RECONFIGURAÇÃO DIGITAL DAS REDES MUNICIPAIS DE ENSINO:
movimentos institucionais, desafios e novos fazeres pedagógicos
Palavras-chave: tecnologias digitais. dinâmica e estrutura escolar. políticas públicas.
Este estudo é proposto com a intenção de analisar os movimentos de reestruturação
da incorporação das tecnologias digitais nos ambientes de aprendizagem, aos quais
chamamos de Reconfiguração Digital da escola e, em contexto mais amplo das
redes de ensino, tendo como força mobilizadora as experiências e vivências
construídas a partir do Ensino Remoto Emergencial. As opções que direcionam a
pesquisa reverberam dos princípios teóricos definidos no campo dos Estudos
Culturais, que fundamenta a compreensão sobre a dinâmica de um modelo de
sociedade com relações cada vez mais fluídas, fortemente influenciado pela cultura
digital e sucessivamente mais desigual. Nessa direção, foram definidos movimentos
metodológicos vinculados à proposta da pesquisa-ação, condição que também se
justifica por meio da intenção propositiva e profunda relação entre o pesquisador,
campos de intervenção/observação e sujeitos do estudo. A pesquisa parte das
limitações e fragilidades históricas na relação escola e tecnologias digitais, bem
como todos os efeitos associados a qualquer mudança produzida em um contexto
de crise generalizada, tendo suas respostas analisadas a partir de critérios
vinculados aos Ciclos de Codificação de Saldanã. Os resultados obtidos registram
as percepções de um dos momentos mais desafiadores da sociedade e os
desdobramentos imediatos na estrutura e dinâmica das redes de ensino, escolas e
salas de aula. Permitindo identificar redes que se destacaram na definição e
implementação de políticas públicas com potencial para impactar na Reconfiguração
Digital de suas unidades de ensino, assim como estabelecer critérios capazes de
orientar futuras intervenções. A escuta atenta dos professores produziu um
panorama das percepções individuais e coletivas sobre aspectos como formação
continuada, acompanhamento, alcance e vias de articulação entre segmentos da
comunidade escolar. Elementos que reforçam a urgência na ampliação do regime de
colaboração entre os entes federados, revisão dos processos de formação docente,
inicial e continuada, compromisso coletivo com a redução das desigualdades e
exclusão digital, além da criação de espaços permanentes para escuta da
comunidade escolar e valorização das suas vivências.