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Dissertações |
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MIRELLY DA SILVA BARROS
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CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS NO ENSINO SUPERIOR: O FLORESCER DE CONHECIMENTOS SOBRE A PRIMEIRA INFÂNCIA SOB A LUZ DE VIGOTSKY
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Orientador : MARIA WANDERLEYA DE LAVOR CORIOLANO MARINUS
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MEMBROS DA BANCA :
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CLAUDIA MARINA TAVARES DE ARAUJO
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GABRIELA CUNHA SCHECHTMAN SETTE
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JOSEPH DIMAS DE OLIVEIRA
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Data: 15/07/2022
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Introdução: Intervenções direcionadas à infância consituem uma forma de melhorar a qualidade de vida, saúde e integração social. A partir desta compreensão, há necessidade de ações de formação profissional direcionadas a fomentar conhecimentos interprofissionais voltados à promoção da saúde da criança. A contação de histórias enquanto ferramenta de ensino-aprendizagem no ensino superior e enquanto estratégia de comunicação e aproximação com o público infantil, pode conduzir a construção de conhecimentos significativos, críticos e co-criativos para o planejamento de ações resolutivas em contextos e situações que impactam a infância e novos significados para ações e papeis profissionais. Objetivo Geral: Analisar as potencialidades da contação de histórias em um processo de ensino-aprendizagem interprofissional sobre primeira infância com estudantes de graduação. Metodologia: Estudo de caso, único, de caráter avaliativo, construído a partir da abordagem qualitativa. Os dados foram co- produzidos a partir de uma proposta formativa, interprofissional, em formato híbrido, com estudantes de graduação de diferentes cursos da Universidade Federal de Pernambuco, no Campus Recife. Na primeira etapa, foram investigados os conhecimentos prévios dos participantes sobre primeira infância e contação de histórias, além de motivações. Na segunda etapa, os estudantes tiveram contato com a temática da primeira infância por meio da contação de histórias e metodologias participativas. Na terceira etapa, os estudantes foram divididos em grupos para criação de soluções, a partir da contação de histórias, subsidiados pelas fases do design thinking. Nesta etapa, foram realizadas visitas práticas a contextos de atuação com as crianças (Bibliotecas Comunitárias, Emergência Pediátrica e enfermaria pediátrica). Os instrumentos de coleta de dados foram formulários on-line auto-preenchidos, narrativas e produções ao longo dos encontros, além de um grupo focal avaliativo, ao final. A análise de dados foi realizada conforme etapas de codificação descritiva, codificação analítica e categorização de Gibbs. Resultados: Os resultados subsidiaram três categorias, articuladas ao Referencial Teórico de Vigotsky. A Categoria I aborda as “Interesses iniciais dos graduandos sobre a primeira infância e contação de histórias”, considerando conhecimentos prévios e percepções sobre fatores que influenciaram a tomada de decisão/motivação para participarem do processo formativo. Na categoria II, intitulada “Contação de histórias no processo de ensino-aprendizagem sobre primeira infância: Conhecimentos e sentimentos novos”: Os estudantes conseguiram refletir e aprender sobre temáticas como desenvolvimento infantil durante a primeira infãncia, parentalidade, afetividade, o lúdico no contexto da infância e a comunicação com crianças. Na categoria III, intitulada “Aplicação interprofissional de intervenções mediadas pela contação de histórias para primeira infância em diferentes contextos”: foram evidenciadas compreensões quanto ao trabalho em equipe interprofssional e a experiência de articulação profissional. Considerações finais: Por sua versatilidade, a contação de histórias favoreceu a exploração de diferentes aspectos que envolvem a temática da primeira infância, ampliando a compreensão de conceitos, o pensamento crítico e reflexivo, assim como, o próprio ambiente organizacional, além da sociointeração de estudantes numa perspectiva interprofissional, gerando novas percepções sobre o trabalho em equipe e atuação direta com crianças e famílias em diferentes cenários. A contação de histórias permitiu a aprendizagem sensível, agregando aspectos estéticos e emocionais no contexto pedagógico, além dos aspectos colaborativos e interprofissionais no cuidado à criança/família. O presente estudo direciona para a necessidade de realização de estudos futuros no que se refere ao uso e aplicabilidade da contação de histórias em outros contextos, formativos e de cuidado no ensino superior.
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Introdução: Intervenções direcionadas à infância consituem uma forma de garantir a qualidade de vida, saúde e integração social. A partir desta compreensão, há necessidade de ações de formação profissional direcionadas a fomentar conhecimentos interprofissionais voltados à promoção da saúde da criança. A contação de histórias enquanto ferramenta de ensino-aprendizagem no ensino superior e enquanto estratégia de comunicação e aproximação com o público infantil, pode conduzir a construção de conhecimentos significativos, críticos e co-criativos para o planejamento de ações resolutivas em contextos e situações que impactam a infância e novos significados para ações e papeis profissionais. Objetivo Geral: Analisar as potencialidades da contação de histórias em um processo de ensino-aprendizagem interprofissional sobre primeira infância com estudantes de graduação. Metodologia: Estudo de caso, a partir da abordagem qualitativa. Os dados foram co- produzidos a partir de uma proposta formativa, interprofissional, em formato híbrido, com estudantes de graduação de diferentes cursos. Na primeira etapa, foram investigados os conhecimentos prévios dos participantes sobre primeira infância e contação de histórias, além de motivações. Na segunda etapa, os estudantes tiveram contato com a temática da primeira infância por meio da contação de histórias e metodologias participativas. Na terceira etapa, os estudantes foram divididos em grupos para criação de soluções, a partir da contação de histórias, subsidiados pelas fases do design thinking. Nesta etapa, foram realizadas visitas práticas a contextos de atuação com as crianças (Bibliotecas Comunitárias, Emergência Pediátrica e enfermaria pediátrica). Os instrumentos de coleta de dados foram formulários on-line auto-preenchidos, narrativas e produções ao longo dos encontros. A análise de dados foi realizada conforme etapas de codificação descritiva, codificação analítica e categorização de Gibbs. Resultados: Os resultados subsidiaram três categorias, articuladas ao Referencial Teórico de Vygotski. A Categoria 1 aborda as “Interesses iniciais dos graduandos sobre a primeira infância e contação de histórias”, considerando conhecimentos prévios e percepções sobre fatores que influenciaram a tomada de decisão/motivação para participarem do processo formativo. Na categoria II, intitulada “Contação de histórias no processo de ensino-aprendizagem sobre primeira infância: Conhecimentos e sentimentos novos”: Os estudantes conseguiram refletir e aprender sobre temáticas como desenvolvimento infantil durante a primeira infãncia, parentalidade, afetividade, o lúdico no contexto da infância e a comunicação com crianças. Na categoria III, intitulada “Aplicação interprofissional de intervenções mediadas pela contação de histórias para primeira infância em diferentes contextos”: foram evidenciadas compreensões quanto ao trabalho em equipe interprofssional e a experiência de articulação profissional. Considerações finais: Por sua versatilidade, a contação de histórias favoreceu a exploração de diferentes aspectos que envolvem a temática da primeira infância, ampliando a compreensão de conceitos, o pensamento crítico e reflexivo, assim como, o próprio ambiente organizacional, além da sociointeração de estudantes numa perspectiva interprofissional, gerando novas percepções sobre o trabalho em equipe. A contação de histórias permitiu a aprendizagem sensível, agregando aspectos estéticos e emocionais no contexto pedagógico. O presente estudo direciona para a necessidade de realização de estudos futuros no que se refere ao uso e aplicabilidade da contação de histórias em outros contextos, formativos e de cuidado.
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GABRIELA BARZA LIRA
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ESTABILIDADE DA AVALIAÇÃO DOS MARCOS DE DESENVOLVIMENTO DO SURVEY OF WELL-BEING OF YOUNG CHILDREN
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Orientador : SOPHIE HELENA EICKMANN
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MEMBROS DA BANCA :
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DEMOCRITO DE BARROS MIRANDA FILHO
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PAULO SAVIO ANGEIRAS DE GOES
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SILVIA WANICK SARINHO
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Data: 29/07/2022
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É fundamental para o acompanhamento do desenvolvimento infantil a escolha de uma ferramenta válida e confiável. A confiabilidade de um teste é crucial para avaliações longitudinais, a fim de garantir que as diferenças encontradas nos resultados obtidos ao longo do tempo sejam pelas mudanças no desenvolvimento da criança e não da variabilidade na execução do teste. O objetivo desta pesquisa foi avaliar a estabilidade a médio prazo dos marcos do desenvolvimento do Survey of Well-being of Young Children (SWYC) e verificar a associação das variáveis biológicas das crianças e socioeconômicas maternas com o desenvolvimento das crianças no momento da primeira e da segunda avaliação. Este estudo consiste na parte quantitativa de um estudo misto quali-quantitativo sequencial em que foi realizada a avaliação da estabilidade a médio prazo dos escores bruto e total do SWYC. A amostra constou de 240 crianças que foram avaliadas pelo SWYC em dois momentos distintos. Na primeira avaliação da triagem do desenvolvimento pelo SWYC as crianças tinham 6 a 24 meses e 30 meses ou mais na segunda. Na primeira avaliação 29,2% das crianças foram diagnosticadas com “necessidade de revisão” do desenvolvimento, já na segundo avaliação, houve redução para 13,8%. O coeficiente de correlação intraclasse (ICC) dos valores da pontuação total dos marcos do desenvolvimento da primeira com a segunda avaliação foi 0,69 (IC95% 0,60 a 0,76), p<0,001. O coeficiente de concordância Kappa de Cohen dos valores da classificação final do SWYC entre a primeira e a segunda avaliação foi 0,34 (IC95% 0,23 a 0,46), para o ponto de corte brasileiro. O coeficiente Kappa ajustado pela prevalência e pelo viés (PABAK) foi de 0,54. Já para o ponto de corte norte-americano, o Kappa de Cohen foi 0,41 (IC95% 0,28 a 0,53), com PABAK de 0,58. A co-positividade da classificação final dos marcos do desenvolvimento, entre a primeira e a segunda avaliação, foi 72,73%, a co-negatividade 77,78%, valor preditivo positivo 34,29% e valor preditivo negativo 94,71%. Observamos maior percentual de crianças com “necessidade de revisão” do desenvolvimento entre os filhos de mães com menor escolaridade, pertencentes a famílias de nível socioeconômico mais baixo e do sexo masculino. Houve concordância moderada dos resultados do teste quando avaliados em dois momentos distintos. A utilização deste instrumento de triagem é recomendada devido à capacidade do teste em demonstrar estabilidade a médio prazo.
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É fundamental para o acompanhamento do desenvolvimento infantil a escolha de uma ferramenta válida e confiável. A confiabilidade de um teste é crucial para avaliações longitudinais, a fim de garantir que as diferenças encontradas dos resultados obtidas ao longo do tempo sejam pelas mudanças e não da variabilidade na execução do teste. O objetivo desta pesquisa foi avaliar a estabilidade a médio prazo dos marcos do desenvolvimento do Survey of Well-being of Young Children (SWYC) e verificar a associação das variáveis biológicas das crianças e socioeconômicas maternas com o desenvolvimento de crianças no momento da primeira e da segunda avaliação. Este estudo consiste na parte quantitativa de um estudo misto quali-quantitativo sequencial em que foi realizada a avaliação da estabilidade a médio prazo dos escores bruto e total do SWYC. A amostra constou de 240 crianças que foram avaliadas pelo SWYC em dois momentos distintos. Na primeira avaliação da triagem do desenvolvimento pelo SWYC as crianças tinham 6 a 24 meses e 30 meses ou mais na segunda. Na primeira avaliação 29,2% das crianças foram diagnosticadas com “necessidade de revisão” do desenvolvimento, já na segundo avaliação, houve redução para 13,8%. O coeficiente de correlação intraclasse (ICC) dos valores da pontuação total dos marcos do desenvolvimento da primeira com a segunda avaliação foi 0,69 (IC95% 0,60 a 0,76), p<0,001. O coeficiente de concordância Kappa de Cohen dos valores da classificação final do SWYC entre a primeira e a segunda avaliação foi 0,34 (IC95% 0,23 a 0,46), para o ponto de corte brasileiro, com o PABAK (coeficiente Kappa ajustado pela prevalência e pelo viés) de 0,54. Já para o ponto de corte norte-americano, o Kappa de Cohen foi 0,41 (IC95% 0,28 a 0,53), com PABAK de 0,58. A co-positividade da classificação final dos marcos do desenvolvimento, entre a primeira e a segunda avaliação, foi 72,73%, a co-negatividade 77,78%, valor preditivo positivo 34,29% e valor preditivo negativo 94,71%. Observamos maior percentual de crianças com “necessidade de revisão” do desenvolvimento entre os filhos de mães com menor escolaridade, pertencentes a famílias de classe social mais baixa e do sexo masculino. Concluímos que esta pesquisa contribuiu para a compreensão da estabilidade a médio prazo dos marcos do desenvolvimento do SWYC, indicando uma concordância moderada dos resultados do teste avaliados em dois momentos distintos. Destacamos a importância da utilização deste instrumento para a triagem do desenvolvimento infantil.
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RENATA RAMOS DE SANTANA
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O CUIDADO EM SAÚDE MENTAL NA PRIMEIRA INFÂNCIA POR PROFISSIONAIS DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: ESTUDO DE CASOS MÚLTIPLOS
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Orientador : DANIELA TAVARES GONTIJO
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA PAULA ESMERALDO LIMA
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KEISE BASTOS GOMES DA NOBREGA
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MARIA WANDERLEYA DE LAVOR CORIOLANO MARINUS
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Data: 11/08/2022
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INTRODUÇÃO: O presente estudo trata do cuidado em saúde mental na primeira infância no contexto da atenção básica sob a perspectiva dos profissionais da Estratégia de Saúde da Família. É por meio das concepções e práticas que envolvem este cuidado em saúde que o presente estudo intenta compreender como é concebido e realizado o cuidado em saúde mental na primeira infância por profissionais do acesso preferencial à saúde pública, a fim de sensibilizar para a promoção de saúde e para o cuidado humanizado. OBJETIVO: Compreender como é realizado o cuidado em saúde mental na primeira infância por profissionais da Estratégia de Saúde da Família.. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo de casos múltiplos numa abordagem qualitativa em unidades de saúde de três microrregiões de um município. A coleta de dados como evidências foi realizada através de entrevista individual com 18 profissionais da Estratégia de Saúde da Família. Além disso também foram coletadas evidências através da construção de diário de campo e das informações sobre as unidades disponibilizadas pelos profissionais. As evidências foram analisadas através da análise temática com utilização do software Atlas-ti (versão 8.0). RESULTADOS: Resultaram desta análise três categorias temáticas: a primeira como Concepções sobre criança, a saúde mental infantil e o cuidado em saúde mental na infância; a segunda como Cuidado à criança nas USF, ações e dificuldades do cuidado; e a terceira como Cuidado à saúde mental na infância abrangendo como os profissionais identificam que a criança expressa suas necessidades de cuidado, o perfil da criança que demanda cuidado em saúde mental e a realização do cuidado à saúde mental na primeira infância. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O presente trabalho identificou dificuldades acerca do cuidado à saúde mental na primeira infância e acerca do conhecimento na temática da saúde mental infantil apontando para necessidade de capacitação dos profissionais da ESF e para a necessidade elaboração de linha estratégica de cuidado à saúde mental na primeira infância. Toda esta concepção e prática acerca da saúde mental na primeira infância sugere que o cuidado deve ser territorialmente construído.
