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Dissertações |
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PRISCILA SERAFIM DE ANDRADE
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ESTADÃO E MÍDIA CONSERVADORA: A REPRODUÇÃO DE DISCURSOS CRIMINALIZADORES E A JUVENTUDE NEGRA BRASILEIRA
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Orientador : FLAVIA DA SILVA CLEMENTE
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MEMBROS DA BANCA :
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FLAVIA DA SILVA CLEMENTE
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DIOGO VALENÇA DE AZEVEDO COSTA
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VALDENICE JOSE RAIMUNDO
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Data: 31/01/2025
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O objeto de estudo desta pesquisa é a criminalização da juventude negra. Quando situamos a particularidade brasileira, encontramos esses elementos configurados nas suas próprias peculiaridades, sendo imperioso, dessa forma, compreender os determinantes econômicos, históricos e sociais da criminalização da juventude negra no Brasil. E quando pensamos nos determinantes, também é importante situar o complexo ideológico das classes dominantes e a reprodução de discursos inerentes à criminalização desse segmento. A criminalização, a partir desse parâmetro inicial, é ferramenta para justificar e tornar legal a truculência contra a população negra. O discurso midiático surge, dessa forma, como corroborador desse processo de manutenção do sistema-mundo fundado na colonialidade do poder, pela via dos discursos criminalizadores e/ou reforçadores de estereótipos. Como colonialidade do poder entendemos como um paradigma que determina padrões de poder, e desumanização do outro, aquele que não corresponde ao sujeito branco universal. Diante disso, realiza-se uma análise crítica do discurso de um dos maiores jornais brasileiros, O Estadão, jornal este de caráter conservador e historicamente tido como “liberal”. A partir do achados da pesquisa conseguiu-se trazer elementos importantes para pensar como a dominação da branquitude/ classes dominantes perpassa o imaginário social e se dá nas entrelinhas dos discursos, de projeções de quem é o inimigo e o perigo na sociedade atual, de estereótipos e de criminalização da pobreza, dos territórios e sutilmente, da criminalização do jovem negro. Esta sistemática perpassa o imaginário social, tendo os complexos midiáticos como estruturas reprodutoras de discursos da classe social dominante que criminalizam determinados segmentos, tendo o jovem negro na particularidade brasileria como o principal alvo de extermínio, violência e encarceramento. Os discursos se mostram como instrumentos sociais que podem reforçar determinados entendimentos sobre a criminalidade e a vinculação com o jovem negro. As construções simbólicas que emanam uma insegurança social se estruturam a partir da ideologia burguesa para o consenso da população da existência de um inimigo, e esse inimigo se consolida no segmento da juventude negra e pobre, sendo configurado diante de diversas ferramentas da dimensão da vida social a partir do jovem preto delinquente/meliante.
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O objeto de estudo desta pesquisa é a criminalização da juventude negra. Quando situamos a particularidade brasileira, encontramos esses elementos configurados nas suas próprias peculiaridades, sendo imperioso, dessa forma, compreender os determinantes econômicos, históricos e sociais da criminalização da juventude negra no Brasil. E quando pensamos nos determinantes, também é importante situar o complexo ideológico das classes dominantes e a reprodução de discursos inerentes à criminalização desse segmento. A criminalização, a partir desse parâmetro inicial, é ferramenta para justificar e tornar legal a truculência contra a população negra. O discurso midiático surge, dessa forma, como corroborador desse processo de manutenção do sistema-mundo fundado na colonialidade do poder, pela via dos discursos criminalizadores e/ou reforçadores de estereótipos. Como colonialidade do poder entendemos como um paradigma que determina padrões de poder, e desumanização do outro, aquele que não corresponde ao sujeito branco universal. Diante disso, realiza-se uma análise crítica do discurso de um dos maiores jornais brasileiros, O Estadão, jornal este de caráter conservador e historicamente tido como “liberal”. A partir do achados da pesquisa conseguiu-se trazer elementos importantes para pensar como a dominação da branquitude/ classes dominantes perpassa o imaginário social e se dá nas entrelinhas dos discursos, de projeções de quem é o inimigo e o perigo na sociedade atual, de estereótipos e de criminalização da pobreza, dos territórios e sutilmente, da criminalização do jovem negro. Esta sistemática perpassa o imaginário social, tendo os complexos midiáticos como estruturas reprodutoras de discursos da classe social dominante que criminalizam determinados segmentos, tendo o jovem negro na particularidade brasileria como o principal alvo de extermínio, violência e encarceramento. Os discursos se mostram como instrumentos sociais que podem reforçar determinados entendimentos sobre a criminalidade e a vinculação com o jovem negro. As construções simbólicas que emanam uma insegurança social se estruturam a partir da ideologia burguesa para o consenso da população da existência de um inimigo, e esse inimigo se consolida no segmento da juventude negra e pobre, sendo configurado diante de diversas ferramentas da dimensão da vida social a partir do jovem preto delinquente/meliante.
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TULIO BATISTA DA SILVA
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FORMAÇÃO ACADÊMICO-PROFISSIONAL E SERVIÇO SOCIAL: a questão étnico-racial nos cursos privados em Pernambuco
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Orientador : FLAVIA DA SILVA CLEMENTE
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MEMBROS DA BANCA :
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EVELYNE MEDEIROS PEREIRA
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FLAVIA DA SILVA CLEMENTE
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HENRIQUE DA COSTA SILVA
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TATIANE MICHELE MELO DE LIMA
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Data: 07/02/2025
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Este trabalho se concentrou em estudar o debate da questão étnico-racial na formação acadêmico-profissional em Serviço Social nas Instituições de Ensino Superior (IES) privadas, considerando a importância de avançar no debate étnico-racial na formação profissional e a relação com a mercantilização do ensino. Nessa perspectiva, buscamos discutir os fundamentos da questão étnico-racial no Brasil, a política de educação, o movimento negro, e analisar a incorporação desse debate nas instituições responsáveis pela formação de grande parte das/os assistentes sociais no Brasil, além de identificar as implicações do ensino no âmbito privado e as possíveis consequências para a formação. Realizou-se um levantamento das instituições de ensino ativas no estado de Pernambuco e a análise dos Projetos Políticos Pedagógicos e matrizes curriculares, com o objetivo de identificar a inserção do debate. As análises dos documentos foram realizadas com base nas Diretrizes Curriculares para o Curso de Serviço Social (1996), no Projeto Ético-Político e nas ações das entidades representativas da categoria, com foco na ABEPSS. Os resultados evidenciaram que a formação em Serviço Social no âmbito privado incorpora o debate da questão étnico-racial de forma superficial em seus projetos pedagógicos e nos currículos, sem o compromisso necessário para uma formação antirracista. Entretanto, a pesquisa mostra que a categoria tem avançado no debate étnico-racial, necessitando continuar avançando para transbordar a formalidade e firmar a compreensão da questão étnico-racial como estruturante nas relações sociais.
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Este trabalho se concentrou em estudar o debate da questão étnico-racial na formação acadêmico-profissional em Serviço Social nas Instituições de Ensino Superior (IES) privadas, considerando a importância de avançar no debate étnico-racial na formação profissional e a relação com a mercantilização do ensino. Nessa perspectiva, buscamos discutir os fundamentos da questão étnico-racial no Brasil, a política de educação, o movimento negro, e analisar a incorporação desse debate nas instituições responsáveis pela formação de grande parte das/os assistentes sociais no Brasil, além de identificar as implicações do ensino no âmbito privado e as possíveis consequências para a formação. Realizou-se um levantamento das instituições de ensino ativas no estado de Pernambuco e a análise dos Projetos Políticos Pedagógicos e matrizes curriculares, com o objetivo de identificar a inserção do debate. As análises dos documentos foram realizadas com base nas Diretrizes Curriculares para o Curso de Serviço Social (1996), no Projeto Ético-Político e nas ações das entidades representativas da categoria, com foco na ABEPSS. Os resultados evidenciaram que a formação em Serviço Social no âmbito privado incorpora o debate da questão étnico-racial de forma superficial em seus projetos pedagógicos e nos currículos, sem o compromisso necessário para uma formação antirracista. Entretanto, a pesquisa mostra que a categoria tem avançado no debate étnico-racial, necessitando continuar avançando para transbordar a formalidade e firmar a compreensão da questão étnico-racial como estruturante nas relações sociais.
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LUCIELE CARLA DE LIMA
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"EXU MATOU UM PÁSSARO ONTEM COM UMA PEDRA QUE SÓ JOGOU HOJE":
A encruzilhada histórica do Serviço Social brasileiro na apreensão da Questão social e
Questão Racial
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Orientador : FLAVIA DA SILVA CLEMENTE
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MEMBROS DA BANCA :
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FLAVIA DA SILVA CLEMENTE
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MONICA RODRIGUES COSTA
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NATHALIA DIORGENES FERREIRA LIMA
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TEREZA CRISTINA VITAL DE SOUSA
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Data: 24/02/2025
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Questão Racial no Brasil, destacando a importância da análise crítica e histórica do contexto colonial e capitalista que estrutura o país, questionando a forma como a questão racial é muitas vezes negligenciada nos estudos sobre a questão social, propondo uma reflexão que considera as desigualdades históricas e estruturais que moldam a realidade social. Ao considerar o racismo não como uma mera expressão da questão social, mas como um elemento fundamental na constituição das desigualdades sociais, defende-se a necessidade de reavaliar as definições tradicionais da Questão Social, que não conseguem abarcar as contradições raciais presentes na sociedade brasileira. A pesquisa propõe uma abordagem teórica que considera a origem do racismo, anterior ao capitalismo, e como ele se articula com a divisão social do trabalho, forjando a emergência da Questão Social. A pesquisa surge de uma série de inquietações e lacunas descobertas nas análises existentes, especialmente em relação à homogeneidade da classe trabalhadora e a profunda divisão racial do trabalho, questionando por que a população negra é a mais afetada pelas expressões da questão social, considerando a raiz colonial do país e como isso atravessa a constituição. Bem como, se lança a analisar a influência da eugenia na compreensão das contradições existentes no tecido social onde a gênese do Serviço Social, marcada por ideais de brancura, revela que sua raiz é racista, o que explica a desqualificação e a resistência ao debate racial dentro da profissão. A totalidade social, como conceito, implica a interdependência entre as diversas esferas que moldam a sociedade, como raça e classe. Contudo, o Serviço Social, em sua prática e formação, frequentemente separa essas questões, ignorando a complexidade das relações sociais e sua raiz histórica, especialmente no contexto brasileiro, marcado pela colonização e pelo racismo estrutural. Essa visão fragmentada e redutora impede que a profissão reconheça a totalidade das contradições que perpassam as desigualdades sociais, resultando em uma compreensão incompleta da realidade e das possibilidades de intervenção. A pesquisa busca reconstruir o passado histórico para compreender melhor a fundamentação da questão social, destacando que a questão racial não é apenas um recorte, mas um elemento central e histórico que permeia a formação social brasileira. Reconhecer e confrontar essas questões é fundamental para preencher as lacunas e avançar em direção a uma verdadeira transformação social.
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Em desenvolvimento.
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ANA BEATRIZ BANDEIRA DOS SANTOS
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O trabalho das mulheres mediado pelas Tecnologias da Informação e Comunicação: tendências e configurações na atualidade do capitalismo brasileiro.
