EXCESSO DE PESO E DESFECHOS CLÍNICOS ADVERSOS EM IDOSOS COM COVID-19: UM ESTUDO DE COORTE PROSPECTIVO DE BASE HOSPITALAR
COVID-19. UTI. IMC. Idosos.
A COVID-19 pode desenvolver uma síndrome respiratória aguda grave com risco elevado de óbito. A obesidade tem sido considerada como um fator de risco para gravidade da doença. Objetivou-se investigar se a exposição à obesidade aumenta o tempo de internamento hospitalar (TIH), a necessidade de maior uso de suporte ventilatório invasivo (SVI) e a mortalidade em idosos com COVID-19 internados na Unidade de Terapia Intensiva de um Hospital de Referência para COVID-19 em Pernambuco. Tratou-se de um estudo de coorte prospectivo, de base hospitalar, envolvendo 312 pacientes idosos, de ambos os sexos, com diagnóstico confirmado de infecção pelo SARS-CoV-2 internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), monitorados no período de janeiro a abril de 2021. Observou-se que a obesidade não se constituiu como um fator risco para um maior TIH [p= 0,242], maior necessidade de SVI [RR= 1,3 IC 95% 0,8 – 2,1], como também para um amento da mortalidade [RR= 1,1 IC 95% 0,8 – 1,5]. A obesidade associada à hipertensão arterial e ao diabetes mellitus também não imprimiu maior necessidade do uso de SVI [RR= 1,0 IC 95% 0,8 – 1,2], aumento do TIH [p> 0,05], assim como da mortalidade [RR= 1.3 IC 95% 0,9 – 3,0]. Mais evidências empíricas são necessárias para se avaliar a influência da obesidade na modulação de desfechos clínicos adversos em pacientes com COVID-19, que necessitam de tratamento hospitalar intensivo.