Dissertações/Teses

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2025
Dissertações
1
  • ALAN CAVALCANTI DE MELO
  • O povo contra o autoritarismo: governantes antidemocráticos e apoio à democracia 

  • Orientador : MARCUS ANDRE BARRETO CAMPELO DE MELO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCUS ANDRE BARRETO CAMPELO DE MELO
  • BERNARDO PINHEIRO MACHADO MUELLER
  • CARLOS EDUARDO FERREIRA PEREIRA FILHO
  • Data: 18/02/2025

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  • Esta dissertação testará a hipótese de que ações antidemocráticas de governantes afetam os níveis de

    apoio à democracia na opinião pública. O mecanismo proposto argumenta que cidadãos percebem e

    reagem a ameaças à democracia. Metodologicamente, o desenho de pesquisa combina dados do

    V-Dem e do Dataset of Democratic Satisfaction em uma base de dados de 141 países entre 1988 e

    2020 e realiza dois testes diferentes: o primeiro de efeitos principais utilizará a técnica de matching

    para dados em painel para estimar o efeito de incidências de ações democráticas no apoio

    subsequente a democracia na opinião pública. O segundo teste, por sua vez, utilizará regressão para

    dados em painel (two-way fixed effects) para testar o efeito de um indicador contínuo de

    comportamento antidemocrático nos níveis de apoio à democracia na opinião pública moderados

    pela experiência democrática dos países. Os resultados desta pesquisa sugerem efeitos diretos

    positivos e indistinguíveis de zero no curto prazo da incidência de ações antidemocráticas de

    extensão de poder no apoio à democracia. O comportamento antidemocrático, no entanto, provoca

    efeitos heterogêneos significativos no apoio à democracia quando interage com a experiência

    democrática.


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  • Esta dissertação testará a hipótese de que ações antidemocráticas de governantes afetam os níveis de

    apoio à democracia na opinião pública. O mecanismo proposto argumenta que cidadãos percebem e

    reagem a ameaças à democracia. Metodologicamente, o desenho de pesquisa combina dados do

    V-Dem e do Dataset of Democratic Satisfaction em uma base de dados de 141 países entre 1988 e

    2020 e realiza dois testes diferentes: o primeiro de efeitos principais utilizará a técnica de matching

    para dados em painel para estimar o efeito de incidências de ações democráticas no apoio

    subsequente a democracia na opinião pública. O segundo teste, por sua vez, utilizará regressão para

    dados em painel (two-way fixed effects) para testar o efeito de um indicador contínuo de

    comportamento antidemocrático nos níveis de apoio à democracia na opinião pública moderados

    pela experiência democrática dos países. Os resultados desta pesquisa sugerem efeitos diretos

    positivos e indistinguíveis de zero no curto prazo da incidência de ações antidemocráticas de

    extensão de poder no apoio à democracia. O comportamento antidemocrático, no entanto, provoca

    efeitos heterogêneos significativos no apoio à democracia quando interage com a experiência

    democrática.

2
  • RENATA PATRICIA SILVA MORAES
  • OS DESCENDENTES DO DRAGÃO MOSTRAM A FACE: DIPLOMACIA DA SAÚDE CHINESA E NARRATIVA SOBRE HUMILHAÇÃO NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS DURANTE OS GOVERNOS DE HU JINTAO E XI JINPING

  • Orientador : RAFAEL MESQUITA DE SOUZA LIMA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAFAEL MESQUITA DE SOUZA LIMA
  • RENAN HOLANDA MONTENEGRO
  • CHRISTINE PAULETTE YVES RUFINO DABAT
  • Data: 24/02/2025

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  • Considerando o papel das narrativas históricas e das emoções estatais nas relações produzidas pelas sociedades no ambiente internacional, esta pesquisa investiga como os danos à honra e ao status chineses ocorridos durante o Século da Humilhação (1839–1949) são apresentados pelo governo do Partido Comunista Chinês como motivadores de sua agenda diplomática internacional. A análise concentra-se nos governos de Hu Jintao e Xi Jinping, abrangendo o período de 2000 a 2024, com ênfase no papel da Diplomacia Global de Saúde nesse processo. Primeiramente, explora-se a relevância da moral e da honra na cultura chinesa — representadas pelo conceito de “face” (面子, miànzi) — e como essas dimensões foram abaladas pelas práticas estrangeiras durante o Século da Humilhação, período em que a civilização chinesa sofreu graves danos territoriais e humanos, além da perda de soberania e do tratamento desigual frente à reputação que o Império considerava perante os demais Estados e civilizações. Esses elementos iniciais, detalhados nos primeiros capítulos submetidos à qualificação, fundamentam a discussão posterior, que aborda como a China compreende e pratica a diplomacia de saúde (especialmente entre as décadas de 1950 e 1990) e a maneira pela qual a epidemia de HIV/AIDS significou um ponto de mutação em sua governança tanto internamente quanto em sua política externa. No capítulo final, analisa-se a atuação dos governos Hu e Xi na diplomacia global de saúde, bem como os impactos da pandemia de Covid-19, que reacenderam traumas e desafios à “face” chinesa. Metodologicamente, adotam-se a Análise de Discurso e a Análise de Conteúdo, baseadas em discursos de lideranças governamentais, produções oficiais do governo chinês, reportagens e bibliografia especializada.


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  • Considerando o papel das narrativas históricas e das emoções estatais nas relações produzidas pelas sociedades no ambiente internacional, esta pesquisa investiga como os danos à honra e ao status chineses ocorridos durante o Século da Humilhação (1839–1949) são apresentados pelo governo do Partido Comunista Chinês como motivadores de sua agenda diplomática internacional. A análise concentra-se nos governos de Hu Jintao e Xi Jinping, abrangendo o período de 2000 a 2024, com ênfase no papel da Diplomacia Global de Saúde nesse processo. Primeiramente, explora-se a relevância da moral e da honra na cultura chinesa — representadas pelo conceito de “face” (面子, miànzi) — e como essas dimensões foram abaladas pelas práticas estrangeiras durante o Século da Humilhação, período em que a civilização chinesa sofreu graves danos territoriais e humanos, além da perda de soberania e do tratamento desigual frente à reputação que o Império considerava perante os demais Estados e civilizações. Esses elementos iniciais, detalhados nos primeiros capítulos submetidos à qualificação, fundamentam a discussão posterior, que aborda como a China compreende e pratica a diplomacia de saúde (especialmente entre as décadas de 1950 e 1990) e a maneira pela qual a epidemia de HIV/AIDS significou um ponto de mutação em sua governança tanto internamente quanto em sua política externa. No capítulo final, analisa-se a atuação dos governos Hu e Xi na diplomacia global de saúde, bem como os impactos da pandemia de Covid-19, que reacenderam traumas e desafios à “face” chinesa. Metodologicamente, adotam-se a Análise de Discurso e a Análise de Conteúdo, baseadas em discursos de lideranças governamentais, produções oficiais do governo chinês, reportagens e bibliografia especializada.

3
  • RENNAN PASTICH LOUREIRO
  •  Do Pós-Guerra à Pandemia: A Construção da Agenda de Saúde Global na Assembleia Geral da ONU

  • Orientador : RAFAEL MESQUITA DE SOUZA LIMA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAFAEL MESQUITA DE SOUZA LIMA
  • MARCELO DE ALMEIDA MEDEIROS
  • THALES LEONARDO DE CARVALHO
  • Data: 25/02/2025

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  • Este estudo busca identificar e analisar as principais prioridades temáticas de saúde na Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) e sua evolução histórica entre 1946 e 2023. Para isso, foram utilizadas análise de redes, análise de clusters e um dicionário de palavras-chave, a fim de explorar a estrutura das redes de citação das resoluções da AGNU. A pesquisa examinou 2.078 resoluções sobre saúde, identificadas dentro de um universo de 19.281 resoluções. A seleção de palavras-chave mapeou os documentos mais relevantes, enquanto um algoritmo de detecção de clusters permitiu analisar a distribuição temática. A segmentação dos clusters possibilitou estruturar as principais discussões de saúde dentro da AGNU. A análise identificou cinco eixos temáticos para uma investigação histórica detalhada: pessoas com deficiência (PCD), desenvolvimento sustentável e saúde, direitos humanos e saúde, pessoas idosas e os efeitos da radiação atômica. Os resultados indicaram que a evolução da agenda de saúde na AGNU pode ser dividida em três fases históricas; 1946–1970: Dificuldades na implementação dos princípios das cartas fundamentais da ONU; 1970–1990: Expansão da agenda de saúde para agendas específicas; 1990 até os dias atuais: Saúde centrada no indivíduo e desenvolvimento sustentável. Também fora identificado que essas discussões estão organizadas em dois tipos de clusters: grandes e pequenos. O estudo reforça a importância da análise de redes como ferramenta para compreender prioridades temáticas e tendências nas discussões sobre saúde em organismos internacionais.


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  • Este estudo busca identificar e analisar as principais prioridades temáticas de saúde na Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) e sua evolução histórica entre 1946 e 2023. Para isso, foram utilizadas análise de redes, análise de clusters e um dicionário de palavras-chave, a fim de explorar a estrutura das redes de citação das resoluções da AGNU. A pesquisa examinou 2.078 resoluções sobre saúde, identificadas dentro de um universo de 19.281 resoluções. A seleção de palavras-chave mapeou os documentos mais relevantes, enquanto um algoritmo de detecção de clusters permitiu analisar a distribuição temática. A segmentação dos clusters possibilitou estruturar as principais discussões de saúde dentro da AGNU. A análise identificou cinco eixos temáticos para uma investigação histórica detalhada: pessoas com deficiência (PCD), desenvolvimento sustentável e saúde, direitos humanos e saúde, pessoas idosas e os efeitos da radiação atômica. Os resultados indicaram que a evolução da agenda de saúde na AGNU pode ser dividida em três fases históricas; 1946–1970: Dificuldades na implementação dos princípios das cartas fundamentais da ONU; 1970–1990: Expansão da agenda de saúde para agendas específicas; 1990 até os dias atuais: Saúde centrada no indivíduo e desenvolvimento sustentável. Também fora identificado que essas discussões estão organizadas em dois tipos de clusters: grandes e pequenos. O estudo reforça a importância da análise de redes como ferramenta para compreender prioridades temáticas e tendências nas discussões sobre saúde em organismos internacionais.

4
  • EVELINE CLEIDE DOS SANTOS
  • O TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL E A PREVENÇÃO DE CRIMES: AS FERRAMENTAS DE DISSUASÃO E SUAS IMPLICAÇÕES

  • Orientador : ANDREA QUIRINO STEINER
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDREA QUIRINO STEINER
  • ELIA ELISA CIA ALVES
  • MIGUEL MIKELLI LUCAS ALVES RIBEIRO
  • Data: 26/02/2025

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  • O Tribunal Penal Internacional (TPI) investiga crimes que são considerados os mais graves a atingir a Comunidade Internacional: genocídio, crimes de guerra, crimes contra a humanidade e crimes de agressão. Com o intuito de evitar a recorrência desses delitos, a corte utiliza-se de ferramentas de dissuasão que visam a diminuição das infrações. O objetivo geral desta pesquisa é investigar as ferramentas utilizadas pelo tribunal, com foco especial no Programa Outreach. Ainda, buscamos analisar como a literatura específica interpreta a cooperação dos Estados-parte em prevenir os crimes constantes no Tratado de Roma. Metodologicamente, realizaremos uma análise qualitativa baseada em um estudo de caso múltiplo comparativo, com foco nas guerras civis ocorridas após a criação do TPI, em 2002, utilizando análise documental e abordagem descritivo-exploratória.


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  • O Tribunal Penal Internacional (TPI) investiga crimes que são considerados os mais graves a atingir a Comunidade Internacional: genocídio, crimes de guerra, crimes contra a humanidade e crimes de agressão. Com o intuito de evitar a recorrência desses delitos, a corte utiliza-se de ferramentas de dissuasão que visam a diminuição das infrações. O objetivo geral desta pesquisa é investigar as ferramentas utilizadas pelo tribunal, com foco especial no Programa Outreach. Ainda, buscamos analisar como a literatura específica interpreta a cooperação dos Estados-parte em prevenir os crimes constantes no Tratado de Roma. Metodologicamente, realizaremos uma análise qualitativa baseada em um estudo de caso múltiplo comparativo, com foco nas guerras civis ocorridas após a criação do TPI, em 2002, utilizando análise documental e abordagem descritivo-exploratória.

5
  • CAROLINA GABRIELA DOLLEANS
  • Padrões de populismos conservadores: uma análise comparativa dos tweets e programas de Marine Le Pen e Jair Bolsonaro

  • Orientador : DIOGO ARRUDA CARNEIRO DA CUNHA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DIOGO ARRUDA CARNEIRO DA CUNHA
  • DALSON BRITTO FIGUEIREDO FILHO
  • ERNANI RODRIGUES DE CARVALHO NETO
  • IAN REBOUÇAS BATISTA
  • ODILON CALDEIRA NETO
  • Data: 27/02/2025

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  • Quais são as semelhanças e diferenças entre Jair Bolsonaro e Marine Le Pen? Ambos são frequentemente classificados como populistas de extrema-direita, mas pertencem a contextos políticos e históricos distintos. Enquanto Marine Le Pen representa o arquétipo da extrema-direita populista europeia, Bolsonaro, apesar de compartilharem algumas características, é um outlier dentro desse espectro na América Latina. Ainda assim, seus desempenhos eleitorais os inserem na mesma onda global de populismo conservador. Esta dissertação tem como objetivo identificar convergências e divergências entre os dois líderes. Inicialmente, será realizada uma revisão bibliográfica para definir as características do populismo conservador e justificar a classificação de cada um dentro desse campo político. Em seguida, serão analisados os contextos políticos, históricos e sociais da França e do Brasil, destacando como Marine Le Pen representa uma continuidade e Jair Bolsonaro uma ruptura. Além disso, a pesquisa adotará técnicas computacionais de análise textual para examinar, de maneira exploratória, os tweets publicados por ambos durante suas campanhas eleitorais, buscando identificar padrões e semelhanças discursivas. O objetivo final é compreender os fatores que contribuíram para a vitória de Bolsonaro e as sucessivas derrotas de Le Pen, oferecendo insights sobre os desafios e as possibilidades da ascensão da candidata ao poder no futuro.


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  • Quais são as diferenças e semelhanças entre Jair Bolsonaro e Marine Le Pen? Partindo do pressuposto que Marine Le Pen e Jair Bolsonaro pertencem ambos ao campo dos populistas de extrema-direita, pretendemos verificar o que os tornam semelhantes e o que os diferencia. Marine Le Pen é o arquétipo da extrema-direita populista europeia, ao passo que Jair Bolsonaro, apesar de já ser qualificado como tal, constitui um outlier deste campo na América Latina. No entanto, seus resultados eleitorais – Bolsonaro eleito presidente e Le Pen por duas vezes consecutivas segunda colocada nas eleições presidenciais francesas – os colocam nessa mesma onda global de populismo autoritário-conservador. Começaremos destacando as características do populismo autoritário-conservador, justificando o pertencimento de cada um a esse campo político a partir de uma revisão bibliográfica. Em seguida, estudaremos os contextos político e histórico de cada país, para explicar por que Marine Le Pen representa uma continuidade e Jair Bolsonaro uma ruptura. Enfim, com técnicas computacionais de análise de texto como dado, efetuarei uma comparação entre os tweets que cada candidato emitiu durante sua campanha de maneira exploratória para extrair semelhanças discursivas entre os dois líderes. Como resultado desta pesquisa, esperamos fornecer elementos explicativos da vitória de Jair Bolsonaro e das derrotas de Marine Le Pen.

6
  • MIDIÃ CONCEIÇÃO CAVALCANTE SILVA
  • DILEMA ENTRE DEMOCRACIA E ESTABILIDADE: PRIORIDADES ESTRATÉGICAS DA UNIÃO EUROPEIA NA VIZINHANÇA

  • Orientador : RODRIGO BARROS DE ALBUQUERQUE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CAIRO GABRIEL BORGES JUNQUEIRA
  • RAFAEL MESQUITA DE SOUZA LIMA
  • RODRIGO BARROS DE ALBUQUERQUE
  • Data: 28/02/2025

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  • Quais fatores explicam a preferência da União Europeia (UE) por estabilidade autoritária em detrimento de uma mudança democrática em sua vizinhança? Esta dissertação lança luz sobre o que se entende como um dilema entre objetivos de promoção da democracia e de estabilidade, um tópico ainda pouco explorado. Embora a promoção da democracia seja considerada um elemento central da agenda externa da UE, as preocupações com estabilidade regional tiveram precedência nas decisões do bloco. Como resultado, a UE frequentemente apoiou a manutenção do status quo político em vez de encorajar transições democráticas, especialmente em contextos onde a democratização foi percebida como uma ameaça à segurança regional e às alianças estratégicas com os regimes incumbentes. A partir de uma análise qualitativa comparativa com conjuntos fuzzy (fsQCA), a dissertação investiga como os níveis de liberalização política, estabilidade política e segurança energética no país-alvo influenciaram as estratégias de promoção da democracia da UE para os Estados incluídos na Política Europeia de Vizinhança (PEV). Os achados revelam que a estabilidade política é o fator mais relevante para justificar as preferências do bloco.


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  • Quais fatores explicam a preferência da União Europeia (UE) por estabilidade política em vez de uma mudança democrática na sua vizinhança? Este projeto de pesquisa lança luz sobre o que se entende como um conflito entre objetivos de promoção da democracia e de estabilidade na política externa da UE, um tópico ainda pouco explorado. A literatura aponta que, apesar de a democracia ser um dos valores fundamentais do bloco, preocupações de estabilidade tiveram precedência em suas ações de política externa. Para responder à pergunta, o trabalho se valerá de uma análise qualitativa multivalorada (multi-value QCA) dos 16 países inclusos na Política Europeia de Vizinhança (PEV). Três condições causais serão examinadas: a) a liberalização política no país alvo, b) a estatalidade no país alvo e c) a interdependência econômica entre o país alvo e a UE. A combinação entre níveis reduzidos de liberalização política e de estatalidade no país alvo é condição suficiente para a preferência da UE por estabilidade política. Uma baixa interdependência econômica, contudo, não é condição necessária, tampouco suficiente.

7
  • GEORGIA MOREIRA RIBEIRO
  • Politicas ambientais vistas de cima: uma aplicação do IAD framework para caracterização da política ambiental do Senado Federal brasileiro (2011-2019)

  • Orientador : ANDREA QUIRINO STEINER
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDREA QUIRINO STEINER
  • ANA KARINE PEREIRA
  • LUCIANA PAZINI PAPI
  • Data: 26/05/2025

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  • Como se caracteriza a produção legislativa do Senado Federal quanto à questão ambiental? O
    trabalho incorpora a diversidade de elementos históricos e relativos à atuação dos atores
    envolvidos na produção de políticas públicas ambientais. O objetivo foi descrever a agenda do
    Senado Federal, sobre esta temática, no contexto mais amplo do país. O trabalho inicia
    realizando uma revisão da literatura sobre as políticas ambientais brasileiras, com ênfase nas
    legislações. Em termos teóricos, se apoia majoritariamente da teoria institucionalista,
    enquanto que, empiricamente e de maneira abrangente, se utiliza do IAD framework
    (Institutional Analysis and Development). Metodologicamente, utiliza-se da análise de dados
    exploratória e modelagem de tópicos com algoritmo de aprendizagem de máquina para
    mapear o conteúdo das proposições de projetos de lei, de autoria dos senadores, realizadas nas
    54a e 55a legislaturas do Senado Federal. O trabalho apresenta uma caracterização da agenda
    fundamentada em nove subtemas ambientais, sendo Recursos Hídricos o tema mais saliente
    no período analisado. Projetos de lei que propõem alterações também predominam entre as
    iniciativas legislativas, em comparação às proposições que criam novas leis. Já o IAD
    framework se constitui como um arcabouço versátil para investigar políticas públicas relativas
    a dilemas de ação coletiva que dispõem de elementos multidisciplinares, como é o caso das
    políticas ambientais.


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  • Como se caracteriza a produção legislativa do Senado Federal quanto à questão ambiental? No país que abriga 12% da água doce e a maior biodiversidade do planeta, poucos estudos reúnem informações para responder a pergunta anterior, sendo assim um alerta para a  incompreensão sobre políticas públicas ambientais do Brasil. Os assuntos abordados pela agenda política são reflexos da importância atribuída a eles pelos atores envolvidos no momento de sua formulação. Diante disso, este trabalho desenvolve uma análise exploratória da produção legislativa do Senado Federal durante as 54ª e 55ª legislaturas, em busca dos elementos técnicos e políticos que definem a agenda ambiental da câmara alta brasileira segundo a literatura de policy agenda setting. A produção legislativa foi mensurada a partir dos projetos de lei (PLs) de autoria dos senadores, coletados no Portal de Dados Abertos do Senado Federal. Com o uso de algoritmos de aprendizagem de máquina não-supervisionados e estatísticas descritivas, espera-se classificar os PLs em subtópicos temáticos e desenvolver uma descrição associativa da agenda do Senado em três dimensões: dos problemas, dos atores e das condições. Os resultados visam ampliar a compreensão de como a câmara alta brasileira tem atuado para solucionar os problemas ambientais.


8
  • ANA LUÍSA LEITE DE ARAÚJO MARQUES
  • O PAPEL DOS INCUMBENTES NAS REPRESENTAÇÕES DE PROPAGANDA DAS ELEIÇÕES 2020 EM PERNAMBUCO

  • Orientador : GABRIELA DA SILVA TAROUCO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GABRIELA DA SILVA TAROUCO
  • JORGE HENRIQUE OLIVEIRA DE SOUZA GOMES
  • ANDREIA REIS DO CARMO
  • ENEIDA DESIREE SALGADO
  • FELIPE DE MORAES BORBA
  • Data: 03/06/2025

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  • Como as candidaturas à reeleição acionam a Justiça Eleitoral quanto à propaganda eleitoral? Este trabalho analisa o pleito de 2020, no âmbito judicial, investigando a participação das candidaturas majoritárias incumbentes em processos relacionados à propaganda eleitoral, tanto nas zonas eleitorais quanto no Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco.
    Busca-se, assim, contribuir para a literatura sobre o tema, seja no tocante ao comportamento decisório e dos litigantes, quanto à governança eleitoral, ou no papel da Justiça Eleitoral como indispensável à concretização da democracia. O recorte temporal são as eleições municipais de 2020, que marcaram a primeira adjudicação totalmente informatizada, conduzida através do processo judicial eletrônico (PJe).
    O objetivo desta pesquisa é analisar o comportamento de litigantes incumbentes envolvidos nas representações de propaganda: I. Incumbentes ingressam com representações de propaganda com mais frequência do que os não incumbentes; II. Incumbente obtêm resultados mais favoráveis na Justiça que os não incumbentes; III. Verificar se há associação entre o nível de gastos com advogado e o sucesso judicial das ações, comparando incumbentes e não incumbentes.
    O trabalho utiliza estatística descritiva já que considera uma única eleição para o estudo e lança mão de testes de hipóteses para avaliar os resultados. Nestes termos os resultados alcançados demonstram que: I- Os incumbentes demandam mais judicialmente, II – Os incumbentes obtêm resultados mais favoráveis no primeiro grau de jurisdição que os desafiantes, III – Observou-se uma associação positiva fraca e significativa entre gastos e sucesso judicial entre incumbente, mas nenhuma significância estatística entre não incumbentes.


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  • Os incumbentes são recompensados pela judicialização da propaganda? O objetivo deste trabalho é examinar se o sucesso eleitoral daqueles que tentam a reeleição está conectado à diminuição da propaganda política, por via judicial, de seus adversários. A hipótese é de que sim: os incumbentes que impõem maiores restrições de propaganda aos desafiantes judicialmente aumentam seu desempenho eleitoral. Para isso serão utilizados dados das eleições majoritárias municipais de Pernambuco entre 2017 e o presente momento. A análise dos bancos de dados criados utilizará estatísticas descritivas e modelos de regressão.

9
  • CLARA BARROS MENDES CANTALICE
  • Tratados ambientais e sua eficacia para a conservacao marinha no Brasil: um estudo de caso sobre a Convencao sobre Preparo, Resposta e Cooperacao em Caso de Poluicao por Oleo (1998-2022)

  • Orientador : ANDREA QUIRINO STEINER
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDREA QUIRINO STEINER
  • CHRISTIAN BRANNSTROM
  • MAGNO KLEIN SILVA
  • Data: 20/06/2025

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  • Considerando os derramamentos de petróleo na costa do Brasil em 2019 e seu impacto social e ambiental, juntamente com a resposta tardia do governo federal, é cada vez mais relevante estudar os mecanismos internacionais para evitar situações semelhantes. Este estudo busca responder à seguinte pergunta: a Convenção
    Internacional sobre Preparação, Resposta e Cooperação para a Poluição por Óleo (1990) tem sido eficaz no Brasil (1998-2022)?. Assim, observou-sea jornada de implementação no país para avaliar sua eficácia, utilizando as técnicas sugeridas pela literatura. Para tal, o estudo utiliza a análise contrafactual com base em três grupos de
    variáveis independentes. A dissertação contribuiu para a literatura sobre a eficácia do regime e, ao mesmo tempo, ajuda a entender a dinâmica política em torno da prevenção e da resposta a derramamentos de petróleo por meio de um regime de performance mista.

