Dissertações/Teses

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2024
Teses
1
  • DAYANNE CAROLINE DE ASSIS SILVA
  • EFEITO DE UMA ESTRATÉGIA EDUCATIVA GAMIFICADA PARA PREVENÇÃO DO BULLYING E CYBERBULLYING COM ADOLESCENTES ESCOLARES

  • Orientador : ESTELA MARIA LEITE MEIRELLES MONTEIRO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALCIDES DA SILVA DINIZ
  • SILVIA WANICK SARINHO
  • MARIA AUXILIADORA SOARES PADILHA
  • HELENA RAFAELA VIEIRA DO ROSÁRIO
  • WALDEMAR BRANDAO NETO
  • Data: 29/04/2024

  • Mostrar Resumo
  • Essa tese tem como objetivo geral avaliar o efeito de uma tecnologia educacional
    baseada na pedagogia Freiriana quanto às medidas de intenção para prevenção do
    bullying e cyberbullying entre adolescentes escolares. Trata-se de um estudo misto, do
    tipo metodológico para construção e validação de uma estratégia educativa gamificada,
    e adaptação e validação de Escala sobre Medidas de Prevenção do Bullying e
    Cyberbullying (EMIP-Bully Cyber), seguido de estudo experimental realizado com 150
    adolescentes, sendo 75 em cada grupo controle e intervenção, para verificar a
    efetividade da estratégia educacional, quanto às medidas de intenção para prevenção
    destes problemas, pré e pós-teste. Este estudo foi realizado em onze etapas: busca de
    evidências científicas e levantamento com adolescentes escolares sobre o perfil
    tecnológico e experiências sobre o bullying e cyberbullying; Elaboração do storyboard;
    produção das tecnologias educacionais; Validação com juízes e adolescentes das
    tecnologias educacionais; Validação com juízes e adolescentes da Escala adaptada de
    Medida de Intenção para Prevenção de Bullying e Cyberbullying (EMIP-Bully Cyber);
    Pré e pós testes com a aplicação da EMIP-Bully Cyber com grupo controle e
    intervenção. Apreciação dos vídeos e atividades gamificadas pelo grupo intervenção e
    da metodologia expositiva dialogada e aplicação do quiz pelo grupo controle. Os
    resultados identificaram que 86,67% dos adolescentes escolares pesquisados
    praticaram, sofreram ou testemunharam alguma situação de bullying, cyberbullying ou
    ambos os tipos de violência. A tecnologia educativa foi composta por sete vídeos e oito
    atividades gamificadas, abordando os fenômenos. Os vídeos contemplaram cenas e
    personagens do cotidiano dos adolescentes escolares. A proporção de concordância
    entre os juízes especialistas sobre a tecnologia educativa através do Índice de Validade
    de Conteúdo (IVC) e Índice de Validade de Aparência (IVA) foi de 0,89 e 0,94,
    respectivamente. A usabilidade da tecnologia educativa foi considerada excelente por
    69,23% dos juízes. A avaliação dos adolescentes quanto a tecnologia educativa obteve
    o IVC de 0,91 A comparabilidade entre os grupos, sob a óptica dos domínios e dos
    fatores, demonstrou que as médias do padrão de resposta no grupo de intervenção
    foram mais elevadas nos domínios 2 e 3 e no fator 2. A comparação do padrão global
    de respostas entre os grupos de intervenção e controle, evidenciou um discreto
    aumento na intencionalidade para mudanças de atitudes, no pós intervenção. Ao
    comparar o padrão de acertos entre os o grupo de adolescentes que utilizaram a
    tecnologia educacional gamificada versus grupo que utilizou o quiz, o primeiro
    apresentou maior número de acertos em um maior número de questões. A análise
    fatorial da EMIP-Bully Cyber consolidou o fator 1 (crenças comportamentais, crenças
    normativas e crenças de controle), o fator 2 (crenças motivacionais) e o fator 3
    (conhecimento sobre o bullying e cyberbullying). O resultado do KMO foi considerado
    bom, 0,858, o teste de esfericidade de Bartlett apresentou significância estatística de
    3237,1 (df = 1275) e p-valor de 0,00001. A intervenção educacional baseada na
    metodologia expositiva dialogada embasada no ensino crítico social de Freire
    associada a tecnologias educacionais, composta de vídeos e atividades gamificadas
    concorrem para promover a reflexão crítica e comportamentos pró-sociais para a
    prevenção do bullying e cyberbullying.

  • Mostrar Abstract
  • Essa tese tem como objetivo geral avaliar o efeito de uma tecnologia educacional

    baseada na pedagogia Freiriana quanto às medidas de intenção para prevenção do
    bullying e cyberbullying entre adolescentes escolares. Trata-se de um estudo misto, do
    tipo metodológico para construção e validação de uma estratégia educativa gamificada,
    e adaptação e validação de Escala sobre Medidas de Prevenção do Bullying e
    Cyberbullying (EMIP-Bully Cyber), seguido de estudo experimental realizado com 150
    adolescentes, sendo 75 em cada grupo controle e intervenção, para verificar a
    efetividade da estratégia educacional, quanto às medidas de intenção para prevenção
    destes problemas, pré e pós-teste. Este estudo foi realizado em onze etapas: busca de
    evidências científicas e levantamento com adolescentes escolares sobre o perfil
    tecnológico e experiências sobre o bullying e cyberbullying; Elaboração do storyboard;
    produção das tecnologias educacionais; Validação com juízes e adolescentes das
    tecnologias educacionais; Validação com juízes e adolescentes da Escala adaptada de
    Medida de Intenção para Prevenção de Bullying e Cyberbullying (EMIP-Bully Cyber);
    Pré e pós testes com a aplicação da EMIP-Bully Cyber com grupo controle e
    intervenção. Apreciação dos vídeos e atividades gamificadas pelo grupo intervenção e
    da metodologia expositiva dialogada e aplicação do quiz pelo grupo controle. Os
    resultados identificaram que 86,67% dos adolescentes escolares pesquisados
    praticaram, sofreram ou testemunharam alguma situação de bullying, cyberbullying ou
    ambos os tipos de violência. A tecnologia educativa foi composta por sete vídeos e oito
    atividades gamificadas, abordando os fenômenos. Os vídeos contemplaram cenas e
    personagens do cotidiano dos adolescentes escolares. A proporção de concordância
    entre os juízes especialistas sobre a tecnologia educativa através do Índice de Validade
    de Conteúdo (IVC) e Índice de Validade de Aparência (IVA) foi de 0,89 e 0,94,
    respectivamente. A usabilidade da tecnologia educativa foi considerada excelente por
    69,23% dos juízes. A avaliação dos adolescentes quanto a tecnologia educativa obteve
    o IVC de 0,91 A comparabilidade entre os grupos, sob a óptica dos domínios e dos
    fatores, demonstrou que as médias do padrão de resposta no grupo de intervenção
    foram mais elevadas nos domínios 2 e 3 e no fator 2. A comparação do padrão global
    de respostas entre os grupos de intervenção e controle, evidenciou um discreto
    aumento na intencionalidade para mudanças de atitudes, no pós intervenção. Ao
    comparar o padrão de acertos entre os o grupo de adolescentes que utilizaram atecnologia educacional gamificada versus grupo que utilizou o quiz, o primeiro
    apresentou maior número de acertos em um maior número de questões. A análise
    fatorial da EMIP-Bully Cyber consolidou o fator 1 (crenças comportamentais, crenças
    normativas e crenças de controle), o fator 2 (crenças motivacionais) e o fator 3
    (conhecimento sobre o bullying e cyberbullying). O resultado do KMO foi considerado
    bom, 0,858, o teste de esfericidade de Bartlett apresentou significância estatística de
    3237,1 (df = 1275) e p-valor de 0,00001. A intervenção educacional baseada na
    metodologia expositiva dialogada embasada no ensino crítico social de Freire
    associada a tecnologias educacionais, composta de vídeos e atividades gamificadas
    concorrem para promover a reflexão crítica e comportamentos pró-sociais para a
    prevenção do bullying e cyberbullying.
2023
Dissertações
1
  • ANA PAULA FERREIRA DA SILVA
  • INFLUÊNCIA DO PESO AO NASCER E GANHO DE PESO PÓS NATAL NA CIRCUNFERÊNCIA DO PESCOÇO NA ADOLESCÊNCIA


  • Orientador : MARILIA DE CARVALHO LIMA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CATARINE SANTOS DA SILVA
  • PEDRO ISRAEL CABRAL DE LIRA
  • POLIANA COELHO CABRAL
  • Data: 24/02/2023

  • Mostrar Resumo
  • Há evidências de que crianças nascidas com baixo peso estão mais suscetíveis a apresentar rápido ganho de peso pós-natal e, a acumular uma maior proporção de gordura na região superior do corpo, sendo esta apontada como um proxy de vulnerabilidade às alterações metabólicas na vida adulta. Portanto, o estudo teve o objetivo de verificar a associação do peso ao nascer e do ganho de peso pós-natal com a circunferência do pescoço e a associação desta medida com marcadores metabólicos, em adolescentes nascidos a termo. Este é um estudo de coorte de nascimento, iniciado em 1993, na Zona da Mata Meridional de Pernambuco.  A amostra desta pesquisa consistiu em 214 crianças recrutadas ao nascer (74 nascidos com baixo peso e 140 com peso adequado), reavaliadas aos 18 anos de idade. As variáveis de exposição foram peso ao nascer e ganho de peso pós-natal e o desfecho, a circunferência do pescoço aos 18 anos que também foi verificada quanto à associação com marcadores metabólicos bioquímicos e pressão arterial. Variáveis socioeconômicas e demográficas, estado nutricional, consumo alimentar e nível de atividade física do adolescente foram avaliadas como covariáveis. A homogeneidade da variância das medidas de circunferência do pescoço foi verificada pelo do teste Kolmogorov-Smirnov. A associação entre as variáveis explanatórias e covariáveis com o desfecho foi verificada através do teste t de Student. A circunferência do pescoço e as variáveis metabólicas foram categorizadas e tiveram a associação avaliada pelo teste de Qui-quadro de Pearson. Aa variáveis que melhor explicaram a variação de circunferência do pescoço aos 18 anos, através da análise de regressão linear múltipla, foram o rápido ganho de peso pós-natal, ser do sexo masculino e, na adolescência, apresentar excesso de peso, menor grau de escolaridade e sedentarismo. Não foi observada associação entre a circunferência do pescoço e os marcadores metabólicos na adolescência Concluímos que o rápido ganho de peso nos seis primeiros meses de vida, influenciou no aumento da circunferência do pescoço na adolescência, assim como condição socioeconômica, estilo de vida e fator biológico, representado pelo sexo. No entanto, embora a maior circunferência do pescoço seja um marcador antropométrico utilizado como proxy de desenvolvimento de Doenças Cardiovasculares, no nosso estudo ele não esteve associado com piores parâmetros de glicemia, perfil lipídico, insulinemia e níveis pressóricos.


  • Mostrar Abstract
  • Há evidências de que crianças nascidas com baixo peso estão mais suscetíveis a apresentar rápido ganho de peso pós-natal e, a acumular uma maior proporção de gordura na região superior do corpo, sendo esta apontada como um proxy de vulnerabilidade às alterações metabólicas na vida adulta. Portanto, o estudo teve o objetivo de verificar a associação do peso ao nascer e do ganho de peso pós-natal com a circunferência do pescoço e a associação desta medida com marcadores metabólicos, em adolescentes nascidos a termo. Este é um estudo de coorte de nascimento, iniciado em 1993, na Zona da Mata Meridional de Pernambuco.  A amostra desta pesquisa consistiu em 214 crianças recrutadas ao nascer (74 nascidos com baixo peso e 140 com peso adequado), reavaliadas aos 18 anos de idade. As variáveis de exposição foram peso ao nascer e ganho de peso pós-natal e o desfecho, a circunferência do pescoço aos 18 anos que também foi verificada quanto à associação com marcadores metabólicos bioquímicos e pressão arterial. Variáveis socioeconômicas e demográficas, estado nutricional, consumo alimentar e nível de atividade física do adolescente foram avaliadas como covariáveis. A homogeneidade da variância das medidas de circunferência do pescoço foi verificada pelo do teste Kolmogorov-Smirnov. A associação entre as variáveis explanatórias e covariáveis com o desfecho foi verificada através do teste t de Student. A circunferência do pescoço e as variáveis metabólicas foram categorizadas e tiveram a associação avaliada pelo teste de Qui-quadro de Pearson. Aa variáveis que melhor explicaram a variação de circunferência do pescoço aos 18 anos, através da análise de regressão linear múltipla, foram o rápido ganho de peso pós-natal, ser do sexo masculino e, na adolescência, apresentar excesso de peso, menor grau de escolaridade e sedentarismo. Não foi observada associação entre a circunferência do pescoço e os marcadores metabólicos na adolescência Concluímos que o rápido ganho de peso nos seis primeiros meses de vida, influenciou no aumento da circunferência do pescoço na adolescência, assim como condição socioeconômica, estilo de vida e fator biológico, representado pelo sexo. No entanto, embora a maior circunferência do pescoço seja um marcador antropométrico utilizado como proxy de desenvolvimento de Doenças Cardiovasculares, no nosso estudo ele não esteve associado com piores parâmetros de glicemia, perfil lipídico, insulinemia e níveis pressóricos.

2
  • MICHELLE BATISTA MENDES
  • EXCESSO DE PESO EM CRIANÇAS DE 5 A 9 ANOS: EVOLUÇÃO TEMPORAL E FATORES ASSOCIADOS NO ESTADO DE PERNAMUCO

  • Orientador : PEDRO ISRAEL CABRAL DE LIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FABIANA CRISTINA LIMA DA SILVA PASTICH GONCALVES
  • NATHALIA PAULA DE SOUZA
  • POLIANA COELHO CABRAL
  • Data: 28/02/2023

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  • A obesidade infantil está presente nos países desenvolvidos e em desenvolvimento em todo o mundo, e apresenta-se distribuída em todas as classes socioeconômicas, representando um problema de saúde pública relevante. Este movimento crescente na prevalência do excesso de peso despertou preocupação entre os gestores públicos e profissionais da saúde, conferindo uma atenção ainda maior às consequências que este agravo pode trazer na infância, e posteriormente na vida adulta. Considerando que a obesidade é  um dos agravos mais crescentes no Brasil e no mundo,  com destaque ao  incremento na infância, este estudo tem como objetivo descrever a evolução temporal (2006/2016) e os fatores associados ao excesso de peso em crianças de 5 a 9 anos no estado de Pernambuco. Trata-se de um estudo transversal de base populacional analisado em dois períodos de tempos distintos, com caráter analítico e abordagem quantitativa. Foram utilizadas informações disponíveis nos bancos de dados da III e IV Pesquisa Estadual de Saúde e Nutrição (PESN/PE), realizadas no estado de Pernambuco nos anos de 2006 e 2016, respectivamente, para analisar os fatores associados ao excesso de peso. As variáveis foram agrupadas em socioeconômicas, ambientais, biológicas e demográficas maternas e das crianças, e os dados obtidos da amostra foram digitalizados e processados utilizando o software EPI-Info, versão 7.1. Para a análise estatística  utilizou-se  o SPSS, versão 13, e para a associação do excesso de peso com as variáveis de exposição utilizou-se o teste do qui-quadrado com a correção de Yates e a regressão de Poisson bruta e ajustada. As variáveis independentes que apresentaram valor de p<0,20 na análise bivariada entraram na análise multivariada. A prevalência de excesso de peso duplicou entre os anos verificados (de 11,7% em 2006 para 24,6% em 2016). Os resultados deste estudo  evidenciaram que as variáveis que apresentaram associação significativa com o excesso de peso no ano de 2016 foram: renda per capita, participação no Programa Bolsa Família, regime de ocupação, cor materna, escolaridade materna e IMC materno, e alertam sobre a necessidade de políticas públicas que possam atuar de forma mais incisiva para o tratamento e a prevenção das doenças crônicas não transmissíveis que podem surgir em consequência deste agravo na população de crianças de 5 a 9 anos. 


  • Mostrar Abstract
  • A obesidade infantil está presente nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, e apresenta-se como um problema de saúde pública relevante, e considerando que a obesidade é considerada um dos agravos mais crescentes em todo o mundo, este estudo apresenta como propósito descrever a evolução temporal (2006/2016) e os fatores associados ao excesso de peso em crianças de 5 a 9 anos no estado de Pernambuco. Trata-se de um estudo transversal analisado em dois períodos de tempos distintos, de caráter analítico e abordagem quantitativa. Foram utilizadas informações disponíveis nos bancos de dados da III e IV Pesquisa Estadual de Saúde e Nutrição (PESN/PE), nos anos de 2006 e 2016 As variáveis foram agrupadas em socioeconômicas, ambientais, biológicas e demográficas maternas e das crianças, e os dados obtidos da amostra foram  digitados e processados utilizando o software EPI-Info. A prevalência de excesso de peso duplicou entre os anos verificados (de 11,7% em 2006 para 24,6% em 2016). As variáveis que apresentaram associação significante com o excesso de peso no ano de 2016 foram: renda per capita, participação no Programa Bolsa Família, regime de ocupação, cor materna, escolaridade materna e IMC materno. Os resultados alertam sobre a necessidade de políticas públicas que possam atuar de forma mais incisiva para o tratamento e a prevenção das doenças crônicas não transmissíveis na população de crianças de 5 a 9 anos. 

3
  • MARCELA AMORIM ALVES
  • BRONCOESPASMO INDUZIDO POR EXERCÍCIO E ESTADO DE CONTROLE DA ASMA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES ATENDIDOS EM AMBULATÓRIO ESPECIALIZADO. EXISTE ASSOCIAÇÃO?


  • Orientador : JOSE ANGELO RIZZO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SILVIA WANICK SARINHO
  • DECIO MEDEIROS PEIXOTO
  • MARCO AURELIO DE VALOIS CORREIA JUNIOR
  • Data: 28/04/2023

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  • Introdução: O exercício físico frequentemente está associado a sintomas respiratórios nas crianças e adolescentes asmáticos. O broncoespasmo induzido por exercício (BIE) é uma das causas mais frequentes neste grupo etário e alguns autores o associam ao inadequado controle da doença. Objetivo: Verificar a associação entre o diagnóstico de BIE e o estado de controle da asma avaliado pelos questionários ACTTM (Asthma Control Test) para adolescentes e c-ACT (Childhood Asthma Control Test) para as crianças e estimar sua acurácia para inferir o diagnóstico do BIE. Metodologia: Trata-se de estudo retrospectivo em banco de dados, realizado do Hospital das Clínicas da UFPE, Brasil. Foram avaliados dados de 196 indivíduos asmáticos diagnosticados por especialistas com idade entre 7 e 19 anos (95 femininos) provenientes dos ambulatórios especializados do hospital e submetidos aos questionários ACTTM e c-ACT. Foi considerado ponto de corte para asma controlada o escore > 19 em ambos os questionários. O diagnóstico de BIE foi estabelecido pela redução > 10% no VEF1 em relação ao valor basal aos 5, 15 ou 30 minutos após bronco-provocação por hiperventilação voluntária eucápnica. Resultados: No grupo etário como um todo não foi verificada associação entre o diagnóstico de BIE e estado de controle da asma (p=0,063), no entanto, nas crianças, esta associação foi estatisticamente significativa (p= 0,013). A sensibilidade do ACT para o diagnóstico do BIE foi de 38,6% e a especificidade de 62,7%. Para o c-ACT estes valores foram, respectivamente, 53,8% e 71,0%. Conclusão: Verificamos associação entre o estado de controle da asma e o diagnóstico de BIE apenas nas crianças. Ademais, não verificamos sensibilidade e especificidade adequados para inferir a probabilidade de diagnóstico de BIE a partir da pontuação < 19 nos dois questionários. 


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  • Introdução: O exercício físico frequentemente está associado a sintomas respiratórios nas crianças e adolescentes asmáticos. O broncoespasmo induzido por exercício (BIE) é uma das causas mais frequentes neste grupo etário e tem sido associado ao inadequado controle da doença. Objetivo: Verificar a associação entre o diagnóstico de BIE e o estado de controle da asma avaliado pelos questionários ACTTM (Asthma Control Test) para adolescentes e c-ACT (Childhood Asthma Control Test) para as crianças e estimar sua especificidade e sensibilidade para o diagnóstico do BIE. Metodologia: Trata-se de estudo retrospectivo em banco de dados, realizado do Hospital das Clínicas da UFPE, Brasil. Foram incluídos 196 indivíduos asmáticos diagnosticados por especialistas com idade entre 7 e 19 anos (95 femininos) provenientes dos ambulatórios especializados do hospital e submetidos aos questionários ACTTM e c-ACT. Foi considerado ponto de corte para asma controlada o escore > 19 em ambos os questionários. O diagnóstico de BIE foi estabelecido pela redução > 10% no VEF1 em relação ao valor basal aos 5, 15 ou 30 minutos após bronco-provocação por hiperventilação voluntária eucápnica (HVE). Resultados: No grupo etário como um todo não foi verificada associação entre o diagnóstico de BIE e estado de controle da asma (p=0,063), no entanto, nas crianças, esta associação foi estatisticamente significativa (p= 0,013). A sensibilidade do ACT para o diagnóstico do BIE foi de 38,6% e a especificidade de 62,7%. Para o c-ACT estes valores foram, respectivamente, 53,8% e 71,0%. Conclusão: No presente estudo verificamos associação entre o estado de controle da asma e o diagnóstico de BIE apenas nas crianças. Ademais, não verificamos sensibilidade e especificidade adequados para inferir a probabilidade de diagnóstico de BIE a partir da pontuação < 19 nos dois questionários. 

4
  • ELLEN DIANA SILVA DE SOUZA
  • ALEITAMENTO MATERNO, CONSUMO DE ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS E PERFIL ANTROPOMÉTRICOS DE LACTENTES DO ESTADO DE PERNAMBUCO


  • Orientador : PEDRO ISRAEL CABRAL DE LIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • NATHALIA PAULA DE SOUZA
  • POLIANA COELHO CABRAL
  • VANESSA SA LEAL
  • Data: 27/06/2023

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  • Os primeiros mil dias de vida representam uma janela de oportunidade para que hábitos saudáveis sejam adotados, influenciando a saúde e qualidade de vida a curto e longo prazo. Assim, o aleitamento materno e a alimentação complementar são de extrema importância, apesar disso, observa-se o consumo de alimentos ultraprocessados cada vez mais cedo e o aleitamento materno exclusivo ainda  aquém do desejado, contribuindo para a crescente prevalência de obesidade infantil, o que está relacionado com o surgimento de doenças crônicas mesmo na infância. Em contrapartida, a desnutrição ainda apresenta níveis expressivos na região nordeste. Por isso, o objetivo desta dissertação foi avaliar a duração do aleitamento materno exclusivo e continuado, o consumo de alimentos ultraprocessados e o perfil antropométrico de lactentes. Trata-se de um estudo ecológico, com abordagem quantitativa, realizado a partir de relatórios públicos online disponíveis no Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, referentes ao ano de 2019. A amostra foi separada por idade, com o primeiro grupo formado pelos lactentes menores de 6 meses e o segundo grupo por lactentes entre 6 meses e 23 meses e agrupados por sexo e macrorregião de saúde. Em seguida, foi realizada a análise descritiva e bivariada dos dados, utilizando o teste de qui-quadrado de Yates para verificação de associações. A prevalência do aleitamento materno exclusivo no estado variou de 29,1% (meninos da 3ª macrorregião) à 44,5% (meninos da 4ª macrorregião).  Já o aleitamento materno continuado obteve uma maior prevalência entre as meninas da 4ª macrorregião, 67,1%. O consumo de alimentos ultraprocessados evidenciou uma prevalência de 48,9%, sem diferença entre os sexos. Dentre os alimentos ultraprocessados, o mais consumido foi a bebida adoçada, seguido pelo biscoito recheado, doces ou guloseimas. Quanto a diversidade alimentar mínima, observou-se que 28,7% não teve acesso a 6 grupos de alimentos. Alimentos fontes de vitamina A não foram consumidos por 48,8% e àqueles fontes de ferro foram consumidos por menos de 1/5 dos lactentes avaliados.  Entre os menores de seis meses, a prevalência de excesso de peso foi 13,9%, com uma maior prevalência entre os meninos (p<0,001), a maior prevalência foi encontrada entre os meninos da 2ª macrorregião (16,6%). Por outro lado, a prevalência de magreza oscilou entre 5,9% (meninas da 2ª macrorregião) e 11,8% (meninas da 1ª macrorregião). Com relação ao déficit estatural, foi revelada uma maior prevalência na 1ª macrorregião, 19,3% entre os meninos e 17,9% entre as meninas. Já entre os lactentes entre 6 e 23 meses a prevalência de excesso de peso foi de 20,6%, com maior percentual entre os meninos da 1ª macrorregião (23,3%), com diferença estatística entre os sexos (p<0,001).  Por sua vez, a magreza apresentou uma prevalência de 7,7% no estado, com maior prevalência entre os meninos (p<0,001).Os meninos da 1ª macrorregião apresentaram o maior percentual (9,4%). Quanto ao déficit estatural, mostrou-se mais prevalente entre os meninos em todas as macrorregiões, com diferença estatística (p<0,001).  Estamos diante de uma sindemia, em que medidas para garantir a segurança alimentar e nutricional precisam ser adotadas, como programas para promoção do aleitamento materno exclusivo e alimentação saudável, bem como geração de emprego e renda.



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  • Introdução: Os primeiros mil dias de vida representam uma janela de oportunidade para que hábitos de vida saudáveis sejam adotados, influenciando a saúde e qualidade de vida ao longo da vida do indivíduo. Assim, o aleitamento materno e o início da alimentação complementar são de extrema importância, apesar disso, observa-se o consumo de alimentos ultraprocessados cada vez mais cedo e o aleitamento materno exclusivo ainda  aquém do desejado, contribuindo para a crescente prevalência de obesidade infantil, o que está relacionado com o surgimento de doenças crônicas mesmo na infância. Em contrapartida, a desnutrição ainda apresenta níveis expressivos no Brasil, em especial, na região nordeste. Objetivo: Avaliar a duração do aleitamento materno exclusivo e continuado, o consumo de alimentos ultraprocessados e o perfil antropométrico de lactentes. Metodologia: Trata-se de um estudo ecológico, com abordagem quantitativa, realizado a partir de relatórios públicos online disponíveis no Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, referentes ao ano de 2019. A amostra foi separada por idade, com o primeiro grupo formado pelos lactentes menores de 6 meses e o segundo grupo por lactentes entre 6 meses e 23 meses e agrupados por sexo e macrorregião de saúde. Em seguida, foi realizada a análise descritiva e bivariada dos dados, utilizando o teste de qui-quadrado de Yates para verificação de associações. Também foram calculados o risco relativo e o seu intervalo de confiança de 95%. Foi considerado com significância estatística aqueles com valor de p< 0,05. Resultados: A prevalência do aleitamento materno exclusivo foi de 36,3%, sem diferença entre os sexos e o aleitamento materno continuado obteve uma prevalência de 47,5%. O consumo de alimentos ultraprocessados evidenciou uma prevalência de 48,9%. Entre os menores de seis meses, a prevalência de excesso de peso foi 13,9%, com uma maior prevalência entre os meninos (p<0,001) e a prevalência de magreza foi de 9,4%. Já entre os lactentes entre 6 meses e 23 meses a prevalência de excesso de peso foi de 20,6%, já a magreza apresentou uma prevalência de 7,7%, com maior prevalência entre os meninos (p<0,001) em ambos os casos. Conclusão: Estamos diante de uma sindemia, em que medidas para garantir a segurança alimentar e nutricional precisam ser adotadas, como programas para promoção do aleitamento materno exclusivo e alimentação saudável, bem como geração de emprego e renda.

5
  • DANIELLE LAET SILVA GALVÃO
  • A INTERSECCIONALIDADE NA AMAMENTAÇÃO EM PESSOAS TRANSGÊNERAS: VIVÊNCIAS DE PROFISSIONAIS E USUÁRIOS DE BANCO DE LEITE HUMANO


  • Orientador : ESTELA MARIA LEITE MEIRELLES MONTEIRO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIELA TAVARES GONTIJO
  • MARIANA BOULITREAU SIQUEIRA CAMPOS BARROS
  • WALDEMAR BRANDAO NETO
  • Data: 18/07/2023

  • Mostrar Resumo
  • Os benefícios da amamentação são documentados na literatura científica, constituindo um direito reprodutivo negligenciado em populações minoritárias, como a de transgêneros. O referencial da Interseccionalidade constitui uma lente teórica analítica que conecta os elementos que marginalizam a população trans no acesso aos serviços de orientação à amamentação. O estudo objetivou compreender as vivências dos profissionais de Banco de Leite Humano e usuários de serviços de saúde no contexto da amamentação de pessoas transgêneras masculinas. Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, interpretativa. Participaram seis profissionais que atuavam em cenário de Banco de Leite Humano e assistiram previamente homens trans no contexto de amamentação, e dois homens trans que mediante suporte profissional amamentaram seus filhos ao peito, por pelo menos um mês, nos últimos 5 anos. Os dados foram coletados de agosto a outubro de 2022, através de registros em diário de campo, aplicação de formulários com caracterização sóciodemográfica e entrevistas semiestruturadas individuais, embasadas por roteiros previamente testados. As entrevistas foram gravadas, transcritas e validadas pelos participantes. Foi utilizada a técnica de Análise Temática, proposta por Braun e Clarke, com o auxílio do software Atlas.ti (versão 9.0). Foram identificadas duas categorias temáticas para cada grupo de participantes: I-Imediatez e significabilidade na vivência assistencial ao homem transexual e II-Sugestões para assistência almejada ao homem transexual em serviço de BLH, para os profissionais de saúde; e I-Imediatez e significabilidade na vivência do homem trans sobre o processo de amamentar e II-Assistência almejada pelos homens trans: sugestões para gestores/serviços e profissionais de saúde no contexto da amamentação, para os usuários trans. Os resultados demonstraram vivências profissionais com tentativa de inclusividade, porém permeadas por lacunas de conhecimento sobre as especificidades desta população, no contexto de amamentação. Todos atenderam apenas um homem trans em suas vivências, sendo um momento de grande aprendizado. Os homens trans revelaram vivências de violências transfóbicas, pelo uso de nomes não condizentes à sua identidade de gênero e julgamentos morais, até a percepção de inclusividade por profissional de suporte ao aleitamento. Houve adesão exitosa dos homens trans diante da vivência prazerosa em amamentar. Diante das lacunas identificadas na assistência, os profissionais e usuários trans de serviços de saúde sugeriram, como medidas para incremento da inclusividade, o incentivo à pesquisa e educação permanente em saúde dos profissionais, com participação de pessoas trans. Citaram a necessidade de contemplar informações sobre a amamentação desde o pré-natal e de acompanhamento multidisciplinar capaz de estabelecer uma relação de empatia com esta população, com ênfase em uma assistência integral em saúde. Concluiu-se que as ferramentas de opressão da cisheteronormatividade e modelo biomédico de cuidado estão presentes no atendimento à população trans no contexto da amamentação. É necessária a compreensão das vivências de profissionais e usuários trans de serviços de suporte em aleitamento para subsidiar políticas públicas resolutivas, que possibilitem enfrentamento das iniquidades com base na interseccionalidade. Espera-se que este estudo contribua para reflexão e reestruturação de práticas para atendimento integral e equânime à população trans em amamentação.


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  • Os benefícios da amamentação são bem documentados na literatura científica, constituindo um direito reprodutivo negligenciado em populações minoritárias, como a de transgêneros. Há inúmeros entraves fundamentados na cisheteronormatividade para equidade de atendimento em serviços de saúde, incluindo os Bancos de Leite Humano. O referencial da Interseccionalidade constitui uma lente teórica analítica, que instrumentaliza estabelecer a conexão dos elementos que concorrem para a marginalização da população trans no acesso aos serviços de orientação à amamentação. O referencial ainda subsidia estratégias resolutivas, ao possibilitar múltiplas formas de enfrentamento das iniquidades. O estudo objetivou compreender as vivências dos profissionais de Banco de Leite Humano e usuários de serviços de saúde no contexto da amamentação de pessoas transgêneras masculinas. Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, descritivo-exploratório. Participaram seis profissionais de Banco de Leite Humano, que assistiram previamente homem trans no contexto de amamentação e dois homens trans que amamentaram seus filhos ao peito, por pelo menos um mês, nos últimos 5 anos, e que foram orientadas por profissionais no suporte à amamentação. Foi aplicado formulário semiestruturado para apreensão de dados de caracterização dos participantes e realizadas entrevistas individuais, embasadas por roteiros propostos para cada grupo de participantes, previamente testados, quanto a clareza e potencialidade para alcance dos objetivos do estudo. As entrevistas foram gravadas e transcritas. A triangulação dos dados também foi caracterizada pelos registros de questões subjetivas, em diário de campo, realizado durante a realização das entrevistas. Para análise, foi utilizada a técnica de Análise de Temática, proposta por Braun e Clarke, com o auxílio do software Atlas.ti (versão 9.0). Foram identificadas duas categorias temáticas para cada grupo de participantes: I. Vivências na assistência ao homem transexual e II. Sugestões para uma assistência almejada ao homem transexual em serviço de Banco de Leite Humano, para os profissionais de saúde; e I. Vivências do homem trans sobre o processo de amamentar e II. Assistência almejada pelos homens trans: sugestões para gestores/serviços e profissionais de saúde no contexto da amamentação em pessoas trans, para os usuários trans. Os resultados demonstraram vivências profissionais com tentativa de inclusividade, porém permeadas por lacunas de conhecimento sobre as especificidades desta população, no contexto de amamentação. Todos atenderam um homem trans em suas vivências, sendo um momento de grande aprendizado. As vivências dos homens trans se referiram desde a experiência de violências transfóbicas, pelo uso de nomes não condizentes à sua identidade de gênero e julgamentos morais, até a percepção de inclusividade por profissional de suporte ao aleitamento, que assistia mulheres lésbicas. Houve adesão exitosa dos homens trans à amamentação, sendo vivenciada de modo prazeroso. Diante das lacunas identificadas na assistência à amamentação de homens transexuais, os profissionais de Banco de Leite Humano e usuários trans de serviços de saúde sugeriram, como medidas para incremento da inclusividade, o incentivo à pesquisa e educação permanente em saúde dos profissionais, com participação de pessoas trans. Citaram a necessidade de contemplar informações sobre a amamentação desde o pré-natal e de acompanhamento multidisciplinar capaz de estabelecer uma relação de empatia com esta população, com ênfase em uma assistência integral em saúde. Concluiu-se que é necessária a reformulação de saberes e práticas em saúde, que alicercem estratégias e tecnologias educativas em saúde acolhedoras e inclusivas para uma assistência integral e equânime à população trans em amamentação. Espera-se que este estudo contribua para reflexão de práticas de trabalho e diminuição de inequidades na assistência a indivíduos masculinos transgêneros, no contexto da amamentação.

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  • REBECA DANIELLY BARROS XAVIER
  • MORTALIDADE FETAL NO RECIFE/PERNAMBUCO, 2010 A 2021: TENDÊNCIA TEMPORAL, EVITABILIDADE E SUA RELAÇÃO COM A VIGILÂNCIA DO ÓBITO
     
     
  • Orientador : SILVIA WANICK SARINHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CRISTINE VIEIRA DO BONFIM
  • CONCEIÇÃO MARIA DE OLIVEIRA
  • PEDRO ISRAEL CABRAL DE LIRA
  • Data: 24/08/2023

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  • A mortalidade fetal representa um problema de saúde pública em todo o mundo.
    Analisar a tendência e a evitabilidade dos óbitos fetais contribui para o planejamento
    de intervenções e para o monitoramento da qualidade dos cuidados pré-natais e
    intraparto. O objetivo deste estudo foi analisar a tendência temporal da mortalidade
    fetal segundo duas classificações de evitabilidade e sua relação com a vigilância do
    óbito no Recife/Pernambuco, de 2010 a 2021. Realizou-se um estudo de tendência
    temporal, com dados dos Sistemas de Informações sobre Mortalidade e sobre
    Nascidos Vivos. O modelo de regressão Joinpoint foi utilizado para analisar a
    tendência temporal da mortalidade fetal. O teste de McNemar para amostras pareadas
    foi aplicado para comparar a evitabilidade dos óbitos segundo as duas classificações.
    Para verificar a relação entre o percentual de óbitos fetais investigados e discutidos
    pela vigilância do óbito e a mortalidade fetal por causas evitáveis e mal definidas
    segundo a Lista Brasileira de Causas de Morte Evitáveis para óbitos fetais (LBE-OF)
    e para menores de cinco anos (LBE < 5), utilizou-se o coeficiente de correlação de
    Spearman. Entre 2010 e 2021 foram registrados 2.490 óbitos fetais e 262.300
    nascidos vivos de mães residentes no Recife. A mortalidade fetal apresentou
    tendência temporal estacionária. Para as duas classificações, o grupo de causas
    evitáveis apresentou maior frequência de óbitos fetais. A LBE-OF apresentou menor
    número de óbitos evitáveis (n= 1.814; 72,9%), em comparação a LBE < 5 anos (n=
    2.091; 84%) e maior número de óbitos por causas mal definidas (n= 471; 18,9%), em
    relação a LBE < 5 anos (n= 205; 8,2%). Entre os subgrupos de evitabilidade, o
    reduzíveis por adequada atenção na gestação apresentou maior frequência segundo
    as duas classificações, com a LBE-OF apresentando maior número de óbitos (n=
    1.447; 79,8%), em comparação com a LBE < 5 anos (n= 1.355; 64,8%). A
    mortalidade fetal evitável apresentou tendência crescente segundo a LBE-OF (APC:
    2,1; p = 0,018) e estacionária segundo a LBE < 5 anos. Ao considerar o período total
    da série, houve tendência estacionária para mortalidade fetal reduzível por adequada
    atenção na gestação, segundo as duas classificações. Houve tendência decrescente
    para a mortalidade fetal por causas mal definidas segundo a LBE-OF (APC: -12,3; p < 0,001) e estacionária segundo a LBE < 5 anos. Houve correlação negativa entre o
    percentual de óbitos fetais investigados e discutidos e a mortalidade fetal por causas
    mal definidas segundo a LBE-OF (ρ = -0,64; p = 0,032) e a LBE < 5 anos (ρ = -0,82;
    p = 0,002). Conclui-se que, no período do estudo, não houve redução significativa na
    mortalidade fetal. A maior parte dos óbitos fetais foi evitável, principalmente por
    meio da adequada atenção à mulher na gestação. Houve declínio dos óbitos fetais por
    causas mal definidas. A elevação do percentual anual de óbitos fetais investigados e
    discutidos pela vigilância do óbito ao longo dos anos associou-se à redução das causas
    mal definidas.