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INTRODUÇÃO: O presente estudo trata das concepções e práticas que envolvem a concepção e a realização do cuidado em saúde mental na primeira infância por profissionais do acesso preferencial à saúde pública. OBJETIVO: Compreender como é realizado o cuidado em saúde mental na primeira infância por profissionais da Estratégia de Saúde da Família.. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo de casos múltiplos numa abordagem qualitativa em unidades de saúde de três microrregiões de um município. A coleta de dados como evidências foi realizada através de entrevista individual com 18 profissionais da Estratégia de Saúde da Família. Além disso também foram coletadas evidências através da construção de diário de campo e das informações sobre as unidades disponibilizadas pelos profissionais. As evidências foram analisadas através da análise temática com utilização do software Atlas-ti (versão 8.0). RESULTADOS: Resultaram desta análise três categorias temáticas: a primeira como Concepções sobre criança, a saúde mental infantil e o cuidado em saúde mental na infância; a segunda como Cuidado à criança nas USF, ações e dificuldades do cuidado; e a terceira como Cuidado à saúde mental na infância abrangendo como a criança expressa suas necessidades de cuidado, o perfil da criança que demanda cuidado em saúde mental e a realização do cuidado à saúde mental na primeira infância. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O presente trabalho identificou dificuldades acerca do cuidado à saúde mental na primeira infância e acerca do conhecimento na temática da saúde mental infantil apontando para necessidade de capacitação dos profissionais da ESF e para a necessidade elaboração de linha estratégica de cuidado à saúde mental na primeira infância.
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CHARDSONCLESIA MARIA CORREIA DA SILVA MELO
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VALIDAÇÃO DE UMA TECNOLOGIA EDUCACIONAL BASEADA EM GAMIFICAÇÃO PARA O ENFRENTAMENTO DE ARBOVIROSES NO ENSINO MÉDIO
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Orientador : ROSALIE BARRETO BELIAN
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MEMBROS DA BANCA :
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DANIELA TAVARES GONTIJO
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ESTELA MARIA LEITE MEIRELLES MONTEIRO
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MARIA AUXILIADORA SOARES PADILHA
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Data: 26/08/2022
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Tidas como enorme desafio para o cenário epidemiológico brasileiro, a dengue, a chikungunya, a febre amarela e a zika são constantemente classificadas como ameaças para a saúde pública. Mesmo após todas as campanhas de conscientização sobre as arboviroses, o cenário epidemiológico brasileiro só piora, frente à prevalência dos ciclos de epidemias em quase todo território nacional. Historicamente, o Brasil tem investido em diferentes estratégias de combate ao vetor, baseadas em modelos tradicionais que têm se mostrado pouco eficientes, uma vez que não promovem o necessário engajamento da população. Ademais, as ações de educação em saúde vêm ganhando mais destaque quando utilizada como uma estratégia de produção e promoção da saúde, principalmente quando atreladas ao uso de tecnologias, possibilitando um maior alcance às necessidades do indivíduo. No que diz respeito ao uso de tecnologia, as Tecnologias Digitais da Informação e da Comunicação (TDIC) têm se firmado como ferramentas promissoras na implementação de práticas inovadoras, que buscam o empoderamento do público jovem através da aprendizagem móvel. No caso do Arboedu, a estratégia conta com o envolvimento das famílias a partir da influência do adolescente nas mudanças de práticas protetivas, através de atividades lúdicas e gamificadas que promovem a aproximação do público aos serviços. O objetivo desse estudo é validar a tecnologia educacional, denominada Arboedu, composta pelo aplicativo móvel, a Plataforma web e o Guia do Professor, como um recurso com potencial de promover mudanças de práticas na prevenção de arboviroses no estudante do ensino médio, na perspectiva de profissionais de saúde e de educação. Trata-se de um estudo de desenvolvimento metodológico com ênfase na validação de tecnologia educativa, através da abordagem quantitativa. A tecnologia Arboedu foi avaliada por um painel de 25 juízes (dez do perfil saúde e 15 do perfil educação), convidados por conveniência e captados por amostragem em “bola de neve”, considerando sua experiência e qualificação. Os dados provenientes do questionário foram analisados utilizando o Índice de Validade de Conteúdo (IVC), que indica em que medida as opiniões dos sujeitos das amostras são congruentes. Adotou-se um ponto de corte de 80% (0,80) de concordância como padrão para estabelecer a excelência da validade em todos os domínios analisados (Objetivos, Apresentação e Amigabilidade, Conteúdo, Relevância, e Alcance dos Pressupostos Pedagógicos). O Arboedu alcançou um índice de Concordância Geral de 99% (0,99), conferindo adequação como uma tecnologia educacional em conformidade com os preceitos para os quais foram desenvolvidas. Sugestões de melhoria para a tecnologia educacional foram obtidas dos juízes através de textos abertos, que foram agrupados quanto aos domínios, e discutidos visando o aperfeiçoamento da tecnologia.
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Atualmente, a dengue, a febre chikungunya e a zika constituem uma das doenças mais endêmicas no Brasil, sendo classificadas como ameaças constantes para a saúde pública brasileira. Mesmo após todas as campanhas de conscientização sobre as arboviroses, o cenário epidemiológico brasileiro só piora, frente à crescente prevalência de doenças causadas pelo Aedes aegypti. Historicamente, o Brasil tem investido em diferentes estratégias de combate ao vetor, baseadas em modelos tradicionais que não têm surtido o efeito desejado, uma vez que não promovem o necessário engajamento da população. Dessa forma, as Tecnologias Digitais da Informação e da Comunicação (TDIC) têm se firmado como ferramentas promissoras na implementação de práticas inovadoras que buscam o empoderamento do público jovem, através da aprendizagem móvel. Tal prática vem conduzindo a educação em saúde por novos caminhos, configurando-se como um relevante recurso capaz de implementar a promoção da saúde. No caso do Arboedu, a estratégia conta com o envolvimento das famílias a partir da influência adolescente nas mudanças de práticas protetivas. No intuito de tornar o processo educativo na saúde mais participativo, muitos profissionais têm apostado em aplicativos de saúde que fazem uso de estratégias lúdicas e de gamificação, que promovam a aproximação do público aos serviços. O objetivo desse estudo é validar a tecnologia educacional, denominada Arboedu, composta pelo aplicativo e suas ferramentas de apoio, como um recurso com potencial de promover mudanças de práticas na prevenção de arboviroses no estudante do ensino médio, na perspectiva de profissionais de saúde e de educação. Trata-se de um estudo de desenvolvimento metodológico com ênfase na validação de tecnologia educativa, através da abordagem quantitativa. A tecnologia Arboedu foi julgada por um painel de 25 juízes (dez do perfil saúde e 15 do perfil educação), convidados por conveniência e captados por amostragem em “bola de neve”, considerando sua experiência e qualificação. Os dados provenientes do questionário foram analisados utilizando o Índice de Validade de Conteúdo (IVC), que indica em que medida as opiniões dos sujeitos das amostras são congruentes. Adotou-se um ponto de corte de 80% (0,80) de concordância como padrão para estabelecer a excelência da validade em todos os domínios analisados (Objetivos, Apresentação e Amigabilidade, Conteúdo, Relevância, e Alcance dos Pressupostos Pedagógicos). O aplicativo Arboedu e suas ferramentas de apoio alcançaram um índice de Concordância Geral de 99% (0,99), conferindo adequação como uma tecnologia educacional em conformidade com os preceitos para os quais foram desenvolvidas. Sugestões de melhoria para a tecnologia educacional foram obtidas dos juízes através de textos abertos, que foram agrupados quanto aos domínios, e discutidos visando o aperfeiçoamento do Arboedu. Sugere-se como perspectiva futura, que seja realizada a avaliação da eficácia da tecnologia educacional com o público-alvo, antes de disponibilizá-las de forma definitiva para os adolescentes escolares.
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ANDRESSA LAIS FERREIRA SILVA
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SINTOMAS GASTROINTESTINAIS E A RELAÇÃO COM O CONSUMO DE CARBOIDRATOS FERMENTÁVEIS EM CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
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Orientador : KATIA GALEAO BRANDT
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MEMBROS DA BANCA :
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ERIKA MICHELLE CORREIA DE MACEDO BARBOSA
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MICHELLE FIGUEIREDO CARVALHO
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POLIANA COELHO CABRAL
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Data: 29/08/2022
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O objetivo desta pesquisa foi avaliar a frequência de sintomas gastrointestinais em crianças com TEA (transtorno do espectro autista) correlacionando o consumo de carboidratos fermentáveis à essas alterações. Trata-se de um estudo de séries de caso, com coletas realizadas com pacientes de 4 a 10 anos de idade incompletos com diagnóstico prévio de TEA. Os pacientes são assistidos pelo Núcleo de Assistência Multiprofissional ao Neurodesenvolvimento Infantil (NAMNI), vinculado à APAMI (Associação de Apoio e Proteção à Maternidade e à Infância) Vitória, serviço integrado ao SUS (Sistema Único de Saúde), localizado no município da Vitória de Santo Antão - PE. Como instrumento, foram aplicados questionários com dados socioeconômicos e demográficos, variáveis clínicas, escala de Bristol, questionário para diagnóstico de sintomas gastrointestinais e recordatório alimentar de 24 horas para avaliar consumo alimentar. A coleta de dados acerca dos sintomas gastrointestinais foi realizada a partir de questionário elaborado pela autora com tradução e adaptação do instrumento proposto por Margolis e colaboradores (2019), validado para crianças com TEA. Dentre as 44 crianças do estudo, foi identificada uma frequência de 34 crianças (77,3%, IC 95% 62,2 - 88,5) que apresentaram algum sintoma gastrointestinal, com destaque para dor ao evacuar (40,9%, IC95% 26,3 – 56,8), sinais sugestivos de dor abdominal (38,6%, IC95% 24,4 – 54,5) e urgência evacuatória (34,1%, IC95% 20,5 – 49,9). Os achados sugerem também que a flatulência foi um importante sintoma correlacionado ao consumo excessivo de carboidratos fermentáveis, além da maior frequência de crianças com dor abdominal percebida por sinais sugestivos de dor em comparação ao relato verbal da criança de dor abdominal. Este dado é importante para que os profissionais de saúde possam estar atentos não só para o relato da queixa gastrointestinal, mas também para o comportamento que pode se associar ao sintoma gastrointestinal. No que diz respeito aos carboidratos fermentáveis o consumo alimentar dos mesmos não esteve associado à maior frequência de sintomas gastrointestinais e, portanto, sugere-se não haver indicação na restrição de alimentos ricos em carboidratos fermentáveis no manejo dos sintomas gastrointestinais, diante dos achados deste estudo. Destaca-se, portanto, a importância do diagnóstico dos sintomas gastrointestinais para possibilitar um manejo assertivo e individualizado, contribuindo assim para melhor qualidade de vida da criança com TEA.
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O objetivo desta pesquisa foi avaliar a prevalência de sintomas gastrointestinais em crianças com TEA (transtorno do espectro autista) correlacionando o consumo de carboidratos fermentáveis à essas alterações. Trata-se de um estudo transversal, com coletas realizadas de forma presencial e/ou on-line de pacientes de 4 a 10 anos com diagnóstico de TEA do Núcleo de Assistência Multiprofissional ao Neurodesenvolvimento Infantil (NAMNI), vinculado à APAMI (Associação de Apoio e Proteção à Maternidade e à Infância) Vitória, localizada no município de Vitória de Santo Antão - PE. Foram aplicados questionários com dados socioeconômicos e demográficos, variáveis clínicas, escala de Bristol, questionário para diagnóstico de sintomas gastrointestinais e recordatório alimentar de 24 horas para avaliar consumo alimentar. A coleta de dados foi realizada de forma virtual e/ou presencial, a partir de questionário elaborado no Google Forms, em virtude do distanciamento social em razão da pandemia do novo coronavírus e de forma presencial quando possível e necessário. O presente estudo foi submetido ao Comitê de Ética de Pesquisa em Seres Humanos sob o CAAE nº 28415919.4.0000.5208. Dentre as 44 crianças do estudo, foi identificada uma prevalência de 34 crianças (77,3%, IC 95% 62,2 - 88,5) que apresentaram algum sintoma gastrointestinal, com destaque para dor ao evacuar (40,9%, IC95% 26,3 – 56,8), sinais sugestivos de dor abdominal (38,6%, IC95% 24,4 – 54,5) e urgência evacuatória (34,1%, IC95% 20,5 – 49,9). Os achados sugerem também que a flatulência foi um importante sintoma correlacionado ao consumo excessivo de carboidratos fermentáveis, além da maior prevalência de crianças com dor abdominal percebida por sinais sugestivos de dor em comparação ao relato verbal da criança de dor abdominal. No que diz respeito aos carboidratos fermentáveis o consumo alimentar dos mesmos não esteve associado à maior prevalência de sintomas gastrointestinais e, portanto, sugere-se não haver indicação na restrição de alimentos ricos em carboidratos fermentáveis no manejo dos sintomas gastrointestinais, diante dos achados deste estudo.