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Orientador : EVELYNE MEDEIROS PEREIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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ANGELA SANTANA DO AMARAL
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EVELYNE MEDEIROS PEREIRA
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JANAIKY PEREIRA DE ALMEIDA
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Data: 24/02/2025
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A dissertação tem como objetivo analisar as tendências e configurações do trabalho das mulheres no Brasil, mediado pelas Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), no contexto das transformações impostas pela crise do capitalismo contemporâneo. Para isso, realizamos uma pesquisa bibliográfica e documental baseada em dados secundários. Ancorada na teoria social crítica, fundamentamo-nos nas obras de Marx e de autores/as marxistas, além de nos apoiarmos na elaboração teórica e metodológica desenvolvida no campo do feminismo marxista. Esse arcabouço teórico-metodológico permite apreender as transformações contemporâneas da dinâmica capitalista em crise e suas implicações no trabalho das mulheres. A investigação examina, inicialmente, as reconfigurações das esferas de produção e reprodução social a partir da crise do capital na década de 1970. Esse período foi marcado pela privatização de serviços sociais públicos, reforçando a transferência de responsabilidades para as famílias, intensificando a apropriação do trabalho das mulheres. Além disso, destacaram-se fenômenos como a feminização do trabalho e a precarização das condições laborais, ambos elementos centrais para compreender o papel do trabalho das mulheres no capitalismo contemporâneo. Em seguida, o estudo analisa as dinâmicas de reestruturação produtiva que emergiram após a crise de 2008, aprofundadas pela pandemia de Covid-19. Nesse contexto, as TICs desempenharam um papel central na intensificação da exploração do trabalho das mulheres, especialmente em modalidades como o trabalho remoto e nas plataformas digitais. Esses arranjos laborais evidenciaram a sobreposição das esferas produtiva e reprodutiva, demonstrando uma interdependência que o capital historicamente tentou dissimular, mas que agora se torna cada vez mais evidente. A emergência das tecnologias associadas à Indústria 4.0 dissolveu as fronteiras entre trabalho produtivo e reprodutivo, transformando o espaço doméstico em um ambiente de produção e reprodução simultâneas. O trabalho em home office, por exemplo, eliminou os "poros do trabalho", permitindo uma apropriação intensificada do tempo das mulheres, que passaram a exercer, de maneira concomitante, funções produtivas e reprodutivas. Nessa esteira, partimos do pressuposto de que a precarização contemporânea se apoia em formas históricas do capitalismo, como exemplificado no trabalho uberizado, que reproduz condições tradicionalmente impostas às mulheres da classe trabalhadora. A argumentação central é que os novos postos de trabalho estão profundamente associados ao que antes era considerado “trabalho de mulher” no âmbito doméstico, mas agora aplicados de forma universalizada e marcados pela intensificação da exploração. Dessa forma, buscamos apontar que, embora o trabalho das mulheres seja essencial para a reprodução do capital, ele permanece subvalorizado e subordinado a uma ordem social sustentada pela mercantilização da vida e pela apropriação não remunerada do trabalho reprodutivo. Por fim, a pesquisa identifica como as TICs encontram terreno fértil nas contradições de uma economia dependente, ampliando desigualdades e direcionando os empregos mais precarizados para os segmentos mais marginalizados da sociedade. Desse modo, ao investigar as tendências mais gerais de precarização e exploração do trabalho no capitalismo contemporâneo, a dissertação demonstra como as condições históricas do capitalismo dependente moldam as configurações particulares do trabalho das mulheres no Brasil.
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A dissertação tem como objetivo analisar as tendências e configurações do trabalho das mulheres no Brasil, mediado pelas Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), no contexto das transformações impostas pela crise do capitalismo contemporâneo. Para isso, realizamos uma pesquisa bibliográfica e documental baseada em dados secundários. Ancorada na teoria social crítica, fundamentamo-nos nas obras de Marx e de autores/as marxistas, além de nos apoiarmos na elaboração teórica e metodológica desenvolvida no campo do feminismo marxista. Esse arcabouço teórico-metodológico permite apreender as transformações contemporâneas da dinâmica capitalista em crise e suas implicações no trabalho das mulheres. A investigação examina, inicialmente, as reconfigurações das esferas de produção e reprodução social a partir da crise do capital na década de 1970. Esse período foi marcado pela privatização de serviços sociais públicos, reforçando a transferência de responsabilidades para as famílias, intensificando a apropriação do trabalho das mulheres. Além disso, destacaram-se fenômenos como a feminização do trabalho e a precarização das condições laborais, ambos elementos centrais para compreender o papel do trabalho das mulheres no capitalismo contemporâneo. Em seguida, o estudo analisa as dinâmicas de reestruturação produtiva que emergiram após a crise de 2008, aprofundadas pela pandemia de Covid-19. Nesse contexto, as TICs desempenharam um papel central na intensificação da exploração do trabalho das mulheres, especialmente em modalidades como o trabalho remoto e nas plataformas digitais. Esses arranjos laborais evidenciaram a sobreposição das esferas produtiva e reprodutiva, demonstrando uma interdependência que o capital historicamente tentou dissimular, mas que agora se torna cada vez mais evidente. A emergência das tecnologias associadas à Indústria 4.0 dissolveu as fronteiras entre trabalho produtivo e reprodutivo, transformando o espaço doméstico em um ambiente de produção e reprodução simultâneas. O trabalho em home office, por exemplo, eliminou os "poros do trabalho", permitindo uma apropriação intensificada do tempo das mulheres, que passaram a exercer, de maneira concomitante, funções produtivas e reprodutivas. Nessa esteira, partimos do pressuposto de que a precarização contemporânea se apoia em formas históricas do capitalismo, como exemplificado no trabalho uberizado, que reproduz condições tradicionalmente impostas às mulheres da classe trabalhadora. A argumentação central é que os novos postos de trabalho estão profundamente associados ao que antes era considerado “trabalho de mulher” no âmbito doméstico, mas agora aplicados de forma universalizada e marcados pela intensificação da exploração. Dessa forma, buscamos apontar que, embora o trabalho das mulheres seja essencial para a reprodução do capital, ele permanece subvalorizado e subordinado a uma ordem social sustentada pela mercantilização da vida e pela apropriação não remunerada do trabalho reprodutivo. Por fim, a pesquisa identifica como as TICs encontram terreno fértil nas contradições de uma economia dependente, ampliando desigualdades e direcionando os empregos mais precarizados para os segmentos mais marginalizados da sociedade. Desse modo, ao investigar as tendências mais gerais de precarização e exploração do trabalho no capitalismo contemporâneo, a dissertação demonstra como as condições históricas do capitalismo dependente moldam as configurações particulares do trabalho das mulheres no Brasil.
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RENATO HENRIQUE OLIVEIRA DA SILVA
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ESTADO PENAL E A POLÍTICA DO DESCARTE: a transformação da punição nas prisões pernambucanas na crise do trabalho contemporânea
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Orientador : FLAVIA DA SILVA CLEMENTE
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MEMBROS DA BANCA :
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FLAVIA DA SILVA CLEMENTE
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VALERIA NEPOMUCENO TELES DE MENDONCA
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ANA CAROLINA GONCALVES LEITE
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MARILDO MENEGAT
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Data: 21/03/2025
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A presente pesquisa de dissertação estuda como a crise da prisão na contemporaneidade tem relação com o que tem sido conceituado enquanto crise do trabalho. Baseado na experiência prática desenvolvida durante o exercício profissional no Serviço Ecumênico de Militância nas Prisões (SEMPRI), iremos a partir do Complexo Penitenciário do Curado (CPC) refletir como o valor do trabalho tem sido socializado na crise. Nesse sentido, faremos um resgate materialista histórico sobre o nascimento da instituição prisional desde a metrópole, na Europa, até a colônia, na experiência brasileira, para tentar atualizar os fundamentos e sentidos da prisão, reelaborando quais seus horizontes na crise. Desta forma, buscando compreender essa crise a luz de um processo jurídico internacional a qual o Estado brasileiro ocupa o lugar dos réus na Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH), iremos demonstrar um caso de emergência social, que é a situação de completa inconstitucionalidade de coisas que violam os direitos das pessoas privadas de liberdade no Complexo do Curado. Por conseguinte, esse trabalho irá dissertar sobre o valor do trabalho a partir de sua negatividade, demonstrando como a história da modernidade é o pleno desenvolvimento das suas forças produtivas/destrutivas que tem nos levados ao colapso
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Em desenvolvimento.
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GABRIELLY SOUZA DE FRANÇA
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BOLSONARISMO E NEOFASCISMO: uma análise sobre as determinações sócio-históricas do reacionarismo no Brasil contemporâneo.
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Orientador : EVELYNE MEDEIROS PEREIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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EVELYNE MEDEIROS PEREIRA
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MARIA DAS GRACAS E SILVA
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MAVI PACHECO RODRIGUES
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Data: 27/03/2025
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A dissertação tem como objetivo apreender as principais características do bolsonarismo enquanto variante do neofascismo no Brasil, destacando sua relação com as tendências do capitalismo em crise, as determinações sócio históricas do fascismo histórico e o reacionarismo burguês na realidade brasileira. Parte-se do pressuposto de que, nos últimos anos, o neofascismo tem se consolidado como doutrina ideológica e estratégia política das classes dominantes, revelando uma das faces mais brutais do capitalismo. Para compreender esse fenômeno, entendemos como necessário abordá-lo em perspectiva histórica, de modo a observar a particularidade brasileira e suas principais determinações sócio-históricas, bem como os aspectos que o configuram como expressão do tempo presente e da crise capitalista atual. Desse modo, foram analisadas as relações históricas e sociais que configuraram a formação social do Brasil, utilizando referenciais críticos do pensamento social brasileiro. Além de caracterizar a conjuntura do país de forma crítica e dialética, a pesquisa examina as contribuições de autores contemporâneos - especialmente aqueles que ancoram suas análises na concepção sobre o neofascismo no Brasil - na produção de conhecimento crítico sobre o reacionarismo burguês, destacando suas manifestações atuais. De natureza teórica e exploratória, a metodologia incluiu uma revisão bibliográfica sobre fascismo histórico, neofascismo e formação social brasileira. Dentre os resultados, destaca-se o desenvolvimento de um estudo mais aprofundado sobre o reacionarismo burguês e sua relação com o fascismo histórico, bem como de sua particularidade no Brasil e expressões contemporâneas. A pesquisa buscou sistematizar parte do estado da arte acerca desse debate, contribuindo com as reflexões sobre os desafios postos às classes trabalhadoras no Brasil para enfrentar o cenário regressivo em curso. Por fim, espera-se, a partir do Serviço Social, ampliar tal discussão, incentivamos tanto a produção de conhecimento crítico sobre esse fenômeno contemporâneo quanto a participação ativa na construção de alternativas amparadas na direção social crítica da profissão.
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A dissertação tem como objetivo analisar o reacionarismo burguês na realidade brasileira, compreendendo a sua manifestação atual, por meio do neofascismo, e sistematizar as principais elaborações do Serviço Social sobre esse tema. Parte-se do pressuposto de que, nos últimos anos, o neofascismo tem se consolidado como doutrina ideológica e estratégia política das classes dominantes, revelando uma das faces mais brutais do capitalismo. Para compreender esse fenômeno, foram analisadas as relações históricas e sociais que moldaram a formação social do Brasil, utilizando referenciais críticos do pensamento social brasileiro. Além de caracterizar a conjuntura do país de forma crítica e dialética, a pesquisa examina as contribuições do Serviço Social na produção de conhecimento sobre o reacionarismo burguês, destacando o potencial para o fortalecimento do projeto ético-político profissional diante da ascensão neofascista. De natureza teórica e exploratória, a metodologia incluiu uma revisão bibliográfica sobre fascismo histórico, neofascismo, formação social brasileira e um levantamento das principais publicações em revistas acadêmicas da área de Serviço Social. Dentre os resultados, destaca-se o desenvolvimento de um estudo mais aprofundado sobre o neofascismo no Brasil e seus desdobramentos sobre a classe trabalhadora e o Serviço Social. A pesquisa buscou contribuir para o debate sobre o neofascismo e a necessidade de compreender o presente à luz da particularidade histórica brasileira, apontando reflexões sobre os caminhos para enfrentar o cenário regressivo atual. Por fim, espera-se incentivar o Serviço Social a ampliar sua produção de conhecimento crítico e a participar ativamente na construção de alternativas frente a essa realidade.
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AMANDA RAYZA BRITO DOS PRAZERES
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“305 POVOS QUE DIZEM: ESTOU AQUI!" Uma Análise histórica da relação entre a Política de Assistência Social e Povos Indígenas.
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Orientador : MARIA DAS GRACAS E SILVA
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA CRISTINA DE SOUZA VIEIRA
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ELIZANGELA CARDOSO DE ARAUJO SILVA
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MARIA DAS GRACAS E SILVA
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Data: 31/03/2025
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O presente trabalho tem como objetivo analisar as tendências da política de Assistência Social e sua relação com os Povos Indígenas no período de 19 95 a 2022, um período marcado por intensos confrontos e pela resistência do movimento indígena frente à hegemonia neoliberal e conservadora. A análise abrange as transformações dessa política, desde o governo de Fernando Henrique Cardoso até o mandato de Jair Bolsonaro, destacando como essas mudanças intensificaram os conflitos relacionados às terras e aos modos de vida dos povos indígenas. Esta questão configura-se como um eixo central para refletir sobre o acesso à proteção social no Brasil e suas especificidades, especialmente no contexto dos povos originários. A partir de uma análise crítica da construção histórico-social brasileira e dos desafios enfrentados pelos povos indígenas, incluindo o legado do imaginário de tutela e o apagamento histórico desde o período colonial até a contemporaneidade indígena, busca-se compreender as características atuais dessas populações e as tendências da proteção social básica como um viés essencial para a garantia de seus direitos específicos, destacando os impactos e agravamentos nesse campo. Trata-se de uma pesquisa de natureza documental e bibliográfica, com base em fontes fornecidas pelos institutos oficiais, como a Comissão Pastoral da Terra (CPT), Instituto Socioambiental (ISA) e cadernos publicados pelo Ministério de Desenvolvimento Social (MDS), buscando identificar os dados relacionados à desproteção social, violência e investimentos específicos no campo estudado. Ao analisar esses 03 marcadores, entre os governos Fernando Henrique Cardoso, Lula, Dilma, Temer e Bolsonaro, compreende-se que a desproteção social e a violência contra os povos indígenas estão profundamente interligadas. A falta de assistência adequada e a marginalização social criam e reformulam um ambiente propício para a violência e a violação dos direitos dessas populações, enquanto a violência exacerbada agrava ainda mais a situação de desproteção social e vulnerabilidade. A relação entre racismo, violência e vulnerabilidade social dos povos indígenas está profundamente conectada às dinâmicas históricas e estruturais de exclusão e marginalização dessa população no Brasil. Segundo Yazbek (2012), entre os dados obtidos do plano Brasil Sem Miséria, dos 817 .963 indígenas no país, 326.375 se encontravam na faixa da extrema pobreza,representando 40% do contingente populacional. Após 12 anos, o número de indígenas no país aumentou para 1, 7 milhão, o que, acentua a desproteção social dos povos indígenas, perpetuando um ciclo de empobrecimento, violência e discriminação racial. Os conflitos fundiários, alimentados pela disputa por terras e recursos naturais, criam um ambiente de violência física, psicológica e cultural contra essas comunidades. Esse contexto de violência é agravado pela falta de políticas assistenciais adequadas que possam oferecer proteção e garantir os direitos fundamentais. Conclui-se que a incorporação da agenda indígena pela Política de Assistência Social ainda é bastante incipiente, sendo importante que os movimentos e discussões relacionadas à atuação, parâmetros e especificidades desta Política, tenha como elemento essencial o atendimento direto a necessidades desses povos, a partir da consideração de suas especificidades étinicas.
