruas e do ciberfeminismo, na mobilização denominada como Primavera Feminista, que utiliza da estratégia das ferramentas das TICs, para evidenciar a luta pelo direito à vida das mulheres, através de campanhas nas mídias digitais e do recurso das hashtags. Os procedimentos metodológicos utilizados foram direcionados à análise dos conteúdos sobre violência contra as mulheres, veiculados na rede social Twitter, coletados através das hashtags:  #MexeuComUmaMexeuComTodas, #NemUmaMenos e #PelaVidaDasMulheres. Sendo este estudo ancorado na perspectiva crítico-dialética, do feminismo marxista e com forte influência do pensamento gramsciano, foi utilizado como recurso o software NVivo e a análise de conteúdo, com a elaboração de diferentes gráficos para visualização das postagens, incluindo a análise temática e de frequência de palavras, através da exposição de Mapa, Árvore e Nuvem de Palavras e de gráficos de Clusters. Como resultados principais, a pesquisa evidencia a presença de diferentes forças na disputa ideológica e na luta pela hegemonia, que incide sobre o fenômeno da violência contra as mulheres. Identifica-se a elaboração de concepções sobre violências que adentram o cotidiano e as esferas da organização política e social, com destaques para as dimensões física e moral e cultural, bem como, a necessidade de visibilidade do fenômeno que demanda a participação de mulheres na política e requer a construção de políticas públicas efetivas pelo Estado. Como um movimento contra hegemônico, é possível vislumbrar a organização das lutas e o aumento de denúncias feitas no ambiente virtual, em que são divulgados conhecimentos sobre as pautas que envolvem o fenômeno da VCM, evidenciando temas relevantes como a violência sexual e o aborto, o que propicia a identificação  e reconhecimento das mulheres com situações de violências através da troca de experiências, contribui para a formação do pensamento crítico, bem como incentiva a participação social na luta pela superação de situações opressoras e violentas.

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  • ÁLISON CLEITON DE ARAÚJO
  • A MERCADORIZAÇÃO DOS SERVIÇOS SOCIAIS PÚBLICOS: Tendências contemporâneas e inflexões no exercício profissional de assistentes sociais

  • Orientador : ANA ELIZABETE FIUZA SIMOES DA MOTA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAQUEL RAICHELIS DEGENSZAJN
  • ANA ELIZABETE FIUZA SIMOES DA MOTA
  • MARIA AUGUSTA TAVARES
  • RAQUEL CAVALCANTE SOARES
  • RICARDO LARA
  • Data: 11/07/2022

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  • Esta tese analisa a tendência contemporânea de captura dos serviços sociais públicos à lógica do capital. Trata-se de um processo em curso de subsunção da gestão e execução das políticas sociais e funcionamento das instituições públicas no Brasil aos imperativos da iniciativa privada. De modo particular, analisa as implicações desse novo fenômeno no exercício profissional de assistentes sociais, buscando apreender os desdobramentos no perfil profissional, nas relações e condições de trabalho, no conteúdo e organização do trabalho de assistentes sociais e inflexões na direção social estratégica da profissão. A argumentação central é a de que há um processo latente de expansão das relações capitalistas no âmbito do provimento público de direitos sociais e humanos e que sinaliza para uma tendência de mercadorização dos serviços sociais públicos. Diante disso, problematizamos as mudanças contemporâneas nas instituições e serviços públicos, em especial, aquelas relacionadas às políticas sociais, discorrendo sobre os processos macrossociais e as mediações conjunturais que inflexionam transformações na execução das políticas sociais. Para realizar tal análise, recorremos à pesquisa bibliográfica com fundamento na teoria social crítica. Em especial, utilizamos obras de Marx e de autores marxistas, objetivando, assim, apreender as transformações contemporâneas da dinâmica capitalista em crise e suas implicações no âmbito dos serviços sociais públicos. Ademais, realizamos uma pesquisa documental com base nos processos licitatórios e contratos administrativos de dispensa e inexigibilidade de licitações em todo território nacional, nos três poderes (Executivo, Judiciário e Legislativo) e nas esferas do governo (federal, estadual, distrital e municipal) que versam sobre a contratação de serviços técnico-profissionais, envolvendo as necessidades de profissionais assistentes sociais, no período de 2014 a 2020. A pesquisa identificou que a realidade contemporânea da acumulação capitalista e sua relação com o Estado aponta para a crescente transformação de serviços sociais públicos em nichos valorativos para os capitais. Sustentamos, no rastro dessa afirmação, que esses vetores afetam diretamente o exercício profissional da/o assistente social e sinalizam para intensificação e precarização das relações e condições de trabalho. Outrossim, indicam o engessamento das requisições técnico-operativas e limites para o exercício das competências e atribuições profissionais, bem como imprimem novos desafios para a cultura profissional que nutre o projeto ético-político profissional.


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  • Esta tese analisa a tendência contemporânea de captura dos serviços sociais públicos à lógica do capital. Trata-se de um processo em curso de subsunção da gestão e execução das políticas sociais e funcionamento das instituições públicas no Brasil aos imperativos da iniciativa privada. De modo particular, analisa as implicações desse novo fenômeno no exercício profissional de assistentes sociais, buscando apreender os desdobramentos no perfil profissional, nas relações e condições de trabalho, no conteúdo e organização do trabalho de assistentes sociais e inflexões na direção social estratégica da profissão. A argumentação central é a de que há um processo latente de expansão das relações capitalistas no âmbito do provimento público de direitos sociais e humanos e que sinaliza para uma tendência de mercadorização dos serviços sociais públicos. Diante disso, problematizamos as mudanças contemporâneas nas instituições e serviços públicos, em especial, aquelas relacionadas às políticas sociais, discorrendo sobre os processos macrossociais e as mediações conjunturais que inflexionam transformações na execução das políticas sociais. Para realizar tal análise, recorremos à pesquisa bibliográfica com fundamento na teoria social crítica. Em especial, utilizamos obras de Marx e de autores marxistas, objetivando, assim, apreender as transformações contemporâneas da dinâmica capitalista em crise e suas implicações no âmbito dos serviços sociais públicos. Ademais, realizamos uma pesquisa documental com base nos processos licitatórios e contratos administrativos de dispensa e inexigibilidade de licitações em todo território nacional, nos três poderes (Executivo, Judiciário e Legislativo) e nas esferas do governo (federal, estadual, distrital e municipal) que versam sobre a contratação de serviços técnico-profissionais, envolvendo as necessidades de profissionais assistentes sociais, no período de 2014 a 2020. A pesquisa identificou que a realidade contemporânea da acumulação capitalista e sua relação com o Estado aponta para a crescente transformação de serviços sociais públicos em nichos valorativos para os capitais. Sustentamos, no rastro dessa afirmação, que esses vetores afetam diretamente o exercício profissional da/o assistente social e sinalizam para intensificação e precarização das relações e condições de trabalho. Outrossim, indicam o engessamento das requisições técnico-operativas e limites para o exercício das competências e atribuições profissionais, bem como imprimem novos desafios para a cultura profissional que nutre o projeto ético-político profissional.

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  • JOSE WHELLISON BRITO DOS SANTOS
  • O conteúdo do trabalho da/o assistente social na contrarreforma da Política de Assistência Social brasileira

  • Orientador : JULIANE FEIX PERUZZO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JULIANE FEIX PERUZZO
  • MARCELO SITCOVSKY SANTOS PEREIRA
  • RAQUEL CAVALCANTE SOARES
  • SHEYLA SUELY DE SOUZA SILVA
  • SÉBASTIEN ANTOINE
  • Data: 09/12/2022

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  • a adoção da programática ultraneoliberal enquanto resposta a mais um episódio de crise capitalista foi o terreno onde desenvolvemos as reflexões acerca da conjuntura brasileira pós-golpe de 2016, da Política de Assistência Social (PAS) e do trabalho da/o assistente social. A presente pesquisa partiu do pressuposto que tais mudanças conjunturais da realidade mundial e nacional, estruturadas pela continuidade de uma modelo flexível de acumulação e produção, impeliam alterações no conteúdo do trabalho das/os assistentes sociais, particularmente nas demandas, no controle e na produtividade do trabalho. O aumento do fenômeno da pobreza, expressão da fase de crise capitalista, encontra na PAS uma das formas de intervenção do Estado monopolista nessa nodal expressão da questão social. Desde uma via ultraneoliberal a contrarreforma da PAS foi realizada na reformulação dos seus dois principais eixos, os programas de transferência de renda e o Sistema Único de Assistência Social (SUAS), endossando em diferentes medidas a fascistização do governo brasileiro no pós-golpe de 2016. O objetivo da pesquisa foi analisar impactos desse processo no conteúdo do trabalho do/a assistente social no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), intensificado pela pandemia de Covid-19, momento em que a PAS foi colocada no centro das contradições econômico-políticas, tanto na sua classificação como um dos serviços essenciais quanto no uso de programas como o Auxílio Emergencial. Para tanto, valendo-se da teoria do valor marxiana, do materialismo histórico-dialético e da metodologia do estudo de caso ampliado de Burawoy, foi realizada uma pesquisa empírica, a partir de observação participante e entrevistas, junto a quatro assistentes sociais vinculados/as a dois CRAS situados no bairro do Ibura, em Recife – PE, durante os meses de junho, julho e agosto de 2021, segundo ano de duração da pandemia de Covid-19. Os profissionais foram convocados a objetivar prestações públicas frente ao crescimento do fenômeno da pobreza, especialmente no desenvolvimento de atividades relacionadas a Benefícios Eventuais (BE), na forma de cestas básicas, e de processos do Benefício de Prestação Continuada (BPC). Os resultados foram sintetizados na tese de que a contrarreforma da PAS, desdobramento da renovação do programa neoliberal do pós-golpe de 2016, foi fortemente disputada pela cultura profissional democrática impressa no conteúdo do trabalho do assistente social no CRAS.


