COBERTURA COMESTÍVEL A BASE DE EMULSÃO DE QUITOSANA-GLICOSE E ÓLEO VEGETAL DE BURITI (Mauritia flexuosa): Efeito na qualidade pós-colheita de caju (Anacardium occidentale L.)
Revestimento Comestível; Emulsões; Quitosana; Reação de Maillard; Óleos Vegetais.
O caju (Anacardium occidentale L.) é um fruto tropical brasileiro muito apreciado, porém altamente perecível após a colheita devido à sua intensa respiração e rápida deterioração microbiana em temperatura ambiente. Para prolongar sua vida útil, coberturas comestíveis à base de quitosana modificada e óleos vegetais têm sido estudadas por apresentarem propriedades antimicrobianas e baixa toxicidade. Nesse contexto, o trabalho teve como objetivo desenvolver uma cobertura comestível composta por uma emulsão de quitosana-glicose e óleo de buriti, avaliar sua atividade antimicrobiana e verificar sua eficácia na preservação pós-colheita do pedúnculo de caju. As emulsões foram produzidas pelo método de baixa energia e caracterizadas quanto ao tamanho de partícula, índice de polidispersão, potencial Zeta e pH, permitindo selecionar a formulação mais estável. Essa emulsão foi então submetida às análises de FTIR, avaliação do potencial irritante pelo método HET-CAM e determinação da concentração inibitória mínima (CIM) frente a microrganismos patogênicos. Os resultados parciais mostraram que a emulsão selecionada apresentou estabilidade por 30 dias, mantendo tamanho médio de partícula de 207,66 ± 22,85 nm, potencial Zeta positivo de 47,33 ± 3,81 mV, índice de polidispersão de 0,25 ± 0,05 e pH sem grandes variações (4,02 ± 0,10). No teste HET-CAM todas as substâncias foram classificadas como não irritantes. Quanto à atividade antimicrobiana, a cobertura apresentou efeito sinérgico entre o óleo de buriti e a quitosana modificada, uma vez que, para todos os microrganismos avaliados, a CIM correspondeu à menor concentração testada. Dessa forma, os resultados sugerem que a emulsão quitosana-glicose reação de Maillard-óleo de buriti tem potencial para ser aplicada como cobertura comestível como uma estratégia promissora para preservar e proteger o pedúnculo de caju no período pós-colheita.