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O presente trabalho tem como objetivo analisar as tendências da política de Assistência Social e sua relação com os Povos Indígenas no período de 19 95 a 2022, um período marcado por intensos confrontos e pela resistência do movimento indígena frente à hegemonia neoliberal e conservadora. A análise abrange as transformações dessa política, desde o governo de Fernando Henrique Cardoso até o mandato de Jair Bolsonaro, destacando como essas mudanças intensificaram os conflitos relacionados às terras e aos modos de vida dos povos indígenas. Esta questão configura-se como um eixo central para refletir sobre o acesso à proteção social no Brasil e suas especificidades, especialmente no contexto dos povos originários. A partir de uma análise crítica da construção histórico-social brasileira e dos desafios enfrentados pelos povos indígenas, incluindo o legado do imaginário de tutela e o apagamento histórico desde o período colonial até a contemporaneidade indígena, busca-se compreender as características atuais dessas populações e as tendências da proteção social básica como um viés essencial para a garantia de seus direitos específicos, destacando os impactos e agravamentos nesse campo. Trata-se de uma pesquisa de natureza documental e bibliográfica, com base em fontes fornecidas pelos institutos oficiais, como a Comissão Pastoral da Terra (CPT), Instituto Socioambiental (ISA) e cadernos publicados pelo Ministério de Desenvolvimento Social (MDS), buscando identificar os dados relacionados à desproteção social, violência e investimentos específicos no campo estudado. Ao analisar esses 03 marcadores, entre os governos Fernando Henrique Cardoso, Lula, Dilma, Temer e Bolsonaro, compreende-se que a desproteção social e a violência contra os povos indígenas estão profundamente interligadas. A falta de assistência adequada e a marginalização social criam e reformulam um ambiente propício para a violência e a violação dos direitos dessas populações, enquanto a violência exacerbada agrava ainda mais a situação de desproteção social e vulnerabilidade. A relação entre racismo, violência e vulnerabilidade social dos povos indígenas está profundamente conectada às dinâmicas históricas e estruturais de exclusão e marginalização dessa população no Brasil. Segundo Yazbek (2012), entre os dados obtidos do plano Brasil Sem Miséria, dos 817 .963 indígenas no país, 326.375 se encontravam na faixa da extrema pobreza,representando 40% do contingente populacional. Após 12 anos, o número de indígenas no país aumentou para 1, 7 milhão, o que, acentua a desproteção social dos povos indígenas, perpetuando um ciclo de empobrecimento, violência e discriminação racial. Os conflitos fundiários, alimentados pela disputa por terras e recursos naturais, criam um ambiente de violência física, psicológica e cultural contra essas comunidades. Esse contexto de violência é agravado pela falta de políticas assistenciais adequadas que possam oferecer proteção e garantir os direitos fundamentais. Conclui-se que a incorporação da agenda indígena pela Política de Assistência Social ainda é bastante incipiente, sendo importante que os movimentos e discussões relacionadas à atuação, parâmetros e especificidades desta Política, tenha como elemento essencial o atendimento direto a necessidades desses povos, a partir da consideração de suas especificidades étinicas.
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MARIANA MACENA DA SILVA
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O ESTUDO DA CATEGORIA INTERSETORIALIDADE E A POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NA LITERATURA DO SERVIÇO SOCIAL
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Orientador : MARIA ALEXANDRA DA SILVA MONTEIRO MUSTAFA
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA CRISTINA BRITO ARCOVERDE
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MARIA ALEXANDRA DA SILVA MONTEIRO MUSTAFA
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MARINA GUIMARAES GONDIM CARDOSO DE OLIVEIRA
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Data: 24/04/2025
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O estudo em questão se debruça sobre a intersetorialidade na Política de Assistência Social, buscando compreender suas nuances e desafios em um contexto marcado pela expansão do capitalismo e suas manifestações políticas e ideológicas. A pesquisa teve como objetivo geral compreender o significado da intersetorialidade mediante as matrizes teóricas empregadas na categoria e sua aplicabilidade nas Políticas Sociais, em especial na Política de Assistência Social a partir da análises da literatura do Serviço Social. Em seguida, elencamos objetivos específicos: Analisar a trajetória da implementação da intersetorialidade no âmbito das políticas, em especial da política de Assistência Social; Discutir o significado da categoria intersetorialidade e suas matrizes teóricas, conforme a aplicabilidade das gestões dos governos brasileiros mediantes os marcos políticas da Política de Assistência Social de Lula da Silva (2003 - 2011), Dilma Rousseff (2011- 2016), Michel Temer (2016-2018) e Jair Bolsonaro (2018 - 2022); Apreender as contribuições dos trabalhos de Pós-graduação em Serviço Social, bem como as interacções das pesquisas. A pesquisa partiu da análise crítica de documentos e obras de diversos autores, com o objetivo de desvendar os mecanismos que limitam a efetivação de políticas sociais democráticas e mitigadoras das expressões da questão social. A intersetorialidade é compreendida como uma estratégia de gestão compartilhada e descentralizada, surge como uma resposta à fragmentação das políticas sociais. No entanto, sua implementação esbarra em obstáculos como a "vontade política" de gestores, muitas vezes influenciada por interesses burgueses e ideologias neoliberais. Essa vontade política se manifesta em cortes orçamentários, desfinanciamento e desmonte de políticas sociais, impactando diretamente a vida dos mais vulneráveis.As autoras analisadas destacam a importância da intersetorialidade como instrumento de superação da fragmentação e pulverização do acesso aos direitos sociais. No entanto, alertam para a necessidade de compreender a lógica capitalista que permeia a gestão pública, moldando as políticas sociais, em especial na política de Assistência Social, de acordo com os interesses da classe dominante. A pesquisa revela que a Política de Assistência Social, apesar de seus avanços normativos, ainda é desafiada por ações partidárias e ideológicas que buscam reduzi-la a ações assistencialistas e pontuais. A intersetorialidade, nesse contexto, se mostra como uma estratégia potente para atender às expressões da questão social sob uma perspectiva de totalidade. O estudo aponta para a necessidade de desvendar a identidade e a lógica da "vontade política" que justifica a fragmentação dos direitos sociais. Quem são os responsáveis pela não concretização das políticas sociais? A pesquisa busca responder a essa pergunta, revelando que os mais afetados pela (des)gestão política burguesa são os pobres, negros, mulheres, crianças, idosos, PCDs, LGBTQ+ e usuários de serviços públicos. A intersetorialidade, nesse contexto, surge como uma ferramenta de resistência e luta por direitos. No entanto, sua efetivação exige um olhar crítico sobre as estruturas de poder e as ideologias que moldam a gestão pública. A pesquisa conclui que a luta por políticas sociais democráticas e intersetoriais é uma luta constante, que exige vigilância e participação popular.
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O projeto intitulado A Política de Assistência Social e os Tensionamentos à Intersetorialidade no capitalismo: a divisão social do trabalho e o (Re)direcionamento do Financiamento Público nos governos Michel Temer e Jair Bolsonaro tem como objetivo apreender as motivações dos tensionamentos da concretização da intersetorialidade na política de assistência social e os impactos do (re)direcionamento do financiamento público como um dos determinantes deste processo, no Brasil, nos anos de 2016 a 2022. A partir da análise dos documentos que estabelecem que esta política deve ser intersetorial, tais como a LOAS e a PNAS, bem como aqueles que desmontam tal perspectiva, com cortes orçamentários que a inviabilizam, como a PEC 95. Para tanto, nos nossos objetivos específicos se referem a: (I) Analisar o significado da categoria intersetorialidade na política de Assistência Social, a partir de pesquisa bibliográfica e da análise dos documentos que constituem a Política Nacional de Assistência Social e os Programas e Serviços do SUAS; (II) Aprofundar os fundamentos teórico político-econômicos e ideológicos da política de Assistência Social no Capitalismo (ultra) neoliberal; (III) Analisar nos documentos (Emenda Constitucional 95º, 2016 e II Plano Decenal da Assistência Social (2016/2026) “Proteção Social para Todos/as os/as brasileiros/as”) ações dos governo de Temer e Bolsonaro que impactam no (re)direcionamento do financiamento da política de assistência social via ajustes fiscais e orçamentários.
O ponto de partida histórico é o chamado período entendido como blindagem da democracia criado por Demier (2017). No entanto, o projeto é alicerçado mediante pano de fundo histórico econômico - político e ideológico coordenado pelo capitalismo e suas faces ideopolíticas como o neoliberalismo. As motivações no quadro de reestruturação do capital mediante suas crises estruturais e inerentes, tal como já analisado por Marx nos seus estudos sobre o modo de produção capitalista. No Brasil, recentemente, esta drástica redução de direitos e desmantelamento das políticas sociais se acentuou nos governos de Michel Temer (2016–2018) e Jair Bolsonaro (2018-2022), iniciada com a instauração da Emenda Constitucional n.º 95, que atinge diretamente. as ações transversais da política de Assistência Social. Uma das principais dificuldade na concretização da intersetorialidade nas políticas sociais, especialmente na política de assistência social, no capitalismo, se dá por conta de sua própria lógica fundada na divisão social do trabalho, presente nas prospecções de Marx, e que se traduz como fragmentação do processo de trabalho e fragmentação do conhecimento que se encontra pulverizado em ramos específicos, sem interação entre eles.
A análise da chamada “blindagem da democracia” se refere à redução de direitos, empregos formais e consequentemente alto índice de desemprego, com valor de salário mínimo desigual a qualidade de trabalho imposta. Além disso, baixa qualidade de vida, seguida de segurança da frágil proteção social brasileira.
Decerto, as condições que estão sendo postas à sociedade brasileira diante dos avanços dos tensionamentos postos às políticas sociais brasileiras, em especial à Política de Assistência Social regride aos avanços institucionalizados dos direitos sociais.
Nesta perspectiva que a intersetorialidade assume papel fundamental nos tensionamentos políticos, econômicos e governamentais que visam a negação do sistema capitalista vigente. As fragilidades na estruturação, funcionamento e eficácia das políticas sociais, em especial na relação intersetorial a partir da Política de Assistência Social tem viés burguês onde o objetivo não é jamais manter uma legalidade jurídica e salvaguardar os direitos sociais. Pois, se o Estado brasileiro burguês prezasse pelos direitos e principalmente pelo acesso a uma boa qualidade dos mínimos sociais, nenhuma política econômica de teor contrarreformistas seria capaz de acessar ou reduzir os direitos e a qualidade dos serviços essenciais para de “ quem dela necessita” (PNAS, 2004).