  • Mostrar Abstract
  • A mortalidade fetal representa um problema de saúde pública em todo o mundo.
    Conhecer sua tendência e a evitabilidade dos óbitos fetais contribui para prevenção e
    monitoramento da qualidade da assistência pré-natal e intraparto. O objetivo deste estudo
    foi analisar a tendência temporal da mortalidade fetal, de seus componentes e das causas
    evitáveis e mal definidas segundo duas classificações de evitabilidade: Lista Brasileira de
    Causas de Mortes Evitáveis para óbitos fetais (LBE-OF) e para menores de cinco anos
    (LBE < 5), no Recife no período de 2010 a 2021. Realizou-se um estudo de tendência
    temporal, com dados dos Sistemas de Informações sobre Mortalidade e sobre Nascidos
    Vivos. Foi utilizado o modelo de regressão Joinpoint para analisar a tendência temporal e
    o teste de McNemar para amostras pareadas para comparação entre as classificações de
    evitabilidade. Para relacionar o percentual de óbitos fetais investigados e discutidos pela
    vigilância do óbito com a mortalidade fetal por causas evitáveis e mal definidas
    utilizou-se o coeficiente de correlação de Spearman. A mortalidade fetal apresentou
    tendência temporal estacionária. A LBE-OF apresentou menor percentual de evitabilidade
    (72,9%) e maior percentual de causas mal definidas (18,9%) comparada a LBE < 5 anos.
    Houve tendência temporal decrescente para a mortalidade fetal por causas mal definidas
    segundo a LBE-OF e estacionária para a LBE < 5 anos. Houve correlação negativa entre o
    percentual de óbitos fetais investigados e discutidos e a mortalidade fetal por causas mal
    definidas segundo a LBE-OF (ρ = -0,64; p = 0,032) e a LBE < 5 anos (ρ = -0,82; p =
    0,002). Conclui-se que no período do estudo não houve redução na mortalidade fetal.
    Houve diferença entre as tendências temporais da mortalidade fetal e os percentuais de
    evitabilidade segundo as classificações. A maior parte dos óbitos fetais foi evitável,
    principalmente por meio da adequada atenção à mulher na gestação. Há necessidade de
    melhorias na atribuição das causas de mortes fetais e de investimentos nas ações de
    redução da mortalidade fetal.
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  • CAROLINA RIBEIRO LINS E MELLO LAFAYETTE
  • ADESÃO À DIETA SEM GLÚTEN EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM DOENÇA CELÍACA: CONTRIBUIÇÕES DO CELIAC DIETARY ADHERENCE TEST ADAPTADO E DO TESTE RÁPIDO PARA DETECÇÃO DE GLÚTEN NA URINA

  • Orientador : MARGARIDA MARIA DE CASTRO ANTUNES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GISELIA ALVES PONTES DA SILVA
  • HÉLCIO DE SOUSA MARANHÃO
  • POLIANA COELHO CABRAL
  • Data: 28/08/2023

  • Mostrar Resumo
  • Avaliar a adesão à dieta sem glúten é um ponto crucial do acompanhamento dos pacientes com doença celíaca (DC). Objetivos: Investigar se há concordância entre a adesão à dieta sem glúten avaliada pelo Celiac Dietary Adherence Test (CDAT) adaptado e a negatividade do Teste Rápido para Detecção de Glúten na urina (GIPu). Além disso, buscou-se avaliar como fatores clínicos, sociodemográficos e a situação de segurança alimentar da família de crianças e adolescentes com DC influenciam na adesão à dieta sem glúten e nos resultados do GIPu. Métodos: O estudo envolveu crianças e adolescentes com diagnóstico de DC, em acompanhamento médico, com prescrição de dieta sem glúten por pelo menos seis meses, em dois hospitais públicos vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS). O CDAT adaptado foi aplicado, e amostras de urina foram coletadas para a realização do GIPu. O questionário CDAT original passou por adaptação com tradução, retrotradução e avaliação por especialistas. Foi realizada entrevista para coleta de dados sociodemográficos (sexo, idade, número de pessoas na família, renda familiar per capita) e, características da doença (idade e tempo de diagnóstico, forma de apresentação da DC). A situação de (in)segurança alimentar (SAN) da família foi avaliada pela Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). Resultados: A concordância entre os dois métodos foi 79,6% (43/54), com discordância de 20,4% (11/54). A adesão à dieta sem glúten foi observada em 88.9% (IC:77,4-95,8; p<0,001) pela pontuação no CDAT adaptado e 87.0% (IC:75,1-94,6; p<0,001) tiveram GIPu negativo. A idade mais jovem dos pacientes explicou 23,0% (rb = -0,48) da adesão à dieta sem glúten, enquanto o sexo masculino explicou 7,3% (φ = 0,27), e a presença de sintomas no diagnóstico explicou 8,4% (φ = -0,29). A renda familiar per capita não teve efeito na adesão à dieta. Por outro lado, o menor número de membros na família explicou 7,8% (rb = -0,28), e a situação de insegurança alimentar moderada ou grave explicou 10,2% (φ = 0,32) da positividade para o GIPu. Conclusão: os resultados do GIPu têm discordância considerável com o questionário CDAT adaptado. Mesmo assim, altas taxas de adesão à dieta sem glúten e negatividade para o GIPu foram observadas em crianças e adolescentes com DC em acompanhamento especializado de gastropediatria. Fatores como idade, sexo, momento e duração do diagnóstico afetam a adesão à dieta, enquanto o tamanho da família e a insegurança alimentar tem efeito na positividade para o GIPu. Esses achados sugerem que os dois métodos medem fenômenos distintos – possivelmente o CDAT avalia a adesão consciente à dieta sem glúten, enquanto o GIPu detecta o contato inconsciente ou inevitável com glúten.


  • Mostrar Abstract
  • No contexto da doença celíaca (DC), a adesão à dieta sem glúten representa o tratamento de longo prazo e tem sido conceituada e mensurada de forma pouco consensual. Adesão à dieta sem glúten é um ponto crucial do acompanhamento dos pacientes com doença celíaca (DC). Recentemente a detecção do peptídeo imunogênico ao glúten (GIP) na urina ou nas fezes foi proposta para avaliar a adesão, mas ainda não está clara sua utilidade no monitoramento da adesão à dieta sem glúten. Objetivos: Nós investigamos se há concordância entre a adesão à dieta sem glúten avaliada pelo Celiac Dietary Adherence Test (CDAT) adaptado e a detecção negativa de glúten na urina pelo Test Rápido para Detecção de Glúten na urina (GIPu) em crianças e adolescentes com DC. Métodos: foram avaliadas crianças e adolescentes com diagnóstico de DC em dieta sem glúten há pelo menos seis meses pelo CDAT adaptado. Dois tradutores juramentados bilíngues traduziram do inglês para o português o questionário CDAT original e um grupo de oito especialistas (quatro gastroenterologistas pediátricos, três nutricionistas pediátricos e um nutrólogo) realizaram a avaliação semântica. Cada questão precisou ter 75% de concordância para compor a versão final que foi retrotraduzida por dois tradutores nativos de língua inglesa para avaliação da equivalência semântica com o questionário original. Foi mantido o ponto de corte de 12 pontos sugerido pelos autores do CDAT para mensurar a adesão. Para crianças abaixo de oito anos, o CDAT adaptado foi respondido pelos pais ou responsável e para outros participantes a entrevista foi conduzida sem a presença do responsável. Logo após a entrevista, foi solicitada uma amostra de urina para realização do GIPu. A situação de (in)segurança alimentar (SAN) da família foi avaliada pela Escala Brasileira de Insegurança Alimentar. Resultados: a frequência de adesão à dieta sem glúten e detecção negativa de glúten na urina foram 88.9% (IC:77,4-95,8; p<0,001) e 87.0% (IC:75,1-94,6; p<0,001), respectivamente. Identificamos 20,4% de discordância entre os resultados dos dois métodos. Houve efeito negativo moderado para as variáveis idade (TDE=-0,48) e idade do diagnóstico (TDE=-0,38). A detecção positiva de glúten na urina foi associada com níveis de insegurança alimentar moderado e grave da família (IC:1.2-34.8, p=0,036). Conclusão: os resultados do CDAT adaptado e do GIPu apresentam discordância e estão relacionados a fatores diferentes sugerindo que os dois métodos medem fenômenos diferentes. As crianças menores e com diagnóstico precoce apresentam maior adesão à dieta sem glúten, com isso o sistema de saúde deve ser preparado para viabilizar o diagnóstico dos indivíduos com DC no começo dos sintomas e sinais da doença assim como dar suporte aos adolescentes com DC para o aumento da adesão à dieta sem glúten. Por meio da adaptação do questionário CDAT para utilização em crianças e adolescentes com DC, foi possível acessar frequências de adesão condizentes com pacientes acompanhados em serviço especializado de gastroenterologia pediátrica.

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  • KAMILA TICIANA DIAS FERREIRA
  • INFLUÊNCIA DO VALOR DO VEF1 BASAL NO DIAGNÓSTICO DO BRONCOESPASMO INDUZIDO POR EXERCÍCIO  EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES ASMÁTICOS.





  • Orientador : JOSE ANGELO RIZZO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DECIO MEDEIROS PEIXOTO
  • MARCO AURELIO DE VALOIS CORREIA JUNIOR
  • RITA DE CASSIA DOS SANTOS FERREIRA
  • Data: 31/08/2023

  • Mostrar Resumo
  • INTRODUÇÃO: Asma é uma doença crônica que afeta mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo. Aproximadamente 50% das crianças e adolescentes com diagnóstico de asma apresentam broncoespasmo induzido por exercício (BIE), desencadeado pela desidratação do epitélio consequente à hiperventilação e liberação de mediadores celulares.  O diagnóstico do BIE deve ser feito de forma objetiva e necessita de testes de broncoprovocação com medidas do volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) antes e em intervalos específicos após a provocação, sendo considerado resposta compatível com diagnóstico de BIE a redução >10% no VEF1 após o estímulo em relação ao valor basal.  Tanto a corrida em esteira como a hiperventilação voluntária eucápnica (HVE) são considerados estímulos válidos para teste de provocação para diagnóstico de BIE. É controverso na literatura a influência do valor do VEF1 basal na resposta ao teste diagnóstico para BIE e na intensidade dessa resposta.

    OBJETIVOS: Avaliar a associação entre o valor basal do VEF1 e o diagnóstico de BIE em crianças e adolescentes asmáticos.

     METODOLOGIA: Estudo transversal com análise de banco de dados de pacientes submetidos a teste de broncoprovocação por corrida em esteira ou hiperventilação voluntária eucápnica para investigação de broncoespasmo induzido por exercício entre os anos de 2010 e 2020 nos Serviços de Pneumologia e de Alergia e Imunologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) em Recife-PE, Brasil.  

    RESULTADOS: Ao analisar os dados de 352 crianças e adolescentes (156 submetidos a teste de esteira e 196 submetidos a HVE) não encontramos associação entre o valor do VEF1 basal categorizado em quartis e o diagnóstico de BIE. No entanto no grupo submetido à corrida em esteira, na análise multivariada comparando o primeiro e o último quartil verificamos maior probabilidade de BIE nos indivíduos com valores menores de VEF1 basal (OR 3,99 IC 95% 1,34-11,91) assim como com a gravidade da asma (OR 2,68 IC95% 1,14 – 6,27). Já nos pacientes que realizaram HVE, nenhuma variável foi capaz de prever o BIE CONCLUSÃO: Não há como estimar BIE a partir do VEF1 basal e indivíduos com sintomas respiratórios relacionados a atividade física ou que manifestem receio na pratica de atividades físicas, devem ser submetidos a avaliação diagnóstica do BIE.



  • Mostrar Abstract
  • INTRODUÇÃO: Asma é uma doença crônica que afeta mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo. Aproximadamente 50% das crianças e adolescentes com diagnóstico de asma apresentam broncoespasmo induzido por exercício (BIE), desencadeado pela desidratação do epitélio consequente à hiperventilação e liberação de mediadores celulares.  O diagnóstico do BIE deve ser feito de forma objetiva e necessita de testes de broncoprovocação com medidas do volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) antes e em intervalos específicos após a provocação, sendo considerado resposta compatível com diagnóstico de BIE a redução >10% no VEF1 após o estímulo em relação ao valor basal.  Tanto a corrida em esteira como a hiperventilação voluntária eucápnica (HVE) são considerados estímulos válidos para teste de provocação para diagnóstico de BIE. OBJETIVOS: Avaliar a associação entre o valor basal do VEF1 e o diagnóstico de BIE em crianças e adolescentes asmáticos. METODOLOGIA: Estudo transversal com análise de banco de dados de pacientes submetidos a teste de broncoprovocação por corrida em esteira ou hiperventilação voluntária eucápnica para investigação de broncoespasmo induzido por exercício entre os anos de 2010 e 2020 nos Serviços de Pneumologia e de Alergia e Imunologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) em Recife-PE, Brasil.  RESULTADOS: Ao analisar os dados de 352 crianças e adolescentes (156 submetidos a teste de esteira e 196 submetidos a HVE) não encontramos associação entre o valor do VEF1 basal categorizado em quartis e o diagnóstico de BIE. No entanto no primeiro grupo, comparando o primeiro e o último quartil, verificamos uma probabilidade quase 3 vezes maior nos indivíduos com valores menores de VEF1 basal apresentarem BIE, assim como associação com o sexo masculino e gravidade da asma. Já nos pacientes que realizaram HVE, nenhuma variável foi capaz de prever o BIE CONCLUSÃO: Não há como estimar BIE a partir do VEF1 basal e indivíduos com sintomas respiratórios relacionados a atividade física ou que manifestem receio da pratica de atividades físicas, devem ser submetidos a avaliação diagnóstica do BIE.

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  • MAYELLE TAYANA MARINHO
  • AS INTER-RELAÇÕES ENTRE O ENVOLVIMENTO OCUPACIONAL E A PERCEPÇÃO DE SAÚDE NA PERSPECTIVA DE ADOLESCENTES
  • Orientador : DANIELA TAVARES GONTIJO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA WANDERLEYA DE LAVOR CORIOLANO MARINUS
  • MARINA ARAUJO ROSAS
  • RICARDO LOPES CORREIA
  • Data: 27/09/2023

  • Mostrar Resumo
  • A adolescência constitui-se como um período de intensas transformações e de potencial vulnerabilidade no que se refere as condições de saúde. Compreende-se esta fase como um período fértil para o desenvolvimento de ações de promoção e educação em saúde que podem impactar a trajetória de vida. Dialogando com o referencial de Paulo Freire reconhecemos o adolescente enquanto um ser humano de direitos, relacional, dialógico, crítico, capaz de se posicionar e contribuir com a transformação de si mesmo e de sua realidade. Neste sentido, as práticas de educação em saúde com os adolescentes devem ser construídas em uma perspectiva crítica da realidade social, abarcando as relações que os condicionam e determinam. Entre as diferentes temáticas passíveis de problematização junto aos adolescentes, as reflexões sobre como estes se envolvem em suas ocupações cotidianas (foco de atenção da Terapia Ocupacional) e como estas se relacionam com a percepção de saúde podem contribuir com subsídios importantes para o desenvolvimento de ações de educação em saúde. O presente estudo tem o objetivo de compreender as inter-relações entre o envolvimento ocupacional e a percepção de saúde na perspectiva de adolescentes. Trata-se de um estudo qualitativo, alicerçado na investigação temática conforme proposto por Paulo Freire. A pesquisa foi realizada em uma escola municipal localizada na cidade do Recife-Pernambuco, com 33 adolescentes do ensino fundamental com idade entre 13 e 16 anos que frequentavam o oitavo ano do ensino fundamental. O estudo foi operacionalizado em quatro etapas: aproximação com o campo, leitura da realidade, seminários de codificações e problematização. Os dados coletados através de observação participante de atividades lúdicas e expressivas participativas e grupos focais foram analisados por meio da análise de conteúdo temática. Os resultados foram agrupados em quatro categorias: o processo de aproximação com os participantes do estudo; as concepções de saúde e situações de adoecimento na perspectiva dos adolescentes; o envolvimento ocupacional e suas implicações na saúde; os inéditos viáveis na promoção de saúde na adolescência. A análise possibilitou compreender que o envolvimento ocupacional é um fenômeno complexo, que se inter-relaciona de diferentes formas com a percepção de saúde no cotidiano dos adolescentes. Percebeu-se a compreensão pelos adolescentes de saúde a partir das relações com o adoecimento. Entre a diversidade de ocupações realizadas pelos adolescentes, a fragilidade das vivências com os familiares chamou a atenção por suas conexões com a percepção de sofrimento e adoecimento mental. Também foram discutidos o envolvimento com outras ocupações como dormir, uso do celular, atividades escolares, cuidados domésticos, brincar, lazer, amizades e atividades físicas diariamente.  Os dados denunciam diferentes situações de inequidades de poder, relacionadas principalmente a idade, classe socioeconômica e gênero, que caracterizam situações de injustiça ocupacional que atravessam e limitam o envolvimento ocupacional e impactam na percepção de saúde na adolescência. Os participantes também anunciaram possíveis inéditos viáveis para a solução das problemáticas enfrentadas, como a criação de espaços de escuta, de potencialização dos vínculos com os pais e mudanças tanto físicas quanto atitudinais na comunidade escolar. A pesquisa possibilitou a compreensão da potencialidade da investigação temática e da utilização de atividades enquanto recursos que potencializam o envolvimento com a pesquisa e a voz dos adolescentes neste processo, construindo subsídios importantes para a elaboração de estratégias de educação em saúde com este público, pautadas no compromisso com a transformação da realidade.


  • Mostrar Abstract
  • A adolescência constitui-se como um período de intensas transformações e de
    potencial vulnerabilidade no que se refere as condições de saúde. Compreende-se esta fase
    como um período fértil para o desenvolvimento de ações de promoção e educação em saúde
    que podem impactar a trajetória de vida. Dialogando com o referencial de Paulo Freire
    reconhecemos o adolescente enquanto um ser humano de direitos, relacional, dialógico, crítico,
    capaz de se posicionar e contribuir com a transformação de si mesmo e de sua realidade. Neste
    sentido, as práticas de educação em saúde com os adolescentes devem ser construídas em uma
    perspectiva crítica da realidade social, abarcando as relações que os condicionam e determinam.
    Entre as diferentes temáticas passíveis de problematização junto aos adolescentes, as reflexões
    sobre como estes se envolvem em suas ocupações cotidianas (foco de atenção da Terapia
    Ocupacional) e como estas se relacionam com a percepção de saúde podem contribuir com
    subsídios importantes para o desenvolvimento de ações de educação em saúde. Neste estudo,
    objetivou-se compreender as inter-relações entre o envolvimento ocupacional e a percepção de
    saúde na perspectiva de adolescentes. Trata-se de um estudo qualitativo, com desenvolvimento
    alicerçado na Investigação Temática conforme proposto por Paulo Freire. A pesquisa foi
    realizada em uma escola municipal localizada na cidade do Recife - Pernambuco, com 33
    adolescentes do ensino fundamental com idade entre 13 e 16 anos que frequentavam o oitavo
    ano do ensino fundamental. O estudo foi operacionalizado em quatro etapas: aproximação com
    o campo, leitura da realidade, seminários de codificações e problematização. Os dados
    coletados através de observação participante de atividades lúdicas e expressivas participativas
    e grupos focais foram analisados por meio da análise de conteúdo temática. Os resultados da
    investigação temática foram agrupados em quatro categorias: o processo de aproximação com
    os participantes do estudo; as concepções de saúde e situações de adoecimento na perspectiva
    dos adolescentes; o envolvimento ocupacional e suas implicações na saúde; os inéditos viáveis
    na promoção de saúde na adolescência. A análise possibilitou compreender que o envolvimento
    ocupacional é um fenômeno complexo, que se inter-relaciona de diferentes formas com a
    percepção de saúde no cotidiano dos adolescentes. Entre a diversidade de ocupações realizadas
    pelos adolescentes, a fragilidade das vivências com os familiares, chamou a atenção por suas
    conexões com a percepção de sofrimento e adoecimento mental. Também foram discutidos com
    os adolescentes o envolvimento com outras ocupações como dormir, uso do celular, atividades
    escolares, cuidados domésticos, brincar, lazer, amizades e atividades físicas. Os dados
    anunciam diferentes situações de injustiça ocupacional que podem limitar o direito a saúde na
    adolescência, vivenciadas em virtude das vulnerabilidades sociais existentes em consequência
    das questões socioeconômicas, de classe social, de raça, de sexo, de local de moradia, dentre
    outros aspectos. No entanto, os adolescentes também anunciam possíveis inéditos viáveis para
    a solução das problemáticas enfrentadas, como a criação espaços de escuta, de potencialização
    dos vínculos com os pais e mudanças tanto físicas quanto atitudinais na comunidade escolar. A
    pesquisa possibilitou a compreensão da potencialidade da investigação temática na
    compreensão das relações de poder que perpassam o envolvimento ocupacional e a percepção
    de saúde na adolescência, contribuindo com relevantes subsídios para a elaboração de
    estratégias de educação em saúde com este público.
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  • THAYNA RHAYANNE ANDRADE RUFINO DA SILVA COSTA
  • VIVÊNCIAS E PRÁTICAS PARENTAIS DE CUIDADORES PRIMÁRIOS DE CRIANÇAS DE ZERO A SEIS ANOS : ANÁLISE A PARTIR DA FRAMEWORK NURTURING CARE

  • Orientador : MARIA WANDERLEYA DE LAVOR CORIOLANO MARINUS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA PAULA ESMERALDO LIMA
  • DANIELA TAVARES GONTIJO
  • WESLLA KARLA ALBUQUERQUE SILVA DE PAULA
  • Data: 29/09/2023

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  • O desenvolvimento infantil (DI) é um processo de maturação, proveniente do relacionamento da criança com o ambiente. Um dos principais aspectos promotores do desenvolvimento, são as relações entre cuidadores e crianças em atividades diárias.  Dentre os fatores que influenciam a parentalidade e as práticas de promoção do DI, consideram-se as crenças, vivências e práticas parentais, pois apesar da universalidade da função dos pais em criar, educar e proteger os filhos, as práticas parentais podem ser diferentes de acordo com aspectos culturais e serem modificadas ao longo do tempo. Torna-se relevante conhecer as vivências e práticas parentais em contextos socioculturais distintos como na realidade brasileira para que sejam implementados programas e intervenções voltados à promoção do desenvolvimento infantil, com foco nas relações parentais. Objetivo: Descrever as vivências e práticas parentais de cuidadores primários de crianças de zero a seis anos, acompanhadas pela Estratégia Saúde da Família, a partir da Framework Nurturing Care. Método: Estudo descritivo, exploratório, com abordagem qualitativa. Adotou-se como referencial a Framework Nurturing Care da Organização Mundial da Saúde. A coleta de dados foi desenvolvida com 13 cuidadoras primárias de crianças pertencentes ao território de uma Unidade de Saúde da Família do município do Recife- Pernambuco, no período de dezembro de 2022 a abril de 2023. A técnica de coleta de dados foi a entrevista semiestruturada, realizada durante visita à Equipe de Saúde da Família. Os dados foram transcritos, codificados e classificados em subtemas e temas e posteriormente categorizados por meio da análise temática. Resultados: As categorias temáticas foram dispostas a partir do referencial teórico da Framework Nurturing Care, nos eixos: Boa saúde, Nutrição Satisfatória, Cuidados Responsivos, Aprendizagem Precoce, Proteção e segurança. Na categoria Boa saúde destacou-se as condições de saúde desde a gravidez, o comportamento e desenvolvimento das crianças e acesso aos serviços de saúde. Na categoria Nutrição Satisfatória, destacam-se as práticas de alimentação das crianças e o aleitamento materno. Na categoria Cuidados Responsivos percebeu-se as relações de cuidado e práticas parentais entre cuidador e criança, e a rede de apoio no cuidado. Na categoria Oportunidades de Aprendizagem precoce foram identificadas as condições de aprendizagem da criança, tanto na rotina do ambiente domiciliar, como na vida escolar nas creches e pré-escolas. Na categoria Proteção e Segurança, os cuidadores mencionaram a influência de condições financeiras da família e as oportunidades de lazer da família com as crianças. Conclusão: As vivências e práticas parentais foram contempladas em todos os eixos da framework mesmo mediante o contexto de vulnerabilidade vividos pelas famílias. As práticas parentais positivas requerem uma reorganização dos serviços de saúde a partir da implementação de intervenções que incentivem os cuidados responsivos e o desenvolvimento infantil integral, com foco em melhores práticas parentais. 


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  • v>

    O desenvolvimento infantil é um processo de maturação, proveniente do relacionamento
    da criança com o ambiente. Um dos principais aspectos promotores do desenvolvimento,
    são as relações entre cuidadores e crianças em atividades diárias. Estudos têm mostrado
    a primeira infância como prioridade, principalmente em países de média e baixa renda.
    Portanto torna-se relevante conhecer as vivências e práticas parentais em contextos
    socioculturais distintos como na realidade brasileira para que se sejam implementados
    programas e intervenções voltados a promoção do desenvolvimento infantil. Objetivo:
    Descrever as vivências e práticas parentais de cuidadores primários de crianças de zero a
    seis anos, acompanhadas pela Estratégia Saúde da Família, a partir da Framework
    Nurturing Care. Método: Estudo descritivo, exploratório, com abordagem qualitativa.
    Adotou-se como referencial a Framework Nurturing Care da Organização Mundial da
    Saúde. A coleta de dados foi desenvolvida com cuidadores primários de crianças
    pertencentes ao território de uma Unidade de Saúde da Família do município do Recife
    Pernambuco. O instrumento de coleta de dados foi a entrevista semiestruturada, realizada
    no serviço de saúde da família. Os dados foram transcritos, codificados e classificados
    em subtemas e temas e posteriormente categorizados por meio da análise temática.
    Resultados: As categorias temáticas foram dispostas a partir do referencial teórico da
    Framework Nurturing Care, nos eixos: Boa saúde, Nutrição Satisfatória, Cuidados
    Responsivos, Aprendizagem Precoce, Proteção e segurança. Na categoria Boa saúde
    destacou-se as condições de saúde desde a gravidez, o comportamento e desenvolvimento
    das crianças e as condições de acesso aos serviços de saúde. Na categoria Nutrição
    Satisfatória, destacam-se as práticas de alimentação das crianças e o aleitamento materno.
    Na categoria Cuidados Responsivos percebeu-se as relações de cuidado e práticas
    parentais entre cuidador e criança, e a rede de apoio no cuidado. Na categoria
    Oportunidades de Aprendizagem precoce foram identificadas as condições de
    aprendizagem da criança, tanto na rotina do ambiente domiciliar, como na vida escolar
    nas creches e pré-escolas, incluindo as dificuldades no acesso. Na categoria Proteção e
    Segurança, foi destacada a influência de condições financeiras da família e as
    oportunidades de lazer da família com as crianças. Conclusão: Embora as dificuldades
    existam e sejam ainda mais complexas em famílias no contexto de vulnerabilidade social,
    os conhecimentos e práticas parentais positivas podem ser modificados a partir do
    fortalecimento das competências parentais, com a atuação dos profissionais de saúde e
    educação de forma integrada
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  • NATALIA KATARINA NERIS NASCIMENTO
  • PERFIL GLICOLIPÍDICO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM DIABETES MELLITUS TIPO 1 E SUA CORRELAÇÃO COM ÍNDICES ANTROPOMÉTRICOS E DO ESTILO DE VIDA.

  • Orientador : POLIANA COELHO CABRAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALCIDES DA SILVA DINIZ
  • MARIA DA CONCEICAO CHAVES DE LEMOS
  • MARIA IZABEL SIQUEIRA DE ANDRADE
  • Data: 23/10/2023

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  • O objetivo desse estudo foi avaliar a correlação entre parâmetros do perfil
    glicolipídico e os índices antropométricos e de estilo de vida em crianças e
    adolescentes com diabetes mellitus tipo 1. Trata-se de um estudo do tipo série
    de casos, com pacientes atendidos ambulatorialmente em um hospital
    universitário de Recife/Pernambuco no ano de 2021. O perfil glicolipídico constou
    de glicemia média estimada (GME), hemoglobina glicada (HbA1c), colesterol
    total (CT), triglicerídeos (TG), LDL colesterol (LDL-C) e HDL colesterol (HDL-C).
    Por outro lado, o perfil antropométrico foi avaliado pelos parâmetros índice de
    massa corporal/idade (IMC/I), estatura/idade (A/I) e circunferência da cintura
    (CC). Foram avaliadas 118 crianças e adolescentes com uma média de idade de
    12,8 ± 3,2 anos. Foi evidenciado um baixo controle glicêmico com mais de 95,0%
    da amostra apresentando valores elevados para HbA1c e GME. Quanto aos
    parâmetros do perfil lipídico, o CT, o LDL-C e os TG estiveram alterados em
    aproximadamente 50,0% dos pacientes. Quanto ao perfil antropométrico, o
    excesso de peso pelo IMC/I e a obesidade abdominal pela CC foram
    identificados em 25,4% e 22,9% respectivamente. Na análise de correlação nas
    meninas com obesidade abdominal foi evidenciada correlação positiva do CT
    com a idade e o tempo de diagnóstico do DM tipo 1. Verifica-se maiores médias
    do HDL-C e menores medianas de TG nas crianças e nos pacientes pré-púberes.
    Os que consumiam ≥ a 3 porções/dia de legumes e verduras, apresentavam uma
    tendência para medianas mais baixas de GME.

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  • O objetivo desse estudo foi avaliar a correlação entre parâmetros do perfil
    glicolipídico e os índices antropométricos e de estilo de vida em crianças e
    adolescentes com diabetes mellitus tipo 1. Trata-se de um estudo do tipo série
    de casos, com pacientes atendidos ambulatorialmente em um hospital
    universitário de Recife/Pernambuco no ano de 2021. O perfil glicolipídico constou
    de glicemia média estimada (GME), hemoglobina glicada (HbA1c), colesterol
    total (CT), triglicerídeos (TG), LDL colesterol (LDL-C) e HDL colesterol (HDL-C).
    Por outro lado, o perfil antropométrico foi avaliado pelos parâmetros índice de
    massa corporal/idade (IMC/I), estatura/idade (A/I) e circunferência da cintura
    (CC). Foram avaliadas 118 crianças e adolescentes com uma média de idade de
    12,8 ± 3,2 anos. Foi evidenciado um baixo controle glicêmico com mais de 95,0%
    da amostra apresentando valores elevados para HbA1c e GME. Quanto aos
    parâmetros do perfil lipídico, o CT, o LDL-C e os TG estiveram alterados em
    aproximadamente 50,0% dos pacientes. Quanto ao perfil antropométrico, o
    excesso de peso pelo IMC/I e a obesidade abdominal pela CC foram
    identificados em 25,4% e 22,9% respectivamente. Na análise de correlação nas
    meninas com obesidade abdominal foi evidenciada correlação positiva do CT
    com a idade e o tempo de diagnóstico do DM tipo 1. Verifica-se maiores médias
    do HDL-C e menores medianas de TG nas crianças e nos pacientes pré-púberes.
    Os que consumiam ≥ a 3 porções/dia de legumes e verduras, apresentavam uma
    tendência para medianas mais baixas de GME.
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  • CAMILA DE SOUZA REGO
  • ALIMENTAÇÃO POR GASTROSTOMIA EM CRIANÇAS DISFÁGICAS: COMPARAÇÃO ENTRE FÓRMULAS COMERCIAIS EXCLUSIVAS E COMPLEMENTADAS COM DIETA ARTESANAL

  • Orientador : MARGARIDA MARIA DE CASTRO ANTUNES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FABÍOLA ISABEL SUANO DE SOUZA
  • ISIS SURUAGY CORREIA MOURA
  • RAFAEL DOS SANTOS HENRIQUE
  • Data: 23/11/2023

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  • Introdução: A recomendação convencional para crianças com gastrostomia é o uso exclusivo de fórmulas industriais. No entanto, recentemente, a opção por dietas artesanais caseiras tem ganhado atenção, motivada pelos desejos dos pais e desafios de acesso a fórmulas industriais. Contudo, a segurança das dietas artesanais ainda carece de evidências, levantando questões em relação à sua viabilidade e adequação, especialmente em contextos de vulnerabilidade social. Objetivos: Este estudo tem como objetivos comparar o consumo alimentar e sintomas gastrointestinais em crianças e adolescentes com gastrostomia que utilizam Fórmula Comercial Exclusiva (FCE) com aqueles que utilizam Fórmula Comercial Complementada por dieta artesanal caseira (FCC). Além disso, comparar a composição proteica das dietas caseiras elaboradas pelas mães com o recomendado. Métodos: Este estudo de corte transversal foi conduzido em um Serviço de Gastroenterologia Pediátrica. O estudo incluiu 44 crianças e adolescentes em uso de gastrostomia devido à disfagia, que foram subdivididos em dois grupos, FCE e FCC, com base no tipo de dieta utilizado. Os cuidadores do grupo FCC receberam orientação e medidores padronizados para o preparo caseiro da dieta.   A avaliação do consumo alimentar de energia, macronutrientes, cálcio, ferro e fibras foi realizada através do Recordatório alimentar de 24h. Uma amostra de dieta artesanal preparada pelo cuidador foi solicitada para análise físico-química de proteína no laboratório de análise de alimentos. Para avaliação do nível de satisfação dos cuidadores quanto ao uso dos diferentes tipos de dieta, foi utilizada a Escala Likert. Resultados:  dos 44 pacientes, (7,8 ±2,2 anos). 21 compuseram o grupo FCC, enquanto 23, FCE. Foi observado que 44% dos indivíduos em uso de FCE apresentavam consumo insuficiente de proteínas e 83% consumo excessivo de lipídios enquanto na FCC 6% de insuficiência e 69% de excesso respectivamente. Independentemente do tipo de dieta, crianças maiores de 8 anos apresentavam percentuais de inadequação de cálcio próximos a 90% e os menores próximos a 40%. A inadequação de fibras chegou a 100% em todos os grupos avaliados. A mediana-IQR do teor de proteínas (g/100ml) obtido através da análise físico-química em laboratório foi semelhante a que seria encontrada no mesmo volume da fórmula comercial habitualmente utilizada (3,32 - 2,70 a 3,91 vs. 3,4 - 3,1 a 3,4; p=0,71).  Das 18 amostras de dieta, 33% (n=6) tiveram a proteína dentro da faixa recomendada, enquanto 50% (n=9) tinham proteína acima do recomendado. Cuidadores de pacientes FCC apresentavam-se mais satisfeitos com a alimentação do que os FCE (p=0,04). Conclusão: A utilização de dietas artesanais de forma complementar às fórmulas industriais reduziu os percentuais de inadequação alimentar em pacientes pediátricos com gastrostomia. O uso de FCE, não garantiu ingestão alimentar adequada de nutrientes, principalmente proteína, cálcio e fibras. Além disso, o uso de FCC teve efeito moderado em reduzir regurgitações e necessidade de tempo prolongado de infusão da dieta. Os cuidadores apresentaram maior nível de satisfação com o uso da FCC e, finalmente, a dieta artesanal orientada por nutricionista atingiu quantidades satisfatórias de proteína, mesmo em famílias em vulnerabilidade social.  


