ABORDAGEM DE VOLUME E CAPACIDADE EM UMA COLEÇÃO DE LIVROS DIDÁTICOS: Uma Análise a Luz da Teoria Antropológica do Didático
Grandezas e Medidas. Livro Didático. Ensino Fundamental. Volume e Capacidade.
Esta dissertação teve como objetivo analisar a proposta de ensino das grandezas volume e
capacidade veiculada por coleções de livros didáticos do 1º ao 6º ano do ensino fundamental.
Foram utilizadas duas coleções de Livros Didáticos além de documentos oficiais de orientação
curricular, guias dos livros didáticos do Programa Nacional do Livro Didático dos anos de 2017
e 2019 para referência. As análises foram feitas sob a ótica da Teoria Antropológica do Didático
de Yves Chevallard, na adaptação para volume da abordagem da área como grandeza,
proveniente da hipótese didática formulada por Régine Douady e Marie-Jeanne Perrin-Glorian
e do ponto de vista da dimensionalidade do volume e capacidade. As categorias de análise foram
definidas e foi realizada uma modelação praxeológica dos capítulos e seções sobre capacidade
e volume dos livros. Como resultado, observou-se que as tarefas referentes à medida são
maioria, seguidas pelas tarefas de resolução de operações básicas e resolução de problemas.
Tarefas envolvendo comparação de volumes (ou de capacidades) e de produção de sólidos dado
o volume (ou a capacidade) são escassas ou até mesmo inexistentes em alguns livros analisados.
Constatou-se ambiguidades no tratamento dos conceitos de volume e capacidade, abordando
inúmeras vezes capacidade como volume e volume como capacidade, o que pode ser danoso
aos processos de ensino e de aprendizagem. As relações entre massa, volume e capacidade são
pouco abordadas. Muitas tarefas dos livros analisados relacionam estas grandezas a outros
campos do conhecimento e aos usos no dia a dia. Observou-se ainda uma evolução nos tipos de
tarefas propostos, nas técnicas associadas e na complexidade crescente nas relações com outras
grandezas. Os aspectos unidimensional e tridimensional das grandezas foram destacados nas
análises e percebeu-se que o volume em sua forma unidimensional e a capacidade foram
tratados nos primeiros livros enquanto a forma tridimensional foi deixada para os posteriores