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DANIELLA CLAUDIA DE FRANÇA CAVALCANTI
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EVOLUÇÃO PONDERAL PÓS-NATAL EM RECÉM-NASCIDOS A TERMO
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Orientador : ALCIDES DA SILVA DINIZ
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MEMBROS DA BANCA :
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POLIANA COELHO CABRAL
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DAYSE RAFAELE LIMA DOS SANTOS
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MARILIA TOKIKO OLIVEIRA TOMIYA
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Data: 31/08/2022
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O objetivo do estudo foi avaliar a evolução ponderal de recém-nascidos a termo, identificando a influência das varáveis maternas e da criança. Trata-se de um estudo observacional, coorte prospectiva, realizado em um hospital de referência em Recife/PE. Foram incluídos na pesquisa recém-nascidos a termo (até 28 dias de vida), de ambos os sexos, sadios, em aleitamento materno exclusivo. Para classificação da perda excessiva de peso foi utilizado o limite superior de 8%, e o ganho de peso foi considerado adequado quando maior que 20g/dia. Foram avaliadas 310 crianças/mães e os fatores associados à evolução ponderal. Para verificar as variáveis preditoras da perda de peso >8% foi feito um modelo inicial da regressão de Poisson, onde foram incluídas oito variáveis que apresentaram p < 0,10 na análise bivariada, sendo elas: faixa etária materna, procedência, tipo de parto, queixa principal, tipo de mamilos, idade da criança, conduta terapêutica e amamentação na primeira hora de vida. Da mesma forma, foi realizado um modelo inicial para o ganho de peso maior que 20g/dia, sendo incluídas nove variáveis: número de consultas, idade gestacional, idade da criança, tipo de parto, queixa principal, tipo de mamilos, fluxo de leite materno, conduta terapêutica e relação peso/idade gestacional. Após análise de regressão de Poisson foram encontradas as seguintes variáveis preditoras para a perda >8%: idade maior que 30 anos (RP ajustada 2,1; IC95% 1,2-4,0), parto cesáreo (RP ajustada 2,3; IC95% 1,1 a 5,3), e oferta de leite materno ordenhado (RP ajustada 13,5; IC 95% 4,9 a 37,6); e para o ganho de peso >20g/dia: idade gestacional de 40-42 semanas (RP ajustada 1,8; IC 95% 1,0 a 3,0), parto normal (RP ajustada 4,1; IC95% 2,0 a 8,4), ausência de alterações mamárias (RP ajustada 2,1; IC 95% 1,1 a 4,1), idade maior que cinco dias (RP ajustada 4,1; IC 95% 1,0 a 16,3), e o tipo de mamilo (RP ajustada 1,8; IC 95% 1,1 a 3,1). Os resultados evidenciam uma forte relação entre os fatores do binômio mãe-filho e a evolução ponderal pós-natal.
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O objetivo do estudo foi avaliar a evolução ponderal de recém-nascidos a termo, identificando a influência das varáveis maternas e da criança. Trata-se de um estudo observacional, coorte prospectiva, realizado em um hospital de referência em Recife/PE. Foram incluídos na pesquisa recém-nascidos (até 28 dias de vida) a termo, de ambos os sexos, sadios, em aleitamento materno exclusivo. Para classificação da perda excessiva de peso foi utilizado o limite superior de 8%, e o ganho de peso foi considerado adequado quando maior que 20g/dia. Foram avaliadas 310 crianças/mães e os fatores associados à evolução ponderal. A prevalência de perda de peso >8% foi considerada estatisticamente significante no grupo de mães acima de 30 anos (16,4%), procedentes do interior (25,9%), que tiveram partos cesáreos (16,3%), com características mamilares que não favorecem a amamentação (16,1%). Na conduta terapêutica, o grupo que recebeu leite materno ordenhado, seja ele posterior ou não, teve uma maior prevalência (32,5%) de perda de peso, quando comparado ao grupo cujas mães necessitaram apenas de orientações para adequação da amamentação (p<0,001). Já em relação às crianças, a perda de peso foi >8% no grupo com até 4 dias de vida (18,6%), e nas que nasceram grandes para idade gestacional (22,9%). Em relação ao ganho >20g/dia, idade gestacional entre 40-49 semanas (21,3%), parto normal (24%), ausência de queixas relacionadas à amamentação (19,4%), mamilos com características que favorecem a amamentação (17,5%), e ótimo fluxo de leite materno (17,8%) apresentaram relação estatisticamente significante ao ganho adequado. Em relação à criança, o grupo com 5 dias de vida ou mais (16,7%), e pequenos para idade gestacional (35,7%) também apresentou ganhou >20g estatisticamente significante. Após análise de regressão de Poisson foram encontradas as seguintes variáveis preditoras para a perda >8%: idade maior que 30 anos (RP ajustada 2,2; IC95% 1,2-4,0), parto cesáreo (RP ajustada 2,3; IC95% 1,1 a 5,1), e oferta de LMO (RP ajustada 12,5; IC 95% 4,6 a 34,1); e preditoras para o ganho de peso >20g/dia: idade gestacional de 40-42 semanas (RP ajustada 1,8; IC 95% 1,0 a 3,0), parto normal (RP ajustada 4,1; IC95% 2,0 a 8,4), alterações mamárias (RP ajustada 0,5; IC 95% 0,2 a 0,9), idade maior que cinco dias (RP ajustada 4,1; IC 95% 1,0 a 16,3), e o fato do bebê usar chupeta (RP ajustada 1,9; IC 95% 1,1 a 3,1). Os resultados evidenciam uma forte relação entre os fatores do binômio mãe-filho e a evolução ponderal pós-natal.
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KARLA EVELINE XIMENES DE FRANÇA
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NEAR MISS NEONATAL E A ASSISTÊNCIA HOSPITALAR AO RECÉM-NASCIDO
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Orientador : SILVIA WANICK SARINHO
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MEMBROS DA BANCA :
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BARBARA DE QUEIROZ FIGUEIROA
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LUCIANA SANTOS DUBEUX
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MARIA WANDERLEYA DE LAVOR CORIOLANO MARINUS
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MIRELLA BEZERRA RODRIGUES VILELA
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PAULO GERMANO FRIAS
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Data: 09/02/2022
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O near miss neonatal é empregado para diagnóstico e monitoramento da assistência hospitalar ao recém-nascido. No entanto há carência de estudos que apontem a possibilidade do uso desse conceito e seus indicadores como ferramentas de avaliação da assistência hospitalar ao recém-nascido na perspectiva de processos avaliativos institucionais. O objetivo do estudo foi analisar os casos de near miss neonatal precoce e seus indicadores em cortes temporais para comparação inter e intra-hospitalar, assim como desenvolver uma matriz para avaliação da assistência hospitalar ao recém-nascido. Trata-se de um estudo composto por distintos desenhos: um estudo transversal sobre os casos de near miss neonatal precoce e seus indicadores em dois hospitais terciários com Unidade de Terapia Intensiva Neonatal da cidade do Recife, Pernambuco e um estudo metodológico a partir da construção e validação de conteúdo de um modelo lógico e uma matriz avaliativa da assistência hospitalar ao recém-nascido. A população do estudo foi constituída pelos nascidos vivos e casos de near miss neonatal precoce ocorridos em 2016 no Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (IMIP) e no Hospital das Clínicas e pelos casos de near miss neonatal precoce nascidos no Hospital das Clínicas em 2012. Considerou-se casos de near miss os sobreviventes até 6 dias de vida às seguintes condições: idade gestacional <33 semanas ou peso ao nascer <1750 gramas ou Índice de Apgar no 5º minuto de vida <7 ou internação em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. A comparação dos nascidos vivos, dos casos de near miss e dos critérios de entrada conforme o local de nascimento e da razão de equipamentos e leitos dos hospitais foi realizada por meio do teste do qui-quadrado de Pearson ou Exato de Fisher (α=5%), e os indicadores de near miss foram comparados através da Razão de Prevalência. O modelo lógico da assistência hospitalar ao recém-nascido foi construído baseado em documentos do Ministério da Saúde e a partir deste, uma matriz de julgamento foi construída e validada por um grupo de especialistas através da Técnica do Grupo Nominal. O IMIP acolheu clientela de maior gravidade, apresentou maior taxa de near miss neonatal precoce (119,21 por mil nascidos vivos; p=0,009) e de mortalidade neonatal precoce (35,22 por mil nascidos vivos; p<0,001). O Hospital das Clinicas obteve maior proporção de internações em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal em 2016 (76% dos casos de near miss; p<0,001) quando comparado ao ano de 2012 e ao IMIP em 2016. Em relação à técnica de consenso, alguns itens da matriz foram melhor especificados, principalmente aqueles que dependem do estado de saúde do recém-nascido. Os indicadores de near miss neonatal demonstraram diferenças entre os hospitais analisados, sendo úteis para a vigilância da assistência neonatal em instituições de saúde, mas necessitam de atenção ao perfil e contexto locais quando a intenção é realizar avaliações.
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O near miss neonatal é empregado para diagnóstico e monitoramento da assistência hospitalar ao recém-nascido. No entanto há carência de estudos que apontem a possibilidade do uso desse conceito e seus indicadores como ferramentas de avaliação da assistência hospitalar ao recém-nascido na perspectiva de processos avaliativos institucionais. O objetivo do estudo foi analisar os casos de near miss neonatal precoce e seus indicadores em cortes temporais para comparação inter e intra-hospitalar, assim como desenvolver uma matriz para avaliação da assistência hospitalar ao recém-nascido. Trata-se de um estudo composto por distintos desenhos: um estudo transversal sobre os casos de near miss neonatal precoce e seus indicadores em dois hospitais terciários com Unidade de Terapia Intensiva Neonatal da cidade do Recife, Pernambuco e um estudo metodológico a partir da construção e validação de conteúdo de um modelo lógico e uma matriz avaliativa da assistência hospitalar ao recém-nascido. A população do estudo foi constituída pelos nascidos vivos e casos de near miss neonatal precoce ocorridos em 2016 no Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (IMIP) e no Hospital das Clínicas e pelos casos de near miss neonatal precoce nascidos no Hospital das Clínicas em 2012. Considerou-se casos de near miss os sobreviventes até 6 dias de vida às seguintes condições: idade gestacional <33 semanas ou peso ao nascer <1750 gramas ou Índice de Apgar no 5º minuto de vida <7 ou internação em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. A comparação dos nascidos vivos, dos casos de near miss e dos critérios de entrada conforme o local de nascimento e da razão de equipamentos e leitos dos hospitais foi realizada por meio do teste do qui-quadrado de Pearson ou Exato de Fisher (α=5%), e os indicadores de near miss foram comparados através da Razão de Prevalência. O modelo lógico da assistência hospitalar ao recém-nascido foi construído baseado em documentos do Ministério da Saúde e a partir deste, uma matriz de julgamento foi construída e validada por um grupo de especialistas através da Técnica do Grupo Nominal. O IMIP acolheu clientela de maior gravidade, apresentou maior taxa de near miss neonatal precoce (119,21 por mil nascidos vivos; p=0,009) e de mortalidade neonatal precoce (35,22 por mil nascidos vivos; p<0,001). O Hospital das Clinicas obteve maior proporção de internações em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal em 2016 (76% dos casos de near miss; p<0,001) quando comparado ao ano de 2012 e ao IMIP em 2016. Em relação à técnica de consenso, alguns itens da matriz foram melhor especificados, principalmente aqueles que dependem do estado de saúde do recém-nascido. Os indicadores de near miss neonatal demonstraram diferenças entre os hospitais analisados, sendo úteis para a vigilância da assistência neonatal em instituições de saúde, mas necessitam de atenção ao perfil e contexto locais quando a intenção é realizar avaliações.
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JACKELYNE FAIERSTEIN CARNEIRO
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DESORDENS GASTROINTESTINAIS FUNCIONAIS EM CRIANÇAS ESCOLARES EXPOSTAS À VIOLÊNCIA COMETIDA CONTRA A MÃE PELO PARCEIRO ÍNTIMO DURANTE A INFÂNCIA: um estudo de coorte
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Orientador : ANA BERNARDA LUDERMIR
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA BERNARDA LUDERMIR
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HÉLCIO DE SOUSA MARANHÃO
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LUCIANE SOARES DE LIMA WANDERLEY
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MARGARIDA MARIA DE CASTRO ANTUNES
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MARILIA DE CARVALHO LIMA
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Data: 16/03/2022
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As Desordens Gastrointestinais Funcionais (DGIFs) envolvem alterações na interação intestino-cérebro abrangendo distúrbios da motilidade, hipersensibilidade visceral, alteração da função imune da mucosa e disbiose intestinal, cujos sintomas, após avaliação médica, não podem ser atribuídos a outra condição clínica. Caracterizam-se como um problema de saúde pública devido à sua elevada frequência, além dos impactos que incidem na saúde e qualidade de vida da criança. Diversos fatores podem estar associados à sua ocorrência, entre eles, a exposição à violência que ocorre dentro de casa. A Exposição da Criança à Violência pelo Parceiro Íntimo (ECVPI) cometida contra sua mãe ocorre em todas as sociedades. Apesar da sua pouca visibilidade, constitui um evento adverso à vida que traz diversas consequências para a saúde física e emocional da criança. A criança exposta à Violência pelo Parceiro Íntimo (VPI) pode desenvolver um estado de estresse tóxico, que desregula o eixo intestino-cérebro sendo um fator de risco para a ocorrência de (DGIFs).
O objetivo do estudo foi analisar a associação entre a exposição da criança à violência pelo parceiro íntimo cometida contra a mãe, durante a gravidez, pós-parto e quando a criança estava na idade escolar, e a ocorrência de DGIFs.
Estudo de coorte prospectivo conduzido desde 2005 com mulheres cadastradas nas Unidades de Saúde da Família do Distrito II da cidade do Recife, Pernambuco. As mães foram entrevistadas na gravidez e no pós-parto sobre vários temas, entre eles, suas experiências com a VPI. Na terceira etapa, quando as crianças fruto da gestação de 2005 ou 2006 tinham entre seis a nove anos, houve nova entrevista. A partir dos relatos das mães foram verificadas a exposição direta e/ou indireta da criança a dez tipos de VPI, além da idade de início da exposição da criança, número de tipos de exposições e o perpetrador da exposição. O Questionnaire about Pediatric Gastrointestinal Symptoms, Roma III Version parent-report, traduzido e adaptado transculturalmente para o português, foi usado para identificar os sintomas sugestivos das DGIFs. A amostra do estudo foi composta por 626 pares de mãe-criança.
As DGIFs foram mais frequentes entre crianças expostas à violência comparadas às não expostas, em praticamente todos os tipos de desordens. As DGIFs apresentaram-se associadas à exposição da criança à VPI cometida contra a mãe (OR: 1,64; IC 95%: 1,04-2,58), mesmo após controle dos efeitos das variáveis de confundimento (uso de bebidas alcoólicas pela mãe, transtornos mentais comuns da mãe e idade da criança). A chance da ocorrência das DGIFs foi maior nas crianças que sofreram quatro tipos ou mais de exposição (OR: 1,81; IC 95%: 1,10-2,96), nas que a exposição iniciou nos dois primeiros anos de vida (OR: 1,93; IC 95%: 1,08-3,47) e quando o pai foi o perpetrador da violência (OR: 1,62; IC 95%: 1,05-2,48).