     


  • Mostrar Abstract
  • Considerando os recentes derramamentos de oleo na costa brasileira e seu impacto social e ambiental, alem da resposta tardia do governo federal, e cada vez mais relevante estudar os mecanismos internacionais para prevenir outras situacoes semelhantes. Este estudo busca responder a seguinte questao: a Convencao sobre Preparo, Resposta e Cooperacao em Caso de Poluitcao por Oleo tem sido eficaz no Brasil (1998-2011)? Assim, objetiva observar a trajetoria de implementacao do pais a fim de avaliar sua eficacia, usando as tecnicas sugeridas por Miles et al. (2002). Para tal, o estudo usara analise contrafactual, baseada em tres grupos de variaveis independentes (considerando a eficacia como variavel dependente). A ideia e contribuir para a literatura sobre eficacia dos regimes, e ao mesmo tempo ajudar a compreender a dinanica politica relacionada a prevencao e resposta a derramamentos de oleo.

10
  • JOSE LUIZ ALVES DOS SANTOS
  • A Racialização das Atitudes Punitivistas no Brasil 

  • Orientador : NARA DE CARVALHO PAVAO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • NARA DE CARVALHO PAVAO
  • JOSÉ TELES MENDES
  • LUCIO REMUZAT RENNO JUNIOR
  • Data: 29/06/2025

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  • Evidências na literatura internacional de ciência política sugerem que existem diferenças
    significativas na forma como os grupos sociais se posicionam em relação às estratégias
    de combate ao crime. Enquanto os negros tendem a apoiar medidas restaurativas, os
    brancos demonstram maior favorabilidade em relação às medidas punitivas. Embora haja
    uma série de estudos que confirmem que a raça é um fator que influencia as preferências
    dos indivíduos por políticas de segurança, a maioria desses achados está concentrada na
    realidade norte-americana. Para testar esse argumento em um contexto onde as relações
    raciais são consideradas complexas e os custos da adoção de medidas repressivas recaem
    principalmente sobre grupos sociais marginalizados, a presente dissertação busca responder
    à seguinte pergunta de pesquisa: há disparidades raciais nas atitudes punitivistas no Brasil?
    Com esse objetivo, foi desenvolvida uma estratégia empírica baseada na análise de mais
    de dez bases de dados de pesquisas de opinião pública nacionais, que incluíam perguntas
    capazes de mensurar o punitivismo da população brasileira em três dimensões: apoio à
    pena de morte para acusados de assassinato, apoio à redução da maioridade penal e apoio
    a práticas de violência policial. Os resultados indicam que o efeito da raça sobre essas
    atitudes é heterogêneo e sensível à dimensão analisada. A identidade racial se mostrou uma
    variável preditiva relevante na rejeição da violência policial como estratégia de segurança,
    mas não apresentou efeitos estatisticamente significativos sobre o apoio à pena de morte
    ou à redução da maioridade penal. Por outro lado, o gênero se mostrou a variável mais
    robusta para explicar atitudes punitivas no Brasil, com as mulheres apresentando oposição
    mais consistente às diversas formas de endurecimento penal. A orientação ideológica,
    a percepção de insegurança e a condição econômica pessoal também contribuíram para
    explicar variações nas atitudes punitivistas, ainda que com menor impacto e de forma mais
    específica a cada modelo. Tais resultados são relevantes porque sinalizam que, na realidade
    brasileira, o papel da raça nesse tipo de posicionamento não pode ser compreendido de
    forma unidimensional, revelando a necessidade de abordagens analíticas mais refinadas e
    sensíveis às especificidades de cada tipo de política penal. Além de ampliar a compreensão
    sobre os fatores que moldam a preferência pelo punitivismo numa democracia violenta, o
    estudo também contribui para o fortalecimento da ciência política brasileira ao aprofundar
    o debate sobre a centralidade da raça na formação das atitudes políticas no país.


  • Mostrar Abstract
  • Evidências na literatura internacional de ciência política sugerem que existem diferenças significativas na forma como os grupos sociais se posicionam em relação às estratégias de combate ao crime. Enquanto os negros tendem a apoiar medidas restaurativas na segurança, como investimentos em políticas sociais, os brancos demonstram maior favorabilidade em relação às medidas punitivas. Embora haja uma série de estudos que confirmem que a raça é um fator que influencia as preferências dos indivíduos por políticas públicas de segurança, a maioria desses achados está concentrada na realidade norte-americana. Para testar esse argumento em um contexto onde as relações raciais são consideradas complexas e os custos da adoção de medidas repressivas na segurança recaem principalmente sobre grupos sociais marginalizados, a presente dissertação busca responder à seguinte pergunta de pesquisa: há disparidades raciais nas atitudes punitivistas no Brasil? Para cumprir esse objetivo, serão utilizados diversos bancos de dados de opinião pública, com perguntas capazes de mensurar as atitudes punitivistas dos brasileiros em quatro dimensões: apoio à pena de morte, apoio à redução da maioridade penal, apoio ao endurecimento da legislação penal e apoio a práticas de letalidade policial. As duas principais hipóteses a serem testadas no estudo são: (1) indivíduos identificados como pretos e pardos apresentam menor probabilidade de apoiar medidas repressivas em comparação com os brancos; e (2) pretos e pardos que possuem menor nível de confiança no sistema de justiça criminal demonstram viés negativo em relação às políticas ostensivas de combate ao crime. Além de contribuir para a compreensão dos fatores associados à preferência pelo punitivismo, o estudo também enriquece a ciência política brasileira ao aprofundar a análise do papel da raça na formação das atitudes políticas no país.

11
  • RAYANNE ALVES FELICIANO
  • As prioridades na construcao da capacidade cibernetica na America Latina

  • Orientador : MARCOS AURELIO GUEDES DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCOS AURELIO GUEDES DE OLIVEIRA
  • RENAN HOLANDA MONTENEGRO
  • RICARDO BORGES GAMA NETO
  • JOAO POLICARPO RODRIGUES LIMA
  • Data: 10/07/2025

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  • Quais são os aspectos priorizados pelos países da América Latina na construção da capacidade cibernética? Este trabalho investiga a hipótese de que os Estados privilegiam o desenvolvimento de leis e sua aplicação, portanto, fatores legais em segurança cibernética como o principal meio para fortalecer sua capacidade na área. A pesquisa consolida dados de 32 países latinos sobre capacidade cibernética, produzidos entre os anos de 2016 e 2020 pela instituição de referência na temática de medição de construção da capacidade cibernética: o Centro Global de Capacidade de Segurança Cibernética. Utilizando uma única planilha, esses dados são analisados comparativamente, não só quanto às diferenças e semelhanças entre os países, como também entre os anos, para estabelecer as áreas prioritárias segundo três perspectivas complementares: maior pontuação para maior quantidade de países; maior pontuação e melhor representatividade do panorama geral da região latino-americana; além, de maior pontuação dentro dos agrupamentos possíveis dos países com comportamentos similares na capacidade cibernética. Os resultados obtidos indicam que existe uma predominância dos Estados em desenvolver o quadro de regulamentação e de criação de marcos jurídicos da segurança cibernética, isto é, o aspecto legal, embora observe-se uma tendência de crescimento de outros eixos, especialmente dos voltados para cultura e educação Os produtos desta pesquisa contribuem com os estudos de segurança cibernética, e em particular avançam a compreensão sobre a construção da capacidade cibernética dos países, enquanto socialmente visam ajudar a balizar as decisões que precisam ser tomadas na esfera pública e privada para melhorar a segurança cibernética. Acredita-se que os achados dessa pesquisa serão úteis em futuras pesquisas para avaliar os caminhos tomados pelos países e aprofundar o entendimento sobre quais são as melhores alternativas para a construção da capacidade cibernética.


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  • Quais são os aspectos priorizados pelos países da América Latina na construção da capacidade cibernética? Este trabalho investiga a hipótese de que os Estados privilegiam o desenvolvimento de leis e sua aplicação, portanto, fatores legais em segurança cibernética como o principal meio para fortalecer sua capacidade na área. A pesquisa consolida dados de 32 países latinos sobre capacidade cibernética, produzidos entre os anos de 2016 e 2020 pela instituição de referência na temática de medição de construção da capacidade cibernética: o Centro Global de Capacidade de Segurança Cibernética. Utilizando uma única planilha, esses dados são analisados comparativamente, não só quanto às diferenças e semelhanças entre os países, como também entre os anos, para estabelecer as áreas prioritárias segundo três perspectivas complementares: maior pontuação para maior quantidade de países; maior pontuação e melhor representatividade do panorama geral da região latino-americana; além, de maior pontuação dentro dos agrupamentos possíveis dos países com comportamentos similares na capacidade cibernética. Os resultados obtidos indicam que existe uma predominância dos Estados em desenvolver o quadro de regulamentação e de criação de marcos jurídicos da segurança cibernética, isto é, o aspecto legal, embora observe-se uma tendência de crescimento de outros eixos, especialmente dos voltados para cultura e educação Os produtos desta pesquisa contribuem com os estudos de segurança cibernética, e em particular avançam a compreensão sobre a construção da capacidade cibernética dos países, enquanto socialmente visam ajudar a balizar as decisões que precisam ser tomadas na esfera pública e privada para melhorar a segurança cibernética. Acredita-se que os achados dessa pesquisa serão úteis em futuras pesquisas para avaliar os caminhos tomados pelos países e aprofundar o entendimento sobre quais são as melhores alternativas para a construção da capacidade cibernética.

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  • ISABELA DO CANTO MELO
  • Ferramentas de Aprendizado de Maquina na Ciencia Politica: Comparacao de Ferramentas na Identificacao de Populismo em Discursos Presidenciais Brasileiro (1988-2019)

  • Orientador : RODRIGO MARTINS DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FLAVIO DA CUNHA REZENDE
  • MAURÍCIO YOSHIDA IZUMI
  • RODRIGO MARTINS DA SILVA
  • Data: 27/08/2025

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  • Qual a maneira mais eficiente de classificar um discurso ideologicamente? Tendo em vista a quantidade de conteúdo produzido, esta dissertação traz a comparação de duas ferramentas que se valem do aprendizado de máquina para este fim. A primeira é um modelo de aprendizado computacional construído através do software RStudio, enquanto a segunda, o Chat-GPT. O objeto de classificação deste projeto serão discursos presidenciais oficiais do Brasil (1988-2019), enquanto o aspecto ideológico, o populismo. As palavras que caracterizam áreas temáticas relevantes também serão analisadas, numa investigação mais aprofundada dos textos com o fim de compreender o fenômeno do populismo. Por fim, a eficiência destas duas ferramentas de classificação de discursos em populistas ou não populistas será medida através de uma comparação de seus produtos com os obtidos por classificação humana. Os resultados obtidos contribuirão para o debate metodológico e visa oferecer uma ferramenta que facilite esse trabalho crucial para a Ciência Política, sendo também relevante para a sociedade, por se propor a apresentar uma análise do populismo entre os representantes executivos do Brasil, discussão de interesse social.




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  • Qual a maneira mais eficiente de classificar um discurso ideologicamente? Tendo em vista a quantidade de conteúdo produzido, esta dissertação traz a comparação de duas ferramentas que se valem do aprendizado de máquina para este fim. A primeira é um modelo de aprendizado computacional construído através do software RStudio, enquanto a segunda, o Chat-GPT. O objeto de classificação deste projeto serão discursos presidenciais oficiais do Brasil (1988-2019), enquanto o aspecto ideológico, o populismo. As palavras que caracterizam áreas temáticas relevantes também serão analisadas, numa investigação mais aprofundada dos textos com o fim de compreender o fenômeno do populismo. Por fim, a eficiência destas duas ferramentas de classificação de discursos em populistas ou não populistas será medida através de uma comparação de seus produtos com os obtidos por classificação humana. Os resultados obtidos contribuirão para o debate metodológico e visa oferecer uma ferramenta que facilite esse trabalho crucial para a Ciência Política, sendo também relevante para a sociedade, por se propor a apresentar uma análise do populismo entre os representantes executivos do Brasil, discussão de interesse social.



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  • MAYRES LANE PEQUENO DOS SANTOS SILVA
  • Preferencias por Cotas Eleitorais: Atitudes em Relacao a Grupos Sub-Representados e Apoio a Cotas de Genero e Raca

  • Orientador : NARA DE CARVALHO PAVAO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • NARA DE CARVALHO PAVAO
  • DÉBORA THOMÉ COSTA
  • PEDRO DE ABREU GOMES DOS SANTOS
  • Data: 29/08/2025

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  • Alguns grupos têm sido tradicionalmente excluídos de cargos políticos. Este é o caso de mulheres, grupos raciais marginalizados, jovens e pessoas LGBTQI+. Para promover a representação de grupos específicos, alguns países adotam políticas de cotas. As cotas baseadas em gênero são as mais populares de tais instituições e estão presentes em mais de 130 países. Embora tenha existido um forte impulso global para promover a difusão das cotas de gênero nas últimas três décadas, o mesmo não aconteceu com outros tipos de cotas. A presente dissertação investiga a variação no apoio público às cotas eleitorais de gênero e de raça no Brasil, questionando por que as cotas de gênero recebem maior aceitação que as raciais, apesar da persistente sub-representação de ambos os grupos. Partindo da lacuna na literatura sobre os fatores que moldam as atitudes dos cidadãos em relação a diferentes tipos cotas, o objetivo central foi analisar os determinantes da opinião pública, mensurando as diferenças de apoio e explicando-as a partir de fatores como estereótipos, identidade de grupo, ideologia e a percepção de custo. A abordagem metodológica foi quantitativa, utilizando dados de um survey nacional com 2.020 entrevistas, realizado em 2020, que incorporou experimentos de framing e priming para estabelecer inferências causais. Os principais achados indicam que o apoio às cotas de gênero é superior ao apoio às cotas raciais, sendo a oposição às cotas raciais maior que a gênero. Demonstro também que o apoio e rejeição a ambas as políticas é determinado mais por motivos ideológicos e por atitudes sexistas do que pelo pertencimento direto ao grupo beneficiado. O enquadramento da política em uma perspectiva de custo para o grupo majoritário, seja homens ou pessoas brancas, diminui significativamente o apoio às cotas, com um efeito negativo mais acentuado para as cotas raciais. A principal conclusão é que a disputa em torno das cotas é fundamentalmente ideológica e estruturada por hierarquias sociais. Contudo, evidencio que a ancoragem no debate sobre cotas de gênero, uma política mais consolidada, eleva o apoio subsequente às cotas raciais, sugerindo um caminho estratégico promissor para ampliar a legitimidade de ações afirmativas para grupos racializados.


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  • Alguns grupos têm sido tradicionalmente excluídos de cargos políticos. Este é o caso de mulheres, grupos raciais marginalizados, jovens e pessoas LGBTQI+. Para promover a representação de grupos específicos, alguns países adotam políticas de cotas. As cotas baseadas em gênero são as mais populares de tais instituições e estão presentes em mais de 130 países. Embora tenha existido um forte impulso global para promover a difusão das cotas de gênero nas últimas três décadas, o mesmo não aconteceu com outros tipos de cotas. A presente dissertação investiga a variação no apoio público às cotas eleitorais de gênero e de raça no Brasil, questionando por que as cotas de gênero recebem maior aceitação que as raciais, apesar da persistente sub-representação de ambos os grupos. Partindo da lacuna na literatura sobre os fatores que moldam as atitudes dos cidadãos em relação a diferentes tipos cotas, o objetivo central foi analisar os determinantes da opinião pública, mensurando as diferenças de apoio e explicando-as a partir de fatores como estereótipos, identidade de grupo, ideologia e a percepção de custo. A abordagem metodológica foi quantitativa, utilizando dados de um survey nacional com 2.020 entrevistas, realizado em 2020, que incorporou experimentos de framing e priming para estabelecer inferências causais. Os principais achados indicam que o apoio às cotas de gênero é superior ao apoio às cotas raciais, sendo a oposição às cotas raciais maior que a gênero. Demonstro também que o apoio e rejeição a ambas as políticas é determinado mais por motivos ideológicos e por atitudes sexistas do que pelo pertencimento direto ao grupo beneficiado. O enquadramento da política em uma perspectiva de custo para o grupo majoritário, seja homens ou pessoas brancas, diminui significativamente o apoio às cotas, com um efeito negativo mais acentuado para as cotas raciais. A principal conclusão é que a disputa em torno das cotas é fundamentalmente ideológica e estruturada por hierarquias sociais. Contudo, evidencio que a ancoragem no debate sobre cotas de gênero, uma política mais consolidada, eleva o apoio subsequente às cotas raciais, sugerindo um caminho estratégico promissor para ampliar a legitimidade de ações afirmativas para grupos racializados.

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  • NATHALY LOHANE DE OLIVEIRA
  • COALIZOES DE DEFESA E MEIO AMBIENTE NA AREA DE PROTECAO AMBIENTAL COSTA DOS CORAIS (PE/AL): Analise dos atores do Conselho Gestor

  • Orientador : ANDREA QUIRINO STEINER
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDREA QUIRINO STEINER
  • ANA KARINE PEREIRA
  • HUGO AUGUSTO VASCONCELOS MEDEIROS
  • Data: 29/08/2025

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  • Quais são as crenças sobre meio ambiente, cultura e turismo dos membros do Conselho Gestor de Meio Ambiente da Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais - CONAPACC? Como ocorrem as interações dos conselheiros dentro do Conselho Gestor? O modelo de coalizões de defesa foi proposto como um sistema que expande a ideia de atores políticos para além do executivo e legislativo e acredita que as políticas públicas são o reflexo das crenças desses atores. A partir disso, o principal objetivo deste trabalho foi compreender a disposição das crenças de atores que participam do conselho gestor de uma unidade de conservação costeiro-marinha, no âmbito das políticas públicas de meio ambiente e temas correlatos. Metodologicamente, combinou-se entrevistas com os conselheiros do CONAPACC, observação participante e análise de conteúdo. O propósito foi entender as crenças sobre meio ambiente, cultura e turismo local e, como ocorrem as interações entre os conselheiros. Os resultados apontam que, no núcleo profundo, prevalece a defesa de um equilíbrio entre uso humano e proteção ambiental, associada à valorização de práticas culturais tradicionais. No núcleo de políticas, os conselheiros priorizam políticas de turismo sustentável, proteção ambiental e estímulo à cultura local, ainda que com divergências quanto à intensidade de restrições contra certas atividades. Já no núcleo instrumental, observam-se diferentes graus de interação, com predominância de interações entre conselheiros com crenças semelhantes e formação de coalizões básicas para a defesa dos interesses. Assim, este trabalho avança na compreensão acerca das diferentes crenças presentes em um conselho de meio ambiente e nas interações entre os conselheiros.

     


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  • O Brasil possui uma das maiores zonas costeiras do mundo, região que costuma ser chamada de Amazônia Azul. Neste contexto, a Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais foi instituída a partir do Decreto Federal n° 5976, de 23 de outubro de 1997. Tal área abrange 406.301 hectares, divididos entre mar e manguezais, de 12 municípios dos estados de Pernambuco e Alagoas. Assim, este projeto pergunta: quais as crenças sobre meio ambiente, cultura e turismo dos atores da APA Costa dos Corais? Como os diferentes atores se organizam em torno destes temas? Complementarmente, quais são as prioridades destes atores em termos de políticas públicas relacionadas? O intuito é analisar as crenças dos atores políticos e entender como estes se relacionam uns com os outros em busca de informação e quais fatores afetam seu aprendizado sobre políticas públicas de proteção ambiental. O projeto amplia uma agenda de pesquisa sobre a APACC iniciada no grupo de pesquisa multidisciplinar PELD-TAMS. Para o estudo da consistência das crenças dos atores, será utilizado o modelo de coalizão de defesa. Ainda, o trabalho combinará análise de conteúdo quantitativa, visitas a campo com observação participante (presença nas reuniões do conselho), entrevistas em profundidade e Q-methodology a fim de realizar uma abordagem multimétodo.

Teses
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  • LIVIA RODRIGUES DE LIMA PIRES
  • POR QUE ALGUNS PAÍSES CONSEGUEM MELHORAR A QUALIDADE DE VIDA DA POPULAÇÃO E OUTROS NÃO? Uma análise do welfare state na América Latina
  • Orientador : RICARDO BORGES GAMA NETO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CLETIANE MEDEIROS COSTA DE ARAÚJO
  • DALSON BRITTO FIGUEIREDO FILHO
  • ERNANI RODRIGUES DE CARVALHO NETO
  • MARIA DO CARMO SOARES DE LIMA
  • RICARDO BORGES GAMA NETO
  • SAULO FELIPE COSTA
  • ÍTALO FITTIPALDI
  • Data: 27/01/2025

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  • A América Latina ainda é fortemente marcada pelas desigualdades e apesar dos recentes avanços ainda há déficits significativos nas políticas sociais e notável variação nos resultados de bem-estar. Isto remete ao seguinte questionamento: porque alguns países conseguem melhorar a qualidade de bem-estar do seu povo e outros países não conseguem ou até regridem? Neste trabalho, examina-se a influência da democracia e da capacidade estatal – compreendida pela arrecadação de receitas, qualidade da burocracia, qualidade regulatória e controle da corrupção – no bem-estar social dos países latino-americanos. Com base na literatura, foram formuladas hipóteses que integram as dimensões fiscal e burocrática da capacidade estatal, além de aspectos de governança, como o controle da corrupção. Supõe-se que um Estado efetivo é capaz de promover dignidade e garantir os direitos sociais com base na cidadania e espera-se que um longo período democrático favoreça de fato o bem-estar social. Com isso, foi possível realizar uma análise mais detalhada sobre a variação da capacidade e governança na provisão de bem-estar dos países. Foram realizadas duas análises empíricas para testar as hipóteses formuladas. Na primeira, foram aplicadas as técnicas, Times-Series Cross-Section (TSCS) e Modelo Linear Generalizado (GLM) para duas variáveis de bem-estar. O Índice de Desenvolvimento Humano e os gastos sociais foram usados como representantes do bem-estar social e as regressões foram estimadas com efeitos fixos e com erros padrão robustos, compreendendo o período de 1996 a 2019. Na segunda análise empírica, foi aplicada a Análise de Componentes Principais (PCA) e seus componentes foram incluídos nos modelos de regressão construídos. Os principais resultados sugerem que a arrecadação e a duração democrática têm um efeito positivo e consistente com o bem-estar social medido tanto pelo IDH quanto pelo gasto social. A hipótese sobre a qualidade burocrática foi confirmada nos modelos com IDH, sugerindo que uma maior eficiência burocrática melhora o desenvolvimento humano e o bem-estar. No entanto, os efeitos do controle da corrupção e da qualidade regulatória apresentaram resultados ambíguos, apresentando variações entre as técnicas. As implicações desses resultados são discutidas ao longo da tese.


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  • Esta pesquisa analisa a variação da capacidade estatal em fornecer bem-estar à sociedade. A partir de um banco de dados original, examina-se o conjunto de fatores que influenciam o nível de welfare state na América do Sul. Para melhor compreender a trajetória institucional-histórica, complemento a análise com estudos de caso de países detectados como outliers.

                As origens do estado de bem-estar estão no resultado do processo de lutas sociais pela proteção dos direitos e segurança em meio a revolução industrial (ESPING-ANDERSEN, 1990; ARRETCHE, 1995; SEGURA-UBIERGO, 2007). Uma grande parte da compreensão desse fenômeno pode vir de países em desenvolvimento, como os da América Latina e em países mais pobres e/ou mais desiguais, os sistemas de proteção social e de investimentos públicos em saúde e educação tendem a ser relativamente mais fracos (SEGURA-UBIERGO, 2007). Mas, apesar de terem desenvolvido seus modelos de welfare state, há uma variação significativa da capacidade do estado entre os países (SEGURA-UBIERGO, 2007; BÄCK; HADENIUS, 2008; BESLEY; PERSSON, 2010; SOIFER, 2015; CRUZ-MARTÍNEZ, 2021).

