COMO OS GOVERNADORES GERENCIAM SUAS COALIZÕES (1995-2010)
Coalizões; Governos estaduais; partidos; secretarias
Como a fragmentação partidária afeta o funcionamento das coalizões estaduais?
Apesar de cientistas políticos debruçarem-se sobre relações Executivo-Legislativo no âmbito
federal, a produção acadêmica sobre os estados é relativamente pequena em comparação
àquela. Ademais, o cenário subnacional oferece um verdadeiro laboratório para o assunto:
além da variação temporal, há variação de partidos, número de secretarias e de Assembleias
Legislativa para os 26 estados e o Distrito Federal.
A proposta desta pesquisa é, portanto, contribuir para o debate atual, com atenção ao
nível estadual. Por isso, a literatura do nível federal é mobilizada como ponto de partida,
usando-se conceitos como fragmentação partidária (LAAKSO e TAAGEPERA, 1979)
coalescência dos gabinetes (AMORIM NETO, 2000), número de partidos na coalizão
(BERTHOLINI e PEREIRA, 2017) e heterogeneidade ideológica (POWER e ZUCCO,
2009). Isto posto, o objetivo principal é analisar o efeito da fragmentação partidária nas três
outras variáveis: coalescência dos gabinetes, número de partidos na coalizão e distância
ideológica dentro da coalizão.
Valendo-se das variáveis mencionadas, este trabalho sustenta as hipóteses de que
quanto maior a fragmentação partidária, menor a coalescência e maiores o número de
partidos na coalizão e a heterogeneidade ideológica. Metodologicamente, utiliza-se estatística
descritiva e regressão em painel mobilizando dados do CEPESP DATA, do Tribunal Superior
Eleitoral, do IBGE e do projeto Brazilian Legislative Survey, de Power e Zucco (2009).