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Dissertações |
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DINIZ PEDRO PINHEIRO DE CARVALHO FONSECA
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ANÁLISE ESTRATIGRÁFICA E TEXTURAL DOS DEPÓSITOS VULCÂNICOS EFUSIVOS E EXPLOSIVOS DA ILHA DE FERNANDO DE NORONHA
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Orientador : CARLA JOANA SANTOS BARRETO
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MEMBROS DA BANCA :
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ANELISE LOSANGELA BERTOTTI
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CARLA JOANA SANTOS BARRETO
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GORKI MARIANO
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JOAO ADAUTO DE SOUZA NETO
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Data: 30/01/2023
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O Arquipélago de Fernando de Noronha é formado por um conjunto de 21 ilhas, ilhotas ou rochedos que compreendem rochas vulcânicas de idade miocênica a pleistocênica, em contexto intraplaca, originado por hot spot. A metodologia deste trabalho aplicou uma nova abordagem para o estudo de sequências vulcânicas, onde se priorizou a identificação dos morfotipos de derrames, a análise de fácies e a sucessão faciológica dos depósitos efusivos e piroclásticos da porção subaérea da região, os quais foram suportados por estudos de análise textural. Na região do Mar de Fora, foram descritas seções na Enseada das Caieiras, Praia do Atalaia, Capim Açu e Praia do Sueste. Na região do Mar de dentro, foram estudadas as praias do Sancho e Baía dos Porcos. Nestas localidades foi possível observar interação entre derrames da Formação Quixaba, juntamente com manifestações vulcanoclásticas e enxames de diques da Formação Remédios. Analisou-se as intercalações entre rochas piroclásticas e efusivas da Formação Quixaba, além exposições singulares de rochas da Formação Remédios (Essexitos). O produto das seções compreendeu a individualização de fácies, tendo como base estrutura, litologia e granulometria, gerando um total de 14 litofácies. Os depósitos do tipo Rubbly pahoehoe são caracterizados pela associação de olivina melanefelinito porfirítico com disjunção colunar (OMpd) na base e brecha monolítica (Brm) apenas no topo da associação. Os derrames efusivos do tipo Pahoehoe são representados pelas litofácies OMpd, melilita melanefelinito porfirítico vesiculado com disjunção (MMpvd), piroxênio melanefelinito porfirítico vesiculado com disjunção (PMpvd), basanito porfirítico com disjunção colunar e essexito porfirítico vesiculado com disjunção colunar (Expv). A associação de depósitos piroclásticos foi dividida em dois tipos: depósitos do tipo surge piroclástico e depósitos de fluxo de cinzas e escórias. Estes depósitos compreendem as fácies tufo maciço e tufo com estratificação cruzada (Tm e Tmec), lapíli tufo maciço e com estratificação cruzada (LTm e LTec) brechas tufo maciço (BrTm), laminado com gradação normal (BrTlgn), estratificação cruzada incipiente (BrTec) e com gradação inversa (BrTgi). Os derrames efusivos da ilha foram originados a partir de erupções havaianas, enquanto os depósitos piroclásticos das áreas estudadas foram originados a partir de erupções estrombolianas. Possivelmente o magmatismo que gerou as rochas do Arquipélago de Fernando de Noronha encontrava-se em estágio pós edificação do escudo, quando as erupções eram nitidamente alcalinas, originando as rochas da Formação Remédios. Posteriormente, foram formadas rochas da Formação Quixaba em estágio ultra alcalino.
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O Arquipélago de Fernando de Noronha é formado por um conjunto de 21 ilhas, ilhotas ou rochedos que compreendem rochas vulcânicas de idade miocênica a pleistocênica, em contexto intraplaca, originado por hot spot. A metodologia deste trabalho aplicou uma nova abordagem para o estudo de sequências vulcânicas, onde se priorizou a identificação dos morfotipos de derrames, a análise de fácies e a sucessão faciológica dos depósitos efusivos e piroclásticos da porção subaérea da região, os quais foram suportados por estudos de análise textural. Na região do Mar de Fora, foram descritas seções na Enseada das Caieiras, Praia do Atalaia, Capim Açu e Praia do Sueste. Na região do Mar de dentro, foram estudadas as praias do Sancho e Baía dos Porcos. Nestas localidades foi possível observar interação entre derrames da Formação Quixaba, juntamente com manifestações vulcanoclásticas e enxames de diques da Formação Remédios. Analisou-se as intercalações entre rochas piroclásticas e efusivas da Formação Quixaba, além exposições singulares de rochas da Formação Remédios (Essexitos). O produto das seções compreendeu a individualização de fácies, tendo como base estrutura, litologia e granulometria, gerando um total de 14 litofácies. Os depósitos do tipo Rubbly pahoehoe são caracterizados pela associação de olivina melanefelinito porfirítico com disjunção colunar (OMpd) na base e brecha monolítica (Brm) apenas no topo da associação. Os derrames efusivos do tipo Pahoehoe são representados pelas litofácies OMpd, melilita melanefelinito porfirítico vesiculado com disjunção (MMpvd), piroxênio melanefelinito porfirítico vesiculado com disjunção (PMpvd), basanito porfirítico com disjunção colunar e essexito porfirítico vesiculado com disjunção colunar (Expv). A associação de depósitos piroclásticos foi dividida em dois tipos: depósitos do tipo surge piroclástico e depósitos de fluxo de cinzas e escórias. Estes depósitos compreendem as fácies tufo maciço e tufo com estratificação cruzada (Tm e Tmec), lapíli tufo maciço e com estratificação cruzada (LTm e LTec) brechas tufo maciço (BrTm), laminado com gradação normal (BrTlgn), estratificação cruzada incipiente (BrTec) e com gradação inversa (BrTgi). Os derrames efusivos da ilha foram originados a partir de erupções havaianas, enquanto os depósitos piroclásticos das áreas estudadas foram originados a partir de erupções estrombolianas. Possivelmente o magmatismo que gerou as rochas do Arquipélago de Fernando de Noronha encontrava-se em estágio pós edificação do escudo, quando as erupções eram nitidamente alcalinas, originando as rochas da Formação Remédios. Posteriormente, foram formadas rochas da Formação Quixaba em estágio ultra alcalino.
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ARMANDO LUCAS SOUZA DE OLIVEIRA
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ARCABOUÇO CRUSTAL E CONDIÇÕES P-T DO METAMORFISMO NO TERRENO ALTO PAJEÚ, NE DO BRASIL: implicações para a evolução neoproterozoica da Província Borborema
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Orientador : LAURO CEZAR MONTEFALCO DE LIRA SANTOS
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MEMBROS DA BANCA :
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LAURO CEZAR MONTEFALCO DE LIRA SANTOS
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LEONARDO EUSTÁQUIO DA SILVA GONÇALVES
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RAFAEL GONÇALVES DA MOTTA
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VLADIMIR CRUZ DE MEDEIROS
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Data: 10/02/2023
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A Província Borborema, NE do Brasil, é um segmento crustal neoproterozoico que exibe padrões complexos de deformação, metamorfismo e magmatismo. Seu desenvolvimento está relacionado ao ciclo orogênico Brasiliano/Pan-Africano, no contexto da construção de Gondwana Ocidental. Esta pesquisa objetiva elucidar a evolução estrutural e metamórfica do terreno Alto Pajeú, subprovíncia Transversal, estabelecendo suas implicações tectônicas para a configuração da Província Borborema. Combina análise geofísica-estrutural a um estudo petrológico de detalhe, para caracterização do arcabouço crustal do terreno e das condições do metamorfismo de rochas básicas em seu interior. O terreno Alto Pajeú é recortado por zonas de cisalhamento transcorrentes que correspondem a lineamentos geofísicos de primeira ordem. Foliações miloníticas de alto ângulo expressam feições de segunda ordem, associadas, em campo, a lineações de estiramento mineral sub-horizontais. Indicadores cinemáticos atribuem sentido de movimento sinistral e dextral, respectivamente, para estruturas de direção NE e E. Contrastes geofísicos significativos são verificados entre este terreno e domínios adjacentes, separados por grandes zonas de cisalhamento. Uma foliação reliquiar de ângulo baixo relacionada a empurrões é reconhecida em escala de afloramento. A tectônica transcorrente caracteriza o estágio tardio do ciclo Brasiliano na região (ca. 575 Ma), sucedendo uma fase contracional de idade mal definida. A petrologia de granada anfibolitos no complexo São Caetano revela pelo menos dois estágios de metamorfismo. A rocha é porfiroblástica, com cristais de granada sub-centimétricos imersos em matriz de granulação fina a média. A paragênese M1 (granada-hornblenda-plagioclásio-epidoto-biotita-ilmenita-titanita-rutilo-quartzo) marca o pico de pressão, enquanto a assembleia M2 (sem rutilo) se desenvolveu sob um grande intervalo de condições P-T (em geral mais amenas). Domínios de desestabilização dos porfiroblastos são ocupados por agregados de biotita, epidoto, plagioclásio, anfibólio, quartzo e ilmenita. A zonação química da granada é evidente em mapas composicionais e análises pontuais por microssonda eletrônica: núcleos ricos em Mn e bordas com teor de Fe relativamente mais altos refletem crescimento em múltiplos estágios. Análises litogeoquímicas indicam composição basáltica para o protólito, com padrões de distribuição de elementos traço e terras raras semelhantes aos de basaltos de ilha oceânica. Sua origem é atribuída a magmatismo intraplaca, implicando em uma fase extensional pré-Brasiliano. Estimativas termobarométricas obtidas através de métodos convencionais, modelagem de equilíbrio de fases (sistema MnNCKFMASHTO) e geobarometria elástica indicam ápice de pressão a 11 Kbar, ca. 600-640 °C, durante formação da assembleia M1; seguido pelo pico de temperatura a ca. 650 ºC, 7,5-9,5 Kbar, no campo de estabilidade da paragênese M2. Caracterizam metamorfismo de pressão moderada e alta temperatura (MP/HT). Se constrói uma trajetória P-T de sentido horário, interpretada como registro de processos orogênicos de acreção a colisão continental: o pico de pressão reflete espessamento crustal, a que se segue uma tendência de descompressão sub-isotérmica (colapso e exumação do orógeno). Em conjunto, os dados discutidos nesse trabalho atestam o caráter polifásico do ciclo Brasiliano nessa região de Gondwana Ocidental. Seu estágio inicial é marcado por tectônica contracional, em contexto orogênico acrescionário-a-colisional. É seguido pela instalação do regime transcorrente de larga escala, que se relaciona à dispersão/escape lateral da Província Borborema ao final do Brasiliano.
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A Província Borborema, NE do Brasil, é um segmento crustal neoproterozoico que exibe padrões complexos de deformação, metamorfismo e magmatismo. Seu desenvolvimento está relacionado ao ciclo orogênico Brasiliano/Pan-Africano, no contexto da construção de Gondwana Ocidental. Esta pesquisa objetiva elucidar a evolução estrutural e metamórfica do terreno Alto Pajeú, subprovíncia Transversal, estabelecendo suas implicações tectônicas para a configuração da Província Borborema. Combina análise geofísica-estrutural a um estudo petrológico de detalhe, para caracterização do arcabouço crustal do terreno e das condições do metamorfismo de rochas básicas em seu interior. O terreno Alto Pajeú é recortado por zonas de cisalhamento transcorrentes que correspondem a lineamentos geofísicos de primeira ordem. Foliações miloníticas de alto ângulo expressam feições de segunda ordem, associadas, em campo, a lineações de estiramento mineral sub-horizontais. Indicadores cinemáticos atribuem sentido de movimento sinistral e dextral, respectivamente, para estruturas de direção NE e E. Contrastes geofísicos significativos são verificados entre este terreno e domínios adjacentes, separados por grandes zonas de cisalhamento. Uma foliação reliquiar de ângulo baixo relacionada a empurrões é reconhecida em escala de afloramento. A tectônica transcorrente caracteriza o estágio tardio do ciclo Brasiliano na região (ca. 575 Ma), sucedendo uma fase contracional de idade mal definida. A petrologia de granada anfibolitos no complexo São Caetano revela pelo menos dois estágios de metamorfismo. A rocha é porfiroblástica, com cristais de granada sub-centimétricos imersos em matriz de granulação fina a média. A paragênese M1 (granada-hornblenda-plagioclásio-epidoto-biotita-ilmenita-titanita-rutilo-quartzo) marca o pico de pressão, enquanto a assembleia M2 (sem rutilo) se desenvolveu sob um grande intervalo de condições P-T (em geral mais amenas). Domínios de desestabilização dos porfiroblastos são ocupados por agregados de biotita, epidoto, plagioclásio, anfibólio, quartzo e ilmenita. A zonação química da granada é evidente em mapas composicionais e análises pontuais por microssonda eletrônica: núcleos ricos em Mn e bordas com teor de Fe relativamente mais altos refletem crescimento em múltiplos estágios. Análises litogeoquímicas indicam composição basáltica para o protólito, com padrões de distribuição de elementos traço e terras raras semelhantes aos de basaltos de ilha oceânica. Sua origem é atribuída a magmatismo intraplaca, implicando em uma fase extensional pré-Brasiliano. Estimativas termobarométricas obtidas através de métodos convencionais, modelagem de equilíbrio de fases (sistema MnNCKFMASHTO) e geobarometria elástica indicam ápice de pressão a 11 Kbar, ca. 600-640 °C, durante formação da assembleia M1; seguido pelo pico de temperatura a ca. 650 ºC, 7,5-9,5 Kbar, no campo de estabilidade da paragênese M2. Caracterizam metamorfismo de pressão moderada e alta temperatura (MP/HT). Se constrói uma trajetória P-T de sentido horário, interpretada como registro de processos orogênicos de acreção a colisão continental: o pico de pressão reflete espessamento crustal, a que se segue uma tendência de descompressão sub-isotérmica (colapso e exumação do orógeno). Em conjunto, os dados discutidos nesse trabalho atestam o caráter polifásico do ciclo Brasiliano nessa região de Gondwana Ocidental. Seu estágio inicial é marcado por tectônica contracional, em contexto orogênico acrescionário-a-colisional. É seguido pela instalação do regime transcorrente de larga escala, que se relaciona à dispersão/escape lateral da Província Borborema ao final do Brasiliano.
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DANIELLE CRUZ DA SILVA
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ORIGEM E CARACTERIZAÇÃO DO QUARTZO AZUL EM METARRIOLITOS DO GRUPO RIO DOS REMÉDIOS, PARAMIRIM (BA)
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Orientador : LAURO CEZAR MONTEFALCO DE LIRA SANTOS
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MEMBROS DA BANCA :
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ADRIANE MACHADO
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CRISTIANE PAULA DE CASTRO GONÇALVES
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HAROLDO MONTEIRO LIMA
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LAURO CEZAR MONTEFALCO DE LIRA SANTOS
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Data: 14/02/2023
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As variedades do quartzo ocupam uma fração considerável da crosta continental, ocorrendo com abundância em vários tipos de rochas, como granitos, riolitos, gnaisses e rochas siliciclásticas. Apesar de ocorrer na maioria das vezes como cristais incolores, existem uma grande gama de variedades coloridas, o quartzo azul é uma delas. Cristais de quartzo com coloração azul é um raro componente de rochas ígneas e está presente principalmente em granitos, granodioritos, riolitos e charnoquitos, e seus equivalentes metamórficos. Apesar de pouco frequente, foram contabilizadas 245 ocorrências de quartzo azul no mundo, e o Brasil concentra um número considerável. O estado de Bahia é um importante representante devido a concentração de ocorrências que têm potencial de se tornar um indiciador para as condições de cristalização de rochas portadoras de quartzo azul. Este trabalho apresenta uma investigação integrada de diversas análises, sobre a caracterização e origem da ocorrência de quartzo azul em rochas metavulcânicas no sudoeste da Bahia. A mineralogia das rochas consiste essencialmente em fenocristais de quartzo e K-feldspato, imersos em uma matriz quartzo/felspastática e composta por biotita, muscovita, fluorita, alanita, clorita, zircão e minerais opacos. Análises de microssonda eletrônica revelaram a presença de dois tipos distintos de biotita (magmática e neoformada), de micas brancas ricas em ferro e de ortoclásio. Quando analisado os cristais de quartzo separadamente, as análises realizadas em diversas técnicas não foram capazes de apontar nenhuma característica distinta de aquelas presentes em cristais incolores. Apenas por meio da microscopia de transmissão foi possível constatar a presença de dois tipos de inclusões sólidas submicroscópicas ricas em Ti. Tal característica é recorrente em cristais de quartzo azul e origem da cor está associada ao processo de espelhamento da luz (espelhamento de Rayleigh) através das pequenas partículas. Acredita-se que a geração de tais inclusões se dá pelo processo de exsolução durante o crescimento e resfriamento do cristal. A mineralogia destas rochas está muito próxima a de magma peraluminosos e alcalinos, ricos em Ti, comuns em ambientes anorogênicos do tipo A. Tais configurações são terrenos férteis para a geração de rochas portadoras de quartzo azul.
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As variedades do quartzo ocupam uma fração considerável da crosta continental, ocorrendo com abundância em vários tipos de rochas, como granitos, riolitos, gnaisses e rochas siliciclásticas. Apesar de ocorrer na maioria das vezes como cristais incolores, existem uma grande gama de variedades coloridas, o quartzo azul é uma delas. Cristais de quartzo com coloração azul é um raro componente de rochas ígneas e está presente principalmente em granitos, granodioritos, riolitos e charnoquitos, e seus equivalentes metamórficos. Apesar de pouco frequente, foram contabilizadas 245 ocorrências de quartzo azul no mundo, e o Brasil concentra um número considerável. O estado de Bahia é um importante representante devido a concentração de ocorrências que têm potencial de se tornar um indiciador para as condições de cristalização de rochas portadoras de quartzo azul. Este trabalho apresenta uma investigação integrada de diversas análises, sobre a caracterização e origem da ocorrência de quartzo azul em rochas metavulcânicas no sudoeste da Bahia. A mineralogia das rochas consiste essencialmente em fenocristais de quartzo e K-feldspato, imersos em uma matriz quartzo/felspastática e composta por biotita, muscovita, fluorita, alanita, clorita, zircão e minerais opacos. Análises de microssonda eletrônica revelaram a presença de dois tipos distintos de biotita (magmática e neoformada), de micas brancas ricas em ferro e de ortoclásio. Quando analisado os cristais de quartzo separadamente, as análises realizadas em diversas técnicas não foram capazes de apontar nenhuma característica distinta de aquelas presentes em cristais incolores. Apenas por meio da microscopia de transmissão foi possível constatar a presença de dois tipos de inclusões sólidas submicroscópicas ricas em Ti. Tal característica é recorrente em cristais de quartzo azul e origem da cor está associada ao processo de espelhamento da luz (espelhamento de Rayleigh) através das pequenas partículas. Acredita-se que a geração de tais inclusões se dá pelo processo de exsolução durante o crescimento e resfriamento do cristal. A mineralogia destas rochas está muito próxima a de magma peraluminosos e alcalinos, ricos em Ti, comuns em ambientes anorogênicos do tipo A. Tais configurações são terrenos férteis para a geração de rochas portadoras de quartzo azul.