O estresse causado pela ECVPI pode causar repercussões negativas, aumentando a chance de DGIFs, especialmente, quando a criança é exposta a múltiplos tipos de violência, no início da vida, e o perpetrador é o pai biológico.
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As Desordens Gastrointestinais Funcionais (DGIFs) são um problema de saúde pública devido à sua elevada frequência, além dos impactos que incidem na saúde e qualidade de vida dos envolvidos. Diversos fatores podem estar associados à sua ocorrência, entre eles, a exposição à violência que ocorre em suas casas. A Exposição da Criança à Violência pelo Parceiro Íntimo (ECVPI) cometida contra sua mãe é um problema que ocorre em todas as sociedades. Apesar da sua pouca visibilidade, constitui um evento adverso à vida que traz consigo diversas consequências para a saúde física e emocional da criança. A criança exposta à Violência pelo Parceiro Íntimo (VPI) pode desenvolver um estado de estresse tóxico que desregula o eixo intestino-cérebro constituindo um fator de risco para a ocorrência de (DGIFs). O objetivo do estudo foi analisar a associação entre a exposição da criança à violência pelo parceiro íntimo cometida contra a mãe durante a gravidez, pós-parto e quando a criança estava na idade escolar, e a ocorrência de DGIFs. Estudo de coorte prospectivo conduzido desde 2005 com mulheres cadastradas nas Unidades de Saúde da Família do Distrito II da cidade do Recife, Pernambuco. As mães foram entrevistadas na gravidez e no pós-parto sobre vários temas, entre eles, suas experiências com a VPI. Na terceira etapa, quando as crianças fruto da gestação de 2005 ou 2006 tinham entre seis a nove anos, houve nova entrevista. A partir dos relatos das mães foram verificadas a exposição direta e/ou indireta da criança a dez tipos de VPI, além da idade de início da exposição da criança, número de tipos de exposições e o perpetrador da exposição. O Questionnaire about Pediatric Gastrointestinal Symptoms, Roma III Version parent-report, traduzido e adaptado transculturalmente para o português foi usado para identificar os sintomas sugestivos das DGIFs. A amostra do estudo foi composta por 626 pares de mãe-criança. As DGIFs foram mais frequentes entre crianças expostas à violência comparadas às não expostas, em praticamente todos os tipos de desordens. As DGIFs apresentaram-se associadas à exposição da criança à VPI cometida contra a mãe (OR: 1,64; IC 95%: 1,04-2,58), mesmo após controle dos efeitos das variáveis de confundimento (uso de bebidas alcoólicas pela mãe, transtornos mentais comuns da mãe e idade da criança). A chance da ocorrência das DGIFs foram maiores nas crianças que sofreram quatro tipos ou mais de exposição (OR: 1,81; IC 95%: 1,10-2,96), nas que a exposição iniciou nos dois primeiros anos de vida (OR: 1,93; IC 95%: 1,08-3,47), e o pai foi o perpetrador da violência (OR: 1,62; IC 95%: 1,05-2,48). O estresse causado pela ECVPI pode causar repercussões negativas, aumentando a chance de doenças físicas, como as DGIFs, especialmente, quando a criança é exposta a múltiplos tipos de violência, no início da vida, e o perpetrador é o pai biológico.
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MARCELA PAULA CONCEICAO DE ANDRADE OLIVEIRA
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AVALIAÇÃO DA IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA DESCOLADO NA PREVENÇÃO DE DROGAS NO CONTEXTO ESCOLAR.
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Orientador : DANIELA TAVARES GONTIJO
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA LUCIA MARINHO MARQUES
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CINTHIA KALYNE DE ALMEIDA ALVES
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DANIELA RIBEIRO SCHNEIDER
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ISABELLA CHAGAS SAMICO
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PAULO SAVIO ANGEIRAS DE GOES
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Data: 17/03/2022
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A prevenção do uso abusivo de álcool e drogas na adolescência tem se tornado uma das prioridades nas políticas públicas e incentivado a construção de programas preventivos e de promoção de saúde neste campo. Entretanto, ainda existe uma necessidade de avaliar o processo de implementação dos programas preventivos por meio de evidências científicas. Assim, esta tese tem o objetivo de avaliar a implementação do Programa “DESCOLADO” no contexto de prevenção ao uso de drogas no ambiente escolar. Caracterizou-se como um estudo avaliativo com natureza descritiva e uso de abordagens metodológicas qualitativas que ocorreu em dois momentos: Estudo de Avaliabilidade e Avaliação do processo de implantação do programa. O estudo de Avaliabilidade foi baseado nos sete elementos propostos por Thurston e Ramaliu, dentre eles foi construído o modelo lógico do programa, seguido de sua validação por experts através da Técnica Delphi, além de identificar e pactuar com a equipe do programa os procedimentos para realização do estudo de avaliação. O estudo de avaliação do processo de implementação do Descolado seguiu o referencial da Medida de Fidelidade, categorizado nas dimensões de Dosagem, Aderência, Qualidade da entrega e Responsividade. Foi realizado em uma escola municipal de referência da cidade do Recife, participaram da pesquisa estudantes de duas turmas do 6º ano, professores, gestores, e equipe técnica do Descolado. As técnicas de coleta de evidências foram a observação direta, entrevista curta, entrevistas de levantamento e grupo focal. A análise das evidências foi realizada através da Análise de Conteúdo de Bardin. Os resultados do EA indicaram que o programa é avaliável, auxiliaram na organização e descrição de forma lógica do programa, contribuíram para o aprimoramento da sua estruturação, indicando pontos de ajustes nos objetivos, atividades, recursos, além de nortearem o estudo de avaliação. Os resultados da avaliação da implementação, demonstraram aspectos que indicam fidelidade na implementação do Descolado na escola, como também se identificou algumas “lacunas” que precisam ser preenchidas, como por exemplo, inserir no programa critérios para definição dos horários para realização das oficinas com os adolescentes; ampliar o olhar para além do cumprimento dos conteúdos das oficinas, mas direcionar a prioridade para o desenvolvimento de competências e habilidades previstas no Descolado; melhorar a sintonia entre as duplas de implementadores durante as oficinas, bem como a assunção de posturas condizentes com os referenciais teóricos em que o Descolado está fundamentado. Elaborou-se uma síntese de sugestões, provenientes das duas etapas da pesquisa, a fim de que os desenvolvedores do programa possam aperfeiçoar o Descolado, e consequentemente, potencializar a fidelidade da implementação.
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A prevenção do uso abusivo de álcool e drogas na adolescência tem se tornado uma das prioridades nas políticas públicas e incentivado a construção de programas preventivos e de promoção de saúde neste campo. Entretanto, a avaliação do processo de implementação dos programas, ainda se caracteriza como uma temática insipiente. Assim, esta tese tem o objetivo de avaliar a implementação do Programa “DESCOLADO” no contexto de prevenção ao uso de drogas no ambiente escolar. Caracterizou-se como um estudo avaliativo com natureza descritiva e uso de abordagens metodológicas qualitativas que ocorreu em dois momentos: Estudo de Avaliabilidade e Avaliação do processo de implantação do programa. O estudo de Avaliabilidade foi baseado nos sete elementos propostos por Thurston e Ramaliu, dentre eles foi construído o modelo lógico do programa, seguido de sua validação por experts através da Técnica Delphi, além de identificar e pactuar com a equipe do programa os procedimentos para realização do estudo de avaliação. O estudo de avaliação do processo de implementação do Descolado caracterizou-se como Estudo de Caso, realizado em uma escola municipal de referência da cidade do Recife. Participaram da pesquisa estudantes de duas turmas do 6º ano, professores, gestores, e equipe técnica do Descolado. As técnicas de coleta de evidências foram a observação direta, entrevista curta, entrevistas de levantamento e grupo focal. A análise das evidências foi realizada através da Análise de Conteúdo de Bardin. Os resultados do EA indicaram que o programa é avaliável, auxiliaram na organização e descrição de forma lógica do programa, contribuíram para o aprimoramento da sua estruturação, indicando pontos de ajustes nos objetivos, atividades, recursos, dentre outros, além de nortearem o estudo de avaliação. Os resultados da avaliação da implementação, seguindo o referencial da Medida de Fidelidade, foram categorizados em Dosagem, Aderência, Qualidade da entrega e Responsividade. Foi possível verificar, qualitativamente, uma boa fidelidade na implementação do Descolado na escola, como também se identificou algumas “lacunas” que precisam ser preenchidas. Foi elaborado um quadro síntese de sugestões, provenientes das duas etapas da pesquisa, a fim de que os desenvolvedores do programa possam aperfeiçoar o Descolado, e consequentemente, potencializar a fidelidade da implementação.
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EDUARDA CORREIA MORETTI
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COMPARAÇÃO DA EFICÁCIA E CUSTO-UTILIDADE ENTRE DIFERENTES OPÇÕES DE TRATAMENTO DA ENURESE EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES SOB A PERSPECTIVA DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE BRASILEIRO
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Orientador : ANDREA LEMOS BEZERRA DE OLIVEIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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RENATO MANTELLI PICOLI
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ALEXANDER ITRIA
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ANDREA LEMOS BEZERRA DE OLIVEIRA
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ARMELE DE FATIMA DORNELAS DE ANDRADE
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RODRIGO LUIZ CARREGARO
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Data: 22/04/2022
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Enurese é a perda involuntária e intermitente de urina que ocorre exclusivamente durante o sono e pode prejudicar a qualidade de vida das crianças e adolescentes acometidos. Portanto, é essencial que as estratégias terapêuticas eficazes para o tratamento da enurese sejam conhecidas a fim de dar suporte à tomada de decisão individual, assim como os dados de custo e benefício sob a perspectiva do sistema único de saúde (SUS) para auxiliar a tomada de decisão em relação aos investimentos financeiros. Diante disso, esta tese reuniu quatro estudos com os seguintes objetivos: (1) definir qual termo é o mais apropriado para utilizar de acordo com a nomenclatura anatômica internacional: "nervo tibial posterior" ou "nervo tibial"; (2) conduzir uma overview de revisões sistemáticas sobre opções de tratamento para crianças e/ou adolescentes com enurese; (3) realizar uma overview de revisões sistemáticas elaboradas pela Colaboração Cochrane sobre alternativas de tratamento para crianças e/ou adolescentes com enurese); (4) comparar direta e indiretamente diferentes terapias em relação ao sucesso no tratamento da enurese em crianças e adolescentes, classificando-as em ordem de eficácia e estimar a custo-utilidade das intervenções consideradas eficazes, além da razão de custo-utilidade incremental, sob a perspectiva do SUS do Brasil em um horizonte temporal de um ano. O estudo sobre a inconsistência do termo do nervo tibial consistiu em uma busca nas bases de dados Cochrane Library, MEDLINE/PubMed, LILACS, PEDro e Scielo para identificar a frequência de utilização dos termos, além da consulta na Terminologia Anatômica Internacional para verificar o termo mais adequado e uma descrição anatômica do nervo tibial a partir de livros e artigos científicos. As overviews de revisões sistemáticas apresentaram métodos semelhantes. Ambas incluíram revisões sistemáticas que abordaram qualquer tipo de intervenção para o tratamento da enurese em crianças/adolescentes e avaliaram o risco de viés por meio da ferramenta Risk of Bias in Systematic Reviews (ROBIS) e a qualidade da revisão pela ferramenta A MeaSurement Tool to Assess systematic Reviews (AMSTAR-2). Entretanto, enquanto a primeira overview (PROSPERO: CRD42020179602) foi conduzida entre abril/2020 e janeiro/2021 nas bases de dados Cochrane Library, PROSPERO, MEDLINE/PubMed, EMBASE, LILACS/BVS, PEDro, SciELO e Google Acadêmico, a overview de revisões sistemáticas da Cochrane (PROSPERO: CRD42021279838) utilizou apenas a base de dados Cochrane Library e foi realizada entre setembro e dezembro de 2021. A avaliação econômica envolveu cinco etapas: (1) levantamento de evidências confiáveis acerca das terapias para o tratamento da enurese a partir dos resultados das overviews; (2) realização da metanálise em rede na plataforma on-line MetaInsight; (3) estimativa da probabilidade de cura para crianças e adolescentes que utilizaram terapias placebo por meio de uma metanálise de braço único conduzida no software R; (4) análise de custo-utilidade por meio da modelagem de uma árvore de decisão realizada no TreeAge Pro Healthcare; e (5) análise de sensibilidade do modelo por meio do diagrama de tornado. Os resultados desta tese evidenciaram que o termo “nervo tibial” é o mais adequado. Sobre as opções terapêuticas para enurese em crianças e adolescentes e suas respectivas eficácia e custo-utilidade: a associação entre desmopressina e oxibutinina é a estratégia terapêutica que apresenta maior probabilidade de sucesso no tratamento da enurese em crianças e adolescentes em comparação ao placebo, seguida da terapia combinada entre desmopressina e tolterodina, alarme e neuroestimulação. Ao avaliar a razão de custo-utilidade incremental, a terapia combinada entre desmopressina e tolterodina foi considerada absolutamente dominada. A neuroestimulação, terapia com alarme e terapia combinada entre desmopressina e oxibutinina foram consideradas não dominadas.
