TEM DE QUÊ?: avaliação do comércio de alimentos em escolas públicas e privadas de capitais brasileiras
Ambiente Alimentar; Alimentos Ultraprocessados; Organizações; Setor Informal; Iniquidades em saúde
O ambiente alimentar escolar inclui o comércio, formal e informal, de alimentos dentro e fora da escola. Este trabalho avalia o comércio de alimentos e bebidas no ambiente escolar brasileiro, nos contextos privado e público, com relação aos aspectos sociais, de disponibilidade, das características de processamento e da natureza informal da comercialização de alimentos. Trata-se de um estudo de métodos transversal e ecológico. Descrevemos o ambiente alimentar comunitário das escolas públicas e privadas de Recife pelo georreferenciamento de estabelecimentos no entorno. Depois, avaliamos o ambiente alimentar organizacional de escolas privadas de Recife e Porto Alegre através de dados secundários dos estabelecimentos formais e auditoria em cantinas e ambulantes. Conduzimos análises descritivas e multivariadas. Identificamos dois padrões de agrupamento de estabelecimentos no entorno de 1007 escolas recifenses, sendo “grandes redes” inversamente associado à vulnerabilidade e positivamente associado às escolas privadas. Foram auditadas 180 escolas privadas com cantina em Recife e Porto Alegre. As cantinas e ambulantes em Recife comercializavam predominantemente ultraprocessados, enquanto o comércio formal era misto. A tríade comercial (cantinas, ambulantes, comércio formal) em Porto Alegre era mista. Em áreas de menor renda em Recife, as cantinas comercializavam maioritariamente ultraprocessados e alimentos saudáveis no entorno formal. Enquanto nas de maior renda as cantinas eram mistas e no entorno formal prevaleciam ultraprocessados. Diferentemente de Recife, onde não há regulamentação, em Porto Alegre a renda não foi determinante do ambiente alimentar escolar.