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LENITA DA SILVA BARBOSA
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ANÁLISES MORFOLÓGICAS E FILOGENÉTICAS DE UM ESPÉCIME DE PTEROSSAURO DA FORMAÇÃO CRATO (BACIA DO ARARIPE)
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Orientador : JULIANA MANSO SAYAO
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MEMBROS DA BANCA :
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FLAVIANA JORGE DE LIMA
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GUSTAVO RIBEIRO DE OLIVEIRA
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JULIANA MANSO SAYAO
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RAFAEL CESAR LIMA PEDROSO DE ANDRADE
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Data: 15/03/2023
Ata de defesa assinada:
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Os pterossauros são répteis voadores, com posicionamento filogenético disputado entre uma proposta mais conservadora que os considera arcossauros, grupo irmão dos dinossauros, e outra mais recente que os posiciona como o grupo irmão de Lagerpetidae, formando um grupo menos inclusivo denominado Pterosauromorpha. Fósseis de pterosauros são encontrados frequentemente em rochas Eocretáceas da Bacia do Araripe, localizada no Nordeste do Brasil, com destaque para as Formações Crato e Romualdo que apresentam assembleias fossilíferas com excelente preservação. Aproximadamente 30 espécies de pterossauros já foram descritas na Bacia do Araripe, sendo as ocorrências de maior destaque aquelas dos clados Anhagueridae e Tapejaridae. Neste trabalho, é descrito um exemplar de pterossauro depositado na coleção de vertebrados do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens (MPSC R- 932), preservado em calcários micríticos laminados da Formação Crato. O espécime, um esqueleto parcial articulado, é composto por elementos do esqueleto axial, cintura pélvica, membros anteriores e posteriores (representados por uma asa incompleta, perna e pé), além da preservação de tecido mole. MPSC R- 932 foi fotografado, descrito, medido e comparado com outros espécimes já descritos na literatura. Para a realização da análise filogenética, os dados morfológicos obtidos foram inseridos em uma matriz já existente, proposta por Holgado et al. (2019), contendo 55 táxons e 144 caracteres. MPSC R-932 difere dos Anhangueridae por apresentar fusão do púbis com o ísquio, sem a presença de aberturas entre estes ossos, característica exclusiva do grupo. Assemelha-se com a condição geral apresentada por Pteranodon que também forma uma placa ísquio-pubiática bem desenvolvida, difere deste, no entanto, por não apresentar um pequeno forâmen na intercessão do púbis com o ísquio. Os Anhangueridae geralmente apresentam uma configuração óssea onde os membros posteriores são mais curtos diferente dos Tapejaroidea que são alongados. Observou-se que MPSC R-932 presenta o comprimento da tíbia maior do que o do fêmur (correspondendo a 68%), outra característica dos Tapejaroidea, com posicionamento incerto dentro desse grupo. Um grupo intimamente ligado aos Tapejaridea é os Azhdarchidae, são considerados o grupo mais variado dentre os pterossauros e apresentam como característica marcante a uma hipertrofia nos membros anteriores e hipotrofia nos posteriores, diferente dos Anhanguerídeos. As tíbias alongadas, as medidas dos membros posteriores em conformodidade com outros exemplares descritos na literatura, nos permite inferir que o espécime aqui descrito, trata-se de um Tapejarídeo. Além de colaborar com estudos que afirmam que a taxa de crescimento ósseo desse grupo seja semelhante, pois as medidas dos ossos longos dos Tapejarídeos são bem parecidas. Exames dos estagios de sutura realizados em um espécime de Anhangueridae da Formação Crato, mostraram que a fusão de alguns ossos como da tíbia e dos tarsais proximais, são indicativos de ontogenia tardia, com base em sua morfologia óssea o espécime MPSC R-932 apresenta o tibiotarso formado, indicando portanto que trata-se de um animal em estado ontogenético adulto.
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Os pterossauros são répteis voadores, com posicionamento filogenético disputado entre uma proposta mais conservadora que os considera arcossauros, grupo irmão dos dinossauros, e outra mais recente que os posiciona como o grupo irmão de Lagerpetidae, formando um grupo menos inclusivo denominado Pterosauromorpha. Fósseis de pterosauros são encontrados frequentemente em rochas Eocretáceas da Bacia do Araripe, localizada no Nordeste do Brasil, com destaque para as Formações Crato e Romualdo que apresentam assembleias fossilíferas com excelente preservação. Aproximadamente 30 espécies de pterossauros já foram descritas na Bacia do Araripe, sendo as ocorrências de maior destaque aquelas dos clados Anhagueridae e Tapejaridae. Neste trabalho, é descrito um exemplar de pterossauro depositado na coleção de vertebrados do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens (MPSC R- 932), preservado em calcários micríticos laminados da Formação Crato. O espécime, um esqueleto parcial articulado, é composto por elementos do esqueleto axial, cintura pélvica, membros anteriores e posteriores (representados por uma asa incompleta, perna e pé), além da preservação de tecido mole. MPSC R- 932 foi fotografado, descrito, medido e comparado com outros espécimes já descritos na literatura. Para a realização da análise filogenética, os dados morfológicos obtidos foram inseridos em uma matriz já existente, proposta por Holgado et al. (2019), contendo 55 táxons e 144 caracteres. MPSC R-932 difere dos Anhangueridae por apresentar fusão do púbis com o ísquio, sem a presença de aberturas entre estes ossos, característica exclusiva do grupo. Assemelha-se com a condição geral apresentada por Pteranodon que também forma uma placa ísquio-pubiática bem desenvolvida, difere deste, no entanto, por não apresentar um pequeno forâmen na intercessão do púbis com o ísquio. Os Anhangueridae geralmente apresentam uma configuração óssea onde os membros posteriores são mais curtos diferente dos Tapejaroidea que são alongados. Observou-se que MPSC R-932 presenta o comprimento da tíbia maior do que o do fêmur (correspondendo a 68%), outra característica dos Tapejaroidea, com posicionamento incerto dentro desse grupo. Um grupo intimamente ligado aos Tapejaridea é os Azhdarchidae, são considerados o grupo mais variado dentre os pterossauros e apresentam como característica marcante a uma hipertrofia nos membros anteriores e hipotrofia nos posteriores, diferente dos Anhanguerídeos. As tíbias alongadas, as medidas dos membros posteriores em conformodidade com outros exemplares descritos na literatura, nos permite inferir que o espécime aqui descrito, trata-se de um Tapejarídeo. Além de colaborar com estudos que afirmam que a taxa de crescimento ósseo desse grupo seja semelhante, pois as medidas dos ossos longos dos Tapejarídeos são bem parecidas. Exames dos estagios de sutura realizados em um espécime de Anhangueridae da Formação Crato, mostraram que a fusão de alguns ossos como da tíbia e dos tarsais proximais, são indicativos de ontogenia tardia, com base em sua morfologia óssea o espécime MPSC R-932 apresenta o tibiotarso formado, indicando portanto que trata-se de um animal em estado ontogenético adulto.
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MARCOS DA COSTA CÂMARA SALES
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CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA, COMPOSIÇÃO QUÍMICA MINERAL E ASPECTOS ESTRUTURAIS DO CAMPO PEGMATÍTICO MUFUMBO-TRIGUEIRO, NORDESTE DE PARELHAS (RN)
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Orientador : JOAO ADAUTO DE SOUZA NETO
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MEMBROS DA BANCA :
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JOAO ADAUTO DE SOUZA NETO
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LAURO CEZAR MONTEFALCO DE LIRA SANTOS
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VINÍCIUS ANSELMO CARVALHO LISBOA
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CIRO ALEXANDRE ÁVILA
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Data: 31/03/2023
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O Campo Pegmatítico Mufumbo-Trigueiro está inserido no contexto da Faixa Seridó numa área de aproximadamente 40km2, localizado a cerca de 10km a NE do centro urbano do município de Parelhas-RN. Este campo pegmatítico abriga corpos homogêneos e heterogêneos (zonados), estes responsáveis por hospedar as principais mineralizações de Nb-Ta, Be, Li, Sn e Cu. Os corpos são tabulares subverticais e intrudem, discordantemente, micaxistos e quartzitos do Grupo Seridó, ao longo das direções 045 e 070 NE. O presente trabalho busca entender a partir de aspectos geoquímicos e estruturais, quais são as relações entre os corpos homogêneos e zonados e qual a relação destes com rochas calcissilicáticas que ocorrem na região e hospedam mineralizações de Cu-Au e U. Os corpos homogêneos são hololeucocráticos e podem ser reconhecidas três fácies texturais: (i) pegmatítica grossa, (ii) pegmatítica média e (iii) aplítica. Os corpos heterogêneos apresentam zoneamento interno típico: zona de borda, mural, intermediária e núcleo de quartzo. Foram utilizadas análises geoquímicas de concentrados minerais de muscovita e biotita para acessar o grau de fracionamento destes corpos. No geral, ambas as micas possuem elevado grau de fracionamento (K/Rb < 100) e são enriquecidas em Rb, Cs, Nb, Ta, Li, Ga, Zn e Cu e empobrecidas em Sr e Ba. Estas composições são compatíveis com as mineralizações de apatita, berilo, columbita-tantalita, espodumênio, lepidolita, turmalina, monazita, gahnita e minerais do grupo dos fosfatos observadas em campo e suportadas pela literatura. As micas analisadas juntamente com análises compiladas da bibliografia (Pegmatitos Boqueirão, Carnaubinha e Capoeira) apresentam a mesma tendência de fracionamento que indica um mesmo magma parental. As características estruturais, as tendências de evolução magmática e a afinidade geoquímica e mineralógica sugerem uma origem anatética para os corpos do Campo Pegmatítico Mufumbo-Trigueiro. Estes pegmatitos intrudem sequências de rochas calcissilicáticas portadoras de mineralizações (Cu, Au) e os fluidos pegmatíticos (magmáticos) remobilizam e concentram estes metais para o interior dos pegmatitos.
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O Campo Pegmatítico Mufumbo-Trigueiro está inserido no contexto da Faixa Seridó numa área de aproximadamente 40km2, localizado a cerca de 10km a NE do centro urbano do município de Parelhas-RN. Este campo pegmatítico abriga corpos homogêneos e heterogêneos (zonados), estes responsáveis por hospedar as principais mineralizações de Nb-Ta, Be, Li, Sn e Cu. Os corpos são tabulares subverticais e intrudem, discordantemente, micaxistos e quartzitos do Grupo Seridó, ao longo das direções 045 e 070 NE. O presente trabalho busca entender a partir de aspectos geoquímicos e estruturais, quais são as relações entre os corpos homogêneos e zonados e qual a relação destes com rochas calcissilicáticas que ocorrem na região e hospedam mineralizações de Cu-Au e U. Os corpos homogêneos são hololeucocráticos e podem ser reconhecidas três fácies texturais: (i) pegmatítica grossa, (ii) pegmatítica média e (iii) aplítica. Os corpos heterogêneos apresentam zoneamento interno típico: zona de borda, mural, intermediária e núcleo de quartzo. Foram utilizadas análises geoquímicas de concentrados minerais de muscovita e biotita para acessar o grau de fracionamento destes corpos. No geral, ambas as micas possuem elevado grau de fracionamento (K/Rb < 100) e são enriquecidas em Rb, Cs, Nb, Ta, Li, Ga, Zn e Cu e empobrecidas em Sr e Ba. Estas composições são compatíveis com as mineralizações de apatita, berilo, columbita-tantalita, espodumênio, lepidolita, turmalina, monazita, gahnita e minerais do grupo dos fosfatos observadas em campo e suportadas pela literatura. As micas analisadas juntamente com análises compiladas da bibliografia (Pegmatitos Boqueirão, Carnaubinha e Capoeira) apresentam a mesma tendência de fracionamento que indica um mesmo magma parental. As características estruturais, as tendências de evolução magmática e a afinidade geoquímica e mineralógica sugerem uma origem anatética para os corpos do Campo Pegmatítico Mufumbo-Trigueiro. Estes pegmatitos intrudem sequências de rochas calcissilicáticas portadoras de mineralizações (Cu, Au) e os fluidos pegmatíticos (magmáticos) remobilizam e concentram estes metais para o interior dos pegmatitos.
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TÁSSIA JULIANA BERTOTTO
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MACROFÓSSEIS DOS FOLHELHOS DAS FORMAÇÕES IPUBI E ROMUALDO (GRUPO SANTANA, BACIA DO ARARIPE) COMO PROXY PARA INFERÊNCIAS TAFONÔMICAS E PALEOECOLÓGICAS
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Orientador : GUSTAVO RIBEIRO DE OLIVEIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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ANTÔNIO ÁLAMO FEITOSA SARAIVA
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GUSTAVO RIBEIRO DE OLIVEIRA
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RAFAEL CESAR LIMA PEDROSO DE ANDRADE
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RENAN ALFREDO MACHADO BANTIM
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Data: 02/05/2023
Ata de defesa assinada:
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O Grupo Santana da Bacia do Araripe é mundialmente conhecido pelo excepcional estado de preservação, riqueza e abundância de seus exemplares fósseis. Essa condição, no entanto, não se estende para todas as fácies sedimentares. Consequentemente, materiais preservados nos calcários laminados da Formação Crato e nas concreções calcárias da Formação Romualdo são mais explorados do que aqueles depositados em folhelhos (formações Crato, Ipubi e Romualdo). Além disso, propostas estratigráficas divergentes para a bacia, a dificuldade em realizar escavações controladas e as limitações do conhecimento acerca dos limites entre estas três formações interferem na precisão de informações de caráter estratigráfico. Em decorrência disso, muitos espécimes são posicionados estratigraficamente de forma dúbia ou ficam restritos a trabalhos de caráter descritivo (p.ex: Arartasaurus museunacionali). Neste trabalho, apontamos esses problemas a fim de buscar caminhos para resolver essas divergências. Desta forma, avaliamos e comparamos a diversidade da ictiofauna presente nas formações Ipubi e Romualdo, além descrevermos novas ocorrências fossilíferas para os folhelhos da Formação Ipubi.
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O Grupo Santana da Bacia do Araripe é mundialmente conhecido pelo excepcional estado de preservação, riqueza e abundância de seus exemplares fósseis. Essa condição, no entanto, não se estende para todas as fácies sedimentares. Consequentemente, materiais preservados nos calcários laminados da Formação Crato e nas concreções calcárias da Formação Romualdo são mais explorados do que aqueles depositados em folhelhos (formações Crato, Ipubi e Romualdo). Além disso, propostas estratigráficas divergentes para a bacia, a dificuldade em realizar escavações controladas e as limitações do conhecimento acerca dos limites entre estas três formações interferem na precisão de informações de caráter estratigráfico. Em decorrência disso, muitos espécimes são posicionados estratigraficamente de forma dúbia ou ficam restritos a trabalhos de caráter descritivo (p.ex: Arartasaurus museunacionali). Neste trabalho, apontamos esses problemas a fim de buscar caminhos para resolver essas divergências. Desta forma, avaliamos e comparamos a diversidade da ictiofauna presente nas formações Ipubi e Romualdo, além descrevermos novas ocorrências fossilíferas para os folhelhos da Formação Ipubi.
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ARTUR GUERRA DE LUCENA
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ASPECTOS TAFONÔMICOS E TAXONÔMICOS DE NOVOS EXEMPLARES ARACNÍDEOS DA FORMAÇÃO CRATO
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Orientador : GUSTAVO RIBEIRO DE OLIVEIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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FLAVIANA JORGE DE LIMA
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GUSTAVO RIBEIRO DE OLIVEIRA
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RAFAEL CESAR LIMA PEDROSO DE ANDRADE
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RENAN ALFREDO MACHADO BANTIM
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Data: 12/05/2023
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A Formação Crato (Cretáceo Inferior - Aptiano), Grupo Santana da Bacia do Araripe, é composta por calcários laminados e apresenta uma grande diversidade de fósseis excepcionalmente preservados, conferindo-lhe a designação de assembleia fossil-lagerstätte. Um dos grupos mais bem representados na formação é o dos artrópodes, com uma enorme quantidade de insetos. Apesar de não serem tão abundantes como os insetos, os aracnídeos também ocupam um lugar de destaque na paleobiota da Formação Crato. Dentre os aracnídeos da Formação Crato, o grupo mais abundante é o das aranhas, com cinco espécies formalmente descritas na literatura. A tafonomia é de fundamental relevância para auxiliar na definição de características morfológicas, oriundas de tendências preservacionais que ocorreram ao longo do processo de fossilização ou de importância taxonômica. Neste trabalho foram analisados e descritos três exemplares de aranhas fósseis depositados na coleção paleontológica da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Estes fósseis foram identificados como Cretaraneus martinstetoi Mesquita, 1996. As análises tafonômicas foram restritas ao posicionamento das patas dos exemplares analisados. Foi possível determinar que, por estas estarem muito curvadas em direção ao corpo, o paleoambiente no qual os materiais foram depositados teria alta salinadade, o que confere com propostas de que o paleolago da Formação Crato seria hipersalino.
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A Formação Crato (Cretáceo Inferior - Aptiano), Grupo Santana da Bacia do Araripe, é composta por calcários laminados e apresenta uma grande diversidade de fósseis excepcionalmente preservados, conferindo-lhe a designação de assembleia fossil-lagerstätte. Um dos grupos mais bem representados na formação é o dos artrópodes, com uma enorme quantidade de insetos. Apesar de não serem tão abundantes como os insetos, os aracnídeos também ocupam um lugar de destaque na paleobiota da Formação Crato. Dentre os aracnídeos da Formação Crato, o grupo mais abundante é o das aranhas, com cinco espécies formalmente descritas na literatura. A tafonomia é de fundamental relevância para auxiliar na definição de características morfológicas, oriundas de tendências preservacionais que ocorreram ao longo do processo de fossilização ou de importância taxonômica. Neste trabalho foram analisados e descritos três exemplares de aranhas fósseis depositados na coleção paleontológica da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Estes fósseis foram identificados como Cretaraneus martinstetoi Mesquita, 1996. As análises tafonômicas foram restritas ao posicionamento das patas dos exemplares analisados. Foi possível determinar que, por estas estarem muito curvadas em direção ao corpo, o paleoambiente no qual os materiais foram depositados teria alta salinadade, o que confere com propostas de que o paleolago da Formação Crato seria hipersalino.
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JOSEFA NILMARA LOPES LACERDA
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PALINOLOGIA E PALEOECOLOGIA DA FORMAÇÃO ROMUALDO (APTIANO) DA BACIA DO ARARIPE, MINA SERROLÂNDIA-PE, NORDESTE-BRASIL
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Orientador : ALCINA MAGNOLIA DA SILVA FRANCA
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MEMBROS DA BANCA :
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DAVID HOLANDA DE OLIVEIRA
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LUIZ RICARDO DA SILVA LÔBO DO NASCIMENTO
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PAULA ANDREA SUCERQUIA RENDON
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PAULO EDUARDO DE OLIVEIRA
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Data: 12/05/2023
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Através da análise taxonômica e paleoecológica da associação de palinomorfos continentais e marinhos da Mina Serrolândia (Ouricuri-PE), objetivou-se contribuir com a reconstrução do paleoambiente da Formação Romualdo (Aptiano), Bacia do Araripe, Nordeste-Brasil. Ao todo, 19 amostras da seção (17m) foram processadas de acordo com o protocolo padrão de análise palinológica, onde sete dessas amostras apresentaram uma boa recuperação para identificação, descrição morfológica e contagem de 200 palinomorfos por amostra. Estiveram presentes palinomorfos continentais de esporos de pteridófitas (14 táxons), grãos de pólen de gimnospermas/angiospermas (38 táxons), fitoplâncton (2 táxons) e esporos fúngicos, bem como, palinomorfos marinhos de dinoflagelados (8 táxons) e palinoforaminíferos. O paleoclima da Formação Romualdo na seção da Mina Serrolândia, foi interpretado como quente árido a semiárido, principalmente, pela alta abundância dos polens rimulados Classopollis spp. e poliplicados, como Gnetaceaepollenites jansonii. Baseado na variação e composição palinológica ao longo da seção, a análise de agrupamento delimitou dois grupos: G1 (3,5m a 4,2m), majoritariamente composto por palinomorfos continentais (92%) (Classopollis spp., Afropollis jardinus, Cycadopites spp. e Gnetaceaepollenites jansonii), e em menor frequência por palinomorfos marinhos (8%), como dinoflagelados (Batiacasphaera sp. A, Cometodinium aff. sp. e Odontochitina aff. sp.), indicando um ambiente marinho proximal, fortemente influenciado pelo continente e sistemas fluviais-lacustres (Botryococcus sp. e Pediastrum sp.), e G2 (4,4m a 6m), caracterizado como um ambiente marinho mais distal, dada a diminuição da influência continental (79%) e aumento significativo da influência marinha (21%) (palinoforaminíferos e dinocistos de Subtilisphaera sp., Odontochitina aff. sp., Cometodinium aff. sp., Spiniferites sp. e Batiacasphaera aff. sp. B). A palinologia da Formação Romualdo no intervalo inicial da seção na Mina Serrolândia, indica um paleoambiente marinho transicional de proximal a distal, com presença de pteridófitas, gimnospermas e angiospermas, plantas de porte arbustivas a arbóreas, predominantemente típicas de paleoclimas quentes áridos a semiáridos.
