”A POLITICA DE SAUDE MENTAL PARA OS POVOS INDIGENAS SOB AS CONTRARREFORMAS DOGOVERNO JAIR BOLSONARO: desmonte e ameacas ao Bem Viver”
Saúde Mental Indígena; Contrarreforma; Necropolítica; Políticas de Saúde; BemViver Indígena.
Esta dissertação analisa os impactos das contrarreformas na Política de Atenção Integral à SaúdeMental das Populações Indígenas (PAISMPI) durante o governo de Jair Bolsonaro (2019–2022), à luz da intensificação da racionalidade ultraneoliberal, neoconservadora e neofascista no Estado brasileiro. Partindo de uma abordagem crítico-dialética, a pesquisa articula revisão bibliográfica, análisedocumental e pesquisa de dados secundários para compreender os efeitos dessas políticas sobre os modos de vida, cuidado e resistência dos povos indígenas. O trabalho resgata o processo histórico decolonização e expropriação dos territórios originários, evidenciando como a saúde mental indígena foi historicamente negligenciada e instrumentalizada por uma lógica biomédica e neoliberal, comreflexos na atualidade. No período analisado, identificou-se o avanço do neofascismo eneoconservadorismo que opera por meio do desfinanciamento das políticas públicas, dainvisibilização das práticas tradicionais de cuidado e da imposição de modelos ocidentais centrados namedicalização e institucionalização. Em contraponto, os povos indígenas seguemelaborandoestratégias de resistência que afirmam seus saberes, espiritualidades, práticas de cura e o BemViver como horizonte coletivo. A dissertação busca contribuir para o desvelamento das contradições presentes na política de saúde mental indígena e reafirmar a necessidade de práticas de cuidadointegradas aos territórios, culturas e cosmologias indígenas, ao tempo em que tambémse constitui como um trabalho acadêmico de denúncia das violações e retrocessos impostos aos direitos dos povos indígenas no contexto analisado.