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  • a adoção da programática ultraneoliberal enquanto resposta a mais um episódio de crise capitalista foi o terreno onde desenvolvemos as reflexões acerca da conjuntura brasileira pós-golpe de 2016, da Política de Assistência Social (PAS) e do trabalho da/o assistente social. A presente pesquisa partiu do pressuposto que tais mudanças conjunturais da realidade mundial e nacional, estruturadas pela continuidade de uma modelo flexível de acumulação e produção, impeliam alterações no conteúdo do trabalho das/os assistentes sociais, particularmente nas demandas, no controle e na produtividade do trabalho. O aumento do fenômeno da pobreza, expressão da fase de crise capitalista, encontra na PAS uma das formas de intervenção do Estado monopolista nessa nodal expressão da questão social. Desde uma via ultraneoliberal a contrarreforma da PAS foi realizada na reformulação dos seus dois principais eixos, os programas de transferência de renda e o Sistema Único de Assistência Social (SUAS), endossando em diferentes medidas a fascistização do governo brasileiro no pós-golpe de 2016. O objetivo da pesquisa foi analisar impactos desse processo no conteúdo do trabalho do/a assistente social no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), intensificado pela pandemia de Covid-19, momento em que a PAS foi colocada no centro das contradições econômico-políticas, tanto na sua classificação como um dos serviços essenciais quanto no uso de programas como o Auxílio Emergencial. Para tanto, valendo-se da teoria do valor marxiana, do materialismo histórico-dialético e da metodologia do estudo de caso ampliado de Burawoy, foi realizada uma pesquisa empírica, a partir de observação participante e entrevistas, junto a quatro assistentes sociais vinculados/as a dois CRAS situados no bairro do Ibura, em Recife – PE, durante os meses de junho, julho e agosto de 2021, segundo ano de duração da pandemia de Covid-19. Os profissionais foram convocados a objetivar prestações públicas frente ao crescimento do fenômeno da pobreza, especialmente no desenvolvimento de atividades relacionadas a Benefícios Eventuais (BE), na forma de cestas básicas, e de processos do Benefício de Prestação Continuada (BPC). Os resultados foram sintetizados na tese de que a contrarreforma da PAS, desdobramento da renovação do programa neoliberal do pós-golpe de 2016, foi fortemente disputada pela cultura profissional democrática impressa no conteúdo do trabalho do assistente social no CRAS.

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  • FABIANA MARIA DA COSTA
  • Universidade Empreendedora: nova forma social da Universidade Pública Brasileira no século XXI e as implicações para sua função social

  • Orientador : ANGELA SANTANA DO AMARAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANGELA SANTANA DO AMARAL
  • EPITACIO MACARIO MOURA
  • JAMERSON ANTONIO DE ALMEIDA DA SILVA
  • JULIANE FEIX PERUZZO
  • SÉBASTIEN ANTOINE
  • Data: 12/12/2022

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  • A presente tese de doutorado trata das tendências recentes do modelo de universidade empreendedora e realiza o exame da incorporação da ideologia empreendedora e da inovação na lógica da instituição e o que esse processo revela quanto à relação entre a universidade e os interesses privados, a partir do chamado período neodesenvolvimentista. Teve como objetivo analisar as expressões e mecanismos institucionais que conferem materialidade à Universidade Empreendedora, nos marcos do capitalismo dependente periférico e na particularidade da região nordestina do país, buscando evidenciar as parcerias realizadas com o setor privado e as interpelações que esse modelo de universidade realiza de modo a alterar a função social da universidade. O campo de análise da pesquisa foi composto por duas importantes universidades do estado de Pernambuco, a Universidade Federal de Pernambuco - UFPE e a Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE. Pudemos identificar que houve um estímulo às ações voltadas ao desenvolvimento, à pesquisa e à produção de Ciência e Tecnologia no interior das universidades brasileiras, nos seus programas de pós-graduação, iniciado na década de 1960 e intensificado mais recentemente, nos governos do Partido dos Trabalhadores (PT), no qual a pesquisa e as Políticas de C&T desenvolvidas nas universidades se ampliaram, mas sem romper com as bases heteronômicas e dependentes. Foram intensificadas as ações para que as universidades assumissem ainda mais tais funções, com a criação de regulamentações que permitissem relações ainda mais próximas das instituições com as empresas, dentre elas, a criação da Lei de Inovação Tecnológica e do Novo Marco de Ciência Tecnologia e Inovação. Neste contexto, o modelo de universidade empreendedora tem sido extremamente funcional, pois a partir dele e com o corte crescente do orçamento público para as políticas sociais, a universidade se volta à lógica de gestão na qual a busca por recursos privados é fomentada, através da venda de serviços e produtos tecnológicos demandados pelas empresas, que historicamente pouco investem na promoção direta de pesquisas e inovação em centros de pesquisas próprios. O fenômeno do qual partimos consiste na assimilação do empreendedorismo e da inovação como parte de um discurso que defende a reestruturação e a inserção de novas práticas de gestão do ensino superior público, em direção aos novos modelos e formatos organizacionais. Este trabalho está amparado no método crítico-dialético marxista e consistiu em uma pesquisa de caráter qualitativo, que teve como metodologia uma pesquisa bibliográfica e documental, a partir de documentos públicos emanados do Estado e das próprias instituições pesquisadas. Como principais resultados, a pesquisa evidenciou que o novo modelo de universidade no Brasil constituído em torno da ideologia empreendedora e da inovação tem antecedentes internacionais e encontra no Estado o seu principal fomentador. A difusão da ideologia empreendedora nas universidades incorpora a defesa de um novo modelo de financiamento dessas instituições, que libera o fundo público em favor dos interesses privatistas e mercadológicos. Concluímos que a “Universidade Empreendedora” tem se constituído como uma nova forma social que, ao se consolidar, implica no tensionamento e na redefinição da função social histórica da universidade e do seu tripé ensino-pesquisa-extensão, que tem se colocado hegemonicamente em estreita consonância com as novas configurações das relações capitalistas em sua fase financeira e ultraneoliberal, não obstante os enfrentamentos realizados.


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  • A presente tese de doutorado trata das tendências recentes do modelo de universidade empreendedora e realiza o exame da incorporação da ideologia empreendedora e da inovação na lógica da instituição e o que esse processo revela quanto à relação entre a universidade e os interesses privados, a partir do chamado período neodesenvolvimentista. Teve como objetivo analisar as expressões e mecanismos institucionais que conferem materialidade à Universidade Empreendedora, nos marcos do capitalismo dependente periférico e na particularidade da região nordestina do país, buscando evidenciar as parcerias realizadas com o setor privado e as interpelações que esse modelo de universidade realiza de modo a alterar a função social da universidade. O campo de análise da pesquisa foi composto por duas importantes universidades do estado de Pernambuco, a Universidade Federal de Pernambuco - UFPE e a Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE. Pudemos identificar que houve um estímulo às ações voltadas ao desenvolvimento, à pesquisa e à produção de Ciência e Tecnologia no interior das universidades brasileiras, nos seus programas de pós-graduação, iniciado na década de 1960 e intensificado mais recentemente, nos governos do Partido dos Trabalhadores (PT), no qual a pesquisa e as Políticas de C&T desenvolvidas nas universidades se ampliaram, mas sem romper com as bases heteronômicas e dependentes. Foram intensificadas as ações para que as universidades assumissem ainda mais tais funções, com a criação de regulamentações que permitissem relações ainda mais próximas das instituições com as empresas, dentre elas, a criação da Lei de Inovação Tecnológica e do Novo Marco de Ciência Tecnologia e Inovação. Neste contexto, o modelo de universidade empreendedora tem sido extremamente funcional, pois a partir dele e com o corte crescente do orçamento público para as políticas sociais, a universidade se volta à lógica de gestão na qual a busca por recursos privados é fomentada, através da venda de serviços e produtos tecnológicos demandados pelas empresas, que historicamente pouco investem na promoção direta de pesquisas e inovação em centros de pesquisas próprios. O fenômeno do qual partimos consiste na assimilação do empreendedorismo e da inovação como parte de um discurso que defende a reestruturação e a inserção de novas práticas de gestão do ensino superior público, em direção aos novos modelos e formatos organizacionais. Este trabalho está amparado no método crítico-dialético marxista e consistiu em uma pesquisa de caráter qualitativo, que teve como metodologia uma pesquisa bibliográfica e documental, a partir de documentos públicos emanados do Estado e das próprias instituições pesquisadas. Como principais resultados, a pesquisa evidenciou que o novo modelo de universidade no Brasil constituído em torno da ideologia empreendedora e da inovação tem antecedentes internacionais e encontra no Estado o seu principal fomentador. A difusão da ideologia empreendedora nas universidades incorpora a defesa de um novo modelo de financiamento dessas instituições, que libera o fundo público em favor dos interesses privatistas e mercadológicos. Concluímos que a “Universidade Empreendedora” tem se constituído como uma nova forma social que, ao se consolidar, implica no tensionamento e na redefinição da função social histórica da universidade e do seu tripé ensino-pesquisa-extensão, que tem se colocado hegemonicamente em estreita consonância com as novas configurações das relações capitalistas em sua fase financeira e ultraneoliberal, não obstante os enfrentamentos realizados.

