ASSOCIAÇÃO ENTRE ÍNDICE INFLAMATÓRIO DIETÉTICO E DESFECHOS ADVERSOS NO ESTADO NUTRICIONAL DE PACIENTES COM CÂNCERES DE ESÔFAGO E DE ESTÔMAGO
Neoplasias gástricas; Neoplasias esofágicas; Dieta; Inflamação.
Introdução: O câncer gástrico e esofágico apresenta alta incidência no Brasil, sendo mais comum em homens entre 60 e 69 anos. Trata-se de um tipo de câncer com grande impacto no trato gastrointestinal, comprometendo o estado nutricional dos pacientes e a resposta ao tratamento. A dieta inflamatória tem papel relevante nesse contexto, podendo agravar os desfechos clínicos. Metodologia: Estudo híbrido (transversal com módulo prospectivo) com 184 pacientes do Hospital de Câncer de Pernambuco, entre 2021 e 2023, com diagnóstico de câncer gástrico ou esofágico, virgens de tratamento. Foram avaliadas variáveis clínicas, antropométricas e dietéticas em 3 momentos distintos antes e após o início do tratamento. O Índice Inflamatório da Dieta (IID) foi calculado com base no consumo alimentar de 26 componentes nutricionais. Resultados: A maioria dos pacientes era do sexo masculino (70,5%), com baixa escolaridade e renda. Os tipos de câncer se dividiram entre gástrico (57,2%) e esofágico (41,7%). Houve redução de peso, massa muscular, força de preensão manual e massa magra ao longo do tratamento, além de aumento significativo do IID, indicando piora no perfil inflamatório da dieta. A associação mais significativa ocorreu entre IID e massa gorda ao final do acompanhamento. Conclusão: A elevação do IID durante o tratamento sugere piora do estado nutricional e aumento da inflamação sistêmica, influenciando negativamente no quadro clínico. O IID pode ser uma ferramenta útil para o acompanhamento nutricional de pacientes oncológicos.