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  • Introdução: A recomendação convencional para crianças com gastrostomia é o uso exclusivo de fórmulas industriais. No entanto, recentemente, a opção por dietas artesanais caseiras tem ganhado atenção, motivada pelos desejos dos pais e desafios de acesso a fórmulas industriais. Contudo, a segurança das dietas artesanais ainda carece de evidências, levantando questões em relação à sua viabilidade e adequação, especialmente em contextos de vulnerabilidade social. Objetivos: Este estudo tem como objetivos comparar o consumo alimentar e
    sintomas gastrointestinais em crianças e adolescentes com gastrostomia que utilizam Fórmula Comercial Exclusiva (FCE) com aqueles que utilizam Fórmula Comercial Complementada por dieta artesanal caseira (FCC). Além disso, comparar a composição proteica das dietas caseiras elaboradas pelas mães com o recomendado. Métodos: Este estudo de corte transversal foi conduzido em um ambulatório de gastropediatria referência no atendimento de crianças com disfagia. O estudo incluiu 44 crianças e adolescentes em uso de gastrostomia devido à disfagia, que foram subdivididos em dois grupos, FCE e FCC, com base no tipo de dieta utilizado. Os cuidadores do grupo FCC receberam orientação e medidores padronizados para o preparo caseiro da dieta. A avaliação do consumo alimentar de energia, macronutrientes, cálcio, ferro e fibras foi realizada através do Recordatório alimentar de 24h. Uma amostra de dieta artesanal preparada pelo cuidador foi solicitada
    para análise físico-química de proteína no laboratório de análise de alimentos. Para avaliação do nível de satisfação dos cuidadores quanto ao uso dos diferentes tipos de dieta, foi utilizada a Escala Likert. Resultados: dos 44 pacientes, (7,8 ±2,2 anos). 21 compuseram o grupo FCC, enquanto 23, FCE. Foi observado que 44% dos indivíduos em uso de FCE apresentavam consumo insuficiente de proteínas e 83% consumo excessivo de lipídios enquanto na FCC 6% de insuficiência e 69% de excesso respectivamente. Independentemente do tipo de dieta, crianças maiores de 8 anos apresentavam percentuais de inadequação de cálcio próximos a 90% e os menores próximos a 40%. A inadequação de fibras chegou a 100% em todos os grupos avaliados. A mediana
    IQR do teor de proteínas (g/100ml) obtido através da análise físico-química em laboratório foi semelhante a que seria encontrada no mesmo volume da fórmula comercial habitualmente utilizada (3,32 - 2,70 a 3,91 vs. 3,4 - 3,1 a 3,4; p=0,71). Das 18 amostras de dieta, 33% (n=6) tiveram a proteína dentro da faixa recomendada, enquanto 50% (n=9) tinham proteína acima do recomendado. Cuidadores de pacientes FCC apresentavam-se mais satisfeitos com a alimentação do que os FCE (p=0,04). Conclusão: A utilização de dietas artesanais de forma complementar às fórmulas industriais reduziu os percentuais de inadequação alimentar em pacientes pediátricos
    com gastrostomia. O uso de FCE, não garantiu ingestão alimentar adequada de nutrientes, principalmente proteína, cálcio e fibras. Além disso, o uso de FCC teve efeito moderado em reduzir regurgitações e necessidade de tempo prolongado de infusão da dieta. Os cuidadores apresentaram maior nível de satisfação com o uso da FCC e, finalmente, a dieta artesanal orientada por nutricionista atingiu quantidades satisfatórias de proteína, mesmo em famílias em vulnerabilidade social.
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  • JANAÍNA DA SILVA NASCIMENTO
  • APORTE PROTEICO EM FÓRMULAS ENTERAIS INDUSTRIALIZADAS E MASSA MUSCULAR DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM PARALISIA CEREBRAL TETRAPARÉTICA.

  • Orientador : KATIA GALEAO BRANDT
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FABIANA CRISTINA LIMA DA SILVA PASTICH GONCALVES
  • MONICA LOPES DE ASSUNCAO
  • POLIANA COELHO CABRAL
  • Data: 29/11/2023

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  • O aporte proteico das fórmulas enterais industrializadas utilizadas para alimentar crianças e adolescentes com paralisia cerebral (PC) tetraparética é um dos fatores influenciadores na formação da massa muscular. O objetivo do estudo foi investigar a associação entre o aporte proteico das fórmulas enterais industrializadas com a massa muscular de crianças com PC tetraparética. Trata-se de um estudo do tipo série de casos composto por 33 crianças e adolescentes com PC tetraparética realizado em dois centros de referência localizados em Recife/PE. O consumo alimentar foi estimado através do recordatório de 24 horas, a estimativa de gordura corporal foi realizada através do somatório das dobras cutâneas tricipital e subescapular com correção para indivíduos com PC, o perfil antropométrico foi avaliado através dos escores Z dos índices: Altura/idade (ZA/I) e índice de massa corporal/idade (ZIMC/I), a avaliação da composição muscular foi realizada através da análise da eco intensidade (EI) da imagem obtida por ultrassonografia (USG) do músculo gastrocnêmio medial (GCM). A amostra foi formada majoritariamente pelo sexo masculino, representando 63,6% dos participantes. A média de idade do grupo foi de 8,8 ± 2,8 anos. Foi observado que 63,6% casos da PC foram consequência da asfixia perinatal. Os participantes alimentados com fórmula enteral industrializada com inadequado aporte proteico apresentaram maior infiltração gordurosa no GCM quando comparados aos alimentados com fórmula enteral industrializada com adequado aporte proteico (122,8 pixels ± 48,82 DP x 92,68 pixels ± 35,85 DP, p=0,066). As crianças e os adolescentes com maior infiltração gordurosa no GCM, tiveram maior consumo de lipídeos quando comparados aos participantes com menor infiltrado gorduroso (44,43 % ±18,32 DP x 32,50% ± 4,95 DP, p=0,03). Em relação ao estado nutricional, 24,2% das crianças e adolescentes foram classificados com magreza pelo Z-IMC/I e 45,5% apresentaram déficit de estatura através do Z-A/I. Baixa reserva da massa muscular foi identificada em 72,7% da amostra através da estimativa da AMB e o índice de gordura corporal elevado foi identificado em 70% dos participantes. O aporte proteico inadequado das fórmulas enterais industrializadas e o consumo lipídico estiveram associados à maior infiltração gordurosa no GCM dos participantes, demonstrando que a composição das fórmulas enterais, neste estudo, foi um importante influenciador na composição muscular. 


  • Mostrar Abstract
  •  

    O aporte proteico das fórmulas enterais industrializadas utilizadas para alimentar crianças e adolescentes com paralisia cerebral (PC) tetraparética é um dos fatores influenciadores na formação da massa muscular. O objetivo do estudo foi investigar a associação entre o aporte proteico das fórmulas enterais industrializadas com a massa muscular de crianças com PC tetraparética. Trata-se de um estudo do tipo série de casos de 33 crianças e adolescentes com PC tetraparética realizado em dois centros de referência localizados em Recife/PE. O consumo alimentar foi estimado através do recordatório de 24 horas, a estimativa de gordura corporal foi realizada através do somatório das dobras cutâneas tricipital e subescapular com correção para indivíduos com PC, o perfil antropométrico foi avaliado através dos escores Z dos índices: Altura/idade (ZA/I) e índice de massa corporal/idade (ZIMC/I), a avaliação da composição muscular foi realizada através da análise da eco intensidade (EI) da imagem obtida por ultrassonografia (USG) do músculo gastrocnêmio medial (GCM). Foi observado que em 63,6% dos casos de PC a asfixia perinatal foi a principal causa. Foram classificados como eutróficos 64% dos participantes através do ZIMC/I. O índice de gordura corporal elevado foi identificado em 70% dos participantes. Observou-se que 48,5% dos participantes eram alimentados exclusivamente fórmulas enterais industrializadas e quase 30% dos participantes recebiam fórmulas enterais com inadequado aporte proteico. Os participantes alimentados com fórmula enteral industrializada com inadequado aporte proteico apresentaram maior infiltração gordurosa no GCM comparados aos alimentados com fórmula enteral industrializada com adequado aporte proteico (122,8 ± 48,82 x 92,68 ±35,85, p=0,066). Os participantes com maior infiltração gordurosa, tiveram maior consumo de lipídeos quando comparados aos participantes com menor infiltrado gorduroso (44,43 ±18,32 x 32,50 ± 4,95, p=0,03). O aporte proteico inadequado das fórmulas enterais industrializadas e o consumo lipídico estiveram associados à maior infiltração gordurosa no GCM dos participantes, demonstrando que a composição das fórmulas enterais, neste estudo, foi um importante influenciador na composição muscular.

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  • FABIANA DE ARRUDA LUCCHESI
  • CONSUMO ALIMENTAR DE MÃES EM DIETA DE EXCLUSÃO POR SUSPEITA DE ALERGIA A PROTEÍNA DO LEITE DE VACA EM SEUS LACTENTES
  • Orientador : MARGARIDA MARIA DE CASTRO ANTUNES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ELISABETE PEREIRA SILVA
  • MARIA DAS GRACAS MOURA LINS SILVA
  • MICHELLE FIGUEIREDO CARVALHO
  • Data: 30/11/2023

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  • A alergia à proteína do leite de vaca é definida como uma resposta imunomediada ao consumo. Quando o diagnóstico é sugerido durante a amamentação, a exclusão dos alimentos fonte da dieta materna é realizada para confirmar o diagnóstico. Uma dieta materna severamente restrita pode alterar a nutrição apresentada ao bebê via leite humano. O objetivo desse trabalho foi analisar o consumo alimentar de mães em dieta de exclusão por suspeita de alergia a proteína do leite de vaca em seus bebês com mães de lactentes saudáveis. Estudo de corte transversal com componente analítico incluindo um grupo de casos e outro de comparação, realizado no período de Agosto de 2022 a Março de 2023. Foram incluídas mães atendidas nos Ambulatórios de Gastropediatria e Puericultura do Hospital das Clínicas de Pernambuco, consultórios privados de gastropediatras e nutricionistas da cidade do Recife-PE. O grupo caso foi definido como o grupo de mães em dieta de exclusão de leite e derivados e demais grupos alimentares considerados alergênicos por suspeita de alergia a proteína do leite de vaca em seus lactentes. O grupo comparação foi composto por mães de lactentes saudáveis, sem necessidade de exclusão de grupos alimentares durante a amamentação. Para a classificação do perfil nutricional materno foi coletado o peso pré-gestacional e o ganho de peso durante a gestação, realizado através do Índice de Massa Corporal pré-gestacional e do ganho de peso gestacional. O consumo alimentar materno referente à ingestão de alimentos e bebidas foi realizado através da aplicação do Recordatório 24h, excetuando dia de final de semana. A necessidade nutricional diária foi calculada individualmente pela Dietary Reference Intakes de acordo com equação preditiva e com adição de 500kcal para a lactação no primeiro semestre. Foram incluídas 46 mães, 22 no grupo caso e 24 no grupo comparação. O número de grupos alimentares excluídos variou entre 1 e 7, com média de 2,45 (DP±1,65). O principal grupo alimentar excluído foi leite e derivados (100%), seguido por ovo (54,5%), soja (31,8%), oleaginosas (22,7%), trigo (18,2%), café (13,6%) e peixe (4,5%). O tempo de dieta de exclusão materna foi de  4,1 meses (DP±2,7). Para ambos os grupos, inadequações próximas ou iguais a 100% para fibras, cálcio, vitamina A, vitamina B6 e vitamina B9 foram encontradas. O consumo calórico também se mostrou inadequado com valores acima de 80% tanto para as mães caso quanto para as mães do grupo comparação. Mães em dieta de restrição apresentam menor consumo calórico em relação às recomendações para o período de lactação. Porém, lactantes apresentam risco aumentado de menor consumo alimentar e deficiências nutricionais por alterações qualitativas durante o aleitamento materno. Intervenções nutricionais para lactantes podem ser consideradas visando melhor aporte nutricional para a mãe e para o bebê.  


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  • A alergia ao leite de vaca é definida como uma resposta imunomediada às proteínas. Quando o diagnóstico é sugerido durante a amamentação, a exclusão dos alimentos fonte da dieta materna é realizada para confirmar o diagnóstico. Uma dieta materna severamente restrita pode alterar a nutrição apresentada ao bebê via leite humano. O objetivo desse trabalho foi comparar o consumo alimentar de mães em dieta de exclusão por suspeita de alergia alimentar em seus bebês com mães de lactentes saudáveis. Estudo de corte transversal com componente analítico incluindo um grupo de casos e outro de comparação, realizado no período de Agosto de 2022 a Março de 2023. Foram incluídas mães atendidas nos Ambulatórios de Gastropediatria e Puericultura do Hospital das Clínicas de Pernambuco, consultórios privados de gastropediatras e nutricionistas da cidade do Recife-PE. O grupo caso foi definido como o grupo de mães em dieta de exclusão de leite e derivados e demais grupos alimentares considerados alergênicos por suspeita de alergia a proteína do leite de vaca em seus lactentes. O grupo comparação foi composto por mães de lactentes saudáveis, sem necessidade de exclusão de grupos alimentares durante a amamentação. Para a classificação do perfil nutricional materno foi coletado o peso pré-gestacional e o ganho de peso durante a gestação, realizado através do Índice de Massa Corporal pré-gestacional e do ganho de peso gestacional. O consumo alimentar materno referente à ingestão de alimentos e bebidas foi realizado através da aplicação do Recordatório 24h, excetuando dia de final de semana. A necessidade nutricional diária foi calculada individualmente pela Dietary Reference Intakes de acordo com equação preditiva e com adição de 500kcal para a lactação no primeiro semestre. Foram incluídos 46 mães, 22 no grupo caso e 24 no grupo comparação. O número de grupos alimentares excluídos variou entre 1 e 7, com média de 2,45 (DP±1,65). O principal grupo alimentar excluído foi leite e derivados (100%), seguido por ovo (54,5%), soja (31,8%), oleaginosas (22,7%), trigo (18,2%), café (13,6%) e peixe (4,5%). O tempo de dieta de exclusão materna foi de  4,1 meses (DP±2,7). Para ambos os grupos, inadequações próximas ou iguais a 100% para fibras, cálcio, vitamina A, vitamina B6 e vitamina B9 foram encontradas. O consumo calórico também se mostrou inadequado com valores acima de 80% tanto para as mães caso quanto para as mães do grupo comparação. Mães em dieta de restrição apresentam menor consumo calórico em relação às recomendações para o período de lactação. Porém, lactantes apresentam risco aumentado de menor consumo alimentar e deficiências nutricionais por alterações qualitativas durante o aleitamento materno. Intervenções nutricionais para lactantes podem ser consideradas visando melhor aporte nutricional para a mãe e para o bebê.

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  • CAROLINA SALES DE SOUZA
  • ESTRESSE PSICOLÓGICO TÓXICO EM CRIANÇAS ASMÁTICAS: DOSAGEM DO CORTISOL SALIVAR E CAPILAR

  • Orientador : EMANUEL SAVIO CAVALCANTI SARINHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DECIO MEDEIROS PEIXOTO
  • GEORGIA VERAS DE ARAUJO GUEIROS LIRA
  • LIVIA BARBOZA DE ANDRADE
  • Data: 30/11/2023

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  • A asma é uma condição clínica heterogênea com elevada prevalência na infância e caracterizada por inflamação crônica das vias aéreas. Vários são os fatores de risco implicados no seu desenvolvimento e nos quadros de exacerbações. Dentre eles, o estresse tóxico, aquele que ocorre de forma intensa e contínua, parece desempenhar papel importante, por provocar alterações epigenéticas, imunológicas e disfunções no eixo hipotálamo-pituitária-adrenal, alterando os níveis de cortisol do organismo. Formas menos invasivas de medir as alterações no eixo hipotálamo-pituitária-adrenal têm sido cada vez mais estudadas, tais como a análise do cortisol da saliva e do cabelo. O presente estudo, portanto, teve por objetivo avaliar se os níveis de cortisol salivar e capilar expressam bioquimicamente o estresse tóxico de crianças asmáticas em idade escolar. Trata-se de um estudo transversal, em que foi avaliado o estresse em crianças asmáticas de seis a dez anos de idade, através da Escala de Stress Infantil, e observado se havia relação do estresse tóxico com possíveis alterações nos níveis de cortisol salivar e capilar dos grupos. A pesquisa seguiu as estratégias do Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE) para estudos transversais e foi realizada no ambulatório de asma do Hospital das Clínicas da UFPE e na Central de Alergologia do Recife. Das 62 crianças avaliadas, 80,64% possuíam algum grau de estresse pela ESI. Ao classificar a intensidade do estresse, 27/62 (43,55%) apresentavam estresse tóxico. No entanto, não foram encontradas diferenças significantes nas concentrações do cortisol salivar e/ou capilar entre os grupos de asmáticos com estresse tóxico e sem estresse tóxico.


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  • A asma é uma condição clínica heterogênea com elevada prevalência na infância e caracterizada por inflamação crônica das vias aéreas. Vários são os fatores de risco implicados no seu desenvolvimento e nos quadros de exacerbações. Dentre eles, o estresse tóxico, aquele que ocorre de forma intensa e contínua, parece desempenhar um papel importante, por provocar alterações epigenéticas, imunológicas e disfunções no eixo hipotálamo-pituitária-adrenal, alterando os níveis de cortisol do organismo. Formas menos invasivas de medir as alterações no eixo hipotálamo-pituitária-adrenal têm sido cada vez mais estudadas, tais como a análise do cortisol da saliva e do cabelo. O presente estudo, portanto, teve por objetivo avaliar se os níveis de cortisol salivar e capilar expressam bioquimicamente o estresse tóxico de crianças asmáticas em idade escolar. Trata-se de um estudo transversal, em que foi avaliado o estresse em crianças asmáticas de seis a dez anos de idade, através da Escala de Stress Infantil, e observado se havia relação do estresse tóxico com possíveis alterações nos níveis de cortisol salivar e capilar dos grupos. A pesquisa seguiu as estratégias do Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE) para estudos transversais e foi realizada no ambulatório de asma do Hospital das Clínicas da UFPE e na Central de Alergologia do Recife. Das 62 crianças avaliadas, 84,65% possuíam algum grau de estresse pela ESI. Ao classificar a intensidade do estresse, 27 crianças (43,55%) apresentavam estresse tóxico. No entanto, não foram encontradas diferenças significantes nas concentrações do cortisol salivar e/ou capilar entre os grupos de asmáticos com estresse tóxico e sem estresse tóxico.

Teses
1
  • CARLA ANDRÉA COSTA ALVES
  • SENSIBILIZAÇÃO E REFLEXÃO NA COMUNICAÇÃO DE MÁS NOTÍCIAS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL: VÍDEO PARTICIPATIVO FUNDAMENTADO NO PROTOCOLO SPIKES E NA ANTROPOLOGIA VISUAL



  • Orientador : ROSALIE BARRETO BELIAN
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIELA TAVARES GONTIJO
  • MARIA WANDERLEYA DE LAVOR CORIOLANO MARINUS
  • ALEXANDRE CESAR VIEIRA DE SALES
  • SÔNIA MARIA SOARES FERREIRA
  • JEFFERSON DE SOUZA BERNARDES
  • Data: 24/02/2023

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  • A comunicação de más notícias faz parte da prática diária dos profissionais de saúde e precisa ser realizada com respeito, responsabilidade e sensibilidade. As dificuldades na formação, na ambiência e no processo de trabalho, as diferenças na individualidade, na capacidade em demonstrar emoções, na disponibilidade para a relação interpessoal e a carência de suporte emocional são fatores que interferem na comunicação. Por isso, é importante buscar metodologias que auxiliem no ensino-aprendizado da comunicação, como vídeos participativos que estimulem a reflexão e a sensibilização dos profissionais de saúde para melhorar a comunicação de más notícias. Esta pesquisa qualitativa, descritiva exploratória, teve como objetivo avaliar a percepção de residentes de Pediatria acerca das contribuições de um vídeo participativo na sua sensibilização e reflexão sobre a comunicação de más notícias.   A primeira etapa do estudo foi realizada com um grupo focal de doze residentes de Pediatria e outro de seis mães de neonatos internos na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). Os resultados encontrados foram: ambiente inadequado para comunicação de más notícias, mães pouco percebidas por parte dos médicos, convite inadequado para as conversas, compartilhamento inadequado de informações, pouca empatia nas relações médico-familiares e poucas conversas com as mães para esclarecer dúvidas e traçar estratégias. Na segunda etapa, as falas e imagens gravadas durante os grupos focais foram usadas para a produção do vídeo, baseado nas diretrizes do protocolo SPIKES, aplicadas sob a visão teórico-metodológica da Antropologia Visual. Na terceira etapa, houve a visualização e avaliação da percepção dos residentes de Pediatria sobre o vídeo, em que foi empregada a abordagem analítica de conteúdo de Bardin. O vídeo contribuiu, na percepção dos residentes, para a melhora no conhecimento teórico, o aumento do grau de responsabilidade, o estímulo à autocrítica e à empatia, o incentivo à sensibilização e reflexão sobre a realidade e a valorização da comunicação da verdade sem excluir a esperança das famílias. Discutiu-se a importância das capacitações em humanização e acolhimento por meio de vídeo participativo que permitam sensibilização e reflexão para modificação das práticas de comunicar más notícias em UTIN. Concluiu-se que o vídeo participativo conseguiu estimular a reflexão nos participantes e pode ser usado como metodologia inovadora de sensibilização no ensino-aprendizado na comunicação de más notícias em saúde. 


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  • Comunicar más notícias faz parte da prática diária dos profissionais de saúde e precisa ser realizada com respeito, responsabilidade e sensibilidade. Recursos audiovisuais, baseados no protocolo SPIKES, auxiliam na sensibilização e motivação dos profissionais de saúde para a comunicação de más notícias. Objetivou-se nesta pesquisa qualitativa participante produzir um recurso audiovisual sobre a comunicação de más notícias para residentes de Pediatria de um Hospital Universitário de uma Universidade Federal do Nordeste brasileiro e avaliar a percepção dos residentes acerca das contribuições do recurso audiovisual participativo na sua sensibilização e motivação para comunicar más notícias. Na primeira etapa metodológica foi realizado um grupo focal com residentes de Pediatria e outro grupo focal com mães de bebês internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Nessa etapa foram produzidas as informações e imagens sobre o cotidiano dos participantes na comunicação de más notícias e a partir delas foi produzido o recurso audiovisual baseado nas diretrizes do protocolo SPIKES, aplicadas sob a visão teórico-metodológica da Antropologia Visual, considerando o princípio da aprendizagem significativa de Paulo Freire. Utilizou-se transcrição integral dos depoimentos nessa etapa da pesquisa e foi elaborado o agrupamento das falas em categorias previamente definidas: as seis diretrizes do protocolo SPIKES. As falas foram analisadas por abordagem analítica de conteúdo de Bardin. Os resultados encontrados nos grupos focais de diagnóstico foram: ambiente inadequado para comunicação de más notícias, mães pouco percebidas, convite inadequado para as conversas, compartilhamento inadequado de informações, falta de empatia nas relações médico-familiares e falta de conversas com as mães sobre a evolução dos seus filhos. Essas informações foram usadas na produção do vídeo. Após a visualização do vídeo, foi realizada a análise da percepção dos residentes de Pediatria acerca das contribuições do recurso audiovisual na sua sensibilização e motivação. O vídeo contribuiu, na percepção dos residentes, para a melhora no conhecimento teórico, aumento do grau de responsabilidade, estímulo à autocrítica, incentivo à sensibilização e motivação dos residentes para a comunicação de más notícias por meio da empatia, e valorização da comunicação da verdade sem reduzir a esperança das famílias.

2
  • LIDIANA DE SOUZA HOLANDA
  • RISCO, CONTROLE METABÓLICO E (IN)SEGURANÇA ALIMENTAR EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM DIABETES MELLITUS TIPO 1 NO CONTEXTO DA PANDEMIA DE COVID-19

  • Orientador : POLIANA COELHO CABRAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALCIDES DA SILVA DINIZ
  • BRUNA MERTEN PADILHA
  • CATARINE SANTOS DA SILVA
  • MARIA DA CONCEICAO CHAVES DE LEMOS
  • MARIA GORETTI PESSOA DE ARAUJO BURGOS
  • Data: 28/02/2023

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  • O objetivo desse estudo foi avaliar os fatores associados ao risco metabólico em crianças e adolescentes com diabetes mellitus tipo 1, a condição de segurança alimentar e a evolução no controle metabólico após um ano da pandemia de COVID-19. Trata-se de um estudo do tipo série de casos, de delineamento transversal com um módulo de análise retrospectiva. Primeiro, em 2021, o risco metabólico foi avaliado em 118 pacientes entre seis e dezenove anos de idade, atendidos no Ambulatório de Endocrinologia Pediátrica do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC/UFPE). O risco foi avaliado pelo somatório do escore z das variáveis: Índice de Massa Corporal (IMC), glicemia média estimada (GME), colesterol total, HDL-c (multiplicado por -1), LDL-c e triglicerídeos. Para caracterizar a situação de IA familiar, foi utilizada a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). O modelo conceitual também considerou variáveis sociodemográficas, comportamentais, dietéticas e antropométricas. Para avaliar a evolução desses pacientes após um ano de pandemia, foram resgatados dos prontuários dados antropométricos e exames laboratoriais do período pré pandêmico (dezembro de 2019 a março de 2020). Nesse módulo de análise retrospectiva, o número amostral foi de 98 pacientes, ocorrendo uma perda de 16,9%. Na análise do risco metabólico, a amostra foi composta por 81,4% de adolescentes, com 51,7% do sexo masculino e 61,0% apresentando tempo de diagnóstico ≥ 3 anos. A maior parte dos participantes (68,6%) pertenciam a famílias com renda familiar mensal per capita abaixo de um salário mínimo e 83 famílias (70,3%) receberam algum tipo de benefício do governo durante a pandemia, com predomínio do auxílio emergencial (42,2%). Quanto à alimentação, 57,6% dos participantes relataram mudanças na rotina alimentar, tendo como principais causas o confinamento (38,2%) e as dificuldades financeiras (35,3%), sendo observado também que 85,6% dos pacientes apresentavam algum grau de IA. Na análise com as características sociodemográficas, comportamentais, dietéticas e antropométricas foi evidenciada associação do risco metabólico com os pacientes portadores de IA moderada e grave e aqueles que não referiram a prática de exercício físico. Verificou-se que os participantes que se encontravam em IA moderada a grave apresentavam valores mais elevados da HbA1c, GME e colesterol total. Não foi evidenciado nenhuma correlação entre o risco metabólico e variáveis sociodemográficas, antropométricas, laboratoriais e comportamentais, quando ajustadas por estadiamento puberal e condição de insegurança alimentar. Na avaliação dos dados pré e com um ano de pandemia, foi observado um aumento na média da hemoglobina glicada (HbA1C) e da glicemia média estimada. Conclui-se que a frequência de IA foi bastante elevada, estando associada ao risco metabólico nas suas formas moderada e grave e que houve deterioração no controle metabólico com um ano de pandemia.


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  • O objetivo desse estudo foi avaliar a associação entre o risco metabólico e a insegurança alimentar (IA) em crianças e adolescentes com diabetes mellitus tipo 1 (DM1) no contexto da pandemia de COVID-19. Estudo do tipo série de casos com 118 pacientes entre seis e dezenove anos de idade atendidos ambulatorialmente no período de 2019 a 2020 e 2021, totalizando um ano de acompanhamento. O risco metabólico foi avaliado pelo somatório do escore z das variáveis: Índice de massa corporal (IMC), glicemia média estimada (GME), colesterol total (CT), HDL-colesterol, LDL-colesterol e triglicerídeos. A situação de IA, foi caracterizada pela Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). O modelo conceitual também considerou variáveis sociodemográficas, do estilo de vida, dietéticas, antropométricas e relacionadas ao controle metabólico (perfil glicídico e lipídico). Foi evidenciado um aumento na média da hemoglobina glicada (HbA1C) e da GME ocorrida com um ano de pandemia sendo observado também que 85,6% dos pacientes apresentavam algum grau de IA. Verificou-se que os participantes que se encontravam em IA moderada a grave apresentavam valores mais elevados de HbA1c, GME e CT. Não foi evidenciada correlação entre o risco metabólico e variáveis sociodemográficas, antropométricas, laboratoriais e do estilo de vida, quando ajustadas por estadiamento puberal e condição de insegurança alimentar. Conclui-se que a pandemia teve um impacto negativo no controle metabólico destes pacientes estando associado ao agravamento da insegurança alimentar.

3
  • ADRIANA LOBO JUCA
  • TODO MUNDO SE ESCUTA, TODO MUNDO FALA: EDUCAÇÃO EM SEXUALIDADE CRÍTICA E EMANCIPATÓRIA NA PERSPECTIVA DE ADOLESCENTES

  • Orientador : DANIELA TAVARES GONTIJO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXANDRE SAUL PINTO
  • ANA LUCIA MARINHO MARQUES
  • DANIELA TAVARES GONTIJO
  • MARIA WANDERLEYA DE LAVOR CORIOLANO MARINUS
  • PEDRO JOSÉ SANTOS CARNEIRO CRUZ
  • Data: 10/03/2023

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  • As vulnerabilidades ligadas à sexualidade mantêm-se como grandes desafios para as
    políticas públicas e assistência em saúde, especialmente na população adolescente. As
    evidências apontam que a falta de educação sexual formal e estruturada pelas escolas e
    pais influencia no agravamento do problema e que programas de educação em
    sexualidade que desenvolvem uma abordagem de empoderamento enfatizando gênero e
    direitos com participação ativa dos/das adolescentes são particularmente mais eficazes na
    melhoria dos resultados de saúde sexual e reprodutiva (SSR). O presente estudo tem como
    objetivo geral compreender como deve ser a educação em sexualidade na perspectiva de
    adolescentes do ensino médio. Caracteriza-se como uma pesquisa participante de
    abordagem qualitativa operacionalizada a partir da proposta da investigação temática
    freireana, realizada em uma escola estadual da cidade de Recife, com 42 adolescentes do
    ensino médio, com idades entre 15 e 18 anos. A pesquisa foi realizada em 5 etapas:
    aproximação com o campo, leitura da realidade, análise das codificações, análise crítica
    e exploração dos temas geradores. Os dados coletados através das técnicas de observação
    participante e grupos focais, foram analisados a partir do Método de Interpretação de
    Sentidos. Os resultados da leitura da realidade foram sistematizados em 3 categorias : Ser
    Adolescente e os principais aspectos da adolescência; Os conflitos nas relações
    intergeracionais; e as principais vivências e saberes sobre sexualidade e educação sexual.
    A parti daí os/as adolescentes, ao longo das problematizações, puderam aprofundar suas
    percepções quanto aos padrões sociais que lhes eram impostos, as consequências
    causadas pela escassez de educação sexual familiar, a falta de diálogo e fragilidade das
    relações intergeracional, o machismo presente em sua criação e educação, e nas
    repressões e preconceitos às relações afetivas sexuais na adolescência. Refletem que tal
    realidade precisava ser transformada e um caminho viável é através de uma educação em
    sexualidade que inicia no ambiente familiar e se estende para escola de forma contínua,
    com participação ativa dos/das adolescentes, de temática abrangente e complexidade
    gradual, contextualizada, práxica, estimulante, descontraída e em pequenos grupos. A
    pesquisa apontou o potencial da investigação temática em enquanto método viável no
    sentido da compreensão e superação de uma sociedade adultocêntrica, patriarcal,
    machista, racista, capitalista e capacitista que ignora e menospreza os saberes das
    adolescências negando-lhes também uma vivência plena e segura de suas sexualidades.
    Assim, de modo colaborativo pudemos delinear uma proposta de Educação em
    Sexualidade Crítica e Emancipatória enquanto ação educativa em sexualidade
    desenvolvida a partir da integração do referencial Freireano, da Educação Integral em
    Sexualidade e da construção coletiva dos/das adolescentes. Propõe-se um processo
    dialógico de tomada de consciência para vivenciar a sexualidade plenamente e de forma
    segura através da defesa e garantia da cidadania de adolescentes que pode e deve ser
    adaptado a cada contexto por instituições de ensino, equipes de saúde, movimentos de
    jovens e demais grupos e instituições que tenham compromisso com transformação da
    realidade no sentido da humanização junto com a juventude.


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  • As vulnerabilidades ligadas à sexualidade mantêm-se como grandes desafios para as
    políticas públicas e assistência em saúde, especialmente na população adolescente. As
    evidências apontam que a falta de educação sexual formal e estruturada pelas escolas e
    pais influencia no agravamento do problema e que programas de educação em
    sexualidade que desenvolvem uma abordagem de empoderamento enfatizando gênero e
    direitos com participação ativa dos/das adolescentes são particularmente mais eficazes na
    melhoria dos resultados de saúde sexual e reprodutiva (SSR). O presente estudo tem como
    objetivo geral compreender como deve ser a educação em sexualidade na perspectiva de
    adolescentes do ensino médio. Caracteriza-se como uma pesquisa participante de
    abordagem qualitativa operacionalizada a partir da proposta da investigação temática
    freireana, realizada em uma escola estadual da cidade de Recife, com 42 adolescentes do
    ensino médio, com idades entre 15 e 18 anos. A pesquisa foi realizada em 5 etapas:
    aproximação com o campo, leitura da realidade, análise das codificações, análise crítica
    e exploração dos temas geradores. Os dados coletados através das técnicas de observação
    participante e grupos focais, foram analisados a partir do Método de Interpretação de
    Sentidos. Os resultados da leitura da realidade foram sistematizados em 3 categorias : Ser
    Adolescente e os principais aspectos da adolescência; Os conflitos nas relações
    intergeracionais; e as principais vivências e saberes sobre sexualidade e educação sexual.
    A parti daí os/as adolescentes, ao longo das problematizações, puderam aprofundar suas
    percepções quanto aos padrões sociais que lhes eram impostos, as consequências
    causadas pela escassez de educação sexual familiar, a falta de diálogo e fragilidade das
    relações intergeracional, o machismo presente em sua criação e educação, e nas
    repressões e preconceitos às relações afetivas sexuais na adolescência. Refletem que tal
    realidade precisava ser transformada e um caminho viável é através de uma educação em
    sexualidade que inicia no ambiente familiar e se estende para escola de forma contínua,
    com participação ativa dos/das adolescentes, de temática abrangente e complexidade
    gradual, contextualizada, práxica, estimulante, descontraída e em pequenos grupos. A
    pesquisa apontou o potencial da investigação temática em enquanto método viável no
    sentido da compreensão e superação de uma sociedade adultocêntrica, patriarcal,
    machista, racista, capitalista e capacitista que ignora e menospreza os saberes das
    adolescências negando-lhes também uma vivência plena e segura de suas sexualidades.
    Assim, de modo colaborativo pudemos delinear uma proposta de Educação em
    Sexualidade Crítica e Emancipatória enquanto ação educativa em sexualidade
    desenvolvida a partir da integração do referencial Freireano, da Educação Integral em
    Sexualidade e da construção coletiva dos/das adolescentes. Propõe-se um processo
    dialógico de tomada de consciência para vivenciar a sexualidade plenamente e de forma
    segura através da defesa e garantia da cidadania de adolescentes que pode e deve ser
    adaptado a cada contexto por instituições de ensino, equipes de saúde, movimentos de
    jovens e demais grupos e instituições que tenham compromisso com transformação da
    realidade no sentido da humanização junto com a juventude.

4
  • KARLA DANIELLE XAVIER DO BOMFIM
  • CONSTRUÇÃO DO INSTRUMENTO DE DETECÇÃO DE RISCO PARA VIOLÊNCIA SEXUAL DOMÉSTICA EM ESCOLARES DE 9 A 11 ANOS (IDR-VSD): VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO, CONFIABILIDADE E ESTRUTURA FATORIAL

  • Orientador : PAULO SAVIO ANGEIRAS DE GOES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GISELIA ALVES PONTES DA SILVA
  • DANIELA TAVARES GONTIJO
  • MARGARIDA MARIA DE CASTRO ANTUNES
  • SUELY ARRUDA VIDAL
  • WALDEMAR BRANDAO NETO
  • Data: 30/03/2023

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  • A violência sexual (VS) doméstica contra crianças e adolescentes tem graves impactos biopsicossociais, ecológicos e intergeracionais. Instrumentos de medida desenvolvidos com crianças têm o potencial de detectar situações de risco para VS doméstica. Este trabalho é uma pesquisa metodológica mista com o objetivo primário de construir um instrumento de detecção de risco para VS doméstica em escolares de 9 a 11 anos de idade, denominado Instrumento de Detecção de Risco ─ Violência Sexual Doméstica (IDR-VSD). Foram necessários desenvolver e validar um modelo teórico e uma matriz de indicadores, realizar a validação de conteúdo do instrumento com técnica de consenso e com a população-alvo, determinar a distribuição de frequência dos itens na amostra estudada, analisar a confiabilidade, a estrutura fatorial e a multidimensionalidade do instrumento gerado e realizar revisão sistemática da literatura para identificação de instrumento comparativo para a validação de critério em fase posterior da pesquisa. Publicações da COnsensus-based Standards for the selection of health Measurement InstrumeNts (COSMIN) guiaram o percurso metodológico. A fase qualitativa incluiu a técnica de consenso de grupo nominal com especialistas na temática para validação de conteúdo de um modelo teórico e de uma matriz de indicadores fundamentados em extensa pesquisa bibliográfica com busca sistematizada. O modelo teórico final foi representado pela figura de uma casa, contendo em seu interior compartimentos representativos da multidimensionalidade do objeto de estudo, distribuída em quatro dimensões (biológica, psico-relacional, social e ecológica), contendo descritores do escolar, do agressor e comuns a ambos. A primeira versão do IDR-VSD compôs-se de 22 itens e contou com elementos lúdicos e linguagem acessível, com instruções demandadas por personagens comuns do universo escolar infantil. 14 escolares participaram da validação de conteúdo. Houve algumas modificações de layout e ajustes na redação de dois itens para a confecção da segunda versão do IDR-VSD para o teste-piloto. A média de tempo de preenchimento do IDR-VSD no teste-piloto com 109 escolares foi de 15,1 minutos ± 6,4 minutos. Não houve diferença significativa entre os sexos quanto às médias da pontuação atingida nos questionários (p = 0,21). O Intervalo de Correlação Intraclasse de 0,602 (IC 95%= 0,48-0,70; p < 0,000) foi adequado e o alfa de Cronbach global de 0,65 foi aceitável para pesquisas exploratórias. A confiabilidade teste-reteste foi adequada (teste de correlação de Pearson de 66,3%; p < 0,000). Na correlação item-total, quatro fatores foram retirados por reduzirem o valor do alfa-global. Todos os itens apresentaram comunalidades acima de 0,4. Um item foi retirado por apresentar medida de adequação amostral considerada inadequada. Na análise fatorial exploratória, realizaram-se a extração dos fatores pelo método de análise de componente principal e a rotação com algoritmo Promax para itens correlacionados. Os itens foram retidos em cinco fatores que representaram 53,76% da variância explicada. A disposição sequencial do fator 1 ao fator 5 corroboraram com a multidimensionalidade sistêmica do modelo teórico. O instrumento final contou com 17 itens. Considerou-se que o IDR-VSD apresentou propriedades psicométricas de medida favoráveis, com potencial de resultados satisfatórios em etapas futuras da pesquisa.