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Através da análise taxonômica e paleoecológica da associação de palinomorfos continentais e marinhos da Mina Serrolândia (Ouricuri-PE), objetivou-se contribuir com a reconstrução do paleoambiente da Formação Romualdo (Aptiano), Bacia do Araripe, Nordeste-Brasil. Ao todo, 19 amostras da seção (17m) foram processadas de acordo com o protocolo padrão de análise palinológica, onde sete dessas amostras apresentaram uma boa recuperação para identificação, descrição morfológica e contagem de 200 palinomorfos por amostra. Estiveram presentes palinomorfos continentais de esporos de pteridófitas (14 táxons), grãos de pólen de gimnospermas/angiospermas (38 táxons), fitoplâncton (2 táxons) e esporos fúngicos, bem como, palinomorfos marinhos de dinoflagelados (8 táxons) e palinoforaminíferos. O paleoclima da Formação Romualdo na seção da Mina Serrolândia, foi interpretado como quente árido a semiárido, principalmente, pela alta abundância dos polens rimulados Classopollis spp. e poliplicados, como Gnetaceaepollenites jansonii. Baseado na variação e composição palinológica ao longo da seção, a análise de agrupamento delimitou dois grupos: G1 (3,5m a 4,2m), majoritariamente composto por palinomorfos continentais (92%) (Classopollis spp., Afropollis jardinus, Cycadopites spp. e Gnetaceaepollenites jansonii), e em menor frequência por palinomorfos marinhos (8%), como dinoflagelados (Batiacasphaera sp. A, Cometodinium aff. sp. e Odontochitina aff. sp.), indicando um ambiente marinho proximal, fortemente influenciado pelo continente e sistemas fluviais-lacustres (Botryococcus sp. e Pediastrum sp.), e G2 (4,4m a 6m), caracterizado como um ambiente marinho mais distal, dada a diminuição da influência continental (79%) e aumento significativo da influência marinha (21%) (palinoforaminíferos e dinocistos de Subtilisphaera sp., Odontochitina aff. sp., Cometodinium aff. sp., Spiniferites sp. e Batiacasphaera aff. sp. B). A palinologia da Formação Romualdo no intervalo inicial da seção na Mina Serrolândia, indica um paleoambiente marinho transicional de proximal a distal, com presença de pteridófitas, gimnospermas e angiospermas, plantas de porte arbustivas a arbóreas, predominantemente típicas de paleoclimas quentes áridos a semiáridos.
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PAMELA CAROLINE SILVA DE SOUSA
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EVOLUÇÃO ESTRATIGRÁFICA DA FORMAÇÃO ALIANÇA NA BACIA DE JATOBÁ EM IBIMIRIM E PETROLÂNDIA (PE): implicações paleoclimáticas e paleogeográficas
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Orientador : GELSON LUIS FAMBRINI
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MEMBROS DA BANCA :
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GELSON LUIS FAMBRINI
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ALCINA MAGNOLIA DA SILVA FRANCA
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CLAITON MARLON DOS SANTOS SCHERER
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MARCELA MARQUES VIEIRA
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Data: 18/05/2023
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Assim como em outras bacias rifte brasileiras e africanas associadas aos eventos distensivos que deram origem aos Oceano Atlântico Sul, depósitos fluviais, eólicos e lacustres marcam a Sequência de Início de Rifte e estão diretamente associados à tectônica incipiente desses eventos. As rochas areníticas e pelíticas que pertencem a esses depósitos reúnem atributos litológicos e arquiteturais bastante característicos que muito comunicam acerca do paleoambiente. Com base em afloramentos da borda sul e nordeste da Bacia de Jatobá foi efetuada uma análise estratigráfica e petrografia de registros da Formação Aliança, cuja sedimentação se deu no Jurássico Superior?, durante os estágios iniciais de ruptura do continente Gondwana. Os resultados obtidos foram correlacionados a estudos pré-existentes na literatura. Dados de campo mostram que a sedimentação da Formação Aliança na porção sudeste aconteceu de forma parcialmente distinta do restante da bacia. Arenitos fluviais associados a siltitos e argilitos subordinados e arenitos com retrabalhamento eólico apontam que o Membro Boipeba aflora na Bacia. Até então esta unidade estava restrita apenas à Bacia do Recôncavo e à Bacia do Tucano. Análise estratigráfica das seções em conjunto com os dados petrográficos e paleontológicos, revela na sucessão se preservaram indícios de ciclos de evaporação e de inundação do Lago Capianga e que este se instalou completamente por sobre os depósitos fluviais e de campos de dunas na porção sul da bacia. Esses dados corroboram com a progradação de um sistema lacustre sobre um sistema flúvio-eólico cuja espessura diminui de sul para norte.
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Assim como em outras bacias rifte brasileiras e africanas associadas aos eventos distensivos que deram origem aos Oceano Atlântico Sul, depósitos fluviais, eólicos e lacustres marcam a Sequência de Início de Rifte e estão diretamente associados à tectônica incipiente desses eventos. As rochas areníticas e pelíticas que pertencem a esses depósitos reúnem atributos litológicos e arquiteturais bastante característicos que muito comunicam acerca do paleoambiente. Com base em afloramentos da borda sul e nordeste da Bacia de Jatobá foi efetuada uma análise estratigráfica e petrografia de registros da Formação Aliança, cuja sedimentação se deu no Jurássico Superior?, durante os estágios iniciais de ruptura do continente Gondwana. Os resultados obtidos foram correlacionados a estudos pré-existentes na literatura. Dados de campo mostram que a sedimentação da Formação Aliança na porção sudeste aconteceu de forma parcialmente distinta do restante da bacia. Arenitos fluviais associados a siltitos e argilitos subordinados e arenitos com retrabalhamento eólico apontam que o Membro Boipeba aflora na Bacia. Até então esta unidade estava restrita apenas à Bacia do Recôncavo e à Bacia do Tucano. Análise estratigráfica das seções em conjunto com os dados petrográficos e paleontológicos, revela na sucessão se preservaram indícios de ciclos de evaporação e de inundação do Lago Capianga e que este se instalou completamente por sobre os depósitos fluviais e de campos de dunas na porção sul da bacia. Esses dados corroboram com a progradação de um sistema lacustre sobre um sistema flúvio-eólico cuja espessura diminui de sul para norte.
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ROBERTA SAMICO DE MEDEIROS
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A EVOLUÇÃO DA CADEIA DE SEAMOUNTS DE FERNANDO DE NORONHA: considerações a partir de dados morfométricos e geofísicos
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Orientador : JOSE ANTONIO BARBOSA
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MEMBROS DA BANCA :
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JOSE ANTONIO BARBOSA
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CARLA JOANA SANTOS BARRETO
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TIAGO SIQUEIRA DE MIRANDA
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DAVID LOPES DE CASTRO
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Data: 02/08/2023
Ata de defesa assinada:
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A cadeia de seamounts de Fernando de Noronha (CFN) é formada por um conjunto de edifícios vulcânicos alinhados em um trend E-W com cerca de 550 km de extensão, localizado na margem oriental do NE do Brasil. A idade das rochas no seamount onde se localiza o Arquipélago de Fernando de Noronha (AFN) varia de 12.4 a 1.3 milhões de anos. O AFN representa o cume emerso de um dos vulcões mais jovens que se eleva a mais de 4000 m acima do assoalho oceânico, na terminação leste da cadeia, e neste foram encontrados lavas alcalinas, plugues e depósitos piroclásticos. As rochas coletadas nesta porção emersa incluem basanitos, tefritos, fonolitos, álcali basaltos, traquéandesitos, traquitos e lamprófiros. Estudos anteriores propuseram que a origem destes seamounts seria a formação de um hotspot relacionado a uma pluma mantélica profunda. Entretanto, estudos baseados na composição das rochas ígneas, e nas características físicas do manto profundo abaixo desta cadeia sugerem que sua origem está relacionada a outros mecanismos. O presente estudo avaliou aspectos da forma e volume dos seamounts da CFN de maneira comparativa com outras cadeias do Atlântico (Trindade, Santa Helena, seamounts de Pernambuco, seamounts da Bahia) e uma do Pacífico Sul (Cadeia de Sojourn), o que permitiu definir relações entre forma e origem desta com cadeias cujas origens são conhecidas (relacionadas ou não a plumas mantélicas). O estudo também avaliou características crustais a partir de dados de magnetometria e gravimetria, (anomalia Bouguer, Moho gravimétrica, Isoterma de Curie, fluxo térmico), e seções sísmicas de reflexão 2D, o que permitiu relacionar os aspectos da crosta na região da CFN com cadeias criadas por processos do manto profundo e cadeias formadas por outros fenômenos. Os resultados permitiram sugerir que os seamounts da CFN foram criados pela ascensão (células de convecção) de material do manto astenosférico, mais quente, que ficou bloqueado pelo continente, mais frio, conforme o fenômeno de edge-driven convection (EDC). Estes resultados estão em concordância com estudos recentes baseados em métodos geofísicos e numéricos que apontam o EDC como o mecanismo mais provável. Entretanto, o volume de material ígneo dos vulcões da CFN é similar ao volume de vulcões criados por plumas mantélicas, e isso nos permitiu sugerir que no caso da CFN a origem pode estar ligada a dois mecanismos acoplados. O EDC e a extrusão por meio de falhas e fraturas da crosta na Zona de Fratura de Chain atuaram conjuntamente na formação do volume de magma adicionado a crosta por meio de rochas intrusivas e extrusivas.
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The Fernando de Noronha seamount chain (CFN) represents a set of volcanoes trending E-W 550 km wide in the eastern part of the Northeastern Brazilian margin. The age of rocks that forms the seamount that hosts the Fernando de Noronha Archipelago (AFN) ranges from 12.4 to 1.3 million years. The AFN represents the emerging summit of a volcano that rises more than 4000 m above the seafloor at the east end of the chain. The rocks found in the FNC consist of alkaline lavas, plugs, and pyroclastic deposits. The lithologies were classified as basanites, tephrites, phonolites, alkali basalts, trachyandesite, trachytes, and lamprophyres. Previous studies proposed that the origin of the CFN is a hotspot formed due to the action of a deep mantle plume. However, studies based on the composition of their igneous rocks and the physical characteristics of the deep mantle beneath this chain suggested that its origin is related to other mechanisms. This study evaluated the form and volume parameters of the FNC seamounts and compared them with volcanoes in other seamount chains from the Atlantic Ocean (Trindade, Santa Helena, Pernambuco seamounts, and Paraíba seamounts) and South Pacific Ocean (Sojourn), which allowed us to infer relationships between form and origin of the CFN with chains related and non-related to deep mantle plumes. The study also evaluated the crustal characteristics from gravimetry and magnetometry data (Bouguer anomaly, gravimetric Moho, Curie depths, heat flow) and 2D seismic reflection data. The new data allowed us to compare and correlate the crustal aspects of the CFN region with chains created by plumes and other processes. The results suggested that the CFN's seamounts were created by the magma ascent from the warmer and thinner asthenospheric mantle, which was insulated by the colder, thicker continental lithosphere according to the edge-driven convection (EDC) mechanism. These results corroborate recent studies from numerical and geophysical approaches which point to the EDC as the most probable mechanism for the formation of the CFN. Nevertheless, the volume of igneous material from the CFN volcanoes is similar to the volcanoes created by mantle plumes like Santa Helena, and that allows us to suggest that in the case of CFN, the origin is linked to two coupled mechanisms. The EDC and the crust´s faults and fracture systems in the Chain Fracture Zone region acted together and enabled the magma volume placed in the crust through extrusive and intrusive rocks.
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MARCEONILA MARCELA BEZERRA DA CUNHA
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“COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS MINERAIS-MINÉRIO E GEOCRONOLOGIA Pb-Pb EM PIRITA POR LA-ICP-MS DA MINERALIZAÇÃO AURÍFERA DO DEPÓSITO SÃO FRANCISCO, FAIXA SERIDÓ, CURRAIS NOVOS (RN)”
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Orientador : JOAO ADAUTO DE SOUZA NETO
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MEMBROS DA BANCA :
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GORKI MARIANO
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LAURO CEZAR MONTEFALCO DE LIRA SANTOS
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RICARDO GUIMARÃES SALLET
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SEBASTIAO RODRIGO CORTEZ DE SOUZA
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Data: 31/08/2023
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O depósito aurífero São Francisco (DASF), localizado no município de Currais Novos (RN), é do tipo ouro orogênico que consiste de veios de quartzo auríferos encaixados em mica xistos neoproterozoicos do Grupo Seridó. Geologicamente, o depósito está inserido na Faixa Seridó, da Província Borborema, que corresponde a um cinturão de dobramentos associados a transcorrências. A região exibe várias ocorrências minerais, agrupadas em depósitos de ouro orogênico, skarns (W-Mo, W-Mo-Au-Bi-Te, Cu) e pegmatitos (Nb-Ta, Be, Li e gemas), configurando a denominada Província Mineral do Seridó. A caracterização petrográfica e geoquímica dos minerais-minério associados ao ouro foi realizada com microscopia sob luz refletida e Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) acoplado com Espectrômetro de Energia Dispersiva (EDS) e Detector de Elétrons Secundários (BSE). O EDS foi usado para a obtenção da composição química mineral e o BSE para o imageamento de mais elevada resolução dos minerais investigados. Os sulfetos e arsenieto que constituem a paragênese do ouro são pirita>pirrotita>arsenopirita>galena>calcopirita>lollingita. Subordinadamente ocorrem calcita e clorita associadas à esta paragênese. A alteração hidrotermal desenvolvida nos mica xistos em torno das vênulas e veios auríferos produzem halos de alterações com cerca de 1 a 5m de largura. A partir das análises de composição química mineral foi possível se conhecer a assinatura geoquímica do fluido mineralizante, sendo caracterizada por Ag, Pb, As, Zn, Co e Ni. Estas análises permitiram identificar, pela primeira vez no depósito, a ocorrência da lollingita (FeAs2). A ocorrência da lollingita, um arsenieto de ferro encontrado em depósitos auríferos mesotermais, em equilíbrio textural com arsenopirita e pirrotita, aponta para um enriquecimento de arsênio no depósito estudado. A partir das associações minerais e texturas obtidas com o estudo petrográfico detalhado, foram identificados dois estágios, um de mineralização e o outro de remobilização do ouro, ambos com sulfetos associados. O estágio de mineralização é caracterizado pela cristalização de sulfetos (pirita I > pirrotita I > arsenopirita I > galena I) em geral euédricos à subédricos, de granulação grossa e apresentando contatos retos e bem definidos. O estágio de remobilização é definido pela cristalização de sulfetos (pirita II e III, arsenopirita II, galena II e III > calcopirita I e II > lollingita), que na maioria das vezes são anédricos, caracterizados pelas texturas de injeção da galena ao longo de fraturas em minerais da ganga e na pirita, além da calcopirita na pirita. Foram obtidas idades modelo Pb-Pb em pirita por LA-ICP-MS para o estágio de mineralização entre 516 e 500Ma e para o estágio de remobilização entre 499 e 484Ma. As idades encontradas são compatíveis com aquelas de alojamento de corpos pegmatíticos e atuação de zonas de cisalhamento na Faixa Seridó. A partir das razões isotópicas de chumbo 206Pb/204Pb, 207Pb/204Pb e 208Pb/204Pb das amostras MF-180, MF-181 e MF-182, obtidas com LA-ICP-MS pode-se apontar o manto como possível ambiente geológico fonte do chumbo do DASF.
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O depósito aurífero São Francisco (DASF), localizado no município de Currais Novos (RN), é do tipo ouro orogênico que consiste de veios de quartzo auríferos encaixados em mica xistos neoproterozoicos do Grupo Seridó. Geologicamente, o depósito está inserido na Faixa Seridó, da Província Borborema, que corresponde a um cinturão de dobramentos associados a transcorrências. A região exibe várias ocorrências minerais, agrupadas em depósitos de ouro orogênico, skarns (W-Mo, W-Mo-Au-Bi-Te, Cu) e pegmatitos (Nb-Ta, Be, Li e gemas), configurando a denominada Província Mineral do Seridó. A caracterização petrográfica e geoquímica dos minerais-minério associados ao ouro foi realizada com microscopia sob luz refletida e Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) acoplado com Espectrômetro de Energia Dispersiva (EDS) e Detector de Elétrons Secundários (BSE). O EDS foi usado para a obtenção da composição química mineral e o BSE para o imageamento de mais elevada resolução dos minerais investigados. Os sulfetos e arsenieto que constituem a paragênese do ouro são pirita>pirrotita>arsenopirita>galena>calcopirita>lollingita. Subordinadamente ocorrem calcita e clorita associadas à esta paragênese. A alteração hidrotermal desenvolvida nos mica xistos em torno das vênulas e veios auríferos produzem halos de alterações com cerca de 1 a 5m de largura. A partir das análises de composição química mineral foi possível se conhecer a assinatura geoquímica do fluido mineralizante, sendo caracterizada por Ag, Pb, As, Zn, Co e Ni. Estas análises permitiram identificar, pela primeira vez no depósito, a ocorrência da lollingita (FeAs2). A ocorrência da lollingita, um arsenieto de ferro encontrado em depósitos auríferos mesotermais, em equilíbrio textural com arsenopirita e pirrotita, aponta para um enriquecimento de arsênio no depósito estudado. A partir das associações minerais e texturas obtidas com o estudo petrográfico detalhado, foram identificados dois estágios, um de mineralização e o outro de remobilização do ouro, ambos com sulfetos associados. O estágio de mineralização é caracterizado pela cristalização de sulfetos (pirita I > pirrotita I > arsenopirita I > galena I) em geral euédricos à subédricos, de granulação grossa e apresentando contatos retos e bem definidos. O estágio de remobilização é definido pela cristalização de sulfetos (pirita II e III, arsenopirita II, galena II e III > calcopirita I e II > lollingita), que na maioria das vezes são anédricos, caracterizados pelas texturas de injeção da galena ao longo de fraturas em minerais da ganga e na pirita, além da calcopirita na pirita. Foram obtidas idades modelo Pb-Pb em pirita por LA-ICP-MS para o estágio de mineralização entre 516 e 500Ma e para o estágio de remobilização entre 499 e 484Ma. As idades encontradas são compatíveis com aquelas de alojamento de corpos pegmatíticos e atuação de zonas de cisalhamento na Faixa Seridó. A partir das razões isotópicas de chumbo 206Pb/204Pb, 207Pb/204Pb e 208Pb/204Pb das amostras MF-180, MF-181 e MF-182, obtidas com LA-ICP-MS pode-se apontar o manto como possível ambiente geológico fonte do chumbo do DASF.
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CARLOS ALVES MOREIRA JÚNIOR
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ANÁLISE ICNOLÓGICA DO TESTEMUNHO ITAMARACÁ-1IT-03-PE NO INTERVALO MAASTRICHTIANO-DANIANO DA BACIA PARAÍBA
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Orientador : MARIO FERREIRA DE LIMA FILHO
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MEMBROS DA BANCA :
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MARIO FERREIRA DE LIMA FILHO
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VIRGINIO HENRIQUE DE MIRANDA LOPES NEUMANN
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SANDRO MARCELO SCHEFFLER
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RAFAEL COSTA DA SILVA
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Data: 02/10/2023
Ata de defesa assinada:
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A faixa costeira da Bacia Paraíba ocupa uma estreita faixa ao longo do litoral dos Estados de Pernambuco e Paraíba. Esta bacia marginal possui uma área continental de aproximadamente 7600 km2 e mais 31400 km2 de área oceânica, ao longo da plataforma continental. Sua coluna sedimentar é constituída por cinco unidades principais: formações Beberibe, Itamaracá, Gramame, Maria Farinha e Tambaba depositadas entre o Coniaciano e o Eoceno. Esse trecho do Nordeste oriental foi o último a se separar da contraparte africana, e os depósitos basais nesta faixa costeira possivelmente se iniciaram no Coniaciano. O objetivo principal desse trabalho foi identificar e descrever os icnofósseis na Formação Gramame e Maria Farinha, do Cretáceo Superior e Paleoceno da Bacia Paraíba, determinar suas icnofácies, e interpretar o paleoambiente durante o intervalo Maastrichtiano-Daniano na Bacia Paraíba. Este estudo icnológico foi conduzido no poço Itamaracá-1IT-03-PE, localizado na Ilha de Itamaracá, com extensão total de 82,7 metros. As descrições se concentraram na sequência carbonática característica das formações. A sequência estudada abrange uma espessura de 68 metros, composta por calcários bioclásticos (wackestone-packstone) intercalados com margas. Os calcários, predominantemente maciços, variam de cinza a cinza muito claro, exibindo bioturbação e intraclastos. As camadas de margas, mais finas, são em grande parte maciças, com menos bioclastos e bioturbação. Foram identificadas três icnofábricas compostas: Palaeophycus, Palaeophycus-Astersoma e Asterosoma. A seção do poço Itamaracá-1IT-03-PE exibe vários icnogêneros, como Palaeophycus, Planolites, Thalassinoides, Asterosoma, Teichichnus e Taenidium. Esses icnogêneros diferem em diversidade de áreas carbonáticas similares, e em outras localidades que registraram o evento K-Pg. As icnoassembleias sugerem predominantemente um ambiente marinho de baixa energia, com pequenas variações de taxa de sedimentação. A baixa diversidade pode indicar um ambiente de maior profundidade na plataforma. Essas icnofábricas são caracterizadas por estruturas horizontalizadas de alimentação e moradia, com diversidade e abundância reduzidas produzidas por organismos escavadores que migraram verticalmente no substrato, indicando condições paleoambientais relativamente estáveis, o que sugere uma icnofácies Cruziana. Além disso, esta região do Nordeste oriental foi a última a se separar da África, com depósitos sedimentares a partir do Coniaciano, especialmente os do intervalo Maastrichtiano-Daniano estudados aqui. Neste mesmo período, na Bacia de Douala e Rio Muni se depositaram formações que exibem intervalos geradores com querogênio tipo II e III, com pacotes de areia atuando como reservatórios. Essa configuração levanta a possibilidade de intervalos geradores nos folhelhos offshore da Bacia Paraíba e na formação Gramame como potencial reservatório. Desta forma, a investigação das formações Gramame e Maria Farinha na Bacia Paraíba assume importância para compreender o preenchimento da bacia e prever os ambientes deposicionais offshore.
