Banca de DEFESA: DAYSE BIVAR DA SILVA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : DAYSE BIVAR DA SILVA
DATA : 14/06/2021
HORA: 14:00
LOCAL: Defesa realizada por meio de webconferência devido ao contexto da COVID-19
TÍTULO:

O contexto escolar na aprendizagem sobre gráficos para estudantes cegas dos anos iniciais


PALAVRAS-CHAVES:

Educação Estatística; Anos Iniciais; Estudantes Cegas; Ensino e Aprendizagem.


PÁGINAS: 113
RESUMO:

Vygotsky (1997) destaca que a cultura é a principal esfera em que é possivel compensar a defiência. Assim, é fundamental que sejam criadas novos instrumentos culturais que respeitem a singularidade do desenvolvimento cognitivo da pessoa com deficiência. Para Vygotsky (2011)  as crianças cegas podem se desenvolver e aprender como qualquer outra, desde que lhes sejam asseguradas as condições adequadas. É preciso termos em mente que as principais dificuldades não são necessariamente cognitivas e que o meio pode constituir-se na principal barreira que dificulda a construção de um novo caminho impedindo assim, o desenvolvimento da pessoa cega. Nesse sentido, acreditamos que estudantes dos anos iniciais de escolarização são capazes de compreender e analisar, de forma crítica, informações veiculadas em gráficos para tomar decisões a partir de suas conclusões, desde que o planejamento das aulas, a metodologia e os recursos didáticos utilizados atendam as especificidades desses estudantes. Entretanto, há uma escassez de estudos que investigam a compreensão dessas representações por estudantes cegos dos anos iniciais. Assim, esse estudo teve por objetivo analisar a compreensão de estudantes cegas dos anos iniciais do Ensino Fundamental em atividades de interpretação e construção de gráficos, considerando o contexto escolar. Como objetivos específicos buscamos compreender como o atendimento educacional especializado é realizado na escola e como este vem subsidiando professores para o ensino de representações em gráficos com estudantes cegos; Investigar como professores de sala comum trabalham com ensino de representações em gráficos para turmas que possuem estudantes cegos e, finalmente, investigar a aprendizagem de estudantes cegos resolvendo situações de interpretação de gráfico de barras e construção de pictogramas. Para contemplar esses objetivos, identificamos duas escolas da região metropolitana de Recife (Escola A e Escola B) que tinham estudantes cegas matriculadas. Em seguida, realizamos entrevistas com as professoras do AEE, observamos uma aula sobre gráficos ministrada por cada professora da sala comum, seguida de uma entrevista ao final da aula, e entrevistamos as estudantes cegas. Para esta entrevista com as estudantes cegas elaboramos, a partir de dados reais, quatro atividades envolvendo gráficos, sendo duas de interpretação de gráfico de barras e duas de construção de pictogramas. Para a realização das atividades de interpretação, disponibilizamos o gráfico de barras em alto relevo e em braille. Já para as atividades de construção de pictograma, disponibilizamos o ábaco de hastes verticais e uma placa de metal com ícones imantados. Nossos resultados revelam que a escola não está preparada para a inclusão. Apesar das professoras reconhecerem a importância da aprendizagem do conteúdo de gráficos pelas estudantes cegas e se mostrarem, de modo geral, empenhadas em viabilizar o acesso delas às representações gráficas, as mesmas carecem de uma prática pedagógica inclusiva para atender as singularidades das estudantes cegas em seu processo de aprendizagem, a fim de levá-las a participar ativamente das atividades desenvolvidas em sala de aula de forma mais autônoma possível. Acrescido a isso, o pouco domínio conceitual dos conceitos estatísticos e metodológicos, contribuiu no desenvolvimento de uma aula tradicional e não problematizadora, não favorecendo a aprendizagem das estudantes cegas. Esse dado evidencia a necessidade de investimentos na formação inicial e continuada dos professores da sala comum para que sejam levados a compreenderem conceitos estatísticos e a desenvolverem práticas pedagógicas inclusivas, garantindo a todos os estudantes o direito de aprender. O pouco conhecimento das estudantes sobre representações em gráficos ficou ainda mais evidente quando a pesquisadora propôs a realização das atividades de interpretação e construção de gráficos, individualmente, na sala de recursos multifuncionais. Entretanto, as estudantes apresentaram indícios de aprendizagens durante a entrevista com a pesquisadora, cuja mediação esteve centrada em associar a leitura tátil com a linguagem oral descritiva, permitindo que as estudantes cegas tivessem acesso às imagens e atribuísse significado a elas, a partir da fala descritiva. Além disso, a mediação realizada pela pesquisadora permitia reflexões, por parte das estudantes, sobre o que estava sendo realizado, o que também foi fundamental para favorecer a compreensão das representações gráficas. Assim, defendemos que estudantes cegas dos anos iniciais conseguem aprender sobre representações em gráficos se os professores do atendimento educacional especializado e a professora da sala comum desenvolverem um trabalho colaborativo atendendo cada um às suas atribuições. Além disso, é premente processos formativos de professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental sobre conhecimentos estatísticos e que os levem a atuar pedagogicamente em uma perspectiva inclusiva. Esses são fundamentais para que professores da sala comum tenham condições de desenvolver um ensino articulado, propondo atividades desafiadoras, envolvendo didáticas e materiais adequados que favoreçam a aprendizagem de todos os estudantes da turma.

 


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - CLELIA MARIA IGNATIUS NOGUEIRA
Externo à Instituição - EVANILSON LANDIM ALVES - UPE
Presidente - 1121255 - GILDA LISBOA GUIMARAES
Interna - 1196238 - JAQUELINE APARECIDA FORATTO LIXANDRAO SANTOS
Interno - 2891219 - JOSE IVANILDO FELISBERTO DE CARVALHO
Notícia cadastrada em: 24/05/2021 14:55
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