                Alguns países, como Chile, Costa Rica e Uruguai, são considerados casos de sucesso por apresentarem sistemas mais avançados de proteção social (SEGURA-UBIERGO, 2007; CRUZ‐MARTINEZ, 2017). Pribble (2013) aponta que as políticas sociais são historicamente falhas na América Latina. Por exemplo, Soifer (2015) observa que, na Bolívia, a taxa de analfabetismo é cinco vezes maior do que no Uruguai e que no Chile, para cada criança não vacinada, há cerca de dez não vacinadas no Equador. 

                Os gastos sociais são usados largamente como indicador do desenvolvimento do Estado de bem-estar (SEGURA-UBIERGO, 2007; HUBER; STEPHENS, 2012; NIEDZWIECKI, 2015). Porém, as evidências mostram que eles não refletem a eficiência da aplicação, a qualidade e benefícios esperados. Tomando o Brasil, como um exemplo, ele possui um dos mais altos níveis de gastos com educação e um dos mais baixos desempenhos educacionais, comparado aos outros países da América do Sul[1]. Logo, compreender essa variação dos resultados faz parte desse estudo. 



    [1] Comparação feita na relação entre o nível de gasto com educação e o desempenho do PISA em proficiência em leitura, para Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e Peru. Dados disponíveis em: (OCDE, 2001) e <data.worldbank.org/data-catalog/world-development-indicators>

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  • ANDERSON HENRIQUE DA SILVA
  • “MISSÃO: IMPREVISTO: Governança, Capacidades Estatais e Desempenho Municipal na Gestão de Risco e Desastres no Brasil”

  • Orientador : DALSON BRITTO FIGUEIREDO FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DALSON BRITTO FIGUEIREDO FILHO
  • ERNANI RODRIGUES DE CARVALHO NETO
  • MARIANA BATISTA DA SILVA
  • PEDRO LUCAS DE MOURA PALOTTI
  • JORGE ALEXANDRE BARBOSA NEVES
  • Data: 07/05/2025

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  • Sob quais condições os gestores locais alcançam melhor desempenho na gestão de riscos e desastres? A hipótese central sustenta que os efeitos positivos das transferências voluntárias da União emergenciais (TVUE) dependem da presença simultânea de uma burocracia qualificada e do alinhamento político com o governo federal. O argumento principal é que a efetividade dessas políticas é condicional à capacidade estatal local de transformar recursos em ações concretas, o que requer estrutura técnica, estabilidade institucional e coordenação política. A tese está organizada em três capítulos: o capítulo 1 realiza uma revisão sistemática da literatura nacional sobre o tema, mapeando suas abordagens conceituais e metodológicas. O capítulo 2 constrói e compara três técnicas para medir a desempenho local de gestão de risco: Análise Fatorial com Dados Categóricos (AFDC), Modelagem de Classes Latentes (LCM) e Índice por Média Simples (IMS), utilizando dados do IBGE (MUNIC). A metodologia inclui pré-processamento, imputação de dados, estimação estatística e análise comparativa entre modelos. O capítulo 3 testa empiricamente a hipótese com base em regressões com dados em painel, efeitos fixos bidimensionais, termos interativos e defasagem temporal. O banco de dados original integra informações do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, Portal Transferegov, IBGE, TSE, RAIS, IPEA, STN e do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), cobrindo o período de 2012 a 2022. Os principais resultados indicam que: (1) a produção é predominantemente descritiva, com poucos trabalhos causais (apenas 10% com hipóteses explícitas) e ampla subutilização de indicadores e dados abertos; (2) a AFDC é a técnica mais eficaz para identificar padrões ocultos de desempenho estatal local; (3) as transferências voluntárias da União de emergência produzem efeitos positivos apenas quando mediadas por uma burocracia qualificada; (4) apenas o alinhamento político com ministro e coalizão não gera efeitos sinérgicos na performance local e, em alguns casos, compromete a autonomia técnica e; (5) a maioria dos municípios mantém baixos níveis de desempenho institucional ao longo dos anos. A contribuição da tese é oferecer uma explicação original sobre os determinantes do desempenho local na gestão de riscos no Brasil. Assim, aliando síntese conceitual, inovação metodológica e evidência empírica com implicações diretas para o fortalecimento da capacidade estatal e da governança do risco.


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  • A associação entre as Transferências V oluntárias da União de Emergência (TVUE) e capacidade estatal local de gestão de risco e desastres depende da qualidade da burocracia local? A hipótese de trabalho sustenta que a associação das Transferências V oluntárias da União de Emergência (TVUE) é positiva sobre a Capacidade Estatal Local de Gestão de Risco e Desastres, quando a burocracia local é mais bem qualificada. Em particular, acreditamos que as transferências voluntárias da União de Emergências provenientes de convênios, para além do fator político, permitem os prefeitos investirem em projetos do seu interesse e de maior necessidade local de gerir seus riscos e emergências. Todavia, esse efeito positivo depende de uma burocracia qualificada, independente de pressões políticas e com expertise necessária. Como abordagem empírica, este trabalho será estruturado em três capítulos e utilizará de diferentes metodologias: o primeiro capítulo apresenta uma revisão sistemática da literatura sobre gestão de risco e desastre. O segundo capítulo detalha a criação de um índice original para mensurar a capacidade dos municípios de enfrentar riscos e desastres. Para sua construção, serão testadas três técnicas de redução de componentes: Análise Fatorial (AF) Exploratória com Dados Categóricos, Modelagem de Dados Latentes (LCM) e Média Simples. Após a escolha da técnica mais apropriada, a dimensionalidade de seis indicadores será reduzida, gerando uma medida validada por meio do procedimento selecionado. O índice resultante será utilizado como a variável dependente da análise. O terceiro capítulo emprega uma base de dados inédita, construída a partir de fontes secundárias, para avaliar a relação entre os fatores investigados. A análise será realizada utilizando Regressão Linear (MQO) de painel com efeitos fixos e termos interativos. A base reunirá dados do Portal Transferegov, IBGE, Secretaria do Tesouro Nacional e Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, abrangendo o período de 2012 a 2022. Esta tese tem como principais contribuições: (1) analisar como os municípios gerenciam os recursos emergências voltados para desastres; (2) sistematizar a literatura acerca do tema sobretudo nas áreas de Ciência Política e Administração Pública e; (3) construir um novo índice capaz de sumarizar informações de indicadores amplamente utilizados na área.

3
  • MARCOS ANTONIO TAVARES DA COSTA
  • Peacekeepers e o Haiti: Forças de Paz e Política Externa do Brasil.

  • Orientador : RICARDO BORGES GAMA NETO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RICARDO BORGES GAMA NETO
  • MARCELO DE ALMEIDA MEDEIROS
  • ANDREA QUIRINO STEINER
  • MARCOS AURELIO GUEDES DE OLIVEIRA
  • THALES CAVALCANTI CASTRO
  • ELTON GOMES DOS REIS
  • AUGUSTO WAGNER MENEZES TEIXEIRA JUNIOR
  • Data: 12/05/2025

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  • No início dos anos 2000, o Brasil passava por um momento singular na História
    ao eleger o primeiro presidente da República vindo das classes mais pobres do país. Com
    ele, houve uma estratégia de ampliar a importância do Brasil no cenário mundial,
    buscando prestígio e protagonismo em Organismos Internacionais e Regionais. Então,
    em 2004, o pequeno Haiti passava por mais uma grave crise de segurança e institucional,
    e o Brasil foi convidado a liderar o componente militar da operação que seria criada pela
    Organização das Nações Unidas para estabilizar aquele nação caribenha. A Missão das
    Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH) foi um vetor de prestígio da
    narrativa de protagonismo que o país queria, e para isso, um grande esforço de pessoal,
    meios materiais, diplomacia e recursos foi direcionado para essa atividade. O Brasil,
    durante os 13 anos da MINUSTAH possuía o Chefe Militar, parte do staff e o maior
    efetivo no terreno, e o governo de Luís Inácio da Silva adotou um discurso pautado na
    solidariedade em proveito da paz mundial. Esta tese busca, então, compreender em que
    medida a atuação do Brasil nesse processo, enquanto líder militar e com maior efetivo,
    além do apoio considerável do Estado, contribuiu para a finalização dessa operação de
    paz. Nossa hipótese é que, mesmo que a operação não tenha atingido plenamente seus
    objetivos (RAZZA, 2018), o desenvolvimento das atividades das tropas brasileiras
    contribuiu para a estabilização e manutenção da paz por meio das ações de fortalecimento
    da segurança, nas operações de ajuda humanitária e das atividades de apoio ao
    desenvolvimento do Haiti, elementos que designamos como os mecanismos causais. A
    metodologia adotada é o process tracing com o emprego de ampla documentação
    primária produzida por diversos órgãos, materiais que serão trabalhados nesses
    mecanismos elencados. A experiência brasileira deixou reflexos para os estudos da
    Defesa, das Relações Internacionais e das Ciências Sociais no Brasil, e este trabalho
    procura apontar novos caminhos ao entrelar essas ciências com o tema da MINUSTAH.


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  • LILIAN BARROS CARVALHO
  • Doacoes de Campanha, Reeleicao e Eficacia Legislativa Parlamentar

  • Orientador : MARIANA BATISTA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIANA BATISTA DA SILVA
  • ACIR DOS SANTOS ALMEIDA
  • BRUNO CARAZZA DOS SANTOS
  • LUCIANA DA CONCEIÇÃO FARIAS SANTANA
  • MANOEL LEONARDO WANDERLEY DUARTE SANTOS
  • Data: 30/06/2025

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  • Qual o impacto do financiamento privado de campanha sobre a eficácia legislativa dos parlamentares brasileiros? Ao buscar explicar os fatores que impulsionam o desempenho legislativo dos parlamentares, a literatura foca na observância majoritária de condicionantes institucionais como a ocupação de liderança, pertencimento ao partido ou grupos majoritários bem como a experiência dos parlamentares. Contudo, essa tese propõe o argumento que desdobra-se em três aspectos centrais: primeiro, que as doações eleitorais incentivam o engajamento parlamentar na arena legislativa, conferindo maior autonomia aos legisladores; segundo, que a ocupação de posições de autoridade e a experiência acumulada são determinantes para a conversão do empenho em resultados legislativos; e terceiro, que a interação entre financiamento, experiência e autoridade gera um efeito sinérgico que potencializa a eficácia parlamentar. O desempenho legislativo parlamentar foi confeccionado por meio do Legislative Effectiveness Score Brazil (LESb), medida inspirada na metodologia de Volden e Wiseman (2014). Para a construção do índice, foram consideradas 50.320 proposições legislativas de iniciativa dos deputados federais entre a 50ª à 55ª legislatura da Câmara dos Deputados (1995–2019). Dentre os indicadores estão os cinco estágios legislativos majoritários de tramitação legislativa- iniciado, comissões, plenário, Senado e lei - e a ponderação pela complexidade das matérias sob análise de modo que Propostas de Emenda à Constituição (PEC), Projetos de Lei Complementar (PLP), Projetos de Lei Ordinária (PL) e Projetos de Decreto Legislativo (PDL). O LESb é um índice abrangente e comparável, composto por 20 indicadores que mensuram a atividade legislativa. O financiamento privado de campanha foi mensurado por meio das categorias recursos próprios, doações de pessoas físicas, pessoas jurídicas e doações partidárias entre 1994 e 2014. As posições de autoridade institucional foram agregadas por meio de análise fatorial, incluindo lideranças (maioria, minoria, governo, oposição) e presidência de comissões. A experiência parlamentar foi mensurada pela variável binária "reeleito". Também foram consideradas as variáveis escolaridade, votação no distrito, pertencimento à coalizão governista e experiência prévia em cargos legislativos em outras esferas como controles na composição dos modelos. A técnica estatística utilizada é a regressão linear com dados em painel, que permite controlar por características não observadas dos indivíduos e variações contextuais das legislaturas. Os principais resultados indicam que, isoladamente, as doações de campanha e a ocupação de cargos de autoridade institucional não apresentam impacto significativo sobre a eficácia legislativa. No entanto, parlamentares reeleitos apresentaram um desempenho legislativo (LESb) entre 8,7% e 9,5% superior ao dos não reeleitos, confirmando a hipótese da experiência. A interação entre doações de pessoas jurídicas e a reeleição é estatisticamente significativa e positiva, com parlamentares reeleitos que receberam doações de empresas apresentando um desempenho legislativo 2,1% maior. Entre as variáveis de controle, a escolaridade exerce influência expressiva: deputados com pós-graduação têm eficácia 82,7% superior. A experiência prévia em cargos legislativos em outras esferas aumenta o desempenho em 6,3%. Por outro lado, integrar a coalizão governista está associado a uma redução média de 3,8% na eficácia. Em conclusão, a eficácia legislativa é moldada por uma combinação de capital político acumulado, qualificação educacional e experiência prática. A tese oferece uma contribuição técnica valiosa ao apresentar o LESb e, ao investigar o impacto das doações de campanha sob uma perspectiva de externalidade positiva, sugere que o financiamento, quando aliado à permanência no cargo e experiência, pode potencializar a atuação legislativa

     


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  • Qual o impacto do financiamento de campanha sobre a eficácia legislativa dos deputados federais brasileiros? A expectativa é de que ao receberem doações privadas de campanha os parlamentares beneficiados fiquem menos dependentes de recursos oriundos da relação com o Poder Executivo, como é o caso de emendas parlamentares, por exemplo. E nesse contexto, se sintam mais à vontade para operarem e proporem inovações de sua autoria ao ordenamento jurídico do país. Por outro lado, na intenção de beneficiarem seus financiadores com vistas a manterem ou aumentarem as doações para suas campanhas, os parlamentares desenvolvam habilidades que impulsionam suas capacidades de iniciar, tramitar e aprovar matérias. Em resumo, as doações operam com um instrumento de incentivo, que pode vir a beneficiar diretamente seus financiadores, mas que reverbera de forma mais ampla na performance legislativa dos parlamentares. De tal maneira, a hipótese é que parlamentares que recebem maiores proporções de doações privadas de campanha desempenham maior eficácia legislativa.

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  • ANA CAROLINA DE OLIVEIRA ASSIS
  • UNVEILING CATALYSTS AND LIMITATIONS: explaining military equipment expenditure for NATO countries

  • Orientador : MARCOS AURELIO GUEDES DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDREA QUIRINO STEINER
  • AUGUSTO WAGNER MENEZES TEIXEIRA JUNIOR
  • JOAO POLICARPO RODRIGUES LIMA
  • MARCOS AURELIO GUEDES DE OLIVEIRA
  • RICARDO BORGES GAMA NETO
  • Data: 30/07/2025

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  • Qual é o efeito de fatores políticos, econômicos e estratégicos sobre os gastos com
    equipamentos militares? Este estudo investiga como essas variáveis influenciam os gastos com
    armamentos por países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), no período de
    1998 a 2022. São testadas seis hipóteses principais: (H1) países com melhor desempenho
    econômico tendem a investir mais em equipamentos militares; (H2) maiores gastos militares
    totais resultam em maior investimento em equipamentos militares; (H3) regimes mais
    democráticos investem menos em armamentos; (H4) maior percepção de ameaça leva a mais
    gastos; (H5) países que apoiam conflitos investem mais em armamentos; e (H6) envolvimento
    direto em conflitos aumenta os gastos com armamentos. A literatura existente é limitada em
    termos de modelos interdisciplinares e frequentemente utiliza o orçamento militar total como
    proxy para investimento em equipamentos, o que pode gerar vieses. Esta pesquisa propõe uma
    abordagem multidimensional e empírica, utilizando dados da OTAN, do Stockholm
    International Peace Research Institute, entre outros, além de aplicar modelos econométricos de
    Mínimos Quadrados Ordinários Empilhados (MQOE) e Variáveis Instrumentais com Mínimos
    Quadrados em Dois Estágios (VI MQ2E) para lidar com endogeneidade. Os resultados indicam
    que o gasto militar total é o principal fator associado aos investimentos em equipamentos,
    seguido pelo envolvimento direto em conflitos e pela percepção de ameaça da Rússia. Por outro
    lado, o desempenho econômico, apoio a países em guerra e o regime político não apresentaram
    significância estatística. Além disso, destaca-se que os elevados níveis de gasto dos Estados
    Unidos podem influenciar os resultados gerais, uma vez que o país investe
    desproporcionalmente mais do que os demais membros da aliança nesse setor. Por tanto, esse
    estudo reforça a importância de elaboração de pesquisas que diferenciem orçamento militar
    total e gasto em equipamentos, integre variáveis estratégicas e operacionais, como também
    ponderem o peso individual de cada país, a fim de compreender os reais determinantes do
    investimento em armamentos.


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  • Qual é o efeito de fatores políticos, econômicos e estratégicos sobre os gastos com
    equipamentos militares? Este estudo investiga como essas variáveis influenciam os gastos com
    armamentos por países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), no período de
    1998 a 2022. São testadas seis hipóteses principais: (H1) países com melhor desempenho
    econômico tendem a investir mais em equipamentos militares; (H2) maiores gastos militares
    totais resultam em maior investimento em equipamentos militares; (H3) regimes mais
    democráticos investem menos em armamentos; (H4) maior percepção de ameaça leva a mais
    gastos; (H5) países que apoiam conflitos investem mais em armamentos; e (H6) envolvimento
    direto em conflitos aumenta os gastos com armamentos. A literatura existente é limitada em
    termos de modelos interdisciplinares e frequentemente utiliza o orçamento militar total como
    proxy para investimento em equipamentos, o que pode gerar vieses. Esta pesquisa propõe uma
    abordagem multidimensional e empírica, utilizando dados da OTAN, do Stockholm
    International Peace Research Institute, entre outros, além de aplicar modelos econométricos de
    Mínimos Quadrados Ordinários Empilhados (MQOE) e Variáveis Instrumentais com Mínimos
    Quadrados em Dois Estágios (VI MQ2E) para lidar com endogeneidade. Os resultados indicam
    que o gasto militar total é o principal fator associado aos investimentos em equipamentos,
    seguido pelo envolvimento direto em conflitos e pela percepção de ameaça da Rússia. Por outro
    lado, o desempenho econômico, apoio a países em guerra e o regime político não apresentaram
    significância estatística. Além disso, destaca-se que os elevados níveis de gasto dos Estados
    Unidos podem influenciar os resultados gerais, uma vez que o país investe
    desproporcionalmente mais do que os demais membros da aliança nesse setor. Por tanto, esse
    estudo reforça a importância de elaboração de pesquisas que diferenciem orçamento militar
    total e gasto em equipamentos, integre variáveis estratégicas e operacionais, como também
    ponderem o peso individual de cada país, a fim de compreender os reais determinantes do
    investimento em armamentos.

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  • MARIANA MENESES SILVESTRE DE SOUSA
  • Pressoes Internas em Coalizoes de Eleitores Negativos: A Polarizacao Afetiva Pode Afastar Eleitores do Sistema Politico?

  • Orientador : NARA DE CARVALHO PAVAO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCUS ANDRE BARRETO CAMPELO DE MELO
  • NARA DE CARVALHO PAVAO
  • CESAR ZUCCO JR.
  • FERNANDO BARROS MELLO
  • GUILHERME AZZI RUSSO
  • Data: 19/08/2025

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  • Esta pesquisa investiga como a polarização afetiva influencia o engajamento político, com foco na eficácia política externa e no comparecimento eleitoral. Argumenta-se que, em contextos de baixo partidarismo positivo, ao aumentar o número de eleitores negativos — aqueles cuja principal motivação eleitoral é impedir a vitória de um adversário —, a polarização afetiva amplia a heterogeneidade afetiva e ideológica dentro dos grupos políticos. Essa maior diversidade interna, combinada com a pressão dentro dos grupos políticos por conformidade ideológica em contextos polarizados, tende a reduzir a percepção de representatividade e, consequentemente, o engajamento eleitoral a longo prazo de eleitores negativos. A análise empírica é realizada em três etapas: primeiro, investiga-se se a polarização afetiva aumenta a variação de afeto e ideologia intragrupo; em seguida, avalia-se o impacto dessa variação na eficácia política externa e na disposição para votar; por fim, um experimento de survey testa os efeitos da pressão social sobre a coesão grupal em contextos polarizados. A análise combina evidências experimentais e dados observacionais longitudinais do Comparative Study of Electoral Systems (CSES) e do American Trends Panel, entre outros. O estudo busca contribuir para a compreensão dos limites da polarização afetiva como motor de mobilização política, investigando se o engajamento motivado pela aversão ao adversário pode dar lugar ao desengajamento político em democracias contemporâneas.


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  • Esta pesquisa investiga como a polarização afetiva influencia o engajamento político, com foco na eficácia política externa e no comparecimento eleitoral. Argumenta-se que, em contextos de baixo partidarismo positivo, ao aumentar o número de eleitores negativos — aqueles cuja principal motivação eleitoral é impedir a vitória de um adversário —, a polarização afetiva amplia a heterogeneidade afetiva e ideológica dentro dos grupos políticos. Essa maior diversidade interna, combinada com a pressão dentro dos grupos políticos por conformidade ideológica em contextos polarizados, tende a reduzir a percepção de representatividade e, consequentemente, o engajamento eleitoral a longo prazo de eleitores negativos. A análise empírica é realizada em três etapas: primeiro, investiga-se se a polarização afetiva aumenta a variação de afeto e ideologia intragrupo; em seguida, avalia-se o impacto dessa variação na eficácia política externa e na disposição para votar; por fim, um experimento de survey testa os efeitos da pressão social sobre a coesão grupal em contextos polarizados. A análise combina evidências experimentais e dados observacionais longitudinais do Comparative Study of Electoral Systems (CSES) e do American Trends Panel, entre outros. O estudo busca contribuir para a compreensão dos limites da polarização afetiva como motor de mobilização política, investigando se o engajamento motivado pela aversão ao adversário pode dar lugar ao desengajamento político em democracias contemporâneas.

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  • CAIO GOMES BRANDAO RIOS
  • Quebrando o Tabu: Instituicoes e Desenhos Experimentais

  • Orientador : FLAVIO DA CUNHA REZENDE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FLAVIO DA CUNHA REZENDE
  • MARIANA BATISTA DA SILVA
  • RICARDO BORGES GAMA NETO
  • DALSON BRITTO FIGUEIREDO FILHO
  • MANOEL LEONARDO WANDERLEY DUARTE SANTOS
  • FÁBIO RIBEIRO MACHADO
  • REBECCA BIANCA DE MELO MAGALHAES BRASILEIRO
  • Data: 28/08/2025

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  • Explicações institucionais podem ser analisadas a partir de desenhos experimentais? Esta tese busca responder essa questão a partir de uma análise exploratória da produção científica na área de Política Comparada. A Teoria do Pluralismo Inferencial diz que a dualidade teórica (Comportamentalismo vs. Institucionalismo) presente na disciplina gera uma diversidade de lógicas de causação. Isso acontece, pois a Ciência Política não pode abandonar as explicações institucionais por completo, e a relação endógena entre contexto e instituições traz a Nova Metodologia Qualitativa ao centro do debate nesses estudos. No entanto, mostro que existe uma parcela pequena dessa produção que consegue driblar os problemas metodológicos inerentes às instituições e aplicar desenhos experimentais. Dessa forma, ela segue a revolução de credibilidade vivenciada pela disciplina. Chamo esses estudos de zona cinzenta e mostro que eles combinam teorias institucionais e comportamentais para tornarem suas perguntas de pesquisa mais identificáveis e passíveis de serem respondidas por estratégias experimentais. Os experimentos de survey ganham destaque na zona cinzenta, mas os experimentos de laboratórios demonstram maior versatilidade para manipular regras e estruturas.


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  • Sob quais condições desenhos experimentais podem ser utilizados em modelos institucionais? O objetivo desta tese é mapear e compreender como os desenhos experimentais podem compor as explicações baseadas em modelos institucionais na Ciência Política Contemporânea. Além de explorar essa conexão, essa tese tem o potencial de desmistificar a impossibilidade do uso deste desenho pelos institucionalistas e ampliar o leque metodológico disponível para que testem suas hipóteses.