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  • A violência sexual (VS) doméstica contra crianças e adolescentes é um evento adverso do início na vida com importante impacto biopsicossocial e intergeracional. A prevenção secundária da VS doméstica para identificação de riscos é um desafio complexo e ainda em exploração na literatura. Instrumentos de medida desenvolvidos com crianças têm o potencial de detectar situações de risco e podem ser utilizados como ferramentas na prevenção secundária de VS doméstica, se aplicados num contexto de suporte intersetorial e interprofisional. Este trabalho teve o objetivo de demonstrar o percurso de desenvolvimento e algumas evidências de validade do IDR-VSD (Instrumento de Detecção de Risco para Violência Sexual Doméstica) em escolares de 9 a 11 anos de idade. Consistiu numa pesquisa de método misto, com estratégia exploratória sequencial, com uma primeira fase de coleta e análise de dados qualitativos, seguida de uma fase quantitativa baseada nos resultados da primeira fase qualitativa. Publicações da COnsensus-based Standards for the selection of health Measurement InstrumeNts (COSMIN) fundamentaram o percurso metodológico e a exposição dos resultados.  A fase qualitativa incluiu a técnica de consenso de grupo nominal com experts na temática para validação de conteúdo de um modelo teórico e matriz de indicadores fundamentados em extensa pesquisa bibliográfica. A validação de conteúdo com escolares da rede pública de ensino da cidade do Recife foi realizada mediante a técnica de entrevista cognitiva utilizada para detecção de problemas em questionários. O instrumento desenvolvido foi inicialmente composto por 22 itens e contou com elementos lúdicos e linguagem acessível. Os resultados da testagem-piloto com 109 escolares revelaram valor satisfatório para a consistência interna, com Intervalo de Correlação Intraclasse de 0,602 (IC 95%= 0,48-0,70; p < 0,000), com alfa de Cronbach global de 0,654, aceitável para pesquisas exploratórias. A reprodutibilidade teste-reteste foi adequada, com teste de correlação de Pearson de 66,3% (0, 0663; p< 0,000). Na correlação item-total, quatro fatores foram retirados por reduzirem o valor do alfa-global. Todos os itens apresentaram comunalidades acima de 0,4. Um item foi retirado por apresentar medida de adequação amostral considerada inadequada. Na análise fatorial exploratória, realizaram-se a extração dos fatores pelo método de análise de componente principal e a rotação com algoritmo Promax para itens correlacionados. Os itens foram retidos em cinco fatores que representaram 53,76% da variância explicada. A disposição sequencial do fator 1 ao fator 5 pareceu corroborar com um modelo de influências nos subsistemas de formação do self que iniciou com a perspectiva intergeracional, corroborando com o modelo teórico. O instrumento refinado contou com 17 itens e teve ajustes nas opções de resposta da personagem representativa da dimensão social. Diante da complexidade do objeto de estudo e do público-alvo, considera-se que o IDR-VSD apresentou propriedades de medida favoráveis nas Fases 1 e 2 do trabalho e tem potencial de resultados satisfatórios também na Fase 3 da pesquisa a ser realizada a seguir.

5
  • GEORGIA VERAS DE ARAUJO GUEIROS LIRA
  • ESTRESSE PSICOLÓGICO, FATORES MODIFICÁVEIS E CONTROLE CLÍNICO DA ASMA EM CRIANÇAS:

    INFLUÊNCIA DO SENSO DE COERÊNCIA MATERNO


  • Orientador : EMANUEL SAVIO CAVALCANTI SARINHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FERNANDO MONTEIRO AARESTRUP
  • CLEZIO CORDEIRO DE SA LEITAO
  • GISELIA ALVES PONTES DA SILVA
  • MARILIA DE CARVALHO LIMA
  • PATRICIA GOMES DE MATOS BEZERRA
  • Data: 28/06/2023

  • Mostrar Resumo
  • O controle clínico da asma na população pediátrica é determinado pela interação entre características hereditárias do paciente e fatores modificáveis relacionados ao ambiente, às comorbidades, aos aspectos psicossociais e comportamentais subjacentes ao tratamento efetivo. Dentre os aspectos psicossociais, o estresse psicológico está relacionado ao pior desfecho clínico em muitas doenças crônicas, mas a sua associação com a piora clínica da asma permanece incerta. Por sua vez, a asma é a doença crônica das vias aéreas inferiores, de caráter biopsicossocial, mais prevalente na infância, que guarda estreita relação com a participação efetiva de um cuidador no manejo clínico. No entanto, tem-se observado que nem todos os pacientes asmáticos, que estão sob a atenção de um cuidador, obtém o controle clínico da doença. Para tal situação, torna-se importante entender o conceito de senso de coerência (SOC), constructo central da teoria salutogênica de Antonovsky, que expressa a visão que o indivíduo tem da vida e a capacidade de gerenciamento das situações adversas e estressantes. Neste contexto, foi formulada a hipótese de que um alto SOC materno influencia o estresse psicológico infantil e outros fatores modificáveis da asma levando ao controle clínico dos sintomas. Para tanto, foi realizada uma pesquisa com o objetivo de verificar se existe associação do estresse psicológico infantil, e suas fases, com o controle clínico da asma e avaliar a influência do senso de coerência materno no estresse psicológico e em outros fatores modificáveis da asma. Foi realizado um estudo observacional, tipo caso-controle, com 193 crianças escolares asmáticas e suas genitoras, em três serviços de referência em afecções respiratórias, no período de 2020 a 2022. A variável dependente foi o controle clínico da asma, a variável independente principal foi estresse psicológico e a variável moderadora foi SOC materno. Outros fatores modificáveis da asma foram analisados: adesão ao tratamento, técnica inalatória, controle ambiental, além das características demográficas, clínicas, ambientais e socioeconômicas. Na análise bivariada, ter alto SOC materno, não apresentar estresse psicológico infantil ou estar em fases iniciais do estresse, com predomínio da reação psicológica, foram associados ao controle da asma com diferença estatisticamente significante entre os grupos de asma controlada e não controlada. O alto SOC foi observado em 83,5% das genitoras de crianças com asma controlada e influenciou significativamente as fases do estresse psicológico, adesão ao tratamento e o uso da técnica inalatória. Através do Teste de Breslow-Day foi possível verificar a ocorrência da interação, com significância estatística, do alto SOC materno com alta adesão ao tratamento (p = 0,003) e técnica inalatória correta dos dispositivos (p = 0,051), mas sem influência quanto ao controle ambiental (p = 0,811). Na análise multivariada, pelo modelo de Regressão logística, a baixa exposição aos aeroalérgenos, o alto SOC materno e a fase inicial do estresse psicológico foram associados ao controle da asma. Conclui-se que a hipótese do estudo foi aceita no que concerne a influência do SOC materno nas fases do estresse psicológico infantil e nos principais fatores modificáveis, adesão e técnica inalatória, para controle clínico da asma na infância.  


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  • O controle clínico da asma na população pediátrica é determinado pela interação entre características hereditárias do paciente e fatores modificáveis relacionados ao ambiente, às comorbidades, aos aspectos psicossociais e comportamentais subjacentes ao tratamento efetivo. Dentre os aspectos psicossociais, o estresse psicológico está relacionado ao pior desfecho clínico em muitas doenças crônicas, mas a sua associação com a piora clínica da asma permanece incerta. Por sua vez, a asma é a doença respiratória crônica, de caráter biopsicossocial, mais prevalente na infância, que guarda estreita relação com a participação efetiva de um cuidador no manejo clínico. No entanto, tem-se observado que nem todos os pacientes asmáticos, que estão sob a atenção de um cuidador, obtém o controle clínico da doença. Para tal situação, torna-se importante entender o conceito de senso de coerência (SOC), constructo central da teoria salutogênica de Antonovsky, que expressa a visão que o indivíduo tem da vida e a capacidade de gerenciamento das situações adversas e estressantes. Neste contexto, foi formulada a hipótese de que um alto SOC materno influencia o estresse psicológico infantil e outros fatores modificáveis da asma levando ao controle clínico dos sintomas. Para tanto, foi realizada uma pesquisa com objetivo de verificar se existe associação do estresse psicológico infantil, e suas fases, com o controle clínico da asma e avaliar a influência do senso de coerência materno no estresse psicológico e em outros fatores modificáveis da asma. Foi realizado um estudo observacional, tipo caso-controle, com 193 crianças escolares asmáticas e suas genitoras, em três serviços de referência em afecções respiratórias, no período de 2020 a 2022. A variável dependente foi o controle clínico da asma, a variável independente principal foi estresse psicológico e a variável moderadora foi SOC materno. Outros fatores modificáveis da asma foram analisados: adesão ao tratamento, técnica inalatória, controle ambiental, além das características demográficas, clínicas, ambientais e socioeconômicas. Na análise bivariada, ter alto SOC materno, não apresentar estresse psicológico ou estar em fases iniciais do estresse na infância, com predomínio da reação psicológica, foram associados ao controle da asma com diferença estatisticamente significante entre os grupos de asma controlada e não controlada. O alto SOC foi observado em 83,5% das genitoras de crianças com asma controlada e influenciou significativamente as fases do estresse psicológico, adesão ao tratamento e o uso da técnica inalatória para melhor controle da asma. Através do Teste de Breslow-Day foi possível verificar a ocorrência da interação, com significância estatística, de alto SOC materno com as variáveis alta adesão ao tratamento (p = 0,003) e técnica inalatória correta (p = 0,051), mas sem influência quanto ao controle ambiental (p = 0,811). Na análise multivariada, pelo modelo de Regressão logística, a baixa exposição aos aeroalérgenos, o alto SOC materno e a fase inicial do estresse psicológico foram associados ao controle da asma. Conclui-se que a hipótese do estudo foi aceita no que concerne a influência do SOC materno nas fases do estresse psicológico infantil e nos principais fatores modificáveis, adesão e técnica inalatória, para controle clínico da asma na infância.        

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  • PATRICIA MEIRELES BRITO
  • AVALIAÇÃO DA ACESSIBILIDADE DE CRIANÇAS PARA AS UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA NO ESTADO DE PERNAMBUCO, BRASIL: 2019 – 2021


  • Orientador : SILVIA WANICK SARINHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ESTELA MARIA LEITE MEIRELLES MONTEIRO
  • JOSE LUIZ PORTUGAL
  • KARLA MONICA FERRAZ TEIXEIRA LAMBERTZ
  • MIRELLA BEZERRA RODRIGUES VILELA
  • VILMA COSTA DE MACEDO
  • Data: 20/07/2023

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  • Destinada a cuidar da recuperação da saúde de crianças críticas, a Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) possui entraves na acessibilidade em países em desenvolvimento. Estudos avaliativos sobre a organização dos serviços incluindo ação da Central de Regulação para acessibilidade à UTIP do sistema público de saúde, ainda é limitada na literatura. O objetivo desse estudo foi avaliar a acessibilidade de crianças para UTIP em Pernambuco, Brasil. Estudo de metodologia mista e sequencial: A primeira fase quantitativa descritiva com coleta dos dados secundários de 2019 e 2021 do sistema de regulação do estado de Pernambuco, com variáveis relacionadas aos desfechos para solicitações de vagas em UTIP, da rede de organização das UTP e dos serviços de Rede de Urgência e Emergência (RUE), além de dados para acessibilidade geográfica. Em seguida, a segunda fase do estudo teve abordagem qualitativa, com entrevistas aos profissionais dos serviços envolvidos no acesso da criança á UTIP, iniciando pela Central de Regulação Hospitalar (CRH) e seguindo por um estudo de caso, no hospital terciário referência do estado. As perguntas norteadoras foram feitas a respeito da acessibilidade organizacional, nas dimensões: Estrutura, Processo e Resultado. Realizou-se análise descritiva através de números absolutos e percentuais, teste Qui-quadrado para relação entre variáveis explanatórias e desfecho. Analisou-se a chance de acesso ao leito em função do tempo de espera pela curva de Kaplan-Meier, estimados para diferentes subgrupos de tempos de espera e comparado com o teste log-rank, considerando significância para p<0,05. As entrevistas foram transcritas e analisadas por tema, segundo Gibbs (2009), identificados as principais barreiras e potencialidade da acessibilidade da criança para UTIP. Nos resultados, houve um aumento de aproximadamente 40% dos percentuais de internação, concentrados na macrorregião 1, de 2019 para 2020 e 2021 (p<0,001). Porém, a macrorregião 4 apresentou menores percentuais de internamento (2019 = 16,7%; ,2020=30,4%;2021=67,5%;p<0,05) e maiores de óbitos (2019=36,7%;2020=22,4%; 2021=13,7%;p=0,01). A distância percorrida reduziu de 50–150 Km em 2019 (44%) e 2020 (26%) para 5–20 Km em 2021 (46%). Na organização dos serviços, barreiras de acessibilidade foram apontadas: deficiência na quantidade dos recursos humanos e físicos, dificuldades e sobrecarga na atuação profissional, falha na comunicação entre os serviços de emergência e UTIP com a CRH e distanciamento da gestão com a realidade enfrentada nos serviços de emergência e UTIP. No entanto, potencialidades foram levantadas: maior visibilidade dos serviços estudados durante a pandemia por COVID-19,e novas vagas de UTIP . Conclui-se, que a acessibilidade de crianças para UTIP no estado de Pernambuco apresentou redução da distância percorrida de crianças referenciadas da RUE para UTIP, apesar de ainda ter ocorrido disparidade da oferta e distribuição dos serviços, com concentração na macrorregião 1. Ainda, a acessibilidade para UTIP passa por gargalos ques vão além da oferta de leitos UTIP, como problemas estruturais e falhas de comunicação entre a emergência, CRH e UTIP. A identificação detalhada de problemas em dimensões organizacionais de estrutura e processo, aliada a mapeamento de elementos da  acessibilidade geográfica  podem colaborar na reformulação de indicadores de acessibilidade de crianças para UTIP.


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  • Destinada a cuidar da recuperação da saúde de crianças críticas, a Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) possui entraves na acessibilidade em países em desenvolvimento. Estudos avaliativos sobre a organização dos serviços incluindo ação da Central de Regulação para acessibilidade à UTIP do sistema público de saúde, ainda é limitada na literatura. O objetivo desse estudo foi avaliar a acessibilidade de crianças para UTIP em Pernambuco, Brasil. Estudo de metodologia mista e sequencial: A primeira fase quantitativa descritiva com coleta dos dados secundários de 2019 e 2021 do sistema de regulação do estado de Pernambuco, com variáveis relacionadas aos desfechos para solicitações de vagas em UTIP, da rede de organização das UTP e dos serviços de Rede de Urgência e Emergência (RUE), além de dados para acessibilidade geográfica. Em seguida, a segunda fase do estudo teve abordagem qualitativa, com entrevistas aos profissionais dos serviços envolvidos no acesso da criança á UTIP, iniciando pela Central de Regulação Hospitalar (CRH) e seguindo por um estudo de caso, no hospital terciário referência do estado. As perguntas norteadoras foram feitas a respeito da acessibilidade organizacional, nas dimensões: Estrutura, Processo e Resultado. Realizou-se análise descritiva através de números absolutos e percentuais, teste Qui-quadrado para relação entre variáveis explanatórias e desfecho. Analisou-se a chance de acesso ao leito em função do tempo de espera pela curva de Kaplan-Meier, estimados para diferentes subgrupos de tempos de espera e comparado com o teste log-rank, considerando significância para p<0,05. As entrevistas foram transcritas e analisadas por tema, segundo Gibbs (2009), identificados as principais barreiras e potencialidade da acessibilidade da criança para UTIP. Nos resultados, houve um aumento de aproximadamente 40% dos percentuais de internação, concentrados na macrorregião 1, de 2019 para 2020 e 2021 (p<0,001). Porém, a macrorregião 4 apresentou menores percentuais de internamento (2019 = 16,7%; ,2020=30,4%;2021=67,5%;p<0,05) e maiores de óbitos (2019=36,7%;2020=22,4%; 2021=13,7%;p=0,01). A distância percorrida reduziu de 50–150 Km em 2019 (44%) e 2020 (26%) para 5–20 Km em 2021 (46%). Na organização dos serviços, barreiras de acessibilidade foram apontadas: deficiência na quantidade dos recursos humanos e físicos, dificuldades e sobrecarga na atuação profissional, falha na comunicação entre os serviços de emergência e UTIP com a CRH e distanciamento da gestão com a realidade enfrentada nos serviços de emergência e UTIP. No entanto, potencialidades foram levantadas: maior visibilidade dos serviços estudados durante a pandemia por COVID-19,e novas vagas de UTIP . Conclui-se, que a acessibilidade de crianças para UTIP no estado de Pernambuco apresentou redução da distância percorrida de crianças referenciadas da RUE para UTIP, apesar de ainda ter ocorrido disparidade da oferta e distribuição dos serviços, com concentração na macrorregião 1. Ainda, a acessibilidade para UTIP passa por gargalos ques vão além da oferta de leitos UTIP, como problemas estruturais e falhas de comunicação entre a emergência, CRH e UTIP. A identificação detalhada de problemas em dimensões organizacionais de estrutura e processo, aliada a mapeamento de elementos da  acessibilidade geográfica  podem colaborar na reformulação de indicadores de acessibilidade de crianças para UTIP.

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  • CLAUDIO GONCALVES DE ALBUQUERQUE

  • ANÁLISE METABONÔMICA DO CONDENSADO DO AR EXALADO ANTES E APÓS BRONCOPROVOCAÇÃO POR HIPERVENTILAÇÃO VOLUNTÁRIA EUCÁPNICA EM ADOLESCENTES ASMÁTICOS.
     
     
  • Orientador : JOSE ANGELO RIZZO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DECIO MEDEIROS PEIXOTO
  • EDIL DE ALBUQUERQUE RODRIGUES FILHO
  • EMANUEL SAVIO CAVALCANTI SARINHO
  • JOSE ANGELO RIZZO
  • MARCO AURELIO DE VALOIS CORREIA JUNIOR
  • Data: 28/08/2023

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  • A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas em crianças e adolescentes, com
    sintomas como dispneia, sibilância, tosse e aperto no peito. Cerca de metade dos casos apresentam o
    fenótipo do broncoespasmo induzido por exercício (BIE), que ocorre durante atividades físicas
    vigorosas, mas cujos mecanismos ainda não estão totalmente elucidados. O objetivo do estudo foi
    analisar, por meio da Ressonância Magnética Nuclear de Hidrogênio (RMN 1H), o perfil de
    metabólitos no condensado do ar exalado (CAE) em adolescentes asmáticos antes e após a
    broncoprovocação por hiperventilação voluntária eucápnica (HVE). Trata-se de um estudo
    transversal, exploratório e comparativo. Foram recrutados 44 adolescentes com diagnóstico de
    asma, na faixa etária dos 10 aos 20 anos, para participarem do teste de broncoprovocação por HVE
    e, assim, classificados em dois grupos: asmáticos com BIE (BIE +) e asmáticos sem BIE (BIE -). A
    coleta do CAE foi realizada antes e após a HVE, através de um equipamento construído, o qual
    reivindicamos a patente junto à Diretoria de Inovação e Empreendedorismo (Processo
    23076.073092/2023-39). As amostras do biofluído foram enviadas para análise metabonômica
    através da RMN 1H. O projeto de pesquisa que resultou nesta tese foi aprovado pelo Comitê de
    Ética em Pesquisa com Seres Humanos do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de
    Pernambuco (parecer: 2.796.049). Nos resultados, a comparação intragrupos (BIE + vs BIE -) antes
    do HVE apresentou perfis metabonômicos discriminantes entre os dois grupos, com uma acurácia
    de 82,7%, sensibilidade de 82,1%, especificidade de 83,3%, valor preditivo positivo (VPP) igual a
    83,72% e valor preditivo negativo (VPN) igual a 82,22%. Na análise intragrupo dos asmáticos com
    BIE, o modelo desenvolvido pela análise discriminante ortogonal por mínimos quadrados (OPLS
    DA) permitiu identificar uma separação discriminativa entre os metabólitos presentes no CAE antes
    e após a HVE (p<0,05). Enquanto no grupo de asmáticos sem BIE, realizando o mesmo tipo de
    análise, não foram observadas alterações nos metabólitos do CAE após o teste de broncoprovocação
    (p=0,19). Além disso, observamos uma maior intensidade do pico do sinal na RMN 1H no
    deslocamento químico 1,92 ppm, relacionado ao acetato, nos adolescentes que apresentaram BIE
    em relação àqueles sem BIE. O presente estudo evidenciou que antes da HVE, os grupos de
    asmáticos com e sem BIE apresentaram perfis metabonômicos distintos. Além disso, apenas os
    asmáticos com BIE apresentam alterações significativas nos metabólitos do CAE quando
    submetidos ao teste de broncoprovocação. A identificação do metabólito acetato, com maior
    intensidade nos adolescentes com BIE, pode indicar uma potencial via metabólica associada à
    resposta asmática ao exercício. Esses achados contribuem para a compreensão dos mecanismos subjacentes ao BIE e podem abrir novas perspectivas para o diagnóstico e tratamento personalizado
    da BIE. O desenvolvimento do equipamento de coleta de CAE sob patente também representa um
    avanço importante na área da pesquisa clínica.

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  • v>

    A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas muito frequente em crianças e
    adolescentes, com sintomas como dispneia, sibilância, tosse e aperto no peito. Cerca de metade dos
    pacientes apresentam o fenótipo de broncoespasmo induzido por exercício (BIE), que ocorre
    durante atividades físicas vigorosas, mas cujos mecanismos ainda não estão totalmente elucidados.
    O objetivo do estudo foi analisar, por meio da RMN 1H, o perfil de metabólitos no condensado do
    ar exalado (CAE) em adolescentes asmáticos antes e após a broncoprovocação por hiperventilação
    voluntária eucápnica (HVE). Trata-se de um estudo transversal, exploratório e comparativo. Foram
    recrutados 44 adolescentes com diagnóstico de asma com idade entre 10 e 20 anos, para
    participarem do teste de broncoprovocação por HVE, classificados em dois grupos de acordo com a
    resposta: aqueles com BIE (BIE +) e sem BIE (BIE -). A coleta do CAE foi realizada antes e após a
    HVE através de um equipamento construído para o qual reivindicamos a patente junto à Diretoria
    de Inovação e Empreendedorismo (Processo 23076.073092/2023-39). As amostras do biofluído
    foram enviadas para análise metabonômica através da RMN 1H. O projeto de pesquisa que resultou
    nesta tese foi aprovado pelo Comitê de Ética institucional (parecer: 2.796.049). Nos resultados, a
    comparação entre grupos (BIE + vs BIE -) antes do HVE apresentou perfis metabonômicos
    discriminantes entre os dois grupos, com uma acurácia de 82,7%, sensibilidade de 82,1%,
    especificidade de 83,3%, valor preditivo positivo (VPP) igual a 83,72% e valor preditivo negativo
    (VPN) igual a 82,22%. Na análise intragrupo dos asmáticos com BIE, o modelo desenvolvido
    permitiu identificar uma separação discriminativa entre os metabólitos presentes no CAE antes e
    após a HVE (p<0,05). Enquanto no grupo de asmáticos sem BIE, realizando o mesmo tipo de
    análise, não foram observadas alterações nos metabólitos do CAE após o teste de broncoprovocação
    (p=0,19). Além disso, observamos uma maior intensidade do pico do sinal na RMN 1H no
    deslocamento químico 1,92 ppm, relacionado ao acetato nos adolescentes que apresentaram BIE em
    relação àqueles sem BIE. O presente estudo evidenciou que antes da HVE, os grupos de asmáticos
    com e sem BIE apresentaram perfis metabonômicos distintos. Além disso, apenas os asmáticos com
    BIE apresentam alterações significativas nos metabólitos do CAE quando submetidos ao teste de
    broncoprovocação. A identificação do metabólito acetato, com maior intensidade nos adolescentes
    com BIE, pode indicar uma potencial via metabólica associada à resposta brônquica ao exercício.
    Esses achados podem contribuir para a compreensão dos mecanismos subjacentes ao BIE e podem
    abrir novas perspectivas para o diagnóstico e tratamento personalizado da BIE. O desenvolvimento do equipamento de coleta de CAE sob patente também representa um avanço importante na área da
    pesquisa clínica.
2022
Dissertações
1
  • MIRELLY DA SILVA BARROS
  • CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS NO ENSINO SUPERIOR:  O FLORESCER DE CONHECIMENTOS SOBRE A PRIMEIRA INFÂNCIA SOB A LUZ  DE VIGOTSKY

  • Orientador : MARIA WANDERLEYA DE LAVOR CORIOLANO MARINUS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CLAUDIA MARINA TAVARES DE ARAUJO
  • GABRIELA CUNHA SCHECHTMAN SETTE
  • JOSEPH DIMAS DE OLIVEIRA
  • Data: 15/07/2022

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  • Introdução: Intervenções direcionadas à infância consituem uma forma de melhorar a qualidade de vida, saúde e integração social. A partir desta compreensão, há necessidade de ações de formação profissional direcionadas a fomentar conhecimentos interprofissionais voltados à promoção da saúde da criança. A contação de histórias enquanto ferramenta de ensino-aprendizagem no ensino superior e enquanto estratégia de comunicação e aproximação com o público infantil, pode conduzir a construção de conhecimentos significativos, críticos e co-criativos para o planejamento de ações resolutivas em contextos e situações que impactam a infância e novos significados para ações e papeis profissionais. Objetivo Geral: Analisar as potencialidades da contação de histórias em um processo de ensino-aprendizagem interprofissional sobre primeira infância com estudantes de graduação. Metodologia: Estudo de caso, único, de caráter avaliativo, construído a partir da abordagem qualitativa. Os dados foram co- produzidos a partir de uma proposta formativa, interprofissional, em formato híbrido, com estudantes de graduação de diferentes cursos da Universidade Federal de Pernambuco, no Campus Recife. Na primeira etapa, foram investigados os conhecimentos prévios dos participantes sobre primeira infância e contação de histórias, além de motivações. Na segunda etapa, os estudantes tiveram contato com a temática da primeira infância por meio da contação de histórias e metodologias participativas. Na terceira etapa, os estudantes foram divididos em grupos para criação de soluções, a partir da contação de histórias, subsidiados pelas fases do design thinking. Nesta etapa, foram realizadas visitas práticas a contextos de atuação com as crianças (Bibliotecas Comunitárias, Emergência Pediátrica e enfermaria pediátrica). Os instrumentos de coleta de dados foram formulários on-line auto-preenchidos, narrativas e produções ao longo dos encontros, além de um grupo focal avaliativo, ao final. A análise de dados foi realizada conforme etapas de codificação descritiva, codificação analítica e categorização de Gibbs. Resultados: Os resultados subsidiaram três categorias, articuladas ao Referencial Teórico de Vigotsky. A Categoria I aborda as “Interesses iniciais dos graduandos sobre a primeira infância e contação de histórias”, considerando conhecimentos prévios e percepções sobre fatores que influenciaram a tomada de decisão/motivação para participarem do processo formativo. Na categoria II, intitulada “Contação de histórias no processo de ensino-aprendizagem sobre primeira infância: Conhecimentos e sentimentos novos”: Os estudantes conseguiram refletir e aprender sobre temáticas como desenvolvimento infantil durante a primeira infãncia, parentalidade, afetividade, o lúdico no contexto da infância e a comunicação com crianças. Na categoria III, intitulada “Aplicação interprofissional de intervenções mediadas pela contação de histórias para primeira infância em diferentes contextos”: foram evidenciadas compreensões quanto ao trabalho em equipe interprofssional e a experiência de articulação profissional. Considerações finais: Por sua versatilidade, a contação de histórias favoreceu a exploração de diferentes aspectos que envolvem a temática da primeira infância, ampliando a compreensão de conceitos, o pensamento crítico e reflexivo, assim como, o próprio ambiente organizacional, além da sociointeração de estudantes numa perspectiva interprofissional, gerando novas percepções sobre o trabalho em equipe e atuação direta com crianças e famílias em diferentes cenários. A contação de histórias permitiu a aprendizagem sensível, agregando aspectos estéticos e emocionais no contexto pedagógico, além dos aspectos colaborativos e interprofissionais no cuidado à criança/família. O presente estudo direciona para a necessidade de realização de estudos futuros no que se refere ao uso e aplicabilidade da contação de histórias em outros contextos, formativos e de cuidado no ensino superior.


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  • Introdução: Intervenções direcionadas à infância consituem uma forma de garantir a qualidade de vida, saúde e integração social. A partir desta compreensão, há necessidade de ações de formação profissional direcionadas a fomentar conhecimentos interprofissionais voltados à promoção da saúde da criança. A contação de histórias enquanto ferramenta de ensino-aprendizagem no ensino superior e enquanto estratégia de comunicação e aproximação com o público infantil, pode conduzir a construção de conhecimentos significativos, críticos e co-criativos para o planejamento de ações resolutivas em contextos e situações que impactam a infância e novos significados para ações e papeis profissionais. Objetivo Geral: Analisar as potencialidades da contação de histórias em um processo de ensino-aprendizagem interprofissional sobre primeira infância com estudantes de graduação. Metodologia: Estudo de caso, a partir da abordagem qualitativa. Os dados foram co- produzidos a partir de uma proposta formativa, interprofissional, em formato híbrido, com estudantes de graduação de diferentes cursos. Na primeira etapa, foram investigados os conhecimentos prévios dos participantes sobre primeira infância e contação de histórias, além de motivações. Na segunda etapa, os estudantes tiveram contato com a temática da primeira infância por meio da contação de histórias e metodologias participativas. Na terceira etapa, os estudantes foram divididos em grupos para criação de soluções, a partir da contação de histórias, subsidiados pelas fases do design thinking. Nesta etapa, foram realizadas visitas práticas a contextos de atuação com as crianças (Bibliotecas Comunitárias, Emergência Pediátrica e enfermaria pediátrica). Os instrumentos de coleta de dados foram formulários on-line auto-preenchidos, narrativas e produções ao longo dos encontros. A análise de dados foi realizada conforme etapas de codificação descritiva, codificação analítica e categorização de Gibbs. Resultados: Os resultados subsidiaram três categorias, articuladas ao Referencial Teórico de Vygotski. A Categoria 1 aborda as “Interesses iniciais dos graduandos sobre a primeira infância e contação de histórias”, considerando conhecimentos prévios e percepções sobre fatores que influenciaram a tomada de decisão/motivação para participarem do processo formativo. Na categoria II, intitulada “Contação de histórias no processo de ensino-aprendizagem sobre primeira infância: Conhecimentos e sentimentos novos”: Os estudantes conseguiram refletir e aprender sobre temáticas como desenvolvimento infantil durante a primeira infãncia, parentalidade, afetividade, o lúdico no contexto da infância e a comunicação com crianças. Na categoria III, intitulada “Aplicação interprofissional de intervenções mediadas pela contação de histórias para primeira infância em diferentes contextos”: foram evidenciadas compreensões quanto ao trabalho em equipe interprofssional e a experiência de articulação profissional. Considerações finais: Por sua versatilidade, a contação de histórias favoreceu a exploração de diferentes aspectos que envolvem a temática da primeira infância, ampliando a compreensão de conceitos, o pensamento crítico e reflexivo, assim como, o próprio ambiente organizacional, além da sociointeração de estudantes numa perspectiva interprofissional, gerando novas percepções sobre o trabalho em equipe. A contação de histórias permitiu a aprendizagem sensível, agregando aspectos estéticos e emocionais no contexto pedagógico. O presente estudo direciona para a necessidade de realização de estudos futuros no que se refere ao uso e aplicabilidade da contação de histórias em outros contextos, formativos e de cuidado.

2
  • GABRIELA BARZA LIRA
  • ESTABILIDADE DA AVALIAÇÃO DOS MARCOS DE DESENVOLVIMENTO DO SURVEY OF WELL-BEING OF YOUNG CHILDREN



  • Orientador : SOPHIE HELENA EICKMANN
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DEMOCRITO DE BARROS MIRANDA FILHO
  • PAULO SAVIO ANGEIRAS DE GOES
  • SILVIA WANICK SARINHO
  • Data: 29/07/2022

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  • É fundamental para o acompanhamento do desenvolvimento infantil a escolha de uma ferramenta válida e confiável. A confiabilidade de um teste é crucial para avaliações longitudinais, a fim de garantir que as diferenças encontradas nos resultados obtidos ao longo do tempo sejam pelas mudanças no desenvolvimento da criança e não da variabilidade na execução do teste. O objetivo desta pesquisa foi avaliar a estabilidade a médio prazo dos marcos do desenvolvimento do Survey of Well-being of Young Children (SWYC) e verificar a associação das variáveis biológicas das crianças e socioeconômicas maternas com o desenvolvimento das crianças no momento da primeira e da segunda avaliação. Este estudo consiste na parte quantitativa de um estudo misto quali-quantitativo sequencial em que foi realizada a avaliação da estabilidade a médio prazo dos escores bruto e total do SWYC. A amostra constou de 240 crianças que foram avaliadas pelo SWYC em dois momentos distintos. Na primeira avaliação da triagem do desenvolvimento pelo SWYC as crianças tinham 6 a 24 meses e 30 meses ou mais na segunda. Na primeira avaliação 29,2% das crianças foram diagnosticadas com “necessidade de revisão” do desenvolvimento, já na segundo avaliação, houve redução para 13,8%. O coeficiente de correlação intraclasse (ICC) dos valores da pontuação total dos marcos do desenvolvimento da primeira com a segunda avaliação foi 0,69 (IC95% 0,60 a 0,76), p<0,001. O coeficiente de concordância Kappa de Cohen dos valores da classificação final do SWYC entre a primeira e a segunda avaliação foi 0,34 (IC95% 0,23 a 0,46), para o ponto de corte brasileiro. O coeficiente Kappa ajustado pela prevalência e pelo viés (PABAK) foi de 0,54. Já para o ponto de corte norte-americano, o Kappa de Cohen foi 0,41 (IC95% 0,28 a 0,53), com PABAK de 0,58. A co-positividade da classificação final dos marcos do desenvolvimento, entre a primeira e a segunda avaliação, foi 72,73%, a co-negatividade 77,78%, valor preditivo positivo 34,29% e valor preditivo negativo 94,71%. Observamos maior percentual de crianças com “necessidade de revisão” do desenvolvimento entre os filhos de mães com menor escolaridade, pertencentes a famílias de nível socioeconômico mais baixo e do sexo masculino. Houve concordância moderada dos resultados do teste quando avaliados em dois momentos distintos. A utilização deste instrumento de triagem é recomendada devido à capacidade do teste em demonstrar estabilidade a médio prazo.


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  • É fundamental para o acompanhamento do desenvolvimento infantil a escolha de uma ferramenta válida e confiável. A confiabilidade de um teste é crucial para avaliações longitudinais, a fim de garantir que as diferenças encontradas dos resultados obtidas ao longo do tempo sejam pelas mudanças e não da variabilidade na execução do teste. O objetivo desta pesquisa foi avaliar a estabilidade a médio prazo dos marcos do desenvolvimento do Survey of Well-being of Young Children (SWYC) e verificar a associação das variáveis biológicas das crianças e socioeconômicas maternas com o desenvolvimento de crianças no momento da primeira e da segunda avaliação. Este estudo consiste na parte quantitativa de um estudo misto quali-quantitativo sequencial em que foi realizada a avaliação da estabilidade a médio prazo dos escores bruto e total do SWYC. A amostra constou de 240 crianças que foram avaliadas pelo SWYC em dois momentos distintos. Na primeira avaliação da triagem do desenvolvimento pelo SWYC as crianças tinham 6 a 24 meses e 30 meses ou mais na segunda. Na primeira avaliação 29,2% das crianças foram diagnosticadas com “necessidade de revisão” do desenvolvimento, já na segundo avaliação, houve redução para 13,8%. O coeficiente de correlação intraclasse (ICC) dos valores da pontuação total dos marcos do desenvolvimento da primeira com a segunda avaliação foi 0,69 (IC95% 0,60 a 0,76), p<0,001. O coeficiente de concordância Kappa de Cohen dos valores da classificação final do SWYC entre a primeira e a segunda avaliação foi 0,34 (IC95% 0,23 a 0,46), para o ponto de corte brasileiro, com o PABAK (coeficiente Kappa ajustado pela prevalência e pelo viés) de 0,54. Já para o ponto de corte norte-americano, o Kappa de Cohen foi 0,41 (IC95% 0,28 a 0,53), com PABAK de 0,58. A co-positividade da classificação final dos marcos do desenvolvimento, entre a primeira e a segunda avaliação, foi 72,73%, a co-negatividade 77,78%, valor preditivo positivo 34,29% e valor preditivo negativo 94,71%. Observamos maior percentual de crianças com “necessidade de revisão” do desenvolvimento entre os filhos de mães com menor escolaridade, pertencentes a famílias de classe social mais baixa e do sexo masculino. Concluímos que esta pesquisa contribuiu para a compreensão da estabilidade a médio prazo dos marcos do desenvolvimento do SWYC, indicando uma concordância moderada dos resultados do teste avaliados em dois momentos distintos. Destacamos a importância da utilização deste instrumento para a triagem do desenvolvimento infantil.