2021
Dissertações
1
  • CAMILA RACHEL LIRA SILVA BATISTA
  • MEDICALIZAÇÃO DA SAÚDE E ESTETIZAÇÃO DA VIDA: cultura fitness e Política de Saúde no Brasil

  • Orientador : MARCO ANTONIO MONDAINI DE SOUZA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCO ANTONIO MONDAINI DE SOUZA
  • RAQUEL CAVALCANTE SOARES
  • KATHLEEN ELANE LEAL VASCONCELOS
  • Data: 26/02/2021

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  • O debate do “bem-estar”, a partir da aparência e das condições do corpo, tem ganhado destaque na contemporaneidade. Esse fenômeno de valorização dos parâmetros estéticos, sob o crivo do discurso do “saudável”, é denominado de “estetização da vida”. O presente trabalho buscou analisar as tendências da “estetização da vida” na Política de Saúde brasileira e nos programas e recomendações do Ministério da Saúde (MS). Na tessitura da política do país, há diretrizes e normativas sanitárias que focam na alteração individual do comportamento e em ações que incentivam uma vida ativa, o emagrecimento e-, a realização de atividades físicas que, além de ter relação com a expansão das Doenças Crônicas Não Transmissíveis, têm associações com o ideário da “estetização da vida”. Esse debate configura um terreno sinuoso e repleto de tensões conceituais e ideopolíticas que integra a busca do neoliberalismo por uma nova hegemonia, especialmente ao passar a ideia de que “cuidar do corpo” refere-se a um interesse de todos, passando os interesses privados a serem vistos como interesses públicos. A questão central desse estudo foi entender de que modo esse processo da “estetização da vida”, que vem se impondo no mundo desde 1990, tornou-se hegemônico a ponto de influenciar as políticas públicas de saúde no Brasil. Com isso, buscou-se identificar os fundamentos sócio-históricos e ideopolíticos do processo de afirmação da “estetização da vida” e analisar a construção de sua hegemonia a fim de identificar, nas diretrizes da política pública de saúde brasileira e nos dados estatísticos do mercado fitness, os elementos da cultura liberal individualista responsáveis pelo seu fortalecimento. Para tanto, foi realizado um estudo a partir do método crítico-dialético e, como recurso metodológico, foi realizado um estudo teórico-conceitual e a pesquisa documental. O documento analisado foi a Política Nacional de Promoção da Saúde e os programas do MS, tais como: Programa Academia da Saúde, Projeto Academia Recife, o Guia Alimentar para População Brasileira e as demais recomendações lançadas pelo MS. Constatou-se diversas contradições, pois, se de um lado, a política e as recomendações criam condições de acesso ao conhecimento de modos de preparação de alimentos saudáveis e à prática de atividade física, ao mesmo tempo que possui tendências do ideário da “estetização da vida” ao focar no individuo enquanto responsável por sua conduta alimentar, abordar o peso corporal enquanto estratégia para se manter “saudável”, desconsiderando as condições de vida e trabalho; pode ser também considerado, por outro lado, materiais contra hegemônicos, na medida em que são alvos de ataques de grandes indústrias e do próprio Estado, por esbarrar nos interesses econômicos dos grandes conglomerados. Além disso, constatou-se elementos representativos de um mercado fitness em ascensão que vem obtendo altos índices de lucratividade ao se apropriar do discurso do “bem-estar”, da beleza, da vitalidade e da estética. Portanto, é indiscutível a imprescindibilidade do aprofundamento da discussão crítica da temática, uma vez que se trata de um ideário que vem se colocando sobremaneira no cotidiano dos sujeitos.

     


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  • O debate do “bem-estar”, a partir da aparência e das condições do corpo, tem ganhado destaque na contemporaneidade. Esse fenômeno de valorização dos parâmetros estéticos, sob o crivo do discurso do “saudável”, é denominado de “estetização da vida”. O presente trabalho buscou analisar as tendências da “estetização da vida” na Política de Saúde brasileira e nos programas e recomendações do Ministério da Saúde (MS). Na tessitura da política do país, há diretrizes e normativas sanitárias que focam na alteração individual do comportamento e em ações que incentivam uma vida ativa, o emagrecimento e-, a realização de atividades físicas que, além de ter relação com a expansão das Doenças Crônicas Não Transmissíveis, têm associações com o ideário da “estetização da vida”. Esse debate configura um terreno sinuoso e repleto de tensões conceituais e ideopolíticas que integra a busca do neoliberalismo por uma nova hegemonia, especialmente ao passar a ideia de que “cuidar do corpo” refere-se a um interesse de todos, passando os interesses privados a serem vistos como interesses públicos. A questão central desse estudo foi entender de que modo esse processo da “estetização da vida”, que vem se impondo no mundo desde 1990, tornou-se hegemônico a ponto de influenciar as políticas públicas de saúde no Brasil. Com isso, buscou-se identificar os fundamentos sócio-históricos e ideopolíticos do processo de afirmação da “estetização da vida” e analisar a construção de sua hegemonia a fim de identificar, nas diretrizes da política pública de saúde brasileira e nos dados estatísticos do mercado fitness, os elementos da cultura liberal individualista responsáveis pelo seu fortalecimento. Para tanto, foi realizado um estudo a partir do método crítico-dialético e, como recurso metodológico, foi realizado um estudo teórico-conceitual e a pesquisa documental. O documento analisado foi a Política Nacional de Promoção da Saúde e os programas do MS, tais como: Programa Academia da Saúde, Projeto Academia Recife, o Guia Alimentar para População Brasileira e as demais recomendações lançadas pelo MS. Constatou-se diversas contradições, pois, se de um lado, a política e as recomendações criam condições de acesso ao conhecimento de modos de preparação de alimentos saudáveis e à prática de atividade física, ao mesmo tempo que possui tendências do ideário da “estetização da vida” ao focar no individuo enquanto responsável por sua conduta alimentar, abordar o peso corporal enquanto estratégia para se manter “saudável”, desconsiderando as condições de vida e trabalho; pode ser também considerado, por outro lado, materiais contra hegemônicos, na medida em que são alvos de ataques de grandes indústrias e do próprio Estado, por esbarrar nos interesses econômicos dos grandes conglomerados. Além disso, constatou-se elementos representativos de um mercado fitness em ascensão que vem obtendo altos índices de lucratividade ao se apropriar do discurso do “bem-estar”, da beleza, da vitalidade e da estética. Portanto, é indiscutível a imprescindibilidade do aprofundamento da discussão crítica da temática, uma vez que se trata de um ideário que vem se colocando sobremaneira no cotidiano dos sujeitos.