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WANESSA DA SILVA PONTES
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AS 'NOVAS' CONFIGURAÇÕES DO PROIBICIONISMO E SEUS REFLEXOS NA POLÍTICA DE DROGAS NO BRASIL
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Orientador : EVELYNE MEDEIROS PEREIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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CYNTHIA STUDART ALBUQUERQUE
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EVELYNE MEDEIROS PEREIRA
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RAQUEL CAVALCANTE SOARES
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Data: 24/04/2025
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A pesquisa teve como objetivo investigar as “novas” configurações do proibicionismo nas políticas de drogas no Brasil na contemporaneidade. Para tanto, realizamos uma pesquisa bibliográfica e documental baseada em dados secundários. Ancorada na teoria social crítica, fundamentamo-nos nas obras de Karl Marx e de autores/as marxistas, além de outros/as que estudam a temática das drogas. Nosso ponto de partida foi a relação entre a “questão das drogas” e o proibicionismo, suas determinações sócio-históricas no desenvolvimento capitalista. Por conseguinte, analisamos como elementos estruturantes da formação social brasileira se expressam no proibicionismo, bem como o papel do Estado burguês e suas respostas proibicionistas e punitivistas para com o consumo e mercantilização dessas substâncias no contexto do capitalismo dependente brasileiro. O estudo também aborda o impacto da ofensiva neoliberal, da ascensão do neoconservadorismo e do fundamentalismo religioso nas políticas sobre drogas ao longo das últimas décadas, servindo de base ideológica para o fortalecimento do proibicionismo na atualidade e fundamentando o crescimento de grupos religiosos conservadores que se inseriram na disputa pelo fundo público das políticas sobre drogas através do financiamento de instituições como as Comunidades Terapêuticas. A investigação demonstrou que, historicamente, o proibicionismo, fundamentado pelo conservadorismo, é um importante mecanismo de controle e punição da classe trabalhadora por meio do Estado, considerando a relação entre coerção e consenso, mostrando-se fundamental para a dominação e hegemonia burguesa. Todavia, na atualidade, diante da ascensão do neoconservadorismo de viés fascista, no cenário de acirramento do ajuste neoliberal, o reforço da violência estrutural, as ameaças ao caráter laico e público dos serviços no âmbito da política sobre drogas, bem como a implementação de uma gestão mais voltada para resultados e cumprimento de metas, compõem as novas configurações do proibicionismo na sociedade brasileira.
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A questão das drogas no Brasil vem sendo marcada por um campo de disputas teóricas e ideopolíticas entre projetos políticos distintos que revelam uma luta por hegemonia na defesa de modelos de atenção à saúde de pessoas usuárias de drogas, necessariamente vinculada à projetos políticos, econômicos e societários. De um lado, o modelo manicomial, conservador e proibicionista, representado pelas chamadas “Comunidades Terapêuticas”. De outro, o modelo antimanicomial e antiproibicionista da Reforma Psiquiátrica. A partir da década de 2010, principalmente após o golpe jurídico-parlamentar de 2016, o crescimento gradual do conservadorismo no cenário político nacional e a ascensão da extrema direita no governo Bolsonaro trouxeram graves retrocessos nas políticas públicas, em especial a política sobre drogas. Este contexto fortaleceu o projeto reacionário do campo fundamentalista-religioso e promoveu um reforço às lógicas e práticas punitivistas, moralistas e manicomiais. Em Pernambuco, este cenário se intensificou cada vez mais durante este período. O estado possui uma forte incidência de grupos religiosos na política local, representantes das Comunidades Terapêuticas. Grupos estes que cresceram e se consolidaram na disputa pelo campo das drogas. Por outro lado, as forças políticas contra hegemônicas, defensoras da Reforma Psiquiátrica, da luta antimanicomial, antiproibicionista e antipunitivista também são diversas e significativas, conseguindo, inclusive, fazer com que Pernambuco seja o único estado do país que conseguiu retirar as CTs da Rede de Atenção Psicossocial. Assim, o referido estudo busca compreender entender essas disputas no âmbito das políticas sobre drogas, seus avanços e retrocessos, bem como os aparelhos privados de produção de hegemonia e de consenso envoltos nesta dinâmica. Traremos a análise destas questões a partir das particularidades da realidade do estado de Pernambuco, identificando as principais resistências e projetos em disputa no âmbito da política de drogas no estado e como estes se organizam. Utilizando como marco temporal o período que vai de 2010, quando se propagou a chamada “epidemia do crack”, até 2020, com a ascensão recente governo de extrema direita, período este que promoveu o maior retrocesso no âmbito das políticas sobre drogas no Brasil.
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THAIS DE ALBUQUERQUE MARANHAO LOBO
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PACTO PELA VIDA: uma analise critica das estrategias e mecanismos de enfrentamento a violencia em Pernambuco (2007-2022)
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Orientador : ANA CRISTINA BRITO ARCOVERDE
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA CRISTINA BRITO ARCOVERDE
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HELENA LUCIA AUGUSTO CHAVES
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MIRIAM DE SOUZA LEAO ALBUQUERQUE
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Data: 04/07/2025
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O presente projeto tem por objetivo analisar a pertinência das estratégias e dos mecanismos utilizados pelo Pacto Pela Vida para reduzir a violência no estado de Pernambuco, no período de 2007 a 2022. Diante de uma conjuntura marcada pelo adensamento da violência e pela expansão da criminalidade, o Pacto Pela Vida, formulado e implementado em 2007, durante a gestão Eduardo Campos do Partido Socialista Brasileiro (PSB), se materializou como resposta à crescente insegurança pública vivenciada pela população no estado, tendo como objetivo a redução dos crimes violentos letais intencionais. Apesar dos resultados obtidos pelo programa nos anos iniciais, a problemática da violência voltou a afligir a administração pública e, sobretudo, a população pernambucana. O Pacto Pela Vida se consubstanciou como um programa de extremos, descontinuidades e controvérsias, sendo marcado por falhas e excessos da atividade policial. É válido, portanto, voltar o olhar das investigações para o processo decisório, analisando de que forma o Pacto Pela Vida estruturou o combate à violência no estado, quais as estratégias e mecanismos alicerçaram a atuação do programa, a concepção de violência que norteia suas ações e, então, analisar a relação de pertinência colocada como objetivo do estudo. Para isso, será necessário realizar uma pesquisa documental de natureza exploratória e abordagem qualitativa, analisando o Plano Estadual de Segurança Pública e as legislações relacionadas ao programa constantes nos arquivos da Assembleia Legislativa de Pernambuco. Espera-se que os apontamentos críticos ao modelo de intervenção estatal pernambucano possam fomentar o debate em torno da segurança pública brasileira, questionando a atuação do Estado e o modus operandi pelo qual a atividade policial vem enfrentando a violência presente no país. Além disso, a análise das estratégias e mecanismos de combate à violência utilizados pelo programa, auxiliarão na disputa de narrativas intervencionistas, possibilitando a reflexão em torno da criação de novas alternativas para a segurança pública pernambucana.
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O presente projeto tem por objetivo analisar a pertinência das estratégias e dos mecanismos utilizados pelo Pacto Pela Vida para reduzir a violência no estado de Pernambuco, no período de 2007 a 2022. Diante de uma conjuntura marcada pelo adensamento da violência e pela expansão da criminalidade, o Pacto Pela Vida, formulado e implementado em 2007, durante a gestão Eduardo Campos do Partido Socialista Brasileiro (PSB), se materializou como resposta à crescente insegurança pública vivenciada pela população no estado, tendo como objetivo a redução dos crimes violentos letais intencionais. Apesar dos resultados obtidos pelo programa nos anos iniciais, a problemática da violência voltou a afligir a administração pública e, sobretudo, a população pernambucana. O Pacto Pela Vida se consubstanciou como um programa de extremos, descontinuidades e controvérsias, sendo marcado por falhas e excessos da atividade policial. É válido, portanto, voltar o olhar das investigações para o processo decisório, analisando de que forma o Pacto Pela Vida estruturou o combate à violência no estado, quais as estratégias e mecanismos alicerçaram a atuação do programa, a concepção de violência que norteia suas ações e, então, analisar a relação de pertinência colocada como objetivo do estudo. Para isso, será necessário realizar uma pesquisa documental de natureza exploratória e abordagem qualitativa, analisando o Plano Estadual de Segurança Pública e as legislações relacionadas ao programa constantes nos arquivos da Assembleia Legislativa de Pernambuco. Espera-se que os apontamentos críticos ao modelo de intervenção estatal pernambucano possam fomentar o debate em torno da segurança pública brasileira, questionando a atuação do Estado e o modus operandi pelo qual a atividade policial vem enfrentando a violência presente no país. Além disso, a análise das estratégias e mecanismos de combate à violência utilizados pelo programa, auxiliarão na disputa de narrativas intervencionistas, possibilitando a reflexão em torno da criação de novas alternativas para a segurança pública pernambucana.
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BYANCA MAYRA FIGUEIROA DA SILVA
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A POLITICA DE DIREITOS HUMANOS: uma analise historico-dialetica a partir da realidade de Recife - PE.
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Orientador : VALERIA NEPOMUCENO TELES DE MENDONCA
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MEMBROS DA BANCA :
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DELAINE CAVALCANTI SANTANA DE MELO
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ROSA MARIA CORTES DE LIMA
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VALERIA NEPOMUCENO TELES DE MENDONCA
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Data: 22/07/2025
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Os direitos humanos são frequentemente apontados pelas gestões governamentais dos três níveis do poder executivo como elemento norteador das políticas públicas, mas quando se trata de sua implementação como uma política específica, os seus objetivos, instrumentos de atuação e alcance interventivo se mostram pouco delimitados. Esta dissertação teve como objetivo geral analisar a direção social que orientou a política de direitos humanos no município de Recife - PE de 2005 a 2024, marco temporal que abrange desde a criação da então Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Segurança Cidadã. Para alcançar o objetivo, foi necessário um percurso teórico conduzido com base no método materialista histórico-dialético por meio do qual foi possível compreender a garantia, promoção e defesa dos direitos humanos na contemporaneidade; identificar o conteúdo, objeto e abrangência de atuação da política pública de direitos humanos; e analisar a execução da política municipal de direitos humanos de Recife - PE. Os resultados da pesquisa foram alcançados através de pesquisa bibliográfica e documental, as quais viabilizaram a reflexão sobre a relação entre o Estado, os direitos humanos, a formação da sociedade capitalista e o lugar que a política de direitos humanos ocupa nesta configuração social. Além disso, a análise de documentos públicos vinculados à política municipal de direitos humanos possibilitou o aprofundamento da reflexão a partir dos eixos: promoção de direitos, memória da política, controle, orçamento e defesa de direitos. A relevância da pesquisa se expressa tanto no ineditismo, perceptível na escassez de pesquisas sobre a política de direitos humanos e, sobretudo, por abranger o âmbito municipal, quanto na necessidade manifesta pela própria realidade social no que diz respeito às ações governamentais na promoção, proteção e defesa dos direitos humanos. Os resultados mostram que no decorrer das gestões que ocuparam a chefia do poder executivo municipal não houve relevante discrepância na direção social assumida pela política. Embora haja aspectos que indiquem a existência de perspectivas político-ideológicas divergentes, na prática, as duas décadas mostram uma escassez de medidas contínuas, uma baixa capacidade orçamentária, tendência de segmentação interna e desarticulação com as demais políticas setoriais.
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A pesquisa proposta por este projeto tem como objetivo realizar uma analise critica sobre a execucao da politica de direitos humanos no municipio de Recife - PE no periodo compreendido entre 2005 — ano de criacao da entao Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Seguranca Cidada — e o presente. A relevancia da pesquisa se expressa tanto no ineditismo, perceptivel na escassez de pesquisas sobre a politica de direitos humanos e, sobretudo, sobre esta no ambito municipal, quanto na necessidade manifesta pela propria realidade social no que diz respeito as acoes governamentais na promocao, protecao e defesa dos direitos humanos. Para a delimitacao do objeto de pesquisa, utilizou-se como referencial teorico autores classicos e contemporaneos por meio dos quais foi possivel comecar uma reflexao sobre a relacao entre o Estado, os direitos humanos, a formacao da sociedade capitalista e o lugar que a politica de direitos humanos ocupa nesta configuracao social. Todo o percurso teorico-reflexivo do projeto evidenciou que o metodo adequado para o alcance do objetivo proposto e o materialismo historico dialetico.