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A faixa costeira da Bacia Paraíba ocupa uma estreita faixa ao longo do litoral dos Estados de Pernambuco e Paraíba. Esta bacia marginal possui uma área continental de aproximadamente 7600 km2 e mais 31400 km2 de área oceânica, ao longo da plataforma continental. Sua coluna sedimentar é constituída por cinco unidades principais: formações Beberibe, Itamaracá, Gramame, Maria Farinha e Tambaba depositadas entre o Coniaciano e o Eoceno. Esse trecho do Nordeste oriental foi o último a se separar da contraparte africana, e os depósitos basais nesta faixa costeira possivelmente se iniciaram no Coniaciano. O objetivo principal desse trabalho foi identificar e descrever os icnofósseis na Formação Gramame e Maria Farinha, do Cretáceo Superior e Paleoceno da Bacia Paraíba, determinar suas icnofácies, e interpretar o paleoambiente durante o intervalo Maastrichtiano-Daniano na Bacia Paraíba. Este estudo icnológico foi conduzido no poço Itamaracá-1IT-03-PE, localizado na Ilha de Itamaracá, com extensão total de 82,7 metros. As descrições se concentraram na sequência carbonática característica das formações. A sequência estudada abrange uma espessura de 68 metros, composta por calcários bioclásticos (wackestone-packstone) intercalados com margas. Os calcários, predominantemente maciços, variam de cinza a cinza muito claro, exibindo bioturbação e intraclastos. As camadas de margas, mais finas, são em grande parte maciças, com menos bioclastos e bioturbação. Foram identificadas três icnofábricas compostas: Palaeophycus, Palaeophycus-Astersoma e Asterosoma. A seção do poço Itamaracá-1IT-03-PE exibe vários icnogêneros, como Palaeophycus, Planolites, Thalassinoides, Asterosoma, Teichichnus e Taenidium. Esses icnogêneros diferem em diversidade de áreas carbonáticas similares, e em outras localidades que registraram o evento K-Pg. As icnoassembleias sugerem predominantemente um ambiente marinho de baixa energia, com pequenas variações de taxa de sedimentação. A baixa diversidade pode indicar um ambiente de maior profundidade na plataforma. Essas icnofábricas são caracterizadas por estruturas horizontalizadas de alimentação e moradia, com diversidade e abundância reduzidas produzidas por organismos escavadores que migraram verticalmente no substrato, indicando condições paleoambientais relativamente estáveis, o que sugere uma icnofácies Cruziana. Além disso, esta região do Nordeste oriental foi a última a se separar da África, com depósitos sedimentares a partir do Coniaciano, especialmente os do intervalo Maastrichtiano-Daniano estudados aqui. Neste mesmo período, na Bacia de Douala e Rio Muni se depositaram formações que exibem intervalos geradores com querogênio tipo II e III, com pacotes de areia atuando como reservatórios. Essa configuração levanta a possibilidade de intervalos geradores nos folhelhos offshore da Bacia Paraíba e na formação Gramame como potencial reservatório. Desta forma, a investigação das formações Gramame e Maria Farinha na Bacia Paraíba assume importância para compreender o preenchimento da bacia e prever os ambientes deposicionais offshore.
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ALZIRA DE LUCENA CORREIA LEITE NETA
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“AVALIAÇÃO TAFONÔMICA DE CONCHOSTRÁCEOS (SPINICAUDATA) E INVERTEBRADOS FÓSSEIS ASSOCIADOS DA PORÇÃO SUPERIOR DA FORMAÇÃO CRATO, CRETÁCEO INFERIOR DA BACIA DO ARARIPE: implicações geobiológicas e paleoambientais”
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Orientador : ALCINA MAGNOLIA DA SILVA FRANCA
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MEMBROS DA BANCA :
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BERNARDO DE CAMPOS PIMENTA E MARQUES PEIXOTO
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RENATO PIRANI GHILARDI
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PAULA ANDREA SUCERQUIA RENDON
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PRISCILLA ALBUQUERQUE PEREIRA
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Data: 27/10/2023
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A Formação Crato do Cretáceo Inferior da Bacia Sedimentar do Araripe, tem um registro fóssil caracterizado pela abundância e diversidade de táxons e pela sua excelente preservação. Seu registro é conhecido mundialmente, e seus fósseis estão principalmente preservados em calcários laminados. Porém, outras litologias como siltitos e argilitos, também estão representadas nesta unidade, e são igualmente fossilíferos, onde podem ser encontrados diversos espécimes de macroinvertebrados e vegetais, que foram pouco estudados até o momento. O presente trabalho, foi realizado com fósseis coletados em duas localidades: Pedreira Três Irmãos, Município de nova Olinda-CE e Rio da Batateira no Município de Crato-CE. Ambas as localidades têm ocorrências de siltitos e argilitos fossilíferos, com predominância de macroinvertebrados como bivalves e conchostráceos. O objetivo desta dissertação foi analisar os processos diagenéticos que permearam a fossilização de Conchostráceos (Spinicaudata) e Bivalves da Formação Crato além de estudos morfofuncionais objetivando a reconstrução do hábito de vida desses invertebrados para discussão de aspectos paleoecológicos. Foram realizadas análises morfológicas e químicas detalhadas dos espécimes estudados por meio de diversas técnicas como Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) com Espectroscopia de Energia Dispersiva (EDS) e micro Espectroscopia Raman para inferencias fossildiagenéticas. Com isso, foi possível discutir sistematicamente a posição de algumas espécies de Spinicaudata, sendo identificado um terceiro padrão ornamental para as linhas de crescimento da espécie Martinsestheria codoenses, já descrita para a Formação Crato, além da presença de um padrão ornamental distinto para Cyzicus sp., não descrito na literatura até a presente data. Dessa forma, novas análises taxonômicas e padrões de preservação inéditos foram descritos para os espécimes de Spinicaudata. Além do reconhecimento de características deposicionais para as camadas de ocorrência dos fósseis e a diversidade de processos de preservação dos mesmos.
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A Formação Crato do Cretáceo Inferior da Bacia Sedimentar do Araripe, tem um registro fóssil caracterizado pela abundância e diversidade de táxons e pela sua excelente preservação. Seu registro é conhecido mundialmente, e seus fósseis estão principalmente preservados em calcários laminados. Porém, outras litologias como siltitos e argilitos, também estão representadas nesta unidade, e são igualmente fossilíferos, onde podem ser encontrados diversos espécimes de macroinvertebrados e vegetais, que foram pouco estudados até o momento. O presente trabalho, foi realizado com fósseis coletados em duas localidades: Pedreira Três Irmãos, Município de nova Olinda-CE e Rio da Batateira no Município de Crato-CE. Ambas as localidades têm ocorrências de siltitos e argilitos fossilíferos, com predominância de macroinvertebrados como bivalves e conchostráceos. O objetivo desta dissertação foi analisar os processos diagenéticos que permearam a fossilização de Conchostráceos (Spinicaudata) e Bivalves da Formação Crato além de estudos morfofuncionais objetivando a reconstrução do hábito de vida desses invertebrados para discussão de aspectos paleoecológicos. Foram realizadas análises morfológicas e químicas detalhadas dos espécimes estudados por meio de diversas técnicas como Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) com Espectroscopia de Energia Dispersiva (EDS) e micro Espectroscopia Raman para inferencias fossildiagenéticas. Com isso, foi possível discutir sistematicamente a posição de algumas espécies de Spinicaudata, sendo identificado um terceiro padrão ornamental para as linhas de crescimento da espécie Martinsestheria codoenses, já descrita para a Formação Crato, além da presença de um padrão ornamental distinto para Cyzicus sp., não descrito na literatura até a presente data. Dessa forma, novas análises taxonômicas e padrões de preservação inéditos foram descritos para os espécimes de Spinicaudata. Além do reconhecimento de características deposicionais para as camadas de ocorrência dos fósseis e a diversidade de processos de preservação dos mesmos.
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MARIA CAROLINE DO NASCIMENTO
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CARACTERIZAÇÃO FACIOLÓGICA DA SEQUÊNCIA NEO-APTIANA-ALBIANA, NA PORÇÃO NORTE DE SERGIPE, BACIA SERGIPE-ALAGOAS
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Orientador : MARIO FERREIRA DE LIMA FILHO
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MEMBROS DA BANCA :
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RICK SOUZA DE OLIVEIRA
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EDILMA DE JESUS ANDRADE
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MARIO FERREIRA DE LIMA FILHO
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VIRGINIO HENRIQUE DE MIRANDA LOPES NEUMANN
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Data: 27/10/2023
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O início da fase drifte, na passagem Aptiano-Albiano, marcou o começo do desenvolvimento de condições marinhas do Oceano Atlantico Sul, sendo caracterizado por uma expressiva deposição de evaporitos, seguidos pelo desenvolvimento de plataformas carbonáticas. As rochas carbonáticas deste intervalo foram depositadas neste contexto de margem passiva como parte da Formação Riachuelo na Bacia de Sergipe-Alagoas, nordeste brasileiro. Estudos sobre microfácies nesta sequência sedimentar têm sido desenvolvidos nas últimas décadas, indicando ambientes marinhos restritos que evoluem gradativamente para condições marinho transgressivas. Neste estudo, o objetivo foi analisar as microfácies do intervalo Aptiano–Albiano na porção Norte do Estado de Sergipe, próximo à cidade de Pacatuba. Dois testemunhos foram investigados, com intervalos constituídos principalmente por carbonatos e folhelhos, usando descrição macroscópica e análise microfaciológica detalhada de 40 lâminas petrográficas. Cinco microfácies carbonáticas foram identificadas: rudstone oncolítico, rudstone bioclástico, packstone oncolítico, packstone/wackstone peloidal e mudstone com bioelementos planctônicos que sugerem paleoambientes de lâminas d’água relativamente rasas. As microfácies são dominadas por oncóides em quase todas as amostras que ocorrem em associação com microbialitos e estromatolitos. A análise de microscopia eletrônica de varredura de algumas das amostras confirmou a presença de filamentos de cianobactérias, mostrando a influência microbiana nos sedimentos. A bioestratigrafia, baseada na palinologia, confirmou a deposição em ambiente marinho com características proximais, devido ao predomínio de pólens e esporos, associados a raros dinoflagelados. As análises de nanofósseis calcários realizadas, apesar de não serem resultados bioestratigráficos conclusivos, forneceram elementos que reforçaram a interpretação paleoambiental de águas rasas. Uma característica marcante é a presença de glauconita autigênica, preenchendo cavidades esqueletais e substituindo parcialmente oncóides e seus núcleos, principalmente nas fácies de packstone oncolítico. A glauconita ocorre comumente nos estágios inicias do processo diagenético, e assim evidencia as condições vigentes da época de deposição, mostrando que durante o intervalo estudado as condições eram marinhas, águas ricas em nutrientes, mas pobres em oxigênio (condições subóxicas) e sob uma taxa de sedimentação predominantemente muito baixa. Os palinomorfos indicaram uma idade aptiana tardia. Juntos, esses dados sugerem que as amostras podem estar inseridas na porção basal da Formação Riachuelo em um trato de sistemas transgressivo, correspondendo à primeira sequência deposicional da Formação Riachuelo.
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O início da fase drifte, na passagem Aptiano-Albiano, marcou o começo do desenvolvimento de condições marinhas do Oceano Atlantico Sul, sendo caracterizado por uma expressiva deposição de evaporitos, seguidos pelo desenvolvimento de plataformas carbonáticas. As rochas carbonáticas deste intervalo foram depositadas neste contexto de margem passiva como parte da Formação Riachuelo na Bacia de Sergipe-Alagoas, nordeste brasileiro. Estudos sobre microfácies nesta sequência sedimentar têm sido desenvolvidos nas últimas décadas, indicando ambientes marinhos restritos que evoluem gradativamente para condições marinho transgressivas. Neste estudo, o objetivo foi analisar as microfácies do intervalo Aptiano–Albiano na porção Norte do Estado de Sergipe, próximo à cidade de Pacatuba. Dois testemunhos foram investigados, com intervalos constituídos principalmente por carbonatos e folhelhos, usando descrição macroscópica e análise microfaciológica detalhada de 40 lâminas petrográficas. Cinco microfácies carbonáticas foram identificadas: rudstone oncolítico, rudstone bioclástico, packstone oncolítico, packstone/wackstone peloidal e mudstone com bioelementos planctônicos que sugerem paleoambientes de lâminas d’água relativamente rasas. As microfácies são dominadas por oncóides em quase todas as amostras que ocorrem em associação com microbialitos e estromatolitos. A análise de microscopia eletrônica de varredura de algumas das amostras confirmou a presença de filamentos de cianobactérias, mostrando a influência microbiana nos sedimentos. A bioestratigrafia, baseada na palinologia, confirmou a deposição em ambiente marinho com características proximais, devido ao predomínio de pólens e esporos, associados a raros dinoflagelados. As análises de nanofósseis calcários realizadas, apesar de não serem resultados bioestratigráficos conclusivos, forneceram elementos que reforçaram a interpretação paleoambiental de águas rasas. Uma característica marcante é a presença de glauconita autigênica, preenchendo cavidades esqueletais e substituindo parcialmente oncóides e seus núcleos, principalmente nas fácies de packstone oncolítico. A glauconita ocorre comumente nos estágios inicias do processo diagenético, e assim evidencia as condições vigentes da época de deposição, mostrando que durante o intervalo estudado as condições eram marinhas, águas ricas em nutrientes, mas pobres em oxigênio (condições subóxicas) e sob uma taxa de sedimentação predominantemente muito baixa. Os palinomorfos indicaram uma idade aptiana tardia. Juntos, esses dados sugerem que as amostras podem estar inseridas na porção basal da Formação Riachuelo em um trato de sistemas transgressivo, correspondendo à primeira sequência deposicional da Formação Riachuelo.
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CAMILA GOMES BARBOSA
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“PTERIDÓFITAS DA FORMAÇÃO CROSS VALLEY-WIMAN, PALEOCENO SUPERIOR DA ILHA SEYMOUR, ANTÁRTICA”
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Orientador : GORKI MARIANO
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MEMBROS DA BANCA :
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ETIENE FABBRIN PIRES OLIVEIRA
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JOSELINE MANFROI
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MARCELO DE ARAUJO CARVALHO
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PAULA ANDREA SUCERQUIA RENDON
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Data: 01/11/2023
Ata de defesa assinada:
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A Formação Cross Valley-Wiman apresenta uma surpreendente diversidade de fósseis vegetais para o Paleoceno da Ilha Seymour, Antártica, incluindo diversos espécimes de Pteridófitas. Estudos anteriores agruparam estes espécimes nas espécies: Cladophlebis aemulans, Cladophlebis seymourensis e Sphenopteris angustiloba, porém com base em novos materiais coletados, aspectos taxonômicos foram reavaliados. O presente trabalho fez uma avaliação taxonômica, de diversidade e preservação dos fósseis de pteridófitas coletados na Formação Cross Valley-Wiman, pelo projeto FLORANTAR, na OPERANTAR 38 (PROANTAR/CNPq). Foi realizado um trabalho de triagem e preparação de 148 espécimes submetidos a análises morfológicas. Para isso, foram observados caracteres das partes vegetativas como: comprimento, largura, base e ápice de pinas e pínulas; presença de raque; arranjo e formato das pínulas; margem; venação; além do grau de desarticulação; tipo de fossilização e associação fitofossilífera. O material apresenta-se em uma concentração politípica e com alto nível de fragmentação. Porém, os espécimes apresentam um bom grau preservação, sendo a maior parte preservados em compressões carbonificadas e uma pequena parcela preservada em carbonato de cálcio. Foram definidos 6 morfotipos diferentes: os morfotipos 1, 2 e 3 apresentam padrão morfológico do tipo Sphenopteris, mostrando semelhança com a espécie Sphenopteris angustiloba. Os morfotipos 4 e 5 apresentaram um padrão de semelhança com o tipo raro para a venação de Cladophlebis, além disso, não se assemelham ao padrão de venação da espécie C. seymourensis. Já o morfotipo 6 apresenta padrão de semelhança com os gêneros Parsorophyllum e Elantodites, tais padrões referentes a esses gêneros não foram descritos para a Formação Cross Valley-Wiman até o momento. A problemática desses táxons é que são gêneros e espécies comumente utilizados para fósseis mesozóicos, não sendo correta a sua utilização para as espécies do Cenozóico. Assim, se faz necessária uma nova designação taxonômica para morfogêneros existentes no Paleoceno da Ilha Seymour, Antártica, agrupando-os dentro da ordem Osmundales.
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A Formação Cross Valley-Wiman apresenta uma surpreendente diversidade de fósseis vegetais para o Paleoceno da Ilha Seymour, Antártica, incluindo diversos espécimes de Pteridófitas. Estudos anteriores agruparam estes espécimes nas espécies: Cladophlebis aemulans, Cladophlebis seymourensis e Sphenopteris angustiloba, porém com base em novos materiais coletados, aspectos taxonômicos foram reavaliados. O presente trabalho fez uma avaliação taxonômica, de diversidade e preservação dos fósseis de pteridófitas coletados na Formação Cross Valley-Wiman, pelo projeto FLORANTAR, na OPERANTAR 38 (PROANTAR/CNPq). Foi realizado um trabalho de triagem e preparação de 148 espécimes submetidos a análises morfológicas. Para isso, foram observados caracteres das partes vegetativas como: comprimento, largura, base e ápice de pinas e pínulas; presença de raque; arranjo e formato das pínulas; margem; venação; além do grau de desarticulação; tipo de fossilização e associação fitofossilífera. O material apresenta-se em uma concentração politípica e com alto nível de fragmentação. Porém, os espécimes apresentam um bom grau preservação, sendo a maior parte preservados em compressões carbonificadas e uma pequena parcela preservada em carbonato de cálcio. Foram definidos 6 morfotipos diferentes: os morfotipos 1, 2 e 3 apresentam padrão morfológico do tipo Sphenopteris, mostrando semelhança com a espécie Sphenopteris angustiloba. Os morfotipos 4 e 5 apresentaram um padrão de semelhança com o tipo raro para a venação de Cladophlebis, além disso, não se assemelham ao padrão de venação da espécie C. seymourensis. Já o morfotipo 6 apresenta padrão de semelhança com os gêneros Parsorophyllum e Elantodites, tais padrões referentes a esses gêneros não foram descritos para a Formação Cross Valley-Wiman até o momento. A problemática desses táxons é que são gêneros e espécies comumente utilizados para fósseis mesozóicos, não sendo correta a sua utilização para as espécies do Cenozóico. Assim, se faz necessária uma nova designação taxonômica para morfogêneros existentes no Paleoceno da Ilha Seymour, Antártica, agrupando-os dentro da ordem Osmundales.
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FERNANDO CAETANO DE LIMA FILHO
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ESTUDO DE FÁCIES (LITOFÁCIES E ARQUITETURA DEPOSICIONAL) DA FORMAÇÃO TACARATU NA REGIÃO DA VILA DO CATIMBAU (PE), BACIA DO JATOBÁ
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Orientador : GELSON LUIS FAMBRINI
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MEMBROS DA BANCA :
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FELIPE TORRES FIGUEIREDO
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GELSON LUIS FAMBRINI
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VIRGINIO HENRIQUE DE MIRANDA LOPES NEUMANN
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WELLINGTON FERREIRA DA SILVA FILHO
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Data: 27/11/2023
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Esta dissertação teve como objetivo principal a análise sedimentológica/estatrigráfica de sistemas fluviais da Formação Tacaratu na Bacia do Jatobá. Em campo, foram coletadas 11 (onze) amostras para confecção de 6 (seis) lâminas petrográficas, sendo todas vindas de afloramentos nas proximidades da Vila do Catimbau, município de Buíque-PE. Todas as amostras coletadas em campo são de arenitos. O estudo de campo mostrou que a maioria dos afloramentos correspondem a arenitos finos a médios, mal selecionados, com grãos subangulosos a subarredondados; e conglomerados finos a médios em menor ocorrência. Litofácies areníticas ocorrem em predominância. As litofácies congloméráticas ocorrem em menor número, por vezes intercalando num nível centimétrico a métrico com as litofácies areníticas. A identificação de 4 (quatro) associações de fácies e suas respectivas feições e estruturas apontam de maneira geral para um ambiente de deposição fluvial entrelaçado. A identificação de 6 (seis) elementos arquitetônicos permitiu caracterizar porções proximais e distais de sistemas de leques aluviais; porções mediano-distais a distais de sistemas fluviais entrelaçados de alta energia; como também formação de barras a partir da migração de formas de leito de canal a jusante, ou ao topo de barras formadas por fluxos em lençol de depósitos de crevasse splays. Ao microscópio petrográfico, todos os arenitos são subarcóseos, moderadamente selecionados a mal selecionados, com textura laminada e compacta, grãos majoritariamente subarredondados a subangulosos, empacotamento fechado, com cimento majoritariamente silicático. A proveniência das rochas da Formação Tacaratu corresponde ao ambiente tectônico de um cráton estável. As características mineralógicas da Formação Tacaratu indicam uma fonte sedimentar de rochas metamórficas de alto teor e rochas ígneas do Terreno Pernambuco-Alagoas e Cráton São Francisco.