     

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  • BIA SANTOS CORREIA
  • Estado Social e Estado Punitivo: Sistema de Proteção à Infância, Adolescência e Juventude em Portugal

  • Orientador : ANA CRISTINA BRITO ARCOVERDE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CRISTINA BRITO ARCOVERDE
  • HELENA LUCIA AUGUSTO CHAVES
  • VALERIA NEPOMUCENO TELES DE MENDONCA
  • Data: 30/06/2021

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  • O presente trabalho dissertativo principia-se com um sobrevoo reflexivo sobre os espaços ocupados pelo sistema punitivo no estado de bem-estar social, visando delinear qual o papel do Estado na permissa desta ocupação, questionando os interesses do capitalismo, aclamados pelo neoliberalismo, na proliferação desta lógica penalizadora, para, por fim, analisar e explorar os novos desafios, espaços e formas da penalização contemporânea. Tais fenômenos buscam, por um lado, ganhar força gestando um espaço discursivo no qual se conecta crime e punição sob o interesse motivado pela criminalização da pobreza perpetuada pelas políticas Estatais. A investigação inicial explora, neste sentido, os novos desafios e demandas da contemporaneidade, apresentando como ponto de partida a discussão sobre a relação do Estado com a pobreza no período histórico imediatamente anterior ao contexto neoliberal, para, de posse de seus fundamentos teóricos, dar continuidade ao debate sobre a questão penal do Estado, os novos espaços e configurações de sua lógica punitivista e quais os interesses em jogo. Desta feita, partindo de tais pressupostos a pesquisa intenta aprofundar a legislação medular que pauta a regência do sistema protetivo português e orienta as famílias, as comunidades, as instituições e as entidades na intervenção protetiva e promotora dos direitos tanto das crianças, como dos jovens, apresentando o referencial histórico-político desta mesma legislação. Assim, em continuidade com as análises precedentes, apresenta-se o sistema de proteção infantil e juvenil em Portugal, através de uma crítica das expressões do seu conservadorismo ao longo da história, em vistas de possibilitar um aprofundamento específico para a compreensão da dinâmica política, socioeconômica e conjuntural lusitana. Neste ínterim, revela-se como necessidade essencial a reflexão acerca do percurso histórico testemunhado pelo século XIX, enquanto intento de contextualizar a situação do país um pouco antes da efetiva criação da Lei de Proteção à Infância; acrescentando, de igual modo, os principais objetivos que levaram à sua edificação e vigente estabelecimento. Por último, tratar-se-á tanto do projeto de validação ideológica da responsabilização social das funções protetivas estatais e quanto da reflexão sobre a legislação que fundamenta a substituição do Estado Social pelo Estado Penal.


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  • O presente trabalho dissertativo principia-se com um sobrevoo reflexivo sobre os espaços ocupados pelo sistema punitivo no estado de bem-estar social, visando delinear qual o papel do Estado na permissa desta ocupação, questionando os interesses do capitalismo, aclamados pelo neoliberalismo, na proliferação desta lógica penalizadora, para, por fim, analisar e explorar os novos desafios, espaços e formas da penalização contemporânea. Tais fenômenos buscam, por um lado, ganhar força gestando um espaço discursivo no qual se conecta crime e punição sob o interesse motivado pela criminalização da pobreza perpetuada pelas políticas Estatais. A investigação inicial explora, neste sentido, os novos desafios e demandas da contemporaneidade, apresentando como ponto de partida a discussão sobre a relação do Estado com a pobreza no período histórico imediatamente anterior ao contexto neoliberal, para, de posse de seus fundamentos teóricos, dar continuidade ao debate sobre a questão penal do Estado, os novos espaços e configurações de sua lógica punitivista e quais os interesses em jogo. Desta feita, partindo de tais pressupostos a pesquisa intenta aprofundar a legislação medular que pauta a regência do sistema protetivo português e orienta as famílias, as comunidades, as instituições e as entidades na intervenção protetiva e promotora dos direitos tanto das crianças, como dos jovens, apresentando o referencial histórico-político desta mesma legislação. Assim, em continuidade com as análises precedentes, apresenta-se o sistema de proteção infantil e juvenil em Portugal, através de uma crítica das expressões do seu conservadorismo ao longo da história, em vistas de possibilitar um aprofundamento específico para a compreensão da dinâmica política, socioeconômica e conjuntural lusitana. Neste ínterim, revela-se como necessidade essencial a reflexão acerca do percurso histórico testemunhado pelo século XIX, enquanto intento de contextualizar a situação do país um pouco antes da efetiva criação da Lei de Proteção à Infância; acrescentando, de igual modo, os principais objetivos que levaram à sua edificação e vigente estabelecimento. Por último, tratar-se-á tanto do projeto de validação ideológica da responsabilização social das funções protetivas estatais e quanto da reflexão sobre a legislação que fundamenta a substituição do Estado Social pelo Estado Penal.

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  • FABÍOLA ARAÚJO DA SILVA
  • TRABALHO AMBULANTE NOS ESPAÇOS DO METRÔ DO RECIFE: ESTRATÉGIA DE SOBREVIVÊNCIA DA CLASSE TRABALHADORA E, OU ESTRATÉGIA DE ACUMULAÇÃO DE CAPITAL?

  • Orientador : ANA CRISTINA BRITO ARCOVERDE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ADILSON MARQUES GENNARI
  • ANA CRISTINA BRITO ARCOVERDE
  • HELENA LUCIA AUGUSTO CHAVES
  • Data: 30/06/2021

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  • Trata-se de projeto de pesquisa na temática do trabalho, especificamente do trabalho ambulante entendido como estratégia de sobrevivência do trabalhador e, ou de acumulação do capital comercial local, apresentado e aprovado pela banca de qualificação no Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da UFPE, e consiste em parte dos requisitos para a obtenção do grau de mestre em Serviço Social. O interesse pela temática do trabalho ambulante surgiu desde a graduação em Serviço Social, a partir de inquietações suscitadas pelos debates e discussões, no processo de aquisição teórica, proporcionados pelas disciplinas cursadas. Ademais, a vivência e observação do real proporcionaram impressões, inquietações e interesses em desvendar a essência da dinâmica do trabalho no comércio ambulante, e que vem se desdobrando nos espaços do metrô do Recife. Ao final da graduação, as inquietações e estudos resultaram numa primeira aproximação com o trabalho de conclusão de curso, intitulado: “O trabalho informal nos espaços do sistema metroviário do Recife e Região Metropolitana (RMR)”. A partir de uma perspectiva crítica, caracterizou-se o trabalho no comércio informal nos espaços do Sistema Metroviário do Recife e (RMR) e construiu-se um perfil dos vendedores ambulantes, particularizando as seguintes variáveis: gênero/sexo, idade, escolaridade, renda, relações de trabalho anteriores ao comércio informal. Do trabalho de conclusão do curso de Serviço Social permaneceram alguns questionamentos em torno da temática, como: qual a essência do fenômeno? O que esse fenômeno revela, ou tem a ver com o processo de acumulação do capital, já que todo trabalho encontra-se inserido na dinâmica capitalista? Questionamentos que requerem aprofundamento e que superam a caracterização do trabalho no comércio ambulante, a sistematização das condições em que essa atividade é desenvolvida, e o perfil dos vendedores ambulantes. Pretende-se agora com essa investigação aprofundar o conhecimento teórico/prático e aproxima-se ainda mais do fenômeno buscando sua essência, explorando a relação entre o trabalho ambulante e a acumulação do capital. Desvendar o essencial do fenômeno aparente permite responder aquele questionamento, seja: ao como o trabalho precário dos vendedores ambulantes nos espaços do metrô do Recife é uma estratégia tanto para garantir a sobrevivência do trabalhador (aparência), como é essencial ao ciclo de produção capitalista para garantir a acumulação do capital comercial local (essência).


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  • Trata-se de projeto de pesquisa na temática do trabalho, especificamente do trabalho ambulante entendido como estratégia de sobrevivência do trabalhador e, ou de acumulação do capital comercial local, apresentado e aprovado pela banca de qualificação no Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da UFPE, e consiste em parte dos requisitos para a obtenção do grau de mestre em Serviço Social. O interesse pela temática do trabalho ambulante surgiu desde a graduação em Serviço Social, a partir de inquietações suscitadas pelos debates e discussões, no processo de aquisição teórica, proporcionados pelas disciplinas cursadas. Ademais, a vivência e observação do real proporcionaram impressões, inquietações e interesses em desvendar a essência da dinâmica do trabalho no comércio ambulante, e que vem se desdobrando nos espaços do metrô do Recife. Ao final da graduação, as inquietações e estudos resultaram numa primeira aproximação com o trabalho de conclusão de curso, intitulado: “O trabalho informal nos espaços do sistema metroviário do Recife e Região Metropolitana (RMR)”. A partir de uma perspectiva crítica, caracterizou-se o trabalho no comércio informal nos espaços do Sistema Metroviário do Recife e (RMR) e construiu-se um perfil dos vendedores ambulantes, particularizando as seguintes variáveis: gênero/sexo, idade, escolaridade, renda, relações de trabalho anteriores ao comércio informal. Do trabalho de conclusão do curso de Serviço Social permaneceram alguns questionamentos em torno da temática, como: qual a essência do fenômeno? O que esse fenômeno revela, ou tem a ver com o processo de acumulação do capital, já que todo trabalho encontra-se inserido na dinâmica capitalista? Questionamentos que requerem aprofundamento e que superam a caracterização do trabalho no comércio ambulante, a sistematização das condições em que essa atividade é desenvolvida, e o perfil dos vendedores ambulantes. Pretende-se agora com essa investigação aprofundar o conhecimento teórico/prático e aproxima-se ainda mais do fenômeno buscando sua essência, explorando a relação entre o trabalho ambulante e a acumulação do capital. Desvendar o essencial do fenômeno aparente permite responder aquele questionamento, seja: ao como o trabalho precário dos vendedores ambulantes nos espaços do metrô do Recife é uma estratégia tanto para garantir a sobrevivência do trabalhador (aparência), como é essencial ao ciclo de produção capitalista para garantir a acumulação do capital comercial local (essência).

