Insegurança Alimentar em Pessoas que Vivem com HIV/AIDS: uma análise das vulnerabilidades sociais, de saúde e nutricionais
HIV; Segurança Alimentar; Estado nutricional, Doenças Cardiovasculares
Pessoas que vivem com HIV/Aids (PVHA) possuem alta vulnerabilidade para a
Insegurança Alimentar (IA). Em associação, tem-se o consumo alimentar inadequado
com dietas ricas em gorduras, carboidratos simples e sódio, e pobres em fibras. O
objetivo do estudo foi verificar a prevalência da IA em PVHA e sua associação com
variáveis socioeconômicas, nutricionais e de saúde. Estudo transversal, realizado entre
2022 e de 2023, com PVHA, acompanhados em um ambulatório de um Hospital
Universitário. Foram coletadas informações demográficas, socioeconômicas, de saúde e
ambientais, dados antropométricos, do consumo alimentar e da IA. Para avaliação
antropométrica considerou-se o Índice de Massa Corporal (IMC), Circunferência do
Braço (CB), da Cintura (CC) e Razão Cintura-Estatura (RCE). O consumo foi
mensurado por questionário de frequência alimentar, e, em seguida, criou-se Índice da
Frequência de Consumo da média de ingestão dos alimentos in natura/minimamente
processados e ultraprocessados. Adotou-se com significância estatística as associações
com valor de p <0,05. Participaram do estudo 285 indivíduos, com idade média de 42
anos, cuja prevalência de IA foi de 68,1%. Referente ao estado nutricional, 59,3%
apresentou excesso de peso pelo IMC. A IA teve associação com idade, sexo , renda e
tipo de teto do domicílio. O consumo de alimentos in natura/minimamente processados
foi significantemente maior nos participantes pardos e pretos e sedentários. Enquanto os
alimentos ultraprocessados nos com ensino médio/superior, que consumiam bebida
alcoólica e eram sedentários. Conclui-se que PVHA possuem elevada prevalência de
IA, com associação às condições socioeconômicas e o consumo alimentar inadequado
está associado à escolaridade e estilo de vida. Portanto, intervir no ciclo IA-HIV/Aids e
nas práticas alimentares é condição, para melhora da qualidade de vida, prevenção de
situação de fome e até mesmo redução do estigmatização desta população.