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  • RENATA RAMOS DE SANTANA
  • O CUIDADO EM SAÚDE MENTAL NA PRIMEIRA INFÂNCIA POR PROFISSIONAIS DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: ESTUDO DE CASOS MÚLTIPLOS





  • Orientador : DANIELA TAVARES GONTIJO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA PAULA ESMERALDO LIMA
  • KEISE BASTOS GOMES DA NOBREGA
  • MARIA WANDERLEYA DE LAVOR CORIOLANO MARINUS
  • Data: 11/08/2022

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  • INTRODUÇÃO: O presente estudo trata do cuidado em saúde mental na primeira infância no contexto da atenção básica sob a perspectiva dos profissionais da Estratégia de Saúde da Família. É por meio das concepções e práticas que envolvem este cuidado em saúde que o presente estudo intenta compreender como é concebido e realizado o cuidado em saúde mental na primeira infância por profissionais do acesso preferencial à saúde pública, a fim de sensibilizar para a promoção de saúde e para o cuidado humanizado. OBJETIVO: Compreender como é realizado o cuidado em saúde mental na primeira infância por profissionais da Estratégia de Saúde da Família.. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo de casos múltiplos numa abordagem qualitativa em unidades de saúde de três microrregiões de um município. A coleta de dados como evidências foi realizada através de entrevista individual com 18 profissionais da Estratégia de Saúde da Família. Além disso também foram coletadas evidências através da construção de diário de campo e das informações sobre as unidades disponibilizadas pelos profissionais. As evidências foram analisadas através da análise temática com utilização do software Atlas-ti (versão 8.0). RESULTADOS:   Resultaram desta análise três categorias temáticas: a primeira como Concepções sobre criança, a saúde mental infantil e o cuidado em saúde mental na infância; a segunda como Cuidado à criança nas USF, ações e dificuldades do cuidado; e a terceira como Cuidado à saúde mental na infância abrangendo como os profissionais identificam que a criança expressa suas necessidades de cuidado, o perfil da criança que demanda cuidado em saúde mental e a realização do cuidado à saúde mental na primeira infância. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O presente trabalho identificou dificuldades acerca do cuidado à saúde mental na primeira infância e acerca do conhecimento na temática da saúde mental infantil apontando para necessidade de capacitação dos profissionais da ESF e para a necessidade elaboração de linha estratégica de cuidado à saúde mental na primeira infância. Toda esta concepção e prática acerca da saúde mental na primeira infância sugere que o cuidado deve ser territorialmente construído.



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  • INTRODUÇÃO: O presente estudo trata das concepções e práticas que envolvem a concepção e a realização do cuidado em saúde mental na primeira infância por profissionais do acesso preferencial à saúde pública. OBJETIVO: Compreender como é realizado o cuidado em saúde mental na primeira infância por profissionais da Estratégia de Saúde da Família.. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo de casos múltiplos numa abordagem qualitativa em unidades de saúde de três microrregiões de um município. A coleta de dados como evidências foi realizada através de entrevista individual com 18 profissionais da Estratégia de Saúde da Família. Além disso também foram coletadas evidências através da construção de diário de campo e das informações sobre as unidades disponibilizadas pelos profissionais. As evidências foram analisadas através da análise temática com utilização do software Atlas-ti (versão 8.0). RESULTADOS:   Resultaram desta análise três categorias temáticas: a primeira como Concepções sobre criança, a saúde mental infantil e o cuidado em saúde mental na infância; a segunda como Cuidado à criança nas USF, ações e dificuldades do cuidado; e a terceira como Cuidado à saúde mental na infância abrangendo como a criança expressa suas necessidades de cuidado, o perfil da criança que demanda cuidado em saúde mental e a realização do cuidado à saúde mental na primeira infância. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O presente trabalho identificou dificuldades acerca do cuidado à saúde mental na primeira infância e acerca do conhecimento na temática da saúde mental infantil apontando para necessidade de capacitação dos profissionais da ESF e para a necessidade elaboração de linha estratégica de cuidado à saúde mental na primeira infância.

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  • CHARDSONCLESIA MARIA CORREIA DA SILVA MELO
  • VALIDAÇÃO DE UMA TECNOLOGIA EDUCACIONAL BASEADA EM GAMIFICAÇÃO PARA O ENFRENTAMENTO DE ARBOVIROSES NO ENSINO MÉDIO

     

  • Orientador : ROSALIE BARRETO BELIAN
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIELA TAVARES GONTIJO
  • ESTELA MARIA LEITE MEIRELLES MONTEIRO
  • MARIA AUXILIADORA SOARES PADILHA
  • Data: 26/08/2022

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  • Tidas como enorme desafio para o cenário epidemiológico brasileiro, a dengue, a
    chikungunya, a febre amarela e a zika são constantemente classificadas como ameaças
    para a saúde pública. Mesmo após todas as campanhas de conscientização sobre as
    arboviroses, o cenário epidemiológico brasileiro só piora, frente à prevalência dos ciclos
    de epidemias em quase todo território nacional. Historicamente, o Brasil tem investido
    em diferentes estratégias de combate ao vetor, baseadas em modelos tradicionais que têm
    se mostrado pouco eficientes, uma vez que não promovem o necessário engajamento da
    população. Ademais, as ações de educação em saúde vêm ganhando mais destaque
    quando utilizada como uma estratégia de produção e promoção da saúde, principalmente
    quando atreladas ao uso de tecnologias, possibilitando um maior alcance às necessidades
    do indivíduo. No que diz respeito ao uso de tecnologia, as Tecnologias Digitais da
    Informação e da Comunicação (TDIC) têm se firmado como ferramentas promissoras na
    implementação de práticas inovadoras, que buscam o empoderamento do público jovem
    através da aprendizagem móvel. No caso do Arboedu, a estratégia conta com o
    envolvimento das famílias a partir da influência do adolescente nas mudanças de práticas
    protetivas, através de atividades lúdicas e gamificadas que promovem a aproximação do
    público aos serviços. O objetivo desse estudo é validar a tecnologia educacional,
    denominada Arboedu, composta pelo aplicativo móvel, a Plataforma web e o Guia do
    Professor, como um recurso com potencial de promover mudanças de práticas na
    prevenção de arboviroses no estudante do ensino médio, na perspectiva de profissionais
    de saúde e de educação. Trata-se de um estudo de desenvolvimento metodológico com
    ênfase na validação de tecnologia educativa, através da abordagem quantitativa. A
    tecnologia Arboedu foi avaliada por um painel de 25 juízes (dez do perfil saúde e 15 do
    perfil educação), convidados por conveniência e captados por amostragem em “bola de
    neve”, considerando sua experiência e qualificação. Os dados provenientes do
    questionário foram analisados utilizando o Índice de Validade de Conteúdo (IVC), que
    indica em que medida as opiniões dos sujeitos das amostras são congruentes. Adotou-se
    um ponto de corte de 80% (0,80) de concordância como padrão para estabelecer a
    excelência da validade em todos os domínios analisados (Objetivos, Apresentação e
    Amigabilidade, Conteúdo, Relevância, e Alcance dos Pressupostos Pedagógicos). O
    Arboedu alcançou um índice de Concordância Geral de 99% (0,99), conferindo
    adequação como uma tecnologia educacional em conformidade com os preceitos para os
    quais foram desenvolvidas. Sugestões de melhoria para a tecnologia educacional foram
    obtidas dos juízes através de textos abertos, que foram agrupados quanto aos domínios, e
    discutidos visando o aperfeiçoamento da tecnologia.


  • Mostrar Abstract
  • Atualmente, a dengue, a febre chikungunya e a zika constituem uma das doenças mais endêmicas no Brasil, sendo classificadas como ameaças constantes para a saúde pública brasileira. Mesmo após todas as campanhas de conscientização sobre as arboviroses, o cenário epidemiológico brasileiro só piora, frente à crescente prevalência de doenças causadas pelo Aedes aegypti. Historicamente, o Brasil tem investido em diferentes estratégias de combate ao vetor, baseadas em modelos tradicionais que não têm surtido o efeito desejado, uma vez que não promovem o necessário engajamento da população. Dessa forma, as Tecnologias Digitais da Informação e da Comunicação (TDIC) têm se firmado como ferramentas promissoras na implementação de práticas inovadoras que buscam o empoderamento do público jovem, através da aprendizagem móvel. Tal prática vem conduzindo a educação em saúde por novos caminhos, configurando-se como um relevante recurso capaz de implementar a promoção da saúde. No caso do Arboedu, a estratégia conta com o envolvimento das famílias a partir da influência adolescente nas mudanças de práticas protetivas. No intuito de tornar o processo educativo na saúde mais participativo, muitos profissionais têm apostado em aplicativos de saúde que fazem uso de estratégias lúdicas e de gamificação, que promovam a aproximação do público aos serviços. O objetivo desse estudo é validar a tecnologia educacional, denominada Arboedu, composta pelo aplicativo e suas ferramentas de apoio, como um recurso com potencial de promover mudanças de práticas na prevenção de arboviroses no estudante do ensino médio, na perspectiva de profissionais de saúde e de educação. Trata-se de um estudo de desenvolvimento metodológico com ênfase na validação de tecnologia educativa, através da abordagem quantitativa. A tecnologia Arboedu foi julgada por um painel de 25 juízes (dez do perfil saúde e 15 do perfil educação), convidados por conveniência e captados por amostragem em “bola de neve”, considerando sua experiência e qualificação. Os dados provenientes do questionário foram analisados utilizando o Índice de Validade de Conteúdo (IVC), que indica em que medida as opiniões dos sujeitos das amostras são congruentes. Adotou-se um ponto de corte de 80% (0,80) de concordância como padrão para estabelecer a excelência da validade em todos os domínios analisados (Objetivos, Apresentação e Amigabilidade, Conteúdo, Relevância, e Alcance dos Pressupostos Pedagógicos). O aplicativo Arboedu e suas ferramentas de apoio alcançaram um índice de Concordância Geral de 99% (0,99), conferindo adequação como uma tecnologia educacional em conformidade com os preceitos para os quais foram desenvolvidas. Sugestões de melhoria para a tecnologia educacional foram obtidas dos juízes através de textos abertos, que foram agrupados quanto aos domínios, e discutidos visando o aperfeiçoamento do Arboedu. Sugere-se como perspectiva futura, que seja realizada a avaliação da eficácia da tecnologia educacional com o público-alvo, antes de disponibilizá-las de forma definitiva para os adolescentes escolares.

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  • ANDRESSA LAIS FERREIRA SILVA
  • SINTOMAS GASTROINTESTINAIS E A RELAÇÃO COM O CONSUMO DE CARBOIDRATOS FERMENTÁVEIS EM CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

  • Orientador : KATIA GALEAO BRANDT
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ERIKA MICHELLE CORREIA DE MACEDO BARBOSA
  • MICHELLE FIGUEIREDO CARVALHO
  • POLIANA COELHO CABRAL
  • Data: 29/08/2022

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  • O objetivo desta pesquisa foi avaliar a frequência de sintomas gastrointestinais em crianças com TEA (transtorno do espectro autista) correlacionando o consumo de carboidratos fermentáveis à essas alterações. Trata-se de um estudo de séries de caso, com coletas realizadas com pacientes de 4 a 10 anos de idade incompletos com diagnóstico prévio de TEA. Os pacientes são assistidos pelo Núcleo de Assistência Multiprofissional ao Neurodesenvolvimento Infantil (NAMNI), vinculado à APAMI (Associação de Apoio e Proteção à Maternidade e à Infância) Vitória, serviço integrado ao SUS (Sistema Único de Saúde), localizado no município da Vitória de Santo Antão - PE. Como instrumento, foram aplicados questionários com dados socioeconômicos e demográficos, variáveis clínicas, escala de Bristol, questionário para diagnóstico de sintomas gastrointestinais e recordatório alimentar de 24 horas para avaliar consumo alimentar. A coleta de dados acerca dos sintomas gastrointestinais foi realizada a partir de questionário elaborado pela autora com tradução e adaptação do instrumento proposto por Margolis e colaboradores (2019), validado para crianças com TEA. Dentre as 44 crianças do estudo, foi identificada uma frequência de 34 crianças (77,3%, IC 95% 62,2 - 88,5) que apresentaram algum sintoma gastrointestinal, com destaque para dor ao evacuar (40,9%, IC95% 26,3 – 56,8), sinais sugestivos de dor abdominal (38,6%, IC95% 24,4 – 54,5) e urgência evacuatória (34,1%, IC95% 20,5 – 49,9). Os achados sugerem também que a flatulência foi um importante sintoma correlacionado ao consumo excessivo de carboidratos fermentáveis, além da maior frequência de crianças com dor abdominal percebida por sinais sugestivos de dor em comparação ao relato verbal da criança de dor abdominal. Este dado é importante para que os profissionais de saúde possam estar atentos não só para o relato da queixa gastrointestinal, mas também para o comportamento que pode se associar ao sintoma gastrointestinal. No que diz respeito aos carboidratos fermentáveis o consumo alimentar dos mesmos não esteve associado à maior frequência de sintomas gastrointestinais e, portanto, sugere-se não haver indicação na restrição de alimentos ricos em carboidratos fermentáveis no manejo dos sintomas gastrointestinais, diante dos achados deste estudo. Destaca-se, portanto, a importância do diagnóstico dos sintomas gastrointestinais para possibilitar um manejo assertivo e individualizado, contribuindo assim para melhor qualidade de vida da criança com TEA.


  • Mostrar Abstract
  • O objetivo desta pesquisa foi avaliar a prevalência de sintomas gastrointestinais em crianças com TEA (transtorno do espectro autista) correlacionando o consumo de carboidratos fermentáveis à essas alterações. Trata-se de um estudo transversal, com coletas realizadas de forma presencial e/ou on-line de pacientes de 4 a 10 anos com diagnóstico de TEA do Núcleo de Assistência Multiprofissional ao Neurodesenvolvimento Infantil (NAMNI), vinculado à APAMI (Associação de Apoio e Proteção à Maternidade e à Infância) Vitória, localizada no município de Vitória de Santo Antão - PE. Foram aplicados questionários com dados socioeconômicos e demográficos, variáveis clínicas, escala de Bristol, questionário para diagnóstico de sintomas gastrointestinais e recordatório alimentar de 24 horas para avaliar consumo alimentar. A coleta de dados foi realizada de forma virtual e/ou presencial, a partir de questionário elaborado no Google Forms, em virtude do distanciamento social em razão da pandemia do novo coronavírus e de forma presencial quando possível e necessário. O presente estudo foi submetido ao Comitê de Ética de Pesquisa em Seres Humanos sob o CAAE nº 28415919.4.0000.5208. Dentre as 44 crianças do estudo, foi identificada uma prevalência de 34 crianças (77,3%, IC 95% 62,2 - 88,5) que apresentaram algum sintoma gastrointestinal, com destaque para dor ao evacuar (40,9%, IC95% 26,3 – 56,8), sinais sugestivos de dor abdominal (38,6%, IC95% 24,4 – 54,5) e urgência evacuatória (34,1%, IC95% 20,5 – 49,9). Os achados sugerem também que a flatulência foi um importante sintoma correlacionado ao consumo excessivo de carboidratos fermentáveis, além da maior prevalência de crianças com dor abdominal percebida por sinais sugestivos de dor em comparação ao relato verbal da criança de dor abdominal. No que diz respeito aos carboidratos fermentáveis o consumo alimentar dos mesmos não esteve associado à maior prevalência de sintomas gastrointestinais e, portanto, sugere-se não haver indicação na restrição de alimentos ricos em carboidratos fermentáveis no manejo dos sintomas gastrointestinais, diante dos achados deste estudo.

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  • DANIELLA CLAUDIA DE FRANÇA CAVALCANTI
  • EVOLUÇÃO PONDERAL PÓS-NATAL EM RECÉM-NASCIDOS A TERMO


  • Orientador : ALCIDES DA SILVA DINIZ
  • MEMBROS DA BANCA :
  • POLIANA COELHO CABRAL
  • DAYSE RAFAELE LIMA DOS SANTOS
  • MARILIA TOKIKO OLIVEIRA TOMIYA
  • Data: 31/08/2022

  • Mostrar Resumo
  • O objetivo do estudo foi avaliar a evolução ponderal de recém-nascidos a termo, identificando a influência das varáveis maternas e da criança. Trata-se de um estudo observacional, coorte prospectiva, realizado em um hospital de referência em Recife/PE. Foram incluídos na pesquisa recém-nascidos a termo (até 28 dias de vida), de ambos os sexos, sadios, em aleitamento materno exclusivo. Para classificação da perda excessiva de peso foi utilizado o limite superior de 8%, e o ganho de peso foi considerado adequado quando maior que 20g/dia. Foram avaliadas 310 crianças/mães e os fatores associados à evolução ponderal. Para verificar as variáveis preditoras da perda de peso >8% foi feito um modelo inicial da regressão de Poisson, onde foram incluídas oito variáveis que apresentaram p < 0,10 na análise bivariada, sendo elas: faixa etária materna, procedência, tipo de parto, queixa principal, tipo de mamilos, idade da criança, conduta terapêutica e amamentação na primeira hora de vida. Da mesma forma, foi realizado um modelo inicial para o ganho de peso maior que 20g/dia, sendo incluídas nove variáveis: número de consultas, idade gestacional, idade da criança, tipo de parto, queixa principal, tipo de mamilos, fluxo de leite materno, conduta terapêutica e relação peso/idade gestacional. Após análise de regressão de Poisson foram encontradas as seguintes variáveis preditoras para a perda >8%: idade maior que 30 anos (RP ajustada 2,1; IC95% 1,2-4,0), parto cesáreo (RP ajustada 2,3; IC95% 1,1 a 5,3), e oferta de leite materno ordenhado (RP ajustada 13,5; IC 95% 4,9 a 37,6); e para o ganho de peso >20g/dia: idade gestacional de 40-42 semanas (RP ajustada 1,8; IC 95% 1,0 a 3,0), parto normal (RP ajustada 4,1; IC95% 2,0 a 8,4), ausência de alterações mamárias (RP ajustada 2,1; IC 95% 1,1 a 4,1), idade maior que cinco dias (RP ajustada 4,1; IC 95% 1,0 a 16,3), e o tipo de mamilo (RP ajustada 1,8; IC 95% 1,1 a 3,1). Os resultados evidenciam uma forte relação entre os fatores do binômio mãe-filho e a evolução ponderal pós-natal.


  • Mostrar Abstract
  • O objetivo do estudo foi avaliar a evolução ponderal de recém-nascidos a termo, identificando a influência das varáveis maternas e da criança. Trata-se de um estudo observacional, coorte prospectiva, realizado em um hospital de referência em Recife/PE. Foram incluídos na pesquisa recém-nascidos (até 28 dias de vida) a termo, de ambos os sexos, sadios, em aleitamento materno exclusivo. Para classificação da perda excessiva de peso foi utilizado o limite superior de 8%, e o ganho de peso foi considerado adequado quando maior que 20g/dia. Foram avaliadas 310 crianças/mães e os fatores associados à evolução ponderal. A prevalência de perda de peso >8% foi considerada estatisticamente significante no grupo de mães acima de 30 anos (16,4%), procedentes do interior (25,9%), que tiveram partos cesáreos (16,3%), com características mamilares que não favorecem a amamentação (16,1%). Na conduta terapêutica, o grupo que recebeu leite materno ordenhado, seja ele posterior ou não, teve uma maior prevalência (32,5%) de perda de peso, quando comparado ao grupo cujas mães necessitaram apenas de orientações para adequação da amamentação (p<0,001).  Já em relação às crianças, a perda de peso foi >8% no grupo com até 4 dias de vida (18,6%), e nas que nasceram grandes para idade gestacional (22,9%). Em relação ao ganho >20g/dia, idade gestacional entre 40-49 semanas (21,3%), parto normal (24%), ausência de queixas relacionadas à amamentação (19,4%), mamilos com características que favorecem a amamentação (17,5%), e ótimo fluxo de leite materno (17,8%) apresentaram relação estatisticamente significante ao ganho adequado. Em relação à criança, o grupo com 5 dias de vida ou mais (16,7%), e pequenos para idade gestacional (35,7%) também apresentou ganhou >20g estatisticamente significante. Após análise de regressão de Poisson foram encontradas as seguintes variáveis preditoras para a perda >8%: idade maior que 30 anos (RP ajustada 2,2; IC95% 1,2-4,0), parto cesáreo (RP ajustada 2,3; IC95% 1,1 a 5,1), e oferta de LMO (RP ajustada 12,5; IC 95% 4,6 a 34,1); e preditoras para o ganho de peso >20g/dia: idade gestacional de 40-42 semanas (RP ajustada 1,8; IC 95% 1,0 a 3,0), parto normal (RP ajustada 4,1; IC95% 2,0 a 8,4), alterações mamárias (RP ajustada 0,5; IC 95% 0,2 a 0,9), idade maior que cinco dias (RP ajustada 4,1; IC 95% 1,0 a 16,3), e o fato do bebê usar chupeta (RP ajustada 1,9; IC 95% 1,1 a 3,1). Os resultados evidenciam uma forte relação entre os fatores do binômio mãe-filho e a evolução ponderal pós-natal.

Teses
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  • KARLA EVELINE XIMENES DE FRANÇA
  • NEAR MISS NEONATAL E A ASSISTÊNCIA HOSPITALAR AO RECÉM-NASCIDO

  • Orientador : SILVIA WANICK SARINHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BARBARA DE QUEIROZ FIGUEIROA
  • LUCIANA SANTOS DUBEUX
  • MARIA WANDERLEYA DE LAVOR CORIOLANO MARINUS
  • MIRELLA BEZERRA RODRIGUES VILELA
  • PAULO GERMANO FRIAS
  • Data: 09/02/2022

  • Mostrar Resumo
  • O near miss neonatal é empregado para diagnóstico e monitoramento da assistência hospitalar ao recém-nascido. No entanto há carência de estudos que apontem a possibilidade do uso desse conceito e seus indicadores como ferramentas de avaliação da assistência hospitalar ao recém-nascido na perspectiva de processos avaliativos institucionais. O objetivo do estudo foi analisar os casos de near miss neonatal precoce e seus indicadores em cortes temporais para comparação inter e intra-hospitalar, assim como desenvolver uma matriz para avaliação da assistência hospitalar ao recém-nascido. Trata-se de um estudo composto por distintos desenhos: um estudo transversal sobre os casos de near miss neonatal precoce e seus indicadores em dois hospitais terciários com Unidade de Terapia Intensiva Neonatal da cidade do Recife, Pernambuco e um estudo metodológico a partir da construção e validação de conteúdo de um modelo lógico e uma matriz avaliativa da assistência hospitalar ao recém-nascido. A população do estudo foi constituída pelos nascidos vivos e casos de near miss neonatal precoce ocorridos em 2016 no Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (IMIP) e no Hospital das Clínicas e pelos casos de near miss neonatal precoce nascidos no Hospital das Clínicas em 2012. Considerou-se casos de near miss os sobreviventes até 6 dias de vida às seguintes condições: idade gestacional <33 semanas ou peso ao nascer <1750 gramas ou Índice de Apgar no 5º minuto de vida <7 ou internação em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. A comparação dos nascidos vivos, dos casos de near miss e dos critérios de entrada conforme o local de nascimento e da razão de equipamentos e leitos dos hospitais foi realizada por meio do teste do qui-quadrado de Pearson ou Exato de Fisher (α=5%), e os indicadores de near miss foram comparados através da Razão de Prevalência. O modelo lógico da assistência hospitalar ao recém-nascido foi construído baseado em documentos do Ministério da Saúde e a partir deste, uma matriz de julgamento foi construída e validada por um grupo de especialistas através da Técnica do Grupo Nominal. O IMIP acolheu clientela de maior gravidade, apresentou maior taxa de near miss neonatal precoce (119,21 por mil nascidos vivos; p=0,009) e de mortalidade neonatal precoce (35,22 por mil nascidos vivos; p<0,001). O Hospital das Clinicas obteve maior proporção de internações em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal em 2016 (76% dos casos de near miss; p<0,001) quando comparado ao ano de 2012 e ao IMIP em 2016. Em relação à técnica de consenso, alguns itens da matriz foram melhor especificados, principalmente aqueles que dependem do estado de saúde do recém-nascido. Os indicadores de near miss neonatal demonstraram diferenças entre os hospitais analisados, sendo úteis para a vigilância da assistência neonatal em instituições de saúde, mas necessitam de atenção ao perfil e contexto locais quando a intenção é realizar avaliações.


  • Mostrar Abstract
  • O near miss neonatal é empregado para diagnóstico e monitoramento da assistência hospitalar ao recém-nascido. No entanto há carência de estudos que apontem a possibilidade do uso desse conceito e seus indicadores como ferramentas de avaliação da assistência hospitalar ao recém-nascido na perspectiva de processos avaliativos institucionais. O objetivo do estudo foi analisar os casos de near miss neonatal precoce e seus indicadores em cortes temporais para comparação inter e intra-hospitalar, assim como desenvolver uma matriz para avaliação da assistência hospitalar ao recém-nascido. Trata-se de um estudo composto por distintos desenhos: um estudo transversal sobre os casos de near miss neonatal precoce e seus indicadores em dois hospitais terciários com Unidade de Terapia Intensiva Neonatal da cidade do Recife, Pernambuco e um estudo metodológico a partir da construção e validação de conteúdo de um modelo lógico e uma matriz avaliativa da assistência hospitalar ao recém-nascido. A população do estudo foi constituída pelos nascidos vivos e casos de near miss neonatal precoce ocorridos em 2016 no Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (IMIP) e no Hospital das Clínicas e pelos casos de near miss neonatal precoce nascidos no Hospital das Clínicas em 2012. Considerou-se casos de near miss os sobreviventes até 6 dias de vida às seguintes condições: idade gestacional <33 semanas ou peso ao nascer <1750 gramas ou Índice de Apgar no 5º minuto de vida <7 ou internação em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. A comparação dos nascidos vivos, dos casos de near miss e dos critérios de entrada conforme o local de nascimento e da razão de equipamentos e leitos dos hospitais foi realizada por meio do teste do qui-quadrado de Pearson ou Exato de Fisher (α=5%), e os indicadores de near miss foram comparados através da Razão de Prevalência. O modelo lógico da assistência hospitalar ao recém-nascido foi construído baseado em documentos do Ministério da Saúde e a partir deste, uma matriz de julgamento foi construída e validada por um grupo de especialistas através da Técnica do Grupo Nominal. O IMIP acolheu clientela de maior gravidade, apresentou maior taxa de near miss neonatal precoce (119,21 por mil nascidos vivos; p=0,009) e de mortalidade neonatal precoce (35,22 por mil nascidos vivos; p<0,001). O Hospital das Clinicas obteve maior proporção de internações em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal em 2016 (76% dos casos de near miss; p<0,001) quando comparado ao ano de 2012 e ao IMIP em 2016. Em relação à técnica de consenso, alguns itens da matriz foram melhor especificados, principalmente aqueles que dependem do estado de saúde do recém-nascido. Os indicadores de near miss neonatal demonstraram diferenças entre os hospitais analisados, sendo úteis para a vigilância da assistência neonatal em instituições de saúde, mas necessitam de atenção ao perfil e contexto locais quando a intenção é realizar avaliações.

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  • JACKELYNE FAIERSTEIN CARNEIRO
  • DESORDENS GASTROINTESTINAIS FUNCIONAIS EM CRIANÇAS ESCOLARES EXPOSTAS À VIOLÊNCIA COMETIDA CONTRA A MÃE PELO PARCEIRO ÍNTIMO DURANTE A INFÂNCIA: um estudo de coorte

  • Orientador : ANA BERNARDA LUDERMIR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA BERNARDA LUDERMIR
  • HÉLCIO DE SOUSA MARANHÃO
  • LUCIANE SOARES DE LIMA WANDERLEY
  • MARGARIDA MARIA DE CASTRO ANTUNES
  • MARILIA DE CARVALHO LIMA
  • Data: 16/03/2022

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  • As Desordens Gastrointestinais Funcionais (DGIFs) envolvem alterações na interação intestino-cérebro abrangendo distúrbios da motilidade, hipersensibilidade visceral, alteração da função imune da mucosa e disbiose intestinal, cujos sintomas, após avaliação médica, não podem ser atribuídos a outra condição clínica. Caracterizam-se como um problema de saúde pública devido à sua elevada frequência, além dos impactos que incidem na saúde e qualidade de vida da criança. Diversos fatores podem estar associados à sua ocorrência, entre eles, a exposição à violência que ocorre dentro de casa. A Exposição da Criança à Violência pelo Parceiro Íntimo (ECVPI) cometida contra sua mãe ocorre em todas as sociedades. Apesar da sua pouca visibilidade, constitui um evento adverso à vida que traz diversas consequências para a saúde física e emocional da criança. A criança exposta à Violência pelo Parceiro Íntimo (VPI) pode desenvolver um estado de estresse tóxico, que desregula o eixo intestino-cérebro sendo um fator de risco para a ocorrência de (DGIFs).

    O objetivo do estudo foi analisar a associação entre a exposição da criança à violência pelo parceiro íntimo cometida contra a mãe, durante a gravidez, pós-parto e quando a criança estava na idade escolar, e a ocorrência de DGIFs.

    Estudo de coorte prospectivo conduzido desde 2005 com mulheres cadastradas nas Unidades de Saúde da Família do Distrito II da cidade do Recife, Pernambuco. As mães foram entrevistadas na gravidez e no pós-parto sobre vários temas, entre eles, suas experiências com a VPI. Na terceira etapa, quando as crianças fruto da gestação de 2005 ou 2006 tinham entre seis a nove anos, houve nova entrevista. A partir dos relatos das mães foram verificadas a exposição direta e/ou indireta da criança a dez tipos de VPI, além da idade de início da exposição da criança, número de tipos de exposições e o perpetrador da exposição. O Questionnaire about Pediatric Gastrointestinal Symptoms, Roma III Version parent-report, traduzido e adaptado transculturalmente para o português, foi usado para identificar os sintomas sugestivos das DGIFs. A amostra do estudo foi composta por 626 pares de mãe-criança.

    As DGIFs foram mais frequentes entre crianças expostas à violência comparadas às não expostas, em praticamente todos os tipos de desordens. As DGIFs apresentaram-se associadas à exposição da criança à VPI cometida contra a mãe (OR: 1,64; IC 95%: 1,04-2,58), mesmo após controle dos efeitos das variáveis de confundimento (uso de bebidas alcoólicas pela mãe, transtornos mentais comuns da mãe e idade da criança). A chance da ocorrência das DGIFs foi maior nas crianças que sofreram quatro tipos ou mais de exposição (OR: 1,81; IC 95%: 1,10-2,96), nas que a exposição iniciou nos dois primeiros anos de vida (OR: 1,93; IC 95%: 1,08-3,47) e quando o pai foi o perpetrador da violência (OR: 1,62; IC 95%: 1,05-2,48).

    O estresse causado pela ECVPI pode causar repercussões negativas, aumentando a chance de DGIFs, especialmente, quando a criança é exposta a múltiplos tipos de violência, no início da vida, e o perpetrador é o pai biológico.


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  • As Desordens Gastrointestinais Funcionais (DGIFs) são um problema de saúde pública devido à sua elevada frequência, além dos impactos que incidem na saúde e qualidade de vida dos envolvidos. Diversos fatores podem estar associados à sua ocorrência, entre eles, a exposição à violência que ocorre em suas casas. A Exposição da Criança à Violência pelo Parceiro Íntimo (ECVPI) cometida contra sua mãe é um problema que ocorre em todas as sociedades. Apesar da sua pouca visibilidade, constitui um evento adverso à vida que traz consigo diversas consequências para a saúde física e emocional da criança. A criança exposta à Violência pelo Parceiro Íntimo (VPI) pode desenvolver um estado de estresse tóxico que desregula o eixo intestino-cérebro constituindo um fator de risco para a ocorrência de (DGIFs). O objetivo do estudo foi analisar a associação entre a exposição da criança à violência pelo parceiro íntimo cometida contra a mãe durante a gravidez, pós-parto e quando a criança estava na idade escolar, e a ocorrência de DGIFs. Estudo de coorte prospectivo conduzido desde 2005 com mulheres cadastradas nas Unidades de Saúde da Família do Distrito II da cidade do Recife, Pernambuco. As mães foram entrevistadas na gravidez e no pós-parto sobre vários temas, entre eles, suas experiências com a VPI. Na terceira etapa, quando as crianças fruto da gestação de 2005 ou 2006 tinham entre seis a nove anos, houve nova entrevista. A partir dos relatos das mães foram verificadas a exposição direta e/ou indireta da criança a dez tipos de VPI, além da idade de início da exposição da criança, número de tipos de exposições e o perpetrador da exposição. O Questionnaire about Pediatric Gastrointestinal Symptoms, Roma III Version parent-report, traduzido e adaptado transculturalmente para o português foi usado para identificar os sintomas sugestivos das DGIFs. A amostra do estudo foi composta por 626 pares de mãe-criança. As DGIFs foram mais frequentes entre crianças expostas à violência comparadas às não expostas, em praticamente todos os tipos de desordens. As DGIFs apresentaram-se associadas à exposição da criança à VPI cometida contra a mãe (OR: 1,64; IC 95%: 1,04-2,58), mesmo após controle dos efeitos das variáveis de confundimento (uso de bebidas alcoólicas pela mãe, transtornos mentais comuns da mãe e idade da criança). A chance da ocorrência das DGIFs foram maiores nas crianças que sofreram quatro tipos ou mais de exposição (OR: 1,81; IC 95%: 1,10-2,96), nas que a exposição iniciou nos dois primeiros anos de vida (OR: 1,93; IC 95%: 1,08-3,47), e o pai foi o perpetrador da violência (OR: 1,62; IC 95%: 1,05-2,48). O estresse causado pela ECVPI pode causar repercussões negativas, aumentando a chance de doenças físicas, como as DGIFs, especialmente, quando a criança é exposta a múltiplos tipos de violência, no início da vida, e o perpetrador é o pai biológico.

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  • MARCELA PAULA CONCEICAO DE ANDRADE OLIVEIRA
  • AVALIAÇÃO DA IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA DESCOLADO NA PREVENÇÃO DE DROGAS NO CONTEXTO ESCOLAR.

  • Orientador : DANIELA TAVARES GONTIJO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA LUCIA MARINHO MARQUES
  • CINTHIA KALYNE DE ALMEIDA ALVES
  • DANIELA RIBEIRO SCHNEIDER
  • ISABELLA CHAGAS SAMICO
  • PAULO SAVIO ANGEIRAS DE GOES
  • Data: 17/03/2022

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  • A prevenção do uso abusivo de álcool e drogas na adolescência tem se tornado uma das prioridades nas políticas públicas e incentivado a construção de programas preventivos e de promoção de saúde neste campo. Entretanto, ainda existe uma necessidade de avaliar o processo de implementação dos programas preventivos por meio de evidências científicas. Assim, esta tese tem o objetivo de avaliar a implementação do Programa “DESCOLADO” no contexto de prevenção ao uso de drogas no ambiente escolar. Caracterizou-se como um estudo avaliativo com natureza descritiva e uso de abordagens metodológicas qualitativas que ocorreu em dois momentos: Estudo de Avaliabilidade e Avaliação do processo de implantação do programa. O estudo de Avaliabilidade foi baseado nos sete elementos propostos por Thurston e Ramaliu, dentre eles foi construído o modelo lógico do programa, seguido de sua validação por experts através da Técnica Delphi, além de identificar e pactuar com a equipe do programa os procedimentos para realização do estudo de avaliação. O estudo de avaliação do processo de implementação do Descolado seguiu o referencial da Medida de Fidelidade, categorizado nas dimensões de Dosagem, Aderência, Qualidade da entrega e Responsividade. Foi realizado em uma escola municipal de referência da cidade do Recife, participaram da pesquisa estudantes de duas turmas do 6º ano, professores, gestores, e equipe técnica do Descolado. As técnicas de coleta de evidências foram a observação direta, entrevista curta, entrevistas de levantamento e grupo focal. A análise das evidências foi realizada através da Análise de Conteúdo de Bardin. Os resultados do EA indicaram que o programa é avaliável, auxiliaram na organização e descrição de forma lógica do programa, contribuíram para o aprimoramento da sua estruturação, indicando pontos de ajustes nos objetivos, atividades, recursos, além de nortearem o estudo de avaliação. Os resultados da avaliação da implementação, demonstraram aspectos que indicam fidelidade na implementação do Descolado na escola, como também se identificou algumas “lacunas” que precisam ser preenchidas, como por exemplo, inserir no programa critérios para definição dos horários para realização das oficinas com os adolescentes; ampliar o olhar para além do cumprimento dos conteúdos das oficinas, mas direcionar a prioridade para o desenvolvimento de competências e habilidades previstas no Descolado; melhorar a sintonia entre as duplas de implementadores durante as oficinas, bem como a assunção de posturas condizentes com os referenciais teóricos em que o Descolado está fundamentado. Elaborou-se uma síntese de sugestões, provenientes das duas etapas da
    pesquisa, a fim de que os desenvolvedores do programa possam aperfeiçoar o Descolado, e consequentemente, potencializar a fidelidade da implementação.


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  • A prevenção do uso abusivo de álcool e drogas na adolescência tem se tornado uma das prioridades nas políticas públicas e incentivado a construção de programas preventivos e de promoção de saúde neste campo. Entretanto, a avaliação do processo de implementação dos programas, ainda se caracteriza como uma temática insipiente. Assim, esta tese tem o objetivo de avaliar a implementação do Programa “DESCOLADO” no contexto de prevenção ao uso de drogas no ambiente escolar. Caracterizou-se como um estudo avaliativo com natureza descritiva e uso de abordagens metodológicas qualitativas que ocorreu em dois momentos: Estudo de Avaliabilidade e Avaliação do processo de implantação do programa. O estudo de Avaliabilidade foi baseado nos sete elementos propostos por Thurston e Ramaliu, dentre eles foi construído o modelo lógico do programa, seguido de sua validação por experts através da Técnica Delphi, além de identificar e pactuar com a equipe do programa os procedimentos para realização do estudo de avaliação. O estudo de avaliação do processo de implementação do Descolado caracterizou-se como Estudo de Caso, realizado em uma escola municipal de referência da cidade do Recife. Participaram da pesquisa estudantes de duas turmas do 6º ano, professores, gestores, e equipe técnica do Descolado. As técnicas de coleta de evidências foram a observação direta, entrevista curta, entrevistas de levantamento e grupo focal. A análise das evidências foi realizada através da Análise de Conteúdo de Bardin. Os resultados do EA indicaram que o programa é avaliável, auxiliaram na organização e descrição de forma lógica do programa, contribuíram para o aprimoramento da sua estruturação, indicando pontos de ajustes nos objetivos, atividades, recursos, dentre outros, além de nortearem o estudo de avaliação. Os resultados da avaliação da implementação, seguindo o referencial da Medida de Fidelidade, foram categorizados em Dosagem, Aderência, Qualidade da entrega e Responsividade. Foi possível verificar, qualitativamente, uma boa fidelidade na implementação do Descolado na escola, como também se identificou algumas “lacunas” que precisam ser preenchidas. Foi elaborado um quadro síntese de sugestões, provenientes das duas etapas da pesquisa, a fim de que os desenvolvedores do programa possam aperfeiçoar o Descolado, e consequentemente, potencializar a fidelidade da implementação.