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  • PAMELA KAROLINE LINS ALVES
  • O PROTAGONISMO DO ESTADO NA SUPERCAPITALIZAÇÃO DA POLÍTICA DE SAÚDE: O FORTALECIMENTO DA SAÚDE SUPLEMENTAR EM DEBATE.

  • Orientador : ANA CRISTINA DE SOUZA VIEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CRISTINA DE SOUZA VIEIRA
  • RAQUEL CAVALCANTE SOARES
  • EVANDRO ALVES BARBOSA FILHO
  • MARIA VALÉRIA COSTA CORREIA
  • Data: 27/07/2021

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  • Esta dissertação tem como principal objetivo analisar o papel do Estado na viabilização da mercantilização da saúde por meio de incentivos à saúde suplementar nos governos Temer e Bolsonaro. Para isso, partiu-se do método materialista histórico e dialético, julgando ser o que possibilita maior aproximação e compreensão do real, através da análise das contradições, mediações e determinações que o perpassam. Neste sentido, utilizou-se a pesquisa bibliográfica e documental. A primeira foi essencial para, a partir de uma base teórico-crítica sobre os processos de crise capitalista em Marx, compreender o atual momento de hegemonia neoliberal, que tem se radicalizado para garantir as taxas de lucros via supercapitalização dos bens sociais. Além disso, a pesquisa bibliográfica permitiu, por meio de um aprofundado estudo das teorias, compreender a dinâmica da atual conjuntura que levou ao golpe de 2016 e à eleição de Bolsonaro. A pesquisa documental nos possibilitou caracterizar as ações do Estado na viabilização da mercantilização da saúde, que teve centralidade no fortalecimento da saúde suplementar, delimitado desde os governos do PT, porém, com enfoque nos governos de Temer e de Bolsonaro. As análises foram feitas a partir de documentos relativos aos planos de governo de Michel Temer e Jair Bolsonaro, de documentos do IPEA, documentos do grupo Coalizão Saúde Brasil. Dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e ao Demonstrativo dos Gastos Tributários – PLOA, e da base de dados da Receita Federal (2003 a 2019). Por fim, analisou-se a Portaria N° 1.432, 4 de agosto de 2016 e o ofício N° 60-GS, 18 de janeiro de 2017, da Secretaria de Atenção à Saúde. Os resultados desta pesquisa indicam condições essenciais para a luta de classes em torno da defesa do SUS público-estatal, com isso, chegou-se às seguintes conclusões: o atual processo de desfinanciamento do SUS inviabiliza seu avanço enquanto principal política pública de caráter universal, abrindo enormes brechas para a mercantilização da saúde. Os governos Temer e Bolsonaro têm agido em consonância para favorecer uma nova estrutura de saúde que impossibilite futuras crises do mercado de saúde suplementar. Para finalizar, as atuais tendências apontam para uma reconfiguração no sistema de saúde brasileiro, através da supercapitalização, em que a saúde suplementar se torna o principal meio de acesso à saúde no Brasil, destruindo os princípios do SUS, garantidos nas normas legislativas e constitucionais, atreladas à perspectiva da reforma sanitária.


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  • Esta dissertação tem como principal objetivo analisar o papel do Estado na viabilização da mercantilização da saúde por meio de incentivos à saúde suplementar nos governos Temer e Bolsonaro. Para isso, partiu-se do método materialista histórico e dialético, julgando ser o que possibilita maior aproximação e compreensão do real, através da análise das contradições, mediações e determinações que o perpassam. Neste sentido, utilizou-se a pesquisa bibliográfica e documental. A primeira foi essencial para, a partir de uma base teórico-crítica sobre os processos de crise capitalista em Marx, compreender o atual momento de hegemonia neoliberal, que tem se radicalizado para garantir as taxas de lucros via supercapitalização dos bens sociais. Além disso, a pesquisa bibliográfica permitiu, por meio de um aprofundado estudo das teorias, compreender a dinâmica da atual conjuntura que levou ao golpe de 2016 e à eleição de Bolsonaro. A pesquisa documental nos possibilitou caracterizar as ações do Estado na viabilização da mercantilização da saúde, que teve centralidade no fortalecimento da saúde suplementar, delimitado desde os governos do PT, porém, com enfoque nos governos de Temer e de Bolsonaro. As análises foram feitas a partir de documentos relativos aos planos de governo de Michel Temer e Jair Bolsonaro, de documentos do IPEA, documentos do grupo Coalizão Saúde Brasil. Dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e ao Demonstrativo dos Gastos Tributários – PLOA, e da base de dados da Receita Federal (2003 a 2019). Por fim, analisou-se a Portaria N° 1.432, 4 de agosto de 2016 e o ofício N° 60-GS, 18 de janeiro de 2017, da Secretaria de Atenção à Saúde. Os resultados desta pesquisa indicam condições essenciais para a luta de classes em torno da defesa do SUS público-estatal, com isso, chegou-se às seguintes conclusões: o atual processo de desfinanciamento do SUS inviabiliza seu avanço enquanto principal política pública de caráter universal, abrindo enormes brechas para a mercantilização da saúde. Os governos Temer e Bolsonaro têm agido em consonância para favorecer uma nova estrutura de saúde que impossibilite futuras crises do mercado de saúde suplementar. Para finalizar, as atuais tendências apontam para uma reconfiguração no sistema de saúde brasileiro, através da supercapitalização, em que a saúde suplementar se torna o principal meio de acesso à saúde no Brasil, destruindo os princípios do SUS, garantidos nas normas legislativas e constitucionais, atreladas à perspectiva da reforma sanitária.

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  • JENNIFER KATERINE MALDONADO CARTAGENA
  • Implicações do neoliberalismo na política nacional de resposta ao HIV/ AIDS na Colômbia

  • Orientador : ANA CRISTINA DE SOUZA VIEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CRISTINA DE SOUZA VIEIRA
  • MARIA SOLANGE GUERRA ROCHA
  • LAURA SUSANA DUQUE ARRAZOLA
  • EVANDRO ALVES BARBOSA FILHO
  • Data: 30/08/2021

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  • Este trabalho tem como objetivo analisar as implicações do neoliberalismo no Plan nacional de respuesta ante las Infecciones de transmisión sexual, el VIH, la Coinfección Tuberculosis/ VIH y las Hepatitis B y C, Colombia, 2018- 2021. Para esta investigação se utiliza a perspectiva do materialismo histórico-dialético como ferramenta analítica, que oferece elementos para a compreensão e apreensão da realidade, do contraditório e da complexidade das políticas sociais na contemporaneidade como processo histórico. Assim, realizou-se a análise de documentos oficiais, como o Plano Nacional de Resposta ao HIV/Aids, o Informe Epidemiológico e a Meta 90-90-90 da UNAIDS. Com base nas análises realizadas, identificou-se o uso do discurso da guerra como elemento de legitimação e expansão do neoliberalismo gerando a precarização das condições de vida e invisibilização da população mais vulnerável na Colômbia. Isto é refletido no atual sistema de saúde, constituído sob a efetivação da racionalidade neoliberal cujo maior expoente foi o Banco Mundial.  Assim, o direcionamento da política em resposta ao HIV/Aids responde aos interesses de mercado, limitando as respostas através de medidas biomédicas que dirigem estratégias e recursos à contenção de riscos e custos que aprofundam as desigualdades por classe, gênero e raça, se afastando de medidas que apontem uma resposta às demandas reais da população chave (homens que fazem sexo com homens, mulheres transgênero, mulheres trabalhadoras sexuais, população de rua, pessoas que se injetam drogas e população carcerária ) e prioritária (gestantes, pessoas com diagnóstico de tuberculose, de hepatite B e C, adolescentes e jovens, mulheres em situação de vulnerabilidade, população vítima do conflito armado, população deslocada ou migrante, consumidores de substâncias psicoativas, pessoas com diagnóstico de DST, população com deficiência, população indígena e afro descendente) na Colômbia.