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Esta dissertação teve como objetivo principal a análise sedimentológica/estatrigráfica de sistemas fluviais da Formação Tacaratu na Bacia do Jatobá. Em campo, foram coletadas 11 (onze) amostras para confecção de 6 (seis) lâminas petrográficas, sendo todas vindas de afloramentos nas proximidades da Vila do Catimbau, município de Buíque-PE. Todas as amostras coletadas em campo são de arenitos. O estudo de campo mostrou que a maioria dos afloramentos correspondem a arenitos finos a médios, mal selecionados, com grãos subangulosos a subarredondados; e conglomerados finos a médios em menor ocorrência. Litofácies areníticas ocorrem em predominância. As litofácies congloméráticas ocorrem em menor número, por vezes intercalando num nível centimétrico a métrico com as litofácies areníticas. A identificação de 4 (quatro) associações de fácies e suas respectivas feições e estruturas apontam de maneira geral para um ambiente de deposição fluvial entrelaçado. A identificação de 6 (seis) elementos arquitetônicos permitiu caracterizar porções proximais e distais de sistemas de leques aluviais; porções mediano-distais a distais de sistemas fluviais entrelaçados de alta energia; como também formação de barras a partir da migração de formas de leito de canal a jusante, ou ao topo de barras formadas por fluxos em lençol de depósitos de crevasse splays. Ao microscópio petrográfico, todos os arenitos são subarcóseos, moderadamente selecionados a mal selecionados, com textura laminada e compacta, grãos majoritariamente subarredondados a subangulosos, empacotamento fechado, com cimento majoritariamente silicático. A proveniência das rochas da Formação Tacaratu corresponde ao ambiente tectônico de um cráton estável. As características mineralógicas da Formação Tacaratu indicam uma fonte sedimentar de rochas metamórficas de alto teor e rochas ígneas do Terreno Pernambuco-Alagoas e Cráton São Francisco.
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VALQUÍRIA VERÔNICA DA SILVA
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ANÁLISE DE PALINOFÁCIES DA FORMAÇÃO MARACANGALHA, CRETÁCEO INFERIOR, BACIA DO RECÔNCAVO: implicações paleoambientais
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Orientador : ENELISE KATIA PIOVESAN
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MEMBROS DA BANCA :
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ENELISE KATIA PIOVESAN
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MARCELO DE ARAUJO CARVALHO
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RODOLFO DINO
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VIRGINIO HENRIQUE DE MIRANDA LOPES NEUMANN
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Data: 20/12/2023
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O estudo da matéria orgânica sedimentar é de grande importância, pois através desse tipo de análise podem ser realizadas inferências sobre o tipo de querogênio presente nas rochas sedimentares, sobre o paleoambiente deposicional, além de outros parâmetros. O presente trabalho teve como objetivo avaliar e classificar a matéria orgânica sedimentar na Formação Maracangalha (Bacia do Recôncavo, Cretáceo Inferior) e inferir o paleoambiente deposicional. A análise foi realizada a partir de 21 amostras coletadas nos afloramentos denominados Manguinhos, Gameleira, Praia da Falha e Penha. Para a preparação das amostras, foram empregadas técnicas que consistem na utilização de ácido clorídrico (HCl) e fluorídrico (HF) para a eliminação da fração mineral. Foram realizadas análises qualitativas e quantitativas das partículas orgânicas, além de análise de agrupamento com base nas características das partículas encontradas. As partículas foram agrupadas em: matéria orgânica amorfa (MOA) (fina, espessa e pseudomorfa); fitoclastos opacos (equidimensional, alongado e corroído); fitoclastos não opacos (não bioestruturados e bioestruturados); e palinomorfos (grãos de pólen e esporos). Foi possível a verificação de quatro palinofácies distintas. A primeira é composta por uma alta abundância de MOA (48,07%), seguida por fitoclastos opacos (32,6%), ocorrendo no afloramento Manguinhos. A segunda palinofácies também apresenta uma alta abundância de MOA (47,05%), seguida de fitoclastos não opacos (28,76%), ocorrendo no afloramento Gameleira. A terceira palinofácies é composta por uma alta abundância de fitoclastos não opacos (51,22%), seguidos por palinomorfos (23,61%), no afloramento Praia da Falha. A quarta apresenta uma alta abundância de fitoclastos não opacos (71,67 %), seguidos pelos fitoclastos opacos (12%), no afloramento Penha. De acordo com as associações da matéria orgânica sedimentar presentes nos afloramentos, foi possível inferir um ambiente deposicional lacustre, com partículas de origem continental. As palinofácies sugerem uma tendência deposicional que é fortemente controlada por uma influência flúvio-deltaica. Em geral, os afloramentos da Praia da Falha e da Penha sugerem uma deposição próxima à fonte deposicional em ambiente de alta energia, sob condições óxicas, devido à predominância de fitoclastos não opacos, que foram depositados nas margens do lago. Nos afloramentos Gameleira e Manguinhos, as partículas encontradas e a predominância de MOA sugerem deposição mais distante da fonte deposicional em um ambiente de baixa energia, com condições subóxicas-anóxicas, sendo depositados na parte central do sistema lacustre.
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O estudo da matéria orgânica sedimentar é de grande importância, pois através desse tipo de análise podem ser realizadas inferências sobre o tipo de querogênio presente nas rochas sedimentares, sobre o paleoambiente deposicional, além de outros parâmetros. O presente trabalho teve como objetivo avaliar e classificar a matéria orgânica sedimentar na Formação Maracangalha (Bacia do Recôncavo, Cretáceo Inferior) e inferir o paleoambiente deposicional. A análise foi realizada a partir de 21 amostras coletadas nos afloramentos denominados Manguinhos, Gameleira, Praia da Falha e Penha. Para a preparação das amostras, foram empregadas técnicas que consistem na utilização de ácido clorídrico (HCl) e fluorídrico (HF) para a eliminação da fração mineral. Foram realizadas análises qualitativas e quantitativas das partículas orgânicas, além de análise de agrupamento com base nas características das partículas encontradas. As partículas foram agrupadas em: matéria orgânica amorfa (MOA) (fina, espessa e pseudomorfa); fitoclastos opacos (equidimensional, alongado e corroído); fitoclastos não opacos (não bioestruturados e bioestruturados); e palinomorfos (grãos de pólen e esporos). Foi possível a verificação de quatro palinofácies distintas. A primeira é composta por uma alta abundância de MOA (48,07%), seguida por fitoclastos opacos (32,6%), ocorrendo no afloramento Manguinhos. A segunda palinofácies também apresenta uma alta abundância de MOA (47,05%), seguida de fitoclastos não opacos (28,76%), ocorrendo no afloramento Gameleira. A terceira palinofácies é composta por uma alta abundância de fitoclastos não opacos (51,22%), seguidos por palinomorfos (23,61%), no afloramento Praia da Falha. A quarta apresenta uma alta abundância de fitoclastos não opacos (71,67 %), seguidos pelos fitoclastos opacos (12%), no afloramento Penha. De acordo com as associações da matéria orgânica sedimentar presentes nos afloramentos, foi possível inferir um ambiente deposicional lacustre, com partículas de origem continental. As palinofácies sugerem uma tendência deposicional que é fortemente controlada por uma influência flúvio-deltaica. Em geral, os afloramentos da Praia da Falha e da Penha sugerem uma deposição próxima à fonte deposicional em ambiente de alta energia, sob condições óxicas, devido à predominância de fitoclastos não opacos, que foram depositados nas margens do lago. Nos afloramentos Gameleira e Manguinhos, as partículas encontradas e a predominância de MOA sugerem deposição mais distante da fonte deposicional em um ambiente de baixa energia, com condições subóxicas-anóxicas, sendo depositados na parte central do sistema lacustre.
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JOSE FERREIRA DE ARAUJO NETO
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O DEPÓSITO ESMERALDÍFERO DO TIPO “TECTONIC MAGMATIC-RELATED” DE PARANÁ (RIO GRANDE DO NORTE): dos controles geológicos aos modelos genético e prospectivo
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Orientador : LAURO CEZAR MONTEFALCO DE LIRA SANTOS
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MEMBROS DA BANCA :
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HAROLDO MONTEIRO LIMA
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LAURO CEZAR MONTEFALCO DE LIRA SANTOS
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LUÍS GUSTAVO FERREIRA VIEGAS
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RICARDO AUGUSTO SCHOLZ CIPRIANO
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VLADIMIR CRUZ DE MEDEIROS
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ÁLVARO PENTEADO CRÓSTA
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Data: 06/02/2023
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O Brasil figura entre os maiores produtores de esmeralda do mundo. Cristais de qualidade gemológica ocorrem sobretudo nos estados de Minas Gerais, Goiás e Bahia. Na Província Borborema, nordeste do Brasil, mineralizações pontuais de esmeralda vêm ganhando cada vez mais destaque nas últimas décadas, seja sob olhar científico ou do ponto de vista econômico. A presença de diversos pegmatitos berilíferos e exposições de rochas máficas/ultramáficas, especialmente na Subprovíncia Setentrional, associados a estruturas tectônicas que servem como meio de transporte aos fluidos mineralizantes, fazem dessa região uma área promissora para estudo da gênese de esmeralda em ambientes intensamente deformados. Este trabalho apresenta uma investigação integrada, em diferentes escalas de análise, sobre a caracterização, origem e prospecção do depósito de esmeralda de Paraná, no extremo sudoeste do estado do Rio Grande do Norte. Para a construção de um modelo genético, foram utilizadas imagens geofísicas de aeromagnetometria, dados estruturais nas escalas meso- e microscópicas, geocronologia U-Pb e 40Ar/39Ar. As esmeraldas de Paraná estão hospedadas em lentes irregulares de flogopita- e actinolita-flogopita xistos intercalados a vênulas quartzo-feldspáticas e corpos pegmatíticos. Os xistos hospedeiros ocorrem de forma concordante em gnaisses riacianos do embasamento (Complexo Caicó) e estão dispostos ao longo da zona de cisalhamento Portalegre, estrutura com forte contraste magnético e movimentação dextral na direção NE-SW. Deformação dúctil coeva à mineralização é indicada pela foliação milonítica verticalizada, presença de boudins assimétricos, porfiroclastos do tipo σ, estruturas do tipo mica-fish, além de formação de bandas de cisalhamento S-C e S-C-C’. A formação do xisto esmeraldífero durante deformação Brasiliana é suportada por idades 40Ar/39Ar em cristais de flogopita de 524 ± 1 e 528 ± 1 Ma. Corpos graníticos deformados, encontrados no interior do xisto, apresentaram idades concordia de U-Pb em zircão de 2210 ± 8 Ma e 2201 ± 6 Ma, sugerindo um retrabalhamento do gnaisse encaixante do Complexo Caicó durante a formação do depósito. A integração desses dados sugere que metassomatismo de pegmatitos graníticos injetados ao longo da zona de cisalhamento Portalegre concomitantes ao tectonismo brasiliano foi o principal responsável pela formação de esmeralda em Paraná. Nesse processo, Be, K, Al e Si provenientes do fluido pegmatítico, e Cr, Fe e Mg contidos em rochas máficas do embasamento reagiram dando origem a pegmatitos dessilicados e ao xisto mineralizado. Do ponto de vista prospectivo, a presença de flogopita e actinolita no xisto hospedeiro permitiu a individualização da sua assinatura espectral em relação às demais rochas do depósito. Utilizando espectroscopia de refletância pontual é possível distinguir a presença de cristais de esmeralda mesmo em situação de mistura com a matriz de flogopita xisto. Três índices espectrais para identificação automatizada de esmeralda (EI1, EI2 e EI3) e três índices para identificação do xisto hospedeiro (MIdepth, MIratio e ACI) foram propostos e representam uma ferramenta valiosa para estudos de rotina em grande quantidade de amostras. Adicionalmente, imageamento hiperespectral de alta resolução permite a identificação de cristais de esmeralda em pixels de ~1 mm e a confecção de mapas mineralógicos/espectrais em amostras de mão e de furo de sonda.
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O Brasil figura entre os maiores produtores de esmeralda do mundo. Cristais de qualidade gemológica ocorrem sobretudo nos estados de Minas Gerais, Goiás e Bahia. Na Província Borborema, nordeste do Brasil, mineralizações pontuais de esmeralda vêm ganhando cada vez mais destaque nas últimas décadas, seja sob olhar científico ou do ponto de vista econômico. A presença de diversos pegmatitos berilíferos e exposições de rochas máficas/ultramáficas, especialmente na Subprovíncia Norte, associados a estruturas tectônicas que servem como meio de transporte aos fluidos mineralizantes, fazem dessa região uma área promissora para estudo da gênese de esmeralda em ambientes intensamente deformados. Este trabalho apresenta uma investigação integrada, em diferentes escalas de análise, sobre a caracterização, origem e prospecção do depósito de esmeralda de Paraná, no extremo sudoeste do estado do Rio Grande do Norte. Para a construção de um modelo genético, foram utilizadas imagens geofísicas de aeromagnetometria, dados estruturais nas escalas meso- e microscópicas, geocronologia U-Pb e 40Ar-39Ar, petrografia e microtermometria de inclusões fluidas e análises de δ18O e δD. As esmeraldas de Paraná estão hospedadas em lentes irregulares de flogopita- e actinolita-flogopita xistos intercalados a vênulas quartzo-feldspáticas e corpos pegmatíticos. Os xistos hospedeiros ocorrem de forma concordante em gnaisses riacianos do embasamento e estão dispostos ao longo da zona de cisalhamento Portalegre (ZCPA), estrutura com forte contraste magnético e movimentação dextral na direção NE-SW. Deformação dúctil coeva à mineralização é indicada pela foliação milonítica verticalizada, presença de boudins assimétricos, porfiroclastos do tipo σ, estruturas do tipo mica-fish, além de formação de bandas de cisalhamento S-C e S-C-C’. A formação do xisto esmeraldífero durante a deformação brasiliana da ZCPA é suportada, ainda, por idades 40Ar-39Ar em cristais de flogopita de 524 ± 1 e 528 ± 1 Ma e pela presença massiva de inclusões fluidas de salinidade baixa a moderada (5,1 a 16,3 %wt. NaCl equivalente) e temperatura de homogeneização total entre 300 e 310 °C nos cristais de esmeralda. Corpos graníticos deformados, encontrados no interior do xisto, apresentaram idades concordia de U-Pb em zircão de 2210 ± 8 Ma e 2201 ± 6 Ma, sugerindo um retrabalhamento do gnaisse encaixante durante a formação do depósito. A associação de fluidos magmáticos à origem da mineralização está registrada em inclusões fluidas de alta salinidade (>35%wt. NaCl equivalente) e elevada temperatura de crepitação (>524 °C), além de composições isotópicas de δ18O (6,9-7,1), típicas de depósitos associados a pegmatitos. A integração desses dados sugere que metassomatismo de pegmatitos graníticos injetados ao longo da zona de cisalhamento Portalegre concomitantes ao tectonismo brasiliano foi o principal responsável pela formação de esmeralda em Paraná. Durante esse processo, Be, K, Al e Si provenientes do fluido pegmatítico, e Cr, V, Fe e Mg contidos em rochas máficas do embasamento reagiram dando origem a pegmatitos dessilicados e ao xisto mineralizado. Do ponto de vista prospectivo, a presença de flogopita e actinolita no xisto hospedeiro permitiu a individualização da sua assinatura, através de espectroscopia de refletância, em relação às demais rochas do depósito de Paraná. Em escala de amostra de mão, essa metodologia consegue distinguir a presença de cristais de esmeralda em situação de mistura com a matriz de flogopita no xisto, provando-se uma ferramenta valiosa para estudos de rotina em grande quantidade de amostras. O emprego de dados de espectroscopia de refletância e de imageamento, balizados por geoquímica, se mostrou promissor à pesquisa de esmeralda e, especialmente, de potenciais rochas hospedeiras.
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DIEGO DA CUNHA SILVESTRE
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ESTRATIGRAFIA DA FORMAÇÃO ABAIARA, BACIA DO ARARIPE, NORDESTE DO BRASIL: arquitetura de fácies, estratigrafia de sequências e sistemas deposicionais
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Orientador : GELSON LUIS FAMBRINI
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MEMBROS DA BANCA :
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CLÁUDIO RICCOMINI
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FELIPE TORRES FIGUEIREDO
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GELSON LUIS FAMBRINI
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MARIO FERREIRA DE LIMA FILHO
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RENATO PAES DE ALMEIDA
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WELLINGTON FERREIRA DA SILVA FILHO
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Data: 10/02/2023
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A Bacia do Araripe, referência de registro sedimentar e paleontológico entre as bacias interiores na Região Nordeste do Brasil, tem sua origem e evolução tectonoestratigráfica intimamente ligada ao evento do rift do Gondwana Ocidental. Evento este que resultou na abertura do Oceano Atlântico e a origem das bacias marginais do Leste brasileiro e Oeste Africano. Dentro do contexto estratigráfico da Baica do Araripe, observa-se uma vasta similaridade (litológicas e morfológicas) entre algumas unidades das tectonosequências Início e Clímax de rifte, razão pela qual as Formações Brejo Santo e Abaiara são confundidas em campo. Dessa forma, a Formação Abaiara, sob os métodos da Sedimentologia, Estratigrafia, Petrografia sedimentar, micropaleontologia e áreas afins, foi estudada com o objetivo de fomentar dados que a diferenciasse das demais unidades que a margeiam. Assim, foram evidenciados corpos pelítico-arenosos, apresentando granocrescência ascendente, divididos em conjuntos de sedimentos compostos pelas fácies: Conglomerados maciços (Gcm) e estratificados (Gt), Arenitos conglomeráticos (Scg), com estratificação cruzada acanalada (St), com estratificação cruzada tabular (Sp), com estratificação horizontal (Sh), laminados (Sl), maciços (Sm), com laminação cruzada cavalgante (Scr), com estratos deformados (Sd) e Arenitos muito fino laminados com siltitos e argilitos (pacotes heterolíticos) (Fsm), Argilitos maciços (Fm) e Argilitos laminados (Fl). Estas fácies se dispuseram segundo conjuntos que se relacionam vertical e horizontalmente segundo elementos arquitetônicos de Canais (CH), Espraiamento de Crevasse (CS), Barras Arenosas (SB), Acreção a Jusante (DA), Acreção Lateral (LA), Arenitos em lençol (LS) e Planície de inundação (FF). Adicionadas as lâminas petrográficas concluiu-se que a Formação Abaiara tem diferenciação frente a unidade pelítica da tectonosequência Início de Rifte (Formação Brejo Santo) pela ausência de componentes carbonáticos nos arenitos presentes dentre as associações de fácies pelíticas da Formação Abaiara. Foram observadas apenas a ocorrência de pseudo matriz carbonática provenientes de alteração pós-diagenética de feldspatos. Análises micropaleontológicas apontaram a ausência de fauna ostracodes similar à biozona típica do Andar Dom João, presente na Fm. Brejo Santo. Este conjunto de evidências e suas correlações espaciais permitem a singularização das duas unidades de acordo com suas características marcantes. Decorrente do levantamento estratigráfico, foi interpretado para a unidade de interesse um sistema de sedimentação composto, derivado de um conjunto de sistemas fluvio meandrante – entrelaçado para o topo. Retratados por um empilhamento onde denota registro de padrões de vastas planícies de inundação cortadas por rios meandrantes, na base da unidade que são sobrepostos por um sistema de alta energia com barras cascalhosas e sedimentos grossos em fluxos de alta energia de sistemas fluviais entrelaçados.
