INSEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL EM UMA COMUNIDADE
QUILOMBOLA DA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE.
Segurança alimentar, Grupo com ancestrais do continente africano,
vulnerabilidade social, comunidade rural.
No Brasil, mesmo com avanços significativos em relação a políticas e programas no
combate à miséria e à fome, Comunidades Remanescentes de Quilombo perpassam por
disparidades envolvendo o Direito à alimentação, concretizando um desafio atingir
parcelas mais vulneráveis da população. Neste sentido o objetivo desse estudo foi avaliar
a prevalência de Insegurança Alimentar (InSAN) intradomiciliar de uma comunidade
quilombola da região metropolitana do Recife e seus fatores associados. Tratou-se de
um estudo de corte transversal, de cunho analítico e de base domiciliar, acoplado a um
componente qualitativo, realizado na comunidade quilombola Onze Negras, na cidade do
Cabo de Santo Agostinho, Região metropolitana do Recife. A coleta de dados ocorreu
por meio de questionários estruturados, nos quais constavam questões sobre aspectos
socioeconômicos e demográficos, insegurança alimentar e comensalidade. Foram
realizadas analises de estimativas populacionais e de associações entre insegurança
alimentar e seus potenciais determinantes. Dos 83 domicílios rastreados, 84,4% viviam
em situação de Insegurança Alimentar e cerca de 20,0% estavam em situação de fome.
A InSAN foi associada com os aspectos sociodemográficos sexo feminino (p=0,014) e
renda familiar menor que 1 salário mínimo (p=0,017). Também foi identificado nesse
estudo mudanças nas práticas alimentares e na comensalidade local, por razões, como,
desmatamento, falta de interesse pela agricultura familiar dos mais jovens, globalização e
a mundialização das culturas, entre outros, o que impacta diretamente na soberania e
insegurança alimentar.