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JULIANA DE ARAUJO MOSCOSO SILVA
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INSTRUMENTALIDADE DO/NO SERVICO SOCIAL NA AREA SOCIOJURIDICA: possibilidades, limites e desafios da pratica profissional no Tribunal de Justica, do Poder Judiciario
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Orientador : ANA CRISTINA BRITO ARCOVERDE
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA CRISTINA BRITO ARCOVERDE
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SUZANEIDE FERREIRA DA SILVA MENEZES
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VALERIA NEPOMUCENO TELES DE MENDONCA
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Data: 29/07/2025
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A dissertação apresenta a pesquisa sobre a prática profissional do Serviço Social e sua interface com o Direito no Tribunal de Justiça, do Poder Judiciário, dentro do sistema capitalista monopolista. Tem como fio condutor o debate da categoria instrumentalidade desenvolvido nos estudos de Yolanda Guerra, numa perspectiva crítico-dialética e apoiada nas obras de Karl Marx e Georg Lukács. A autora considera a instrumentalidade como uma mediação para a prática profissional, por meio da práxis, que possibilita a projeção em sua consciência, a intencionalidade antes mesmo de sua realização e a partir disto a escolha do meio como fazer, de mobilizar os instrumentos e as técnicas necessárias, orientados para o alcance da finalidade pretendida, dentro das circunstâncias possíveis. Indaga-se como os(as) Assistente Sociais vem respondendo as demandas da profissão e as demandas institucionais, trazendo a reflexão sobre a instrumentalidade da profissão, que vai além do uso de instrumentos e técnicas, na perspectiva do entrelaço entre as dimensões da formação profissional guiada pelo projeto profissional hegemónico. Tem como objetivo desvendar a racionalidade instrumentalizada nas respostas e estratégias de intervenção profissional do Serviço Social no Tribunal de Justiça, do Poder Judiciário. O estudo fundamenta-se no método histórico-dialético, o qual utiliza as categorias da universalidade, particularidade e singularidade para analisar as contradições e mediações da realidade numa aproximação a totalidade social, reveladas nas possiblidades, limites e desafios da prática profissional. A investigação foi realizada pela pesquisa bibliográfica, de cunho qualitativa, junto ao acervo dos Anais do X ao XVII Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais-CBAS, através da técnica da leitura e da criação de instrumentais para a coleta de dados. O percurso metodológico utilizou-se do procedimento amostral junto ao universo dos trabalhos dos CBAS's, pelo recorte temporal de 2001 a 2022, filtro descritivo no titulo "Judiciário", natureza do trabalho por sistematização do trabalho e relato de experiência e autoria do(a) próprio(a) profissional, totalizando a seleção de 19 trabalhos. Entre os achados da pesquisa racionalidade, instrumentalidade e prática profissional do Serviço Social no Tribunal de Justiça, destaca-se a autonomia (relativa) do(a) Assistente Social na elaboração e escolha dos instrumentos e técnicas de intervenção profissional, voltada majoritariamente para fundamentar o estudo, laudo e parecer social, bem como o campo de tensão entre as demandas da instituição e as demandas da profissão, pelas respostas e estratégias de intervenção profissional dentro das correlações de forças do espaço sócio-ocupacional. As análises e interpretações da pesquisa permitiram considerar que a prática profissional no Tribunal de Justiça requer ultrapassar o imediatismo do cotidiano profissional e a apresentação fragmentada e individualizada do fenómeno social trazido nos autos dos processos judiciais, numa atuação que relata a finalidade da garantia do acesso aos direitos sociais, dentro do contexto de judicialização das expressões da questão social, regressão de direitos e criminalização da pobreza. Envolve a sua condição de trabalhador(a) assalariado(a) e o protagonismo do(a) Assistente Social no compromisso com a fundamentação e formação profissional, voltadas a direção dos valores e dos principios do Projeto Ético-Politico Profissional, na perspectiva da relação entre a teoria e prática, pela práxis.
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A pesquisa pretende desenvolver reflexoes sobre a pratica profissional do Servico Social na area sociojuridica tendo como fio condutor o debate da categoria instrumentalidade desenvolvido nos estudos de Yolanda Guerra, que partem de uma analise critico-dialetica apoiada nas obras de Karl Marx e Georg Lukacs. A instrumentalidade como mediacao do fazer profissional instiga a reflexao da intencionalidade das respostas profissionais, da autonomia (relativa) pela escolha de uma intervencaoa partir de aproximacoes as determinacoes da realidade social, que requer do profissional o seu posicionamento frente a formacao profissional e aos projetos societarios para a materializacao do projetoprofissional. Para tanto, o estudo apresenta como objetivo desvendar a racionalidade implicita nas respostas e estrategias de intervencao profissional do Servico Social na area sociojuridica a partir da fundamentacao nas dimensoes teorico-metodologica, tecnico-operativa e etico-politica de sua formacao profissional. Desse modo, a pesquisa almeja desvelar, a partir dos trabalhos apresentados nos Anais do X ao XVII Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais (CBAS), a pratica profissional na area sociojuridica em seus avancos, limites e desafios para a instrumentalidade do/no Servico Social na direcao da materializacao de seu projeto profissional. Para tanto, traz ao debate a categoria instrumentalidade desenvolvida por Yolanda Guerra como uma mediacao, por meio da praxis, para a projecao consciente e o alcance dos meios necessarios para a finalidade pretendida, que no caso do Servico Social e fruto da construcao de seu projeto profissional. O estudo estrutura-se em tres eixos analises, abordandono primeiro topico a instrumentalidade do/no Servico Social; no segundo o Servico Social na area sociojuridica e os avancos, dificuldades e desafios dos tempos atuais; e no terceiro topico sobre as construcoes e reflexoes sobre a pesquisa.A pratica profissional do(a) assistente social requer uma postura investigativa e interpretativa da realidade social, dentro de um cenario contemporaneo desafiante de aumento da desigualdade social a nivel mundial, como reflexo do sistema capitalista de monopolios, e que incide sobre as expressoes da questao social, objeto de sua intervencao profissional. Nesse sentido, coloca-se como necessario uma leitura da totalidade dos processos sociais para uma atuacao profissional compromissada com a direcao social do projeto profissional e por conseguinte do conhecimento do metodo que se aproxima das determinacoes da realidade social. Em termos metodologicos, sera realizada a pesquisa bibliografica junto ao trabalhos apresentados e reproduzidos nos acervos dos Anais dos X ao XVII CBAS,no periodo de 2001 a 2022, considerando-os como producao de conhecimentos pela categoria profissional que se aproximam do cotidiano profissional do Servico Social na area sociojuridica. Desse modo, revelam a relacao entre a teoria e a pratica da intervencao profissional e assim possibilitam investigar os avancos, a superacao das dificuldades e o enfrentamento dos desafios pela categoria profissional na direcao da materializacao de seu projeto profissional.
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ÉRICA PEREIRA DE LIMA
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OS MODELOS DE GESTAO DO SISTEMA UNICO DE SAUDE (SUS) E AS INFLEXOES NAS CONDICOES DE TRABALHO DO (A) ASSISTENTE SOCAL: tendencias a partir da producao da area do Servico Social (2014-2024)
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Orientador : MARIA ALEXANDRA DA SILVA MONTEIRO MUSTAFA
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA CRISTINA DE SOUZA VIEIRA
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MARIA ALEXANDRA DA SILVA MONTEIRO MUSTAFA
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MARINA GUIMARAES GONDIM CARDOSO DE OLIVEIRA
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SALYANNA DE SOUZA SILVA
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Data: 29/07/2025
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O presente trabalho teve como objetivo identificar as tendências e direcionamentos do Serviço Social ao debate sobre as condições de trabalho dos (as) assistentes sociais inseridos nos espaços geridos pelos modelos de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), com destaque para as Organizações Sociais da Saúde (OSS) e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). Foi realizado um levantamento de teses e dissertações disponíveis no banco de dados do Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES, além das produções do Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais (CBAS), referentes ao tema, no período de 2014 a 2024. Tal período adotado contempla o estudo, ao abordar os últimos dez anos de produção da categoria profissional, estabelecendo uma relação com o cenário marcado pela crise pandêmica, a partir de 2020. O estudo foi desenvolvido através de pesquisa bibliográfica de natureza qualitativa, com procedimentos de análise de conteúdo. A perspectiva teórico-metodológica que orienta esse trabalho está referenciada no campo da teoria social crítica vinculada à tradição marxista. Para isso, realizamos uma discussão sobre a categoria trabalho, além de elementos teóricos que explicam a natureza das condições de trabalho no capitalismo, elementos que explicitam em que se dão tais condições de trabalho. Além disso, abordamos as mudanças provocadas sob a égide neoliberal e seus rebatimentos na gestão e controle da força de trabalho, com destaque para a pandemia. A pesquisa constata que o debate na área de Serviço Social sobre as condições de trabalho de assistentes sociais, inseridos nos espaços da saúde, que estão submetidos à lógica do público e privado, apesar de estar alinhado predominantemente a uma perspectiva crítica, ainda é insuficiente, mesmo quando nos referimos ao aprofundamento da contrarreforma do Estado, agravado na pandemia e no contexto de ampliação dos modelos de gestão do SUS. O quantitativo encontrado de produções foi parco em todos os bancos de dados e sinaliza a carência de trabalhos que abordam a discussão, a partir dos (as) assistentes sociais e suas reverberações para as condições de trabalho.
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A presente proposta de estudo que ora apresentamos, tem como foco de analise as condicoes de trabalho dos (as) assistentes sociais inseridos(as) nas Organizacoes Sociais da Saude (OSS) em Pernambuco, a partir do contexto da pandemia de COVID-19. O capitalismo pandemico combinou velhas requisicoes postas aos(as) assistentes sociais, se espraiando nos espacos de trabalho, sob a hegemonia do capital financeiro, da reestruturacao produtiva e do neoliberalismo. Dessa maneira, o referido estudo parte da hipotese de que a maioria significativa dos(as) assistentes sociais inseridos nas OSS em Pernambuco encontram-se submetidos a condicoes de trabalhos precarios e que o cenario de crise sanitaria, economica, social e politica intensificou as tendencias de precarizacao e exploracao. Nesses termos, esta pesquisa tem como objetivo geral: identificar e analisar as mudancas nas condicoes de trabalho dos (as) assistentes sociais inseridos (as) nas Organizacoes Sociais da Saude em Pernambuco, a partir do contexto da pandemia e, tem como objetivos especificos: apreender as condicoes que imprimem precarizacao e instabilidade no trabalho dos (as) assistentes sociais inseridos (as) nas Organizacoes Sociais da Saude em Pernambuco; analisar os “Novos modelos de gestao” adotado pelo SUS e pelas OSS para apreender os seus rebatimentos nas condicoes de trabalho dos(as) assistentes sociais, a partir da pandemia e identificar os desafios e possibilidades do exercicio profissional, a partir do contexto da pandemia. Para alcancarmos os objetivos propostos desta pesquisa de natureza qualitativa, o metodo para realizacao e o Materialista Historico Dialetico. O percurso metodologico para a apreensao do objeto de estudo e para a analise dos dados coletados envolve, no primeiro momento, a revisao bibliografica e pesquisa empirica. Utilizaremos, para o estudo bibliografico, as categorias: trabalho, precarizacao do trabalho e privatizacao no Sistema Unico de Saude (SUS).O segundo momento metodologico para realizacao da pesquisa consistira na observacao participante no ambiente de trabalho, OSS IMIP, e utilizaremos o diario de campo.
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RODOLFO GUIMARÃES REGUEIRA DA SILVA
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ESTRUTURA E DINAMICA DA FORCA DE TRABALHO NO BRASIL (2003-2014): OS TRABALHADORES CELETISTAS E AS TRANSFORMACOES NA CLASSE TRABALHADORA ASSALARIADA AO CAPITAL
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Orientador : ANGELA SANTANA DO AMARAL
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MEMBROS DA BANCA :
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ANDRE LUIZ DE MIRANDA MARTINS
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ANGELA SANTANA DO AMARAL
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JULIANE FEIX PERUZZO
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Data: 27/08/2025
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Este estudo objetiva a análise das transformações na estrutura objetiva das classes trabalhadoras em geral, especialmente dos trabalhadores assalariados sob a égide do capital, em áreas urbanas, o proletariado formal sujeito à CLT no Brasil entre 2003 e 2014. Este estudo toma como base a estrutura e dinâmica geral do mercado de trabalho e, em particular do mercado formal urbano de trabalho assalariado. A análise tem como prioridade o estudo dos trabalhadores assalariados com carteira de trabalho assinada, o aqui denominado proletariado celetista urbano. Buscou-se nesse estudo evidenciar os aspectos de mudança e de continuidade na estrutura geral de classes sociais, especialmente das classes trabalhadoras, derivada da inserção dos indivíduos sociais no processo geral de produção, especialmente do proletariado celetista urbano. Ademais das questões teórico-históricas necessárias para a compreensão da estrutura e dinâmica da força de trabalho no âmbito do mercado de trabalho, como derivada da estrutura produtiva e ocupacional, o estudo analisou o perfil de empregos e salários desse proletariado, por sexo/gênero, setores econômicos de atividades agropecuárias, industriais ou de serviços, grupos ocupacionais de ocupações transversais de gestão e técnicas, ocupações tipicamente de serviços ou tipicamente operário-fabris. Isto foi mediado pelos perfis etários e os níveis de escolaridade desse proletariado. A análise é circunscrita, principalmente, aos elementos objetivos apresentados por essa força de trabalho. Em síntese o objeto desse estudo são as transformações estruturais e a dinâmica da classe trabalhadora assalariada que está sujeita à exploração do capital, especialmente à regulação estatal da CLT no Brasil, no período de 2003-2014. Ou seja, a classe de maior importância relativa, em termos quantitativos, no mercado de trabalho, pela sua predominância sobre as demais formas de relações de trabalho e pelo aspecto qualitativo de centralidade no processo de acumulação capitalista e de geração de mais-valor. Centralidade potencial, também, no processo da luta de classe na confrontação direta com o capital, por conta de sua própria existência enquanto estrutura objetiva, bem como nas lutas políticas por reforma e/ou transformação social.
