Banca de DEFESA: CRISMANDA MARIA FERREIRA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: CRISMANDA MARIA FERREIRA
DATA : 27/11/2023
HORA: 14:00
LOCAL: Presencial - CCSA - C8
TÍTULO:

PERSPECTIVAS POLÍTICO-ORGANIZATIVAS DA CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES (CUT): mediações da conjuntura e inflexões no projeto de representação da classe trabalhadora brasileira


PALAVRAS-CHAVES:

Central Única dos Trabalhadores.Conjuntura brasileira. Estado neoliberal. Sindicalismo. Trabalho


PÁGINAS: 150
RESUMO:

Esta tese trata das inflexões nas perspectivas político-organizativas da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Particularmente, analisa as tendências postas em suas posições, estratégias e práticas frente ao acirramento do neoliberalismo no Brasil no contexto de derrocada dos Governos do Partido dos Trabalhadores (PT) mediante o que se denominou de um Golpe de Estado de novo tipo e da ascensão da extrema direita, e seus rebatimentos sobre a condição do trabalho no país (2016-2022).Com base na teoria social crítica e no método marxiano, os aspectos históricos e teóricos foram articulados por meio de dois procedimentos metodológicos: pesquisa bibliográfica, direcionada a caracterização da conjuntura brasileira e os impactos das mudanças operadas no mundo do trabalho, na conformação da classe trabalhadora e no Estado nas formas de organização política, notadamente sindical; e pesquisa documental, voltada aos documentos sindicais produzidos pela CUT. A argumentação central levantada é a de que o movimento sindical brasileiro foi impactado por expressivas mudanças, sobretudo frente asalterações na estrutura produtiva e na organização do trabalho mediante a crise e ofensiva neoliberal-conservadora. Esse processo nos leva a um cenário de desafios complexos para o adensamento das capacidades de organização coletiva, já prevalecentes desde o ataque à organização sindical orquestrado como parte da resposta à crise orgânica capitalista. A CUTprecisou reconfigurar sua posição e estratégia, uma vez que, com o declínio na política institucional do seu aliado histórico, o PT, passou ao campo da oposição à política posta em curso por Michel Temer e Jair Bolsonaro. Diante disso, problematizamos que o que pautou a morfologia do movimento sindical, em especial da CUT, não foram somente as movimentações no mundo do trabalho, mas aquelas que transcorreram na esfera do Estado sob a direção dos governos progressistas e do próprio declínio “neodesenvolvimentista”. Os resultados encontrados possibilitam apreender que a movimentação que alterou o governo, também alterou a postura da CUT, configurando enquanto tendência uma tentativa da central sindical de intervir no debate político, alçando refazer-se para pôr-se em movimento e criaruma reação às fragilidades impostas ao sindicalismo no século XXI. Ademais, entendemos que a dificuldade de diálogo com uma classe trabalhadora ampliada, submetida ao processo de deterioração do trabalho e atravessada pelo impulso individualizante que subjaz a racionalidade neoliberal, aporta ao sindicalismo cutistaa necessidade de repensar suas práticas políticas e organizativas, afirmando o anseio de renovação de demandas, conectando a resistência à exploração econômica com as rebeldias contrárias à expropriação política. Contudo, pós-golpe, essa organização confrontou-se com a perda de sua força, expressando a crise de representatividade, como as dificuldades de convocação naquele contexto e de encontro com novas movimentações da classe comprovam.Em que pese esses elementos, com contradições e limites, a pesquisa revelou que há uma inflexão no sindicalismo cutista no sentido de conformar um esforço de mudança na atuação como respostas aos desafios imediatos colocados no novo contexto. Ainda que, o ideário do possível retorno a um padrão de “desenvolvimento com inclusão social” com via político-eleitoral continue conformando o seu horizonte político-estratégico.


MEMBROS DA BANCA:
Interna - 1130603 - ANA ELIZABETE FIUZA SIMOES DA MOTA
Presidente - 1193588 - ANGELA SANTANA DO AMARAL
Externa à Instituição - DANIELA NEVES DE SOUSA - UFRN
Interna - 1654266 - JULIANE FEIX PERUZZO
Externa à Instituição - PATRÍCIA VIEIRA TRÓPIA - UFU
Notícia cadastrada em: 24/11/2023 11:34
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