VARIAÇÃO TEMPORAL DO EXCESSO DE PESO EM ADOLESCENTES NO ESTADO DE PERNAMBUCO: UMA ANÁLISE DE SEUS DETERMINANTES EM UM CENARIO DE VULNERABILIDADE SOCIAL E ECONÔMICA
Adolescentes, Excesso de peso, Fatores socioeconômicos, Tendência secular, Padrões alimentares.
A investigação do excesso de peso entre adolescentes num contexto de vulnerabilidade socioeconômica é fundamental para pensar e repensar políticas públicas factíveis. Com o objetivo de identificar o excesso de peso e os seus determinantes entre jovens pernambucanos, foi realizado um estudo transversal de base populacional com dados da III e IV Pesquisa Estadual de Saúde e Nutrição (PESN). Obteve-se dados socioeconômicos, ambientais, antropométricos, comportamentais e de segurança alimentar. Houve um aumento de 60,1% no excesso de peso. Em 2006, adolescentes em domicílios menos numerosos, com posse de bens domésticos e mães com excesso de peso tiveram mais chances de apresentar excesso de peso. Em 2015/16, as chances foram superiores naqueles pertencentes as classes C1 e C2, em jovens do sexo feminino, na faixa etária de 10-14 anos, que tinham obesidade abdominal e filhos de mães com excesso de peso. Em 2015/16, o padrão “ocidental” foi associado com as classes B2, C1 e C2 e inatividade física, o padrão “Misto” com a insatisfação corporal e insegurança alimentar leve, e o padrão “tradicional” teve maior adesão pelos adolescentes que viviam em áreas rurais e por aqueles em residências com mais de 6 moradores. A influência dos padrões alimentares no excesso de peso não foi confirmada. Os achados reforçam a consistente relação entre o excesso de peso e os aspectos ambientais e socioeconômicos e modificações marcantes no padrão alimentar de adolescentes pernambucanos.