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  • Este trabalho tem como objetivo analisar as implicações do neoliberalismo no Plan nacional de respuesta ante las Infecciones de transmisión sexual, el VIH, la Coinfección Tuberculosis/ VIH y las Hepatitis B y C, Colombia, 2018- 2021. Para esta investigação se utiliza a perspectiva do materialismo histórico-dialético como ferramenta analítica, que oferece elementos para a compreensão e apreensão da realidade, do contraditório e da complexidade das políticas sociais na contemporaneidade como processo histórico. Assim, realizou-se a análise de documentos oficiais, como o Plano Nacional de Resposta ao HIV/Aids, o Informe Epidemiológico e a Meta 90-90-90 da UNAIDS. Com base nas análises realizadas, identificou-se o uso do discurso da guerra como elemento de legitimação e expansão do neoliberalismo gerando a precarização das condições de vida e invisibilização da população mais vulnerável na Colômbia. Isto é refletido no atual sistema de saúde, constituído sob a efetivação da racionalidade neoliberal cujo maior expoente foi o Banco Mundial.  Assim, o direcionamento da política em resposta ao HIV/Aids responde aos interesses de mercado, limitando as respostas através de medidas biomédicas que dirigem estratégias e recursos à contenção de riscos e custos que aprofundam as desigualdades por classe, gênero e raça, se afastando de medidas que apontem uma resposta às demandas reais da população chave (homens que fazem sexo com homens, mulheres transgênero, mulheres trabalhadoras sexuais, população de rua, pessoas que se injetam drogas e população carcerária ) e prioritária (gestantes, pessoas com diagnóstico de tuberculose, de hepatite B e C, adolescentes e jovens, mulheres em situação de vulnerabilidade, população vítima do conflito armado, população deslocada ou migrante, consumidores de substâncias psicoativas, pessoas com diagnóstico de DST, população com deficiência, população indígena e afro descendente) na Colômbia.

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  • CLECIA PEREIRA DA SILVA
  • A TRANSIÇÃO AGROECOLÓGICA E A ATUAÇÃO DOS SUJEITOS POLÍTICOS NO FORTALECIMENTO DA PRODUÇÃO CAMPONESA: um estudo sobre a experiência no Sítio Palmeira Velha, Glória do Goitá - PE

  • Orientador : MARIA DAS GRACAS E SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALINE DO MONTE GURGEL
  • MARIA DAS GRACAS E SILVA
  • MONICA RODRIGUES COSTA
  • SANDRA MARIA BATISTA SILVEIRA
  • Data: 30/08/2021

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  • Esta dissertação tem como objetivo analisar a relação entre o processo de transição agroecológica e a atuação dos sujeitos políticos no contexto da produção camponesa no Sítio Palmeira Velha, em Glória do Goitá - PE, no período de 2001 a 2013. Neste período há o incremento da atuação dos sujeitos políticos no campo da produção agroecológica através de Organizações Não Governamentais (ONGs), organizações camponesas, além de tímidos investimentos do Estado brasileiro em políticas no âmbito da produção camponesa de base agroecológica. Ao mesmo tempo o Governo Federal investia intensamente no agronegócio, reafirmando o processo de reprimarização da economia nacional e intensificando os níveis de exploração sobre os recursos naturais e os camponeses. Trata-se de uma pesquisa de caráter exploratório, que se utilizou da técnica de análise documental, do estudo de campo, tendo como aporte a literatura acadêmica. Este estudo estruturou-se em três capítulos. O primeiro recupera a história da questão agrária no Brasil e os principais desafios expostos pelo agronegócio na contemporaneidade. O segundo capítulo traz a produção camponesa no âmbito da realidade nacional e o desenvolvimento dos cultivos agroecológicos como alternativas aos modelos de produção convencional. Também são apresentados os meios de atuação dos sujeitos políticos no âmbito da agroecologia e formação de políticas públicas nesta temática, além de expor a organização da produção agroecológica do Estado de Pernambuco. O terceiro capítulo analisou o processo de transição agroecológica no território do Sítio Palmeira Velha, em Glória do Goitá-PE. Buscou-se apreender como os sujeitos políticos e as políticas estatais atuaram no desenvolvimento da produção agroecológica da região e identificar os principais desafios enfrentados este processo. Para isso foram analisados os documentos de domínio público: normas legais e funcionamento do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) para sistemas de produção de base agroecológica ou orgânicos; bem como da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (PNAPO) e do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo). A pesquisa documental abrangeu os documentos fornecidos pelas instituições não governamentais Centro Sabiá e SERTA, tendo como fontes os relatórios de atividades. Foram realizadas cinco entrevistas semiestruturadas com os sujeitos políticos que atuaram no processo de transição agroecológica no território da pesquisa. A partir da análise empreendida foi possível compreender o cenário da questão agrária no Brasil e a lógica da agricultura capitalista, assim como a estruturação da agroecologia como uma importante força política para a produção camponesa. Na realidade do Sítio Palmeira Velha notou-se a importância da atuação dos sujeitos políticos no processo de mudança no modelo de produção, apesar dos desafios que as comunidades enfrentam para permanecer produzindo com o fim dos projetos organizados por essas instituições e do descrédito enfrentado por algumas organizações. Em relação as ações do próprio Estado, como a promulgação de políticas públicas, estas representaram um avanço significativo, em especial quando se analisa o histórico da atuação do Estado em relação aos camponeses, não entanto, os camponeses encontram dificuldades burocráticas e técnicas no acesso às políticas, o que se mostra como um desafio significativo. Assim, conclui-se, que vários avanços foram alcançados pelos camponeses que introduziram os cultivos de base agroecológica em suas produções, como a melhoria da renda com as feiras agroecológicas e acesso a uma alimentação de qualidade, saudável e diversificada. Entretanto, alguns pontos críticos permanecem, como o processo comercialização em feiras na Região Metropolitana do Recife, as dificuldades com trato da terra e hortaliças e os altos gastos com a manutenção das propriedades.


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  • Esta dissertação tem como objetivo analisar a relação entre o processo de transição agroecológica e a atuação dos sujeitos políticos no contexto da produção camponesa no Sítio Palmeira Velha, em Glória do Goitá - PE, no período de 2001 a 2013. Neste período há o incremento da atuação dos sujeitos políticos no campo da produção agroecológica através de Organizações Não Governamentais (ONGs), organizações camponesas, além de tímidos investimentos do Estado brasileiro em políticas no âmbito da produção camponesa de base agroecológica. Ao mesmo tempo o Governo Federal investia intensamente no agronegócio, reafirmando o processo de reprimarização da economia nacional e intensificando os níveis de exploração sobre os recursos naturais e os camponeses. Trata-se de uma pesquisa de caráter exploratório, que se utilizou da técnica de análise documental, do estudo de campo, tendo como aporte a literatura acadêmica. Este estudo estruturou-se em três capítulos. O primeiro recupera a história da questão agrária no Brasil e os principais desafios expostos pelo agronegócio na contemporaneidade. O segundo capítulo traz a produção camponesa no âmbito da realidade nacional e o desenvolvimento dos cultivos agroecológicos como alternativas aos modelos de produção convencional. Também são apresentados os meios de atuação dos sujeitos políticos no âmbito da agroecologia e formação de políticas públicas nesta temática, além de expor a organização da produção agroecológica do Estado de Pernambuco. O terceiro capítulo analisou o processo de transição agroecológica no território do Sítio Palmeira Velha, em Glória do Goitá-PE. Buscou-se apreender como os sujeitos políticos e as políticas estatais atuaram no desenvolvimento da produção agroecológica da região e identificar os principais desafios enfrentados este processo. Para isso foram analisados os documentos de domínio público: normas legais e funcionamento do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) para sistemas de produção de base agroecológica ou orgânicos; bem como da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (PNAPO) e do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo). A pesquisa documental abrangeu os documentos fornecidos pelas instituições não governamentais Centro Sabiá e SERTA, tendo como fontes os relatórios de atividades. Foram realizadas cinco entrevistas semiestruturadas com os sujeitos políticos que atuaram no processo de transição agroecológica no território da pesquisa. A partir da análise empreendida foi possível compreender o cenário da questão agrária no Brasil e a lógica da agricultura capitalista, assim como a estruturação da agroecologia como uma importante força política para a produção camponesa. Na realidade do Sítio Palmeira Velha notou-se a importância da atuação dos sujeitos políticos no processo de mudança no modelo de produção, apesar dos desafios que as comunidades enfrentam para permanecer produzindo com o fim dos projetos organizados por essas instituições e do descrédito enfrentado por algumas organizações. Em relação as ações do próprio Estado, como a promulgação de políticas públicas, estas representaram um avanço significativo, em especial quando se analisa o histórico da atuação do Estado em relação aos camponeses, não entanto, os camponeses encontram dificuldades burocráticas e técnicas no acesso às políticas, o que se mostra como um desafio significativo. Assim, conclui-se, que vários avanços foram alcançados pelos camponeses que introduziram os cultivos de base agroecológica em suas produções, como a melhoria da renda com as feiras agroecológicas e acesso a uma alimentação de qualidade, saudável e diversificada. Entretanto, alguns pontos críticos permanecem, como o processo comercialização em feiras na Região Metropolitana do Recife, as dificuldades com trato da terra e hortaliças e os altos gastos com a manutenção das propriedades.

