Banca de DEFESA: MÉRCIA MARIA ALVES DA SILVA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MÉRCIA MARIA ALVES DA SILVA
DATA : 01/08/2023
HORA: 09:00
LOCAL: CCSA
TÍTULO:

Questão Urbana e Injustiças Territoriais: A (In) Mobilidade das Mulheres Negras nas Cidades


PALAVRAS-CHAVES:

Questão Urbana. Cidades. Mulheres. Feminismo Negro. Urbanismo Feminista.


PÁGINAS: 200
RESUMO:

Esta tese tem como centralidade as desigualdades de gênero no espaço urbano, em especial as interdições das mulheres negras em sua mobilidade urbana. Problematizamos como a cidade é expressão constitutiva, material e simbólica, do sistema de dominação-exploração, que se estrutura por meio das desigualdades de classe, gênero e raça, promovendo processos segregatórios e de violência sexista profundamente racializados na vivência territorial. Além de a dimensão espacial reproduzir as construções sociais e representações, sob a ótica do binarismo das categorias de sexos. Para apreensão do real, trabalhamos com elementos que expressam as experiências das mulheres negras na mobilidade urbana, que diz respeito ao ir e vir do local de moradia ao trajeto cotidiano, em razão da vida produtiva e da reprodução social e de cuidados. A perspectiva adotada, para estudo da questão social urbana, considera a desigualdade de gênero na mobilidade e para uso do transporte coletivo, inclusive a diferença de tempo socialmente gasto, entre homens e mulheres, ancorada na interseccionalidade das opressões, alinhado as preocupações do feminismo negro e antirracista. O objetivo geral do trabalho é analisar as tendências e contradições do modelo de urbanização sobre o sistema de transporte coletivo e as inflexões que provoca no cotidiano de mobilidade das mulheres populares e negras, para sua produção e reprodução social, considerando a interseccionalidade de classe, raça e gênero/vivência sexual. Para tanto, recorremos a realização de pesquisa documental em três jornais locais, observação da circulação em dois terminais integrados de passageiros (as) na cidade do Recife, quinze entrevistas, sendo dez com militantes feministas e cinco usuárias, não militantes, do transporte coletivo. Os resultados apontam que as mulheres populares e negras, vivenciam a mobilidade urbana em condições inseguras, precárias, violentas. Denunciam situações como: crescente medo frente aos riscos de violências físicas - roubos, abusos sexuais, importunações, estupros - a qualquer hora do dia e em qualquer local. O tempo, de desgaste e exposição gerados pela precariedade dos transportes públicos e coletivos em na sua dinâmica cotidiana. Neste termos, concluímos que as mulheres vivenciam de modo diferente e desigual, em termos de tempo e espaço, os deslocamentos cotidianos na cidade, em razão das determinações e imposições da divisão sexual e racial do trabalho, advindas da estrutura patriarcal-colonial-racista, que constitui o espaço sociourbano, centrado na figura masculina, no padrão da supremacia branca, que molda a dimensão física e espacial das cidades, promotora de ambiente inóspito às mulheres, marcado pela insegurança, medo e controle político-sexual sobre seus corpos.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - TANIA MARIA RAMOS DE GODOI DINIZ - UNIFESP
Externa à Instituição - ANA MARIA FALU - UNC/AR
Interna - 2072484 - FLAVIA DA SILVA CLEMENTE
Externa à Instituição - MARIA BETANIA DE MELO AVILA
Presidente - 1164489 - MONICA RODRIGUES COSTA
Interna - 1134487 - ROSA MARIA CORTES DE LIMA
Notícia cadastrada em: 12/07/2023 13:57
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