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  • VINICIUS SILVA SANTANA
  • Um líder (sub)regional emergente no Cáucaso Sul? Regionalismo, liderança e capacidades

     

     


  • Orientador : ANDREA QUIRINO STEINER
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDREA QUIRINO STEINER
  • RAFAEL MESQUITA DE SOUZA LIMA
  • PATERSON FRANCO COSTA
  • FARID SHAFIYEV
  • ELIA ELISA CIA ALVES
  • Data: 29/08/2025

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  • Esta tese examina as dinâmicas regionais no Cáucaso do Sul, uma sub-região estrategicamente relevante da Eurásia composta por Armênia, Azerbaijão e Geórgia. A literatura sugere que o Cáucaso do Sul não pode ser considerado uma região política, pois tentativas de integração entre os três países falharam e cada um dos países seguiu diferentes abordagens de política externa, herdando conflitos internos após sua independência e sem uma liderança que promovesse processos de regionalismo. Assim, esta tese tem foco na identificação e análise de uma liderança regional em potencial. Apesar de sua relevância geopolítica, o Cáucaso do Sul permanece pouco estudado no contexto de estruturas regionais. Este estudo aborda essa lacuna empregando uma estrutura teórica que integra insights das teorias de regionalismo para compreender a formação e evolução das interações regionais, e da teoria de middlepowermanship para descobrir as capacidades materiais específicas que definem um líder regional. O objetivo central é ir além das análises de poder convencionais para identificar qual dos países do Cáucaso do Sul, se houver, possui os atributos necessários para assumir um papel de liderança na região. Esta tese adota o Most Similar Systems Design (MSSD) em conjunto com a descrição analítica, o que facilita uma comparação sistemática e a construção de quatro protótipos teóricos de um líder subregional para o Cáucaso do Sul. Em seguida, cada um dos três países é comparado a esses protótipos ideais. Esta análise comparativa envolve uma avaliação detalhada de suas respectivas capacidades materiais e leva em consideração seu engajamento histórico e contemporâneo em iniciativas regionais e suas relações bilaterais. Os resultados desta pesquisa indicam que, dentre os três países do Cáucaso do Sul, o Azerbaijão é o país que mais se assemelha aos protótipos, possuindo mais características de um líder regional, enquanto Armênia e Geórgia desempenham papéis significativos na região, mas suas capacidades e influência, quando medidas em relação aos protótipos estabelecidos, não apresentam um perfil de liderança regional tão robusto quanto o do Azerbaijão. 

     


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  • A tese ainda não tem uma definição sobre resumo.

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  • DEISIANE DA CONCEICAO VIANA DE SANTANA
  • Análise dos limites da eficácia das sanções da União Europeia contra a Rússia em relação à guerra na Ucrânia.

  • Orientador : RICARDO BORGES GAMA NETO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RICARDO BORGES GAMA NETO
  • ANDREA QUIRINO STEINER
  • ERNANI RODRIGUES DE CARVALHO NETO
  • MARCOS AURELIO GUEDES DE OLIVEIRA
  • THALES CAVALCANTI CASTRO
  • ELTON GOMES DOS REIS
  • ALEXANDRE CESAR CUNHA LEITE
  • Data: 23/09/2025

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  • A partir do dilema central: por que as sanções impostas pela União Europeia (UE) contra a Rússia não foram suficientes para interromper ou frear o avanço da guerra na Ucrânia? Esta tese investiga os limites da eficácia das sanções impostas pela UE contra a Rússia no contexto da guerra na Ucrânia no período anual de 2022. Analisa-se em que medida as sanções produziram efeitos coerentes com seus objetivos declarados, especialmente no campo da coerção e da alteração de comportamento estratégico da Rússia. A hipótese é de que as contramedidas implementadas pela Rússia possibilitaram a neutralização dos efeitos esperados pelas medidas coercitivas da UE. Argumenta-se que, embora as sanções tenham produzido efeitos econômicos, políticos, financeiros e diplomáticos significativos, sua eficácia foi limitada, pela imposição de contramedidas estratégicas russas que possibilitaram a capacidade adaptativa da Rússia às sanções durante a guerra. A base teórica do trabalho assenta-se na teoria da coerção econômica, que interpreta as sanções como ferramentas destinadas a impor custos ao alvo a fim de alterar suas ações, e na teoria das sanções inteligentes, que propõe formas mais seletivas e direcionadas de pressão econômica, buscando reduzir os impactos das sanções na população civil. A revisão da literatura contempla as críticas estruturais à eficácia das sanções que questionam a real capacidade desse instrumento de produzir mudanças políticas significativas. Na pesquisa, realiza-se um Estudo de Caso das sanções, cujo método aplicado é o Process Tracing para rastrear a relação entre as sanções da UE contra a Rússia nos pacotes de 1 a 9 de 2022 e a continuidade da guerra na Ucrânia, testando a hipótese de que as contramedidas russas neutralizaram ou reduziram significativamente a eficácia esperada das sanções. A análise causal realizada para cada pacote de sanções evidencia que o grau de neutralização dos efeitos das sanções é resultado de estratégias deliberadas e estruturadas de adaptação pela Rússia. Os resultados indicam que, apesar da intensidade e da abrangência dos pacotes de sanções da UE, a capacidade de adaptação econômica da Rússia, a manutenção de apoio interno ao governo e a implementação de contramedidas estratégicas reduziram significativamente os impactos das sanções, garantindo a continuidade da guerra na Ucrânia.


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  • O uso de sanções como instrumento de política internacional remonta à
    Antiguidade, quando cidades-estados gregas aplicavam bloqueios comerciais
    contra adversários para enfraquecer suas economias e capacidades militares
    (BALDWIN, 1985). No século XX, as sanções ganharam destaque como
    alternativa ao uso da força, especialmente com a criação da Liga das Nações,
    que tentou utilizá-las para conter Estados expansionistas, embora com sucesso
    limitado (GALTUNG, 1967).
    Após a Segunda Guerra Mundial, a Carta da ONU formalizou as
    sanções como um mecanismo de coerção internacional, atribuindo ao
    Conselho de Segurança da ONU a prerrogativa de aplicá-las em resposta a
    ameaças à paz e segurança globais (ONU, 1945). Desde o final da Guerra Fria,
    as sanções foram ampliadas e diversificadas (PORTELA, 2010), sendo
    aplicadas em conflitos como o da ex-Iugoslávia, Irã, Iraque, Líbia, Coreia do
    Norte e, mais recentemente, Rússia e Ucrânia.
    No contexto contemporâneo, a União Europeia emergiu como um ator
    central na implementação de sanções, utilizando esse instrumento para
    responder a crises internacionais, como a anexação da Crimeia pela Rússia em
    2014 e, posteriormente, a invasão da Ucrânia em 2022 (CONSELHO
    EUROPEU, 2025a). Porém, a eficácia das sanções em deter guerras e
    promover mudanças de comportamento permanece um tema de intenso debate
    acadêmico e político.
    A guerra na Ucrânia, desencadeada pela invasão russa em fevereiro de
    2022, representa um dos maiores desafios no sistema internacional. Como
    resposta, a União Europeia (UE), os Estados Unidos e diversos países
    impuseram um amplo regime de sanções contra a Rússia, buscando
    enfraquecer sua capacidade de financiar o conflito e, eventualmente, levar a
    negociação de um acordo de paz (CONSELHO EUROPEU, 2025b; DREZNER,
    2023). No entanto, apesar da intensidade e da abrangência das sanções
    empregadas, a continuidade da guerra na atualidade traz questionamentos
    sobre a eficácia das medidas restritivas como instrumento de política
    internacional.

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    As sanções são uma ferramenta essencial na política externa e de
    segurança comum da UE, por meio da qual ela pode intervir quando necessário
    para evitar conflitos ou responder a crises atuais ou emergentes (CONSELHO
    EUROPEU, 2025b). Parte-se do pressuposto de que as sanções da UE contra
    a Rússia relacionadas à guerra na Ucrânia foram ineficazes no período de
    2022-2024, visto que não impediram o avanço militar das tropas russas no
    país.
    O foco da pesquisa está na aplicação das sanções da UE contra a
    Rússia, sendo estas também denominadas “medidas coercitivas” que
    promoveram restrições econômicas, financeiras, diplomáticas, militares e
    individuais contra o país russo (CONSELHO EUROPEU, 2025c). No período de
    análise da pesquisa, 2022-2024, as sanções da UE foram ampliadas com o
    objetivo de pressionar economicamente a Rússia e limitar sua capacidade de
    financiar a guerra na Ucrânia (IDEM).
    Apesar da abrangência dessas medidas, a economia russa tem
    demonstrado resiliência, contando com estratégias alternativas, como o
    fortalecimento das relações comerciais com países não alinhados às sanções,
    especialmente China, Índia e Turquia (GURVICH &amp; PRILEPSKIY, 2023).
    Passados mais de dois anos desde a adoção dessas medidas, a Rússia
    continua a sustentar o esforço de guerra, levantando questionamentos sobre a
    real eficácia das sanções como instrumento de mitigação de conflitos ou como
    meio de estratégia de mudança política na guerra. O dilema central da
    pesquisa reside na seguinte questão: por que as sanções impostas contra a
    Rússia não foram suficientes para interromper ou frear o avanço da guerra na
    Ucrânia? Para responder a essa pergunta, o presente estudo analisará as
    sanções aplicadas contra a Rússia e os fatores que limitaram sua eficácia.

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  • VANESSA HORACIO LIRA
  • Quais os efeitos da polarizacao afetiva nas atitudes de politica externa?

  • Orientador : NARA DE CARVALHO PAVAO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • NARA DE CARVALHO PAVAO
  • RAFAEL MESQUITA DE SOUZA LIMA
  • EDNALDO APARECIDO RIBEIRO
  • FELICIANO DE SÁ GUIMARÃES
  • IVAN FILIPE ALMEIDA LOPES FERNANDES
  • Data: 30/09/2025

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  • Quais os efeitos da polarização afetiva nas atitudes de política externa? Por muito tempo predominou na literatura o consenso de que o público não tem interesse em política externa. Mas estudos recentes têm mostrado que os indivíduos possuem opinião sobre o tema e são influenciados pelas elites políticas no processo de formulação das suas preferências. Essas preferências de políticas específicas consistem no que chamamos de atitudes de política externa. O objetivo desta tese é testar os efeitos da polarização afetiva nas atitudes de política externa dos brasileiros. A polarização afetiva consiste na animosidade entre os grupos políticos, nos quais os indivíduos tendem a gostar cada vez mais do grupo do qual pertencem e a desgostar mais do grupo oposto. Com o aumento da polarização a partir de 2018, as elites políticas passaram a se apropriar mais de temas de política externa para mobilizar seus eleitores, enviando sinais para as massas. À medida que os indivíduos se polarizam afetivamente, utilizam esses sinais para formar suas preferências de política externa. Portanto, o argumento principal da tese é de que a polarização entre grupos políticos faz com que (1) os indivíduos expressem mais suas opiniões sobre política externa e (2) adotem posições mais fortes e menos ambíguas sobre temas dessa natureza. A pesquisa está desenhada com duas estratégias. Na estratégia observacional utilizamos surveys do LAPOP (2006-2023), Latinobarômetro (2010-2023), Pew Research Center e do projeto "o Brasil, as Américas e o mundo"(2010-2019) para testar a associação entre as variáveis. Na sequência testamos as hipóteses em termos de causalidade a partir de um experimento randomizado, no qual ativamos a polarização afetiva através de um jogo de confiança. Por fim, a tese procura preencher uma lacuna na literatura sobre atitudes de política externa, ao defender a polarização como fator explicativo importante no cenário político brasileiro contemporâneo.


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  • Quais os efeitos da polarização afetiva nas atitudes de política externa? Por muito tempo predominou na literatura o consenso de que o público não tem interesse em política externa. Mas estudos recentes têm mostrado que os indivíduos possuem opinião sobre o tema e são influenciados pelas elites políticas no processo de formulação das suas preferências. Essas preferências de políticas específicas consistem no que chamamos de atitudes de política externa. O objetivo desta tese é testar os efeitos da polarização afetiva nas atitudes de política externa dos brasileiros. A polarização afetiva consiste na animosidade entre os grupos políticos, nos quais os indivíduos tendem a gostar cada vez mais do grupo do qual pertencem e a desgostar mais do grupo oposto. Com o aumento da polarização a partir de 2018, as elites políticas passaram a se apropriar mais de temas de política externa para mobilizar seus eleitores, enviando sinais para as massas. À medida que os indivíduos se polarizam afetivamente, utilizam esses sinais para formar suas preferências de política externa. Portanto, o argumento principal da tese é de que a polarização entre grupos políticos faz com que (1) os indivíduos expressem mais suas opiniões sobre política externa e (2) adotem posições mais fortes e menos ambíguas sobre temas dessa natureza. A pesquisa está desenhada com duas estratégias. Na estratégia observacional utilizamos surveys do LAPOP (2006-2023), Latinobarômetro (2010-2023), Pew Research Center e do projeto "o Brasil, as Américas e o mundo"(2010-2019) para testar a associação entre as variáveis. Na sequência testamos as hipóteses em termos de causalidade a partir de um experimento randomizado, no qual ativamos a polarização afetiva através de um jogo de confiança. Por fim, a tese procura preencher uma lacuna na literatura sobre atitudes de política externa, ao defender a polarização como fator explicativo importante no cenário político brasileiro contemporâneo.

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  • ANA TEREZA DUARTE LIMA DE BARROS
  • DEMOCRACIA, CAPACIDADE ESTATAL E RESPOSTAS À PANDEMIA: Uma análise comparada de 167 países entre 2020 e 2022

  • Orientador : ERNANI RODRIGUES DE CARVALHO NETO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ERNANI RODRIGUES DE CARVALHO NETO
  • MARIANA BATISTA DA SILVA
  • MELINA GUARDAMAGNA
  • KELLY CRISTINA COSTA SOARES
  • MICHELLE VIEIRA FERNANDEZ DE OLIVEIRA
  • Data: 16/10/2025

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  • Em que medida o regime político e a capacidade estatal explicam a variação entre países na intensidade das políticas governamentais contra a Covid-19 e na subnotificação de mortes? Esta tese responde a essa pergunta por meio de uma análise comparativa quantitativa com dados de 167 países. O objetivo é investigar em que medida a democracia e as dimensões administrativa e coercitiva da capacidade estatal explicam a variação na intensidade das respostas governamentais à pandemia e no grau de subnotificação de mortes. Para isso, o trabalho formula três hipóteses: (H1) quanto maior o nível democrático, maior a intensidade das políticas adotadas e menor a subnotificação de mortes; (H2) quanto maior a capacidade estatal, maior a intensidade das políticas públicas e menor a subnotificação; (H3) o efeito da capacidade estatal é atenuado em contextos democráticos. A pesquisa utiliza modelos de regressão linear com interação entre variáveis, empregando como variáveis dependentes o índice Oxford Covid-19 Government Response Tracker (OxCGRT) e a diferença entre mortes oficiais e excesso de mortes ajustadas por 100 mil habitantes. Os resultados indicam que a capacidade administrativa é o principal fator associado à intensidade das políticas contra a Covid-19, enquanto a democracia, isoladamente, não exerce influência significativa. Por outro lado, regimes democráticos tendem a apresentar menor subnotificação de mortes, sugerindo maior transparência. Interações estatisticamente significativas revelam que a capacidade estatal só produz efeitos positivos, tanto na intensidade quanto na transparência, quando combinada a altos níveis de democracia. Conclui-se que o regime político condiciona a efetividade das capacidades estatais em contextos de crise sanitária.


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  • Quais fatores explicam uma melhor resposta à pandemia do COVID-19? A tese tem como objetivo investigar e analisar como fatores, tais quais o tipo de regime político, a capacidade estatal, a ideologia política dos líderes, o desenho institucional e a polarização política, afetaram a resposta à pandemia do COVID-19, a nível global. Desde o início da pandemia, cientistas políticos despertaram o interesse em estudar a relação entre regimes políticos e o manejo do Covid-19. A pandemia constituiu um desafio à boa governança democrática (DIAMOND, 2020). No entanto, diferenças nos tipos de governança levariam a diferentes níveis de eficiência na administração da pandemia (GASKELL; STOKER, 2020). Os efeitos do Covid-19, nos regimes políticos, foram mais devastadores naquelas democracias que já haviam começado um processo de erosão democrática, como seriam os casos de Polônia e Hungria (AFSAHI et al., 2020). A presente tese está dividida da seguinte forma: o capítulo 1 se dedica a construir um referencial teórico que justifique a pergunta de pesquisa, assim como as variáveis escolhidas. O capítulo 2, intitulado “Democracia Liberal, Capacidade Estatal e Resposta Governamental à Pandemia”, dedica-se à análise do primeiro modelo de dados em painel, que abarca todos os países os quais continham todos os dados disponíveis. O capítulo 3, intitulado “Controle Partidário Dividido, Polarização, Capacidade Estatal e Resposta Governamental à Pandemia nas Democracias”, analisa o segundo modelo de dados em painel, que considera exclusivamente 9 as democracias. O objetivo é testar o efeito das variáveis “regime político”, “capacidade estatal”, “ideologia política”, “controle partidário dividido”, e “polarização política” nas respostas à pandemia do COVID-19.

2024
Dissertações
1
  • LUCAS JOSÉ DE BRITO CARVALHO
  • Organização Mundial da Saúde no terceiro milênio: Explicando a influência de instituições filantrópicas na gestão dos Diretores-Gerais

  • Orientador : MIGUEL MIKELLI LUCAS ALVES RIBEIRO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GABRIEL LOPES
  • MATHEUS DE CARVALHO HERNANDEZ
  • MIGUEL MIKELLI LUCAS ALVES RIBEIRO
  • Data: 05/02/2024

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  • Como instituições filantrópicas exercem influência na gestão da Organização Mundial da Saúde (OMS)? Partindo dessa pergunta de pesquisa, o presente trabalho analisou para um período de quase vinte anos a atuação de Diretores-Gerais da OMS, buscando entender como sua conduta foi influenciada pela participação crescente de instituições filantrópicas. Um tipo de Organização Internacional Não-Governamental, essas filantropias viram seu espaço em saúde global crescer expressivamente nas últimas décadas. Apesar de financiarem e apoiarem projetos importantes em saúde pelo mundo, sua atuação é também associada a uma série de potenciais problemáticas, como a promoção de vieses específicos e criação de bolsões de negligência a determinadas doenças e determinantes em saúde. Fazendo o uso do método de process tracing para realização de um teste de teoria, as análises buscaram avaliar se expectativas teóricas sobre a atuação dessas instituições no sistema internacional geram os efeitos negativos teorizados para gestão da OMS. Evidências foram coletadas através de fontes diversas, incluindo discursos, relatórios institucionais e declarações mais específicas de representantes do mundo filantrópico. Os resultados encontrados acompanham as teorias inicialmente teorizadas, mas exibem nuances e diferenciações que podem servir de base para debates e trabalhos futuros.


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  • Surgindo como sucessora da Organização da Saúde da Liga das Nações, a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi criada com um mandato muito mais robusto no enfrentamento a crises sanitárias pelo mundo (Lee, 2008a). Desde sua fundação em 1948, contudo, desafios diversos vêm ameaçando a centralidade e autoridade normativa da OMS na Governança Global em Saúde (Global Health Governance, a partir daqui referida como GHG) (Youde, 2013); junto de sucessos absolutos, como a celebrada erradicação da varíola, vieram também contestações quanto a real capacidade da organização se adaptar a novos panoramas (Huang, Meltzer; 2018).

    Em resposta a esses questionamentos, diversas reformas e redirecionamentos no funcionamento da OMS foram reportadas ao longo das décadas. Em foco nesse trabalho, está o aumento do espaço para Organizações Internacionais Não-Governamentais (abreviadas no restante do texto como simplesmente ONGs) em decisões da agência; apesar de auxiliarem a Organização desde seu estabelecimento enquanto agência especializada da Organização das Nações Unidas (Executive Board, 1949).

    Com a pergunta de pesquisa “Como a Organização Mundial da Saúde se tornou mais alinhada aos interesses de Organizações não-governamentais?”, é explorado o processo gradual que resultou na atual configuração da agência, vista por alguns como subordinada à interesses de ONGs (Huet; Paun, 2017) ou, no mínimo, responsivas em algum nível a suas demandas (Levich, 2018). Aqui, busca-se construir uma explicação que abarque desde as mudanças decorridas de ações conscientes de ONGs interessadas em expandirem sua relevância, até àquelas que são melhor entendidas como respostas naturais a um mundo mais globalizado. 

2
  • SAMILLY DO PRADO RODRIGUES
  • TECNOLOGIA E INTEGRIDADE NAS ELEIÇÕES:
    A Confiança dos Votantes Brasileiros

  • Orientador : GABRIELA DA SILVA TAROUCO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SÉRGIO SIMONI JUNIOR
  • CESAR ZUCCO JR.
  • GABRIELA DA SILVA TAROUCO
  • NARA DE CARVALHO PAVAO
  • Data: 05/02/2024

  • Mostrar Resumo
  • A percepção do uso de tecnologia eleitoral afeta a confiança dos votantes nas eleições?
    Este projeto visa coletar e entender o julgamento dos eleitores sobre a utilização de tecnologia
    no processo eleitoral brasileiro. Ainda que o e-voting seja realidade no Brasil desde os anos
    2000, a sétima onda do World Values Survey mostra que apenas 26% dos eleitores confia
    completamente no processo eleitoral. O objetivo do presente trabalho é analisar a relação
    entre o uso de tecnologia e a confiança dos eleitores na integridade do processo eleitoral
    brasileiro a partir de uma abordagem experimental em que o tratamento consistiu em expor
    parte aleatória dos respondentes de um survey a informações sobre o uso de tecnologias no
    processo eleitoral no Brasil.. As hipóteses são de que (H1) Os respondentes do grupo de
    tratamento têm um nível maior de confiança no processo eleitoral quando comparados aos
    respondentes do grupo de controle; (H2) Bolsonaristas desconfiam mais do processo eleitoral
    do que os não bolsonaristas; e (H3) A exposição a tecnologia eleitoral pode ajudar a reduzir a
    desconfiança dos bolsonaristas no processo eleitoral.
    Metodologicamente, esse projeto foi operacionalizado através de um experimento de
    survey financiado pela Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco
    (FACEPE). Inserido na literatura de Tecnologia Eleitoral e Integridade Eleitoral, esse projeto
    ajuda a prover dados mais exatos sobre a percepção do sistema brasileiro de votação, bem
    como contribui trazendo mais evidências de opinião pública sobre o uso de tecnologia nas
    eleições. Os resultados não permitem afirmar que as tecnologias eleitorais expliquem a
    variação na confiança.


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  • Tecnologia e integridade nas eleições: a confiança dos votantes brasileiros

3
  • CHRISTIAN DE ALMEIDA BRANDÃO
  • A decision tree model for Carbon Taxation in Europe

  • Orientador : RODRIGO BARROS DE ALBUQUERQUE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CAIRO GABRIEL BORGES JUNQUEIRA
  • ELIA ELISA CIA ALVES
  • MIGUEL MIKELLI LUCAS ALVES RIBEIRO
  • RAFAEL MESQUITA DE SOUZA LIMA
  • RODRIGO BARROS DE ALBUQUERQUE
  • Data: 23/02/2024

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  • Esta pesquisa desenvolve modelos de árvores de decisão para interpretar e prever a implementação e variação de impostos sobre carbono na Europa. À medida que a temperatura do planeta aquece e os impactos das mudanças climáticas aumentam, mais governos adotam medidas de precificação de carbono para reduzir as emissões. Os impostos sobre carbono são notáveis por sua simplicidade de introdução, capacidade de gerar receitas e comprovada eficácia na redução de emissões. Apesar de seus méritos, até 2020, apenas 21 países em todo o mundo haviam implementado impostos sobre carbono, sendo 15 na Europa, muitos com taxas relativamente baixas. Este estudo utiliza modelos de árvores de decisão para identificar variáveis associadas à criação e variação desses impostos. Ao incorporar características ideológicas nos modelos, essa pesquisa reconhece que os impostos sobre carbono estão inseridos em um contexto político, e que as recomendações de economistas e ambientalistas tem impacto limitado. Os modelos relacionados à variação de preços destacaram a importância do desempenho dos partidos verdes nas eleições, embora sua presença no governo não impedisse reduções de preços. Surpreendentemente, nenhum governo com uma parcela significativa de votos para os partidos verdes e sem uma dívida governamental muito baixa reduziu os impostos sobre carbono. Além disso, os modelos indicaram que ser um governo de direita não impediu aumentos de preço, e receitas vinculadas foram associadas a aumentos nos impostos sobre carbono. Por outro lado, o modelo de árvore de decisão para a implementação do imposto destacou a importância da divisão Esquerda-Direita em países com um PIB per capita (PPC) inferior a 39 mil dólares. Em nações mais ricas, a criação de impostos sobre carbono foi associada a um sistema democrático liberal robusto, ausência de uma enorme dívida governamental, ocorrência de desastres naturais durante o mandato do governo e uma não dependência completa de combustíveis fósseis para o consumo de energia. As características ideológicas mostraram-se relevantes para todos os modelos, reforçando a importância das considerações políticas na pesquisa de políticas climáticas.


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  • Com um ano de antecedência, a União Europeia excedeu sua meta de redução das emissões de carbono. Entre as estratégias empregadas pelo bloco e seus Estados membros, destacam-se a precificação do carbono e os subsídios governamentais para a energia renovável. Além disso, é importante considerar que outros fatores, não diretamente ligados a atores governamentais, podem ter contribuído para essa redução, como as oscilações nos preços dos combustíveis fósseis. Nesse contexto, o objetivo central desta pesquisa é analisar os determinantes da diminuição das emissões no período entre 1990 e 2019 na União Europeia. A investigação se fundamenta na teoria da Política Industrial Verde e adota o modelo STIRPART como método de análise.

