Evolução temporal da situação nutricional de crianças menores de cinco anos do estado de Pernambuco e fatores associados
Criança, Desnutrição Energética, Obesidade, Transição Epidemiológica, Transição Nutricional.
A infância é um período crítico para o desenvolvimento humano e o comportamento alimentar nessa fase é diretamente influenciado pelo comportamento da família, ao passo que se discute que, a partir das transições epidemiológica e nutricional que o país passa, o perfil epidemiológico das crianças tem mudado para maiores prevalências de excesso de peso e menores de desnutrição. O atual estudo é uma pesquisa transversal a partir do banco de dados da IV Pesquisa estadual de Saúde e Nutrição de Pernambuco, com dados socioeconômicos, demográficos, biológicos, familiares e de consumo alimentar de 816 crianças de 0 a 5 anos analisadas sob os desfechos de déficit estatural e excesso de peso. Para análise estatística, foi feito o teste de qui-quadrado e, para as variáveis com associação <0,20, foi feita a regressão logística de Poisson. Ao final, foram consideradas as associações de p <0,005. Nosso estudo visualizou aumento das prevalências de excesso de peso nessa faixa etária bem como diminuição da prevalência de déficit estatural ao longo dos anos no estado. O primeiro desfecho esteve associado principalmente às crianças serem do sexo masculino, não frequentarem creche e sua mãe não trabalhar. Já para o segundo desfecho, as variáveis mais associadas foram a mãe não ter feito pré-natal, apresentar IMC de magreza e ter menor altura, para a criança, o baixo peso ao nascer também foi associado a esse desfecho.