Autismo; Comunicação; Fonoaudiologia; Tecnologia Assistiva; Sistemas de Comunicação Alternativos e Aumentativos

O comprometimento na comunicação é uma característica central para o diagnóstico do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), além disso, destaca-se o déficit na interação social, fatores que podem acarretar atrasos no desenvolvimento ou mesmo a completa ausência da linguagem oral. As principais dificuldades linguísticas enfrentadas por crianças com TEA estão associadas a questões pragmáticas e à estruturação de narrativas, destacando-se a comunicação social como ponto nuclear dos prejuízos. Em face das circunstâncias comunicativas presentes neste grupo, faz se mister iniciar precocemente as intervenções fonoaudiológicas. Dentre as possibilidades de intervenção pode-se mencionar a Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA) como recurso terapêutico para o desenvolvimento das habilidades comunicativas, para esse fim, nesta pesquisa foi utilizado o Método DHACA Desenvolvimento das Habilidades da Comunicação no Autismo. Neste sentido, o Objetivo Geral desta pesquisa consistiu em avaliar as contribuições do Método DHACA no desenvolvimento da Comunicação Expressiva em crianças com Transtorno do Espectro do Autismo. DHACA. Método: Trata-se de uma pesquisa longitudinal, de série de casos, de natureza quantitativa. A amostra foi constituída por 12 crianças com Transtorno do Espectro do Autismo, com comunicação não verbal ou minimamente verbal, com nível de suporte 1 ou 2, sendo 10 crianças do sexo masculino e 2 crianças do sexo feminino, com faixa etária de 3 a 6 anos. Os dados da pesquisa foram obtidos a partir da análise de vídeos gravados de sessões de intervenção de cada criança em atividades lúdicas antes e após a utilização do Método DHACA. Foram realizadas 20 (vinte) sessões individuais de atendimento fonoaudiológico, durante nove meses. Resultados: Foi possível observar um avanço geral nas habilidades de comunicação expressiva após intervenção fonoaudiológica utilizando o Método DHACA. No que concerne ao perfil comunicativo, inicialmente, apenas duas crianças (16,6%) exibiam um padrão de comunicação minimamente verbal, enquanto dez crianças (83,3%) apresentavam um perfil não verbal. Após a intervenção, cinco crianças (41,6%) mantiveram um perfil comunicativo não verbal, enquanto sete crianças (58,3%) fizeram a transição para um perfil comunicativo verbal. Além da produção de fala, ocorreu uma redução nos aspectos da linguagem não funcional e foi constatado a produção de frases com uso de CAA, o uso de 9 expressões sociais, demonstrando um aumento na comunicação expressiva funcional. Conclusão: Evidenciou-se evolução no desenvolvimento da comunicação expressiva das crianças, tanto por meio do uso do livro de comunicação quanto pela fala, após a intervenção com o Método DHACA.