4
  • MARIO VICTOR VERAS DE ALMEIDA
  • O Reflexo Parlamentar da Agenda Evangélica: Uma Análise da Câmara Municipal do Recife

  • Orientador : NARA DE CARVALHO PAVAO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • NARA DE CARVALHO PAVAO
  • GABRIELA DA SILVA TAROUCO
  • MARIANA BATISTA DA SILVA
  • AMY ERICA SMITH
  • MATHEUS GOMES MENDONÇA FERREIRA
  • Data: 28/02/2024

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  •  

    Como a agenda evangélica afeta a atividade legislativa de vereadores? O presente
    trabalho busca descrever e analisar a atividade legislativa dos parlamentares da Câmara
    Municipal do Recife (CMR) durante a 17a (2017-2020) e 18a legislatura (2021-2022) e sua
    relação com a agenda de grupos religiosos evangélicos.
    A hipótese do trabalho é de que o pertencimento à Bancada Cristã está associado à
    maior promoção de uma agenda política específica. Isso se deve a expectativa de que fatores
    eleitorais e ideológicos são os dois motivadores da atividade legislativa de parlamentares
    evangélicos (SMITH, 2019). A agenda desses grupos foi definida através de duas
    abordagens: uma institucional, focada na economia religiosa, e outra comportamental,
    focada na retórica conservadora de líderes evangélicos em temas relacionados
    principalmente à esfera sexual e de direito de minorias.
    A fundamentação teórica do projeto parte da teoria da conexão eleitoral de Mayhew
    (2004), que enxerga a política legislativa como composta por legisladores que vão focar seus
    esforços em ações que eles creem que irão aumentar suas chances de reeleição. A atividade
    é movida por incentivos eleitorais, produzindo legislação que serve os interesses de seus
    eleitores em temas que são caros para estes. Se tratando de candidatos de eleitorado
    religioso (religiously based politicians) Smith (2019) afirma que os incentivos eleitorais são
    somados à promoção de uma agenda política ideológica.
    A seleção específica pela Câmara de Vereadores do Recife como objeto de estudo se
    deve ao somatório de fatores sociais, históricos e de representação legislativa que a colocam
    em uma posição de destaque diante de outras grandes capitais. Dentro da região mais
    católica do país, Recife não só é a capital do estado com maior número de evangélicos como
    também apresenta a maior proporção de políticos dessa denominação em comparação a
    católicos em todas as capitais do Nordeste. Em termos de representação legislativa, a
    proporção de vereadores de origem religiosa na câmara de vereadores do Recife no começo
    da atual legislatura sua Bancada Cristã, formada por 11 membros representa quase um terço
    do total de vereadores da casa (28%). Por questões de comparação, a bancada religiosa das
    cidades de São Paulo e Rio de Janeiro representam respectivamente 20% e 8% do total de
    assentos das casas legislativas municipais.
    O projeto busca contribuir com a literatura existente relativa à representação política
    de minorias, mais especificamente a atuação de frentes parlamentares evangélicas em casas
    legislativas municipais. Metodologicamente, esse trabalho utiliza métodos mistos (SMALL,
    2011), constituído por análises qualitativas de conteúdo, entrevistas semiestruturadas e
    estatística descritiva, onde a produção legislativa dos 78 vereadores será descrita e avaliada
    a fim de se observar as diferenças de agenda existentes entre o grupo de vereadores
    membros da Bancada Cristã e os demais parlamentares.


  • Mostrar Abstract
  •  

    Como a agenda evangélica afeta a atividade legislativa de vereadores? O presente
    trabalho busca descrever e analisar a atividade legislativa dos parlamentares da Câmara
    Municipal do Recife (CMR) durante a 17a (2017-2020) e 18a legislatura (2021-2022) e sua
    relação com a agenda de grupos religiosos evangélicos.
    A hipótese do trabalho é de que o pertencimento à Bancada Cristã está associado à
    maior promoção de uma agenda política específica. Isso se deve a expectativa de que fatores
    eleitorais e ideológicos são os dois motivadores da atividade legislativa de parlamentares
    evangélicos (SMITH, 2019). A agenda desses grupos foi definida através de duas
    abordagens: uma institucional, focada na economia religiosa, e outra comportamental,
    focada na retórica conservadora de líderes evangélicos em temas relacionados
    principalmente à esfera sexual e de direito de minorias.
    A fundamentação teórica do projeto parte da teoria da conexão eleitoral de Mayhew
    (2004), que enxerga a política legislativa como composta por legisladores que vão focar seus
    esforços em ações que eles creem que irão aumentar suas chances de reeleição. A atividade
    é movida por incentivos eleitorais, produzindo legislação que serve os interesses de seus
    eleitores em temas que são caros para estes. Se tratando de candidatos de eleitorado
    religioso (religiously based politicians) Smith (2019) afirma que os incentivos eleitorais são
    somados à promoção de uma agenda política ideológica.
    A seleção específica pela Câmara de Vereadores do Recife como objeto de estudo se
    deve ao somatório de fatores sociais, históricos e de representação legislativa que a colocam
    em uma posição de destaque diante de outras grandes capitais. Dentro da região mais
    católica do país, Recife não só é a capital do estado com maior número de evangélicos como
    também apresenta a maior proporção de políticos dessa denominação em comparação a
    católicos em todas as capitais do Nordeste. Em termos de representação legislativa, a
    proporção de vereadores de origem religiosa na câmara de vereadores do Recife no começo
    da atual legislatura sua Bancada Cristã, formada por 11 membros representa quase um terço
    do total de vereadores da casa (28%). Por questões de comparação, a bancada religiosa das
    cidades de São Paulo e Rio de Janeiro representam respectivamente 20% e 8% do total de
    assentos das casas legislativas municipais.
    O projeto busca contribuir com a literatura existente relativa à representação política
    de minorias, mais especificamente a atuação de frentes parlamentares evangélicas em casas
    legislativas municipais. Metodologicamente, esse trabalho utiliza métodos mistos (SMALL,
    2011), constituído por análises qualitativas de conteúdo, entrevistas semiestruturadas e
    estatística descritiva, onde a produção legislativa dos 78 vereadores será descrita e avaliada
    a fim de se observar as diferenças de agenda existentes entre o grupo de vereadores
    membros da Bancada Cristã e os demais parlamentares.

5
  • MATHEUS GOMES PEREIRA
  • A INFLUÊNCIA DAS IDEIAS LEGISLATIVAS NA CRIAÇÃO DE PROPOSIÇÕES JURÍDICAS: UMA ANÁLISE EMPÍRICA DO PORTAL E-CIDADANIA NO BRASIL (2012-2020)

  • Orientador : ANDREA QUIRINO STEINER
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDREA QUIRINO STEINER
  • GABRIELA DA SILVA TAROUCO
  • SAMUEL ANDERSON ROCHA BARROS
  • MARCUS ABILIO GOMES PEREIRA
  • Data: 18/03/2024

  • Mostrar Resumo
  • As demandas sociais se convertem em normas jurídicas? Este trabalho analisa a influência das ideias legislativas enviadas por cidadãos ao Portal e-Cidadania na criação de projetos de Lei ou Propostas de Emenda à Constituição no Brasil. Metodologicamente, o desenho de pesquisa utiliza a análise de conteúdo para examinar uma base de dados original formada por 99 ideias legislativas produzidas entre 2012 e 2020, que já foram debatidas e que obtiveram mais de 20.000 apoios. Replicamos as variáveis utilizadas por Kniess (2020) para categorizar as ideias enviadas, e adicionamos a variável temática utilizada por Batista (2020). Os resultados mostram que cerca de 30% das ideias enviadas pelos cidadãos se converteram de fato em alguma proposta normativa. O fato de algumas ideias receberem parecer negativo não representa por si só um enfraquecimento da democracia, uma vez que parte das ideias enviadas por cidadãos vão de encontro a direitos já existentes e a liberdade de expressão. A maior parte das ideias enviadas está relacionada a temas sociais (como educação e saúde) e é proveniente da região Sudeste. Percebeu-se que durante o período eleitoral (2017 e 2018) houve um aumento significativo da
    participação popular no portal e-cidadania, e que algumas ideias enviadas tinham teor semelhante aos temas de campanha dos presidenciáveis. Em suma, verificamos empiricamente como a democracia digital é operacionalizada na prática por meio da ferramenta ideia legislativa do portal e-cidadania. Percebe-se que Brasil está na vanguarda desse movimento de digitalização dos parlamentos e do uso de tecnologias para ouvir a opinião da população.


  • Mostrar Abstract
  • Em que medida as demandas sociais se convertem em proposições jurídicas? Este trabalho analisa a relação entre as ideias legislativas enviadas por cidadãos ao Portal e-Cidadania e a criação de projetos de Lei ou Propostas de Emenda à Constituição no Brasil. Metodologicamente, o desenho de pesquisa utiliza a análise documental para examinar uma base de dados original formada por 129 ideias legislativas produzidas entre 2012 e 2021, que já foram debatidas e que obtiveram mais de 20.000 apoios. Em particular, replicamos as categorias utilizadas por Kniess (2020) e adicionamos a categoria utilizada por Batista (2020). Os resultados preliminares sugerem que menos da metade das ideias enviadas pelos cidadãos se converteram de fato em alguma proposta normativa. Similarmente ao que foi encontrado por Kniess (2020), o fato de algumas ideias receberem parecer negativo não
    representa por si só um enfraquecimento da democracia, uma vez que parte das ideias enviadas por cidadãos vão de encontro a direitos já existentes e a liberdade de expressão, como, por exemplo, a extinção do termo feminicídio e agravante para qualquer crime passional e a proibição do ensinamento de ideologia de Gênero nas escolas. Por fim, este trabalho contribui com a literatura sobre democracia digital ao verificar empiricamente a operacionalização desse conceito no cenário político brasileiro.

6
  • JÚLIO SANI LOPES
  • POLÍTICA EXTERNA NO CONTEXTO AFRICANO: O ESTUDO COMPARADO DE ATORES DE COOPERAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DE CHINA E BRASIL NA GUINÉ-BISSAU (2000-2019)

  • Orientador : RAFAEL MESQUITA DE SOUZA LIMA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAFAEL MESQUITA DE SOUZA LIMA
  • MIGUEL MIKELLI LUCAS ALVES RIBEIRO
  • CINTHIA REGINA CAMPOS RICARDO DA SILVA
  • Data: 22/04/2024

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  • O presente trabalho tem como objetivo traçar de forma exploratória e comparativa o perfil de cooperação internacional para o desenvolvimento (CID) do Brasil e da China na Guiné-Bissau, enquanto um dos principais benificiários dos recursos provenientes desses gigantes do Sul. A literatura de Cooperação Sul-Sul (CSS) sobre o Brasil e China aponta os dois países como fornecedores diferentes um do outro, mas que possuem alguns traços de semelhança na forma de inserção na agenda de CID e, embora o estudo de CSS de ambos apareça de forma enfática na academia brasileira, a literatura dessa agenda de pesquisa tem sido generalista e ainda são poucos os estudos explorando questões específicas. Em consequência disso, a literatura também não explorou em perspectiva comparada a composição de atores articuladores de suas políticas de cooperação. Dado o estado da arte da agenda de pesquisa, torna-se necessário comparar as burocracias e atores infra estatais que incidem nos projetos de CSS desses dois destacados provedores naquele país africano. Destarte, a pesquisa indaga:  como a composição dos atores mais implicados nos projetos de CSS executados pelo Brasil e China na Guiné-Bissau explica o perfil e resultados em política de cooperação? Em termos teóricos a pesquisa fez uma revisão de literatura sobre o conceito de política externa, perpassou por análise de política externa dos dois países para o contexto bissau-guineense e estudos sobre a CID. A metodologia é do tipo qualitativa dividida em fases de coleta via internet e do estudo de campo. Este comtempla o levantamento dos dados e entrevistas semiestruturadas com atores estatais dos países estudados, analisando os significados que atribuem aos projetos de cooperação e suas percepções sobre as agências mais implicadas nos empreendimentos com o Estado guineense. Os resultados indicam que as empresas são atores mais envolvidos nos projetos de cooperação chinesa na Guiné-Bissau, sobretudo em setores de infraestrutura e pescas, isso explica o perfil de cooperação cada vez mais centrado na diplomacia econômica, enquanto a cooperação brasileira naquele contexto se dá principalmente no domínio técnico, com destaque para o setor de educação, marcado pela troca de tecnologias e expertise com forte implicação das suas agências especializadas. 


  • Mostrar Abstract
  • Quais são os atores mais implicados nos projetos de CSS executados pelo Brasil e China na Guiné-Bissau? Como isso explica o perfil da cooperação desses países naquele contexto? 
    A literatura de CSS sobre o Brasil e China aponta os dois países como fornecedores diferentes um do outro, mas com uma visão convergente de cooperação para o desenvolvimento e, embora o estudo de CSS de ambos apareça de forma enfática na academia brasileira, os estudiosos dessa agenda de pesquisa ainda não produziram pesquisas mais detalhadas comparando esses provedores do Sul. Dado o estado da arte da agenda de pesquisa, torna-se necessário comparar o elenco de instituições que atuam nos projetos de CSS dos dois países na Guiné-Bissau. Responder este questionamento nos coloca o desafio de comparar as semelhanças e diferenças do perfil de cooperação para o desenvolvimento dos dois principais provedores ao nível do Sul. Em termos metodológicos a pesquisa parte de uma abordagem qualitativa, dividida em 2 partes. No primeiro momento pretende-se realizar um estudo de campo na Guiné-Bissau, a fim de visitar as instituições governamentais e coletar os dados que versam sobre cooperação chinesa e brasileira na Guiné Bissau, precedido das entrevistas semiestruturadas. A segunda parte foca na análise de dados, na qual a pesquisa vai se valer de técnica de análise de conteúdo que nos permite verificar o perfil e a modalidade de cooperação brasileira e chinesa na Guiné-Bissau, partindo de seguintes categorias analíticas: 1. Significados de cooperação para o desenvolvimento; 2. O processo de formulação e implementação de cooperação. A base teórica passa por análise de política externa dos dois países para o contexto bissau guineense e estudos sobre cooperação internacional para o desenvolvimento. A premissa hipotética que guia a pesquisa é de que os atores mais implicados nos projetos implementados pelo Brasil e China na Guiné-Bissau explicam o perfil de cooperação desses provedores naquele contexto.
7
  • LUÍSA NASCIMENTO SANTOS
  • Populismo e euroceticismo a nível individual: uma análise exploratória de cidadãos de países da União Europeia

  • Orientador : RODRIGO BARROS DE ALBUQUERQUE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DIOGO ARRUDA CARNEIRO DA CUNHA
  • IAN REBOUÇAS BATISTA
  • RODRIGO BARROS DE ALBUQUERQUE
  • Data: 16/08/2024

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  • A presença de partidos eurocéticos e populistas de esquerda e direita radical influenciam a visão de cidadãos europeus? Esta é a pesquisa que guiará essa dissertação, pretende-se discutir a literatura acerca dos modos de euroceticismo presentes na UE (União Europeia), o ressurgimento de partidos populistas e sua influência construção de atitudes individuais. A ascensão da direita radical e esquerda radical na União Europeia (UE) é marcada por altos índices de euroceticismo, nacionalismo e xenofobia que coloca em cheque os valores e objetivos da instituição. Encontramos resultados mostrando que a partir da multidimensionalidade do euroceticismo e populismo, podemos encaixar determinadas atitudes a dimensões de aversão a integração europeia, entre a direita radical e a esquerda radical.


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  • ...

8
  • GABRIELA ARAUJO TABOSA DE VASCONCELOS
  • Poder estrutural chinês no setor de transportes: o caso do Vietnã

  • Orientador : RAFAEL MESQUITA DE SOUZA LIMA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAFAEL MESQUITA DE SOUZA LIMA
  • MIGUEL MIKELLI LUCAS ALVES RIBEIRO
  • JOYCE HELENA FERREIRA DA SILVA
  • Data: 16/08/2024

  • Mostrar Resumo
  • Diante do avanço da economia chinesa e a sua crescente influência, esta tem despertado questões sobre a possibilidade de se tornar um novo hegemon na Economia Política Internacional. Isso se dá especialmente no tocante ao setor de infraestrutura de transportes, uma vez que os meios de locomoção de pessoas e bens são determinantes para o desenvolvimento econômico de um país. Para melhor analisar a questão, fez-se uso, dentro do arcabouço da Economia Política Internacional, da Teoria do Poder Estrutural de Susan Strange para, através de seus quatro pilares (segurança, sistema de produção, estrutura financeira e de créditos e informação e conhecimento), buscar compreender se a China exerceria tal forma de poder sobre o Vietnã, seu vizinho. A pesquisa se deu por meio de um estudo de caso focado no Vietnã, que possui uma rica história com a China e é hoje seu maior parceiro comercial no Sudeste Asiático. Mobilizou-se uma extensa literatura secundária, bem como coleta e análise de dados. Isso para verificar em quais vertentes a China exerce poder estrutural no setor de transportes no Vietnã. Verificou-se que a China apenas exerce poder estrutural, em relação ao Vietnã, no que diz respeito a cadeias globais de valor, a finanças e a conhecimento sobre tecnologias ferroviárias. Conclui-se, portanto, que a China, não se encaixa perfeitamente na teoria defendida por Strange, principalmente no tocante ao Vietnã. 


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  • resumo

9
  • FERNANDO COLONIA
  • A RELAÇÃO DO PARTIDO AFRICANO PARA A INDEPENDÊNCIA DA GUINÉ E
    CABO VERDE (PAIGC) COM O MARXIXMO DE 1956 A 1991

  • Orientador : MARCOS AURELIO GUEDES DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JOAO POLICARPO RODRIGUES LIMA
  • JOSÉ FRANCELINO GALDINO NETO
  • MARCOS AURELIO GUEDES DE OLIVEIRA
  • Data: 26/08/2024

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  • O presente trabalho busca compreender como o Partido Africano para Independência da
    Guiné e Cabo Verde (PAIGC) utilizou o pensamento marxista-socialista na construção
    do seu projeto de Estado-nação. Em particular, examinamos como os conceitos de luta
    de classe, materialismo histórico e burguesia foram apropriados estrategicamente pelo
    PAIGC durante a luta pela independência do país (1956-1991), bem como sua política
    socialista nos primeiros anos de pós-independência. Segundo Gerring (2008), a seleção
    do caso se justifica pela seguinte razão:  evita o problema de escolher uma amostra
    pequena de forma completamente aleatória (isto é, sem qualquer estratificação prévia).
    A escolha do PAIGC se justifica, por um lado, por ser o único partido libertador dos
    Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) que nunca assumiu
    oficialmente ser um partido de orientação ideológica marxista-socialista (Andrade,
    1997) ainda que o seu projeto de nação, é clara nitidamente socialista assim como os
    demais países de PALOP e, por outro lado, por ser o partido libertador e o maior do país
    até o momento.  Metodologicamente, a pesquisa será desenvolvida através da técnica de
    revisão da literatura.


  • Mostrar Abstract
  • Como o Partido Africano para Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) utilizou
    o pensamento marxista-socialista na construção do seu projeto de Estado-nação? Em
    particular, examinamos como os conceitos de luta de classe, materialismo histórico,
    burguesia e homem novo foram apropriados estrategicamente pelo PAIGC na Guiné
    Bissau (1956-1991). Seguindo as recomendações de Gerring (2008), a seleção do caso
    se justifica pela seguinte razão:  evita o problema de escolher uma amostra pequena de
    forma completamente aleatória (isto é, sem qualquer estratificação prévia) a escolha do
    PAIGC se justifica, em parte, por ser o único partido libertador dos Países Africanos de
    Língua Oficial Portuguesa (PALOP) que nunca assumiu oficialmente ser um partido de
    orientação ideológica marxista-socialista (Andrade, 1997) ainda que o seu projeto de
    nação, é claramente nitidamente socialista assim como os demais países de PALOP. 
    Metodologicamente, a pesquisa será desenvolvida através da técnica de revisão da
    literatura.

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  • ÉLIDA SILVA DOS SANTOS
  • 20 ANOS DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DOS PRINCIPAIS RESULTADOS

  • Orientador : DALSON BRITTO FIGUEIREDO FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • AMANDA RAFAELA DOMINGOS DE LIMA
  • DALSON BRITTO FIGUEIREDO FILHO
  • MARIANA BATISTA DA SILVA
  • RANULFO PARANHOS DOS SANTOS FILHO
  • Data: 30/08/2024

  • Mostrar Resumo
  • O que a literatura produzida a respeito do Programa Bolsa Família revela sobre os seus resultados nos últimos 20 anos? O Programa Bolsa Família (PBF) é uma das principais políticas de transferência de renda do Brasil e tem como objetivo primário reduzir os efeitos da extrema pobreza. Dada sua relevância como política de combate à pobreza tem sido objeto de investigações por diversos pesquisadores e gestores de políticas públicas, os quais buscam além de abordar sua institucionalidade, seu desenho e suas condicionalidades, analisam as principais contribuições do PBF ao longo dos anos. Assim, se faz relevante analisar o que os principais estudos referente a ele tem a dizer, ou seja, o que a literatura expressa sobre os resultados do programa no tocante à educação, saúde, pobreza e o quadro nutricional dos beneficiários, entre outros aspectos. Para isso, utilizamos da revisão sistemática, método usado para realizar uma síntese da literatura produzida até o momento sobre os resultados do PBF, ela permite identificar os estudos sobre um tema, aplicando métodos sistematizados de busca que vão desde avaliar a qualidade e validade desses estudos como sua aplicabilidade, além de gerar um processo replicável e transparente. Nosso estudo se baseou em 65 artigos, os achados em relação à educação, estado nutricional e pobreza mostraram que a maioria dos artigos são considerados positivos. Sobre saúde o que se constatou foi um número maior de trabalhos com efeito misto, ou seja, estudos que não demonstram de forma significativa se o impacto do PBF era positivo ou negativo. Também ficou claro que existem poucos estudos sobre o desempenho do PBF em relação às condicionalidades da saúde, pois a maioria dos artigos estão mais voltados a discutir a questão da educação, renda, pobreza, e aspectos nutricionais. Este trabalho avança ao permitir avaliar os resultados de um dos maiores programas de transferência do Brasil. Quando se compara os investimentos e desenvolvimentos de programas sociais percebemos que existem poucas evidências sobre o verdadeiro impacto dos programas voltados aos mais pobres. Logo, avaliações como essa revisão sistemática fornecem evidências claras sobre o que programas como o PBF tem influenciado na vida dos beneficiados e permite que gestores e estudiosos das políticas públicas possam ser orientados sobre quais ajustes fazer no desenho e focalização de tais programas. Por último, lança luz sobre o estado da arte do que vem se produzindo em relação ao Programa Bolsa Família nos últimos anos.


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  • O que a literatura produzida a respeito do Programa Bolsa Família revela sobre os seus resultados nos últimos 20 anos? O Programa Bolsa Família (PBF) é uma das principais políticas de transferência de renda do Brasil e tem como objetivo primário reduzir os efeitos da extrema pobreza. Dada sua relevância como política de combate à pobreza tem sido objeto de investigações por diversos pesquisadores e gestores de políticas públicas, os quais buscam além de abordar sua institucionalidade, seu desenho e suas condicionalidades, analisam as principais contribuições do PBF ao longo dos anos. Assim, se faz relevante analisar o que os principais estudos referente a ele tem a dizer, ou seja, o que a literatura expressa sobre os resultados do programa no tocante à educação, saúde, pobreza e o quadro nutricional dos beneficiários, entre outros aspectos. Para isso, utilizamos da revisão sistemática, método usado para realizar uma síntese da literatura produzida até o momento sobre os resultados do PBF, ela permite identificar os estudos sobre um tema, aplicando métodos sistematizados de busca que vão desde avaliar a qualidade e validade desses estudos como sua aplicabilidade, além de gerar um processo replicável e transparente. Nosso estudo se baseou em 65 artigos, os achados em relação à educação, estado nutricional e pobreza mostraram que a maioria dos artigos são considerados positivos. Sobre saúde o que se constatou foi um número maior de trabalhos com efeito misto, ou seja, estudos que não demonstram de forma significativa se o impacto do PBF era positivo ou negativo. Também ficou claro que existem poucos estudos sobre o desempenho do PBF em relação às condicionalidades da saúde, pois a maioria dos artigos estão mais voltados a discutir a questão da educação, renda, pobreza, e aspectos nutricionais. Este trabalho avança ao permitir avaliar os resultados de um dos maiores programas de transferência do Brasil. Quando se compara os investimentos e desenvolvimentos de programas sociais percebemos que existem poucas evidências sobre o verdadeiro impacto dos programas voltados aos mais pobres. Logo, avaliações como essa revisão sistemática fornecem evidências claras sobre o que programas como o PBF tem influenciado na vida dos beneficiados e permite que gestores e estudiosos das políticas públicas possam ser orientados sobre quais ajustes fazer no desenho e focalização de tais programas. Por último, lança luz sobre o estado da arte do que vem se produzindo em relação ao Programa Bolsa Família nos últimos anos.