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  • GLAUCIENE FARIAS ROCHA
  • Política de Atendimento Socioeducativo no Estado penal brasileiro: uma análise dos elementos de determinação do encarceramento de adolescentes no estado de Pernambuco

  • Orientador : MARCO ANTONIO MONDAINI DE SOUZA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCO ANTONIO MONDAINI DE SOUZA
  • MARIA NILVANE DEVOGESKE
  • VALERIA NEPOMUCENO TELES DE MENDONCA
  • Data: 27/10/2021

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  • Esta pesquisa possui como objetivo geral compreender a política de atendimento socioeducativo em um contexto de implementação do Estado penal no Brasil, a partir da análise da experiência do Programa Pacto Pela Vida no estado de Pernambuco. A pesquisa buscou evidenciar que a política de segurança pública implementada pelo estado gerou impactos negativos não só para o público de adultos, mas também para os inimputáveis, isto é, para adolescentes e jovens que cumprem medida socioeducativa. A proposta em questão trata-se de um estudo ancorado nos pressupostos do materialismo histórico dialético, tendo como fonte de coleta de dados a pesquisa documental. Com base em documentos governamentais e não governamentais ficou evidente que o avanço identificado no marco legal não acompanhou a realidade desse público que historicamente vivencia situações de negligência e violação de direitos humanos. A pesquisa apontou ainda um maior encarceramento do público adolescente; maior apreensão de jovens acusados de tráfico de drogas; e ainda um aumento do orçamento destinado as Unidades socioeducativas. Tais resultados evidenciam que o estado de Pernambuco seguiu a receita estadunidense na estratégia de criminalização da pobreza.


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  • Com o entendimento de que o Estado penal tem se disseminado em todas as regiões do globo, e que sua lógica de encarceramento em massa tem rebatimentos diretos não só para o público de adultos, mas também para os inimputáveis, é que se torna relevante o estudo dessa temática. Assim, a presente proposta de pesquisa intitulada “Política de Atendimento Socioeducativo no Estado penal brasileiro: uma análise dos elementos de determinação do encarceramento de adolescentes no estado de Pernambuco” pretende analisar quais são os fatores que impulsionaram o aumento do encarceramento juvenil em Pernambuco, buscando compreender qual tem sido a peculiaridade do estado de Pernambuco na condução da política de atendimento socioeducativo. Portanto, esta pesquisa objetiva olhar a problemática do adolescente envolvido na prática de ato infracional por outro ângulo: a da responsabilização do Estado na promoção dos direitos de crianças e adolescentes, e, sobretudo, na condução punitiva da política de atendimento socioeducativo. A proposta em questão trata-se de um estudo ancorado nos pressupostos do materialismo histórico dialético, tendo como fonte de coleta de dados a pesquisa documental. Por fim, espera-se com esse trabalho fomentar a discussão sobre a política de atendimento socioeducativo, de forma crítica e propositiva, visando questionar novas práticas revestidas de velhos modelos.

Teses
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  • STELLA DANGELIS RODRIGUES ROCHA
  • A reprodução da legalidade capitalista no tratamento público da questão da moradia na cidade do Recife: uma análise crítica da relação entre o plano de habitação social do PAC Beberibe e a vida cotidiana das famílias beneficiárias

  • Orientador : ANA CRISTINA BRITO ARCOVERDE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CRISTINA BRITO ARCOVERDE
  • HELENA LUCIA AUGUSTO CHAVES
  • LUCINDA MARIA DA ROCHA MACEDO
  • MIRIAM DE SOUZA LEAO ALBUQUERQUE
  • RAQUEL DE ARAGAO UCHOA FERNANDES
  • Data: 20/08/2021

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  • A Política Nacional de Habitação instituída nos anos iniciais do séc. XXI e consubstanciada no social-desenvolvimentismo, imprimiu uma nova concepção de formulação estratégica dos planos públicos para assegurar o equacionamento do problema habitacional. Nesse marco histórico, em que o planejamento sob a ideia do pacto democrático firma-se como instrumento administrativo estatal obrigatório, este estudo se propôs a analisar a reprodução da legalidade capitalista no tratamento público da questão da moradia em Recife, tendo como eixo central investigativo, as práticas cotidianas das famílias beneficiárias do plano habitacional criado no âmbito das ações programáticas do PAC Beberibe. Trata-se de um programa de saneamento voltado para a revitalização da área da bacia hidrográfica do rio Beberibe, criado e gerido na instância do poder municipal, mas provido com recursos federais do Programa de Aceleração do Crescimento. Por meio do percurso teórico-metodológico fundado no materialismo histórico e dialético — que postula o conhecimento do objeto de pesquisa a partir do conhecimento das suas determinações fundamentais —, buscou-se conhecer a relação entre o plano público de habitação social e as práticas cotidianas das famílias beneficiárias, nas contradições sociais produzidas pelo modo como se deu esse específico atendimento habitacional. Nesse processo, desvelar as principais conexões essenciais que a experiência de moradia em análise mantém com o plano da totalidade inclusiva — a realidade societária sob a regência da legalidade capitalista —, ou seja, obter uma aproximação das determinações constitutivas do objeto, exigiu, além da caracterização das práticas cotidianas das famílias beneficiárias no ambiente habitacional e da elaboração do plano de intervenção pública, a identificação das determinações sócio-históricas fundamentais que estruturam a síntese espacial no qual o objeto está inserido: a área do baixo Beberibe e, mais amplamente, a cidade do Recife. Assim, foram recuperadas as principais tendências do desenvolvimento da ocupação espacial urbana a partir da formação histórica da cidade desde a fase colonial-escravista e em uma ligação direta com a formação das cidades brasileira e latino-americana. Na esteira dessa imersão histórica, também foram levantados os aspectos factuais centrais que explicam a face atual da questão da moradia em Recife e moldam a trajetória dos principais programas públicos de provisão habitacional local. Como resultado do exercício intelectivo realizado, foi possível apreender que as contradições expostas em sua essência, são manifestações da reprodução da legalidade capitalista que se concretizam na vivência habitacional das famílias beneficiárias do PAC Beberibe, portanto, foram originadas por meio de um processo de mediação que particularizou o modo de realização da vida cotidiana daquelas famílias através da forma como o plano habitacional foi planejado e executado pela prefeitura do Recife. A reprodução ideal de tais manifestações, clarificou a face aparente da provisão habitacional difundida pelo poder público municipal como uma concessão da moradia digna, ao expor as definibilidades reais desse processo de intervenção pública, que produziu espaços habitacionais como uma extensão do espaço urbano precarizado, em que há a persistência da informalidade urbana em função da não superação da irregularidade em relação à legitimidade fundiária da unidade habitacional; e a permanência da realização da vida cotidiana das famílias beneficiárias no universo da impossibilidade.


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  • A construção desta pesquisa qualitativa proposta, tem como preocupação principal, a interpretação da reprodução da legalidade capitalista a partir das determinações conjunturais e estruturais da vida cotidiana das famílias beneficiárias do PAC Beberibe que expressam como o Estado brasileiro responde ao direito à moradia em área urbana através da provisão habitacional de interesse social. Não só a singularidade da questão da moradia historicamente construída na cidade do Recife se constitui como forma de concreção da legalidade capitalista. Também é uma particularidade desse contexto social determinado, a forma como o poder público lida com os problemas sociais na esfera habitacional. Em outras palavras, tanto as causas dos conflitos que mobilizam a luta social urbana pelo direito de morar, como as formas de tratamento dadas pelo Estado por meio da política habitacional, são fenômenos sociais portadores de traços comuns da mesma legalidade que torna similar, conservadas as especificidades de cada contexto regional, a dinâmica socioespacial do Recife, marcada pela espoliação fundiária; e as dinâmicas dos centros urbanos de qualquer outro país em desenvolvimento sob a égide do regime de acumulação capitalista que impõe a concepção de cidade como um negócio. No esteio da lógica dessa problematização apresentada, tem-se a relação entre o modelo estratégico do programa de habitação social do PAC Beberibe e as práticas cotidianas das famílias beneficiárias, elegida como o objeto de pesquisa a ser transposto em sua aparência. Será por meio do percurso teórico-metodológico fundado no materialismo histórico dialético enquanto articulação dos métodos da investigação e da exposição, que se pretende avançar no sentido da decomposição do todo caótico para tentar conhecer as múltiplas determinações da síntese que constitui o objeto. Ante o exposto, espera-se que com o desvelar do objeto de pesquisa em sua dinâmica real, se torne possível evidenciar como vem se dando a reprodução da legalidade capitalista nas práticas cotidianas dos beneficiários do programa de habitação social considerado. De modo complementar, espera-se também agregar novos elementos teóricos úteis ao processo de lançar luz sobre as ações estatais que encobrem a exploração capitalista na medida em que resguardam o interesse imobiliário e atendem o interesse social de modo precarizado, dificultando, portanto, dirimir as contradições sócio-históricas associadas à efetividade do direito à moradia.