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A Bacia do Araripe, referência de registro sedimentar e paleontológico entre as bacias interiores na Região Nordeste do Brasil, tem sua origem e evolução tectonoestratigráfica intimamente ligada ao evento do rift do Gondwana Ocidental. Evento este que resultou na abertura do Oceano Atlântico e a origem das bacias marginais do Leste brasileiro e Oeste Africano. Nesse contexto se encontram as bacias sedimentares portadoras do Pré-Sal, modelo de sistema petrolífero onde se enquadram várias bacias da margem brasileira. Partindo para análises de análogos, a Formação Abaiara, que se enquadra na fase Climax-Rifte da Bacia do Araripe, foi estudada sob a ótica da Sedimentologia, Estratigrafia, Estratigrafia de Sequências e áreas afins, no interesse de fomentar dados correlatos às unidades do Pré-Sal. Assim, foram evidenciados os corpos pelítico-arenosos, de comportamento granocrescente ascendente, divididos em conjuntos de sedimentos compostos pelas fácies: Conglomerados maciços (Gcm), estratificados (Gt), Arenitos conglomeráticos (Scg), com estratificação cruzada acanalada (St), com estratificação cruzada tabular (Sp), com estratificação horizontal (Sh), laminados (Sl), maciços (Sm), com laminação cruzada cavalgante (Scr), com estratos deformados (Sd) e Arenitos muito fino laminados com siltitos e argilitos (pacotes heterolíticos) (Fsm), Argilitos maciços (Fm) e Argilitos laminados (Fl). Estas fácies se dispuseram segundo conjuntos que se relacionam verticalmente e horizontalmente segundo elementos arquitetônicos de Canais (CH), Espraiamento de Crevasse (CS), Barras Arenosas (SB), Acresção a Jusante (DA), Acresção Lateral (LA), Arenitos em lençol (LS) e Planície de inundação (FF). Adicionadas as análises petrográficas concluiu-se que a Formação Abaiara tem diferenciação frente a unidade pelítica da tectonosequência Início de Rifte (Formação Brejo Santo), que por suas semelhanças litológicas aparentes, provocam muitos equívocos em relação a disposição destas unidades na bacia. Assim comprovada a inexistência de camada carbonática bem definida na Fm. Abaiara, onde se acreditava ser recorrente desta unidade, ficou evidente a ocorrência de carbonatos secundários provenientes de alteração pós-diagenética de feldspatos. Assim como não comportam conteúdo micropaleontológico similar à biozona típica do Andar Dom João presente na Fm. Brejo Santo. Este conjunto de evidências e suas correlações espaciais configuram à unidade de interesse um sistema de sedimentação composto, derivado de um conjunto de sistemas fluvio meandrante – entrelaçado para o topo. Retratados por um empilhamento onde denota registro de padrões de vastas planícies de inundação cortadas por rios meandrantes, na base da unidade que são sobrepostos por um sistema de alta energia com barras cascalhosas e sedimentos grossos em fluxos de alta energia de sistemas fluviais entrelaçados.
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LUCIANA VIEIRA DE JESUS
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INTERAÇÃO MORFOLÓGICA E SEDIMENTOLÓGICA PRAIA-BARRAS TRANSVERSAIS E SUA INFLUÊNCIA NO COMPORTAMENTO DA LINHA DE COSTA EM UMA REGIÃO COSTEIRA TROPICAL DE BAIXA ENERGIA
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Orientador : VALDIR DO AMARAL VAZ MANSO
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MEMBROS DA BANCA :
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ANTONIO VICENTE FERREIRA JUNIOR
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PAULO HENRIQUE GOMES DE OLIVEIRA SOUSA
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ROBERTO LIMA BARCELLOS
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TAÍS KALIL RODRIGUES
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TEREZA CRISTINA MEDEIROS DE ARAUJO
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Data: 13/02/2023
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Uma série de barras transversais foram identificadas, mapeadas e analisadas em uma costa arenosa tropical de baixa energia, bordejada por obstáculos naturais na antepraia sob regime de meso marés semidiurnas. O objetivo do trabalho foi compreender a interação morfológica e sedimentológica entre a praia e as barras transversais e a influência no comportamento da linha de costa no litoral do município de Goiana, norte de Pernambuco. A metodologia consistiu em: (i) mapeamento multitemporal de médio (2007-2017) e curto prazo (2017-2018) das barras e da linha de costa utilizando imagens de satélite e ortomosaicos derivados de sobrevoos com sistema de Aeronave Remotamente Pilotada (SARP); (ii) cálculo da taxa de variação da linha de costa utilizando a extensão Digital Shoreline Analysis System (DSAS); (iii) levantamento topográfico da área (2017- 2018) com um par de receptores Global Navigation Satellite System (GNSS) no modo cinemático; (iv) confecção de Modelos Digitais de Terreno (MDT) e perfis transversais e longitudinais e, (v) análises texturais e composicionais dos sedimentos da face de praia e das barras transversais. A área de estudo foi dividida em três setores: norte, central e sul e foram observados cinco grupos preferenciais de barras a depender do ângulo formado entre a crista e a linha de costa. As barras transversais ocorrem em maior proporção nos setores central e norte. O processo de erosão predominou no setor sul e central e a deposição predominou no setor norte. Quanto à morfologia, a praia é caracterizada por pós-praia estreito ou inexistente, uma face de praia de até 45 m e um terraço de baixa-mar extenso (até 400 m). Sobre o terraço as barras transversais se movimentam no sentido longitudinal e transversal levando sedimentos para a praia ao se conectarem. Os sedimentos da praia são de granulometria areia média, moderadamente selecionadas, de composição, essencialmente, siliciclástica com curvas de distribuição unimodais a polimodais. Por outro lado, as barras transversais são compostas por sedimentos do tamanho areia grossa a muito grossa, pobremente selecionadas, de composição, majoritariamente carbonática e com curvas polimodais. Ao chegarem à face de praia os sedimentos carbonáticos mais grossos são dissolvidos pela ação das ondas e, somente, os sedimentos siliciclásticos mais finos permanecem. A troca sedimentar entre praia e barras transversais é atestada tanto pelos aspectos morfológicos quanto aspectos sedimentológicos. A análise da interação entre a praia e as barras transversais são fundamentais para o entendimento dos ambientes costeiros e gestão das zonas costeiras.
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Uma série de barras transversais foram identificada s e mapeadas em uma costa arenosa tropical de baixa energia bordejada por obstáculos naturais na antepraia sob regime de mesomarés semidiurnas. A baixa altura de ondas advindas preferencialmente do quadrante SE geram um transporte longitudinal sentido SW NE. O mapeamento multitemporal de médio (2007 2017) e curto prazo (2017 2018) das bar ras e da linha de costa foi confeccionado utilizando imagens de satélite e ortomosaicos derivados de sobrevoos com Veículo Aé reo N ão Tripulado (A taxa de variação da linha de costa foi calculada utilizando a extensã o Digital Shoreline Analysis Syste m (A área de estudo foi dividida em três setores: norte, central e sul e foram observados cinco grupos preferenciais de barras a depender do ângulo formado entre a crista e a linha de costa. As barras transversais ocorrem em maior proporção 10) n os setores central e norte. Além disso, o processo de erosão predominou no setor sul e central e a deposição predominou no setor norte. Possivelmente, as ondas e transporte longitudinal retiraram os sedimentos do setor sul e transportaram para o setor nort e depositando os devido à zona de sombra gerada pelo recife de calcário. A análise da interação entre a praia e as barras transversais são fundamentais para o entendimento dos ambientes costeiros modernos e gestão das zonas costeiras.
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JULIANA GUZMÁN GONZÁLEZ
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CORRELAÇÕES BIOESTRATIGRÁFICAS E FACIOLÓGICAS DA FASE PÓS-RIFTE DAS BACIAS DE ARARIPE, TUCANO NORTE E JATOBÁ, NORDESTE DO BRASIL
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Orientador : ENELISE KATIA PIOVESAN
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MEMBROS DA BANCA :
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CRISTIANINI TRESCASTRO BERGUE
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EDISON VICENTE OLIVEIRA
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ENELISE KATIA PIOVESAN
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JOSE ANTONIO BARBOSA
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JOÃO CARLOS COIMBRA
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MITSURU ARAI
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Data: 27/02/2023
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As bacias mesozoicas interiores de Araripe, Tucano Norte e Jatobá representam um ramo do Rifte Sul-Atlântico abortado no Eoaptiano. A fase pós-rifte, correspondente ao Andar Local Alagoas, Biozona Ostracoda 011 (Aptiano), é registrada na Bacia do Araripe pelo Grupo Santana, que é constituído, da base para topo, pelas formações Barbalha, Crato, Ipubi e Romualdo. Nas bacias de Tucano Norte e Jatobá, a Formação Marizal é correlata à Formação Barbalha e, com exceção da Formação Ipubi, as demais unidades litoestratigráficas de mesmo nome e correlatas às do Grupo Santana são registradas. Seis testemunhos de sondagem e quinze afloramentos foram litologicamente caracterizados e amostrados, resultando em mais de 100.000 espécimes de ostracodes e mais de 9.300 espécimes de foraminíferos recuperados ao longo da sequência pós-rifte das três bacias estudadas. Os microfósseis recuperados da Bacia do Araripe se apresentaram melhor preservados, abundantes e diversos em comparação com as bacias de Tucano Norte e Jatobá, proporcionando uma taxonomia de Ostracoda mais detalhada, que, integrada à ocorrência de foraminíferos, permitiu o refinamento bioestratigráfico e paleoambiental do Grupo Santana, base para a posterior correlação com as demais bacias. Vinte e cinco táxons de ostracodes foram identificados, incluindo a proposição de cinco espécies novas: Damonella pumila, Pattersoncypris cucurves, Pattersoncypris kroemmelbeini, Ilyocypris coimbrai e Rhinocypris spinata. A Zona Pattersoncypris micropapillosa (OST-011), foi descrita e dividida nas subzonas Pattersoncypris cucurves (OST-011.1) (Camadas Batateira, Formação Barbalha), Pattersoncypris cucurves-Neuquenocypris berthoui (OST-011.2) (sequência superior da Formação Barbalha), Damonella grandiensis (OST-011.3) (Formação Crato) e Pattersoncypris crepata (OST-011.4) (formações Ipubi e Romualdo). Dois intervalos bioestratigráficos de foraminíferos planctônicos foram identificados permitindo a calibração internacional das subzonas de ostracodes, a Zona Leupoldina cabri do Eoaptiano contém as subzonas OST-011.1 e OST-011.2 e a zona composta Hedbergella infracretacea–Microhedbergella miniglobularis do Neoaptiano correlacionada com a subzona OST-011.4. Durante o Aptiano, a Bacia do Araripe evoluiu de um ambiente transicional a marinho, registrando o “Sistema Estuarino Batateira” no Eoaptiano, seguido de uma progradação continental representada pelo “Sistema Fluvial Barbalha” até uma nova transgressão que originou um delta de cabeceira. No Neoaptiano inferior, desenvolveu-se a “Baía Crato”, que posteriormente retrogradou gerando uma rampa restrita sob aridez extrema e a precipitação do “Sal Ipubi”. A última fase deposicional aconteceu no final do Aptiano com a completa instalação do mar na “Rampa Externa Romualdo”. Litologicamente e bioestratigraficamente é possível correlacionar os estratos do Grupo Santana da Bacia do Araripe e as unidades pós-rift das bacias Tucano Norte e Jatobá, a partir da análise de associações de fácies tanto macro como microscópica e das ocorrências de ostracodes e foraminíferos.
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As bacias mesozoicas interiores de Araripe, Tucano Norte e Jatobá representam um ramo do Rifte Sul-Atlântico abortado no Eoaptiano. A fase pós-rifte, correspondente ao Andar Local Alagoas, Biozona Ostracoda RT-011 (=Aptiano), é registrada na Bacia do Araripe pelo Grupo Santana, que é constituído de base para topo pelas formações Barbalha, Crato, Ipubi e Romualdo. Nas bacias de Tucano Norte e Jatobá, a Formação Marizal é correlata à Formação Barbalha e, com exceção da Formação Ipubi, as demais unidades litoestratigráficas do Grupo Santana são registradas. Seis testemunhos de sondagem, além de quinze afloramentos foram litologicamente caracterizados e amostrados da sequência pós-rifte das três bacias estudadas. Mais de 100.000 espécimes de ostracodes e foraminíferos foram recuperados ao longo da sequência pós-rifte, permitindo o detalhamento bioestratigráfico da Biozona RT-011 e a reinterpretação paleoambiental do Grupo Santana da Bacia do Araripe e unidades correlatas nas bacias de Tucano Norte e Jatobá, formações Marizal, Crato e Romualdo. Vinte e cinco táxons de ostracodes foram identificados, incluindo cinco novas espécies, e a partir destes e das ocorrências de foraminíferos foi possível estabelecer três associações faunísticas. A Associação 1, caracterizada pela presença de Candonopsis alagoensis e Pattersoncypris cucurves sp. nov. em associação a P. micropapillosa, Damonella grandiensis e foraminíferos bentônicos aglutinantes dos gêneros Simobaculites/Ammobaculites da fácies de folhelhos ricos em matéria orgânica das Camadas Batateira/Amargosa da Formação Barbalha/Marizal, é interpretada como o registro de um ambiente estuarino confinado alimentado por deltas de cabeceira. A Associação 2 de fácies de ritmitos calcário-argilito e folhelhos intercalados da Formação Crato, apresenta alta diversidade de microfósseis carbonáticos, com abundância de espécimes de Damonella grandiensis e Pattersoncypris micropapillosa. Associadas a estas são registrados os táxons Damonella pumila sp. nov., Brasacypris subovatum, Zonocypris sp. 1, Zonocypris sp. 2, foraminíferos bentônicos e ostracodes tipicamente flúvio-lacustres, como Ilyocypris coimbrai sp. nov., Neuquenocypris berthoui, Neuquenocypris sp. 1, Rhinocypris spinata sp. nov., Theriosynoecum silvai, Theriosynoecum sp. 1, Cypridea araripensis, Alicenula martinsi e Timiriasevia ? sp. 1, que permitem inferir o ambiente deposicional da Formação Crato como uma baía semiconfinada, com registro de estágios de maior influência fluvial e de deposição dominada pela maré. A Associação 3 corresponde à fauna recuperada da fácies de folhelhos intercalados entre lentes de evaporito da Formação Ipubi e de fácies de calcários, margas e folhelhos da Formação Romualdo das bacias de Araripe e Jatobá. A espécie Pattersoncypris crepata representa um marcador bioestratigráfico, ocorrendo associada a P. alta, Pattersoncypris krommelbeinsis sp. nov., P. symmetrica, Theriosynoecum colini, foraminíferos planctônicos como Hedbergella infracretacea, Hedbergella aptiana e Microhedbergella miniglobularis, além de foraminíferos bentônicos, sugerindo que a deposição das formações Ipubi e Romualdo ocorreu em um mar epicontinental tipo seaway. A recuperação de foraminíferos planctônicos em folhelhos intercalados aos evaporitos podem indicar que a Formação Ipubi corresponde a ramos de mar isolados do corpo principal durante o Neoaptiano.
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CRISTIAN DAVID USMA CUERVO
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GEOQUÍMICA E COMPORTAMENTO ISOTÓPICO (C, O, Cr e Sr) DE ROCHAS NEOPROTEROZOICAS DO TERRENO CACHOEIRINHA – SALGUEIRO, PERNAMBUCO, NE DO BRASIL
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Orientador : ALCIDES NOBREGA SIAL
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MEMBROS DA BANCA :
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ALCIDES NOBREGA SIAL
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VALDEREZ PINTO FERREIRA
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JOSE ANTONIO BARBOSA
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ANELISE LOSANGELA BERTOTTI
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CLÁUDIO RICCOMINI
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CLAUDIO GAUCHER PEPE
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Data: 08/03/2023
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O Grupo Cachoeirinha, de idade Neoproterozoica, é caracterizado litologicamente por uma sequência metaturbidítica, intercalada com rochas metavulcânicas e precipitados químicos significativos como carbonatos e formações ferríferas bandadas (BIF) depositados numa bacia marinha. Duas unidades compõem o Grupo Cachoeirinha, a Formação Serra Olho d’Água basal e a Formação Santana dos Garrotes sobreposta. As distribuições de elementos terras raras permitiram identificar frações autigênicas e componentes detríticos dos carbonatos e BIF estudados das formações do Grupo Cachoeirinha. Carbonatos associados com depósitos metaconglomeráticos da Formação Serra Olho d’Água, exibem valores negativos de δ13C entre -2,83‰ e -0,71‰ comumente associados a períodos glaciais. Os valores das razões 87Sr/86Sr entre 0,70776 e 0,70862 considerados primários, permitem correlacionar os carbonatos da Formação Serra Olho d’Água com depósitos glaciais do Criogeniano, a idade U-Pb máxima de deposição em zircões detríticos desta formação data de 880 ±8Ma. Os carbonatos da Formação Serra Olho d’Água com valores positivos de anomalia Ce/Ce* e razões Y/Ho entre 26 e 30, são associados com depósitos de ambientes transicionais costeiros de mar restrito com baixos níveis de oxigenação. Os carbonatos da Formação Santana dos Garrotes associados a BIF, exibem valores positivos de δ13C entre 3,1 e 5,5‰ correspondentes a períodos mais quentes interglaciais. Os valores das razões 87Sr/86Sr entre 0,70792 até 0,70956 dos carbonatos são consideradas primárias e compatíveis com a máxima idade de deposição de 630–610Ma U-Pb em zircões detríticos, indicando o início do Ediacarano como idade dos carbonatos da Formação Santana dos Garrotes. Os valores δ53Cr positivamente fracionados de 0.15 até 1.04‰ em carbonatos e BIF são indicadores de intemperismo oxidativo na área de origem e comuns para esta idade. Os valores Ce/Ce* são predominantemente negativos nos carbonatos e para os BIF as anomalias de Ce/Ce* são positivas, estas anomalias sugerem condições de precipitação de águas oxigenadas para os carbonatos e o acúmulo de BIF em condições de deficiência de oxigênio em um ambiente mais profundo logo abaixo da redoxclina. Esta interpretação está suportada pelas concentrações de elementos traço sensíveis ao redox como Cr, U, Th e Mo, os quais não apresentaram enriquecimento nos carbonatos e são relativamente enriquecidos nos BIF com valores das razões MoEF/UEF acima de 6,8. Considerando o anterior, pode se interpretar que a deposição dos carbonatos da Formação Santana dos Garrotes foi em ambiente marinho raso e sob condição predominantemente oxigenada. Para os BIF, a au sência de componentes glaciogênicos, a associação com carbonatos, a falta de anomalia positiva de Eu, além dos valores positivo de δ53Cr, permitiram classificar os BIF como do tipo Superior, similar com outras formações de ferro depositados no Brasil e outros lugares durante o Ediacarano. O diferenciado comportamento geoquímico dos depósitos das formações Serra Olho d’Água e Santana dos Garrotes, permite inferir que o Grupo Cachoerinha registra a evolução de uma bacia marinha restrita a uma bacia de mar aberto, com águas estratificadas e oxigenadas do Criogeniano para o início do Ediacarano.
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O Grupo Cachoeirinha de idade neoproterozoica é caracterizado litologicamente por uma sequência metaturbidítica, intercalada com rochas metavulcânicas e precipitados químicos significativos como carbonatos e formações ferríferas bandadas (BIF) depositados numa bacia marinha. Duas unidades compõem o Grupo Cachoeirinha, a Formação Serra Olho d’Água basal e a Formação Santana do Garrotes sobreposta. As distribuições de elementos de terras raras permitiram identificar frações autigênicas e componentes detríticos dos carbonatos e BIF estudados das formações do Grupo Cachoeirinha. Carbonatos associados com depósitos metaconglomeraticos da Formação Serra Olho dÁgua, exibem valores negativos de δ13C entre -2,83‰ e -0,71‰ comumente associados com períodos glaciais. Os valores nas razões 87Sr/86Sr entre 0,70776 e 0,70862 considerados primários, permitem correlacionar os carbonatos da Formação Serra Olho d’Água com depósitos glaciais do Criogeniano, a idade U-Pb máxima de deposição em zircões detríticos desta formação data de 880 ±8 Ma. Os carbonatos da Formação Serra Olho d’Água com valores positivos de anomalia Ce/Ce* e razões Y/Ho entre 26 e 30, são associados com depósitos de ambientes transicionais costeiros de mar restrito com baixos níveis de oxigenação. Os carbonatos da Formação Santana dos Garrotes associados a BIF, exibem valores positivos de δ13C entre 3,1 e 5,5‰ correspondentes a períodos mais cálidos interglaciais. Os valores nas razões 87Sr/86Sr entre 0,70792 até 0,70956 dos carbonatos são consideradas primarias e compatíveis com a máxima idade de deposição de 630–610 Ma U-Pb em zircões detríticos, indicando o início do Ediacarano como idade dos carbonatos da Formação Santana dos Garrotes. Os valores δ53Cr positivamente fraccionados de 0.15 até 1.04‰ em carbonatos e BIF são indicadores de intemperismo oxidativo na área de origem e comuns para esta idade. Os valores Ce/Ce* são predominantemente negativos nos carbonatos e para os BIF as anomalias de Ce/Ce* são positivas, estas anomalias sugerem condições de precipitação de águas oxigenadas para os carbonatos e o acumulo de BIF em condições de deficiência de oxigeno em um ambiente mais profundo logo abaixo da redoxclina. Esta interpretação esta suportada com as concentrações de elementos traço sensíveis ao redox como Cr, U, Th e Mo, os quais não apresentaram enriquecimento nos carbonatos e são relativamente enriquecidos nos BIF com valores nas razões MoEF/UEF acima de 6,8. Considerando o anterior, pode se interpretar que a deposição dos carbonatos da Formação Santana dos Garrotes em ambiente marinho raso e sob condição predominantemente oxigenada. Para os BIF, a ausência de componentes
glaciogênicos, a associação com carbonatos, a falta de anomalia positiva de Eu, além dos valores positivo de δ53Cr, permitiram classificar os BIF como do tipo Superior, similar com outras formações de ferro depositados no Brasil e outros lugares durante o Ediacarano. O diferenciado comportamento geoquímico dos depósitos das formações Serra Olho d’Água e Santana dos Garrotes, permite inferir que o Grupo Cachoerinha registra a evolução de uma bacia marinha restrita a uma bacia de mar aberto e mais oxigenado do Criogeniano para o início do Ediacarano.