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  • DANIEL GUEDES SILVA DAHER
  • A POPULIST IS BORN: determinantes institucionais do populismo

  • Orientador : LEON VICTOR DE QUEIROZ BARBOSA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LEON VICTOR DE QUEIROZ BARBOSA
  • NARA DE CARVALHO PAVAO
  • JORGE ALEXANDRE BARBOSA NEVES
  • Data: 18/10/2024

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  • Esta dissertação investiga em que ambiente institucional populistas ascendem ao poder. O estudo analisa a influência dos diferentes modelos institucionais consensuais e majoritários, conforme descritos por Lijphart (2019), na emergência de lideranças populistas no Executivo e Legislativo. Duas hipóteses são testadas: (1) quanto mais consensuais as instituições políticas, maiores as chances de ascensão de líderes populistas ao Poder Executivo; e (2) quanto mais consensuais as instituições políticas, maior o número de partidos populistas que conquistam espaço no Poder Legislativo. Utilizando um modelo hierárquico aplicado a dados em painel, a pesquisa analisa 413 observações do Executivo e 449 do Legislativo, abrangendo 61 países entre 1989 e 2018. Os principais resultados indicam que algumas instituições com maior grau de consensualismo facilitam a ascensão de populistas, enquanto outras não apresentam significância estatística. Além disso, certas instituições majoritárias também desempenham um papel semelhante. Este estudo contribui para a compreensão da relação entre populismo e diferentes nuances institucionais, oferecendo uma nova perspectiva sobre como as características institucionais influenciam a ascensão de líderes e partidos populistas.


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  • Modelos institucionais diferentes influenciam na emergência de políticos populistas? No presente projeto adotamos duas definições complementares de populismo proposta por Cas Mudde e Rovira Kaltwasser (2017), que o a qual consiste em uma ideologia esvaziada (thin-centered ideology) dividindo a sociedade entre o povo puro e a elite corrupta, onde o primeiro é detentor do poder absoluto e a sua vontade não pode encontrar obstáculos à realização. Portanto, o populista é aquele que se apresenta como o legítimo representante do “povo puro” e promete fazer a valer a vontade deste, combatendo a classe política tradicional, essa acusada de ter virado às costas ao povo e agir de acordo apenas com seus próprios interesses. O debate acerca do atual momento populista tem crescido cada vez mais, e aponta fatores, a exemplo da crise financeira de 2008, o avanço da globalização e imigração, como algumas de suas causas. Entretanto, o desenho das instituições pode tornar determinado país mais propício a populistas? Este trabalho analisa a relação entre os modelos de instituições democráticas apresentados por Lijphart (2019) e a emergência de políticos populistas entre o que Fukuyama chamou de Fim da História (1989) e 2019 A hipótese de trabalho sustenta que quanto mais consensuais as instituições, maiores as chances de emergência de populistas, uma vez que, ao contrário das majoritárias, têm o condão de limitar poder. Metodologicamente, o desenho de pesquisa emprega, como variáveis independentes, os modelos institucionais de Lijphart (2019) a partir da atualização do banco de dados original do autor. Além disso, expandimos a base original com a inclusão de vinte seis novos países que experimentaram a emergência de populistas mais recentemente. A primeira variável dependente consiste na emergência de populistas ao Executivo; a segunda consiste no populismo dos partidos que ascenderam ao parlamento. O trabalho busca contribuir com a literatura ao fornecer novas evidências a respeito do impacto do desenho institucional sobre o populismo.

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  • ALEXSANDRA AMORIM CAVALCANTI
  • MENSURANDO O EQUILÍBRIO DE PODER ORÇAMENTÁRIO DAS RELAÇÕES EXECUTIVO-LEGISLATIVO BRASILEIRAS

  • Orientador : MARCUS ANDRE BARRETO CAMPELO DE MELO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCUS ANDRE BARRETO CAMPELO DE MELO
  • BERNARDO PINHEIRO MACHADO MUELLER
  • CARLOS EDUARDO FERREIRA PEREIRA FILHO
  • Data: 19/11/2024

  • Mostrar Resumo
  • Quais instituições melhor descrevem a expansão do poder orçamentário do Legislativo brasileiro? Proponho a análise dessa dinâmica institucional entre 1990 e 2023 através de seis critérios: poder de emenda, poder de revisão, transparência, capacidade do comitê orçamentário, flexibilidade do Poder Executivo na execução e poder de auditoria. Dentro deles, organizo a história das instituições orçamentárias brasileiras em dez questões e, a partir delas, descrevo o sentido de transformações que impactaram todas as áreas da política nacional, como o orçamento impositivo, as emendas-pix e os orçamentos secretos determinados pela descaracterização da autoria das emendas. A seleção de instituições foi fruto da análise qualitativa de três índices da economia política internacional, para os quais selecionei todas as dimensões pertencentes ao equilíbrio de poder orçamentário entre Executivo e Legislativo. Enquanto a literatura carece de uma análise sistemática e longitudinal, o referencial teórico escolhido me permite analisar o balanço de poder por um conjunto abrangente e compreensivo de instituições. Atribuindo pontuações aos achados qualitativos, criei um novo índice de poder orçamentário do legislativo brasileiro. Através dele, demonstro que o Legislativo iniciou a nova ordem constitucional com relativo poder, o perdeu a partir dos anos 90, o retomou desde meados de 2014 e está hoje no melhor patamar da nova democracia. Trago evidências que o índice possui grande robustez interna, sendo capaz de explicar, com alto grau de confiabilidade estatística, a execução de emendas individuais. Concluo que a evolução do poder orçamentário do Legislativo brasileiro pode ser explicado pelo conjunto das dez instituições examinadas.

     


  • Mostrar Abstract
  • Which institutions best describe the expansion of the Brazilian Legislature’s budgetary power? I propose an analysis of this institutional dynamic between 1990 and 2023 through six criteria: amendment power, revision power, transparency, budget committee capacity, the Executive’s flexibility in execution, and audit power. Based on these criteria, I organize the history of Brazil’s budgetary institutions into ten key questions and, from them, outline the nature of transformations that have impacted all areas of national politics, such as the mandatory budget, "pix amendments", and secret budgets resulting from the removal of amendment authorship. The selection of institutions emerged from a qualitative analysis of three international political economy indices, from which I selected all dimensions related to the balance of budgetary power between the Executive and Legislative branches. While the literature lacks a systematic and longitudinal analysis, the chosen theoretical framework allows me to examine the power balance through a broad and comprehensive set of institutions. By assigning scores to the qualitative findings, I created a new index of Brazilian Legislative budgetary power. Through this index, I demonstrate that the Legislature began the new constitutional order with relative power, lost it during the 1990s, regained it around 2014, and today stands at its highest point in the new democracy. I present evidence that the index has great internal robustness, being able to explain, with a high degree of statistical reliability, the execution of individual amendments. I conclude that the evolution of the Brazilian Legislature’s budgetary power can be explained by the set of ten institutions examined.

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  • JOSÉ CELSON CYPRIANO NETO
  • OH PÁTRIA AMADA, POR ONDE ANDARÁS? O papel dos estados e Distrito Federal no combate à pandemia da Covid-19.

  • Orientador : DIOGO ARRUDA CARNEIRO DA CUNHA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DIOGO ARRUDA CARNEIRO DA CUNHA
  • ERNANI RODRIGUES DE CARVALHO NETO
  • MIGUEL MIKELLI LUCAS ALVES RIBEIRO
  • JORGE HENRIQUE OLIVEIRA DE SOUZA GOMES
  • SANDRA CRISTINA GOMES
  • Data: 19/12/2024

  • Mostrar Resumo
  • Esta dissertação analisa o impacto do federalismo, das relações intergovernamentais e das políticas públicas durante a pandemia de Covid-19, com o objetivo de identificar as condições que explicam o número de óbitos pela doença. Para isso, utilizou-se a metodologia QCA (Qualitative Comparative Analysis), na variante crisp set, considerando três condições principais e um outcome. O trabalho está dividido em três capítulos. No primeiro, "Revisão da literatura e conceitos principais", apresentamos as bases teóricas que sustentam a pesquisa; no segundo, "Metodologia", descrevemos detalhadamente os procedimentos metodológicos adotados; no terceiro, "Resultados e análise", discutimos as conclusões obtidas a partir das análises do capítulo precedente. Os resultados revelam que diferentes combinações de condições geraram altos índices de óbitos, entre os quais destacamos: (i) um baixo índice de vulnerabilidade social, alinhamento ao governo Bolsonaro e baixo índice de distanciamento social estão associados a um elevado número de óbitos; (ii) da mesma forma, um baixo índice de vulnerabilidade social, oposição ao governo Bolsonaro e alto índice de distanciamento social também implicam em alta mortalidade. Esses achados revelam a complexidade das relações entre fatores políticos, sociais e comportamentais na gestão da pandemia no Brasil.


  • Mostrar Abstract
  • Visto a descoordenação do governo federal frente à pandemia da Covid-19 e as narrativas – tanto negacionistas, quanto de priorização da economia em detrimento da saúde – os estados e Distrito Federal se tornaram protagonistas das tomadas de decisões para mitigar o avanço da doença. Consequência do quadro de descoordenação, os entes federativos a nível estadual apresentaram respostas e números de óbitos diferentes uns dos outros. Por que os estados e Distrito Federal apresentaram número de mortes tão diferentes? Vários foram os trabalhos que tentam explicar a Covid-19 na Ciência Política, porém lacunas persistem. Este trabalho propõe explicar quais condições configuram a variação de óbitos pela Covid-19 nos estados e Distrito Federal. Para explicar tais condições, o trabalho será construído através do QCA, uma metodologia de análise comparativa qualitativa. O QCA permite realizar generalizações. Portanto, o estudo busca compreender os padrões das condições que permitem aferir positivamente ou negativamente os números de óbitos (outcome). As condições (dimensões) adotadas no modelo são: 1) Saúde; 2) Comorbidades; 3) Economia; 4) Social; 5) Informalidade no Trabalho; 6) Dimensão de Alinhamento Partidário; 7) Políticas de Intervenções não Farmacêuticas. Desta forma, O trabalho pretende analisar se há causalidades entre essas dimensões com os números de óbitos da pandemia da Covid-19.

Teses
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  • IAN REBOUÇAS BATISTA
  • AUTOCRATIZAÇÃO COMPARADA: Democracias em retrocesso, eleições enviesadas e a expansão de autocracias eleitorais pelo mundo

  • Orientador : GABRIELA DA SILVA TAROUCO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RICARDO BORGES GAMA NETO
  • GABRIELA DA SILVA TAROUCO
  • MAURO VICTORIA SOARES
  • LORENA GUADALUPE BARBERIA
  • CONRADO HUBNER MENDES
  • RODRIGO MARTINS DA SILVA
  • CARLA SOFIA FRANCO LUÍS
  • KELLY CRISTINA COSTA SOARES
  • Data: 09/01/2024

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  • O objetivo desta tese é investigar como a democracia pode ser desvirtuada por líderes
    democraticamente eleitos. Mais especificamente, investiga ações e medidas que esses líderes
    implementam para cumprir seus objetivos de autocratizar o regime no que diz respeito à mais
    primordial instituição democrática, o processo eleitoral. A caracterização como autocracia eleitoral
    é o ponto de chegada desses regimes que não suprimem a realização de eleições periódicas para a
    escolha do líder do Executivo, mas onde essas falham em promover uma real, livre e justa
    competição pelo poder. Esta tese identifica e estuda 35 transições de democracia para autocracia
    eleitoral, ocorridas entre 1990 e 2021, onde líderes desvirtuaram valores caros à democracia. A
    argumentação central deste trabalho é identificar o processo eleitoral como a nota de corte na
    transição entre democracia e autocracia eleitoral, e, a partir disso, investigar e categorizar tipos de
    autocratização baseados nas táticas e estratégias que foram implementadas e que miraram a
    maneira com que se dá a competição pelo poder. Buscando diferenciar principalmente estratégias
    de retrocesso democrático que enviesam a disputa eleitoral meses antes da eleição e táticas de
    fraude eleitoral implementadas no dia da votação, este trabalho testa as hipóteses de que,
    relacionados com esses caminhos distintos, estariam as instituições eleitorais, o relacionamento
    institucional do Executivo com os demais poderes e a mobilização da sociedade civil. A
    investigação qualitativa dos 35 casos permite a classificação das transições entre: Retrocesso
    Democrático, Manipulação Eleitoral e Violência Estatal. A partir disso, uma investigação
    quantitativa através de regressão multinominal e estudos de casos permitem identificar que
    elementos como a atuação da oposição no Legislativo e a mobilização da sociedade civil em apoio
    ao governo correspondem a condições que permitem, respectivamente, impedir ou permitir que o
    líder implemente um processo de retrocesso democrático.


  • Mostrar Abstract
  • O objetivo desta tese é investigar como a democracia pode ser desvirtuada por líderes
    democraticamente eleitos. Mais especificamente, investiga ações e medidas que esses líderes
    implementam para cumprir seus objetivos de autocratizar o regime no que diz respeito à mais
    primordial instituição democrática, o processo eleitoral. A caracterização como autocracia eleitoral
    é o ponto de chegada desses regimes que não suprimem a realização de eleições periódicas para a
    escolha do líder do Executivo, mas onde essas falham em promover uma real, livre e justa
    competição pelo poder. Esta tese identifica e estuda 35 transições de democracia para autocracia
    eleitoral, ocorridas entre 1990 e 2021, onde líderes desvirtuaram valores caros à democracia. A
    argumentação central deste trabalho é identificar o processo eleitoral como a nota de corte na
    transição entre democracia e autocracia eleitoral, e, a partir disso, investigar e categorizar tipos de
    autocratização baseados nas táticas e estratégias que foram implementadas e que miraram a
    maneira com que se dá a competição pelo poder. Buscando diferenciar principalmente estratégias
    de retrocesso democrático que enviesam a disputa eleitoral meses antes da eleição e táticas de
    fraude eleitoral implementadas no dia da votação, este trabalho testa as hipóteses de que,
    relacionados com esses caminhos distintos, estariam as instituições eleitorais, o relacionamento
    institucional do Executivo com os demais poderes e a mobilização da sociedade civil. A
    investigação qualitativa dos 35 casos permite a classificação das transições entre: Retrocesso
    Democrático, Manipulação Eleitoral e Violência Estatal. A partir disso, uma investigação
    quantitativa através de regressão multinominal e estudos de casos permitem identificar que
    elementos como a atuação da oposição no Legislativo e a mobilização da sociedade civil em apoio
    ao governo correspondem a condições que permitem, respectivamente, impedir ou permitir que o
    líder implemente um processo de retrocesso democrático.

2
  • ANTONIO HENRIQUE PIRES DOS SANTOS
  • The major powers’ approaches to international intervention: an automated text analysis of the United Nations Security Council debates

  • Orientador : MARCELO DE ALMEIDA MEDEIROS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCK PETITEVILLE
  • DAVID DOYLE
  • AMANCIO JORGE SILVA NUNES DE OLIVEIRA
  • MARCELO DE ALMEIDA MEDEIROS
  • RAFAEL MESQUITA DE SOUZA LIMA
  • Data: 26/02/2024

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  • The United Nations Security Council (UNSC), one of the six principal organs of the United Nations (UN), is primarily responsible for maintaining international peace and security. It convenes public meetings where members discuss potential threats to international peace and share perspectives on various international conflicts. During these debates, members may highlight different facets of a situation and suggest varied courses of action to achieve conflict settlement. This thesis seeks to answer the following question: What are the differences and similarities of the UNSC permanent members’ stances on international intervention? It introduces a typology of approaches to international intervention, encompassing the principal tools and themes in UNSC practices, informed by key UN documents and the literature on international conflicts. Utilising this typology, the study conducts an automated text analysis of 14,170 speeches by the UNSC permanent members from January 1992 to December 2023, employing an updated version of the UN Security Council Debates Dataset. Through the dictionary’s categories, this research examines each permanent member's most emphasised approaches in their speeches. The dictionary effectively identifies each member’s position in the Council, corroborating prior studies and contributing new insights. The study reveals that all permanent members display high and similar mentions of peacemaking, humanitarian assistance, and counter-terrorism. The categories of sanctions, peacekeeping, and non-proliferation are also commonly mentioned, albeit less frequently. The United States, the United Kingdom, and France strongly align their approach to international intervention, reflecting literature on the Western coalition within the Council. Concerning the main differences between the permanent members, the P3’s focus is on humanitarian assistance, state responsibility, and international justice. China prioritises peacemaking, sovereignty, and peacebuilding, while Russia often emphasises counter-terrorism, particularly drug trafficking. This research develops and validates a dictionary for analysing international intervention strategies, offering a comprehensive view of 32 years of post-Cold War UNSC debates. It highlights overarching trends and specific emphases of individual members in particular meetings. Thus, it contributes to international relations literature by providing a tool for future research, aiding in causal research designs and exploratory studies that mobilise and look at other actors and situations.

  • Mostrar Abstract
  • The United Nations Security Council (UNSC), one of the six principal organs of the United Nations (UN), is primarily responsible for maintaining international peace and security. It convenes public meetings where members discuss potential threats to international peace and share perspectives on various international conflicts. During these debates, members may highlight different facets of a situation and suggest varied courses of action to achieve conflict settlement. This thesis seeks to answer the following question: What are the differences and similarities of the UNSC permanent members’ stances on international intervention? It introduces a typology of approaches to international intervention, encompassing the principal tools and themes in UNSC practices, informed by key UN documents and the literature on international conflicts. Utilising this typology, the study conducts an automated text analysis of 14,170 speeches by the UNSC permanent members from January 1992 to December 2023, employing an updated version of the UN Security Council Debates Dataset. Through the dictionary’s categories, this research examines each permanent member's most emphasised approaches in their speeches. The dictionary effectively identifies each member’s position in the Council, corroborating prior studies and contributing new insights. The study reveals that all permanent members display high and similar mentions of peacemaking, humanitarian assistance, and counter-terrorism. The categories of sanctions, peacekeeping, and non-proliferation are also commonly mentioned, albeit less frequently. The United States, the United Kingdom, and France strongly align their approach to international intervention, reflecting literature on the Western coalition within the Council. Concerning the main differences between the permanent members, the P3’s focus is on humanitarian assistance, state responsibility, and international justice. China prioritises peacemaking, sovereignty, and peacebuilding, while Russia often emphasises counter-terrorism, particularly drug trafficking. This research develops and validates a dictionary for analysing international intervention strategies, offering a comprehensive view of 32 years of post-Cold War UNSC debates. It highlights overarching trends and specific emphases of individual members in particular meetings. Thus, it contributes to international relations literature by providing a tool for future research, aiding in causal research designs and exploratory studies that mobilise and look at other actors and situations.
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  • EVERTTON THIAGO RODRIGUES DE LIRA SANTANA
  •  

     ESTAR ALINHADO É SEMPRE BOM? Alinhamento partidário e resultados de políticas sociais no Brasil 

  • Orientador : MARIANA BATISTA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIANA BATISTA DA SILVA
  • DALSON BRITTO FIGUEIREDO FILHO
  • FELIX LOPEZ
  • FREDERICO BERTHOLINI
  • FERNANDO MEIRELES
  • Data: 14/03/2024

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  • Municípios partidariamente alinhados ao governo federal têm melhores resultados de políticas sociais? Em sistemas democráticos, políticas públicas estão no centro da relação entre a classe política e o eleitorado. De um lado, eleitores demandam mais serviços públicos e bem-estar. Do outro, políticos provêm programas sociais como uma forma de sinalizar competência e aumentar suas chances de reeleição. Essa relação está estruturada dentro de um contexto de competição interpartidária, no qual partidos políticos competem entre si e formam alianças para tentar assegurar sua posição no governo. Dessa forma, assumindo que estes atores utilizam políticas de forma estratégica, argumento que os partidos políticos atuam como um cartel, controlando tanto a produção quanto a distribuição de políticas públicas para beneficiar aliados políticos e reduzir a competição eleitoral. Assim, o principal objetivo desta tese é testar a relação entre alinhamento partidário e resultados de políticas sociais. Utilizando dados de políticas de saúde e educação nos municípios brasileiros entre os anos de 2008 e 2018, analiso o efeito do alinhamento ao presidente e à coalizão sobre três dimensões de resultado: (1) financiamento, (2) oferta e (3) impacto. Para estimar o efeito causal do tratamento, utilizo técnicas quase-experimentais: regressão descontínua para eleições acirradas para testar o primeiro grupo de hipóteses e propensity score matching associado à regressão OLS com termo interativo para o segundo grupo de hipóteses. Os resultados sugerem que o alinhamento partidário tem efeito em mais resultados na área da saúde do que na educação. Ao mesmo tempo, o alinhamento ao presidente parece produzir melhores resultados em ambas as áreas, enquanto estar alinhado à coalizão produz efeitos mistos. Mesmo neste cenário, os resultados em geral indicam uma certa resistência das políticas à interferência partidária. Sugiro três explicações isso: (1) a institucionalização das relações intergovernamentais, (2) as mudanças de prioridades dos políticos locais e (3) os baixos retornos eleitorais de políticas de saúde e educação. 


  • Mostrar Abstract
  • Qual o efeito do alinhamento partidário sobre resultados das políticas sociais? A centralidade das políticas públicas em sistemas democráticos é um reflexo de sua importância para cidadãos e para os agentes estatais. Partindo do pressuposto de que o principal objetivo dos partidos políticos é permanecer no poder, e que a política se assemelha a uma lógica de mercado, com cidadãos demandando políticas públicas e políticos as ofertando, argumento que os partidos no governo atuam como um cartel. Assim, eles controlam a produção e distribuição de políticas públicas para beneficiar aliados locais e reduzir a competição partidária. Observando três dimensões de resultado (financiamento, oferta e impacto) das políticas de saúde e educação, minhas hipóteses são de que o alinhamento partidário aumenta (i) o financiamento das políticas, (ii) a oferta de políticas sociais e (iii) indicadores de impacto social. Buscando analisar empiricamente esta relação, proponho utilizar um desenho de pesquisa multimétodo, combinando regressão descontínua para eleições acirradas com entrevistas semiestruturadas. 

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  • JOSÉ FRANCELINO GALDINO NETO
  • O que a América Latina produz sobre Teoria de Relações Internacionais?

  • Orientador : DALSON BRITTO FIGUEIREDO FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DALSON BRITTO FIGUEIREDO FILHO
  • HENRIQUE ZEFERINO DE MENEZES
  • PASCOAL TEÓFILO CARVALHO GONÇALVES
  • RAFAEL CARDOSO SAMPAIO
  • RAFAEL MESQUITA DE SOUZA LIMA
  • Data: 08/04/2024

  • Mostrar Resumo
  • O que a América Latina produz sobre Teoria de Relações Internacionais? O objetivo dessa tese de doutorado é mapear as estruturas institucionais, conceituais e intelectuais da subárea de teoria dentro da disciplina de Relações Internacionais. Para isso, caracterizamos e comparamos os principais artigos publicados internacionalmente com aqueles publicados na América Latina nos últimos 30 anos. Assim, construímos três bases de dados inéditas a partir de artigos coletados na Web of ScienceScopus e SCImago. No total foram analisados cerca de 1900 artigos sobre o tema a partir da combinação de técnicas bibliométricas e de análise temática.  Entre os principais achados destacamos a ascensão de Turquia e Brasil na produção teórica global, mas a permanência do domínio institucional, conceitual e intelectual de Estados Unidos e Reino Unido. Especificamente para a América Latina existe uma produção teórica significativa, contudo esta ocupa ainda um papel secundário a nível global dentro da subárea.


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  • O que a América Latina produz sobre Teoria de Relações Internacionais? O objetivo dessa tese de doutorado é mapear as estruturas institucionais, conceituais e intelectuais da subárea de teoria dentro da disciplina de Relações Internacionais. Para isso, caracterizamos e comparamos os principais artigos publicados internacionalmente com aqueles publicados na América Latina nos últimos 30 anos. Assim, construímos três bases de dados inéditas a partir de artigos coletados na Web of ScienceScopus e SCImago. No total foram analisados cerca de 1900 artigos sobre o tema a partir da combinação de técnicas bibliométricas e de análise temática.  Entre os principais achados destacamos a ascensão de Turquia e Brasil na produção teórica global, mas a permanência do domínio institucional, conceitual e intelectual de Estados Unidos e Reino Unido. Especificamente para a América Latina existe uma produção teórica significativa, contudo esta ocupa ainda um papel secundário a nível global dentro da subárea.