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  • EDUARDA CORREIA MORETTI
  • COMPARAÇÃO DA EFICÁCIA E CUSTO-UTILIDADE ENTRE DIFERENTES OPÇÕES DE TRATAMENTO DA ENURESE EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES SOB A PERSPECTIVA DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE BRASILEIRO

  • Orientador : ANDREA LEMOS BEZERRA DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RENATO MANTELLI PICOLI
  • ALEXANDER ITRIA
  • ANDREA LEMOS BEZERRA DE OLIVEIRA
  • ARMELE DE FATIMA DORNELAS DE ANDRADE
  • RODRIGO LUIZ CARREGARO
  • Data: 22/04/2022

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  • Enurese é a perda involuntária e intermitente de urina que ocorre exclusivamente durante o sono e pode prejudicar a qualidade de vida das crianças e adolescentes acometidos. Portanto, é essencial que as estratégias terapêuticas eficazes para o tratamento da enurese sejam conhecidas a fim de dar suporte à tomada de decisão individual, assim como os dados de custo e benefício sob a perspectiva do sistema único de saúde (SUS) para auxiliar a tomada de decisão em relação aos investimentos financeiros. Diante disso, esta tese reuniu quatro estudos com os seguintes objetivos: (1) definir qual termo é o mais apropriado para utilizar de acordo com a nomenclatura anatômica internacional: "nervo tibial posterior" ou "nervo tibial"; (2) conduzir uma overview de revisões sistemáticas sobre opções de tratamento para crianças e/ou adolescentes com enurese; (3) realizar uma overview de revisões sistemáticas elaboradas pela Colaboração Cochrane sobre alternativas de tratamento para crianças e/ou adolescentes com enurese); (4) comparar direta e indiretamente diferentes terapias em relação ao sucesso no tratamento da enurese em crianças e adolescentes, classificando-as em ordem de eficácia e estimar a custo-utilidade das intervenções consideradas eficazes, além da razão de custo-utilidade incremental, sob a perspectiva do SUS do Brasil em um horizonte temporal de um ano. O estudo sobre a inconsistência do termo do nervo tibial consistiu em uma busca nas bases de dados Cochrane Library, MEDLINE/PubMed, LILACS, PEDro e Scielo para identificar a frequência de utilização dos termos, além da consulta na Terminologia Anatômica Internacional para verificar o termo mais adequado e uma descrição anatômica do nervo tibial a partir de livros e artigos científicos. As overviews de revisões sistemáticas apresentaram métodos semelhantes. Ambas incluíram revisões sistemáticas que abordaram qualquer tipo de intervenção para o tratamento da enurese em crianças/adolescentes e avaliaram o risco de viés por meio da ferramenta Risk of Bias in Systematic Reviews (ROBIS) e a qualidade da revisão pela ferramenta A MeaSurement Tool to Assess systematic Reviews (AMSTAR-2). Entretanto, enquanto a primeira overview (PROSPERO: CRD42020179602) foi conduzida entre abril/2020 e janeiro/2021 nas bases de dados Cochrane Library, PROSPERO, MEDLINE/PubMed, EMBASE, LILACS/BVS, PEDro, SciELO e Google Acadêmico, a overview de revisões sistemáticas da Cochrane (PROSPERO: CRD42021279838) utilizou apenas a base de dados Cochrane Library e foi realizada entre setembro e dezembro de 2021. A avaliação econômica envolveu cinco etapas: (1) levantamento de evidências confiáveis acerca das terapias para o tratamento da enurese a partir dos resultados das overviews; (2) realização da metanálise em rede na plataforma on-line MetaInsight; (3) estimativa da probabilidade de cura para crianças e adolescentes que utilizaram terapias placebo por meio de uma metanálise de braço único conduzida no software R; (4) análise de custo-utilidade por meio da modelagem de uma árvore de decisão realizada no TreeAge Pro Healthcare; e (5) análise de sensibilidade do modelo por meio do diagrama de tornado. Os resultados desta tese evidenciaram que o termo “nervo tibial” é o mais adequado. Sobre as opções terapêuticas para enurese em crianças e adolescentes e suas respectivas eficácia e custo-utilidade: a associação entre desmopressina e oxibutinina é a estratégia terapêutica que apresenta maior probabilidade de sucesso no tratamento da enurese em crianças e adolescentes em comparação ao placebo, seguida da terapia combinada entre desmopressina e tolterodina, alarme e neuroestimulação. Ao avaliar a razão de custo-utilidade incremental, a terapia combinada entre desmopressina e tolterodina foi considerada absolutamente dominada. A neuroestimulação, terapia com alarme e terapia combinada entre desmopressina e oxibutinina foram consideradas não dominadas.



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  • Enurese é a perda involuntária e intermitente de urina que ocorre exclusivamente durante o sono e pode prejudicar a qualidade de vida das crianças e adolescentes acometidos. Portanto, é essencial que as estratégias terapêuticas eficazes para o tratamento da enurese sejam conhecidas a fim de dar suporte à tomada de decisão individual, assim como os dados de custo e benefício sob a perspectiva do sistema único de saúde (SUS) para auxiliar a tomada de decisão em relação aos investimentos financeiros. Diante disso, esta tese reuniu quatro estudos com os seguintes objetivos: (1) definir qual termo é o mais apropriado para utilizar de acordo com a nomenclatura anatômica internacional: "nervo tibial posterior" ou "nervo tibial"; (2) conduzir uma overview de revisões sistemáticas sobre opções de tratamento para crianças e/ou adolescentes com enurese; (3) realizar uma overview de revisões sistemáticas elaboradas pela Colaboração Cochrane sobre alternativas de tratamento para crianças e/ou adolescentes com enurese); (4) comparar direta e indiretamente diferentes terapias em relação ao sucesso no tratamento da enurese em crianças e adolescentes, classificando-as em ordem de eficácia e estimar a custo-utilidade das intervenções consideradas eficazes, além da razão de custo-utilidade incremental, sob a perspectiva do SUS do Brasil em um horizonte temporal de um ano. O estudo sobre a inconsistência do termo do nervo tibial consistiu em uma busca nas bases de dados Cochrane Library, MEDLINE/PubMed, LILACS, PEDro e Scielo para identificar a frequência de utilização dos termos, além da consulta na Terminologia Anatômica Internacional para verificar o termo mais adequado e uma descrição anatômica do nervo tibial a partir de livros e artigos científicos. As overviews de revisões sistemáticas apresentaram métodos semelhantes. Ambas incluíram revisões sistemáticas que abordaram qualquer tipo de intervenção para o tratamento da enurese em crianças/adolescentes e avaliaram o risco de viés por meio da ferramenta Risk of Bias in Systematic Reviews (ROBIS) e a qualidade da revisão pela ferramenta A MeaSurement Tool to Assess systematic Reviews (AMSTAR-2). Entretanto, enquanto a primeira overview (PROSPERO: CRD42020179602) foi conduzida entre abril/2020 e janeiro/2021 nas bases de dados Cochrane Library, PROSPERO, MEDLINE/PubMed, EMBASE, LILACS/BVS, PEDro, SciELO e Google Acadêmico, a overview de revisões sistemáticas da Cochrane (PROSPERO: CRD42021279838) utilizou apenas a base de dados Cochrane Library e foi realizada entre setembro e dezembro de 2021. A avaliação econômica envolveu cinco etapas: (1) levantamento de evidências confiáveis acerca das terapias para o tratamento da enurese a partir dos resultados das overviews; (2) realização da metanálise em rede na plataforma on-line MetaInsight; (3) estimativa da probabilidade de cura para crianças e adolescentes que utilizaram terapias placebo por meio de uma metanálise de braço único conduzida no software R; (4) análise de custo-utilidade por meio da modelagem de uma árvore de decisão realizada no TreeAge Pro Healthcare; e (5) análise de sensibilidade do modelo por meio do diagrama de tornado. Os resultados desta tese evidenciaram que o termo “nervo tibial” é o mais adequado. Sobre as opções terapêuticas para enurese em crianças e adolescentes e suas respectivas eficácia e custo-utilidade: a associação entre desmopressina e oxibutinina é a estratégia terapêutica que apresenta maior probabilidade de sucesso no tratamento da enurese em crianças e adolescentes em comparação ao placebo, seguida da terapia combinada entre desmopressina e tolterodina, alarme e neuroestimulação. Ao avaliar a razão de custo-utilidade incremental, a terapia combinada entre desmopressina e tolterodina foi considerada absolutamente dominada. A neuroestimulação, terapia com alarme e terapia combinada entre desmopressina e oxibutinina foram consideradas não dominadas.


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  • GABRIELA ROSSITER STUX VEIGA
  • SENSO DE COERÊNCIA DE MÃES EM VULNERABILIDADE SOCIAL E O CRESCIMENTO LINEAR DE SEUS FILHOS MORADORES DE AGLOMERADOS SUBNORMAIS EM MACEIÓ/AL.

  • Orientador : MARILIA DE CARVALHO LIMA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BRUNA MERTEN PADILHA
  • FABIANA CRISTINA LIMA DA SILVA PASTICH GONCALVES
  • GISELIA ALVES PONTES DA SILVA
  • MARIA IZABEL SIQUEIRA DE ANDRADE
  • POLIANA COELHO CABRAL
  • Data: 24/05/2022

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  • O crescimento linear reflete as condições sócio-econômico-culturais de uma comunidade, sendo seu retardo um dos mais sensíveis indicadores da desigualdade de uma população. No entanto, tem-se observado que nem todas as famílias pertencentes a comunidades em vulnerabilidade social apresentam crianças com crescimento semelhante. Portanto, este estudo teve como objetivo analisar a influência do senso de coerência materno no crescimento linear de seus filhos. Para tal foi realizada uma pesquisa transversal, com uma amostra de 567 mães com filhos com idade entre seis meses e cinco anos e 11 meses, em nove aglomerados subnormais em vulnerabilidade social na cidade de Maceió/AL. A variável dependente foi o crescimento linear infantil e a independente o senso de coerência materno. As covariáveis consistiram de fatores biológicos e padrão alimentar da criança, qualidade de vida e estado nutricional materno, condições socioeconômicas, demográficas e sanitárias ambientais. A análise de regressão múltipla de Poisson foi realizada com o objetivo de identificar a contribuição ajustada das variáveis independentes no desfecho. O senso de coerência materno forte foi observado em 41,4% das mães e o crescimento linear adequado em 80% das crianças. Na análise de regressão múltipla de Poisson identificamos os seguintes fatores de proteção para o crescimento linear infantil adequado: famílias com melhor renda per capita (RP 0,74; IC95% 0,47 – 0,90), segurança alimentar adequada e/ou uma insegurança leve (RP 0,91; IC95% 0,84 – 0,99), mães com estatura acima de 1,50 m (RP 0,66; IC95% 0,61 – 0,98) e IMC adequado (RP 0,45; IC 95% 0,30 - 0,68) ou com excesso de peso (RP 0,38: IC 95% 0,26 - 0,58), crianças com histórico positivo de amamentação (RP 0,42; IC95% 0,27 – 0,63), ser do sexo feminino (RP 0,65; IC 95% 0,11 – 0,18) e ter idade maior que 24 meses (RP 0,49; IC 95% 0,35 - 0,68). O senso de coerência materno não apresentou associação significante com o crescimento linear infantil, provavelmente devido à homogeneidade desta variável na amostra estudada, podendo sugerir um sentimento de desesperança entre as mães. Concluímos que a hipótese do estudo foi refutada, mas foram identificados fatores de proteção no crescimento linear infantil adequado, como, pertencem a famílias com melhor condição socioeconômica, ser filho de mães eutróficas ou com sobrepeso/obesidade, e com estatura acima de 1,50 m, ser do sexo feminino, com idade acima de 24 meses e ter um histórico positivo de amamentação.


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  • A estatura final de um indivíduo depende da interação entre seu potencial genético e o ambiente. São os fatores ambientais os principais responsáveis pelas variações de estatura entre diferentes populações. A estatura, na realidade, reflete as condições sócio-econômico-culturais de uma comunidade, sendo o retardo de crescimento linear um dos mais sensíveis indicadores da desigualdade de uma população. No entanto, tem-se observado que nem todas as famílias pertencentes a comunidades em vulnerabilidade social apresentam crianças com crescimento linear semelhante. Portanto, este estudo teve como objetivo analisar a influência do senso de coerência materno na estatura de seus filhos. Para tal foi realizada uma pesquisa transversal com uma amostra de 567 pares mães/crianças com idade entre seis meses e cinco anos e 11 meses em nove aglomerados subnormais em vulnerabilidade social na cidade de Maceió/Al. A variável dependente foi a estatura infantil e a independente o SOC materno. As covariáveis consistiram de fatores biológicos, demográficos e padrão alimentar da criança, fatores maternos como estado nutricional e a qualidade de vida, e condições socioeconômicas, demográficas, sanitárias ambientais e nível de segurança alimentar familiar. Foram realizadas visitas domiciliares, onde foram aplicados os questionários estruturados e realizadas as medidas antropométricas. Para a análise dos dados foi utilizado um modelo hierarquizado, onde a medida de associação adotada foi a Razão de Prevalência (RP) com seus respectivos intervalos de confiança (IC) de 95% obtida pela Regressão Simples de Poisson na análise bivariada inicial. Foram realizadas as análises de Regressão Múltipla de Poisson, com ajuste robusto da variância. Para identificação dos padrões alimentares das crianças, realizamos Análise de Componentes Principais (ACP), com objetivo reduzir um grande número de variáveis a um número menor. O senso de coerência materno forte foi observado em 41,4% das mães e a estatura adequada em 80% das crianças. O senso de coerência materno não apresentou associação significante com a estatura de seus filhos Na análise de regressão múltipla de Poisson identificamos os seguintes fatores de proteção para a estatura infantil adequada: famílias com melhor renda per capita (RP 0,74; IC95% 0,47 – 0,90), segurança alimentar adequada e/ou uma insegurança leve (RP 0,91; IC95% 0,84 – 0,99), mães com estatura adequada (RP 0,66; IC95% 0,61 – 0,98) e IMC adequado (RP 0,45; IC
    95% 0,30 - 0,68) e com excesso de peso (RP 0,38: IC 95% 0,26 - 0,58), crianças com histórico positivo de amamentação (RP 0,42; IC95% 0,27 – 0,63), ser do sexo feminino (RP 0,65; IC 95% 0,11 – 0,18) e ter idade maior que 24 meses (RP 0,49; IC 95% 0,35 - 0,68). Quatro quintos das crianças desenvolveram estatura adequada, a qual teve os fatores de proteção citados. O SOC materno não se mostrou como fator de proteção pela homogeneidade desta variável nesta população o que pode ter retratado sentimento de desesperança de mães nestas comunidades. Concluímos que a hipótese do estudo foi refutada, mas que foram identificadas variáveis que são fatores de proteção ao desenvolvimento da estatura infantil adequada.

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  • AMANDA DE FIGUEIROA SILVA
  • APRENDIZAGEM BASEADA EM SIMULAÇÃO NO ENSINO DE REANIMAÇÃO PEDIÁTRICA PARA MELHORA DO DESEMPENHO COGNITIVO, PROMOÇÃO DE SATISFAÇÃO E AUTOCONFIANÇA EM GRADUANDOS DE MEDICINA: UM ESTUDO RANDOMIZADO.

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  • Orientador : ROSALIE BARRETO BELIAN
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ROSALIE BARRETO BELIAN
  • SILVIA WANICK SARINHO
  • ALEXANDRE CESAR VIEIRA DE SALES
  • RAQUEL KELNER SILVEIRA
  • VERÓNICA RITA DIAS COUTINHO
  • Data: 18/08/2022

  • Mostrar Resumo
  • A simulação realística vem sendo incluída nas estratégias de ensino de várias escolas
    médicas e se configurando como recurso educacional relevante no processo de ensino
    aprendizagem de estudantes de graduação. Este recurso tem sido apontado como
    importante para o desenvolvimento de competências estabelecidas nos currículos dos
    cursos, e tem auxiliado na promoção de motivação para aulas e atividades curriculares
    bem como ampliado a satisfação dos estudantes. Este estudo teve como objetivo avaliar
    o impacto do uso da simulação realística no ensino de reanimação pediátrica, no
    desempenho cognitivo, na retenção de conhecimentos e na satisfação e autoconfiança de
    graduandos em medicina. Estudo prospectivo de intervenção educacional, realizado no
    curso de Graduação em Medicina, do Núcleo de Ciências da Vida, do Centro Acadêmico
    do Agreste, da Universidade Federal de Pernambuco. Participaram deste estudo, 80
    graduandos em medicina entre o segundo e quarto ano do curso, distribuídos em dois
    grupos randomizados (grupo intervenção – GI e grupo controle – GC). Os estudantes
    foram submetidos a um pré-teste cognitivo, uma aula expositiva dialogada, duas sessões
    tutoriais para discussão de um caso clínico, treinamento de habilidades e fórum de
    discussão virtual. Em seguida, os estudantes do grupo intervenção foram submetidos à
    atividade com simulação realística e testes cognitivos seriados, sendo um de aquisição
    imediata (pós teste) e dois de retenção com 3 e 6 meses e posteriormente foram aplicadas
    a escala de satisfação e autoconfiança com a aprendizagem e a escala de experiência com
    o debriefing, ambas validadas para o português. O grupo controle foi submetido somente
    aos testes cognitivos seriados. A idade dos estudantes variou entre 21,8 e 22,2, maior
    percentual era do sexo masculino, do segundo ano, e entre 80 e 85% nunca tinha
    participado de uma simulação. Verificou-se que ambos os grupos melhoraram o
    desempenho acadêmico, tendo o grupo intervenção apresentado maiores valores nos
    testes em momentos imediatamente, três e seis meses após intervenção (p=0,049).
    Verificou-se que ambos os grupos melhoraram o desempenho acadêmico, tendo o grupo
    intervenção apresentado melhor desempenho nos testes nos momentos imediatamente,
    três e seis meses após intervenção (p=0,009). Verificou-se que os dois grupos melhoraram
    o desempenho (p<0,001) sem diferenças estatisticamente significante entre os grupos
    controle e intervenção (p=0,665). Quanto à satisfação com a simulação e a autoconfiança
    adquirida pelos estudantes, percebeu-se que 100% dos estudantes demonstraram
    satisfação com a experiência e que entre 95% e 100% deles relatou sentir-se autoconfiante
    para realizar um atendimento semelhante em condições legítimas reportando os
    conhecimentos da simulação para uma situação em ambiente real.


  • Mostrar Abstract
  • A simulação realística vem sendo incluída nas estratégias de ensino de várias escolas
    médicas e se configurando como recurso educacional relevante no processo de ensinoaprendizagem
    de estudantes de graduação. Este recurso tem sido apontado como
    importante para o desenvolvimento de competências estabelecidas nos currículos dos
    cursos, e tem auxiliado na promoção de motivação para aulas e atividades curriculares
    bem como ampliado a satisfação dos estudantes. Este estudo teve como objetivo avaliar
    o impacto do uso da simulação realística no ensino de reanimação pediátrica, no
    desempenho cognitivo, na retenção de conhecimentos e na satisfação e autoconfiança de
    graduandos em medicina. Estudo prospectivo de intervenção educacional, realizado no
    curso de Graduação em Medicina, do Núcleo de Ciências da Vida, do Centro Acadêmico
    do Agreste, da Universidade Federal de Pernambuco. Participaram deste estudo, 80
    graduandos em medicina entre o quarto e o oitavo períodos do curso, distribuídos em dois
    grupos randomizados (grupo intervenção – GI e grupo controle – GC). Os estudantes
    foram submetidos a um pré-teste cognitivo, uma aula expositiva dialogada, duas sessões
    tutoriais para discussão de um caso clínico, treinamento de habilidades e fórum de
    discussão virtual. Em seguida, os estudantes do grupo intervenção foram submetidos à
    atividade com simulação realística e testes cognitivos seriados, sendo um de aquisição
    imediata (pós teste) e dois de retenção com 3 e 6 meses e posteriormente foram aplicadas
    a escala de satisfação com a intervenção, a escala de experiência com o debriefing e escala
    de satisfação e autoconfiança. O grupo controle foi submetido somente aos testes
    cognitivos seriados. A idade dos estudantes variou entre 21,8 e 22,2, maior percentual era
    do sexo masculino, do quarto semestre, e entre 80 a 85% nunca tinha participado de uma
    simulação. Verificou-se que ambos os grupos melhoraram o desempenho acadêmico,
    tendo o grupo intervenção apresentado maiores valores nos momentos imediatamente
    após, três e seis meses após intervenção (p=0,049). Os efeitos da simulação no
    desempenho acadêmico dos estudantes do segundo ano estão apresentados na Tabela 3.
    Verificou-se que ambos os grupos melhoraram o desempenho acadêmico, tendo o grupo
    intervenção apresentado maiores valores nos testes nos momentos imediatamente após,
    três e seis meses após intervenção (p=0,009). Os efeitos da simulação no desempenho
    acadêmico dos estudantes do terceiro e quarto ano (6º e 8º semestre) estão apresentados
    na Tabela 4. Verificou-se que ambos os grupos melhoraram o desempenho acadêmico
    (p<0,001) sem diferenças estatisticamente significante entre os grupos controle e
    intervenção (p=0,665). Quanto à satisfação com a simulação e a autoconfiança adquirida
    pelos estudantes, percebeu-se que 100% dos estudantes demonstraram satisfação com a
    experiência e que entre 95% e 100% deles relatou sentir-se autoconfiante para realizar
    um atendimento semelhante em condições legítimas reportando os conhecimentos da
    simulação para uma situação em ambiente real.



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  • MEYRIAN LUANA TELES DE SOUSA LUZ SOARES
  • OSCILOMETRIA DE IMPULSO NO COMPORTAMENTO DO BRONCOESPASMO INDUZIDO PELA HIPERVENTILAÇÃO EUCÁPNICA VOLUNTÁRIA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES ASMÁTICOS.



  • Orientador : DECIO MEDEIROS PEIXOTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDREZZA DE LEMOS BEZERRA
  • DECIO MEDEIROS PEIXOTO
  • MARCO AURELIO DE VALOIS CORREIA JUNIOR
  • MARIA WANDERLEYA DE LAVOR CORIOLANO MARINUS
  • PRISCILA PEREIRA PASSOS
  • Data: 26/08/2022

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  • Introdução. Entre os diversos estímulos capazes de desencadear a obstrução brônquica ao fluxo aéreo nos indivíduos asmáticos temos o exercício físico. Quando a limitação a este fluxo ocorre em crianças, as queixas de absenteísmo em práticas esportivas ou redução da interatividade e da socialização tornam-se cada vez mais frequentes. Para o diagnóstico do espasmo brônquico, a utilização de técnicas de broncoprovocação que empregam o exercício como agente desencadeador são as mais recomendadas pela sua maior especificidade, porém estudos já mostram que a utilização de substitutos, como a hiperventilação eucápnica voluntária (HEV), podem atingir efeitos semelhantes. Objetivo. Avaliar a utilização da oscilometria de impulso no comportamento do broncoespasmo induzido pela hiperventilação eucápnica voluntária em crianças e adolescentes asmáticos. Método. Crianças e adolescentes, entre 7 e 19 anos, com broncoespasmo induzido pela hiperventilação eucápnica voluntária foram avaliados através da espirometria antes e nos momentos 5, 10, 15 e 30 minutos e da oscilometria de impulso nos momentos 5, 15 e 30 minutos após o estímulo broncoprovocativo. Os parâmetros avaliados foram aqueles que correspondem à medida da R5Hz, R20Hz, R5-R20Hz, Fres e AX pela oscilometria de impulso e do VEF1, VEF1/CVF e CVF pela espirometria e. Resultados. Setenta participantes, 62% eram do sexo masculino. Para todo o grupo a idade média foi de 11,22±3,23 anos, peso médio de 44,21±16,15 kg e altura média de 150,28±17,07 cm. Sessenta por cento (42) dos pacientes apresentaram broncoespasmo após a realização de estímulo broncoprovocativo. As principais variações pós HEV, em relação a oscilometria de impulso, foram verificadas entre os tempos 5 e 30 minutos nos parâmetros de R5, X5 e R5-R20; Na espirometria, os principais parâmetros alterados foram VEF1 e CVF. Os participantes apresentaram maior frequência do broncoespasmo entre o 5º e 10º minuto após HEV, bem como alta correlação entre os momentos basal, quinze e trinta minutos pré teste no parâmetro R5Hz. Discussão. Após a hiperventilação eucápnica voluntária, estímulo ainda pouco associado ao sistema de oscilometria de impulso mas considerado um substituto objetivo adequado para identificar o broncoespasmo, método já padronizado, resulta em menos diagnósticos falso negativos, em comparação com o exercício livre ou realizado em esteira/bicicleta, identificando inclusive em indivíduos assintomáticos ou crianças de menor faixa etária, cuja espirometria não é reprodutível. Conclusão. A avaliação da função pulmonar, após a realização da hiperentilação eucápnica voluntária, encontrou alterações nos parâmetros oscilométricos da resistência e reatância à 5HHz, na área sobre a curva e na resistência das vias periféricas, bem como nos parâmetros espirométricos do volume expiratório forçado no primeiro segundo e na capacidade vital forçada, com melhor identificação do comportamento do broncoespasmo entre o quinto e o décimo quinto minuto pós estímulo.



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  • Introdução. Entre os diversos estímulos capazes de desencadear a obstrução brônquica ao fluxo aéreo nos indivíduos asmáticos temos o exercício físico. Quando a limitação ocorre em crianças, as queixas de absenteísmo em práticas esportivas ou redução da interatividade e da socialização tornam-se cada vez mais frequentes. Para o diagnóstico, a utilização de técnicas de broncoprovocação que empregam o exercício como agente desencadeador são as mais recomendadas pela sua maior especificidade, porém estudos já mostram que a utilização de substitutos, como a hiperventilação eucápnica voluntária (HEV), podem atingir efeitos semelhantes. Objetivo. Avaliar a utilização da oscilometria de impulso no diagnóstico do broncoespasmo induzido pela hiperventilação eucápnica voluntária em crianças e adolescentes asmáticos. Método. Crianças e adolescentes, entre 7 e 19 anos, com broncoespasmo induzido pela hiperventilação eucápnica voluntária foram avaliados através da espirometria antes e nos momentos 5, 10, 15 e 30 minutos e da oscilometria de impulso nos momentos 5, 15 e 30 minutos após o estímulo broncoprovocativo. Os parâmetros avaliados foram aqueles que correspondem à medida do VEF1, VEF1/CVF e CVF pela espirometria e da R5Hz, R20Hz, R5-R20Hz, Fres e AX pela oscilometria de impulso. Resultados. Setenta participantes, 62% (43) do sexo masculino. Para todo o grupo a idade média foi de 11,22±3,23 anos, peso médio de 44,21±16,15 kg e altura média de 150,28±17,07 cm. Sessenta por cento (42) dos pacientes apresentaram broncoespasmo após a realização de estímulo broncoprovocativo. Vinte e sete por cento (19) apresentou alteração em relação ao predito do VEF1 e 13% (09) apresentou alteração em relação à R5. As principais variações pós HEV, em relação a oscilometria, foram verificadas entre os tempos 5 e 30 minutos nos parâmetros de R5, X5 e R5-R20; Na espirometria, 39 participantes apresentaram broncoespasmo, com destaque para os tempos 5 e 10 minutos após HEV.Discussão. Ao término do exercício, as vias aéreas começam a contrair-se e, consequentemente, deteriorar a função pulmonar, atingindo o pico entre três e quinze minutos após a finalização do exercício. Em geral, há retorno da função pulmonar à condição basal após trinta a sessenta minutos, sendo identificada principalmente através de alteração do parâmetro espirométrico do volume expiratório forçado no primeiro segundo e do parâmetro oscilométrico da resistência total das vias aéreas. Conclusão. A avaliação da função pulmonar, após a realização da hiperentilação eucápnica voluntária, encontrou alterações nos parâmetros oscilométricos da resistência e reatância à 5HHz, na área sobre a curva e na resistência das vias periféricas, bem como nos parâmetros espirométricos do volume expiratório forçado no primeiro segundo e na capacidade vital forçada, com maior identificação do broncoespasmo entre o quinto e o décimo quinto minuto pós estímulo.

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  • SHEYLANE PEREIRA DE ANDRADE
  • DISTÚRBIO DE SONO E OBESIDADE EM CRIANÇAS NA IDADE ESCOLAR: UM ESTUDO CASO CONTROLE



  • Orientador : MARILIA DE CARVALHO LIMA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CATARINE SANTOS DA SILVA
  • GISELIA ALVES PONTES DA SILVA
  • LEOPOLDINA AUGUSTA SOUZA SEQUEIRA DE ANDRADE
  • PEDRO ISRAEL CABRAL DE LIRA
  • POLIANA COELHO CABRAL
  • Data: 26/10/2022

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  • A obesidade infantil é um problema crescente de saúde pública mundial. Vários são os fatores associados a isso, dentre eles destaca-se os distúrbios de sono, com consequente privação das horas de sono, que tem se mostrado elevado atualmente.  Diante disso, o objetivo do presente estudo foi verificar a associação entre obesidade e distúrbio de sono em crianças em idade escolar. Trata-se de uma pesquisa do tipo caso-controle com 299 crianças (109 obesas e 190 eutróficas), atendidas no Ambulatório de Pediatria e no Ambulatório de Endocrinologia Pediátrica do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC/UFPE). Para classificação do estado nutricional, utilizou-se o Índice de Massa Corporal/Idade/Sexo, na faixa etária de seis a menor que 10 anos de acordo com a Organização Mundial de Saúde. A variável independente foi o distúrbio do sono, verificado por meio do Children’s Sleep Habits Questionnaire (CSHQ), valores superiores a 41 pontos foram considerados distúrbio de sono. Enquanto a variável desfecho foi o estado nutricional da criança, obesas e eutróficas. As covariáveis foram os fatores da criança, como: peso ao nascer em relação a idade gestacional, alimentares, atividade física e comportamento sedentário, e fatores maternos, como: socioeconômicos, demográficos e índice de massa corporal. A análise de regressão logística múltipla foi realizada com o objetivo de identificar a contribuição ajustada das variáveis independentes no desfecho. Adotou-se valor de p<0,05 como nível de significância estatística, e significância limítrofe valores de p entre 0,05 a 0,10. Observamos que 91,3% das crianças apresentaram distúrbio de sono. Entre as crianças obesas 96,3% (105/109) apresentavam distúrbio de sono e entre as eutróficas, 88,4% (168/190) (OR=3,45; IC95%:1,15–10,25, p=0,027). As análises de regressão logística múltipla demonstraram maior chance de apresentar obesidade na idade escolar as crianças que referiram apresentar distúrbio de sono (OR=4,54; IC95%: 1,34–15,33, p=0,015), as filhas de mães obesas (OR=6,09; IC95%: 3,20–11,56, p<0,001), as com nível de pobreza menos precário (OR=1,85; IC95%: 0,96–3,56, p=0,066), as nascidas grandes para a idade gestacional (OR=1,71; IC95%: 0,92–3,20, p=0,092). Por outro lado, as que participavam de atividades físicas organizadas tiveram maior chance de serem obesas (OR=2,09; IC95%: 1,15–3,80, p=0,016), como também as que frequentemente ou muito frequentemente recebiam restrição do tempo de telas (OR=1,66; IC95%:0,93–2,97, p=0,088), o maior consumo de alimentos ricos em carboidratos foi um fator de proteção para a obesidade (OR=0,24; IC95%: 0,07–0,81, p=0,022). Esse achado provavelmente espelha o fato das crianças obesas já virem sendo acompanhadas em ambulatório especializado onde recebiam orientação alimentar adequada e de prática de atividade física. Concluímos que a obesidade foi associada ao distúrbio de sono em crianças em idade escolar. Fatores relacionados ao consumo alimentar inadequado e a baixa prática de atividade física entre as crianças com distúrbio de sono são apontados como possíveis fatores mediadores para o aumento da obesidade infantil, no entanto, esses resultados não foram observados na presente pesquisa. Pertencer a famílias com nível de pobreza menos precário, nascer grande para idade gestacional, além da obesidade materna também contribuíram para a obesidade infantil.


  • Mostrar Abstract
  • A obesidade infantil é um problema crescente de saúde pública mundial. Vários são os fatores associados a essa ocorrência, dentre eles destaca-se os distúrbios de sono, com consequente privação do número de horas de sono, que vem se mostrando elevado atualmente. Diante disso, o objetivo do presente estudo foi verificar a associação entre ocorrência de obesidade e distúrbio de sono em crianças em idade escolar. Trata-se de uma pesquisa do tipo caso-controle com 299 crianças (109 obesas e 190 eutróficas) na faixa etária de seis a 10 anos, atendidas no Ambulatório de Pediatria e no Ambulatório de Endocrinologia Pediátrica do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC/UFPE). A variável independente foi o distúrbio do sono, enquanto a variável desfecho foi o estado nutricional da criança. Entre as covariáveis estão os fatores biológicos das crianças ao nascer, alimentares, atividade física e comportamento sedentário, fatores socioeconômicos, demográficos e antropométricos maternos. A análise de regressão logística múltipla foi realizada com o objetivo de identificar a contribuição ajustada das variáveis independentes no desfecho. Adotou-se valor de p< 0,05 como nível de significância estatística, e significância limítrofe valores de p entre 0,05 a 0,10. Observamos que 91,3% das crianças apresentaram distúrbio de sono. Entre essas crianças, 96,3% eram obesas e 88,4% eutróficas (OR bruto=3,45; IC95%:1,15–10,25, p=0,027). As análises de regressão logística múltipla demonstraram maior chance de apresentar obesidade na idade escolar as crianças que referiram apresentar distúrbio de sono (OR=4,94; IC95%:1,41–17,34, p=0,013), as filhas de mães obesas (OR=6,09; IC95%: 3,20–11,56, p<0,001), as com condições socioeconômicas menos precárias (OR=1,85; IC95%:0,96–3,56, p=0,066), as nascidas grandes para a idade gestacional (OR=1,85; IC95%:0,98–3,50, p=0,058) e as que foram amamentadas por seis meses ou mais (OR=1,80; IC95%:0,99-3,23, p=0,051). Por outro lado, as que participavam de atividades físicas organizadas tiveram maior chance de serem obesas (OR=2,08; IC95%:1,13–3,81, p=0,018), como também as que frequentemente ou muito frequentemente recebiam restrição do tempo de uso de TV, videogame e computador (OR=1,74; IC95%:0,96–3,15, p=0,066), o maior consumo de alimentos ricos em carboidratos foi um fator de proteção para a obesidade (OR=0,22; IC95%: 0,06–0,76, p=0,017). Concluímos que a ocorrência de obesidade foi associada ao distúrbio de sono em crianças em idade escolar. Fatores relacionados ao consumo alimentar inadequado e a baixa prática de atividade física entre as crianças com distúrbio de sono são apontados como possíveis fatores mediadores para o aumento da obesidade infantil, no entanto, esses resultados não foram observados na presente pesquisa. Pertencer a famílias em condições socioeconômicas menos precárias, crianças com macrossomia ao nascer, além da ocorrência da obesidade materna foram também fatores associadas à obesidade infantil.