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Enurese é a perda involuntária e intermitente de urina que ocorre exclusivamente durante o sono e pode prejudicar a qualidade de vida das crianças e adolescentes acometidos. Portanto, é essencial que as estratégias terapêuticas eficazes para o tratamento da enurese sejam conhecidas a fim de dar suporte à tomada de decisão individual, assim como os dados de custo e benefício sob a perspectiva do sistema único de saúde (SUS) para auxiliar a tomada de decisão em relação aos investimentos financeiros. Diante disso, esta tese reuniu quatro estudos com os seguintes objetivos: (1) definir qual termo é o mais apropriado para utilizar de acordo com a nomenclatura anatômica internacional: "nervo tibial posterior" ou "nervo tibial"; (2) conduzir uma overview de revisões sistemáticas sobre opções de tratamento para crianças e/ou adolescentes com enurese; (3) realizar uma overview de revisões sistemáticas elaboradas pela Colaboração Cochrane sobre alternativas de tratamento para crianças e/ou adolescentes com enurese); (4) comparar direta e indiretamente diferentes terapias em relação ao sucesso no tratamento da enurese em crianças e adolescentes, classificando-as em ordem de eficácia e estimar a custo-utilidade das intervenções consideradas eficazes, além da razão de custo-utilidade incremental, sob a perspectiva do SUS do Brasil em um horizonte temporal de um ano. O estudo sobre a inconsistência do termo do nervo tibial consistiu em uma busca nas bases de dados Cochrane Library, MEDLINE/PubMed, LILACS, PEDro e Scielo para identificar a frequência de utilização dos termos, além da consulta na Terminologia Anatômica Internacional para verificar o termo mais adequado e uma descrição anatômica do nervo tibial a partir de livros e artigos científicos. As overviews de revisões sistemáticas apresentaram métodos semelhantes. Ambas incluíram revisões sistemáticas que abordaram qualquer tipo de intervenção para o tratamento da enurese em crianças/adolescentes e avaliaram o risco de viés por meio da ferramenta Risk of Bias in Systematic Reviews (ROBIS) e a qualidade da revisão pela ferramenta A MeaSurement Tool to Assess systematic Reviews (AMSTAR-2). Entretanto, enquanto a primeira overview (PROSPERO: CRD42020179602) foi conduzida entre abril/2020 e janeiro/2021 nas bases de dados Cochrane Library, PROSPERO, MEDLINE/PubMed, EMBASE, LILACS/BVS, PEDro, SciELO e Google Acadêmico, a overview de revisões sistemáticas da Cochrane (PROSPERO: CRD42021279838) utilizou apenas a base de dados Cochrane Library e foi realizada entre setembro e dezembro de 2021. A avaliação econômica envolveu cinco etapas: (1) levantamento de evidências confiáveis acerca das terapias para o tratamento da enurese a partir dos resultados das overviews; (2) realização da metanálise em rede na plataforma on-line MetaInsight; (3) estimativa da probabilidade de cura para crianças e adolescentes que utilizaram terapias placebo por meio de uma metanálise de braço único conduzida no software R; (4) análise de custo-utilidade por meio da modelagem de uma árvore de decisão realizada no TreeAge Pro Healthcare; e (5) análise de sensibilidade do modelo por meio do diagrama de tornado. Os resultados desta tese evidenciaram que o termo “nervo tibial” é o mais adequado. Sobre as opções terapêuticas para enurese em crianças e adolescentes e suas respectivas eficácia e custo-utilidade: a associação entre desmopressina e oxibutinina é a estratégia terapêutica que apresenta maior probabilidade de sucesso no tratamento da enurese em crianças e adolescentes em comparação ao placebo, seguida da terapia combinada entre desmopressina e tolterodina, alarme e neuroestimulação. Ao avaliar a razão de custo-utilidade incremental, a terapia combinada entre desmopressina e tolterodina foi considerada absolutamente dominada. A neuroestimulação, terapia com alarme e terapia combinada entre desmopressina e oxibutinina foram consideradas não dominadas.
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GABRIELA ROSSITER STUX VEIGA
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SENSO DE COERÊNCIA DE MÃES EM VULNERABILIDADE SOCIAL E O CRESCIMENTO LINEAR DE SEUS FILHOS MORADORES DE AGLOMERADOS SUBNORMAIS EM MACEIÓ/AL.
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Orientador : MARILIA DE CARVALHO LIMA
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MEMBROS DA BANCA :
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BRUNA MERTEN PADILHA
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FABIANA CRISTINA LIMA DA SILVA PASTICH GONCALVES
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GISELIA ALVES PONTES DA SILVA
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MARIA IZABEL SIQUEIRA DE ANDRADE
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POLIANA COELHO CABRAL
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Data: 24/05/2022
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O crescimento linear reflete as condições sócio-econômico-culturais de uma comunidade, sendo seu retardo um dos mais sensíveis indicadores da desigualdade de uma população. No entanto, tem-se observado que nem todas as famílias pertencentes a comunidades em vulnerabilidade social apresentam crianças com crescimento semelhante. Portanto, este estudo teve como objetivo analisar a influência do senso de coerência materno no crescimento linear de seus filhos. Para tal foi realizada uma pesquisa transversal, com uma amostra de 567 mães com filhos com idade entre seis meses e cinco anos e 11 meses, em nove aglomerados subnormais em vulnerabilidade social na cidade de Maceió/AL. A variável dependente foi o crescimento linear infantil e a independente o senso de coerência materno. As covariáveis consistiram de fatores biológicos e padrão alimentar da criança, qualidade de vida e estado nutricional materno, condições socioeconômicas, demográficas e sanitárias ambientais. A análise de regressão múltipla de Poisson foi realizada com o objetivo de identificar a contribuição ajustada das variáveis independentes no desfecho. O senso de coerência materno forte foi observado em 41,4% das mães e o crescimento linear adequado em 80% das crianças. Na análise de regressão múltipla de Poisson identificamos os seguintes fatores de proteção para o crescimento linear infantil adequado: famílias com melhor renda per capita (RP 0,74; IC95% 0,47 – 0,90), segurança alimentar adequada e/ou uma insegurança leve (RP 0,91; IC95% 0,84 – 0,99), mães com estatura acima de 1,50 m (RP 0,66; IC95% 0,61 – 0,98) e IMC adequado (RP 0,45; IC 95% 0,30 - 0,68) ou com excesso de peso (RP 0,38: IC 95% 0,26 - 0,58), crianças com histórico positivo de amamentação (RP 0,42; IC95% 0,27 – 0,63), ser do sexo feminino (RP 0,65; IC 95% 0,11 – 0,18) e ter idade maior que 24 meses (RP 0,49; IC 95% 0,35 - 0,68). O senso de coerência materno não apresentou associação significante com o crescimento linear infantil, provavelmente devido à homogeneidade desta variável na amostra estudada, podendo sugerir um sentimento de desesperança entre as mães. Concluímos que a hipótese do estudo foi refutada, mas foram identificados fatores de proteção no crescimento linear infantil adequado, como, pertencem a famílias com melhor condição socioeconômica, ser filho de mães eutróficas ou com sobrepeso/obesidade, e com estatura acima de 1,50 m, ser do sexo feminino, com idade acima de 24 meses e ter um histórico positivo de amamentação.
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A estatura final de um indivíduo depende da interação entre seu potencial genético e o ambiente. São os fatores ambientais os principais responsáveis pelas variações de estatura entre diferentes populações. A estatura, na realidade, reflete as condições sócio-econômico-culturais de uma comunidade, sendo o retardo de crescimento linear um dos mais sensíveis indicadores da desigualdade de uma população. No entanto, tem-se observado que nem todas as famílias pertencentes a comunidades em vulnerabilidade social apresentam crianças com crescimento linear semelhante. Portanto, este estudo teve como objetivo analisar a influência do senso de coerência materno na estatura de seus filhos. Para tal foi realizada uma pesquisa transversal com uma amostra de 567 pares mães/crianças com idade entre seis meses e cinco anos e 11 meses em nove aglomerados subnormais em vulnerabilidade social na cidade de Maceió/Al. A variável dependente foi a estatura infantil e a independente o SOC materno. As covariáveis consistiram de fatores biológicos, demográficos e padrão alimentar da criança, fatores maternos como estado nutricional e a qualidade de vida, e condições socioeconômicas, demográficas, sanitárias ambientais e nível de segurança alimentar familiar. Foram realizadas visitas domiciliares, onde foram aplicados os questionários estruturados e realizadas as medidas antropométricas. Para a análise dos dados foi utilizado um modelo hierarquizado, onde a medida de associação adotada foi a Razão de Prevalência (RP) com seus respectivos intervalos de confiança (IC) de 95% obtida pela Regressão Simples de Poisson na análise bivariada inicial. Foram realizadas as análises de Regressão Múltipla de Poisson, com ajuste robusto da variância. Para identificação dos padrões alimentares das crianças, realizamos Análise de Componentes Principais (ACP), com objetivo reduzir um grande número de variáveis a um número menor. O senso de coerência materno forte foi observado em 41,4% das mães e a estatura adequada em 80% das crianças. O senso de coerência materno não apresentou associação significante com a estatura de seus filhos Na análise de regressão múltipla de Poisson identificamos os seguintes fatores de proteção para a estatura infantil adequada: famílias com melhor renda per capita (RP 0,74; IC95% 0,47 – 0,90), segurança alimentar adequada e/ou uma insegurança leve (RP 0,91; IC95% 0,84 – 0,99), mães com estatura adequada (RP 0,66; IC95% 0,61 – 0,98) e IMC adequado (RP 0,45; IC 95% 0,30 - 0,68) e com excesso de peso (RP 0,38: IC 95% 0,26 - 0,58), crianças com histórico positivo de amamentação (RP 0,42; IC95% 0,27 – 0,63), ser do sexo feminino (RP 0,65; IC 95% 0,11 – 0,18) e ter idade maior que 24 meses (RP 0,49; IC 95% 0,35 - 0,68). Quatro quintos das crianças desenvolveram estatura adequada, a qual teve os fatores de proteção citados. O SOC materno não se mostrou como fator de proteção pela homogeneidade desta variável nesta população o que pode ter retratado sentimento de desesperança de mães nestas comunidades. Concluímos que a hipótese do estudo foi refutada, mas que foram identificadas variáveis que são fatores de proteção ao desenvolvimento da estatura infantil adequada.
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AMANDA DE FIGUEIROA SILVA
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APRENDIZAGEM BASEADA EM SIMULAÇÃO NO ENSINO DE REANIMAÇÃO PEDIÁTRICA PARA MELHORA DO DESEMPENHO COGNITIVO, PROMOÇÃO DE SATISFAÇÃO E AUTOCONFIANÇA EM GRADUANDOS DE MEDICINA: UM ESTUDO RANDOMIZADO.
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Orientador : ROSALIE BARRETO BELIAN
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MEMBROS DA BANCA :
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ROSALIE BARRETO BELIAN
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SILVIA WANICK SARINHO
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ALEXANDRE CESAR VIEIRA DE SALES
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RAQUEL KELNER SILVEIRA
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VERÓNICA RITA DIAS COUTINHO
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Data: 18/08/2022
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A simulação realística vem sendo incluída nas estratégias de ensino de várias escolas médicas e se configurando como recurso educacional relevante no processo de ensino aprendizagem de estudantes de graduação. Este recurso tem sido apontado como importante para o desenvolvimento de competências estabelecidas nos currículos dos cursos, e tem auxiliado na promoção de motivação para aulas e atividades curriculares bem como ampliado a satisfação dos estudantes. Este estudo teve como objetivo avaliar o impacto do uso da simulação realística no ensino de reanimação pediátrica, no desempenho cognitivo, na retenção de conhecimentos e na satisfação e autoconfiança de graduandos em medicina. Estudo prospectivo de intervenção educacional, realizado no curso de Graduação em Medicina, do Núcleo de Ciências da Vida, do Centro Acadêmico do Agreste, da Universidade Federal de Pernambuco. Participaram deste estudo, 80 graduandos em medicina entre o segundo e quarto ano do curso, distribuídos em dois grupos randomizados (grupo intervenção – GI e grupo controle – GC). Os estudantes foram submetidos a um pré-teste cognitivo, uma aula expositiva dialogada, duas sessões tutoriais para discussão de um caso clínico, treinamento de habilidades e fórum de discussão virtual. Em seguida, os estudantes do grupo intervenção foram submetidos à atividade com simulação realística e testes cognitivos seriados, sendo um de aquisição imediata (pós teste) e dois de retenção com 3 e 6 meses e posteriormente foram aplicadas a escala de satisfação e autoconfiança com a aprendizagem e a escala de experiência com o debriefing, ambas validadas para o português. O grupo controle foi submetido somente aos testes cognitivos seriados. A idade dos estudantes variou entre 21,8 e 22,2, maior percentual era do sexo masculino, do segundo ano, e entre 80 e 85% nunca tinha participado de uma simulação. Verificou-se que ambos os grupos melhoraram o desempenho acadêmico, tendo o grupo intervenção apresentado maiores valores nos testes em momentos imediatamente, três e seis meses após intervenção (p=0,049). Verificou-se que ambos os grupos melhoraram o desempenho acadêmico, tendo o grupo intervenção apresentado melhor desempenho nos testes nos momentos imediatamente, três e seis meses após intervenção (p=0,009). Verificou-se que os dois grupos melhoraram o desempenho (p<0,001) sem diferenças estatisticamente significante entre os grupos controle e intervenção (p=0,665). Quanto à satisfação com a simulação e a autoconfiança adquirida pelos estudantes, percebeu-se que 100% dos estudantes demonstraram satisfação com a experiência e que entre 95% e 100% deles relatou sentir-se autoconfiante para realizar um atendimento semelhante em condições legítimas reportando os conhecimentos da simulação para uma situação em ambiente real.
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A simulação realística vem sendo incluída nas estratégias de ensino de várias escolas médicas e se configurando como recurso educacional relevante no processo de ensinoaprendizagem de estudantes de graduação. Este recurso tem sido apontado como importante para o desenvolvimento de competências estabelecidas nos currículos dos cursos, e tem auxiliado na promoção de motivação para aulas e atividades curriculares bem como ampliado a satisfação dos estudantes. Este estudo teve como objetivo avaliar o impacto do uso da simulação realística no ensino de reanimação pediátrica, no desempenho cognitivo, na retenção de conhecimentos e na satisfação e autoconfiança de graduandos em medicina. Estudo prospectivo de intervenção educacional, realizado no curso de Graduação em Medicina, do Núcleo de Ciências da Vida, do Centro Acadêmico do Agreste, da Universidade Federal de Pernambuco. Participaram deste estudo, 80 graduandos em medicina entre o quarto e o oitavo períodos do curso, distribuídos em dois grupos randomizados (grupo intervenção – GI e grupo controle – GC). Os estudantes foram submetidos a um pré-teste cognitivo, uma aula expositiva dialogada, duas sessões tutoriais para discussão de um caso clínico, treinamento de habilidades e fórum de discussão virtual. Em seguida, os estudantes do grupo intervenção foram submetidos à atividade com simulação realística e testes cognitivos seriados, sendo um de aquisição imediata (pós teste) e dois de retenção com 3 e 6 meses e posteriormente foram aplicadas a escala de satisfação com a intervenção, a escala de experiência com o debriefing e escala de satisfação e autoconfiança. O grupo controle foi submetido somente aos testes cognitivos seriados. A idade dos estudantes variou entre 21,8 e 22,2, maior percentual era do sexo masculino, do quarto semestre, e entre 80 a 85% nunca tinha participado de uma simulação. Verificou-se que ambos os grupos melhoraram o desempenho acadêmico, tendo o grupo intervenção apresentado maiores valores nos momentos imediatamente após, três e seis meses após intervenção (p=0,049). Os efeitos da simulação no desempenho acadêmico dos estudantes do segundo ano estão apresentados na Tabela 3. Verificou-se que ambos os grupos melhoraram o desempenho acadêmico, tendo o grupo intervenção apresentado maiores valores nos testes nos momentos imediatamente após, três e seis meses após intervenção (p=0,009). Os efeitos da simulação no desempenho acadêmico dos estudantes do terceiro e quarto ano (6º e 8º semestre) estão apresentados na Tabela 4. Verificou-se que ambos os grupos melhoraram o desempenho acadêmico (p<0,001) sem diferenças estatisticamente significante entre os grupos controle e intervenção (p=0,665). Quanto à satisfação com a simulação e a autoconfiança adquirida pelos estudantes, percebeu-se que 100% dos estudantes demonstraram satisfação com a experiência e que entre 95% e 100% deles relatou sentir-se autoconfiante para realizar um atendimento semelhante em condições legítimas reportando os conhecimentos da simulação para uma situação em ambiente real.