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A pesquisa objetiva a analise das transformacoes na estrutura objetiva da classe trabalhadora assalariada ao capital, na formacao social brasileira no alvorecer do seculo XXI. A analise tera como foco prioritario o estrato de assalariados com carteira de trabalho assinada, composto pelos celetistas. Entre os diversos objetivos da Pesquisa, buscar-se-a os aspectos de mudanca e de continuidade, no perfil de classificacao ocupacional, entre atividades agropecuarias, industriais ou de servicos, ou entre atividades de gestao, profissionais, tecnicas e demais funcoes laborais. Isto sera mediado pelos perfis, relativos a genero, faixas etarias, niveis de instrucao e rendimentos, circunscrevendo-se, principalmente, aos elementos objetivos apresentados por essa forca de trabalho. Em termos concretos o objeto de pesquisa para o qual este projeto esta sendo apresentado sao as transformacoes estruturais e a dinamica da classe trabalhadora assalariada que esta sujeita a exploracao do capital, especialmente a regulacao estatal da CLT no Brasil, no periodo de 2003-2014. Ou seja, a classe de maior importancia relativa, em termos quantitativos, no mercado de trabalho, pela sua predominancia sobre as demais formas de relacoes de trabalho. Tambem, pelo aspecto qualitativo de centralidade no processo de acumulacao capitalista e de geracao de mais-valor. Centralidade potencial, tambem, no processo da luta de classe na confrontacao direta com o capital, por conta de sua propria existencia enquanto estrutura objetiva, como nas lutas politicas por reforma e/ou transformacao social. A pesquisa nao negligencia as demais formas de relacao salarial como assalariados informais ou disfarcados, putting-out, trabalho a domicilio, para a acumulacao de capital, seja na producao ou na circulacao, nem seu papel potencialmente positivo nas lutas de classes imediatas e mediatas. Ademais o estudo da totalidade das classes trabalhadoras permite aquilatar o papel das genuinas formas nao assalariadas de trabalho como a pequena producao urbana e rural, nao somente para insercao dos desprovidos nao apenas dos meios de producao, mas dos meios de subsistencia em uma sociedade de predominio do mercado capitalista.
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ALEXANDRE JOSE DOS SANTOS
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Contrarreforma da Atencao Primaria a Saude (APS): inflexoes de uma Parceria Publico-Privada (PPP) na APS em Recife.
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Orientador : ANA CRISTINA DE SOUZA VIEIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA CRISTINA DE SOUZA VIEIRA
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DELAINE CAVALCANTI SANTANA DE MELO
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RAQUEL CAVALCANTE SOARES
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Data: 28/08/2025
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A presente pesquisa teve como objetivo refletir criticamente acerca da contrarreforma da Atenção Primária à Saúde no município de Recife, evidenciando o processo em curso da Parceria Público-Privada (PPP). Assim, buscou-se revelar as concepções e influências que determinam o processo de privatização do SUS, e consequentemente da APS; identificar as bases jurídicas e legais que direcionaram o processo de privatização da APS em Recife, bem como, problematizar os interesses existentes na privatização da APS em Recife mediada por uma PPP. A pesquisa teve como base teórica metodológica a perspectiva do materialismo histórico dialético, com procedimentos metodológicos de uma pesquisa documental, e com aproximações com as principais referências teóricas na área de estudo. Neste sentido, foi realizada pesquisa documental, a partir da análise dos documentos do âmbito jurídico legal da Prefeitura da Cidade do Recife que incidem sobre o processo em curso da Parceria Público-Privada da APS. A análise permitiu identificar que o processo de contrarreforma na política de saúde no Brasil não é novo, de forma que é possível verificar ao longo da história disputas no que se refere aos projetos de saúde, de um lado um projeto de saúde amplo, determinado pelos ideais do movimento de reforma sanitário brasileiro, e de outro um projeto de saúde privado, ligado aos interesses de mercado e dos aparelhos multilaterais, e ainda um terceiro projeto, de um SUS totalmente submetido ao mercado. Além disso, no período histórico recente, sobretudo na última década, verifica-se um recrudescimento dos processos de precarização, sucateamento e desfinanciamento da APS no Brasil, de forma que este nível de atenção tem sido alvo de transformações legais e jurídicas que determinam mudanças no modelo de atenção à saúde, na construção do seu referencial ideológico e político, no aporte de serviços, no financiamento, no cuidado em saúde das populações, bem como nos seus atributos. Neste sentido, a APS tem sido reconfigurada, abrindo espaço para construção de uma ideia de APS mais seletiva e direcionada às populações mais pauperizadas, intensificada pelos processos de privatização e precarização deste nível de atenção. Esse processo é intensificado à luz do agravamento da crise capitalista, que impõe mudanças na forma que o Estado brasileiro direciona as políticas públicas, resultando em processos de desestruturação de políticas e programas, serviços, bem como no processo de expropriação dos direitos sociais, determinados na conjuntura política, social e econômica da sociabilidade do capital. Assim, a análise realizada permitiu identificar que os mecanismos operacionalizados pela Prefeitura do Recife redimensionam o papel do Estado e alteram a política de saúde em âmbito municipal visando à manutenção da política macroeconômica capitalista, sendo assim, uma estratégia de privatização. Diante das aproximações realizadas, desvela-se o avanço por parte da PCR (Estado) em legitimar e regulamentar estratégias privatizantes voltadas para a política de saúde, em destaque para APS, fortalecendo uma lógica de reforma sanitária flexibilizada, ao passo que amplia a rede de serviços, mas direciona os recursos para implementação e gestão para os entes privados. Para mudança deste quadro, aponta-se a necessidade de fortalecimento dos movimentos que lutam em torno de uma saúde pública, gratuita e de qualidade, por uma APS ampla, que tenha como base a determinação social do processo saúde-doença e a integração com outras políticas para potencializar a verdadeira mudança e qualificação deste nível de atenção.
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A presente pesquisa tem como objetivo realizar analise da contrarreforma da Atencao Primaria a Saude, destacando o processo em curso da Parceria Publico-Privada em Recife, entre 2019 e 2024, periodo em que se apresenta aprofundamento do processo de precarizacao, sucateamento e desfinanciamento deste nivel de atencao a saude no Brasil. A pesquisa tem como base teorica metodologica a perspectiva do materialismo historico dialetico, com procedimentos metodologicos de uma pesquisa documental, e com aproximacoes com as principais referencias teoricas na area de estudo. Neste sentido, serao analisadas materiais do ambito juridico legal brasileiro entre os anos de 2019 e 2024 destinados a Atencao Primaria a Saude. Tambem serao utilizados documentos do ambito juridico legal de Recife que incidem sobre a contrarreforma do Estado, articulando com o processo de Parceria Publico Privada da APS em curso. Assim, busca-se identificar como o processo de contrarreforma do Estado, em destaque para Politica de Saude, repercute nas deliberacoes de normativas e legislacoes voltadas para APS e de que forma incitam processos de privatizacao. Salientamos que o processo de contrarreforma na politica de saude no Brasil nao e novo, de forma que e possivel verificar ao longo da historia disputas no que se refere aos projetos de saude, de um lado um projeto de saude amplo, determinado pelos ideais do movimento de reforma sanitario brasileiro, e de outro um projeto de saude privado, ligado aos interesses de mercado e dos aparelhos multilaterais, e ainda um terceiro projeto, de um SUS totalmente submetido ao mercado. Esse processo e intensificado a luz do agravamento da crise capitalista, que impoe mudancas na forma que o Estado brasileiro direciona as politicas publicas, resultando em processos de desestruturacao de politicas e programas, servicos, bem como no processo de expropriacao dos direitos sociais, determinados na conjuntura politica, social e economica da sociabilidade do capital. Desde 2017, a APS tem sido alvo de transformacoes legais e juridicas que determinam mudancas no modelo de atencao a saude, na construcao do seu referencial ideologico e politico, no aporte de servicos, no financiamento, no cuidado em saude das populacoes, bem como nos seus atributos. Neste sentido, a APS tem sido reconfigurada, abrindo espaco para construcao de uma ideia de APS mais seletiva e direcionada as populacoes mais pauperizadas, intensificada pelos processos de privatizacao e precarizacao deste nivel de atencao. Assim, esta pesquisa tem como finalidade analisar os retrocessos que aprofundam os processos de privatizacao da APS, a partir da contrarreforma do estado nas politicas publicas, com destaque para politica de saude.
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LUAN BEZERRA COSTA
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"A VIOLÊNCIA SEXUAL COMO ARMA IDEOLÓGICA USADA CONTRA AS MULHERES EM REGIÕES DE GUERRA E CONFLITO ARMADO E ÉTNICO-TERRITORIAL: A REALIDADE DO CONGO E DO BRASIL"
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Orientador : MARIA ALEXANDRA DA SILVA MONTEIRO MUSTAFA
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MEMBROS DA BANCA :
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MARIA ALEXANDRA DA SILVA MONTEIRO MUSTAFA
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ROSA MARIA CORTES DE LIMA
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ELIZABETH DA SILVA ALCOFORADO
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MARINA GUIMARAES GONDIM CARDOSO DE OLIVEIRA
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Data: 29/08/2025
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A pesquisa investiga a violência sexual contra mulheres em contextos de guerra e conflitos étnico-territoriais, compreendendo-a como instrumento ideológico intrinsecamente funcional ao capitalismo contemporâneo. Fundamentada no materialismo histórico-dialético, a análise entende a ideologia como mecanismo que naturaliza contradições sociais, legitima estruturas de dominação e oculta suas raízes materiais. A partir dos casos do Kivu do Norte (República Democrática do Congo) e da Amazônia Legal (Brasil), demonstra-se que a violência sexual não é mero excesso de guerra, mas prática sistemática, planejada e ancorada em valores patriarcais, racistas e fundamentalistas religiosos, articulada a interesses políticos, simbólicos e econômicos. Identifica-se que tal violência opera em três dimensões interdependentes: política — fragmentando comunidades e favorecendo o controle territorial; simbólica — reforçando normas de subordinação feminina; e econômica — viabilizando empreendimentos extrativistas e mineral-tecnológicos. No Brasil, emerge como ferramenta de expulsão e desarticulação cultural de povos indígenas, enquanto no Congo se expressa por estupros coletivos, escravidão sexual e mutilações, empregados para consolidar o domínio sobre áreas ricas em minerais estratégicos. A pesquisa também evidencia a instrumentalização midiática e discursiva pela extrema-direita global, que, por meio de redes tecnopolíticas, difunde narrativas moralizadoras e racistas, naturalizando a violência e sustentando um consenso conservador. Assim, a violência sexual é parte de uma engrenagem de acumulação que, além de expropriar terras e recursos, transforma corpos racializados em territórios de conquista. Conclui-se que romper essa lógica requer reconhecer a centralidade dessa violência no projeto de exploração e dominação vigente, fortalecendo movimentos de resistência e reconstrução social oriundos dos territórios atingidos. O estudo, ao articular crítica teórica e análise empírica, amplia o debate no Serviço Social sobre a relação entre gênero, ideologia, fundamentalismo religioso e extrema-direita, apontando para a urgência de respostas ético-políticas emancipatórias.
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DAVID YURI SOUTO AYRES
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”A POLITICA DE SAUDE MENTAL PARA OS POVOS INDIGENAS SOB AS CONTRARREFORMAS DOGOVERNO JAIR BOLSONARO: desmonte e ameacas ao Bem Viver”
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Orientador : RAQUEL CAVALCANTE SOARES
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA CRISTINA DE SOUZA VIEIRA
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ELIZANGELA CARDOSO DE ARAUJO SILVA
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RAQUEL CAVALCANTE SOARES
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Data: 29/08/2025
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Esta dissertação analisa os impactos das contrarreformas na Política de Atenção Integral à SaúdeMental das Populações Indígenas (PAISMPI) durante o governo de Jair Bolsonaro (2019–2022), à luz da intensificação da racionalidade ultraneoliberal, neoconservadora e neofascista no Estado brasileiro. Partindo de uma abordagem crítico-dialética, a pesquisa articula revisão bibliográfica, análisedocumental e pesquisa de dados secundários para compreender os efeitos dessas políticas sobre os modos de vida, cuidado e resistência dos povos indígenas. O trabalho resgata o processo histórico decolonização e expropriação dos territórios originários, evidenciando como a saúde mental indígena foi historicamente negligenciada e instrumentalizada por uma lógica biomédica e neoliberal, comreflexos na atualidade. No período analisado, identificou-se o avanço do neofascismo eneoconservadorismo que opera por meio do desfinanciamento das políticas públicas, dainvisibilização das práticas tradicionais de cuidado e da imposição de modelos ocidentais centrados namedicalização e institucionalização. Em contraponto, os povos indígenas seguemelaborandoestratégias de resistência que afirmam seus saberes, espiritualidades, práticas de cura e o BemViver como horizonte coletivo. A dissertação busca contribuir para o desvelamento das contradições presentes na política de saúde mental indígena e reafirmar a necessidade de práticas de cuidadointegradas aos territórios, culturas e cosmologias indígenas, ao tempo em que tambémse constitui como um trabalho acadêmico de denúncia das violações e retrocessos impostos aos direitos dos povos indígenas no contexto analisado.
