A ( IN) VISIBILIDADE DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER GESTANTE NA SAÚDE PÚBLICA.
Saúde pública; Violência contra a mulher; Visibilidade.
Na sociedade capitalista estão tecidos o patriarcado e o racismo, e de forma implícita ou explícita a exploração, opressão e a violência Contra as Mulheres. Esta dissertação tem por objetivo analisar a (in)visibilidade da violência doméstica e familiar contra mulheres gestantes em um serviço emergencial de referência na rede pública do Estado de Pernambuco – em tempos de neoliberalismo, conservadorismo e pós-pandemia de Covid-19. Para tanto, fomos subsidiados pelo materialismo histórico-dialético, e pelas referências teóricas do feminismo crítico, a fim de apreender os limites e contradições da totalidade concreta. Como metodologia de pesquisa, recorremos à revisão de literatura, pesquisa documental e pesquisa de campo. Na revisão de literatura, buscamos compreender as mediações teórico-metodológicas que explicam as determinações da violência contra a mulher, bem como sua forte tendência a “naturalização” na sociedade vigente. Fomos, ainda, auxiliados por livros, artigos, dissertações e teses que tratam das incidências do neoliberalismo, neoconservadorismo nas Políticas de Saúde – com ênfase na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNASM, 2004). Na pesquisa documental, recorremos as publicações oficiais e legislações que tratam sobre a violência doméstica familiar contra a mulher, assim como, portarias e normativas sobre Atenção à Saúde da Mulher. Para além disso, realizamos a análise de prontuários das mulheres que acessaram o serviço de Atenção Obstétrica do Hospital das Clínicas HC/UFPE, ano de 2022, a fim de identificar registros relacionados à violência doméstica familiar contra a mulher gestante no período da pandemia de Covid-19. A pesquisa de campo, por meio das entrevistas com os profissionais de saúde, teve como objetivo apreender as possibilidades e os desafios postos na realidade concreta para a visibilidade da violência doméstica familiar no serviço, em questão. Apreende-se que a totalidade concreta incide nas práticas dos profissionais da Atenção Integral à Saúde da Mulher. Neste estudo, foi evidenciado à tendência de (in)visibilidade da violência doméstica familiar, e, portanto, a necessidade de criar mecanismos de tensionamento e enfrentamento da problemática na saúde pública.