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MEYRIAN LUANA TELES DE SOUSA LUZ SOARES
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OSCILOMETRIA DE IMPULSO NO COMPORTAMENTO DO BRONCOESPASMO INDUZIDO PELA HIPERVENTILAÇÃO EUCÁPNICA VOLUNTÁRIA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES ASMÁTICOS.
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Orientador : DECIO MEDEIROS PEIXOTO
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MEMBROS DA BANCA :
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ANDREZZA DE LEMOS BEZERRA
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DECIO MEDEIROS PEIXOTO
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MARCO AURELIO DE VALOIS CORREIA JUNIOR
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MARIA WANDERLEYA DE LAVOR CORIOLANO MARINUS
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PRISCILA PEREIRA PASSOS
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Data: 26/08/2022
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Introdução. Entre os diversos estímulos capazes de desencadear a obstrução brônquica ao fluxo aéreo nos indivíduos asmáticos temos o exercício físico. Quando a limitação a este fluxo ocorre em crianças, as queixas de absenteísmo em práticas esportivas ou redução da interatividade e da socialização tornam-se cada vez mais frequentes. Para o diagnóstico do espasmo brônquico, a utilização de técnicas de broncoprovocação que empregam o exercício como agente desencadeador são as mais recomendadas pela sua maior especificidade, porém estudos já mostram que a utilização de substitutos, como a hiperventilação eucápnica voluntária (HEV), podem atingir efeitos semelhantes. Objetivo. Avaliar a utilização da oscilometria de impulso no comportamento do broncoespasmo induzido pela hiperventilação eucápnica voluntária em crianças e adolescentes asmáticos. Método. Crianças e adolescentes, entre 7 e 19 anos, com broncoespasmo induzido pela hiperventilação eucápnica voluntária foram avaliados através da espirometria antes e nos momentos 5, 10, 15 e 30 minutos e da oscilometria de impulso nos momentos 5, 15 e 30 minutos após o estímulo broncoprovocativo. Os parâmetros avaliados foram aqueles que correspondem à medida da R5Hz, R20Hz, R5-R20Hz, Fres e AX pela oscilometria de impulso e do VEF1, VEF1/CVF e CVF pela espirometria e. Resultados. Setenta participantes, 62% eram do sexo masculino. Para todo o grupo a idade média foi de 11,22±3,23 anos, peso médio de 44,21±16,15 kg e altura média de 150,28±17,07 cm. Sessenta por cento (42) dos pacientes apresentaram broncoespasmo após a realização de estímulo broncoprovocativo. As principais variações pós HEV, em relação a oscilometria de impulso, foram verificadas entre os tempos 5 e 30 minutos nos parâmetros de R5, X5 e R5-R20; Na espirometria, os principais parâmetros alterados foram VEF1 e CVF. Os participantes apresentaram maior frequência do broncoespasmo entre o 5º e 10º minuto após HEV, bem como alta correlação entre os momentos basal, quinze e trinta minutos pré teste no parâmetro R5Hz. Discussão. Após a hiperventilação eucápnica voluntária, estímulo ainda pouco associado ao sistema de oscilometria de impulso mas considerado um substituto objetivo adequado para identificar o broncoespasmo, método já padronizado, resulta em menos diagnósticos falso negativos, em comparação com o exercício livre ou realizado em esteira/bicicleta, identificando inclusive em indivíduos assintomáticos ou crianças de menor faixa etária, cuja espirometria não é reprodutível. Conclusão. A avaliação da função pulmonar, após a realização da hiperentilação eucápnica voluntária, encontrou alterações nos parâmetros oscilométricos da resistência e reatância à 5HHz, na área sobre a curva e na resistência das vias periféricas, bem como nos parâmetros espirométricos do volume expiratório forçado no primeiro segundo e na capacidade vital forçada, com melhor identificação do comportamento do broncoespasmo entre o quinto e o décimo quinto minuto pós estímulo.
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Introdução. Entre os diversos estímulos capazes de desencadear a obstrução brônquica ao fluxo aéreo nos indivíduos asmáticos temos o exercício físico. Quando a limitação ocorre em crianças, as queixas de absenteísmo em práticas esportivas ou redução da interatividade e da socialização tornam-se cada vez mais frequentes. Para o diagnóstico, a utilização de técnicas de broncoprovocação que empregam o exercício como agente desencadeador são as mais recomendadas pela sua maior especificidade, porém estudos já mostram que a utilização de substitutos, como a hiperventilação eucápnica voluntária (HEV), podem atingir efeitos semelhantes. Objetivo. Avaliar a utilização da oscilometria de impulso no diagnóstico do broncoespasmo induzido pela hiperventilação eucápnica voluntária em crianças e adolescentes asmáticos. Método. Crianças e adolescentes, entre 7 e 19 anos, com broncoespasmo induzido pela hiperventilação eucápnica voluntária foram avaliados através da espirometria antes e nos momentos 5, 10, 15 e 30 minutos e da oscilometria de impulso nos momentos 5, 15 e 30 minutos após o estímulo broncoprovocativo. Os parâmetros avaliados foram aqueles que correspondem à medida do VEF1, VEF1/CVF e CVF pela espirometria e da R5Hz, R20Hz, R5-R20Hz, Fres e AX pela oscilometria de impulso. Resultados. Setenta participantes, 62% (43) do sexo masculino. Para todo o grupo a idade média foi de 11,22±3,23 anos, peso médio de 44,21±16,15 kg e altura média de 150,28±17,07 cm. Sessenta por cento (42) dos pacientes apresentaram broncoespasmo após a realização de estímulo broncoprovocativo. Vinte e sete por cento (19) apresentou alteração em relação ao predito do VEF1 e 13% (09) apresentou alteração em relação à R5. As principais variações pós HEV, em relação a oscilometria, foram verificadas entre os tempos 5 e 30 minutos nos parâmetros de R5, X5 e R5-R20; Na espirometria, 39 participantes apresentaram broncoespasmo, com destaque para os tempos 5 e 10 minutos após HEV.Discussão. Ao término do exercício, as vias aéreas começam a contrair-se e, consequentemente, deteriorar a função pulmonar, atingindo o pico entre três e quinze minutos após a finalização do exercício. Em geral, há retorno da função pulmonar à condição basal após trinta a sessenta minutos, sendo identificada principalmente através de alteração do parâmetro espirométrico do volume expiratório forçado no primeiro segundo e do parâmetro oscilométrico da resistência total das vias aéreas. Conclusão. A avaliação da função pulmonar, após a realização da hiperentilação eucápnica voluntária, encontrou alterações nos parâmetros oscilométricos da resistência e reatância à 5HHz, na área sobre a curva e na resistência das vias periféricas, bem como nos parâmetros espirométricos do volume expiratório forçado no primeiro segundo e na capacidade vital forçada, com maior identificação do broncoespasmo entre o quinto e o décimo quinto minuto pós estímulo.
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SHEYLANE PEREIRA DE ANDRADE
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DISTÚRBIO DE SONO E OBESIDADE EM CRIANÇAS NA IDADE ESCOLAR: UM ESTUDO CASO CONTROLE
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Orientador : MARILIA DE CARVALHO LIMA
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MEMBROS DA BANCA :
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CATARINE SANTOS DA SILVA
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GISELIA ALVES PONTES DA SILVA
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LEOPOLDINA AUGUSTA SOUZA SEQUEIRA DE ANDRADE
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PEDRO ISRAEL CABRAL DE LIRA
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POLIANA COELHO CABRAL
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Data: 26/10/2022
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A obesidade infantil é um problema crescente de saúde pública mundial. Vários são os fatores associados a isso, dentre eles destaca-se os distúrbios de sono, com consequente privação das horas de sono, que tem se mostrado elevado atualmente. Diante disso, o objetivo do presente estudo foi verificar a associação entre obesidade e distúrbio de sono em crianças em idade escolar. Trata-se de uma pesquisa do tipo caso-controle com 299 crianças (109 obesas e 190 eutróficas), atendidas no Ambulatório de Pediatria e no Ambulatório de Endocrinologia Pediátrica do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC/UFPE). Para classificação do estado nutricional, utilizou-se o Índice de Massa Corporal/Idade/Sexo, na faixa etária de seis a menor que 10 anos de acordo com a Organização Mundial de Saúde. A variável independente foi o distúrbio do sono, verificado por meio do Children’s Sleep Habits Questionnaire (CSHQ), valores superiores a 41 pontos foram considerados distúrbio de sono. Enquanto a variável desfecho foi o estado nutricional da criança, obesas e eutróficas. As covariáveis foram os fatores da criança, como: peso ao nascer em relação a idade gestacional, alimentares, atividade física e comportamento sedentário, e fatores maternos, como: socioeconômicos, demográficos e índice de massa corporal. A análise de regressão logística múltipla foi realizada com o objetivo de identificar a contribuição ajustada das variáveis independentes no desfecho. Adotou-se valor de p<0,05 como nível de significância estatística, e significância limítrofe valores de p entre 0,05 a 0,10. Observamos que 91,3% das crianças apresentaram distúrbio de sono. Entre as crianças obesas 96,3% (105/109) apresentavam distúrbio de sono e entre as eutróficas, 88,4% (168/190) (OR=3,45; IC95%:1,15–10,25, p=0,027). As análises de regressão logística múltipla demonstraram maior chance de apresentar obesidade na idade escolar as crianças que referiram apresentar distúrbio de sono (OR=4,54; IC95%: 1,34–15,33, p=0,015), as filhas de mães obesas (OR=6,09; IC95%: 3,20–11,56, p<0,001), as com nível de pobreza menos precário (OR=1,85; IC95%: 0,96–3,56, p=0,066), as nascidas grandes para a idade gestacional (OR=1,71; IC95%: 0,92–3,20, p=0,092). Por outro lado, as que participavam de atividades físicas organizadas tiveram maior chance de serem obesas (OR=2,09; IC95%: 1,15–3,80, p=0,016), como também as que frequentemente ou muito frequentemente recebiam restrição do tempo de telas (OR=1,66; IC95%:0,93–2,97, p=0,088), o maior consumo de alimentos ricos em carboidratos foi um fator de proteção para a obesidade (OR=0,24; IC95%: 0,07–0,81, p=0,022). Esse achado provavelmente espelha o fato das crianças obesas já virem sendo acompanhadas em ambulatório especializado onde recebiam orientação alimentar adequada e de prática de atividade física. Concluímos que a obesidade foi associada ao distúrbio de sono em crianças em idade escolar. Fatores relacionados ao consumo alimentar inadequado e a baixa prática de atividade física entre as crianças com distúrbio de sono são apontados como possíveis fatores mediadores para o aumento da obesidade infantil, no entanto, esses resultados não foram observados na presente pesquisa. Pertencer a famílias com nível de pobreza menos precário, nascer grande para idade gestacional, além da obesidade materna também contribuíram para a obesidade infantil.
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A obesidade infantil é um problema crescente de saúde pública mundial. Vários são os fatores associados a essa ocorrência, dentre eles destaca-se os distúrbios de sono, com consequente privação do número de horas de sono, que vem se mostrando elevado atualmente. Diante disso, o objetivo do presente estudo foi verificar a associação entre ocorrência de obesidade e distúrbio de sono em crianças em idade escolar. Trata-se de uma pesquisa do tipo caso-controle com 299 crianças (109 obesas e 190 eutróficas) na faixa etária de seis a 10 anos, atendidas no Ambulatório de Pediatria e no Ambulatório de Endocrinologia Pediátrica do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC/UFPE). A variável independente foi o distúrbio do sono, enquanto a variável desfecho foi o estado nutricional da criança. Entre as covariáveis estão os fatores biológicos das crianças ao nascer, alimentares, atividade física e comportamento sedentário, fatores socioeconômicos, demográficos e antropométricos maternos. A análise de regressão logística múltipla foi realizada com o objetivo de identificar a contribuição ajustada das variáveis independentes no desfecho. Adotou-se valor de p< 0,05 como nível de significância estatística, e significância limítrofe valores de p entre 0,05 a 0,10. Observamos que 91,3% das crianças apresentaram distúrbio de sono. Entre essas crianças, 96,3% eram obesas e 88,4% eutróficas (OR bruto=3,45; IC95%:1,15–10,25, p=0,027). As análises de regressão logística múltipla demonstraram maior chance de apresentar obesidade na idade escolar as crianças que referiram apresentar distúrbio de sono (OR=4,94; IC95%:1,41–17,34, p=0,013), as filhas de mães obesas (OR=6,09; IC95%: 3,20–11,56, p<0,001), as com condições socioeconômicas menos precárias (OR=1,85; IC95%:0,96–3,56, p=0,066), as nascidas grandes para a idade gestacional (OR=1,85; IC95%:0,98–3,50, p=0,058) e as que foram amamentadas por seis meses ou mais (OR=1,80; IC95%:0,99-3,23, p=0,051). Por outro lado, as que participavam de atividades físicas organizadas tiveram maior chance de serem obesas (OR=2,08; IC95%:1,13–3,81, p=0,018), como também as que frequentemente ou muito frequentemente recebiam restrição do tempo de uso de TV, videogame e computador (OR=1,74; IC95%:0,96–3,15, p=0,066), o maior consumo de alimentos ricos em carboidratos foi um fator de proteção para a obesidade (OR=0,22; IC95%: 0,06–0,76, p=0,017). Concluímos que a ocorrência de obesidade foi associada ao distúrbio de sono em crianças em idade escolar. Fatores relacionados ao consumo alimentar inadequado e a baixa prática de atividade física entre as crianças com distúrbio de sono são apontados como possíveis fatores mediadores para o aumento da obesidade infantil, no entanto, esses resultados não foram observados na presente pesquisa. Pertencer a famílias em condições socioeconômicas menos precárias, crianças com macrossomia ao nascer, além da ocorrência da obesidade materna foram também fatores associadas à obesidade infantil.