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RUDAH RUANO CAVALCANTI DUQUE
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TAXONOMIA DE NOVOS ESPÉCIMES DE PTEROSSAUROS (PTERODACTYLOIDEA) DA FORMAÇÃO ROMUALDO (CRETÁCEO INFERIOR, BACIA DO ARARIPE, NORDESTE DO BRASIL)
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Orientador : ALCINA MAGNOLIA DA SILVA FRANCA
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MEMBROS DA BANCA :
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BORJA HOLGADO PALACIOS
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EDISON VICENTE OLIVEIRA
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FELIPE LIMA PINHEIRO
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GUSTAVO RIBEIRO DE OLIVEIRA
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RENAN ALFREDO MACHADO BANTIM
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TAISSA RODRIGUES MARQUES DA SILVA
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Data: 13/03/2023
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A Bacia Sedimentar do Araripe abrange uma área entre os estados do Ceará, Piauí e Pernambuco, tendo sua origem relacionada à abertura do Oceano Atlântico Sul. A Formação Romualdo teve sua deposição entre o Neoaptiano e o Eoalbiano e é conhecida pela grande quantidade de concreções calcárias, a maioria contendo fósseis de excepcional preservação. Com exceção dos peixes, os pterossauros são os vertebrados mais abundantes da bacia, e seus fósseis estão entre os mais bem preservados do mundo. Esta tese de doutorado tem como objetivo o estudo taxonômico e paleoecológico de fósseis de pterossauros da Formação Romualdo, contribuindo com novos dados sobre aspectos ontogenéticos, associação fossilífera e distribuição geográfica do grupo no Cretáceo Inferior da Bacia do Araripe. O seu formato é de coletânea de artigos, onde serão apresentados três manuscritos: 1) O primeiro compreende a descrição e identificação de um fragmento anterior de rostro de pterossauro coletado no município de Exu, Pernambuco. A partir de análises cladísticas e de morfometria geométrica, foi visto uma íntima correspondência com o gênero Anhanguera, sendo o primeiro relato desse gênero sem crista pré-maxilar, corroborando com propostas anteriores de essa ser uma característica fortemente controlada pela ontogenia ou por dimorfismo sexual; 2) o segundo manuscrito consiste na descrição anatômica de três espécimes diferentes de pterossauros, coletados no Sítio Sobradinho, no município de Jardim, Ceará. Os fósseis aqui descritos são relevantes pela boa preservação e pela escassez de registros com procedência geográfica e estratigráfica. Nesse sentido, qualquer nova ocorrência é de interesse e deve ser documentada, sendo esta a primeira descrição formal de pterossauros para essa localidade; 3) o último exemplar descrito, proveniente de Jardim (CE) é composto por dois indivíduos preservados em um nódulo calcário arredondado de aproximadamente 10 cm de diâmetro. Foi observado características do clado Anhangueria, como expansão da região anterior do rostro. Os exemplares são considerados juvenis pelo diminuto tamanho. Caso a atribuição a Anhangueria seja confirmada, a possível presença de uma crista pré-maxilar sagital indica que essa característica teria controle não puramente ontogenético, sendo também aventado o dimorfismo sexual.
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A Formação Romualdo, Bacia Sedimentar do Araripe, teve sua deposição entre o Neoaptiano e o Eoalbiano é conhecida pela grande quantidade de nódulos calcários, a maioria contendo fósseis de excepcional preservação. Com exceção dos peixes, os pterossauros são os paleovertebrados mais abundantes da bacia, e estão entre os mais bem preservados do mundo. A Ordem Pterosauria é pioneira entre os vertebrados com adaptações ao vôo, com registro entre o Triássico superior e Cretáceo superior, na Era Mesozóica. Uma problemática desse grupo, na Bacia do Araripe, ainda é a falta de estudos que apresentem dados geográficos e/ou estratigráficos do local de coleta dos espécimes, bem como as associações fossilíferas. Esta tese de doutorado tem como objetivo o estudo taxonômico e paleoecológico de novos fósseis de pterossauros da Formação Romualdo, contribuindo com novos dados sobre paleobiodiversidade, associação fossilífera e distribuição geográfica do grupo no Cretáceo Inferior da Bacia do Araripe. Como resultado da presente tese serão apresentados três manuscritos: 1) O primeiro se deteve na descrição e identificação de um fragmento anterior de rostro de pterossauro coletado no município de Exu, Pernambuco. A partir de análises cladísticas e de morfologia geométrica, foi visto uma íntima correspondência com o gênero Anhanguera, sendo o primeiro relato desse gênero sem crista pré-maxilar, corroborando com propostas anteriores dessa ser uma característica fortemente controlada pela ontogenia (submetido ao periódico Journal of Vertebrate Paleontology). 2) O segundo manuscrito consiste da descrição anatômica de três espécimes de pterossauros, do Sítio Sobradinho, Jardim, Ceará. Correspondem a um úmero isolado, um fragmento de cintura pélvica e dois pares de escápula e coracóide, vértebra e costela, identificados como anhanguerídeos (artigo submetido ao periódico Journal of South American Earth Sciences). 3) O último espécime a ser descrito, também proveniente de Jardim (CE) é um indivíduo pequeno, quase completo preservado em nódulo. Os dois primeiros manuscritos serão apresentados e discutidos no exame de qualificação.
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RILDA VERÔNICA CARDOSO DE ARARIPE
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PALEOECOLOGIA, BIOESTRATIGRAFIA E PALEOBIOGEOGRAFIA DE MICROFÓSSEIS CARBONÁTICOS DA FORMAÇÃO ROMUALDO, APTIANO – ALBIANO, BACIA DO ARARIPE – NORDESTE DO BRASIL
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Orientador : ALCINA MAGNOLIA DA SILVA FRANCA
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MEMBROS DA BANCA :
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ALCINA MAGNOLIA DA SILVA FRANCA
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CECÍLIA DE LIMA BARROS
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GEISE DE SANTANA DOS ANJOS ZERFASS
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GELSON LUIS FAMBRINI
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PAULA ANDREA SUCERQUIA RENDON
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RENATA MOURA DE MELLO
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Data: 14/03/2023
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Este trabalho tem por objetivo fornecer novas contribuições bioestratigráficas, paleoecológicas e paleobiogeográficas para a Formação Romualdo, Bacia do Araripe, através da análise integrada de foraminíferos associada a outros grupos de microfósseis carbonáticos (ostracodes e nanofósseis calcários). Para o estudo, foram selecionados quatro afloramentos baseando-se na presença de invertebrados marinhos (equinodermatas, gastrópodes, biválvios e crustáceos). Foram elaboradas seções estratigráficas e coletadas 103 amostras nas porções centro-sul da bacia nos sítios Santo Antônio (6m) e Cedro (22m), Exu, PE, e a leste, em Sobradinho (50m), Jardim, e Serra do Mãozinha (28m), Missão Velha, CE. No total, foram identificadas 29 espécies de foraminíferos bentônicos, 5 planctônicos, associados a uma inédita e diversificada fauna de ostracodes marinhos e a primeira ocorrência de nanofósseis calcários para a Bacia do Araripe. Para os foraminíferos, foram identificadas três assembleias (Quinqueloculina, Conorboides e Bathysiphon). O paleoambiente deposicional das seções estudadas sugere diferentes subambientes (laguna hipersalina com conexões de mar aberto, plataforma rasa e, ambiente estuarino) formados por incursões marinhas ocorridas ao longo da deposição da Formação Romualdo. Quanto a bioestratigrafia, com base nas associações de microfósseis carbonáticos, a seção Santo Antônio foi dividida em duas biozonas, que compreende ao Aptiano superior, com a ocorrência do ostracode Damonella grandiensis (biozona-O11) e dos foraminíferos planctônicos Hedbergella aptiana e Pseudoguembelitria sp. (biozona P. rohri), e o Albiano inferior pela presença do nanofóssil Hayesites albiensis (biozona CC8). Nos afloramentos Cedro, Sobradinho e Serra do Mãozinha a ocorrência do ostracode Damonella grandiensis (biozona-O11) indica idade Aptiano superior para as seções. Muitas das espécies de foraminíferos encontradas na Bacia do Araripe são cosmopolitas, com alguns gêneros de ocorrência endêmica para a região. Os foraminíferos planctônicos estão correlacionados com a regiões do Oeste da África e América do Norte com forte influência Tetiana (Hedbergella, Globigerinelloides). Já as associações bentônicas (Lingulogavelinella, Pseudonodosaria, Agathammina), indica latitudes médias a baixas e uma bioprovincia Tetiana/Transicional.
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Este trabalho tem por objetivo fornecer novas contribuições bioestratigráficas, paleecológicas e paleoambientais para a Formação Romualdo, Albiano-Aptiano da Bacia sedimentar do Araripe, através da análise integrada de dados de microfósseis carbonáticos, incluindo ostracodes, foraminíferos (bentônicos e planctônicos) e nanofósseis calcários. Foram selecionados quatro afloramentos baseando-se na presença de invertebrados marinhos (equinodermatas, gastrópodes, biválvios e crustáceos), e elaboradas quatro seções estratigráficas. Foram coletadas 103 amostras em afloramentos localizados nas porções centro-sul e leste da bacia: PE-01-SA (6m), PE-02-CD (22m), CE-01-SB (50m) e CE-02-SB (30m). No total, foram identificadas trinta e três espécies de foraminíferos bentônicos, seis espécies de foraminíferos planctônicos, uma inédita e diversificada associação de ostracodes marinhos e a primeira ocorrência de nanofósseis calcários para a Bacia do Araripe. A fauna pertence ao Aptiano Superior com a ocorrência do ostracode Damonella grandiensis (biozona-O11) e dos foraminíferos planctônicos Hedbergella aptiana e Pseudoguembelitria sp. (biozona P. rohri). Porém na seção PE-01-SA é registrado o início do Albiano, pela presença do nanofóssil Hayesites albiensis (biozona CC8). As diferentes associações encontradas, reflete paleoambiente transicional a marinho raso, desenvolvidos de forma gradativa durante o estabelecimento do ambiente marinho na Bacia do Araripe. A qualificação é apresentada na forma de dois artigos: Upper Aptian–Lower Albian Of The Southern-Central Araripe Basin, Brazil: Microbiostratigraphic And Paleoecological Inferences publicado a Journal of South American Earth Science e Upper Aptian–Albian Foraminiferal assemblages from the Romualdo formation, Araripe Basin, Brazil: Taxonomy And Paleoenvironmental Inferences em vias de submissão ao Anuário do Instituto de Geociências.
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MÁRCIO LIMA ALENCAR
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MODELAGEM DE REDE DE FRATURAS E ANÁLISE ESTRUTURAL DE SISMITOS DOS CALCÁRIOS LAMINADOS DA FORMAÇÃO CRATO, BACIA DO ARARIPE, NE BRASIL
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Orientador : TIAGO SIQUEIRA DE MIRANDA
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MEMBROS DA BANCA :
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DEBORA CRISTINA ALMEIDA DE ASSIS
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FRANCISCO MANOEL WOHNRATH TOGNOLI
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GORKI MARIANO
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JOSÉ RICARDO GONÇALVES MAGALHÃES
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TIAGO SIQUEIRA DE MIRANDA
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VIRGINIO HENRIQUE DE MIRANDA LOPES NEUMANN
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Data: 05/09/2023
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Modelos discretos de fratura (DFN) representam uma ferramenta chave na caracterização de reservatórios estruturalmente fraturados. Sistemas de fraturas possuem um importante papel na distribuição da rede permoporosa de reservatórios carbonáticos com baixa permeabilidade. Este trabalho investiga a distribuição espacial de heterogeneidades geológicas (estruturas rúpteis e sedimentares) nos calcários laminados, lacustres, Aptiano da Formação Crato, Bacia do Araripe, NE Brasil. Essas rochas possuem a mesma idade e características sedimentológicas/geomecanicas dos reservatórios carbonáticos do intervalo pré-sal das bacias sedimentares da margem sudeste brasileira. Portanto, a Formação Crato é considerada como uma unidade litoestratigráfica chave para estudar, em escala subsismica, a geologia de reservatórios carbonáticos naturalmente fraturados. Este trabalho tem como objetivo principal modelar a variação da rede permoporosa de laminitos de baixa permeabilidade considerando a segmentação vertical de fraturas em diferentes escalas. Além disso, este trabalho teve como foco a análise estrutural dos sismitos da dos laminitos da Formação Crato e sua relação com reativações tectônicas de estruturas dúcteis. Para observar o efeito de escala, foram elaborados modelos tridimensionais de fraturas (DFNs) em duas escalas: reservatório (1:15.000) e afloramento (1:1). os DFNs foram construídos a partir de técnicas tradicionais de aquisição de dados (scanlines, resistência mecânica, modelos digitais de afloramento) e pseudopoços. As estruturas sin-deposicionais foram formadas por abalos sísmicos de magnitudes maiores que 6. Esses terremotos estão possivelmente relacionados com a deformação rúptil da Zona de Cisalhamento Patos. A modelagem de fraturas mostrou que a permeabilidade equivalente das fraturas horizontais apresentou valores semelhantes em ambas as escalas para as direções Kxx e Kyy. A permeabilidade equivalente das fraturas verticais (Kzz) mostrou que estas estruturas desempenham um papel importante no fluxo de fluido. Os resultados deste trabalho contribuem para a parametrização de modelos discretos de fratura relacionados a reservatórios carbonáticos de baixa permeabilidade.
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Modelos discretos de fratura (DFN) tridimensionais representam uma ferramenta chave na caracterização de reservatórios estruturalmente complexos. Sistemas de fraturas possuem um importante papel na distribuição da rede permoporosa de reservatórios carbonáticos de hidrocarbonetos e água subterrânea. O presente estudo investiga a distribuição de heterogeneidades geológicas (estruturas rúpteis, sedimentares e feições diagenéticas) dos calcários laminados, lacustres, Aptiano da Formação Crato, Bacia do Araripe, NE Brasil. Os calcários laminados da Formação Crato são considerados análogos à fácies de reservatórios carbonáticos do intervalo pré-sal das bacias sedimentares da margem leste brasileira. Portanto, a Formação Crato é considerada como uma unidade litoestratigráfica chave para entender a complexidade estrutural de reservatórios carbonáticos de subsuperfície. Este trabalho tem como objetivo principal analisar a ocorrência de sismitos e a variação da rede permoporosa em laminitos de baixa permeabilidade. Foram elaborados modelos tridimensionais de fraturas em duas escalas: reservatório (1:15.000) e afloramento (1:1). Os modelos de fratura realizados em escala de afloramento foram construídos com base em técnicas clássicas de aquisição estrutural realizadas diretamente em exposições contínuas e em faixas de varredura (pseudo-poços). Adicionalmente, com o uso de Schmidt Hammer foram realizados perfis de resistência mecânica para analisar a variação vertical da rigidez dos depósitos e observar a sua influência na continuidade das fraturas. Os resultados deste trabalho mostraram que as estruturas sedimentares são sin-deposicionais e foram formadas por abalos sísmicos de magnitudes maiores que 6 na escala Richter, com possível fonte de atividade sísmica relacionada a deformação rúptil da Zona de Cisalhamento Patos. Os dados de DFN apresentaram anisotropia com uma variações de 101, tanto na porosidade quanto na permeabilidade equivalente vertical para os modelos de escala de reservatório e modelos em escala de afloramento. Esta anisotropia pode estar associada a descontinuidade vertical das fraturas devido a variação mecânica dos laminitos. Os dados apresentaram isotropia na permeabilidade equivalente horizontal entre os DFN na escala de afloramento e de reservatório. Portanto, os resultados deste trabalho contribuem para a parametrização de modelos discretos de fratura relacionados a reservatórios carbonáticos de baixa permeabilidade.
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LEONARDO DE MELO CARNEIRO
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OS METATÉRIOS DA BACIA DE ITABORAÍ: sistemática e diversidade
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Orientador : EDISON VICENTE OLIVEIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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FRANCISCO JAVIER GOIN
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PIERRE-OLIVIER ANTOINE
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EDISON VICENTE OLIVEIRA
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KLEBERSON DE OLIVEIRA PORPINO
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LEONARDO RODRIGO KERBER TUMELEIRO
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LILIAN PAGLARELLI BERGQVIST
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Data: 06/10/2023
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Metatheria representou o grupo de mamíferos paleogenos de maior diversidade da América do Sul. Dentre as faunas paleogenas, a fauna de metatérios do Eoceno Inicial (Itaboraiense SALMA) da Bacia de Itaboraí, São José de Itaboraí, RJ, Brasil, é uma das mais proeminentes. Esta fauna preservou a maior diversidade de metatérios insetívoros, frugívoros e táxons com especializações durófagas (Gaylordia, Didelphopsis, Eobrasilia e Periprotodidelphis) em uma única associação faunística do Paleogeno-Neogeno das Américas. Os metatérios foram representados por 29 gêneros e 43 espécies cuja massa corporal variou entre menos de 10 gramas (Minusculodelphis spp.) a mais de 6kg (Silvenator brasiliensis e Eobrasilia coutoi), abrangendo diversos nichos tróficos: frugívoros, folívoros, faunívoros, insetívoros, durófagos e onívoros. Durante a presente tese, a descoberta de novos espécimes (dentição, dentários e maxilas) elevou para mais de 1000 exemplares tombados em coleções brasileiras. Esses espécimes permitiram conhecer a dentição superior, inferior e dentário de quase todos os metatérios de Itaboraí. A fauna metateriana de Itaboraí compreendeu os mais antigos representantes conhecidos dos Didelphimorphia (Monodelphopsiidae rank nov.: Monodelphopsis; e Protodidelphidae: Guggenheimia, Protodidelphis, Robertbutleria e Carolocoutoia), e também um possível Australidelphia-“Woodburnodontidae” (Austropediomys), a linhagem-irmã aos Microbiotheria e Diprotodontia. Nesta tese, Robertbutleria foi resgatado com base em inúmeras características compartilhadas exclusivamente com Carolocoutoia em comparação a Protodidelphis. A presença de Paucituberculata não foi confirmada na fauna, visto que “Riolestes” deve representar um dente decíduo de Robertbutleria. Sparassodonta foi representado na fauna por Patene, Silvenator e Sparassodonta gen. nov., que ocuparam o nicho trófico dos principais mamíferos predadores. Polydolopimorphia foi representado por Epidolops, o metatério mais abundante dessa fauna; Gashternia, de dieta folívoro-frugívora; e os enigmáticos Periprotodidelphis e Eobrasilia. “Zeusdelphys complicatus” é aqui reconhecido como um sinônimo júnior de E. coutoi. A grande variedade de “ameridélfios” Itaboraienses incluiu, entre outros, “Peradectoidea”? (Peradectoidea gen. nov., Bergqvistherium), Bobbschaefferiidae fam. nov. (Bobbschaefferia), Mirandatheriidae rank nov. (Pucadelphyoidea gen. nov. e Mirandatherium), Caroloameghiniidae (Procaroloameghinia), Jaskhadelphyoidea superfam. nov.-Gaylordiidae fam. nov. (Gaylordia), Jaskhadelphyoidea superfam. nov.-Jaskhadelphyidae (Minusculodelphis e Marmosopsis), Sternbergiidae-Sternbergiinae (Carolopaulacoutoia), Sternbergiidae-Didelphopsiinae subfam. nov. (Didelphopsis e Itaboraidelphys), Herpetotheriidae (Armintodelphys), Derorhynchidae (Diogenesia, Derorhynchus) e Derorhynchidae-Cooniinae subfam. nov. (Derorhynchidae gen. nov.). Dentre esses táxons, Gaylordia macrocynodonta foi reconhecido como potencialmente dimórfico. Epidolops ameghinoi e Marmosopsis juradoi compreenderam, pelo menos, 33% da fauna de metatérios de Itaboraí. Em relação a diversidade total de metatérios eocênicos inferiores sul-americanos reconhecidos atualmente, as faunas de Itaboraí e Las Flores, Argentina, e Itaboraí e faunas do Riochiquense SALMA (Eoceno Inicial-médio) argentinas apresentaram similaridades faunísticas de 65% e 45%, respectivamente, suportando uma forte similaridade faunística entre elas. Dentre as diferenças faunísticas, a provável presença de Armintodelphys na fauna de Itaboraí suportaria a hipótese da Atlantogea, visto que a espécie brasileira é morfologicamente mais similar a espécie europeia do que com as duas espécies norte-americanas. A reavaliação dos oito morfotipos de petrosos recuperados em Itaboraí permitiu prováveis associações, baseadas em tamanho estimado e afinidades filogenéticas, com alguns táxons dessa fauna, no que se sugere a identificação dos petrosos de Minusculodelphis, Armintodelphys, Marmosopsis, Carolopaulacoutoia, Gaylordia, Derorhynchidae, Pucadelphyidae gen. nov. e Epidolops.