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  • ROSIELLE COSTA DE BRITO
  • INTERVENÇÃO EDUCATIVA PARA CONHECIMENTO, ATITUDE E PRÁTICA DE GESTANTES ADOLESCENTES SOBRE O PREPARO PARA O PARTO VAGINAL: ENSAIO CLÍNICO CONTROLADO


  • Orientador : MARIA WANDERLEYA DE LAVOR CORIOLANO MARINUS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXANDRE MAGNO DELGADO
  • ANA PAULA ESMERALDO LIMA
  • DANIELLE SANTOS ALVES
  • ROSALIE BARRETO BELIAN
  • ZILMA SILVEIRA NOGUEIRA REIS
  • Data: 03/11/2022

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  • O estado gravídico ocasiona mudanças nas dimensões psicológicas, biológicas e sociais, sobretudo na adolescência, fase da vida repleta de transformações físicas e psicossociais. A atenção pré-natal, com ações de educação em saúde, contribui para o preparo físico e psicológico tanto para o parto quanto para a maternidade.  Percebe-se uma lacuna nas atividades de educação em saúde voltadas às adolescentes acerca do preparo para o parto vaginal. Sobretudo, verifica-se um baixo nível de conhecimento de como de se planejar para o parto entre as gestantes adolescentes. Os aplicativos móveis relacionados à gravidez e parto podem ser ferramentas para melhorar o letramento em saúde de gestantes adolescentes, a partir da mudança em conhecimentos, atitudes e práticas que fortaleçam a tomada de decisões voltadas à promoção da saúde. O estudo teve o objetivo de avaliar os efeitos do aplicativo Meu Pré-Natal na melhoria do conhecimento, atitude e prática de gestantes adolescentes quanto ao preparo para o parto vaginal humanizado. Trata-se de um Ensaio Clínico Controlado e Randomizado. A pesquisa foi desenvolvida com foco no vídeo sobre trabalho de parto, parto e plano de parto contidos no aplicativo Meu Pré-natal. O estudo foi realizado nos ambulatórios de pré-natal de dois hospitais universitários da cidade de Recife, Pernambuco. A amostra foi constituída por 42 gestantes adolescentes, sendo 21 para o grupo controle (GC) e 21 para o grupo intervenção (GI).  O aplicativo foi escolhido para esta pesquisa por ter fontes bibliográficas baseadas em evidências e ligadas à órgãos oficias de saúde nacional e internacional, ter ligação com instituição de ensino e obedecer ao máximo dos critérios mHealth Evidence Reporting and Assessment (mERA). A coleta de dados ocorreu em quatro etapas. Na primeira etapa houve recrutamento das gestantes e aplicação do pré-teste utilizando o inquérito Conhecimento, Atitude e Prática (CAP) no GC e GI, que foi construído pela autora e passou por uma avaliação de 3 juízes com experiência em pesquisas com inquérito CAP. Segunda etapa: aplicação da intervenção educativa para as gestantes do GI. A intervenção foi individual, antes da consulta pré-natal. foram aplicados os pós-testes com o inquérito CAP administrados entre 30 a 60 dias após a intervenção para o GI e com 90 a 120 dias após a consulta pré-natal para as gestantes do GC.  Quarta etapa: foi aplicado inquérito CAP entre 30 e 60 dias após o parto para ambos os grupos. Os pós- testes foram realizados através de contato telefônico. A análise dos dados foi realizada nos Softwares STATA/SE 12.0 e Excel 2010. Todos os testes foram aplicados com um intervalo de confiança de 95%. Foi adotado um nível de significância de 5%. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa, conforme parecer de número 3.087.210 e está registrada no Registro Brasileiros de Ensaios Clínicos (REBEC) sob o protocolo RBR - 858zn7. As gestantes apresentaram mediana de idade de 17,4 anos no GI e 16,8 no GC e média de idade gestacional, de 17,4 anos no GI e 16,8 no GC. Em relação a cor da pele, em ambos os grupos, a maioria se declarou parda e preta. A mediana de número de consultas de pré-natal, no momento de inclusão na pesquisa foi 2,0. Sobre as orientações recebidas no pré-natal sobre o preparo para o parto vaginal, apenas 19% das gestantes do GI e 9,5% do GC receberam orientações. Após a intervenção, as gestantes do GI melhoraram o nível de conhecimento sobre riscos e benefícios do parto vaginal (p<0,001), dentre os benefícios o GI também melhorou o conhecimento sobre a recuperação mais rápida (p<0,001), estímulo à amamentação na 1ª hora após o parto (p<0,001), melhorou o conhecimento sobre o parto vaginal não deixar o canal vaginal mais largo (p<0,001). O GI também apresentou melhora no conhecimento sobre a existência de métodos não farmacológicos para alívio da dor(p<0,001), aumentou o conhecimento sobre o parto humanizado (p<0,001), e também sobre o plano de parto (p>0,001). As gestantes do GI também melhoram a atitude da preferência pela via de parto vaginal (p>0,001), escolha da posição em que gostariam de parir (p=0,010), a importância da construção do plano de parto (p>0,001) e benefícios do parto humanizado (p>0,001), O aplicativo móvel foi efetivo para uma prática adequada no preparo para o parto vaginal sobre a construção do plano de parto (p>0,001),  via de parto (p>0,001),  conformidade do parto com seu plano de parto (p>0,001), uso de métodos não farmacológicos pra alívio da dor .  O aplicativo resultou em melhora nos níveis de conhecimento (p= 0,021), de atitude (p>0,001), e de prática (p>0,001), nas gestantes do GI quando comparadas ao GC. Conclui-se que a intervenção utilizada promoveu de forma positiva o aumento do nível de conhecimento, atitude e prática de gestantes adolescentes com relação ao preparo para o parto vaginal humanizado. Em relação às implicações para a prática clínica, recomenda-se que o uso do app seja aconselhado pelos profissionais de saúde que prestam assistência pré-natal às gestantes adolescentes, pois o mesmo é constituído por gestograma, contador de contrações, seção tira dúvidas, vídeo sobre o parto humanizado e plano de parto.


  • Mostrar Abstract
  • O estado gravídico ocasiona mudanças nas dimensões psicológicas, biológicas e sociais, sobretudo na adolescência, fase da vida repleta de transformações físicas e psicossociais. A atenção pré-natal, com ações de educação em saúde, contribui para o preparo físico e psicológico tanto para o parto quanto para a maternidade. Os aplicativos móveis relacionados à gravidez e parto podem ser ferramentas para melhorar o letramento em saúde de gestantes adolescentes, a partir da mudança em conhecimentos, atitudes e práticas que fortaleçam a tomada de decisões voltadas à promoção da saúde. O estudo teve o objetivo de avaliar os efeitos do aplicativo Meu Pré-Natal como intervenção educativa, para melhoria de conhecimento, atitude e prática de gestantes adolescentes no preparo para o parto vaginal humanizado. Trata-se de um Ensaio Clínico Controlado e Randomizado. A intervenção educativa foi desenvolvida durante a assistência pré-natal, com foco no vídeo sobre trabalho de parto, parto e plano de parto. O estudo foi realizado nos ambulatórios de pré-natal de dois hospitais universitários da cidade de Recife, Pernambuco. A amostra foi constituída por 42 gestantes adolescentes, sendo 21 para o grupo controle (GC) e 21 para o grupo intervenção (GI). A coleta de dados ocorreu em quatro etapas. Na primeira etapa houve recrutamento das gestantes e aplicação do pré-teste utilizando o inquérito Conhecimento, Atitude e Prática (CAP) no GC e GI. Segunda etapaaplicação da intervenção educativa para as gestantes do GI. A intervenção foi individual, antes da consulta pré-natal. Terceira etapa: foram aplicados os pós-testes com o inquérito CAP administrados entre 30 a 60 dias após a intervenção e com 90 a 120 dias após a consulta pré-natal para as gestantes do GC e GI. Quarta etapa: foi aplicado inquérito CAP entre 30 e 60 dias após o parto para ambos os grupos. Os pós- testes foram realizados através de contato telefônico. A análise dos dados foi realizada nos Softwares STATA/SE 12.0 e Excel 2010. Para comparar as variáveis dicotômicas foi utilizado o teste qui-quadrado e para verificar a associação entre as variáveis categóricas o Teste Exato de Fisher. Todos os testes foram aplicados com um intervalo de confiança de 95%. Foi adotado um nível de significância de 5%. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa, conforme parecer de número 3.087.210 e está registrada no Registro Brasileiros de Ensaios Clínicos (REBEC) sob o protocolo RBR - 858zn7. As gestantes apresentaram mediana de idade de 17,4 anos no GI e 16,8 no GC e média de idade gestacional, de 17,4 anos no GI e 16,8 no GC. Em relação a cor da pele, em ambos os grupos, a maioria se declarou parda e preta. A mediana de consultas de pré-natal foi 2,0. Sobre as orientações recebidas no pré-natal sobre o preparo para o parto vaginal, apenas 19% das gestantes do GI e 9,5% do GC receberam orientações. Os resultados apontaram que o grupo intervenção obteve maior adequação no conhecimento, na atitude e prática. Destacam-se os resultados com estatística significativa na maioria das variáveis quando associadas ao grupo que recebeu a tecnologia, destacando a influência do aplicativo no preparo para o parto vaginal humanizado. Conclui-se que a intervenção utilizada promoveu de forma positiva o aumento do nível de conhecimento, atitude e prática de gestantes adolescentes com relação ao preparo para o parto vaginal humanizado. 

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  • MAYRA RUANA DE ALENCAR GOMES
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    FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DO SONO E SONOLÊNCIA DIURNA EXCESSIVA EM GESTANTES ADOLESCENTES

  • Orientador : ANDREA LEMOS BEZERRA DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDREA LEMOS BEZERRA DE OLIVEIRA
  • POLIANA COELHO CABRAL
  • VITÓRIA DE BARROS SIQUEIRA
  • ALAINE SOUZA LIMA ROCHA
  • ANNA MYRNA JAGUARIBE DE LIMA
  • Data: 28/11/2022

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  • INTRODUÇÃO: A gestação e a adolescência são dois períodos da vida que compreendem profundas mudanças podendo interferir na qualidade e quantidade do sono. Vários são os fatores associados à qualidade do sono e seus transtornos na gestação de mulheres adultas, porém são escassos estudos que se proponham a investigar tais aspectos na população gestante adolescente.  OBJETIVO: verificar a associação dos fatores sociodemográficos, antropométricos, obstétricos, de hábitos de vida e sintomas depressivos à qualidade do sono e sonolência diurna excessiva (SDE) em gestantes adolescentes. MÉTODOS: Foi realizado um estudo transversal com gestantes adolescentes com faixa etária de 10 a 19 anos, que realizavam pré-natal no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, no Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros, na Maternidade Professor Barros Lima e nas unidades do Distrito Sanitário III. A coleta de dados foi realizada no período de janeiro a dezembro de 2019. Foram excluídas gestantes que apresentaram dificuldade de compreensão que impossibilitasse a realização da avaliação e que realizavam atividades laborais com inversão de turno. A coleta de dados foi realizada por meio de questionário de avaliação individual estruturado, composto por dados sociodemográficos, antropométricos, obstétricos e de hábitos de vida. O Questionário de Atividade Física para Gestantes (QAFG), o Questionário de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI), a Escala de Sonolência de Epworth (ESE) e o Inventário de Depressão de Beck (IDB) também foram aplicados às voluntárias. Foram calculadas prevalências e possíveis associações através do teste Qui-Quadrado de Pearson ou exato de Fisher. A razão de chances (OR) foi calculada, com intervalo de confiança de 95%, para avaliar a associação entre as variáveis dependentes (qualidade do sono e sonolência diurna excessiva) e as variáveis independentes (dados sociodemográficos, antropométricos, obstétricos, hábitos de vida e sintomas depressivos). Em seguida foi realizada uma análise de regressão logística. RESULTADOS: Foram incluídas 386 gestantes com a média de idade de 17±2 anos. O perfil sociodemográfico observado foi de gestantes adolescentes em sua maioria estudantes (41%), que não trabalham (88,4%), com escolaridade entre 10 a 12 anos de estudo (49,5%), que moram com o parceiro (57,2%) e apresentam renda familiar entre 1 a 2 salários mínimos (47,7%). A maior parte das gestantes estava no segundo semestre gestacional (51,8%), apresentaram estado nutricional eutróficas (40,5%) e média de 10 ± 3 sintomas físicos gestacionais antes de dormir. Quanto ao padrão e higiene do sono, a maior parte das gestantes relatou fazer uso de eletrônicos antes de dormir (72,5%), consumir às vezes ou sempre café e/ou refrigerante antes de ir para a cama (50,8%), dormir mais de sete horas por noite (68,8%) e cochilar durante o dia (81,4%). A prevalência de má qualidade do sono foi de 67,5% e esteve relacionada com sintomas de depressão moderada a grave (OR=2,21; IC95% 1,27–3,85), escolaridade elevada (OR=2,26; IC95% 1,43–3,57) e a partir de dez sintomas físicos gestacionais (OR= 1,18; IC95% 1,10–1,27). A prevalência de SDE foi de 35,3% e mostrou estar relacionada com sintomas de depressão moderada a grave (OR=1,96; IC95% 1,06–3,65), trabalho (OR=1,92 IC95% 1,00–3,70) e a partir de dez sintomas físicos gestacionais (OR= 1,15; IC95% 1,07–1,24). Conclusão: O presente estudo verificou que gestantes adolescentes apresentam alta prevalência de má qualidade do sono e está relacionada a sintomas de depressão, escolaridade elevada e presença de sintomas físicos gestacionais. Já a SDE está relacionada a sintomas de depressão, trabalho e sintomas físicos gestacionais.


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  • INTRODUÇÃO: A gestação e a adolescência são dois períodos da vida que compreendem profundas mudanças que podem interferir na qualidade e quantidade do sono. Vários são os fatores associados à qualidade do sono e seus transtornos na gestação de mulheres adultas, porém são escassos estudos que se proponham a investigar as características do sono e seus fatores associados na população gestante adolescente. OBJETIVO: verificar a associação dos fatores sociodemográficos, antropométricos, obstétricos, de hábitos de vida e sintomas depressivos à qualidade do sono e sonolência diurna excessiva em gestantes adolescentes. MÉTODOS: Foi realizado um estudo transversal com gestantes adolescentes com faixa etária de 10 a 19 anos, que realizavam pré-natal no Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (CISAM), na Maternidade Professor Barros Lima e nas unidades do Distrito Sanitário III. A coleta de dados foi realizada no período de janeiro a dezembro de 2019. Foram incluídas 388 gestantes adolescentes, sendo excluídas duas gestantes que apresentaram dificuldade de compreensão que impossibilitasse a realização da avaliação e que realizavam atividades laborais com inversão de turno. A coleta de dados foi realizada por meio de questionário de avaliação individual estruturado, composto por dados sociodemográficos, antropométricos, obstétricos e de hábitos de vida. O Questionário de Atividade Física para Gestantes (QAFG), o Questionário de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI), a Escala de Sonolência de Epworth (ESE) e o Inventário de Depressão de Beck (IDB) também foram aplicados às voluntárias. RESULTADOS: A média de idade da amostra foi de 17±2 anos. A prevalência de má qualidade do sono foi de 67,5% e esteve relacionada com escolaridade elevada (OR=2,26), depressão moderada a grave (OR=2,21) e a presença de sintomas físicos gestacionais (OR=1,18). A prevalência de SDE foi de 35,3% e mostrou estar relacionada com trabalho (OR=1,96), sintomas de depressão moderada a grave (OR=1,97) e a presença de sintomas físicos gestacionais (OR=1,16). Conclusão: O presente estudo verificou alta prevalência de má qualidade do sono e está relacionada a escolaridade, depressão e presença de sintomas físicos gestacionais. Já a SDE está relacionada ao trabalho, depressão e sintomas físicos gestacionais.

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  • CAROLINE BUARQUE FRANCO DONZA
  • EFEITOS DE TREINAMENTOS DE EXERCÍCIOS DE PILATES E DE PILATES ASSOCIADO AO MÉTODO BUTEYKO SOBRE O CONTROLE DA ASMA, QUALIDADE DE VIDA E FUNÇÃO RESPIRATÓRIA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM ASMA

  • Orientador : DECIO MEDEIROS PEIXOTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANNA MYRNA JAGUARIBE DE LIMA
  • CELSO RICARDO FERNANDES CARVALHO
  • DANIELLA CUNHA BRANDAO
  • DECIO MEDEIROS PEIXOTO
  • EMANUEL SAVIO CAVALCANTI SARINHO
  • Data: 16/12/2022

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  • A asma na infância manifesta-se como uma doença inflamatória trazendo repercussões sintomáticas, requerendo, além do tratamento medicamentoso, a presença de estratégias não farmacológicas. O objetivo do estudo foi avaliar os efeitos da aplicação isolada do Pilates e do seu emprego combinado com o Buteyko sobre o controle da asma, qualidade de vida e função respiratória de crianças e adolescentes com asma. O estudo foi do tipo controlado e com técnica randomizada. Foram recrutados 63 pacientes com diagnóstico de asma, na faixa etária dos 7 aos 13 anos, para participarem de 24 sessões de intervenção. Os pacientes foram alocados em três grupos: 12 participantes pertencentes ao grupo controle (GC), 18 ao grupo Pilates (GP) e 17 ao grupo Pilates com Buteyko (GPB). Os participantes foram avaliados quanto à função pulmonar, controle da asma, qualidade de vida (QV), qualidade e comportamento do sono e força muscular respiratória (FMR). A subdivisão quanto ao nível de controle da asma foi realizada para cada um dos três grupos. O projeto de pesquisa que resultou nesta tese foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco (parecer: 2.545.089) e registrado no Rebec (nº RBR-5hq3xh). Nos resultados, a comparação intragrupos apresentou evolução do nível de controle da asma para as intervenções do GP e do GPB. Houve evolução na pontuação dos questionários de qualidade de vida para os mesmos grupos. Quanto à qualidade do sono, a maior parte dos três grupos foi enquadrada na classificação de sono ruim nas duas avaliações. No comportamento do sono, apenas o GPB demonstrou melhoria no resultado geral do questionário (SBQ). Na FMR, as medições da Pimáx e Pemax alcançaram evoluções tanto no GP como no GPB. Na oscilometria de impulso, houve evolução nos parâmetros de resistência total das vias aéreas e resistência das vias aéreas centrais no GP. No GPB, houve evolução da reatância a 5 Hz (X5) no grupo de pacientes com asma não controlada. Como conclusão, observamos que a aplicação do Pilates e do Pilates associado com o Buteyko influenciou positivamente parâmetros como controle da asma, QV e a FMR dos pacientes. Por fim, na oscilometria, atestamos diminuição da R5 e R20 na intervenção com Pilates. Os achados deste estudo favorecem possíveis escolhas do Pilates e do Pilates associado ao Buteyko como técnicas para complementar tratamentos direcionados a crianças e adolescentes com asma. Esses achados também podem encorajar outras investigações acerca dos benefícios e da adequação de técnicas de exercícios físicos para o tratamento de crianças com asma.


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  • A asma é uma doença inflamatória que se manifesta frequentemente com repercussões sintomáticas, requerendo, além do tratamento medicamentoso, a inserção de estratégias não farmacológicas, como intervenções baseadas no método Pilates ou no treino da respiração pelo Buteyko, a fim de promover, além do controle da doença, melhorias na condição física e emocional dos pacientes. O objetivo do presente estudo foi o de avaliar os efeitos da aplicação isolada do Pilates e do seu emprego combinado com o Buteyko sobre o controle da asma, qualidade de vida e função respiratória de crianças e adolescentes com asma. O projeto de pesquisa que resultou nesta tese foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco (parecer: 2.545.089) e registrado no Rebec (nº RBR-5hq3xh). Foram recrutados 63 pacientes com diagnóstico de asma, na faixa etária dos 7 aos 13 anos, para participarem de 24 sessões de intervenção. Os pacientes foram alocados em três grupos: 12 participantes pertencentes ao grupo controle (GC), 18 ao grupo Pilates (GP) e 17 ao grupo Pilates com Buteyko (GPB). Os participantes foram avaliados quanto à função pulmonar, controle da asma, qualidade de vida (QV), qualidade e comportamento do sono e força muscular respiratória (FMR). A subdivisão quanto ao nível de controle da asma foi realizada para cada um dos três grupos. Os resultados indicaram evolução do nível de controle da asma no GP e no GPB para o c-ACT (p<0.001). Houve melhorias da QV para os participantes do GP (p=0.002). No grupo GPB, houve melhoria no escore total (p<0.001), bem como nos três subdomínios do questionário de qualidade de vida. Quanto à qualidade do sono, a maior parte dos três grupos foi enquadrada na classificação de sono ruim tanto na 1a avaliação como também na última. No GPB, os pacientes demonstraram melhoria (p=0.004) no resultado geral do questionário de comportamento do sono. Em relação ao GC, não foram encontradas mudanças nos questionários aplicados. Na FMR, houve melhoria da pressão inspiratória máxima (Pimax) (p<0.001) e da pressão expiratória máxima (Pemax) (p<0.001) no GP. No GPB também foram encontrados resultados significativos na Pimax (p<0.001) e na Pemax (p=0.001). Na oscilometria de impulso, houve evolução nos parâmetros de resistência total das vias aéreas (R5) e resistência das vias aéreas centrais (R20) (p=0.021, p=0.024, respectivamente) no GP. No GPB, houve evolução da reatância a 5 Hz (X5) (p=0.037) no grupo de pacientes com ANC. Como conclusão, observamos que a aplicação do Pilates e do Pilates associado com o Buteyko influenciou positivamente parâmetros como controle da asma e QV. As intervenções demonstraram influência positiva na FMR dos pacientes. Por fim, na oscilometria, atestamos diminuição da R5 e R20 na intervenção com Pilates. Os achados deste estudo favorecem possíveis escolhas do Pilates e do Pilates associado ao Buteyko como técnicas para complementar tratamentos direcionados a crianças e adolescentes com asma. Esses achados também podem encorajar outras investigações acerca dos benefícios e da adequação de técnicas de exercícios físicos e de fisioterapia respiratória para o tratamento de crianças com asma.

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  • LAUDILSE DE MORAIS SOUZA
  • Prevalência de anemia e de insegurança alimentar em pré-escolares no contexto da pandemia de COVID-19: um estudo de base populacional

  • Orientador : ALCIDES DA SILVA DINIZ
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ILMA KRUZE GRANDE DE ARRUDA
  • JOAO ARAÚJO BARROS NETO
  • POLIANA COELHO CABRAL
  • RISIA CRISTINA EGITO DE MENEZES
  • THAYSA BARBOSA CAVALCANTE BRANDÃO
  • Data: 16/12/2022

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  • A suspensão do ensino presencial em decorrência da necessidade de enfrentamento da pandemia de COVID-19 trouxe como consequência a interrupção do fornecimento das refeições no ambiente escolar. Neste contexto, decidiu-se estimar a prevalência de anemia de pré-escolares matriculados em Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) de Maceió-AL, caracterizar a sua gravidade a partir das concentrações de hemoglobina, contextualizar a anemia no panorama da segurança alimentar das famílias, identificar outros fatores associados à anemia nesse estrato populacional e o consumo de alimentos ultraprocessados a que ficaram expostos em seus domicílios. Trata-se de um estudo transversal com uma amostra aleatória selecionada por conglomerado envolvendo 243 crianças de 24 a 59 meses, matriculadas em período integral em CMEIs do município de Maceió-AL. Foram avaliadas as concentrações de hemoglobina, aferidos o peso e a estatura corporal, caracterizado o perfil socioeconômico-demográfico e de saúde, além do levantamento do consumo de alimentos ultraprocessados. A prevalência de anemia foi de 37,6% (IC95% 31,7-43,8), classificada como um problema de saúde pública moderado, de acordo com os critérios da Organização Mundial de Saúde. Tomando-se como base as concentrações de hemoglobina, 83,5% (IC95% 74,9-90,0) das crianças foram classificadas com anemia leve [Hb 9,00 g/dL a <11,00 g/dL], 15,4% (IC95% 9,1-23,8) com anemia moderada [Hb7,00 g/dL a < 9,00 g/dL] e 1,1% (IC95% 0,1-5,0) com anemia grave [Hb<7,00 g/dL]. O modelo de regressão de Poisson com variância robusta mostrou que o recebimento do auxílio emergencial durante a pandemia reduziu em cerca de 10% a prevalência de anemia [RP= 0,91 IC95% 0,84 – 0,99]. A insegurança alimentar atingiu 90% (IC95% 86,1-93,9) da população estudada, sendo 63,3% (IC95% 55,9-69,2) de insegurança leve, 23,3% (IC 95% 17,8-29,5) de insegurança moderada e 13,5% (IC95% 9,00-18,5) de insegurança grave. Na análise multivariada hierárquica as variáveis que se associaram à insegurança alimentar foram escolaridade materna, estado civil e falta de comida na pandemia. Observou-se que 34,9% (IC95% 28,8-41,0) das crianças apresentavam excesso de peso (somatório de risco de sobrepeso, sobrepeso e obesidade); desse total, 34,1% (IC95% 23,9-44,4) apresentavam anemia. O consumo diário de alimentos ultraprocessados, atingiu a prevalência de 10,6% (CI95% 6,7-14,6), e o semanal 66,68% (CI95%.60,8-82,8). O modelo de regressão de Poisson com variância robusta mostrou que o recebimento de doação de gêneros se manteve como fator de risco para o consumo de alimentos ultraprocessados (RP = 1,23; IC p = 0,01) e o aleitamento materno por um período menor de seis meses, se mostrou como um fator de proteção (RP = 0,85; IC p=0,04). Foram evidenciadas prevalências elevadas de insegurança alimentar e de anemia em pré-escolares. O auxílio emergencial constituiu num fator de proteção à anemia, indicando a importância desse benefício financeiro nesse período peculiar. As variáveis que se associaram à insegurança alimentar foram escolaridade, estado civil e falta de comida na pandemia. O consumo de alimentos ultraprocessados foi elevado. A doação de gêneros alimentícios se constituiu como fator de risco, enquanto a aleitamento materno por menos de seis meses, se mostrou como fator de proteção para o consumo de alimentos ultraprocessados.




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  • A suspensão do ensino presencial em decorrência da necessidade de enfrentamento da pandemia de COVID-19 trouxe como consequência a interrupção do fornecimento das refeições no ambiente escolar. Os pré-escolares e escolares submetidos a precárias condições socioeconômicas foram duplamente prejudicados, pois não puderam contar com a merenda escolar com regularidade, ao mesmo tempo em que ficaram expostos à escassez de alimentos em seus domicílios. Neste contexto, decidiu-se estimar a prevalência de anemia de pré-escolares matriculados em Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) de Maceió-AL, caracterizar a sua gravidade a partir das concentrações de hemoglobina, contextualizar a anemia no panorama da segurança alimentar das famílias e identificar outros fatores associados à anemia nesse estrato populacional. Trata-se de um estudo transversal com uma amostra aleatória selecionada por conglomerado envolvendo 243 crianças de 24 a 59 meses, matriculadas em período integral em CMEIs do município de Maceió-AL. Foram avaliadas as concentrações de hemoglobina, aferidos o peso e a estatura corporal, caracterizado o perfil socioeconômico-demográfico e de saúde, além do consumo alimentar. A prevalência de anemia foi de 37,6% (IC95% 31,7-43,8), classificada como um problema de saúde pública moderado, de acordo com os critérios da Organização Mundial de Saúde. Tomando-se como base as concentrações de hemoglobina, 83,5% (IC95% 74,9-90,0) das crianças foram classificadas com anemia leve [Hb 9,00 g/dL a <11,00 g/dL], 15,4% (IC95% 9,1-23,8) com anemia moderada [Hb7,00 g/dL a < 9,00 g/dL] e 1,1% (IC95% 0,1-5,0) com anemia grave [Hb<7,00 g/dL]. A insegurança alimentar atingiu 90% (IC95% 86,1-93,9) da população estudada, sendo 63,3% (IC95% 55,9-69,2) de insegurança leve, 23,3% (IC 95% 17,8-29,5) de insegurança moderada e 13,5% (IC95% 9,00-18,5) de insegurança grave. Observou-se que 34,9% (IC95% 28,8-41,0) das crianças apresentavam excesso de peso (somatório de risco de sobrepeso, sobrepeso e obesidade); desse total, 34,1% (IC95% 23,9-44,4) apresentavam anemia. O consumo de alimentos ultraprocessados atingiu 77,4% (IC95%72,1-82,8) (somatório da frequência diária e semanal). O estudo concluiu que os pré-escolares matriculados em CMEIs de Maceió-AL em tempo integral, afastados das atividades escolares por aproximadamente dois anos, em virtude da pandemia de COVID-19, apresentam uma dramática situação de vulnerabilidade social, agravada principalmente pelos fatores econômicos que comprometem diretamente a qualidade da alimentação, ocasionando efeitos deletérios importantes, tanto no status nutricional de ferro, quanto no energético-proteico nesse grupo populacional. O retorno integral das aulas presenciais com a consequente retomada da distribuição da merenda escolar pode mitigar a carência nutricional dessas crianças, amenizando um pouco a fome instituída pelo empobrecimento da população brasileira.

2021
Dissertações
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  • CATARINA FIGUEIREDO DE SOUZA
  • COMPRIMENTO DE INSERÇÃO DE SONDA GÁSTRICA EM RECÉM-NASCIDOS: PRÁTICAS DOS ENFERMEIROS

  • Orientador : CLAUDIA MARINA TAVARES DE ARAUJO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ELIANE ROLIM DE HOLANDA
  • MARGARIDA MARIA DE CASTRO ANTUNES
  • MARIA DAS GRACAS MOURA LINS SILVA
  • Data: 30/08/2021

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  • Introdução: Recém-nascidos internados em Unidades de Cuidados Neonatais frequentemente necessitam do uso de sondas gástricas, sobretudo para alimentação. A literatura indica que diversidade de técnicas e de pontos de referência utilizados para estimar o comprimento de sondas gástricas a ser inserido tem contribuído para ocorrência de posicionamentos inadequados. Objetivos: Investigar a prática dos enfermeiros para determinação do comprimento de inserção da sonda gástrica em recém-nascido; de forma mais específica, identificar frequência e variedades ou distorções das estratégias de mensuração de comprimento para inserção de sonda gástrica, além de descrever como tal procedimento está presente nos protocolos das unidades neonatais. Metodologia: Estudo exploratório de corte transversal, realizado de setembro de 2020 a fevereiro de 2021, através da análise das respostas de 67 enfermeiros ao questionário sobre a prática de mensuração de comprimento de sonda gástrica. Resultados: Encontrou-se nove estratégias diferentes para medição da sonda. Apenas 6% dos enfermeiros optaram pelas estratégias de medição de sonda adequadas tanto para inserção da sonda orogástrica quanto para sonda nasogástrica. A medida nariz-orelha-xifoide apareceu como a mais frequente para sondagem nasogástrica assim como nas instruções dos protocolos dos serviços e a medida orelha-nariz-xifoide foi a mais frequente para sondagem orogástrica. Verificou-se que existe divergência na escolha do ponto da sonda por onde se deve iniciar a medição (da extremidade distal ou após os orifícios). A ausculta epigástrica do som do ar injetado por seringa foi o procedimento mais escolhido pelos profissionais para verificar o posicionamento gástrico da sonda e elevado percentual não checa o posicionamento antes de cada uso. Não houve associação significativa entre a escolha das estratégias de medição adequadas com tempo de formação, tempo de experiência em neonatologia, formação complementar ou unidade de atuação. Conclusão: A prática dos enfermeiros para medição de sonda e os manuais de Procedimentos de Operacionais Padrão não estão alinhados às evidências.


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  • Recém-nascidos (RN) internados em Unidades de Cuidados Neonatais (UNN) frequentemente necessitam do uso de sondas gástricas, principalmente para alimentação. A localização precisa da sonda é importante para garantir uma alimentação enteral segura e eficaz e depende da técnica de medição utilizada. Por outro lado, há diversidade de técnicas e de pontos de referência utilizados para estimar o comprimento de sondas gástricas a ser inserido o que tem contribuído para ocorrência de inadequação de posicionamento. Estudos apontam lacunas no conhecimento voltado para o manuseio seguro de sondas para alimentação, especialmente em pacientes neonatais. Objetivos: avaliar a prática de enfermeiros que atuam em UNN sobre a mensuração do comprimento de sondas gástricas e as recomendações dos manuais de procedimento operacional padrão das unidades neonatais quando a sondagem gástrica. O estudo aconteceu em duas etapas: desenvolvimento e validação de conteúdo do questionário e análise das respostas de 67 enfermeiros de quatro Unidades Neonatais públicas da cidade do Recife. Resultados: Nove estratégias diferentes para medir a sonda foram citadas pelos enfermeiros. A medida orelha-nariz-xifoide (ENX) apareceu como a mais frequente para sondagem orogástrica e a medida nariz-orelha-xifoide (NEX) para sondagem nasogástrica. A ausculta do som do ar injetado por seringa foi o procedimento mais escolhido pelos profissionais para verificar o posicionamento gástrico da sonda e um percentual baixo checa o posicionamento antes de cada uso. Não houve associação significativa entre a escolha das estratégias de medição adequadas e o tempo de formação, o tempo de experiência em neonatologia, a formação complementar ou a unidade de atuação.

2
  • RICARDO BARROS GURGEL
  • VIVÊNCIAS PARENTAIS DE MÃES DE CRIANÇAS NA PRIMEIRA INF NCIA EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE SOCIAL: O CONTEXTO DA PANDEMIA DA COVID-19


  • Orientador : MARIA WANDERLEYA DE LAVOR CORIOLANO MARINUS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ESTELA MARIA LEITE MEIRELLES MONTEIRO
  • SUZANA LINS DA SILVA
  • TEREZA REBECCA DE MELO E LIMA OLIVEIRA
  • Data: 18/10/2021

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  • A pandemia da COVID-19 gerou um contexto de maior estresse parental com o confinamento e as consequências dessa nova dinâmica familiar tiveram repercussões para a parentalidade e para o desenvolvimento infantil. O público alvo são famílias em situação de vulnerabilidade social com crianças na primeira infância (zero a seis anos). É sabido que o contexto de vulnerabilidade social por si só tem peculiaridades que podem afetar o desenvolvimento integral das crianças, somado isto ao contexto da pandemia da COVID 19 emerge considerar a inclusão de novos fatores ou agravamentos e avaliar suas repercussões para esse desenvolvimento. O estresse parental surgido a partir das novas responsabilidades dos cuidadores em um ambiente de maior restrição social acarretou sobrecarga na funcionalidade da parentalidade. Por sua vez, estudos mais recentes vem mostrando que mesmo em condições adversas,  seja pela vulnerabilidade social seja por essa condição agravada pela pandemia da COVID-19, quando se consegue vivenciar mesmo nessas condições uma parentalidade mais ativa e positiva, os resultados para essas crianças envolvem maior desenvolvimento de resiliência com melhores indicadores na linguagem, escores intelectuais e harmonia familiar futura. Objetivo: Compreender as vivências parentais de mães de crianças na primeira infância, em contextos de vulnerabilidade social durante a pandemia da COVID-19 e descrever suas potencialidades e desafios para as relações parentais; Métodos: Estudo  exploratório, descritivo, de natureza qualitativa baseado em dados primários obtidos mediante a realização de entrevistas  semi-estruturadas na modalidade on-line, com oito mães de nove crianças na faixa etária de zero a seis anos, assistidas por uma instituição de assistência social em Recife-PE. A análise de dados envolveu as etapas de codificação propostas por Yin, a partir do referencial teórico do Modelo Bioecológico de Bronfenbrenner. Resultados: As categorias temáticas foram organizadas a partir de códigos indutivos derivados dos dados, além da articulação com o referencial teórico de Bronfenbrenner, nos itens Pessoa, Processo, Contexto e Tempo. Na categoria pessoa mereceu destaque o compromisso das mães em cuidar dos filhos apesar da sobrecarga das tarefas domésticas e do trabalho externo. No item processo percebeu-se relações parentais baseadas em práticas parentais tanto positivas como negativas, além do desejo de serem mais pacientes para lidarem com os desafios de educarem seus filhos. Na categoria contexto recebeu atenção as falas das mães que relataram exaustão física e mental  diante da alteração percebida no comportamento de agitação e agressividade das crianças. Por fim, na categoria tempo, observou-se nos relatos das mães  o desejo de um futuro promissor para os seus filhos como o de seguir na continuidade e dedicação aos estudos, no acesso seguro ao mundo do trabalho e de serem cidadãos prósperos. Conclusão: As vivências parentais de mães e de crianças na primeira infância, em contextos de vulnerabilidade social durante a pandemia da COVID-19 foram analisadas a partir de elementos do modelo bioecológico, no qual elementos adicionais, como as consequências diretas e indiretas da pandemia da COVID-19 estiveram presentes e podem trazer mais desafios para a funcionalidade da parentalidade.  O incentivo e apoio dos profissionais de saúde diante das dificuldades enfrentadas em contexto de vulnerabilidade podem estimular a resiliência  e melhor qualidade na relação parental com possível impacto positivo no desenvolvimento infantil dessas crianças. 


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  • A pandemia da COVID-19 gerou um contexto de maior estresse parental com o confinamento e as consequências dessa nova dinâmica familiar e suas repercussões para a parentalidade e o desenvolvimento infantil foram tema deste estudo. O público alvo são famílias em situação de vulnerabilidade social com crianças na primeira infância (zero a seis anos). É sabido que o contexto de vulnerabilidade social por si só tem peculiaridades que podem afetar o desenvolvimento cognitivo e socioemocional das crianças, somado isto ao contexto da pandemia da COVID 19 emerge considerar a inclusão de novos fatores ou agravamentos e avaliar suas repercussões para esse desenvolvimento. O estresse parental surgido a partir das novas responsabilidades dos cuidadores em um ambiente de maior restrição social, muitas vezes somado ao trabalho remoto ou desemprego, aulas on-line ou simplesmente a falta de aulas acarretou maior agravamento nas condições de parentalidade e consequente desenvolvimento dos filhos. Por sua vez, estudos mais recentes vem mostrando que mesmo em condições adversas,  seja pela vulnerabilidade social simplesmente, seja por essa condição agravada pela pandemia da COVID-19, quando se consegue vivenciar mesmo nessas condições uma parentalidade mais ativa e positiva, os resultados para essas crianças envolvem maior desenvolvimento de resiliência com melhores indicadores na linguagem, escores intelectuais, harmonia familiar futura e menor número de envolvimento com drogas e criminalidade quando na adolescência e vida adulta. Objetivo: Compreender as vivências parentais de mães de crianças na primeira infância, em contextos de vulnerabilidade social durante a pandemia da COVID-19 e avaliar suas potencialidades e desafios para o desenvolvimento infantil e as relações parentais; Métodos: Estudo  exploratório, descritivo, de natureza qualitativa baseado em dados primários obtidos mediante a realização de entrevistas  semi-estruturadas na modalidade on-line, com 8 mães de 9 crianças na faixa etária de zero a seis anos, assistidas por uma instituição de assistência social no bairro da Várzea, Recife-PE. A análise de dados envolveu as etapas de codificação propostas por Yin, a partir do referencial teórico do Modelo Bioecológico de Bronfenbrenner. Resultados: As categorias temáticas foram organizadas a partir de códigos indutivos derivados dos dados, além da articulação com o referencial teórico de Bronfenbrenner, nos itens Pessoa, Processo, Contexto e Tempo (Modelo PPCT). Na categoria pessoa mereceu destaque o interesse e disponibilidade das mães em cuidar dos filhos além  das tarefas domésticas ou do trabalho. No item processo percebeu-se um interesse das mães com o brincar da criança ainda que com muitos relatos do brincar auxiliado por meios digitais. Na categoria contexto, por sua vez, recebeu atenção as falas das mães que relataram alteração de comportamento com maiores relatos de agitação e agressividade nas crianças e exaustão física e mental por parte dos cuidadores. Por fim, na categoria tempo observou-se a importância que as mães davam a expectar um futuro mais promissor para os seus filhos com o desejo de seguir nos estudos e serem cidadãos prósperos. Conclusão: O incentivo e apoio à resiliência transformadora das dificuldades enfrentadas em contexto de vulnerabilidade durante a pandemia podem se tornar em fatores potenciais de melhor relação parental com possível impacto positivo no desenvolvimento infantil dessas crianças. 