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  • JORGE HENRIQUE OLIVEIRA DE SOUZA GOMES
  • EM BUSCA DO ELO PERDIDO: OS PARADOXOS DA INDEPENDÊNCIA JUDICIAL SOB EROSÃO DEMOCRÁTICA NA AMÉRICA LATINA

  • Orientador : MARCUS ANDRE BARRETO CAMPELO DE MELO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCUS ANDRE BARRETO CAMPELO DE MELO
  • ERNANI RODRIGUES DE CARVALHO NETO
  • ANDRE FELIPE CANUTO COELHO
  • ANDRE REGIS DE CARVALHO
  • FLAVIANNE FERNANDA BITENCOURT NOBREGA
  • Data: 25/06/2024

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  • Por que tribunais constitucionais superpoderosos podem servir como catalizadores dos processos de erosão democrática em determinados contextos? A presente tese apresentou dados sobre a independência judicial de jure e de facto na América Latina com o objeto de analisar as principais tendências e padrões empíricos encontrados na região. O resultado paradoxal que emerge é a correlação negativa entre a autoridade judicial e a independência judicial de facto, medida para variável LJI (Latent Judicial Independence) de Linzer e Staton. Esse resultado não se encaixa facilmente nas análises usuais sobre o tema. O exame qualitativo dos casos de destaque (Venezuela, Equador, Bolívia, Colômbia e Brasil) corroborou a hipótese de que a presença de um ambiente institucional robusto e democrático é fator essencial para que a independência judicial saia do papel e se torne realidade. Países com legado de instabilidade institucional e histórico de ataques ao Judiciário mobilizam a autoridade de seus tribunais como arma política contra opositores do regime. Em ambientes mais democráticos, essa mesma autoridade se converte em baluarte contra governantes iliberais.  Prerrogativas formais são importantes, mas os legados institucionais e níveis anteriores de democracia são preditores mais robustos da independência judicial.

    Palavras-chave: Independência Judicial; América Latina; Instituições; Democracia

     


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  • Why can super-powerful constitutional courts serve as catalysts for processes of democratic backsliding in certain contexts? Data on de jure and de facto judicial independence in Latin America suggest different trends and patterns in the region. The paradoxical result that emerges from the data analysis was the negative correlation between judicial authority and de facto judicial independence, measured by Linzer and Staton's LJI (Latent Judicial Independence) variable. This result did not easily fit into the received wisdom on the topic. The qualitative analysis of selected cases (Venezuela, Ecuador, Bolivia, Colombia and Brazil) corroborated the hypothesis that the presence of a robust and democratic institutional environment is an essential factor for judicial independence to leave paper and become a reality. Institutionally unstable countries with a history of attacks on the Judiciary use the authority of their courts as a political weapon against opponents of the regime. In more democratic environments, this same authority becomes strength for the Courts. Formal prerogatives are important, but institutional legacies and previous levels of democracy are more robust predictors of judicial independence.

    Key-words: Judicial Independence; Latin America; Institutions; Democracy

     

               

     

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  • MATHEUS SILVA CUNHA
  • As comportas da culpa: como as narrativas dos incumbentes moldam a atribuição de responsabilidade política no Brasil 

  • Orientador : MARCUS ANDRE BARRETO CAMPELO DE MELO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCUS ANDRE BARRETO CAMPELO DE MELO
  • NARA DE CARVALHO PAVAO
  • RICARDO BORGES GAMA NETO
  • TAYLOR C BOAS
  • CARLOS EDUARDO FERREIRA PEREIRA FILHO
  • Data: 28/06/2024

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  • À medida que desastres naturais se tornam mais severos no mundo, líderes democraticamente eleitos são rotineiramente culpados por suas consequências igualmente desastrosas. Considerando que percepções de culpa são mais informativas do que percepções de crédito para escolhas eleitorais, tentativas de se desviar da culpa dominam os pensamentos de um incumbente. Entre várias estratégias, incumbentes podem apelar à opinião pública diretamente, desenvolvendo estratégias de comunicação conhecidas como accounts ou presentations para moldar percepções de risco evitável (i.e. quanta culpa existe para se atribuir) e responsabilidade direta (i.e. quão conectado ao problema o incumbente está). Accounts funcionam? Se sim, sob quais condições? Esta tese conecta estudos de blame avoidance e de blame attribution. Empiricamente, eu utilizo um experimento de survey do tipo conjoint que expõe eleitores brasileiros a um desastre natural comum. Eu manipulo 10 diferentes características de incumbentes, uma das quais é a manipulação do mediador de interesse, me permitindo indiretamente testar por efeitos de mediação. Utilizando apoio ao incumbent como meu outcome de interesse, o qual defino como uma combinação de percepções de culpa e intenção de voto, eu testo os efeitos de três accounts (acceptance, deflection, benchmarking) diretamente, assim como seus efeitos condicionais a outras variáveis, das quais ressalto duas: o perfil de gastos públicos do incumbente e o número de identidades compartilhadas entre eleitor e incumbente. Eu testo um conjunto de de efeitos principais e moderados, encontrando que, de fato, accounts possuem efeitos sobre a opinião pública. Encontro evidência mista de moderação e nenhuma evidência de mediação. Em geral, uma account de acceptance é imune a contextos de baixa similaridade identitária e a diferentes perfis de gastos públicos. Benchmarking e deflection são mais suscetíveis a moderação. Também encontro efeitos heterogêneos substanciais entre accounts, interações que incluem accounts e o nível de escolaridade dos eleitores, com aqueles de maior escolaridade preferindo accounts de benchmarking e se importando profundamente com afinidade política.

     


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  • Keywords: Natural disasters. Blame Avoidance. Accounts. Conjoint Experiment. Causal Inference As natural disasters gain in severity and intensity across the globe, democratically-elected leaders often find themselves being blamed for their equally disastrous consequences. Considering that blame informs voting decisions to a greater extent than credit, blame avoidance attempts take the forefront of any incumbent's mind. Among several strategies, incumbents can take the matter to public opinion directly, crafting communication strategies known as accounts or presentations to mold voter perceptions of avoidable harm (i.e. how much blame there is to assign) and direct responsibility (i.e. how tied the incumbent seems to the problem). Do incumbent accounts work? If so, under what conditions do they work? This thesis puts blame avoidance and blame attribution -- often studied separately -- together. Empirically, I employ a conjoint survey experiment that exposes voters in Brazil to a common natural disaster. I manipulate 10 different incumbent traits, one of which is a mediator manipulation, allowing me to indirectly test for mediation effects as well. Taking pro-incumbent support as my outcome of interest, which I define as a combination of blame perceptions and intent to vote, I test the effects of three accounts (acceptance, deflection, and benchmarking) directly, as well as their effects contingent on other variables, of which I highlight two: an incumbent's spending profile and the number of shared identities between incumbent and voter. I test a whole suite of main and two-way interaction effects, finding that, indeed, accounts do matter a great deal. I find mixed evidence of moderation, and no evidence for mediation. In general, the acceptance account seems impervious to contexts of low identity similarity and different spending profiles. Benchmarking and deflection show more effect modification. I also find substantial heterogeneous effects between accounts, interactions including accounts, and voters' educational attainment, with higher-education voters preferring benchmarking accounts and caring deeply about political affinity.

     

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  • LUIZA VILELA AMELOTTI
  • INFLUÊNCIAS IDEOLÓGICAS NAS POSTURAS INTERNACIONAIS: Análise dos Discursos de Potências Regionais na Assembleia Geral da ONU

  • Orientador : MARCELO DE ALMEIDA MEDEIROS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCELO DE ALMEIDA MEDEIROS
  • RAFAEL MESQUITA DE SOUZA LIMA
  • ALEXANDRINA SALDANHA SOBREIRA DE MOURA
  • DAWISSON ELVECIO BELEM LOPES
  • JANINA ONUKI
  • Data: 15/07/2024

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  • Esta tese investiga o impacto da ideologia nos discursos dos chefes de governo das potenciais lideranças regionais em âmbito internacional. Potenciais lideranças regionais são potências intermediárias de diferentes partes do mundo definidas com base na sua superioridade em critérios que englobam capacidades materiais e ideacionais para a projeção, o estabelecimento de laços, a promoção de interesses e a segurança regional. Desse modo, a delimitação das regiões onde as potências intermediárias exercem maior influência é baseada no Correlates of War e o Regions of War & Peace Regions. Essa análise oferece uma abordagem sistemática e objetiva para definição do recorte espacial, contribuindo para uma compreensão mais sólida das dinâmicas de liderança regional. Assim, são analisados 82 discursos proferidos pelos chefes de governo da Austrália, África do Sul, Brasil, Índia e Turquia na Assembleia Geral da ONU entre 2000 e 2022. Partindo de estudos prévios que indicam que diferentes orientações ideológicas podem influenciar as abordagens políticas e estratégias internacionais dos países, as hipóteses levantadas sugerem que líderes políticos de esquerda tendem a enfatizar questões sociais, e ambientais, além de estarem mais propensos a participar de organizações regionais, enquanto aqueles de orientação de direita têm maior inclinação para pautas comerciais e militares e maior tendência a engajamentos em organizações internacionais. Para essa testagem, são utilizados métodos de análise quantitativa de texto, com a contagem de termos, a análise de sentimento e o Wordfish para validação dos resultados. A contagem de termos ajuda a determinar quais temas são mais frequentemente abordados pelos líderes em seus discursos internacionais, a análise de sentimento revela se eles adotam uma postura mais positiva, negativa ou neutra em relação a determinadas questões e a análise não-supervisionada através do Wordfish indica quais dimensões são preponderantes nas falas dos emissores. Os achados revelam uma tendência de projeção de imagens idealistas dos Estados, promovendo ideais que nem sempre se traduzem em práticas políticas concretas. Embora não seja confirmada a hipótese principal de que o espectro esquerda-direita influencia diretamente os discursos internacionais, elementos ideológicos são identificados nas mensagens políticas analisadas. Esses resultados enfatizam a importância de considerar outras dimensões e efeitos ideológicos em diferentes contextos e arenas, bem como aprimorar os métodos de análise para uma compreensão mais abrangente dos discursos nas dinâmicas na política internacional.


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  •  Como a ideologia afeta as posturas adotadas pelos países em nível internacional? Considerando que a ideologia é um conjunto de crenças compartilhadas que moldam dinâmicas políticas e interpretações sociais, espera-se que as estratégias e atitudes dos países em cenário global variem conforme o posicionamento de seus governantes. Assim, esta tese testa a influência da escala esquerda-direita nos discursos dos líderes de cinco potências regionais na Assembleia Geral da ONU: África do Sul, Austrália, Brasil, Índia e Turquia. Especificamente, é esperado que líderes de esquerda adotem um tom mais cooperativo com foco social e ambiental; enquanto os de direita favoreçam hierarquias, status e abordem questões militares e econômicas. Para isso, são utilizados três modelos de análise quantitativa de texto – análise de dicionário, wordscore e wordfish – sobre 82 discursos entre 2000 e 2022. Essa estratégia possibilita não somente a validação dos achados, mas avança também na identificação padrões ideológicos que vão além da dicotomia esquerda-direita.

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  • JENIFER QUEILA DE SANTANA
  • Criação e (im)permanência de centros de cooperação Sul-Sul triangular em parceria com entidades da ONU: uma análise comparada dos casos brasileiros

  • Orientador : ANDREA QUIRINO STEINER
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDREA QUIRINO STEINER
  • LAURA TRAJBER WAISBICH
  • MARIANA PIMENTA OLIVEIRA BACCARINI
  • MIGUEL MIKELLI LUCAS ALVES RIBEIRO
  • RAFAEL MESQUITA DE SOUZA LIMA
  • Data: 30/08/2024

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  • Esta tese objetivou responder a seguinte pergunta: quais foram as justificativas por trás da criação e (im)permanência dos Centros de CSST brasileiros em parceria com organizações internacionais? Para isso, cumpriu três etapas: (i) mobilização da literatura para identificação dos fatores explicativos da criação das parcerias entre países do Sul Global e entidades da ONU, e da (im)permanência de instituições internacionais; (ii) análise do processo de criação e encerramento dos cinco centros de CSST brasileiros em questão a partir de entrevistas em profundidade, Telegramas e Circulares telegráficas disponibilizadas pelo MRE e documentos oficiais e, por fim, a (iii) terceira etapa que consistiu na análise comparada da criação, por meio do Most Different Systems Design (MDSD), e (im)permanência dos centros, a partir do Most Similar Systems Design (MSSD). No tocante a criação dos centros, a análise demonstrou que o arcabouço teórico sobre o estabelecimento de parcerias entre o Sul Global e a ONU é robusto, ainda que insuficiente. O fator explicativo mais relevante considera a criação dos centros como uma estratégia das entidades da ONU diante do alargamento da influência econômica e política das potências médias e da (re)emergência da CSS. O fator explicativo menos presente nos casos, aponta para a criação dos centros como uma estratégia das entidades da ONU diante da queda nas doações recebidas pelos países desenvolvidos. A análise dos dados identificou fatores não previstos na teoria, sendo eles: a construção de políticas públicas inovadoras nos países do Sul Global; a demanda expressiva de demais países do Sul Global por compartilhamento de expertise e assessoria técnica do país no qual o centro foi estabelecido, e a difusão dos centros a partir da existência de centros de CSST anteriores. No tocante à (im)permanência dos centros, a análise demonstrou que o arcabouço teórico sobre a resiliência de instituições internacionais não foi capaz de trazer respostas sobre a variação existente entre o centro em vigência e os encerrados. Dos cinco fatores relacionados a instituições internacionais escolhidos, apenas dois trouxeram explicações: tamanho do staff e institucionalização. A literatura sobre desmantelamento, por sua vez, trouxe explicação para o que ocorreu em dois dos cinco centros. A triangulação dos dados sobre a (im)permanência dos centros, permitiu identificar fatores explicativos não previstos na teoria. Dentre eles, três foram verificados em mais de um centro, quais sejam: a falta de aportes financeiros para manutenção do centro, a mudança de governo devido ao impeachment sucedido em 2016 e o desafio de sobreposição da atuação dos centros com as atividades desempenhadas por outras instituições internacionais. Uma combinação dos fatores explicativos provenientes da literatura, com os encontrados a partir da análise empírica, permitiu a elaboração de um modelo próprio de análise da criação e impermanência de Centros de CSST.


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  • Os centros brasileiros de Cooperação Sul-Sul Triangular (CSST), objeto de estudo dessa proposta de pesquisa, compreende(ra)m, nessas duas últimas décadas, uma nova forma de operacionalização da CSST empenhada pelo Brasil. Nesse novo segmento de cooperação, criaram-se instituições de caráter permanente, respaldadas pela parceria entre o governo brasileiro e organizações internacionais (OI) diversas, especialmente do sistema da Organização das Nações Unidas (ONU). Dos cinco centros criados, um permanece em vigência e se concebe
    como propulsor do diálogo Sul-Sul. Diante desse cenário, a pesquisa aqui proposta pretende responder a seguinte pergunta: quais foram as motivações por trás da criação e (im)permanência dos Centros de CSST brasileiros em parceria com organizações internacionais? Tal pergunta carrega a expectativa de concretização de ao menos duas etapas na pesquisa: em primeiro lugar, a identificação das motivações por trás da criação e impermanência de cada Centro de CSST. Utilizando o arcabouço teórico sobre a construção de parcerias de CTr entre Sul Global e ONU, e a literatura sobre (im)permanência institucional, buscou-se, no Capítulo 1, apontar as hipóteses teóricas para esses fenômenos, que respaldarão a busca dos fatores citados e de outros possivelmente omitidos em cada caso. No entanto, diante da possibilidade de que, para a criação e desfecho dos diferentes centros tenham sido percorridos diferentes caminhos, que comprovam, desafiam as teorias propostas ou abrem espaço para novas proposições teóricas, a segunda etapa necessária a essa pesquisa compreende também a comparação entre os casos. Dessa forma, no Capítulo 2 estão explicados a escolha do método comparativo de N-pequeno, nas categorias Most Similar System Design (MSSD), e Most Different System Design (MDSD), incluindo sua definição, escopo, objetivos, vantagens e limitações, assim como os procedimentos de coleta e
    análise dos dados necessários à execução da pesquisa. 

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  • MARCOS ALEXANDRE BEZERRA DE MELO
  • Iguais, mas diferentes: em busca de um critério além do Ideb para as escolas públicas brasileiras

  • Orientador : ERNANI RODRIGUES DE CARVALHO NETO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ERNANI RODRIGUES DE CARVALHO NETO
  • DALSON BRITTO FIGUEIREDO FILHO
  • HUGO AUGUSTO VASCONCELOS MEDEIROS
  • CINARA GOMES DE ARAÚJO LOBO
  • JORGE ALEXANDRE BARBOSA NEVES
  • Data: 01/10/2024

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  • De que forma podemos mensurar a eficácia e a equidade das escolas públicas brasileiras? Acriação de avaliações em larga escala no país contribuiu para a mensuração da qualidade do ensino desde a etapa fundamental até o nível superior mas, apesar de índices oficiais como o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) fornecerem importantes informações sobre a situação da Educação em escolas e municípios, é preciso avançar para além das médias e fazer um diagnóstico mais aprofundado dessas duas dimensões. Este estudo se propõe a estabelecer um novo critério objetivo e conjunto de eficácia e equidade baseado no cálculo do efeito escola para todas as unidades de ensino do 9EF do país presentes na base do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) de 2019 e um índice de desigualdade de oportunidades aplicados à Educação de maneira inédita. Muitos estudos se utilizam de dados agregados para o Brasil ou por estados e alguns poucos tomam a escola como o centro da análise. Os que o fazem, usam critérios baseados, em última instância, no Ideb. Nosso critério amplia o leque de escolas que podem ser investigadas qualitativamente em busca de seus pontos fortes. Os resultados encontrados mostram grande disparidade entre escolas de uma mesma rede, a despeito de valores homogêneos do Ideb, e evidencia a necessidade de políticas públicas locais voltadas para o compartilhamento de boas práticas pedagógicas.


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  • De que forma podemos mensurar a eficácia e a equidade das escolas públicas brasileiras? Acriação de avaliações em larga escala no país contribuiu para a mensuração da qualidade do ensino desde a etapa fundamental até o nível superior mas, apesar de índices oficiais como o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) fornecerem importantes informações sobre a situação da Educação em escolas e municípios, é preciso avançar para além das médias e fazer um diagnóstico mais aprofundado dessas duas dimensões. Este estudo se propõe a estabelecer um novo critério objetivo e conjunto de eficácia e equidade baseado no cálculo do efeito escola para todas as unidades de ensino do 9EF do país presentes na base do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) de 2019 e um índice de desigualdade de oportunidades aplicados à Educação de maneira inédita. Muitos estudos se utilizam de dados agregados para o Brasil ou por estados e alguns poucos tomam a escola como o centro da análise. Os que o fazem, usam critérios baseados, em última instância, no Ideb. Nosso critério amplia o leque de escolas que podem ser investigadas qualitativamente em busca de seus pontos fortes. Os resultados encontrados mostram grande disparidade entre escolas de uma mesma rede, a despeito de valores homogêneos do Ideb, e evidencia a necessidade de políticas públicas locais voltadas para o compartilhamento de boas práticas pedagógicas.

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  • ATOS RABI DIAS NASCIMENTO
  • A Economia-mundo da Fome no Século XXI: o efeito da alta dos preços das commodities alimentares na segurança alimentar dos países

  • Orientador : ANDREA QUIRINO STEINER
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDREA QUIRINO STEINER
  • ANDREA SANTOS BACA
  • LUCAS MILANEZ DE LIMA ALMEIDA
  • PEDRO FELIU RIBEIRO
  • THIAGO LIMA DA SILVA
  • Data: 11/12/2024

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  • Na segunda década do século XXI, apesar da capacidade de produção de alimentos ser suficiente para atender à demanda global, milhões de pessoas ainda enfrentam fome e insegurança alimentar. Desde 2017 os indicadores de fome têm piorado, marcando um retrocesso em relação à queda observada ao longo dos anos 2000. Esse aumento, no entanto, não foi homogêneo: enquanto a África, a América Latina e partes da Ásia viram crescer o número de famintos, a América do Norte e a Europa permaneceram incólumes, evidenciando desigualdades regionais. Desde o início do século, também se observou um aumento acentuado nos preços globais das commodities alimentares, impulsionado por fatores como a crise financeira de 2007 e a pandemia da COVID-19. Isso resultou em picos históricos de preços em 2008 e 2021. Para se proteger contra a contaminação dos preços internos, alguns países, inclusive, optaram por restringir as exportações de alimentos estratégicos, buscando garantir a disponibilidade interna. Esta tese busca responder a duas questões principais: primeiro, há um impacto diferencial da alta dos preços globais das commodities alimentares na segurança alimentar dos países, considerando o crescimento da fome e as disparidades regionais? Em segundo lugar, países que impõem restrições às exportações de alimentos conseguem proteger suas populações da elevação nos preços globais das commodities alimentares? A pesquisa fundamenta-se em três arcabouços teóricos: a abordagem sobre a fome global de Josué de Castro, a análise da economia-mundo de Immanuel Wallerstein e a proposta de regimes alimentares de Harriet Friedmann e Phillip McMichael. A síntese teórica resultante, denominada economia-mundo da fome, sugere que o impacto da alta dos preços varia conforme a posição dos países, sejam eles centrais, semiperiféricos ou periféricos. Quanto à adoção de restrições às exportações, os efeitos dependem do tipo de país que implementa essas medidas, prevendo-se maiores benefícios para os grandes exportadores de alimentos. Para responder a essas questões, foram empregadas três abordagens metodológicas. Primeiro, foi realizada uma análise com regressão de dados em painel, comparando três paineis correspondentes às zonas da economia-mundo – centro, semiperiferia e periferia – totalizando 116 países em um período de 2001 a 2021. Em seguida, para avaliar se as restrições às exportações protegem as populações dos aumentos nos preços globais das commodities alimentares, foram utilizadas duas metodologias: uma meta-análise da literatura relevante e um estudo de caso focado nas restrições às exportações de trigo na Argentina entre 2008 e 2010, utilizando o método de controle sintético. Os resultados da tese mostram haver, de fato, um efeito diferencial dos preços globais das commodities alimentares na segurança alimentar dos países. Enquanto os países centrais não sofrem esse impacto, os semiperiféricos e periféricos enfrentam deterioração no acesso e na disponibilidade de alimentos. Em relação às políticas de restrição às exportações de alimentos, a meta-análise indica que grandes exportadores obtêm resultados positivos para consumidores internos. No entanto, o estudo de caso da Argentina revela que as restrições às exportações de trigo não resultaram em aumento da oferta interna, evidenciando limitações políticas internas na implementação desse tipo de medida.


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  • O que determina a insegurança alimentar entre os países em momentos de crise alimentar mundial? De forma mais clara, quais são as razões objetivas para que, em momentos de súbito aumento no índice mundial do preço das commodities alimentares, alguns países sofram com o agravamento da fome enquanto outros permaneçam incólumes? Este projeto de pesquisa tem como principal proposta estudar o que determina o estado de (in)segurança alimentar entre países em momentos de crise alimentar mundial e, com isso, construir um entendimento mais claro sobre a relação entre fome, comércio internacional e a ideia de segurança alimentar baseada no livre-comércio global e na não-intervenção dos Estados.

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  • LEONARDO RODRIGUES FERREIRA
  • PAIS E FILHOS: PREVALÊNCIA DAS DINASTIAS POLÍTICAS NOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS (2016-2020)

  • Orientador : DALSON BRITTO FIGUEIREDO FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DALSON BRITTO FIGUEIREDO FILHO
  • ERNANI RODRIGUES DE CARVALHO NETO
  • JOSE ALEXANDRE DA SILVA JUNIOR
  • VANUCCIO MEDEIROS PIMENTEL
  • VIRGINIA ROCHA DA SILVA
  • Data: 20/12/2024

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  • Qual é a incidência de dinastias políticas nos municípios brasileiros? O principal objetivo desta tese é responder essa pergunta a partir de uma abordagem metodológica inovadora. O desenho de pesquisa combina análise documental e estatística descritiva para analisar uma base de dados original com informações detalhadas das relações de parentesco para uma amostra de 360 cidades no Brasil.  Em particular, efetuamos a coleta dos dados na plataforma “Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais” do Tribunal Superior Eleitoral. Os principais resultados indicam que, em média, 26,30% das cidades brasileiras são administradas por membros de uma dinastia política. Comparativamente, a maior prevalência ocorre na região Nordeste, que se destaca, pois, possui mais integrantes dos clãs políticos na gestão dos municípios; a participação das mulheres aumenta quando são integrantes das dinastias políticas; os prefeitos nativos são maioria nas gestões municipais das famílias políticas. Esses resultados são robustos a um processo de reamostragem dos casos em duas repetições de N=360. Esse trabalho contribui com a literatura da ciência política por identificar e mensurar as dinastias políticas.