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ROSIELLE COSTA DE BRITO
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INTERVENÇÃO EDUCATIVA PARA CONHECIMENTO, ATITUDE E PRÁTICA DE GESTANTES ADOLESCENTES SOBRE O PREPARO PARA O PARTO VAGINAL: ENSAIO CLÍNICO CONTROLADO
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Orientador : MARIA WANDERLEYA DE LAVOR CORIOLANO MARINUS
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MEMBROS DA BANCA :
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ALEXANDRE MAGNO DELGADO
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ANA PAULA ESMERALDO LIMA
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DANIELLE SANTOS ALVES
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ROSALIE BARRETO BELIAN
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ZILMA SILVEIRA NOGUEIRA REIS
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Data: 03/11/2022
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O estado gravídico ocasiona mudanças nas dimensões psicológicas, biológicas e sociais, sobretudo na adolescência, fase da vida repleta de transformações físicas e psicossociais. A atenção pré-natal, com ações de educação em saúde, contribui para o preparo físico e psicológico tanto para o parto quanto para a maternidade. Percebe-se uma lacuna nas atividades de educação em saúde voltadas às adolescentes acerca do preparo para o parto vaginal. Sobretudo, verifica-se um baixo nível de conhecimento de como de se planejar para o parto entre as gestantes adolescentes. Os aplicativos móveis relacionados à gravidez e parto podem ser ferramentas para melhorar o letramento em saúde de gestantes adolescentes, a partir da mudança em conhecimentos, atitudes e práticas que fortaleçam a tomada de decisões voltadas à promoção da saúde. O estudo teve o objetivo de avaliar os efeitos do aplicativo Meu Pré-Natal na melhoria do conhecimento, atitude e prática de gestantes adolescentes quanto ao preparo para o parto vaginal humanizado. Trata-se de um Ensaio Clínico Controlado e Randomizado. A pesquisa foi desenvolvida com foco no vídeo sobre trabalho de parto, parto e plano de parto contidos no aplicativo Meu Pré-natal. O estudo foi realizado nos ambulatórios de pré-natal de dois hospitais universitários da cidade de Recife, Pernambuco. A amostra foi constituída por 42 gestantes adolescentes, sendo 21 para o grupo controle (GC) e 21 para o grupo intervenção (GI). O aplicativo foi escolhido para esta pesquisa por ter fontes bibliográficas baseadas em evidências e ligadas à órgãos oficias de saúde nacional e internacional, ter ligação com instituição de ensino e obedecer ao máximo dos critérios mHealth Evidence Reporting and Assessment (mERA). A coleta de dados ocorreu em quatro etapas. Na primeira etapa houve recrutamento das gestantes e aplicação do pré-teste utilizando o inquérito Conhecimento, Atitude e Prática (CAP) no GC e GI, que foi construído pela autora e passou por uma avaliação de 3 juízes com experiência em pesquisas com inquérito CAP. Segunda etapa: aplicação da intervenção educativa para as gestantes do GI. A intervenção foi individual, antes da consulta pré-natal. foram aplicados os pós-testes com o inquérito CAP administrados entre 30 a 60 dias após a intervenção para o GI e com 90 a 120 dias após a consulta pré-natal para as gestantes do GC. Quarta etapa: foi aplicado inquérito CAP entre 30 e 60 dias após o parto para ambos os grupos. Os pós- testes foram realizados através de contato telefônico. A análise dos dados foi realizada nos Softwares STATA/SE 12.0 e Excel 2010. Todos os testes foram aplicados com um intervalo de confiança de 95%. Foi adotado um nível de significância de 5%. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa, conforme parecer de número 3.087.210 e está registrada no Registro Brasileiros de Ensaios Clínicos (REBEC) sob o protocolo RBR - 858zn7. As gestantes apresentaram mediana de idade de 17,4 anos no GI e 16,8 no GC e média de idade gestacional, de 17,4 anos no GI e 16,8 no GC. Em relação a cor da pele, em ambos os grupos, a maioria se declarou parda e preta. A mediana de número de consultas de pré-natal, no momento de inclusão na pesquisa foi 2,0. Sobre as orientações recebidas no pré-natal sobre o preparo para o parto vaginal, apenas 19% das gestantes do GI e 9,5% do GC receberam orientações. Após a intervenção, as gestantes do GI melhoraram o nível de conhecimento sobre riscos e benefícios do parto vaginal (p<0,001), dentre os benefícios o GI também melhorou o conhecimento sobre a recuperação mais rápida (p<0,001), estímulo à amamentação na 1ª hora após o parto (p<0,001), melhorou o conhecimento sobre o parto vaginal não deixar o canal vaginal mais largo (p<0,001). O GI também apresentou melhora no conhecimento sobre a existência de métodos não farmacológicos para alívio da dor(p<0,001), aumentou o conhecimento sobre o parto humanizado (p<0,001), e também sobre o plano de parto (p>0,001). As gestantes do GI também melhoram a atitude da preferência pela via de parto vaginal (p>0,001), escolha da posição em que gostariam de parir (p=0,010), a importância da construção do plano de parto (p>0,001) e benefícios do parto humanizado (p>0,001), O aplicativo móvel foi efetivo para uma prática adequada no preparo para o parto vaginal sobre a construção do plano de parto (p>0,001), via de parto (p>0,001), conformidade do parto com seu plano de parto (p>0,001), uso de métodos não farmacológicos pra alívio da dor . O aplicativo resultou em melhora nos níveis de conhecimento (p= 0,021), de atitude (p>0,001), e de prática (p>0,001), nas gestantes do GI quando comparadas ao GC. Conclui-se que a intervenção utilizada promoveu de forma positiva o aumento do nível de conhecimento, atitude e prática de gestantes adolescentes com relação ao preparo para o parto vaginal humanizado. Em relação às implicações para a prática clínica, recomenda-se que o uso do app seja aconselhado pelos profissionais de saúde que prestam assistência pré-natal às gestantes adolescentes, pois o mesmo é constituído por gestograma, contador de contrações, seção tira dúvidas, vídeo sobre o parto humanizado e plano de parto.
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O estado gravídico ocasiona mudanças nas dimensões psicológicas, biológicas e sociais, sobretudo na adolescência, fase da vida repleta de transformações físicas e psicossociais. A atenção pré-natal, com ações de educação em saúde, contribui para o preparo físico e psicológico tanto para o parto quanto para a maternidade. Os aplicativos móveis relacionados à gravidez e parto podem ser ferramentas para melhorar o letramento em saúde de gestantes adolescentes, a partir da mudança em conhecimentos, atitudes e práticas que fortaleçam a tomada de decisões voltadas à promoção da saúde. O estudo teve o objetivo de avaliar os efeitos do aplicativo Meu Pré-Natal como intervenção educativa, para melhoria de conhecimento, atitude e prática de gestantes adolescentes no preparo para o parto vaginal humanizado. Trata-se de um Ensaio Clínico Controlado e Randomizado. A intervenção educativa foi desenvolvida durante a assistência pré-natal, com foco no vídeo sobre trabalho de parto, parto e plano de parto. O estudo foi realizado nos ambulatórios de pré-natal de dois hospitais universitários da cidade de Recife, Pernambuco. A amostra foi constituída por 42 gestantes adolescentes, sendo 21 para o grupo controle (GC) e 21 para o grupo intervenção (GI). A coleta de dados ocorreu em quatro etapas. Na primeira etapa houve recrutamento das gestantes e aplicação do pré-teste utilizando o inquérito Conhecimento, Atitude e Prática (CAP) no GC e GI. Segunda etapa: aplicação da intervenção educativa para as gestantes do GI. A intervenção foi individual, antes da consulta pré-natal. Terceira etapa: foram aplicados os pós-testes com o inquérito CAP administrados entre 30 a 60 dias após a intervenção e com 90 a 120 dias após a consulta pré-natal para as gestantes do GC e GI. Quarta etapa: foi aplicado inquérito CAP entre 30 e 60 dias após o parto para ambos os grupos. Os pós- testes foram realizados através de contato telefônico. A análise dos dados foi realizada nos Softwares STATA/SE 12.0 e Excel 2010. Para comparar as variáveis dicotômicas foi utilizado o teste qui-quadrado e para verificar a associação entre as variáveis categóricas o Teste Exato de Fisher. Todos os testes foram aplicados com um intervalo de confiança de 95%. Foi adotado um nível de significância de 5%. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa, conforme parecer de número 3.087.210 e está registrada no Registro Brasileiros de Ensaios Clínicos (REBEC) sob o protocolo RBR - 858zn7. As gestantes apresentaram mediana de idade de 17,4 anos no GI e 16,8 no GC e média de idade gestacional, de 17,4 anos no GI e 16,8 no GC. Em relação a cor da pele, em ambos os grupos, a maioria se declarou parda e preta. A mediana de consultas de pré-natal foi 2,0. Sobre as orientações recebidas no pré-natal sobre o preparo para o parto vaginal, apenas 19% das gestantes do GI e 9,5% do GC receberam orientações. Os resultados apontaram que o grupo intervenção obteve maior adequação no conhecimento, na atitude e prática. Destacam-se os resultados com estatística significativa na maioria das variáveis quando associadas ao grupo que recebeu a tecnologia, destacando a influência do aplicativo no preparo para o parto vaginal humanizado. Conclui-se que a intervenção utilizada promoveu de forma positiva o aumento do nível de conhecimento, atitude e prática de gestantes adolescentes com relação ao preparo para o parto vaginal humanizado.
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MAYRA RUANA DE ALENCAR GOMES
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FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DO SONO E SONOLÊNCIA DIURNA EXCESSIVA EM GESTANTES ADOLESCENTES
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Orientador : ANDREA LEMOS BEZERRA DE OLIVEIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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ANDREA LEMOS BEZERRA DE OLIVEIRA
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POLIANA COELHO CABRAL
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VITÓRIA DE BARROS SIQUEIRA
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ALAINE SOUZA LIMA ROCHA
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ANNA MYRNA JAGUARIBE DE LIMA
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Data: 28/11/2022
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INTRODUÇÃO: A gestação e a adolescência são dois períodos da vida que compreendem profundas mudanças podendo interferir na qualidade e quantidade do sono. Vários são os fatores associados à qualidade do sono e seus transtornos na gestação de mulheres adultas, porém são escassos estudos que se proponham a investigar tais aspectos na população gestante adolescente. OBJETIVO: verificar a associação dos fatores sociodemográficos, antropométricos, obstétricos, de hábitos de vida e sintomas depressivos à qualidade do sono e sonolência diurna excessiva (SDE) em gestantes adolescentes. MÉTODOS: Foi realizado um estudo transversal com gestantes adolescentes com faixa etária de 10 a 19 anos, que realizavam pré-natal no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, no Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros, na Maternidade Professor Barros Lima e nas unidades do Distrito Sanitário III. A coleta de dados foi realizada no período de janeiro a dezembro de 2019. Foram excluídas gestantes que apresentaram dificuldade de compreensão que impossibilitasse a realização da avaliação e que realizavam atividades laborais com inversão de turno. A coleta de dados foi realizada por meio de questionário de avaliação individual estruturado, composto por dados sociodemográficos, antropométricos, obstétricos e de hábitos de vida. O Questionário de Atividade Física para Gestantes (QAFG), o Questionário de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI), a Escala de Sonolência de Epworth (ESE) e o Inventário de Depressão de Beck (IDB) também foram aplicados às voluntárias. Foram calculadas prevalências e possíveis associações através do teste Qui-Quadrado de Pearson ou exato de Fisher. A razão de chances (OR) foi calculada, com intervalo de confiança de 95%, para avaliar a associação entre as variáveis dependentes (qualidade do sono e sonolência diurna excessiva) e as variáveis independentes (dados sociodemográficos, antropométricos, obstétricos, hábitos de vida e sintomas depressivos). Em seguida foi realizada uma análise de regressão logística. RESULTADOS: Foram incluídas 386 gestantes com a média de idade de 17±2 anos. O perfil sociodemográfico observado foi de gestantes adolescentes em sua maioria estudantes (41%), que não trabalham (88,4%), com escolaridade entre 10 a 12 anos de estudo (49,5%), que moram com o parceiro (57,2%) e apresentam renda familiar entre 1 a 2 salários mínimos (47,7%). A maior parte das gestantes estava no segundo semestre gestacional (51,8%), apresentaram estado nutricional eutróficas (40,5%) e média de 10 ± 3 sintomas físicos gestacionais antes de dormir. Quanto ao padrão e higiene do sono, a maior parte das gestantes relatou fazer uso de eletrônicos antes de dormir (72,5%), consumir às vezes ou sempre café e/ou refrigerante antes de ir para a cama (50,8%), dormir mais de sete horas por noite (68,8%) e cochilar durante o dia (81,4%). A prevalência de má qualidade do sono foi de 67,5% e esteve relacionada com sintomas de depressão moderada a grave (OR=2,21; IC95% 1,27–3,85), escolaridade elevada (OR=2,26; IC95% 1,43–3,57) e a partir de dez sintomas físicos gestacionais (OR= 1,18; IC95% 1,10–1,27). A prevalência de SDE foi de 35,3% e mostrou estar relacionada com sintomas de depressão moderada a grave (OR=1,96; IC95% 1,06–3,65), trabalho (OR=1,92 IC95% 1,00–3,70) e a partir de dez sintomas físicos gestacionais (OR= 1,15; IC95% 1,07–1,24). Conclusão: O presente estudo verificou que gestantes adolescentes apresentam alta prevalência de má qualidade do sono e está relacionada a sintomas de depressão, escolaridade elevada e presença de sintomas físicos gestacionais. Já a SDE está relacionada a sintomas de depressão, trabalho e sintomas físicos gestacionais.
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INTRODUÇÃO: A gestação e a adolescência são dois períodos da vida que compreendem profundas mudanças que podem interferir na qualidade e quantidade do sono. Vários são os fatores associados à qualidade do sono e seus transtornos na gestação de mulheres adultas, porém são escassos estudos que se proponham a investigar as características do sono e seus fatores associados na população gestante adolescente. OBJETIVO: verificar a associação dos fatores sociodemográficos, antropométricos, obstétricos, de hábitos de vida e sintomas depressivos à qualidade do sono e sonolência diurna excessiva em gestantes adolescentes. MÉTODOS: Foi realizado um estudo transversal com gestantes adolescentes com faixa etária de 10 a 19 anos, que realizavam pré-natal no Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (CISAM), na Maternidade Professor Barros Lima e nas unidades do Distrito Sanitário III. A coleta de dados foi realizada no período de janeiro a dezembro de 2019. Foram incluídas 388 gestantes adolescentes, sendo excluídas duas gestantes que apresentaram dificuldade de compreensão que impossibilitasse a realização da avaliação e que realizavam atividades laborais com inversão de turno. A coleta de dados foi realizada por meio de questionário de avaliação individual estruturado, composto por dados sociodemográficos, antropométricos, obstétricos e de hábitos de vida. O Questionário de Atividade Física para Gestantes (QAFG), o Questionário de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI), a Escala de Sonolência de Epworth (ESE) e o Inventário de Depressão de Beck (IDB) também foram aplicados às voluntárias. RESULTADOS: A média de idade da amostra foi de 17±2 anos. A prevalência de má qualidade do sono foi de 67,5% e esteve relacionada com escolaridade elevada (OR=2,26), depressão moderada a grave (OR=2,21) e a presença de sintomas físicos gestacionais (OR=1,18). A prevalência de SDE foi de 35,3% e mostrou estar relacionada com trabalho (OR=1,96), sintomas de depressão moderada a grave (OR=1,97) e a presença de sintomas físicos gestacionais (OR=1,16). Conclusão: O presente estudo verificou alta prevalência de má qualidade do sono e está relacionada a escolaridade, depressão e presença de sintomas físicos gestacionais. Já a SDE está relacionada ao trabalho, depressão e sintomas físicos gestacionais.