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  • ÉRICA PATRÍCIA CUNHA ROSA SCHMITZ
  • TIPO DE DIETA E COMPOSIÇÃO CORPORAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM PARALISIA CEREBRAL EM USO DE NUTRIÇÃO ENTERAL

  • Orientador : KATIA GALEAO BRANDT
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA DAS GRACAS MOURA LINS SILVA
  • POLIANA COELHO CABRAL
  • TANIA BENINGA DE MORAIS
  • Data: 13/12/2021

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  • O objetivo deste estudo foi investigar a associação entre o tipo de dieta, a composição corporal e os parâmetros antropométricos de avaliação da massa muscular de crianças e adolescentes com paralisia cerebral em uso de dieta enteral. Foi realizado um estudo tipo série de casos com 38 crianças e adolescentes com comprometimento motor grave alimentados por via alternativa, atendidos ambulatorialmente no Serviço de Gastroenterologia Pediátrica do Hospital das Clínicas de Pernambuco no período de janeiro de 2020 a março de 2021. O consumo alimentar foi estimado através do recordatório de 24h, a composição corporal por meio de bioimpedância com cálculo do índice de massa livre de gordura (IMLG) e índice de massa gorda (IMG) e o perfil antropométrico através do escore Z dos índices: estatura/idade (ZE/I) e índice de massa corporal/idade (ZIMC/I). Em caráter complementar foi avaliada a circunferência muscular do braço (CMB) e a área muscular do braço (AMB). A dieta enteral industrializada foi a mais utilizada (57,9%). A idade média de instalação da sonda ou gastrostomia foi de 5,5 ± 3,6 anos e o tempo médio de utilização de via alternativa foi de 3,7±2,6 anos. Foi observado déficit estatural em 65,8% dos participantes. A frequência de magreza foi de 29% pelo ZIMC/I. Foi evidenciado déficit de massa livre de gordura em 70,4% e excesso de massa gorda em 77,8% da amostra. Não foi encontrada associação significante entre o tipo de dieta e os parâmetros antropométricos, e de composição corporal, porém destaca-se uma tendência de predomínio de excesso de massa gorda em grande parte das crianças e adolescentes em uso de dieta enteral industrializada. Nos participantes com puberdade presente foi observado maior déficit estatural e baixa reserva muscular pelos parâmetros de CMB e AMB. Evidenciou-se que 40,1% das crianças e adolescentes em uso de dieta enteral industrializada apresentaram consumo energético insuficiente. O consumo de proteínas foi maior no grupo que recebeu dieta mista, porém compreendido entre os valores recomendados. No grupo que recebeu dieta industrializada, houve maior percentual no consumo lipídios, valor este acima da faixa de distribuição aceitável. Conclui-se que não houve diferença na composição corporal e parâmetros antropométricos de avaliação da massa muscular em função do tipo de dieta recebida, demonstrando que o uso da dieta enteral mista não traria prejuízos para a condição nutricional e a composição corporal de crianças e adolescentes com paralisia cerebral tetraparética espástica em uso de dieta enteral e acompanhados ambulatorialmente por equipe multiprofissional.


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  • A maior a gravidade da paralisia cerebral está associada a restrição na deambulação, ao prejuízo na habilidade motora oral, que resulta em inadequação no consumo alimentar, bem como o déficit de peso e altura. No tocante a composição corporal, observa-se redução da massa muscular. Nesses casos, a alimentação por via alternativa é geralmente considerada a modalidade preferida e pode ser ofertada por meio de uma dieta industrializada, artesanal ou mista. O objetivo deste estudo foi investigar a associação entre o tipo de dieta, a composição corporal e os parâmetros antropométricos de avaliação da massa muscular de crianças e adolescentes com paralisia cerebral em uso de dieta enteral. Foi realizado um estudo tipo série de casos com 38 crianças e adolescentes com comprometimento motor grave alimentados por via alternativa, atendidos ambulatorialmente no Serviço de Gastroenterologia Pediátrica do Hospital das Clínicas de Pernambuco no período de janeiro de 2020 a março de 2021. O consumo alimentar foi estimado através do recordatório de 24h, a composição corporal por meio de bioimpedância com cálculo do índice de massa livre de gordura (IMLG) e índice de massa gorda (IMG) e o perfil antropométrico através do escore Z dos índices: estatura/idade (ZE/I) e índice de massa corporal/idade (ZIMC/I). Em caráter complementar foi avaliada a circunferência muscular do braço (CMB) e a área muscular do braço (AMB). Foi observado déficit estatural em 65,8% dos participantes. A frequência de magreza foi de 28,9% pelo ZIMC/I. Foi evidenciado déficit de massa livre de gordura em 70,4% e excesso de massa gorda em 77,8% da amostra. Não foi encontrada associação significante entre o tipo de dieta e os parâmetros antropométricos, e de composição corporal, porém destaca-se uma tendência de predomínio de excesso de massa gorda em grande parte das crianças e adolescentes em uso de dieta enteral industrializada. Nos participantes com puberdade presente foi observado maior déficit estatural e baixa reserva muscular pelos parâmetros de CMB e AMB. Evidenciou-se que 40,1% e 43,3% das crianças e adolescentes em uso de dieta enteral industrializada apresentaram consumo energético e proteico insuficiente, respectivamente. O consumo de proteínas foi maior no grupo que recebeu dieta mista, porém compreendido entre os valores recomendados. No grupo que recebeu dieta industrializada, houve maior percentual no consumo lipídios, valor este acima da faixa de distribuição aceitável. Conclui-se que não houve diferença na composição corporal e parâmetros antropométricos de avaliação da massa muscular em função do tipo de dieta recebida, demonstrando que o uso da dieta enteral mista não traria prejuízos para a condição nutricional e a composição corporal de crianças e adolescentes com paralisia cerebral tetraparética espástica em uso de dieta enteral e acompanhados ambulatorialmente por equipe multiprofissional.

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  • JÉSSICA CRISTINA GUEDES LIMA DA SILVA
  • Fatores associados ao consumo de álcool e prática de binge drinking em adolescentes universitários do Recife/PE.

  • Orientador : POLIANA COELHO CABRAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALCIDES DA SILVA DINIZ
  • MARIA IZABEL SIQUEIRA DE ANDRADE
  • VANESSA SA LEAL
  • Data: 15/12/2021

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  • O objetivo deste estudo foi avaliar, em adolescentes calouros universitários, o consumo de álcool e seus fatores associados, a frequência do beber pesado episódico (binge drinking) e as variações ocorridas nesse consumo após um ano de vida acadêmica. Trata-se de um estudo transversal, com um módulo de análise prospectiva (do tipo antes e depois), com calouros que iniciaram os cursos em 2015 e 2016. O padrão de consumo de álcool foi avaliado pelas seguintes perguntas: consome bebidas alcoólicas? e se a resposta fosse positiva, qual a frequência do consumo? qual tipo de bebida? a quantidade ingerida em cada momento do consumo? e a idade em que começou a beber?. Neste contexto, o binge drinking foi definido como sendo o consumo de cerca de 4 doses ou mais em uma mesma ocasião se mulheres ou 5 doses ou mais se homens. O modelo conceitual considerou variáveis demográficas, socioeconômicas, do estilo de vida, dietéticas, antropométricas e de composição corporal. No baseline, a amostra consistiu em 206 estudantes, com predomínio do sexo feminino (71,4%), 79,1% no período da adolescência final (≥18 anos) e 53,4% pertencente a classe média. A frequência de baixo peso (10,7%) e excesso de peso (19,9%) foi elevada, sem diferencial estatisticamente significante entre os sexos.  O consumo de bebidas alcoólicas foi positivo em 48,1% da amostra (n=99) e dentre esses 22,2% (n=22) foram classificados na categoria de binge drinking. Na comparação por sexo, verifica-se 69,5% dos meninos referiram consumo de bebida alcóolica contra 39,5% das meninas (p=0,0001). Além disso, houve uma tendência para o binge drinking ser mais frequente no sexo masculino (31,7% x 15,5% p=0,0963). No que se refere as análises da associação entre as variáveis demográficas, socioeconômicas e de estilo de vida, antropométricas e de composição corporal, e dos fatores dietéticos, com o consumo de bebidas alcoólicas, a análise de regressão de Poisson mostrou que o sexo masculino (RP ajustada: 1,47; IC95% 1,12-2,33) e o excesso de peso pelo IMC (RP ajustada: 1,52; IC95% 1,09-2,57), permaneceram independentemente associados ao consumo de bebida alcoólica. Na comparação de algumas características entre os estudantes classificados com e sem binge drinking. Observa-se que os pertencentes ao segundo grupo apresentavam valores mais elevados em todos os parâmetros antropométricos e no percentual de gordura corporal.Para o estudo de análise prospectiva do consumo de álcool, após um ano de seguimento, foram avaliados 107 estudantes sem ter sido evidenciado diferenças estatisticamente significantes. Os resultados evidenciaram uma elevada frequência de consumo de álcool o que se torna preocupante, sobretudo por envolver adolescentes e não indivíduos adultos.


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  • O objetivo deste estudo foi avaliar o padrão de consumo de álcool e a frequência do beber pesado episódico (binge drinking) e sua associação com o excesso de peso e de gordura corporal, em adolescentes calouros universitários e investigar as variações ocorridas no consumo de álcool após um ano de vida acadêmica. Trata-se de um estudo transversal, com um módulo de análise prospectiva (do tipo antes e depois). O padrão de consumo de álcool foi avaliado pelas seguintes perguntas: consome bebidas alcoólicas? e se a resposta fosse positiva, qual a frequência do consumo? qual tipo de bebida? a quantidade ingerida em cada momento do consumo? e a idade em que começou a beber?. Além disso, houve a utilização de um Questionário de Frequência Alimentar (QFA) do tipo qualitativo onde foi possível avaliar a frequência de consumo de cerveja, pinga/aguardente, uísque e vinho. Neste contexto, o binge drinking foi definido como sendo o consumo de cerca de 4 doses ou mais em uma mesma ocasião se mulheres ou 5 doses ou mais se homens. Foram coletados também dados demográficos, socioeconômicos, do estilo de vida, antropométricos e de composição corporal. No baseline, a amostra consistiu em 206 estudantes, com predomínio do sexo feminino (71,4%), 79,1% no período da adolescência final (≥18 anos) e 53,4% pertencente a classe média. A frequência de baixo peso e excesso de peso foi elevada, sem diferencial estatisticamente significante entre os sexos. O consumo de bebidas alcoólicas foi positivo em 48,1% da amostra (n=99) e dentre esses 22,2% (n=22) foram classificados na categoria de binge drinking. Na comparação por sexo, verifica-se 69,5% dos meninos referiram consumo de bebida alcóolica contra 39,5% das meninas (p=0,0001). Além disso, houve uma tendência para o binge drinking ser mais frequente no sexo masculino (31,7% x 15,5% p=0,0963). No que se refere as análises da associação entre as variáveis demográficas, socioeconômicas e de estilo de vida, antropométricas e de composição corporal, e dos fatores dietéticos, com o consumo de bebidas alcoólicas, a análise de regressão de Poisson mostrou que o sexo masculino (RP ajustada: 1,47; IC95% 1,12-2,33) e o excesso de peso pelo IMC (RP ajustada: 1,52; IC95% 1,09-2,57), permaneceram independentemente associados ao consumo de bebida alcoólica. Na comparação de algumas características entre os estudantes classificados com e sem binge drinking. Observa-se que os pertencentes ao segundo grupo apresentavam valores mais elevados em todos os parâmetros antropométricos e no percentual de gordura corporal. Para o estudo de análise prospectiva do consumo de álcool, após um ano de seguimento, foram avaliados 107 estudantes sem ter sido evidenciado diferenças estatisticamente significantes. Os resultados evidenciaram uma elevada frequência de consumo de álcool o que se torna preocupante, sobretudo por envolver adolescentes e não indivíduos adultos.

5
  • ROBERTA RAISSA DE MELO MATOS DIAS
  • SINAIS DE RISCO PARA TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA EM FILHOS DE MÃES EXPOSTAS AO VÍRUS DA ZIKA DURANTE A GESTAÇÃO

  • Orientador : SOPHIE HELENA EICKMANN
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DEMOCRITO DE BARROS MIRANDA FILHO
  • KARLA MONICA FERRAZ TEIXEIRA LAMBERTZ
  • PEDRO ISRAEL CABRAL DE LIRA
  • Data: 16/12/2021

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  • Com a epidemia do vírus da Zika (ZIKV) inúmeros estudos estabeleceram sua relação com o aparecimento de anomalias congênitas. No entanto, estudos de acompanhamento do desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM) de crianças com evidência de infecção materna por ZIKV durante a gravidez, nascidas sem microcefalia, ainda estão em andamento. Possíveis manifestações à longo prazo ainda precisam ser melhor elucidadas. Portanto, o objetivo dessa pesquisa foi comparar a ocorrência de sinais precoces de risco do Transtorno do Espectro Autista (TEA) em crianças com exposição pré-natal ao ZIKV, nascidas sem microcefalia, com crianças sem exposição ao ZIKV. Foram triadas 146 crianças, incluindo 101 expostas ao ZIKV na gestação e 45 controles.  O Modified Checklist for Autism in Toddlers (M-CHAT) foi o instrumento utilizado para a triagem do TEA. Na análise univariada, 30/101 (29,7%) crianças do grupo exposto evidenciaram sinais de risco para TEA, sendo verificados esses sinais em 6/45 (13,3%) das crianças do grupo controle. O grupo de crianças expostas apresentou algumas características a mais associadas ao TEA, porém após ajuste estatístico, apenas a idade das crianças e a coabitação dos pais mantiveram associação significante. A associação entre a exposição congênita ao ZIKV com o provável aumento de TEA perdeu a significância após análise multivariada. Nossos resultados sugerem que as crianças expostas ao ZIKV, não microcefálicas ao nascimento, quando comparadas ao grupo de controle com crianças não expostas ao ZIKV, não apresentaram risco significantemente aumentado de sinais de TEA, embora, a triagem positiva pelo M-CHAT possa ser um preditor de atraso no desenvolvimento. O presente estudo contribui para orientações práticas e amplia conhecimentos acerca do espectro de comprometimentos potencialmente associados à Zika congênita.

     


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  • com a epidemia do Zika Vírus (ZIKV) inúmeros estudos estabeleceram sua relação com o aparecimento de anomalias congênitas. No entanto, estudos de acompanhamento do desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM) de crianças com evidência de infecção materna por ZIKV durante a gravidez, nascidas sem microcefalia, ainda estão em andamento. Portanto, possíveis manifestações à longo prazo ainda precisam ser melhor elucidadas. Objetivo: comparar a ocorrência de sinais precoces de risco do Transtorno do Espectro Autista (TEA) em crianças com exposição pré-natal ao ZIKV, nascidas sem microcefalia, com crianças sem exposição ao ZIKV. Método: foram triadas 146 crianças, incluindo 101 expostas ao ZIKV na gestação e 45 controles, utilizando o instrumento Modified Checklist for Autism in Toddlers (M-CHAT). Resultados: ao realizar a triagem do neurodesenvolvimento, na análise univariada, 30/101 (29,7%) crianças do grupo de exposição evidenciaram sinais de risco para TEA, enquanto 6/45 (13,3%) crianças grupo controle apresentaram triagem positiva para TEA. O grupo de crianças expostas apresentava algumas características a mais associadas ao TEA, porém após ajuste estatístico, apenas a idade das crianças e coabitação dos pais mantiveram associação significativa. A associação entre a exposição congênita ao ZIKV com o provável aumento de TEA perdeu a significância após análise multivariada. Conclusão: no geral, nossos resultados sugerem que as crianças expostas ao ZIKV não microcefálicas ao nascimento quando comparadas ao grupo de controle com crianças não expostas ao ZIKV, não apresentam risco significantemente aumentado de sinais de TEA. Embora, a triagem positiva pelo M-CHAT possa ser um preditor de atraso no desenvolvimento. O presente estudo contribui para orientações práticas e amplia conhecimentos acerca do espectro de comprometimentos potencialmente associados à Zika congênita.


Teses
1
  • MARIA NATÁLIA SANTOS CALHEIROS
  • CONTRIBUIÇÕES DO DIÁLOGO FREIREANO PARA O ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA BASEADA EM GÊNERO COM CRIANÇAS

  • Orientador : DANIELA TAVARES GONTIJO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • IARA FALLEIROS BRAGA
  • JORGE LUIZ CARDOSO LYRA DA FONSECA
  • MARIA ELIETE SANTIAGO
  • MARIA WANDERLEYA DE LAVOR CORIOLANO MARINUS
  • MARILIA GABRIELA DE MENEZES GUEDES
  • Data: 20/08/2021

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  • A violência baseada em gênero (VBG) na infância é discutida em face da desigualdade de gênero, identificada na demarcação de gênero em brinquedos, brincadeiras e criatividade. Diante disso, dialogar com as crianças sobre este assunto estimula a criticidade e o protagonismo, proporcionando a ressignificação de padrões, comportamentos e estereótipos de gênero discriminatórios. O Diálogo, na perspectiva freireana, transcende o senso comum, significa ação-reflexão e fundamenta-se na fé, esperança, amorosidade, humildade e pensar certo. Sua principal finalidade é favorecer a consciência crítica e a humanização dos sujeitos. O objetivo geral desta tese foi compreender as contribuições do Diálogo freireano para a construção e implementação de uma intervenção educativa visando ao enfrentamento da violência baseada em gênero com crianças. Os objetivos específicos foram: 1) construir uma intervenção educativa pautada no diálogo freireano para o enfrentamento da VBG; 2) descrever as etapas e o processo de uma ação educativa pautada no diálogo freireano para o enfrentamento da VBG; 3) identificar como os fundamentos do diálogo, na perspectiva freireana, se materializam em um processo de problematização, planejamento, elaboração de estratégias e vivência do enfrentamento da VBG; 4) implementar uma ação educativa pautada no diálogo freireano para o enfrentamento da VBG e 5) analisar as dificuldades e potencialidades do diálogo, na perspectiva freireana, em um processo de problematização, planejamento, elaboração de estratégias e vivência do enfrentamento da VBG. Desenvolveu-se uma pesquisa-ação ancorada na Teoria Dialógica de Paulo Freire sistematizada em duas etapas: 1) Investigação Temática e 2) Círculos de Cultura, nas quais participaram 7 adultos/32 crianças e uma média de 12 crianças, respectivamente. Os dados produzidos foram organizados em tópicos que correspondem aos diferentes momentos da proposta de ação: desvelamento da realidade; Codificação; Descodificação (Círculos de Investigação Temática); Identificação/Seleção do tema gerador; Redução Temática e Planejamento do Programa de Ação; Seminários Temáticos; Planejamento e Implementação da Ação Educativa. A análise destes resultados foi realizada a partir de Creswell (2013) com suporte do software Atlas ti, versão 8.0 e apoio do referencial teórico utilizado para fundamentar esta tese. Os resultados obtidos foram agrupados em quatro eixos de discussão: 1) Problematização da VBG: apropriação e aprofundamento crítico do conhecimento; 2) Machismo: das primeiras impressões à ampliação do conhecimento; 3) O “lugar” da criança no enfrentamento da VBG: reconhecendo-se e assumindo-se como sujeitos de direitos e 4) Diálogo: um processo de construção da práxis. Somando-se a estes achados, a ação educativa concretizada com as crianças nesta tese culminou na produção de um vídeo educativo intitulado “As crianças contra a violência”, que foi divulgado nas redes sociais da ONG onde a pesquisa foi desenvolvida. Pesquisas como estas podem contribuir para a reflexão e sistematização de propostas eficazes e consistentes de enfrentamento da VBG com o púbico infantil, até então marginalizado nesta discussão, uma vez que elaborou e implementou uma ação educativa pautada no Diálogo freireano, trazendo contribuições singulares à esta prática ainda predominantemente assistencialista e tecnicista na atualidade. Tais ações também potencializam a articulação da saúde a partir da Educação Popular em Saúde numa perspectiva crítica, participativa e dialógica.


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  • A violência baseada em gênero (VBG) na infância é discutida em face da desigualdade de gênero, identificada na demarcação de gênero em brinquedos, brincadeiras e criatividade. Diante disso, dialogar com as crianças sobre este assunto estimula a criticidade e o protagonismo, proporcionando a ressignificação de padrões, comportamentos e estereótipos de gênero discriminatórios. O Diálogo, na perspectiva freireana, transcende o senso comum, significa ação-reflexão e fundamenta-se na fé, esperança, amorosidade, humildade e pensar certo. Sua principal finalidade é favorecer a consciência crítica e a humanização dos sujeitos. O objetivo geral desta tese foi compreender as contribuições do Diálogo freireano para a construção e implementação de uma ação educativa visando ao enfrentamento da violência baseada em gênero com crianças numa Organização Não Governamental. Os objetivos específicos foram: 1) construir uma ação educativa pautada no diálogo freireano para o enfrentamento da VBG; 2) descrever as etapas e o processo de uma ação educativa pautada no diálogo freireano para o enfrentamento da VBG; 3) identificar como os fundamentos do diálogo, na perspectiva freireana, se materializam em um processo de problematização, planejamento, elaboração de estratégias e vivência do enfrentamento da VBG; 4) implementar uma ação educativa pautada no diálogo freireano para o enfrentamento da VBG e 5) analisar as dificuldades e potencialidades do diálogo, na perspectiva freireana, em um processo de problematização, planejamento, elaboração de estratégias e vivência do enfrentamento da VBG. Desenvolveu-se uma pesquisa-ação ancorada na Teoria Dialógica de Paulo Freire sistematizada em duas etapas: 1) Investigação Temática e 2) Círculos de Cultura, nas quais participaram 7 adultos/32 crianças e uma média de 12 crianças, respectivamente. Os dados produzidos foram organizados em tópicos que correspondem aos diferentes momentos da proposta de ação: desvelamento da realidade; Codificação; Descodificação (Círculos de Investigação Temática); Identificação/Seleção do tema gerador; Redução Temática e Planejamento do Programa de Ação; Seminários Temáticos; Planejamento e Implementação da Ação Educativa. A análise destes resultados foi realizada a partir de Creswell (2013) com suporte do software Atlas ti, versão 8.0 e apoio do referencial teórico utilizado para fundamentar esta tese. Os resultados obtidos foram agrupados em quatro eixos de discussão: 1) Problematização da VBG: apropriação e aprofundamento crítico do conhecimento; 2) Machismo: das primeiras impressões à ampliação do conhecimento; 3) O “lugar” da criança no enfrentamento da VBG: reconhecendo-se e assumindo-se como sujeitos de direitos e 4) Diálogo: um processo de construção da práxis. Somando-se a estes achados, a ação educativa concretizada com as crianças nesta tese culminou na produção de um vídeo educativo intitulado “As crianças contra a violência”, que foi divulgado nas redes sociais da ONG onde a pesquisa foi desenvolvida. Pesquisas como estas podem contribuir para a reflexão e sistematização de propostas eficazes e consistentes de enfrentamento da VBG com o púbico infantil, até então marginalizado nesta discussão, uma vez que elaborou e implementou uma ação educativa pautada no Diálogo freireano, trazendo contribuições singulares à esta prática ainda predominantemente assistencialista e tecnicista na atualidade. Tais ações também potencializam a articulação da saúde a partir da Educação Popular em Saúde numa perspectiva crítica, participativa e dialógica.

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  • VICTOR COSTA ALVES MEDEIROS VIEIRA
  • EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM INSTRUMENTO DE RASTREAMENTO DE
    DISFAGIA OROFARÍNGEA EM CRIANÇAS

     


  • Orientador : CLAUDIA MARINA TAVARES DE ARAUJO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANNA ALICE FIGUEIREDO DE ALMEIDA QUEIROZ
  • DEBORAH SALLE LEVY
  • MARGARIDA MARIA DE CASTRO ANTUNES
  • PAULO SAVIO ANGEIRAS DE GOES
  • ROSALIE BARRETO BELIAN
  • Data: 31/08/2021

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  • Introdução: A Disfagia Orofaríngea (DO) é uma alteração da deglutição que compromete o transporte seguro de alimentos, líquidos e secreções da cavidade oral ao estômago, podendo estar associada a agravos clínicos e nutricionais, inclusive com risco de morte. Portanto, faz-se necessária a identificação precoce de sinais da DO em crianças, minimizando os impactos à qualidade de vida e ao desenvolvimento, que pode ser realizada com o uso de ferramenta de rastreamento/screening. Objetivo: Desenvolver e constatar evidências de validade baseadas no conteúdo, processos de resposta e estrutura interna do instrumento Rastreamento para Disfagia Orofaríngea em Crianças (RADOC). Metodologia: Trata-se de estudo de metodologia mista, sequencial, quali-quantitativo que seguiu as diretrizes do Standards for Educational and Psychological Testing. Para evidência de validade baseada no conteúdo, foi realizada revisão de literatura prévia a fim de subsidiar a elaboração dos itens para compor a primeira versão do instrumento. Esta versão foi avaliada por um grupo de juízes composto por 15 profissionais da área da saúde que atuam junto a essa população, pertencentes a categorias distintas, que analisaram as questões e realizaram sugestões de melhoramento. A concordância entre eles foi aferida por meio do índice de validade de conteúdo (IVC). Para evidência de validade baseada nos processos de resposta, dois profissionais da área da saúde aplicaram o instrumento em 32 acompanhantes de crianças de faixa etária entre dois e cinco anos e 11 meses, internadas em enfermaria de Hospital Pediátrico Terciário de grande porte. Em seguida, analisaram as questões e puderam sugerir alterações ou acréscimos. A etapa de obtenção das evidências de validade baseadas na estrutura interna contou com a participação de 122 pais de crianças da mesma faixa etária, de ambos os sexos, com e sem queixas de alterações na deglutição, que responderam o RADOC. Os dados desta fase foram analisados usando correlações item-total, interitem, análise fatorial exploratória e confirmatória, além de aplicação da Teoria de Resposta ao Item (TRI), por meio do modelo de Resposta Gradual de Samejima. Resultados: Em sua primeira versão, o RADOC foi constituído por 13 questões e, após análise do comitê de especialistas, uma foi retirada por não obter o IVC mínimo. Além disso, houve duas situações de aglutinação de itens, perfazendo um total final de nove perguntas. A abordagem do teste piloto não impactou no número total de questões, porém repercutiu em alterações lexicais para favorecer a compreensão. O Alfa de Cronbach padronizado obteve índice de 0,946 e o coeficiente de correlação item-total apresentou valores acima de 0,300 para todos os itens, não implicando em alterações de qualquer um dos nove itens que compõem a atual versão da ferramenta. Todos os itens foram retidos em um único fator e demostraram carga fatorial mínima de 0,597, acima do valor de referência. Os resultados da TRI confirmaram a permanência dos nove itens propostos, pois todos discriminaram de forma aceitável. Conclusões: As evidências de validade baseadas no conteúdo, processos de resposta e estrutura interna do RADOC são satisfatórias. A versão atual do questionário possui nove itens, unifatorial, politômico, com escala Likert de quatro opções como chaves de respostas, demonstando potencial para identificar crianças na faixa etária de dois anos a cinco anos e 11 meses com e sem DO em ambiente clínico e na perspectiva epidemiológica de estimativa da prevalência da alteração na referida população.


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  • A Disfagia Orofaríngea (DO) é uma alteração da deglutição que compromete o transporte seguro de alimentos, líquidos e secreções da cavidade oral ao estômago, podendo estar associada a agravos clínicos e nutricionais, inclusive risco de morte. Portanto, faz-se necessária a identificação precoce de sinais da DO em crianças, minimizando os impactos à qualidade de vida e ao desenvolvimento. Neste sentido, objetivo do presente estudo foi desenvolver e constatar evidências de validade baseadas no conteúdo, processos de resposta e estrutura interna, assim como a confiabilidade do instrumento Rastreamento para Disfagia Orofaríngea em Crianças (RADOC). Trata-se de estudo de metodologia mista, sequencial, quali-quantitativo que seguiu as diretrizes do Standards for Educational and Psychological Testing. Para evidência de validade baseada no conteúdo, foi realizada revisão de literatura prévia a fim de subsidiar a elaboração dos itens para compor a primeira versão do instrumento. Esta versão foi avaliada por um grupo de juízes composto por 15 profissionais da área da saúde que atuam junto a essa população, pertencentes a categorias distintas, que analisaram as questões e realizaram sugestões de melhoramento. A concordância entre eles foi aferida por meio do índice de validade de conteúdo (IVC). Para evidência de validade baseada nos processos de resposta, dois profissionais da área da saúde aplicaram o instrumento em 32 acompanhantes de crianças de faixa etária entre dois e cinco anos e 11 meses, internadas em enfermaria de Hospital Pediátrico de grande porte. Em seguida, analisaram as questões e puderam sugerir alterações ou acréscimos. A etapa de obtenção das evidências de validade baseadas contou com a participação de 122 pais de crianças da mesma faixa etária, de ambos os sexos, com e sem queixas de alterações na deglutição, que responderam o RADOC. Os dados foram analisados usando correlações item-total, interitem, análise fatorial exploratória e confirmatória, além de aplicação da Teoria de Resposta ao Item (TRI), por meio do modelo de Resposta Gradual de Samejima. Em sua primeira versão, o RADOC foi constituído por 13 questões e, após análise do comitê de especialistas, uma foi retirada por não obter o IVC mínimo. Além disso, houve duas situações de aglutinação de itens, perfazendo um total final de nove perguntas. A abordagem do teste piloto não impactou no número total de questões, porém repercutiu em alterações lexicais para favorecer a compreensão. O Alfa de Cronbach e o coeficiente de correlação item-total obtiveram valores bastante satisfatórios, não implicando em alterações de qualquer um dos nove itens que compõem a atual versão da ferramenta. Todos os itens foram retidos em um único fator e demostraram carga fatorial acima do valor de referência. Os resultados da TRI confirmaram a permanência dos nove itens propostos, pois todos discriminaram de forma aceitável. Conclui-se que as evidências de validade baseadas no conteúdo, processos de resposta e estrutura interna, assim como a confiabilidade do RADOC são satisfatórias. O questionário possui potencial para ser utilizado como rastreamento de DO em ambiente clínico e na perspectiva epidemiológica de estimativa da prevalência de DO em crianças. Para tal, recomenda-se avançar com as próximas etapas do processo de validação para verificar a evidência de validade baseada na relação com outras variáveis e obter os valores de consistência clínica do instrumento.

2020
Teses
1
  • KEISE BASTOS GOMES DA NOBREGA
  • ABUSO NÃO VAI ROLAR”: desenvolvimento e validação de uma tecnologia
    educacional para as adolescentes com deficiência intelectual



  • Orientador : DANIELA TAVARES GONTIJO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIELA TAVARES GONTIJO
  • MARIA WANDERLEYA DE LAVOR CORIOLANO MARINUS
  • ROSALIE BARRETO BELIAN
  • TATIANE GOMES GUEDES
  • TICIA CASSIANY FERRO CAVALCANTE
  • Data: 08/06/2020

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  • A sexualidade das pessoas com deficiência ainda é um tema pouco discutido na sociedade contemporânea. As adolescentes com deficiência intelectual recebem menos informações sobre a sexualidade, pois a intersecção de fatores, como gênero, juventude e deficiência, faz que estejam em condições maiores de vulnerabilidades, inclusive, ao abuso
    sexual. Identifica-se a limitação de materiais educativos adequados para subsidiarem a educação sexual das adolescentes com deficiência intelectual, que favoreçam o ensinoaprendizagem com empoderamento e autogerenciamento. O presente estudo teve como
    objetivo desenvolver e validar uma tecnologia educacional, de base sócio-histórica,
    direcionada para a educação sexual das adolescentes com deficiência intelectual. Estudo do
    tipo metodológico, desenvolvido em três fases: diagnóstico, construção e validação da tecnologia educacional. A primeira fase foi qualitativa e objetivou a identificação de estratégias, recursos e temas a serem utilizados na tecnologia educacional. Foi realizada com 19 adolescentes, 17 mães/cuidadoras e 22 profissionais através de grupos focais e os dados analisados no software Atlas ti®, com base em Creswell (2014). Os dados foram coletados em sete instituições de referência na assistência a adolescentes com deficiência intelectual e suscitaram três categorias temáticas: ser adolescente com deficiência intelectual; sexualidade das adolescentes com deficiência intelectual; e educação sexual das adolescentes com deficiência intelectual. Na segunda fase foi construída a tecnologia educacional, seguindo as orientações do Guia de Orientação para Desenvolvimento de Projetos. Para a apresentação e escrita, buscou-se as referências de desenvolvimento de materiais para pessoas com baixa escolaridade e linguagem simples. Essa fase partiu da análise do diagnóstico que indicou uma tecnologia educacional num formato concreto, interativo, com a possiblidade de graduar a complexidade das temáticas, com a qual as adolescentes se identificassem. O abuso sexual foi o tema identificado como prioritário, sendo o foco do material. A tecnologia educacional “abuso não vai rolar: aprendendo a se proteger” foi desenvolvida e contém: um livro
    interativo, com situações problema e perguntas para verificar o conhecimento e a aprendizagem; um livreto de apoio e um vídeo explicativo, para subsidiar pais e profissionais; dois bonecos sexuados, para contribuir com a comunicação. Na terceira fase ocorreu a validação de aparência e conteúdo com juízes especialistas. Os dados foram analisados pelo
    índice de validade de conteúdo e as informações qualitativas, com auxílio do software Atlas ti®. Nessa fase ocorreu a avaliação da tecnologia, na qual participaram 25 juízes especialistas nas áreas de desenvolvimento de materiais educativos, violência, educação sexual e
    adolescentes com deficiência intelectual. A tecnologia educacional obteve um IVC total de
    0,99 sendo, portanto, validada nos seus domínios objetivos, estrutura, apresentação e relevância. A participação do público-alvo no diagnóstico contribuiu para a estruturação e apresentação da tecnologia educacional e o referencial teórico sócio-histórico de Vygotsky
    mostrou-se adequado para subsidiar o processo de ensino-aprendizagem de adolescentes com deficiência intelectual. A tecnologia educacional servirá como referência técnico-científica para ser utilizada em serviços assistenciais e educacionais. Poderá ainda colaborar com pais
    e profissionais na educação sexual dessas adolescentes, com o foco na prevenção do abuso
    sexual, para a identificação de situações de risco e tomada de ações de proteção.


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  • A sexualidade das pessoas com deficiência ainda é um tema pouco discutido na sociedade contemporânea. As adolescentes com deficiência intelectual recebem menos informações sobre a sexualidade, pois a intersecção de fatores, como gênero, juventude e deficiência, faz que estejam em condições maiores de vulnerabilidades, inclusive, ao abuso
    sexual. Identifica-se a limitação de materiais educativos adequados para subsidiarem a educação sexual das adolescentes com deficiência intelectual, que favoreçam o ensinoaprendizagem com empoderamento e autogerenciamento. O presente estudo teve como
    objetivo desenvolver e validar uma tecnologia educacional, de base sócio-histórica,
    direcionada para a educação sexual das adolescentes com deficiência intelectual. Estudo do
    tipo metodológico, desenvolvido em três fases: diagnóstico, construção e validação da tecnologia educacional. A primeira fase foi qualitativa e objetivou a identificação de estratégias, recursos e temas a serem utilizados na tecnologia educacional. Foi realizada com 19 adolescentes, 17 mães/cuidadoras e 22 profissionais através de grupos focais e os dados analisados no software Atlas ti®, com base em Creswell (2014). Os dados foram coletados em sete instituições de referência na assistência a adolescentes com deficiência intelectual e suscitaram três categorias temáticas: ser adolescente com deficiência intelectual; sexualidade das adolescentes com deficiência intelectual; e educação sexual das adolescentes com deficiência intelectual. Na segunda fase foi construída a tecnologia educacional, seguindo as orientações do Guia de Orientação para Desenvolvimento de Projetos. Para a apresentação e escrita, buscou-se as referências de desenvolvimento de materiais para pessoas com baixa escolaridade e linguagem simples. Essa fase partiu da análise do diagnóstico que indicou uma tecnologia educacional num formato concreto, interativo, com a possiblidade de graduar a complexidade das temáticas, com a qual as adolescentes se identificassem. O abuso sexual foi o tema identificado como prioritário, sendo o foco do material. A tecnologia educacional “abuso não vai rolar: aprendendo a se proteger” foi desenvolvida e contém: um livro
    interativo, com situações problema e perguntas para verificar o conhecimento e a aprendizagem; um livreto de apoio e um vídeo explicativo, para subsidiar pais e profissionais; dois bonecos sexuados, para contribuir com a comunicação. Na terceira fase ocorreu a validação de aparência e conteúdo com juízes especialistas. Os dados foram analisados pelo
    índice de validade de conteúdo e as informações qualitativas, com auxílio do software Atlas ti®. Nessa fase ocorreu a avaliação da tecnologia, na qual participaram 25 juízes especialistas nas áreas de desenvolvimento de materiais educativos, violência, educação sexual e
    adolescentes com deficiência intelectual. A tecnologia educacional obteve um IVC total de
    0,99 sendo, portanto, validada nos seus domínios objetivos, estrutura, apresentação e relevância. A participação do público-alvo no diagnóstico contribuiu para a estruturação e apresentação da tecnologia educacional e o referencial teórico sócio-histórico de Vygotsky
    mostrou-se adequado para subsidiar o processo de ensino-aprendizagem de adolescentes com deficiência intelectual. A tecnologia educacional servirá como referência técnico-científica para ser utilizada em serviços assistenciais e educacionais. Poderá ainda colaborar com pais
    e profissionais na educação sexual dessas adolescentes, com o foco na prevenção do abuso
    sexual, para a identificação de situações de risco e tomada de ações de proteção.

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