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As comunidades indigenas sofrem com diversos problemas relativos a saude mental, como depressao, ansiedade, conflitos identitarios, uso abusivo de alcool e outras drogas, transtornos, entre outros, que podem desencadear processos de violencias dentro e fora das aldeias indigenas. Sendo assim, o objetivo geral da pesquisa e analisar as contradicoes e fragilidades das politicas de saude mental para o atendimento das necessidades em saude mental dos povos originarios no Brasil. E como objetivos especificos, pretendemos: 1) discutir a racionalidade e os mecanismos utilizados pelo Estado no processo de expropriacao do direito a saude mental dos povos indigenas, especialmente no governo Bolsonaro (2019 - 2022); 2) identificar os avancos e retrocessos das politicas de saude, especialmente de saude mental voltadas aos povos indigenas, em contexto de governos com caracteristicas ultraneoliberais e neoconservadoras; e 3) identificar como as politicas de saude mental, a reforma sanitaria e psiquiatrica, tem contribuido para o fortalecimento/disseminacao das concepcoes de saude mental proprias dos povos indigenas, para promocao de seus meios de cura tradicional. Para isso, sera utilizado o metodo critico-dialetico, visando conhecer a essencia do objeto de estudo, ou seja, sua dinamica e estrutura, a partir de sucessivas aproximacoes ao objeto, tendo como ponto de partida a aparencia, por onde se inicia o processo de conhecimento. Dessa forma, sera realizada a pesquisa bibliografica de artigos, livros, monografias, dissertacoes e teses, virtual e fisico, que tratem da tematica central de pesquisa, em sites que dispoem de materiais academicos, como scielo, google academico, repositorios de universidades, entre outros. Tambem sera realizada a pesquisa documental, a qual utiliza materiais ainda nao analisados, ou passiveis de reelaboracao, a exemplo do boletim epidemiologico nº 30/2017; boletim epidemiologico nº 55/2024, que trazem dados sobre suicidio no Brasil e situam a situacao dos povos indigenas; oficio Circular nº 108/2024/SESAI/GAB/SESAI/MS, que trata sobre a consecucao de parceria com instituicoes privadas sem fins lucrativos para execucao de acoes complementares de atencao a saude dos povos indigenas; entre outros.
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PALOMA MIRANDA SILVA DE OLIVEIRA
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DESIGUALDADES E VIOLAÇÃO DE DIREITOS NO CAPITALISMO BRASILEIRO: arealidade das mulheres lésbicas e bissexuais idosas e as contribuições do ServiçoSocial frente à ascensão neoconservadora.
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Orientador : EVELYNE MEDEIROS PEREIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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EVELYNE MEDEIROS PEREIRA
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SÁLVEA DE OLIVEIRA CAMPELO E PAIVA
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VALDENÍZIA BENTO PEIXOTO
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Data: 04/09/2025
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O presente trabalho teve por objetivo analisar as determinações sócio-históricas queincidem no processo de violação de direitos da população de mulheres idosas,lésbicas e bissexuais, diante do avanço da ofensiva neoconservadora brasileira,destacando o compromisso do Serviço Social com a defesa dos direitos humanos ecom a produção de conhecimento acerca da temática da diversidade sexual, degênero e do envelhecimento inerentes a classe trabalhadora. O estudo foidesenvolvido através de pesquisa bibliográfica, visando empreender uma análisecrítica da relação entre capitalismo, diversidade humana e os sistemas dedominação-exploração. Assim, propomos uma reflexão acerca do envelhecimento nasociedade capitalista associado ao hetero-cis-patriarcado brasileiro, especialmenteno contexto de avanço do neoconservadorismo, destacando seus rebatimentos particularmente na vida de mulheres lésbicas e bissexuais idosas. Ressaltamos,nesse sentido, as marcas da dominação patriarcal no envelhecimento dessasmulheres, revelando silenciamentos e negações históricas de suas existências. Foitambém realizado um levantamento tanto acerca das produções do ENPESS, nasedições de 2018 a 2024, almejando apreender o que a produção acadêmica na áreade Serviço Social tem discutido sobre essas temáticas, como das iniciativas doconjunto CFESS-CRESS no que compete ao debate de questões que compõem aproblemática da diversidade no interior da profissão. Esse processo possibilitou aanálise sobre o papel da profissão no enfrentamento às violações de direitos,articulando os desafios postos pelo neoconservadorismo, a produção doconhecimento crítico e a atuação das entidades representativas do Serviço Socialbrasileiro. O estudo demonstrou que as representações da profissão, ao longo dosanos, têm instigado importantes iniciativas acerca do debate da diversidade,sobretudo ao que compete a temática da população travesti e transexual, através darealização de seminários, campanhas e também por meio da publicação de materiaisde orientação profissional. No campo da produção de conhecimento, a pesquisaconstatou que, embora tenham sido localizadas produções acerca dos eixos,algumas lacunas persistem na articulação das discussões do envelhecimento, dasrelações sociais de gênero e da diversidade sexual – o que se coloca comoimportante desafio teórico e político a ser problematizado e enfrentado.
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A pesquisa objetiva analisar as determinações sócio-históricas do processo de violação de direitos à população de mulheres bissexuais e lésbicas idosas no contexto de neoconservadorismo. Para tanto, a observação e o conhecimento acerca das tendências em curso no âmbito do acesso às políticas sociais no Brasil por parte dessa população serão alicerces da pesquisa. Diante disso, é imprescindível o entendimento da diversidade humana enquanto fruto da complexificação das relações sociais que, na sociabilidade capitalista, são atravessadas pela combinação opressão-exploração. A pesquisa tem como orientação a delimitação do objeto pautada na relação entre o envelhecimento, a sexualidade e o gênero, considerando a dimensão particular da realidade brasileira e de uma sociedade estruturada por desigualdades sociais pautadas na simbiose raça, classe e gênero. Esses aspectos contribuem para a centralização do cis-heteropatriarcado, publicizando os aspectos de uma sexualidade padronizada, onde os que dissidem da norma estão sujeitos as opressões de diversas ordens, legitimadas e orquestradas pela mediação do Estado. Evidenciar o contexto sócio-histórico brasileiro e o papel que o avanço neoconservador tem desempenhado na contramão dos interesses da população LGBTI+ é chave essencial para revelar não apenas os aspectos que compõem, ontem e hoje, a particularidade da realidade brasileira, como também os dispositivos necessários para a manutenção do padrão de reprodução do capital no nosso tempo histórico.
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REBECA GOMES DE OLIVEIRA SILVA
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É VERDE O QUE SE PINTA DE VERDE? a permanência das expropriações de comunidades tradicionais no território onde hoje está o Complexo de Suape no contexto de crise (2014-2022)
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Orientador : MARIA DAS GRACAS E SILVA
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MEMBROS DA BANCA :
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FERNANDO DE ARAÚJO BIZERRA
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EVELYNE MEDEIROS PEREIRA
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GUILLERMO RICARDO FOLADORI ABELEDO
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JOÃO PAULO DO VALE DE MEDEIROS
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MARIA DAS GRACAS E SILVA
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Data: 30/04/2025
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Esta tese trata das expropriações das comunidades tradicionais que permanecem no território onde hoje está o Complexo Industrial e Portuário de Suape, localizado no litoral sul de Pernambuco. Estabelecemos como objetivo da pesquisa analisar a particularidade dessas expropriações no contexto da crise do capital, especificamente entre os anos de 2014 a 2022, momento no qual a economia brasileira foi fortemente impactada pela queda do preço das commodities e pelo acirramento do neoliberalismo no contexto internacional, resultando no golpe de Estado em 2016, na intensificação das privatizações e no avanço das apropriações dos bens comuns da natureza enquanto saídas (in)sustentáveis para a crise ecológica. Fundamentado na teoria social crítica e no método em Marx, os aspectos teóricos e históricos foram apreendidos por meio de dois procedimentos metodológicos: a pesquisa bibliográfica, orientada à apreensão do sistema correlato e simultâneo das expropriações no capitalismo, sua expressão nos países dependentes, destacando o lugar do Brasil e do Nordeste, e sua relação com os combustíveis fósseis e com a energia verde; e a pesquisa documental, direcionada aos documentos oficiais do Complexo de Suape, os ofícios e informativos do Fórum Suape Espaço Socioambiental, aos Inquéritos Civis do Ministério Público de Pernambuco e aos Boletins de Ocorrência registrados pela própria comunidade, junto à Delegacia de Polícia local. A argumentação principal levantada é que as expropriações das comunidades tradicionais, por serem parte inerente da dinâmica do capitalismo no território onde está instalado o Complexo de Suape, permanecem no contexto marcado pela crise e possuem particularidades engendradas pelo novo reordenamento territorial, pelo fortalecimento do discurso verde e pela tentativa de retomar o crescimento econômico no estado de Pernambuco, adequando-se às transformações no capitalismo contemporâneo. Os resultados encontrados possibilitam apreender que a dinâmica do Complexo de Suape mantém estreita relação com as transformações do capitalismo no cenário internacional, voltando-se aos nichos de mercado de maior lucratividade. Desse modo, conserva a relação com a cadeia produtiva do petróleo e se abre para o novo ciclo de expansão ligado à energia verde e ao processo de descarbonização como o mercado de carbono. Este processo intensificou a pressão por maior apropriação do território, tanto para a instalação de novas empresas, quando para a concretização da zona de preservação, forçando, assim, a expropriação das comunidades, por meio do uso da violência e do discurso verde, visando garantir a disponibilidade do território para o capital. Neste sentido, a invocação à sustentabilidade, que antes comparecia associado à marca da empresa Suape como parte de propaganda, na atual etapa assume um caráter ideopolítico, cujo fim último é atrair investimentos de modo a integrar a cadeia produtiva das energias limpas, ao tempo em que confere legitimidade aos processos de expropriação, pois o capital reestrutura tudo, para manter a sua lógica frenética de acumulação, contando, para tanto, com o decisivo papel Estado, seja como financiador, agenciador ou mesmo executor, como é o caso de Suape.
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Esta tese trata das expropriações das comunidades tradicionais que permanecem no território onde hoje está o Complexo Industrial e Portuário de Suape, localizado no litoral sul de Pernambuco. Estabelecemos como objetivo da pesquisa analisar a particularidade dessas expropriações no contexto da crise do capital, especificamente entre os anos de 2014 a 2022, momento no qual a economia brasileira foi fortemente impactada pela queda do preço das commodities e pelo acirramento do neoliberalismo no contexto internacional, resultando no golpe de Estado em 2016, na intensificação das privatizações e no avanço das apropriações dos bens comuns da natureza enquanto saídas (in)sustentáveis para a crise ecológica. Fundamentado na teoria social crítica e no método em Marx, os aspectos teóricos e históricos foram apreendidos por meio de dois procedimentos metodológicos: a pesquisa bibliográfica, orientada à apreensão do sistema correlato e simultâneo das expropriações no capitalismo, sua expressão nos países dependentes, destacando o lugar do Brasil e do Nordeste, e sua relação com os combustíveis fósseis e com a energia verde; e a pesquisa documental, direcionada aos documentos oficiais do Complexo de Suape, os ofícios e informativos do Fórum Suape Espaço Socioambiental, aos Inquéritos Civis do Ministério Público de Pernambuco e aos Boletins de Ocorrência registrados pela própria comunidade, junto à Delegacia de Polícia local. A argumentação principal levantada é que as expropriações das comunidades tradicionais, por serem parte inerente da dinâmica do capitalismo no território onde está instalado o Complexo de Suape, permanecem no contexto marcado pela crise e possuem particularidades engendradas pelo novo reordenamento territorial, pelo fortalecimento do discurso verde e pela tentativa de retomar o crescimento econômico no estado de Pernambuco, adequando-se às transformações no capitalismo contemporâneo. Os resultados encontrados possibilitam apreender que a dinâmica do Complexo de Suape mantém estreita relação com as transformações do capitalismo no cenário internacional, voltando-se aos nichos de mercado de maior lucratividade. Desse modo, conserva a relação com a cadeia produtiva do petróleo e se abre para o novo ciclo de expansão ligado à energia verde e ao processo de descarbonização como o mercado de carbono. Este processo intensificou a pressão por maior apropriação do território, tanto para a instalação de novas empresas, quando para a concretização da zona de preservação, forçando, assim, a expropriação das comunidades, por meio do uso da violência e do discurso verde, visando garantir a disponibilidade do território para o capital. Neste sentido, a invocação à sustentabilidade, que antes comparecia associado à marca da empresa Suape como parte de propaganda, na atual etapa assume um caráter ideopolítico, cujo fim último é atrair investimentos de modo a integrar a cadeia produtiva das energias limpas, ao tempo em que confere legitimidade aos processos de expropriação, pois o capital reestrutura tudo, para manter a sua lógica frenética de acumulação, contando, para tanto, com o decisivo papel Estado, seja como financiador, agenciador ou mesmo executor, como é o caso de Suape.