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CAROLINE BUARQUE FRANCO DONZA
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EFEITOS DE TREINAMENTOS DE EXERCÍCIOS DE PILATES E DE PILATES ASSOCIADO AO MÉTODO BUTEYKO SOBRE O CONTROLE DA ASMA, QUALIDADE DE VIDA E FUNÇÃO RESPIRATÓRIA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM ASMA
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Orientador : DECIO MEDEIROS PEIXOTO
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MEMBROS DA BANCA :
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ANNA MYRNA JAGUARIBE DE LIMA
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CELSO RICARDO FERNANDES CARVALHO
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DANIELLA CUNHA BRANDAO
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DECIO MEDEIROS PEIXOTO
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EMANUEL SAVIO CAVALCANTI SARINHO
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Data: 16/12/2022
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A asma na infância manifesta-se como uma doença inflamatória trazendo repercussões sintomáticas, requerendo, além do tratamento medicamentoso, a presença de estratégias não farmacológicas. O objetivo do estudo foi avaliar os efeitos da aplicação isolada do Pilates e do seu emprego combinado com o Buteyko sobre o controle da asma, qualidade de vida e função respiratória de crianças e adolescentes com asma. O estudo foi do tipo controlado e com técnica randomizada. Foram recrutados 63 pacientes com diagnóstico de asma, na faixa etária dos 7 aos 13 anos, para participarem de 24 sessões de intervenção. Os pacientes foram alocados em três grupos: 12 participantes pertencentes ao grupo controle (GC), 18 ao grupo Pilates (GP) e 17 ao grupo Pilates com Buteyko (GPB). Os participantes foram avaliados quanto à função pulmonar, controle da asma, qualidade de vida (QV), qualidade e comportamento do sono e força muscular respiratória (FMR). A subdivisão quanto ao nível de controle da asma foi realizada para cada um dos três grupos. O projeto de pesquisa que resultou nesta tese foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco (parecer: 2.545.089) e registrado no Rebec (nº RBR-5hq3xh). Nos resultados, a comparação intragrupos apresentou evolução do nível de controle da asma para as intervenções do GP e do GPB. Houve evolução na pontuação dos questionários de qualidade de vida para os mesmos grupos. Quanto à qualidade do sono, a maior parte dos três grupos foi enquadrada na classificação de sono ruim nas duas avaliações. No comportamento do sono, apenas o GPB demonstrou melhoria no resultado geral do questionário (SBQ). Na FMR, as medições da Pimáx e Pemax alcançaram evoluções tanto no GP como no GPB. Na oscilometria de impulso, houve evolução nos parâmetros de resistência total das vias aéreas e resistência das vias aéreas centrais no GP. No GPB, houve evolução da reatância a 5 Hz (X5) no grupo de pacientes com asma não controlada. Como conclusão, observamos que a aplicação do Pilates e do Pilates associado com o Buteyko influenciou positivamente parâmetros como controle da asma, QV e a FMR dos pacientes. Por fim, na oscilometria, atestamos diminuição da R5 e R20 na intervenção com Pilates. Os achados deste estudo favorecem possíveis escolhas do Pilates e do Pilates associado ao Buteyko como técnicas para complementar tratamentos direcionados a crianças e adolescentes com asma. Esses achados também podem encorajar outras investigações acerca dos benefícios e da adequação de técnicas de exercícios físicos para o tratamento de crianças com asma.
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A asma é uma doença inflamatória que se manifesta frequentemente com repercussões sintomáticas, requerendo, além do tratamento medicamentoso, a inserção de estratégias não farmacológicas, como intervenções baseadas no método Pilates ou no treino da respiração pelo Buteyko, a fim de promover, além do controle da doença, melhorias na condição física e emocional dos pacientes. O objetivo do presente estudo foi o de avaliar os efeitos da aplicação isolada do Pilates e do seu emprego combinado com o Buteyko sobre o controle da asma, qualidade de vida e função respiratória de crianças e adolescentes com asma. O projeto de pesquisa que resultou nesta tese foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco (parecer: 2.545.089) e registrado no Rebec (nº RBR-5hq3xh). Foram recrutados 63 pacientes com diagnóstico de asma, na faixa etária dos 7 aos 13 anos, para participarem de 24 sessões de intervenção. Os pacientes foram alocados em três grupos: 12 participantes pertencentes ao grupo controle (GC), 18 ao grupo Pilates (GP) e 17 ao grupo Pilates com Buteyko (GPB). Os participantes foram avaliados quanto à função pulmonar, controle da asma, qualidade de vida (QV), qualidade e comportamento do sono e força muscular respiratória (FMR). A subdivisão quanto ao nível de controle da asma foi realizada para cada um dos três grupos. Os resultados indicaram evolução do nível de controle da asma no GP e no GPB para o c-ACT (p<0.001). Houve melhorias da QV para os participantes do GP (p=0.002). No grupo GPB, houve melhoria no escore total (p<0.001), bem como nos três subdomínios do questionário de qualidade de vida. Quanto à qualidade do sono, a maior parte dos três grupos foi enquadrada na classificação de sono ruim tanto na 1a avaliação como também na última. No GPB, os pacientes demonstraram melhoria (p=0.004) no resultado geral do questionário de comportamento do sono. Em relação ao GC, não foram encontradas mudanças nos questionários aplicados. Na FMR, houve melhoria da pressão inspiratória máxima (Pimax) (p<0.001) e da pressão expiratória máxima (Pemax) (p<0.001) no GP. No GPB também foram encontrados resultados significativos na Pimax (p<0.001) e na Pemax (p=0.001). Na oscilometria de impulso, houve evolução nos parâmetros de resistência total das vias aéreas (R5) e resistência das vias aéreas centrais (R20) (p=0.021, p=0.024, respectivamente) no GP. No GPB, houve evolução da reatância a 5 Hz (X5) (p=0.037) no grupo de pacientes com ANC. Como conclusão, observamos que a aplicação do Pilates e do Pilates associado com o Buteyko influenciou positivamente parâmetros como controle da asma e QV. As intervenções demonstraram influência positiva na FMR dos pacientes. Por fim, na oscilometria, atestamos diminuição da R5 e R20 na intervenção com Pilates. Os achados deste estudo favorecem possíveis escolhas do Pilates e do Pilates associado ao Buteyko como técnicas para complementar tratamentos direcionados a crianças e adolescentes com asma. Esses achados também podem encorajar outras investigações acerca dos benefícios e da adequação de técnicas de exercícios físicos e de fisioterapia respiratória para o tratamento de crianças com asma.
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LAUDILSE DE MORAIS SOUZA
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Prevalência de anemia e de insegurança alimentar em pré-escolares no contexto da pandemia de COVID-19: um estudo de base populacional
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Orientador : ALCIDES DA SILVA DINIZ
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MEMBROS DA BANCA :
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ILMA KRUZE GRANDE DE ARRUDA
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JOAO ARAÚJO BARROS NETO
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POLIANA COELHO CABRAL
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RISIA CRISTINA EGITO DE MENEZES
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THAYSA BARBOSA CAVALCANTE BRANDÃO
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Data: 16/12/2022
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A suspensão do ensino presencial em decorrência da necessidade de enfrentamento da pandemia de COVID-19 trouxe como consequência a interrupção do fornecimento das refeições no ambiente escolar. Neste contexto, decidiu-se estimar a prevalência de anemia de pré-escolares matriculados em Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) de Maceió-AL, caracterizar a sua gravidade a partir das concentrações de hemoglobina, contextualizar a anemia no panorama da segurança alimentar das famílias, identificar outros fatores associados à anemia nesse estrato populacional e o consumo de alimentos ultraprocessados a que ficaram expostos em seus domicílios. Trata-se de um estudo transversal com uma amostra aleatória selecionada por conglomerado envolvendo 243 crianças de 24 a 59 meses, matriculadas em período integral em CMEIs do município de Maceió-AL. Foram avaliadas as concentrações de hemoglobina, aferidos o peso e a estatura corporal, caracterizado o perfil socioeconômico-demográfico e de saúde, além do levantamento do consumo de alimentos ultraprocessados. A prevalência de anemia foi de 37,6% (IC95% 31,7-43,8), classificada como um problema de saúde pública moderado, de acordo com os critérios da Organização Mundial de Saúde. Tomando-se como base as concentrações de hemoglobina, 83,5% (IC95% 74,9-90,0) das crianças foram classificadas com anemia leve [Hb 9,00 g/dL a <11,00 g/dL], 15,4% (IC95% 9,1-23,8) com anemia moderada [Hb7,00 g/dL a < 9,00 g/dL] e 1,1% (IC95% 0,1-5,0) com anemia grave [Hb<7,00 g/dL]. O modelo de regressão de Poisson com variância robusta mostrou que o recebimento do auxílio emergencial durante a pandemia reduziu em cerca de 10% a prevalência de anemia [RP= 0,91 IC95% 0,84 – 0,99]. A insegurança alimentar atingiu 90% (IC95% 86,1-93,9) da população estudada, sendo 63,3% (IC95% 55,9-69,2) de insegurança leve, 23,3% (IC 95% 17,8-29,5) de insegurança moderada e 13,5% (IC95% 9,00-18,5) de insegurança grave. Na análise multivariada hierárquica as variáveis que se associaram à insegurança alimentar foram escolaridade materna, estado civil e falta de comida na pandemia. Observou-se que 34,9% (IC95% 28,8-41,0) das crianças apresentavam excesso de peso (somatório de risco de sobrepeso, sobrepeso e obesidade); desse total, 34,1% (IC95% 23,9-44,4) apresentavam anemia. O consumo diário de alimentos ultraprocessados, atingiu a prevalência de 10,6% (CI95% 6,7-14,6), e o semanal 66,68% (CI95%.60,8-82,8). O modelo de regressão de Poisson com variância robusta mostrou que o recebimento de doação de gêneros se manteve como fator de risco para o consumo de alimentos ultraprocessados (RP = 1,23; IC p = 0,01) e o aleitamento materno por um período menor de seis meses, se mostrou como um fator de proteção (RP = 0,85; IC p=0,04). Foram evidenciadas prevalências elevadas de insegurança alimentar e de anemia em pré-escolares. O auxílio emergencial constituiu num fator de proteção à anemia, indicando a importância desse benefício financeiro nesse período peculiar. As variáveis que se associaram à insegurança alimentar foram escolaridade, estado civil e falta de comida na pandemia. O consumo de alimentos ultraprocessados foi elevado. A doação de gêneros alimentícios se constituiu como fator de risco, enquanto a aleitamento materno por menos de seis meses, se mostrou como fator de proteção para o consumo de alimentos ultraprocessados.
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A suspensão do ensino presencial em decorrência da necessidade de enfrentamento da pandemia de COVID-19 trouxe como consequência a interrupção do fornecimento das refeições no ambiente escolar. Os pré-escolares e escolares submetidos a precárias condições socioeconômicas foram duplamente prejudicados, pois não puderam contar com a merenda escolar com regularidade, ao mesmo tempo em que ficaram expostos à escassez de alimentos em seus domicílios. Neste contexto, decidiu-se estimar a prevalência de anemia de pré-escolares matriculados em Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) de Maceió-AL, caracterizar a sua gravidade a partir das concentrações de hemoglobina, contextualizar a anemia no panorama da segurança alimentar das famílias e identificar outros fatores associados à anemia nesse estrato populacional. Trata-se de um estudo transversal com uma amostra aleatória selecionada por conglomerado envolvendo 243 crianças de 24 a 59 meses, matriculadas em período integral em CMEIs do município de Maceió-AL. Foram avaliadas as concentrações de hemoglobina, aferidos o peso e a estatura corporal, caracterizado o perfil socioeconômico-demográfico e de saúde, além do consumo alimentar. A prevalência de anemia foi de 37,6% (IC95% 31,7-43,8), classificada como um problema de saúde pública moderado, de acordo com os critérios da Organização Mundial de Saúde. Tomando-se como base as concentrações de hemoglobina, 83,5% (IC95% 74,9-90,0) das crianças foram classificadas com anemia leve [Hb 9,00 g/dL a <11,00 g/dL], 15,4% (IC95% 9,1-23,8) com anemia moderada [Hb7,00 g/dL a < 9,00 g/dL] e 1,1% (IC95% 0,1-5,0) com anemia grave [Hb<7,00 g/dL]. A insegurança alimentar atingiu 90% (IC95% 86,1-93,9) da população estudada, sendo 63,3% (IC95% 55,9-69,2) de insegurança leve, 23,3% (IC 95% 17,8-29,5) de insegurança moderada e 13,5% (IC95% 9,00-18,5) de insegurança grave. Observou-se que 34,9% (IC95% 28,8-41,0) das crianças apresentavam excesso de peso (somatório de risco de sobrepeso, sobrepeso e obesidade); desse total, 34,1% (IC95% 23,9-44,4) apresentavam anemia. O consumo de alimentos ultraprocessados atingiu 77,4% (IC95%72,1-82,8) (somatório da frequência diária e semanal). O estudo concluiu que os pré-escolares matriculados em CMEIs de Maceió-AL em tempo integral, afastados das atividades escolares por aproximadamente dois anos, em virtude da pandemia de COVID-19, apresentam uma dramática situação de vulnerabilidade social, agravada principalmente pelos fatores econômicos que comprometem diretamente a qualidade da alimentação, ocasionando efeitos deletérios importantes, tanto no status nutricional de ferro, quanto no energético-proteico nesse grupo populacional. O retorno integral das aulas presenciais com a consequente retomada da distribuição da merenda escolar pode mitigar a carência nutricional dessas crianças, amenizando um pouco a fome instituída pelo empobrecimento da população brasileira.
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