2
  • FABIOLA MENDONÇA DE VASCONCELOS
  • MÍDIA E CONSERVADORISMO: O GLOBO, A FOLHA DE S.PAULO E A ASCENSÃO POLÍTICA DE BOLSONARO E DO BOLSONARISMO

  • Orientador : MARCO ANTONIO MONDAINI DE SOUZA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA MARIA DA CONCEICAO VELOSO
  • ANGELA SANTANA DO AMARAL
  • JOSE EDGARD REBOUCAS
  • MARCO ANTONIO MONDAINI DE SOUZA
  • RAIMUNDA ALINE LUCENA GOMES
  • Data: 29/10/2021

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  • Considerando o avanço do conservadorismo em escala global e o quanto esse movimento vem crescendo no Brasil desde 2013, com as jornadas de junho, a presente tese aborda a contribuição da mídia nesse processo e o quanto ela ajudou para o triunfo do movimento no Brasil, com a vitória de Jair Bolsonaro para presidente da República, em 2018. O objetivo da pesquisa consiste em apresentar o posicionamento dos dois maiores jornais brasileiros, O Globo e a Folha de S.Paulo, em relação à agenda conservadora, seja no campo político, econômico e cultural, e como tais veículos influenciaram, direta ou indiretamente, na eleição do militar. Não obstante as tensões e contradições existentes na atual crise do capitalismo, cuja ideologia se vale da agenda conservadora, o estudo procura interpretar a realidade social a partir da análise dos editoriais dos dois jornais no período de 7 de março de 2018 a 2 de janeiro de 2019, datas que marcam, respectivamente, a filiação de Bolsonaro ao PSL, partido que o elegeu, e a cobertura jornalística da posse dele como presidente. A hipótese inicial de que a mídia seria corresponsável pela retomada do conservadorismo no país, facilitando a vitória do militar, foi confirmada no decorrer do estudo, uma vez que O Globo e a Folha contribuíram para criar um ambiente político-eleitoral favorável ao então candidato, estimulando e retroalimentando a antipolítica e o antipetismo. A pesquisa mostra que a cobertura jornalística ajudou na criminalização das forças progressistas ao mesmo tempo em que colocou em evidência a Operação Lava Jato - peça central nesse processo -, favorecendo a crise de hegemonia que deu lugar ao ressurgimento e fortalecimento do conservadorismo. Antes da análise empírica que resultou em tal percepção, o estudo procurou expor o papel ideológico e os objetivos materiais da mídia, fez um percurso histórico da imprensa corporativa no Brasil, discorreu sobre a indústria de desinformação que cresce com muita velocidade no mundo, no Brasil em particular, e como tudo isso fragiliza o Estado Democrático de Direito. A tese foi construída a partir de uma abordagem qualitativa, com base na concepção teórico-metodológica de Marx e da Economia Política da Comunicação e recorrendo às pesquisas bibliográfica e documental, além de utilizar a análise de conteúdo (AC) como técnica para a interpretação da construção social. Espera-se, com o estudo, contribuir para a ampliação do debate acerca da democratização da comunicação e do combate à desinformação


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  • Considerando o avanço do conservadorismo em escala global e o quanto esse movimento vem crescendo no Brasil desde 2013, com as jornadas de junho, a presente tese aborda a contribuição da mídia nesse processo e o quanto ela ajudou para o triunfo do movimento no Brasil, com a vitória de Jair Bolsonaro para presidente da República, em 2018. O objetivo da pesquisa consiste em apresentar o posicionamento dos dois maiores jornais brasileiros, O Globo e a Folha de S.Paulo, em relação à agenda conservadora, seja no campo político, econômico e cultural, e como tais veículos influenciaram, direta ou indiretamente, na eleição do militar. Não obstante as tensões e contradições existentes na atual crise do capitalismo, cuja ideologia se vale da agenda conservadora, o estudo procura interpretar a realidade social a partir da análise dos editoriais dos dois jornais no período de 7 de março de 2018 a 2 de janeiro de 2019, datas que marcam, respectivamente, a filiação de Bolsonaro ao PSL, partido que o elegeu, e a cobertura jornalística da posse dele como presidente. A hipótese inicial de que a mídia seria corresponsável pela retomada do conservadorismo no país, facilitando a vitória do militar, foi confirmada no decorrer do estudo, uma vez que O Globo e a Folha contribuíram para criar um ambiente político-eleitoral favorável ao então candidato, estimulando e retroalimentando a antipolítica e o antipetismo. A pesquisa mostra que a cobertura jornalística ajudou na criminalização das forças progressistas ao mesmo tempo em que colocou em evidência a Operação Lava Jato - peça central nesse processo -, favorecendo a crise de hegemonia que deu lugar ao ressurgimento e fortalecimento do conservadorismo. Antes da análise empírica que resultou em tal percepção, o estudo procurou expor o papel ideológico e os objetivos materiais da mídia, fez um percurso histórico da imprensa corporativa no Brasil, discorreu sobre a indústria de desinformação que cresce com muita velocidade no mundo, no Brasil em particular, e como tudo isso fragiliza o Estado Democrático de Direito. A tese foi construída a partir de uma abordagem qualitativa, com base na concepção teórico-metodológica de Marx e da Economia Política da Comunicação e recorrendo às pesquisas bibliográfica e documental, além de utilizar a análise de conteúdo (AC) como técnica para a interpretação da construção social. Espera-se, com o estudo, contribuir para a ampliação do debate acerca da democratização da comunicação e do combate à desinformação

2020
Dissertações
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  • JONATHAN CARVALHO DE FARIA
  • Ruy Mauro Marini, um resgate histórico-teórico-militante: balanço histórico das categorias dependência, superexploração da força de trabalho e subimperialismo

  • Orientador : MARCO ANTONIO MONDAINI DE SOUZA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCO ANTONIO MONDAINI DE SOUZA
  • DAVID WALLACE CAVALCANTE DA SILVA
  • EVELYNE MEDEIROS PEREIRA
  • Data: 27/11/2020

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  • Este trabalho tem como objetivo entender a evolução da categoria dependência, superexploração da força de trabalho e ao longo da produção intelectual de Ruy Mauro Marini. Para dar conta deste processo, iniciamos a pesquisa com um resgate histórico da vida, militância e produção intelectual deste autor, que é um dos principais nomes da Teoria Marxista da Dependência. Com base neste resgate histórico, na pesquisa no acervo de suas obras do portal da Universidade Autônoma do México (UNAM) e de materiais publicados no Brasil, selecionamos alguns textos que representam boa parte dos principais textos que abordam as categorias que pretendemos analisar. A partir deste resgate histórico, realizamos o recorte das análises do autor em dois momentos. O primeiro, através das obras Subdesenvolvimento e Revolução e Dialética da Dependência, representam uma fase de consolidação e síntese da base teórica das categorias estudadas. Em seguida, selecionamos alguns textos que representam uma evolução ou mudança da determinação das categorias estudas na década de 1970, e pontualmente, mas mantendo a representatividade dos respectivos períodos, nas décadas de 1980 e 1990. Com base nessas análises, percebemos que as categorias estudadas, ao longo da vida de Marini, vão se complexificando na medida que esta vai se saturando de determinações e ao paço do desenvolvimento econômico da época. Percebemos também como que estas três categorias estão intimamente ligadas entre si e como estas são frutos de um esforço em apreender teoricamente a formação sócio-econômica desenvolvimento capitalista na América Latina e, em especial no Brasil. Por fim, ao fazer o resgate histórico da vida do autor e do contexto em que cada uma das obras se situa, pudemos observar o quão íntimo sua vida teórica e profissional esteve ligada com a sua militância e com a necessidade da revolução enquanto um instrumento de emancipação da classe trabalhadora.


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  • Este trabalho tem como objetivo entender a evolução da categoria dependência, superexploração da força de trabalho e ao longo da produção intelectual de Ruy Mauro Marini. Para dar conta deste processo, iniciamos a pesquisa com um resgate histórico da vida, militância e produção intelectual deste autor, que é um dos principais nomes da Teoria Marxista da Dependência. Com base neste resgate histórico, na pesquisa no acervo de suas obras do portal da Universidade Autônoma do México (UNAM) e de materiais publicados no Brasil, selecionamos alguns textos que representam boa parte dos principais textos que abordam as categorias que pretendemos analisar. A partir deste resgate histórico, realizamos o recorte das análises do autor em dois momentos. O primeiro, através das obras Subdesenvolvimento e Revolução e Dialética da Dependência, representam uma fase de consolidação e síntese da base teórica das categorias estudadas. Em seguida, selecionamos alguns textos que representam uma evolução ou mudança da determinação das categorias estudas na década de 1970, e pontualmente, mas mantendo a representatividade dos respectivos períodos, nas décadas de 1980 e 1990. Com base nessas análises, percebemos que as categorias estudadas, ao longo da vida de Marini, vão se complexificando na medida que esta vai se saturando de determinações e ao paço do desenvolvimento econômico da época. Percebemos também como que estas três categorias estão intimamente ligadas entre si e como estas são frutos de um esforço em apreender teoricamente a formação sócio-econômica desenvolvimento capitalista na América Latina e, em especial no Brasil. Por fim, ao fazer o resgate histórico da vida do autor e do contexto em que cada uma das obras se situa, pudemos observar o quão íntimo sua vida teórica e profissional esteve ligada com a sua militância e com a necessidade da revolução enquanto um instrumento de emancipação da classe trabalhadora.

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