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AMANDA MARIA CUNHA MENEZES
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A PRÁXIS DO SERVIÇO SOCIAL NO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PERNAMBUCO: INSTRUMENTALIDADE NA MEDIAÇÃO DE DIREITOS
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Orientador : ANA CRISTINA BRITO ARCOVERDE
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA CRISTINA BRITO ARCOVERDE
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HELENA LUCIA AUGUSTO CHAVES
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MARIA ALEXANDRA DA SILVA MONTEIRO MUSTAFA
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ANGELA VIEIRA NEVES
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MIRIAM DE SOUZA LEAO ALBUQUERQUE
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Data: 30/05/2025
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Mostrar Resumo
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A presente tese tem como objeto de investigação a práxis do Serviço Social no Ministério Público do Estado de Pernambuco e sua instrumentalidade na mediação de direitos. Como objetivo geral buscamos analisar nas dimensões teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa o projeto político operacionalizado e que orienta a práxis do Serviço Social no Ministério Público de Pernambuco, visando responder à questão Como o Serviço Social vem instrumentalizando as dimensões teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa em sua práxis profissional no MPPE, mediando respostas às demandas sociais? Para tanto, a pesquisa estabeleceu como objetivos específicos: 1) Apreender acerca do papel do Ministério Público de Pernambuco pós Constituição Federal de 1988 e suas inflexões na sociabilidade atual; 2) Analisar nas dimensões ético-política, teórico-metodológica e técnico-operativa a práxis profissional do Serviço Social no MPPE e sua instrumentalidade na mediação de respostas às expressões da questão social; 3) Caracterizar os principais desafios institucionais à práxis profissional do Serviço Social no MPPE, partindo da hipótese de que a práxis do Serviço Social, comprometida com ações portadoras de instrumentalidade teórico-crítica, ética e fazendo o uso de instrumentos técnico-operativos que possibilitam atender às demandas cotidianas e alcançar os objetivos profissionais, em sintonia com os princípios éticos que alicerçam o projeto profissional hegemônico, quando somada e apropriada à missão do Ministério Público, apresenta grande potencial para contribuir com o enfrentamento às expressões da questão social e com o fortalecimento da justiça social. Trata-se de uma pesquisa fundamentada na Teoria Social Crítica. Os procedimentos metodológicos constituíram-se em revisão de literatura, pesquisa documental de legislações e documentos institucionais do Serviço Social e do Ministério Público e pesquisa de campo. Para a coleta de dados, foram aplicadas entrevistas com base em roteiro semiestruturado com 09 sujeitos considerados significativos para o estudo, todos/as assistentes sociais do MPPE, e realizada a análise de conteúdo das entrevistas para tratamento dos dados. Os resultados encontrados nos possibilitaram apreender, a partir da análise da práxis do Serviço Social no MPPE,que o Serviço Social no MPPE vem operacionalizando, dentro de suas possibilidades teórico-críticas e valores éticos profissionais, um projeto profissional comprometido com a classe trabalhadora e com a garantia de direitos, utilizando-se de um embasamento teórico crítico na busca de fazer um assessoramento consciente, qualificado e resistente ao projeto de racionalidade instrumental burguês. No entanto, a categoria profissional ainda enfrenta limites e desafios institucionais no MPPE, no que diz respeito à sobrecarga de trabalho e ampliação de suas ações na instituição. O baixo quantitativo de assistentes sociais na instituição em detrimento da alta judicialização das expressões da questão social, bem como as mudanças nas formas atuais de contratação direcionadas pelo Conselho Nacional do Ministério Público que repercutem diretamente no processamento de trabalho no qual os/as assistentes sociais estão inseridos/as, sobretudo no âmbito do assessoramento aos membros da instituição e na elaboração de propostas coletivas de trabalho levando em consideração os determinantes institucionais e as demandas sociais. Ademais, entendemos que os desafios e limites postos à práxis do Serviço Social no MPPE estão também associados à cultura política do Estado pernambucano e à cultura institucional ainda presas às amarras do conservadorismo, do autoritarismo e da falta de vontade política de transformação da realidade, resultantes de um racionalismo formal-abstrato contemporâneo (Guerra, 2014). Diante da importância do papel do MPPE para a sociedade, tanto como espaço de inserção profissional de assistentes sociais, quanto de garantia de direitos, se faz necessária a ampliação da ocupação do Serviço Social nos diversos espaços do MPPE, sobretudo no planejamento, monitoramento e avaliação da Gestão Estratégica do MPPE e a melhoria nas condições de trabalho e valorização dos/as Analistas em Serviço Social do MPPE.
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Em desenvolvimento.
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ELISA CELINA ALCANTARA CARVALHO MELO
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"AVALIACAO POLITICA DA GESTAO DA POLITICA DE ASSISTENCIA SOCIAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO E SEUS REBATIMENTOS NAS ACOES DE ENFRENTAMENTO AS RESPOSTAS PUBLICAS A POBREZA: nao decidir tambem e decisao"
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Orientador : ANA CRISTINA BRITO ARCOVERDE
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA CRISTINA BRITO ARCOVERDE
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ANA LUCIA FONTES DE SOUZA VASCONCELOS
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ANGELA VIEIRA NEVES
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CRISTINA MARIA PINTO ALBUQUERQUE
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HELENA LUCIA AUGUSTO CHAVES
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Data: 30/06/2025
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Esta tese objetiva analisar os fundamentos, diretrizes e valores que nortearam a gestão da política de assistência social no Estado de Pernambuco, entre os anos de 2015 e 2022, e seus rebatimentos nas ações de enfrentamento à pobreza. A política de assistência social, compreendida dentro de um campo de tensão, opera entre a garantia de direitos e os limites impostos pela lógica capitalista, marcada pela seletividade, focalização e pela desresponsabilização do Estado. A pobreza, como construção histórica e funcional no sistema capitalista, é compreendida a partir de uma perspectiva crítica, que denunciam o papel do Estado na manutenção da desigualdade social e estrutural. No Brasil, e particularmente em Pernambuco, essa realidade se manifesta de forma aguda, revelando a permanência de desigualdades regionais e a fragilidade das políticas públicas na efetivação dos direitos sociais. A análise documental contemplou os principais instrumentos de planejamento da politica de assistência social do estado, incluindo os planos de governo 'Pernambuco na Frente' e 'O Novo Pernambuco Avança', os Planos Plurianuais (PPA), os Planos Estaduais e o Plano Decernal de Assistência Social, além das normativas da Comissão Intergestora Bipartite (CIB/PE) e do Conselho Estadual de Assistència Social (CEAS/PE). Esses documentos foram avaliados a partir de uma abordagem critica, com base na avaliação politica, que permite identificar os pressupostos da ação politica que orientam a ação estatal. A pesquisa também utilizou entrevistas com gestores estaduais e municipais (Araçoiaba, Cumaru, Orocó e Buenos Aires), possibilitando a leitura da política a partir do território e da prática cotidiana da gestão. Do ponto de vista metodológico, a pesquisa adotou uma abordagem qualitativa, com uso de análise documental e análise de conteúdo, articulando dados primários e secundários. Os indicadores utilizados foram construidos com base em três eixos analiticos: Planejamento e Ação Governamental voltada ao enfrentamento da pobreza; Fundamentos, Diretrizes e Valores da Ação Política Estadual; e Estratégias Executadas nos Territórios com Maiores Indices de Pobreza. A análise revelou o distanciamento entre o discurso institucional e a prática politica, marcado por ações emergenciais, baixa indução estatal, ausência de territorialização e subfinanciamento da assistência social. Os resultados evidenciam que, embora os planos e relatórios mencionem fundamentos e valores como proteção social, cidadania e equidade, esses elementos não se materializam em ações estruturadas voltadas ao enfrentamento da pobreza. As entrevistas com os gestores apontam para a inexistência de planejamento estadual focado nos municipios em extrema pobreza, a ausência de cofinanciamento estadual efetivo e a sobrecarga das gestões locais. As diretrizes da politica, embora previstas nos documentos, carecem de articulação e continuidade, revelando uma lógica de atuação pautada na manutenção da ordem, e não na transformação social. Conclui-se que a politica de assistência social em Pernambuco, no período analisado, carece de uma diretriz clara e de estratégias efetivas para enfrentar a pobreza de forma estrutural. A ação estatal, fortemente burocratizada, mantém-se alinhada a uma racionalidade gerencial, distante da perspectiva critica e emancipatória que deveria orientar o SUAS. A tese reafirma a urgência de fortalecer a gestão estadual da politica de assistência social com base em principios de justiça social, universalidade e territorialização.
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Em desemvolvimento.
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GYSLANEA DAYANNE DA SILVA
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O SERVICO SOCIAL NA POLITICA DE ASSISTENCIA ESTUDANTIL DO INSTITUTO FEDERAL DE PERNAMBUCO (IFPE): incidencias neoconservadoras e estrategias de intervencao no periodo de 2016 a 2022
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Orientador : HELENA LUCIA AUGUSTO CHAVES
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA CRISTINA BRITO ARCOVERDE
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HELENA LUCIA AUGUSTO CHAVES
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MARCELO GALLO
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MARIA ALCINA TERTO LINS
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SIMONE ELIZA DO CARMO LESSA
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Data: 29/08/2025
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A presente tese trata da atuação profissional do Serviço Social na Política de Assistência Estudantil do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), com foco de análise sobre as incidências neoconservadoras e as possibilidades interventivas a partir de 2016. A escolha do recorte temporal justifica-se pelas transformações político-institucionais ocorridas no Brasil após o impeachment presidencial, que impulsionaram o avanço de agendas neoconservadoras e neoliberais com impactos significativos sobre as políticas sociais e a concepção da Assistência Estudantil como um direito. Esse cenário repercutiu na condução das ações estatais, especialmente no campo educacional, afetando as dinâmicas institucionais, as demandas apresentadas pela população estudantil e as possibilidades de intervenção profissional no Serviço Social. A pesquisa parte do entendimento da educação como mediação histórica na formação do ser social e, portanto, como parte de uma totalidade social atravessada pelas contradições do modo de produção capitalista, em que a Assistência Estudantil representa tanto uma política de permanência educacional quanto um campo de disputas políticas e ideológicas. A análise amparou-se no pensamento de autores do campo marxista e apoiou-se em pesquisadores do Serviço Social e áreas afins que produzem conhecimento sobre o tema desta tese. Com base no materialismo histórico-dialético, o estudo analisa o tensionamento entre o projeto ético-político profissional hegemônico no Serviço Social e as imposições do neoconservadorismo e do neoliberalismo no contexto educacional contemporâneo. Ele evidencia o impacto da ofensiva conservadora na precarização do trabalho profissional, no fortalecimento de mecanismos de controle institucional e na intensificação das demandas discentes, muitas vezes marcadas por apelos emergenciais e respostas pontuais. No entanto, destaca-se também o engajamento profissional em espaços institucionais e coletivos que fortalecem o compromisso social com o direito à educação pública, gratuita e de qualidade socialmente referenciada. A pesquisa, portanto, fortalece o debate teórico-prático em torno da política de Assistência Estudantil, evidenciando o papel do Serviço Social diante das expressões da questão social, além de reafirmar a centralidade dessa política no campo educacional e sua importância como espaço sócio-ocupacional da profissão.
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A atual conjuntura brasileira, vem sendo marcada pela agudizacao da crise do capital e suas ofensivas no campo da reproducao social para a maximizacao dos lucros na esfera produtiva, em detrimento das condicoes de vida da classe trabalhadora. Este cenario tem repercussoes diretas e indiretas nas condicoes de trabalho e na oferta dos servicos prestados atraves das politicas publicas, cada dia mais orientadas por uma base neoliberal e neoconservadora. Dessa forma, faz-se necessario entendermos o impacto dos projetos societarios ao projeto hegemonico do Servico Social para percebermos as multifaces do conservadorismo que incidem nesta profissao inscrita na divisao socio tecnica do trabalho. Logo, com base em leituras que se fundamentam na teoria critica de analise da realidade, e da pesquisa de campo com as assistentes que atuam na politica de assistencia estudantil do Instituto Federal de Pernambuco, buscaremos responder ao seguinte questionamento: Como se dao as incidencias neoconservadoras na atuacao do Servico Social na Politica de Assistencia Estudantil do Instituto Federal de Pernambuco? A pesquisa tem como proposito trazer ao debate critico aspectos da realidade que revelam a incidencia dessa nova face do conservadorismo tanto na educacao (com destaque para a assistencia estudantil dentro da referida politica), quanto no fazer profissional do assistente social, nao apenas no seu eixo tecnico-operativo, mas tambem teorico-metodologico e etico-politico. Espera-se que atraves deste estudo, possamos contribuir, sobretudo, com os profissionais dos locus de pesquisa ora delimitado, tanto no arcabouco teorico que fundamenta a pratica, quanto no aperfeicoamento de respostas as requisicoes impostas ao Servico Social que alcancarao os usuarios e terao reflexos na instituicao.
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