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Metatheria representou o grupo de mamíferos paleogenos de maior diversidade da América do Sul. Dentre as faunas paleogenas, a fauna de metatérios do Eoceno inferior (ca. 56.1-51.4 Ma - Itaboraian SALMA) da Bacia de Itaboraí, São José de Itaboraí, RJ, Brasil, é uma das mais proeminentes. Esta fauna preservou a maior diversidade de metatérios insetívoros, frugívoros e táxons com especializações durófagas (Gaylordia, Didelphopsis e Eobrasilia) em uma única associação faunística do Paleogeno-Neogeno da América do Sul. Os metatérios foram representados por, pelo menos, 25 gêneros e 41 espécies cuja massa corporal variou entre menos de 10 gramas (Minusculodelphis spp.) a mais de 7 kg (cf. Nemolestes sp. e Eobrasilia coutoi). Essa fauna registrou os mais antigos representantes conhecidos dos Didelphimorphia (Monodelphopsis e Protodidelphidae - Guggenheimia, Protodidelphis e Carolocoutoia), e também um Australidelphia-“Woodburnodontidae” (Austropediomys), a linhagem-irmã aos Microbiotheria e Diprotodontia. A presença de Paucituberculata não foi confirmada na fauna, visto que “Riolestes” deve representar um terceiro pré-molar inferior decíduo de Protodidelphis mastodontoides. Sparassodonta foi representado na fauna por Patene e cf. Nemolestes sp., que ocuparam o nicho trófico dos principais mamíferos predadores. Polydolopimorphia foi representado por Epidolops, o metatério mais abundante dessa fauna, e por Gashternia, de dieta folívoro-frugívora. O enigmático Eobrasilia pode ter sido um Alphadontia-Hatcheriformes, um clado considerado como endêmico do Cretáceo da América do Norte. “Zeusdelphys” e “Periprotodidelphis” são prováveis sinônimos de Eobrasilia. A grande variedade de “ameridélfios” Itaboraienses incluiu, entre outros, “Peradectoidea” (Bergqvistherium e Peradectoidea gen. nov.), Caroloameghinioidea (Procaroloameghinia, Mirandatherium e Bobbschaefferia), Jaskhadelphyidae (Minusculodelphis) e táxons afins (Marmosopsis e Gaylordia), e Sternbergiidae (Carolopaulacoutoia, Itaboraidelphys e Didelphopsis), que representaram grupos mais antigos do que os Marsupialia. Os Derorhynchidae (Derorhynchus, Diogenesia e Derorhynchidae gen. nov.) e Herpetotheriidae (cf. Armintodelphys sp.) foram os táxons irmãos de Marsupialia. A revisão dos materiais depositados em coleções brasileiras permitiu a associação de elementos dentários e de dentição (superior e inferior) para quase todos os gêneros conhecidos dessa fauna. A reavaliação dos oito morfotipos de petrosos recuperados em Itaboraí permitiu uma reassociação preliminar com alguns táxons dessa fauna, corroborando uma origem comum para a maioria dos clados sul-americanos. A presença de marsupiais didelfimórfios na fauna de Itaboraí é corroborada pela identificação de um morfótipo de petroso (tentativamente associado ao Monodelphopsis) e dois morfótipos de elementos tarsais (tentativamente associados a Monodelphopsis e Carolocoutoia). A fauna de Itaboraí apresentou representantes da maioria dos clados conhecidos de metatérios do Eoceno inferior da América do Sul, a exceção de “Glasbiidae”, Polydolopidae, Prepidolopidae (todos Polydolopimorphia), Paucituberculata (Marsupialia) e Microbiotheriidae (Australidelphia) conhecidos para as faunas de Las Flores, Chubut, Argentina; e/ou La Meseta/Marambio, Península Antártica (Itaboraiense e Riochiquense SALMAs, respectivamente). É possível que esses grupos estivessem restritos ao Reino Austral durante o Eoceno inferior. A presença de táxons aparentados aos Anatoliadelphyidae e aos Peratheriinae na fauna de Itaboraí, como sugerido na literatura, poderia indicar uma similaridade faunística compartilhada entre o sudeste brasileiro e Euro-Afro-Anatólia (hipótese da Atlantogea), em comparação com as faunas Patagônicas e Antárticas. Entretanto, essa hipótese não pôde ser corroborada com base nos materiais conhecidos.
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JOÃO PEDRO SANTANA BEZERRA
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EVOLUÇÃO CRUSTAL DO DOMÍNIO PERNAMBUCO-ALAGOAS OESTE (FLORESTA, PERNAMBUCO), PROVÍNCIA BORBOREMA, NORDESTE DO BRASIL
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Orientador : SERGIO PACHECO NEVES
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MEMBROS DA BANCA :
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SERGIO PACHECO NEVES
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GORKI MARIANO
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IGNEZ DE PINHO GUIMARAES
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ANELISE LOSANGELA BERTOTTI
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HERBET CONCEICAO
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WAGNER DA SILVA AMARAL
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Data: 06/10/2023
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A Província Borborema apresenta uma evolução complexa que se estende do Arqueano ao Cambriano. É subdividida em três subprovíncias: Norte, Central e Sul. Trabalhos anteriores identificaram ortognaisses tonianos relacionados ao evento Cariris Velhos nos domínios Pernambuco Alagoas (DPEAL) e Alto Pajeú (DAP), nas subprovíncias sul e central respectivamente. O objetivo desta pesquisa foi avaliar a evolução crustal do DPEAL Oeste com base no mapeamento geológico, geoquímica e geologia isotópica de granitos, ortognaisses e rochas metassedimentares localizados na região de Floresta, Pernambuco, e compará-la com do DPEAL Leste e DAP. A área de estudo é limitada a norte pela Zona de Cisalhamento Pernambuco Oeste (ZCPW) e é cortada pela Zona de Cisalhamento Poço da Areia (ZCPA), ambas com cinemática destral. As unidades cartografadas são os complexos Airi e Cabrobó, os ortognaisses Cipriano e os plutons Caraíbas e Poço da Areia. O Complexo Airi consiste em ortognaisses monzograníticos a sienograníticos com níveis anfibolíticos, com 65-75% de SiO2 e caráter magnesiano a ferroso. Sete amostras forneceram idades U-Pb em zircão entre 1010 e 965Ma. Análises Lu-Hf em zircão apresentam εHf(t) negativo e idade modelo paleoproterozoica. O Complexo Cabrobó consiste em xistos, paragnaisses e quartzitos. Zircões detríticos em duas amostras apresentaram dois picos de idade de 1000 e 650Ma. Um gnaisse félsico intercalado na sequência provavelmente representa fusão parcial dos metassedimentos e apresenta idades de cristalização de 630Ma e de metamorfismo de 600Ma. Os ortognaisses Cipriano compreendem vários corpos alongados de direção E-W, de composição diorítica a granítica, associados com lentes e enclaves anfibolíticos. Os dados geocronológicos em três amostras apresentaram idades U-Pb de c. 650Ma e a geoquímica das amostras aponta afinidade shoshonítica. O plúton Caraíbas consiste em monzogranitos a sienogranitos inequigranulares a porfiríticos com geoquímica e idades similares aos ortognaisses Cipriano. Análises Lu-Hf em zircão apresentam εHf(t) negativo e idade modelo TDM variando de 1,7 a 2,0Ga. O plúton Poço da Areia consiste em sienogranitos a monzogranitos porfiríticos inequigranulares, predominantemente cálcio-alcalinos de alto potássio. Datação U-Pb em zircão e titanita forneceram idades de cristalização e metamorfismo, respectivamente, de 630Ma e 602Ma. Um granito sin-cinemático à ZCPW forneceu grãos herdados com idades paleoproterozoicas e idade de cristalização U-Pb em rutilo de 550Ma. A compilação destes dados possibilitou o desenvolvimento de um modelo de evolução tectônica entre 1000Ma e 550Ma. O Complexo Airi intrudiu em ambiente de rift continental toniano e é correlacionado com ortognaisses que ocorrem em toda parte norte da subprovincia sul da PB e ao longo do DAP. No final do Criogeniano (c. 650Ma), extensão causou afinamento continental, fusão por descompressão do manto litosférico, e desenvolvimento de bacias continentais. O evento ajudou a fragmentação de um continente pré-existente, e foi seguido pelo início da orogenia brasiliana. No Ediacarano (c. 630-600Ma), deformação contracional, produziu foliação regional em rochas pré-orogênicas seguido por um regime transcorrente após 600Ma, responsável pelo desenvolvimento das ZCPE e ZCPA, que retrabalharam a foliação regional, e ficaram ativas por aproximadamente 50Ma.
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A Província Borborema apresenta uma evolução complexa que se estende do Arqueano ao Cambriano. É subdividida em três subprovíncias: Norte, Central e Sul. Trabalhos anteriores identificaram ortognaisses tonianos relacionados ao evento Cariris Velhos nos domínios Pernambuco Alagoas (DPEAL) e Alto Pajeú (DAP), nas subprovíncias sul e central respectivamente. O objetivo desta pesquisa foi comparar a evolução crustal do DPEAL Oeste e do DAP, com base no mapeamento geológico, geoquímica e geologia isotópica de granitos e gnaisses localizados na região de Floresta, Pernambuco. A área de estudo é limitada a norte pela Zona de Cisalhamento Pernambuco Oeste (ZCPW) e é cortada pela Zona de Cisalhamento Poço da Areia (ZCPA), ambas com cinemática destral. As unidades cartografadas são os complexos Airi e Cabrobó, os ortognaisses Cipriano e os plutons Caraíbas e Poço da Areia. O Complexo Airi consiste em biotita-anfibólio ortognaisses monzograníticos a sienograníticos com níveis anfibolíticos, com 65-75% de SiO2 e caráter magnesiano a ferroso. Sete amostras forneceram idades U-Pb em zircão entre 1010 e 965 Ma. Análises Lu-Hf em zircão apresentam eHf(t) negativo e idade modelo paleoproterozoica. O Complexo Cabrobó consiste em xistos, paragnaisses e quartzitos. Zircões detríticos em duas amostras apresentaram dois picos de idade de 1000 e 650 Ma. Um gnaisse félsico intercalado na sequência provavelmente representa fusão parcial dos metassedimentos e apresenta idades de cristalização de 630 Ma e metamorfismo de 600 Ma. Os ortognaisses Cipriano compreendem vários corpos alongados de direção E-W, de composição diorítica a granítica, associados com lentes e enclaves anfibolíticos. Os dados geocronológicos em três amostras apresentaram idades U-Pb de c. 650 Ma e a geoquímica das amostras aponta afinidade shoshonítica. O plúton Caraíbas consiste em monzogranitos a sienogranitos inequigranulares a porfiríticos com geoquímica e idades similares aos ortognaisses Cipriano. Análises Lu-Hf em zircão apresentam eHf(t) negativo e idade modelo TDM variando de 1,7 a 2,0 Ga. O plúton Poço da Areia consiste de sienogranitos a monzogranitos porfiríticos inequigranulares, predominantemente cálcio-alcalinos de alto potássio. Datações U-Pb em zircão e titanita forneceram idades de cristalização e metamorfismo, respectivamente, de 630 Ma e 602 Ma. Um granito sin-cinemático à ZCPW forneceu grãos herdados com idades paleoproterozoicas e idade de cristalização U-Pb em rutilo de 550 Ma. A conclusão desta tese será a elaboração de três artigos. O primeiro foi submetido à revista Lithos e descreve a primeira ocorrência de ortognaisses e granitóides de idade Criogeniana (650 Ma) na parte oeste do Domínio Pernambuco Alagoas e são interpretados como um raro exemplo de rochas shoshoníticas alojadas em ambiente extensional. O segundo artigo (ainda em construção) descreve ocorrências de rochas datadas entre 630 e540 Ma e discute seu significado para a Orogênese Brasiliana. O terceiro artigo focará os ortognaisses tonianos que constituem as principais ocorrências presentes na área.
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RENAN SIQUEIRA
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ORIGEM DOS PLÚTONS ADJACENTES DE TAMBORIL E OLHO D'ÁGUA, TERRENO CACHOEIRINHA-SALGUEIRO, NORDESTE DO BRASIL
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Orientador : ALCIDES NOBREGA SIAL
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MEMBROS DA BANCA :
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ALCIDES NOBREGA SIAL
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ADEJARDO FRANCISCO DA SILVA FILHO
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JOAO ADAUTO DE SOUZA NETO
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RIELVA SOLIMAIRY CAMPELO DO NASCIMENTO
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HERBET CONCEICAO
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THYEGO ROBERTO DA SILVA
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Data: 07/11/2023
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Plútons tonalíticos/granodioríticos intrudiram metassedimentos Neoproterozóicos dos Terrenos Cachoeirinha-Salgueiro (CST) e Alto Pajeú (APT) na Zona Transversal, no nordeste do Brasil. Neste projeto, estudamos dois destes plutons: (a) o stock tonalitico equigranular de Olho d'Água, contendo clinopiroxênio, biotita anfibólio, epidoto magmático e titanita e (b) o stock granodiorítico porfirítico de Tamboril, de granulação grossa, com megacristais de plagioclásio, além de quartzo, feldspato potássico, biotita, anfibólio, epidoto magmático, ± clinopiroxênio e titanita. Ambos os plutons exibem abundantes enclaves microgranulares máficos e agregados de anfibólio (amphibole-rich clots = ARC). A composição de epidoto nos stocks Olho d'Água (Ps18-26) e Tamboril (Ps17-20) aponta uma cristalização sob uma fugacidade de oxigênio entre os tampões QFM e HM. No stock Olho d'Água, hornblenda solidificou-se entre 5,1 e 6,6kbar e no stock Tamboril, entre 6,2 e 7,0kbar. A temperatura de solidificação do par plagioclásio-hornblenda no stock Olho D´Água varia de 637 a 679°C e no stock Tamboril, de 587 a 641°C enquanto a temperatura de saturação de Zr varia de 788 a 819°C no stock Olho d'Água e de 807 a 829°C no stock Tamboril. Datação U-Pb em zircão para o stock Tamboril aponta sua cristalização em torno de 639,2 ± 2,0Ma e para o stock Olho d'Água, em torno de 653,9 ± 2,0Ma, comprovando que estes stocks adjacentes resultaram da cristalização de pulsos magmáticos independentes. A idade modelo Nd (TDM) para o stock Tamboril varia de 1,0 a 1,2Ga e eNd (0,6Ga), de -0,37 a -2,33. O stock Olho d'Água tem uma idade modelo Nd (TDM) de 1,2Ga e valores de eNd (0,6Ga) entre -2,15 e -2,18. Valores de d18O >10‰, para zircão, quartzo, piroxênio e para o magma estimados a partir desses minerais sugerem derivação de fusão de porção significativa de crosta continental. Entretanto, agregados de anfibólio (amphibole-rich clots = ARC), possíveis fragmentos/restitos de fusão de rocha anfibolítica têm valores de d18O >10‰. Isto implica em possível interação de rochas basálticas (anfibolíticas) do substrato oceânico do Cachoeirinha- Salgueiro com água oceânica a baixa temperatura o que provocou elevação dos valores de d18O, hipótese esta que encontra suporte em valores altos de 87Sr/86Sr para os stocks que os hospedam. Feldspatos com fileiras de biotita (biotite rows) e presença de epidoto magmático nestes dois stocks sugerem que os dois pulsos de magma cristalizaram em câmara magmática em convecção, à pressões elevadas.
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Plútons Neoproterozóicos granodioríticos a tonalíticos cálcio-alcalinos e cálcio-alcalinos de alto potássio com epidoto magmático intrudiram metassedimentos de baixo grau Neoproterozóicos no Terreno Cachoeirinha-Salgueiro (CST) a Alto Pajeú (APT) Domínio da Zona Transversal, nordeste do Brasil. Os stocks graníticos Tamboril e Olho d'Água fazem parte das abundantes rochas graníticas cálcio-alcalinas com epidoto magmático no Terreno Cachoeirinha-Salgueiro. O stock Olho d'Água é composto por clinopiroxênio-biotita tonalito equigranular de granulação média contendo anfibólio, epidoto magmático e titanita. O stock Tamboril é um granodiorito porfirítico de granulação grossa, com megacristais de plagioclásio e cotendo quartzo, K-feldspato, biotita, anfibólio, epídoto magmático, ± clinopiroxênio e titanita. A composição do epidoto no stock Olho d'Água (Ps18-26) e no estoque Tamboril (Ps17-20) é consistente com a cristalização sob fugacidade de oxigênio entre os tampões QFM e HM. No stock Olho d'Água, os valores de pressão calculados variam de 5,1 a 6,6kbar e no stock Tamboril de 6,2 a 7,0kbar. As temperaturas de solidificação estimadas dos pares plagioclásio-hornblenda no stock Olho D´Água variam de 637 a 679ºC e para Tamboril de 587 a 641ºC. As estimativas de temperatura de saturação de Zr são de 788 a 819ºC (Olho d'Água) e 807 a 829ºC (Tamboril). O stock Tamboril apresenta idade modelo Nd (TDM) variando de 1,0 a 1,2Ga e valores negativos de εNd (0,6Ga) variando de -0,37 a -2,33. O stock Olho d'Água apresenta idade modelo Nd (TDM) de 1,2 Ga e valores negativos de εNd (0,6 Ga) entre -2,15 e -2,18. Datações U-Pb mostram a intrusão de dois stocks, onde o stock Tamboril tem 639,2 ± 2,0Ma e o stock Olho d'Água tem 653,9 ± 2,0Ma. Os valores negativos de εNd (0,6Ga) desses stocks são convergentes com associações de magmas juvenis que também tendem a ter valores mais negativos, compatíveis com a interação com uma crosta mais espessa. As composições isotópicas de oxigênio do zircão, quartzo e piroxênio sugerem que a maioria de seus magmas hospedeiros foram derivadas de uma porção significativa da crosta continental. Os resultados obtidos de δ18O > 10‰ para o magma calculado a partir de zircão, quartzo e piroxênio também podem ter sido resultado da interação em baixas temperaturas entre a fonte magmática e as águas oceânicas, o que também pode ter afetado as razões de Sr nesses stocks. As idades 206Pb/238U obtidas em cristais magmáticos de zircão nos stocks Tamboril e Olho d'Água evidenciam a teoria inicial de dois pulsos magmáticos distintos. Os restitos observados nos ARC podem indicar a natureza da fonte das rochas hospedeiras, uma vez que se trata de um remanescente de material refratário após a fusão parcial das rochas geradoras, onde o restito primário deve ser mais máfico que as composições dioríticas. Precursores de ARC ricos em clinopiroxênios com ou sem inclusões, com baixo teor de SiO2, podem representar o resto primário da fonte após a fusão parcial. Portanto, a fonte deve ter uma composição máfica, como anfibolito, para produzir uma composição restítica primária e um magma granodiorítico com características do Tipo I. Os stocks estudados cristalizaram a partir de dois pulsos magmáticos distintos formados a partir da fusão fracionada de uma única fonte anfibolítica. Estes dois pulsos de magma sofreram posterior cristalização, em câmara magmática convectiva, a pressões bastante elevadas.
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