Ambiente Alimentar Doméstico e Comunitário em Famílias de Crianças Beneficiárias e não Beneficiárias pelo Programa Bolsa Família no Município de Vitória de Santo Antão/PE
Ambiente alimentar; percepção; segurança alimentar; crianças; alimentos ultraprocessados; proteção social.
O objetivo deste trabalho foi caracterizar o ambiente alimentar doméstico (AAD) e ambiente alimentar comunitário (AAC), a partir da percepção de mães/responsáveis de crianças beneficiárias e não beneficiárias pelo Programa Bolsa Família, em Vitória de Santo Antão/PE. Estudo transversal realizado no período de 2022/2023. Os dados foram coletados por questionário que abrangeu informações demográficas, socioeconômicas e nutricionais. Na avaliação do AAD, os entrevistados responderam sobre disponibilidade e acessibilidade a alimentos in natura e minimamente processados e ultraprocessados (AUP) no lar. No AAC, foram investigadas dificuldades e/ou facilidades em adquirir esses mesmos alimentos em seus territórios. Utilizou-se equação estrutural para avaliação do ambiente alimentar, incorporando a variável latente: vulnerabilidade social (VS), composta pelas variáveis: renda, ocupação e escolaridade. A amostra foi formada por 314 participantes, onde 62,1% se autodeclararam pardos; 67,8% possuíam ensino fundamental completo; 79,3% eram beneficiários do PBF; 64% das mães e 47,8% das crianças apresentavam excesso de peso e 87,2% das famílias conviviam com insegurança alimentar. A percepção dos responsáveis sobre o AAD e o AAC, avaliada nas categorias ruim, moderada e boa, foi classificada como moderada. A VS associou-se inversamente o AAC e AAD. Houve associação direta entre segurança alimentar e o índice IMC/I. Esses achados reforçam a necessidade de políticas que promovam acessibilidade física e financeira a alimentos de qualidade e nutritivos a grupos vulnerabilizados.