  • Mostrar Abstract
  • A pesquisa apresenta uma investigação sobre as dinastias políticas nos municípios brasileiros, por isso, a pergunta que fundamenta esse estudo é qual a amplitude das dinastias políticas nas cidades brasileiras? Desse modo, o trabalho se justifica amparado na teoria de que quanto mais intensa é uma dinastia política, maiores são os efeitos negativos para o desenvolvimento. Portanto, o objetivo geral consiste em mensurar a prevalência das dinastias políticas nos municípios brasileiros. Para responder à questão de pesquisa, empreendemos um procedimento de exploração documental, iniciando com um recorte no universo dos elementos. Dessa forma, apuramos uma amostragem correspondente a 360 observações, que representa proporcionalmente todas as cidades do Brasil. Logo, efetuamos a coleta dos dados na plataforma “Divulgação de candidaturas e contas eleitorais” do Tribunal Superior Eleitoral, que nos auxiliou na seleção dos componentes. Em seguida, utilizamos as funções do Excel para analisar os sobrenomes dos prefeitos com base na eleição municipal de 2016. De maneira que, foram investigados os políticos das cidades selecionadas, na perspectiva de identificar as dinastias políticas nessas localidades. Nesse sentido, os principais resultados dessa pesquisa indicam que: a) em média, 26,30% das cidades brasileiras são administradas por membros de uma dinastia política; b) a região nordeste se destaca, pois, possui mais integrantes dos clãs políticos na gestão dos municípios; c) a participação das mulheres na política brasileira aumenta, quando são integrantes das dinastias políticas. Por fim, relatamos a existência de várias limitações nesse processo investigatório, visto que, constatamos em algumas localidades a inexistência de documentos comprobatórios que restringiram o alcance das respostas.

2023
Dissertações
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  • MARIA GABRIELA MENDONÇA MAZZARELLA
  • “Não quero sobreviver, quero viver”: A implementação da Convenção da Basileia para REEE na América do Sul

  • Orientador : RAFAEL MESQUITA DE SOUZA LIMA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDREA QUIRINO STEINER
  • RAFAEL MESQUITA DE SOUZA LIMA
  • ELIA ELISA CIA ALVES
  • Data: 17/02/2023

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  • Como os países da América do Sul têm implementado a Convenção da Basileia no controle de movimento transfronteiriço de resíduos eletroeletrônicos? O descarte de eletrônicos se tornou uma questão global, caracterizando-se por sua complexidade, pelo crescimento rápido de produção e consumo, por poucos dados reportados e pelo volume destinado ao comércio internacional. Este trabalho tem como objetivo principal analisar como os países da América do Sul têm implementado a Convenção da Basileia de 1989 para o problema dos resíduos eletroeletrônicos. Para isso, utilizamos o referencial da Teoria de Regimes Internacionais com foco na implementação de acordos de meio ambiente. Metodologicamente, apostamos em um estudo descritivo sobre o processo de implementação da Convenção da Basileia referente ao problema do e-lixo na América do Sul no período entre 2006 e 2020. Para isso, perseguimos os seguintes objetivos específicos: identificar os indicadores de implementação do acordo; reunir os dados disponíveis sobre as legislações de cada país; produzir um quadro geral que agrupa os indicadores de implementação de medidas para o problema de resíduos eletrônicos na região. Ao todo reunimos 11 indicadores de implementação apresentados no texto da Convenção de Basileia e Declaração de Nairóbi. Essas métricas compõem o quadro de dados sobre a implementação do acordo nos países da América do Sul e uma planilha com as legislações, dados de presença em COPs e envios de relatórios disponíveis no Ecolex, InforMEA e Basel Convention Website. Por fim, este trabalho alcançou cinco achados: (1) todos os países da América do Sul internalizaram o acordo; (2) apenas 5 países possuíam legislações específicas para resíduos eletrônicos até 2020: Bolívia, Chile, Equador e Peru; (3) isso não está ligado necessariamente à falta de implementação da Convenção de Basileia e à adequação aos problemas atuais; (4) o fato de um Estado fazer parte dos primeiros que ratificaram a Convenção não é sinônimo de que terá as legislações mais avançadas e em harmonia com o texto e suas emendas; (5) a implementação depende do nível de adesão de cada país.


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  • Nunca se produziu tanto lixo. Entretanto, há um tipo de produto que chama a atenção pela rapidez de consumo e descarte, além de sua periculosidade: os eletroeletrônicos, que quando chegam ao fim da vida útil passam a aser chamados de Resíduos Eletroeletrônicos - REEE, ou e-lixo. Internacionalmente, a Convenção da Basileia de 1989 é tida como o acordo que se destina a regulamentar o movimento transfronteiriço de resíduos perigosos e o seu depósito. Em 2006, um documento foi feito para implementar um plano de trabalho de manejo correto de  REEE no escopo da Convenção da Basileia: a Declaração de Nairóbi sobre a Gestão ambientalmente Saudável de Resíduos Eletroeletrônicos, que foi adotada na Conferência das Pasrtes, a COP-9. Este documento é voltado para a Ásia-Pacífico, África e América do Sul. Dito isso, este trabalho lida com a seguinte pergunta de pesquisa: qual a eficácia da Convenção da Basileia no que tange os problemas relacionados aos REEE na América do Sul? Por isso, este trabalho tem como objetivo principal avaliar os efeitos da Convenção da Basileia referente ao problema dos resíduos eletroeletrônicos especificamente na região da América do Sul. Decorrente disso, vão ser perseguidos os seguintes objetivos específicos: sistematizar os dados sobre o consumo e descarte de REEE da América do Sul entre 1992 e 2020; apurar as legislações dos Estados; produzir os contrafactuais. Metodologicamente apostamos em uma análise longitudinal comparada da região no período entre 1992 e 2020, para conferir as variações dos dados quantitativos em conjunto com a literatura e as legislações dos Estados. Para isso, foram utilizados como principais bancos de dados o E-Waste Monitor e o Global E-Waste. A partir disso fizemos o contrafactual para averiguar se os efeitos percebidos na região são decorrentes da Convenção da Basileia, de acordo com a literatura de eficácia de regimes ambientais.

2
  • DANILLO RAFAEL BATISTA DO NASCIMENTO
  • Quando a integridade eleitoral corre risco: democracia, fraude e instituições na América Latina

  • Orientador : GABRIELA DA SILVA TAROUCO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GABRIELA DA SILVA TAROUCO
  • LEON VICTOR DE QUEIROZ BARBOSA
  • JAN MARCEL DE ALMEIDA FREITAS LACERDA
  • JAQUELINE PORTO ZULINI
  • JOÃO PAULO OCKE DE FREITAS
  • Data: 23/02/2023

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  • Como as características dos Electoral Management Bodies afetam as fraudes eleitorais? Considerando que a relação entre o maior grau de democracia e a garantia da integridade eleitoral é positiva, o presente trabalho tem como objetivo identificar a relação entre o Electoral Management Body (EMB) e as fraudes eleitorais na América Latina. Considerando que há democracias em backsliding, algumas podem apresentar níveis variados de integridade eleitoral. Partindo do pressuposto de que as instituições atuam para assegurar a democracia eleitoral, o trabalho se interessa em saber como o desenho institucional do EMB afeta as fraudes eleitorais e assim busca identificar a relação entre ambos e como os tipos de fraude se comportam em relação às diferenças. Evidências na literatura recente sobre gestão eleitoral e integridade eleitoral em democracias ressaltam a importância da autonomia dos Electoral Management Bodies sobre a administração pública e o desenho institucional. O trabalho irá utilizar exclusivamente a base de dados do Electoral Integrity Project (EIP) selecionando as observações das eleições dos países da América Latina. Para o desenvolvimento do trabalho é proposto desenvolver uma associação descritiva entre a variável independente EMB e a variável dependente Fraude, de maneira desagregada e agregada, assim também incluindo variáveis de participação dos observadores eleitorais com o intuito identificar padrões entres essas relações nos países da América Latina.


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  • How do Electoral Management Bodies characteristics affect electoral fraud? Considering that the relationship between a greater degree of democracy and the guarantee of electoral integrity is positive, the present work aims to identify the relationship between the Electoral Management Body (EMB) and electoral fraud in Latin America. Given that there are backsliding democracies, some may exhibit varying levels of electoral integrity. Assuming that institutions act to ensure electoral democracy, the work is interested in knowing how the institutional design of the EMB affects electoral fraud and thus seeks to identify the relationship between both and how the types of fraud behave in relation to the differences. Evidence in recent literature on electoral management and electoral integrity in democracies underscores the importance of Electoral Management Bodies autonomy over public administration and institutional design. The work will exclusively use the Electoral Integrity Project (EIP) database, selecting election observations from Latin American countries. For the development of the work, it is proposed to develop a descriptive association between the independent variable EMB and the dependent variable Fraud, in a disaggregated and aggregated way, as well as including variables of participation of electoral observers in order to identify patterns between these relationships in Latin American countries.

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  • LILIANE GOBETTI FAGUNDES
  • MULHERES NA DIREÇÃO DOS ÓRGÃOS PARTIDÁRIOS BRASILEIROS: Uma análise exploratória

  • Orientador : GABRIELA DA SILVA TAROUCO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GABRIELA DA SILVA TAROUCO
  • RICARDO BORGES GAMA NETO
  • ENEIDA DESIREE SALGADO
  • PEDRO GUSTAVO DE SOUSA SILVA
  • SILVANA KRAUSE
  • Data: 27/02/2023

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  • O nível de democracia intrapartidária dos partidos políticos influencia a participação de mulheres na ocupação de cargos de direção? Esta é a questão norteadora desta dissertação.
    Com o intuito de relacionar os temas de democracia intrapartidária, gênero e representação, o trabalho tem como objetivo geral observar a participação de mulheres em cargos nos órgãos partidários nacionais. A hipótese principal é de que quanto maior o índice de democracia intrapartidária, maior a inclusão de mulheres em cargos dos órgãos partidários. A metodologia consistiu em utilizar abordagem mista, com a construção do índice de inclusão de gênero, que mede a porcentagem de mulheres presentes nos órgãos partidários brasileiros e relacionar com o índice de democracia intrapartidária de Salgado (2020). A hipótese inicial não foi corroborada, dado que o partido apresentar alto índice de democracia intrapartidária não significou ter um maior índice de inclusão de gênero.


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  • Does the level of intra-party democracy of political parties influence the participation of women in leadership positions? This was the guiding question of the present dissertation. In order to relate the issues of intra-party democracy, gender and representation, the work has as a general objective to observe the participation of women in positions in the national party organizations. The main hypothesis is that the higher the rate of intra-party democracy, the higher the inclusion of women in office in party bodies. The methodology consisted in using the same approach, with the construction of the gender inclusion index, which measures the percentage of women present in the Brazilian party organizations and relates it to the intraparty democracy index of Salgado (2020). The initial hypothesis wasn’t corroborated, since the party presenting a high index of intraparty democracy did not mean having a higher index of gender inclusion.

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  • QUEMUEL BARUQUE DE FREITAS RODRIGUES
  • UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DE LITERATURA SOBRE INVESTIMENTOS DE CAMPANHA E RESULTADOS ELEITORAIS NO BRASIL 2001-2022

  • Orientador : DALSON BRITTO FIGUEIREDO FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DALSON BRITTO FIGUEIREDO FILHO
  • ERNANI RODRIGUES DE CARVALHO NETO
  • JOSE ALEXANDRE DA SILVA JUNIOR
  • Data: 28/02/2023

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  • Como se têm estudado investimentos de campanha e resultados eleitorais no Brasil? Metodologicamente, este trabalho faz uma revisão sistemática de literatura a partir de 42 artigos publicados em 21 revistas entre 2001 a 2022. Em particular exploramos os seguinte elementos: expandimos a revisão de literatura de Mancuso (2015) em 3 perspectivas a) incluindo variáveis bibliométricas como autoria, gênero e impacto científico; b) sumarizando os métodos e técnicas empregados na construção dos modelos empíricos e c) estimando o nível de transparência da produção científica a partir de indicadores de data sharing e disponibilidade de scripts computacionais. Para além disso, nosso trabalho sumariza os modelos, variáveis dependentes, variáveis independentes, variáveis de controles, modelos, efeitos dos modelos, nível de significância dos efeitos, séries temporais, eleições, unidades da análise, assim apontando a direção da discussão. Esta pesquisa contribui com a discussão sobre investimento de campanha e resultados eleitorais sumarizando elementos de autoria, metodológicos, técnicos e análiticos das pesquisas, sendo  útil não só na formulação de propostas legislativas especialmente desenhadas para regular o papel do dinheiro nas eleições, como também promovendo um snapshot dos achados do literatura, mostrando como os pesquisadores brasileiros tem atacado os problemas de pesquisa do campo. Nossos achados indicam: 1. Não há nenhuma preocupação dos autores com datasharing e replicação de resultados; 2. Cerca de um terço dos trabalhos avaliados são trabalhos inferenciais; 3. Em apenas 20% dos trabalhos há apresentação de hipóteses a serem testadas; 4. Em 73,34% usam algum tipo de análise de regressão.


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  • Como se têm estudado investimentos de campanha e resultados eleitorais no Brasil? Metodologicamente, este trabalho faz uma revisão sistemática de literatura a partir de 42 artigos publicados em 21 revistas entre 2001 a 2022. Em particular exploramos os seguinte elementos: expandimos a revisão de literatura de Mancuso (2015) em 3 perspectivas a) incluindo variáveis bibliométricas como autoria, gênero e impacto científico; b) sumarizando os métodos e técnicas empregados na construção dos modelos empíricos e c) estimando o nível de transparência da produção científica a partir de indicadores de data sharing e disponibilidade de scripts computacionais. Para além disso, nosso trabalho sumariza os modelos, variáveis dependentes, variáveis independentes, variáveis de controles, modelos, efeitos dos modelos, nível de significância dos efeitos, séries temporais, eleições, unidades da análise, assim apontando a direção da discussão. Esta pesquisa contribui com a discussão sobre investimento de campanha e resultados eleitorais sumarizando elementos de autoria, metodológicos, técnicos e análiticos das pesquisas, sendo  útil não só na formulação de propostas legislativas especialmente desenhadas para regular o papel do dinheiro nas eleições, como também promovendo um snapshot dos achados do literatura, mostrando como os pesquisadores brasileiros tem atacado os problemas de pesquisa do campo. Nossos achados indicam: 1. Não há nenhuma preocupação dos autores com datasharing e replicação de resultados; 2. Cerca de um terço dos trabalhos avaliados são trabalhos inferenciais; 3. Em apenas 20% dos trabalhos há apresentação de hipóteses a serem testadas; 4. Em 73,34% usam algum tipo de análise de regressão.

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  • LUIZ FERNANDO OLIVEIRA DO NASCIMENTO
  • PERSPECTIVAS DA ECONOMIA POLÍTICA INTERNACIONAL SOBRE
    MUDANÇAS CLIMÁTICAS: UMA ANÁLISE EXPLORATÓRIA DOS
    DETERMINANTES DO FINANCIAMENTO CLIMÁTICO NA AMÉRICA LATINA E CARIBE

  • Orientador : MARCELO DE ALMEIDA MEDEIROS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ELIA ELISA CIA ALVES
  • MARCELO DE ALMEIDA MEDEIROS
  • RAFAEL MESQUITA DE SOUZA LIMA
  • Data: 09/03/2023

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  • Este trabalho tem como objetivo identificar os fatores domésticos que se relacionam com a
    busca por financiamento de adaptação climática junto ao Green Climate Fund (GCF). Para tal,
    optou-se por testar a capacidade de resposta do Modelo de Regressão Logística na
    identificação de quais fatores são preponderantes. Além disso, buscou-se descrever os
    projetos que são financiados na América Latina e no Caribe pelo GCF. Teoricamente, o
    trabalho está apoiado na abordagem da Economia Política Internacional sobre a formação de
    políticas climáticas, conforme apresentado por Steve e Teytelboym (2013). Os resultados
    obtidos apontaram para grande concentração de projetos voltados para segurança hídrica e
    infraestrutura, o que condiz com os riscos climáticos mais relevantes para a região. Restrições
    nos dados disponíveis não permitiram a construção de um modelo logit robusto, que
    permitisse a interpretação de forma não-viesada das probabilidades associadas aos fatores
    domésticos utilizados.


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  • resumo

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  • MARIANA BRITO DA FONSECA
  • INSEGURANÇA ALIMENTAR, AGRICULTURA FAMILIAR E O DESMANTELAMENTO DE POLÍTICAS PÚBLICAS: COMO E POR QUE OCORREU O DESMANTELAMENTO DO PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS (PAA)? (2011 – 2022)

  • Orientador : MARIANA BATISTA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIANA BATISTA DA SILVA
  • ANDREA QUIRINO STEINER
  • LUCIANA PAZINI PAPI
  • Data: 15/03/2023

  • Mostrar Resumo
  • O presente trabalho busca responder à questão: como e por que ocorreu o desmantelamento do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA)? A questão está inserida em um contexto de indícios do desmonte em políticas públicas voltadas para a Agricultura familiar no Brasil, simultaneamente com uma dinâmica de aumento nos indicadores de insegurança alimentar e  piora das mudanças climáticas, fatores influenciados pela temática. A pesquisa se utiliza da estrutura analítica do Bauer e Knill para descrever as principais estratégias do desmantelamento utilizadas para o Programa, listando os mecanismos causais envolvidos a partir de uma lógica de rastreamento de processos. Como principais resultados é possível listar um processo de desmonte por mudança de arena iniciado no governo Dilma, em 2013, e uma forte influência da agenda ideológica nas decisões tomadas durante os governos Temer e Bolsonaro, também objetivando o desmonte do mesmo Programa.


  • Mostrar Abstract
  • Resumo: O presente estudo busca responder a seguinte questão de pesquisa: quais mudanças

    caracterizam o desmantelamento do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) a partir do

    Programa Alimenta Brasil (PAB)? A política pública em questão atualmente se encontra sob

    nova denominação, e ainda é amplamente conhecida por sua antiga designação: Programa de

    Aquisição de Alimentos (PAA). Com a mudança em sua nomenclatura, o Programa pode ou

    não ter engajado em mudanças que visam a sua expansão. Vale salientar que desde 2014

    existem evidências de desmantelamento na política em questão (Sabourin, Craviotti e

    Milhorance, 2020) e nenhum indicativo de expansão desde a sua mudança de nome (IPEA,

    2021). Por isso, para responder à pergunta na qual o estudo se baseia, utiliza-se uma

    abordagem multimétodo com pretensões descritivas, mobilizando o marco teórico que versa

    sobre o desmantelamento de políticas públicas, cujo conceito pode se resumir à extinção ou

    diminuição deliberada de políticas públicas e seus instrumentos.

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  • NANDO PAULO SUMA
  • DEMOCRACIA E COMPORTAMENTO ELEITORAL NA GUINÉ-BISSAU: UM ESTUDO SOBRE A INFLUÊNCIA DA ETNICIDADE NAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2019.

  • Orientador : ADRIANO OLIVEIRA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CLAUDIO ANDRÉ DE SOUZA
  • ADRIANO OLIVEIRA DOS SANTOS
  • DIOGO ARRUDA CARNEIRO DA CUNHA
  • Data: 30/05/2023

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  • Como se deu o processo de democratização na Guiné-Bissau e qual o papel da
    variável etnia nas eleições presidenciais de 2019? Este trabalho debruça sobre a
    democracia representativa na Guiné-Bissau, visando analisar e compreender o
    cenário democrático guineense desde seus primórdios, por meio de uma análise
    longitudinal com base na literatura existente sobre eventos importantes na história
    política do país, tais como: a luta para independência contra colonialismo
    português, o processo de nascimento do Estado bissau-guineense, a era do partido
    único, a transição para democracia, sua consolidação e análise sobre
    comportamento dos eleitores guineenses nas eleições de 2019 com base nos
    dados eleitorais da CNE. A partir disso, analisamos o desdobramento deste
    processo democrático e constatamos que foi um processo de transição democrático
    muito complicado e desafiador, permeado por conflitos, sucessivos golpes de
    estado e recorrentes instabilidades políticas até os tempos atuais. Por outro lado,
    considerando a configuração sociocultural marcada por diversidade de grupos
    étnicos na sociedade guineense, verificamos que a clivagem étnica influenciou
    grandemente na vitória de Umaro Sissoco Embaló nas eleições presidenciais de
    2019.


  • Mostrar Abstract
  • este trabalho trata sobre a democracia guineense desde seus primórdios e com ênfase em avaliar as eleições presidenciais e fazer uma análise apurada, com base nos dados eleitorais, sobre os condicionantes do comportamento dos eleitores guineenses, haja vista o contexto de grande diversidade sociocultural que permeia a sociedade bissau-guineense. Esses elementos fazem necessário identificar e compreender: quais variáveis explicam o comportamento dos eleitores guineenses? É notório que, a Guiné-Bissau representa uma observação importante para entender como a diversidade étnica influencia o comportamento dos eleitores por três principais motivos: a) os eleitores guineenses preferem mais o candidato que é do seu grupo étnico; b) os eleitores votam em grupo por fatores como a afinidade étnica e regional.

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  • LETICIA SUELY DE SOUZA
  • PAPERS, PLEASE: A Resistência de Governos Populistas a Políticas Migratórias na União Europeia

  • Orientador : MIGUEL MIKELLI LUCAS ALVES RIBEIRO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JOÃO CARLOS JAROCHINSKI SILVA
  • MIGUEL MIKELLI LUCAS ALVES RIBEIRO
  • PATRÍCIA NABUCO MARTUSCELLI
  • Data: 27/06/2023

  • Mostrar Resumo
  • Como os governos populistas da União Europeia resistem às políticas migratórias do bloco?
    As principais características de líderes populistas é a ideia de que a vontade do povo está
    acima das elites e de grupos que se reconheçam fora das regras morais fundamentais que o
    povo representa; portanto, imigrantes poderiam ser vistos como um risco à estabilidade
    social. Além disso, atitudes populistas e sentimentos anti-establishment são algumas das
    razões para o surgimento de resistência a instituições internacionais. Dessa forma, o foco é
    identificar como governos populistas da UE resistem a políticas migratórias implementadas
    no bloco. Fluxos migratórios intensos ao redor do mundo encaram lideranças populistas, e
    esse movimento está ameaçado pelo potencial impacto delas, incluindo - mas não
    exclusivamente -, o nacionalismo, especialmente na Europa. Por isso a pesquisa dela como
    um processo institucional empregado por populistas sobre uma pauta contextualmente
    importante é essencial nas Relações Internacionais. Este trabalho exploratório propôs uma
    abordagem multi-método. A análise quantitativa observou o nível de populismo dos
    mandatos e os processos por infração (PI) iniciados pela Comissão Europeia sobre
    non-compliance a leis de migração em 17 membros, entre 2012-2019. Uma tipologia baseada
    nas etapas do PI classificou como os countries resistem comparado com seus escores em
    populismo, resultando no estudo de caso de um processo húngaro desenvolvido pela análise
    do julgamento da CJEU, comunicados de imprensa e relatórios da UE e relatórios de
    instituições regionais conjuntamente com ONGs, revelando detalhes sobre o processo de
    resistência mais longo da base.


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  • resumo

9
  • ARTUR LEONARDO GUEIROS BARBOSA
  • A ATUAÇÃO DO CONSÓRCIO NORDESTE À LUZ DOS OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA ONU: Uma análise institucional 

  • Orientador : DIOGO ARRUDA CARNEIRO DA CUNHA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DIOGO ARRUDA CARNEIRO DA CUNHA
  • JOYCE HELENA FERREIRA DA SILVA
  • JULIANO MENDONÇA DOMINGUES DA SILVA
  • Data: 24/07/2023

  • Mostrar Resumo
  • O Nordeste destaca-se negativamente por seus indicadores econômicos e sociais, especialmente
    quando comparado a outras regiões do país. Ao mesmo tempo, com a eleição de Jair Bolsonaro,
    diversas medidas do Governo Federal ameaçaram piorar ainda mais a já precária situação da
    região. Diante deste cenário geral surge em 2019 o Consórcio Interestadual de
    Desenvolvimento Sustentável do Nordeste, formado pelos nove estados da Região, com o
    propósito declarado de promover o desenvolvimento sustentável. Desta forma, cabe esclarecer
    se a preocupação formal do CNE com o caráter sustentável do desenvolvimento regional
    reflete-se em suas ações e, em caso positivo, com que perfil exatamente? A pesquisa trabalha
    com a hipótese de que o Consórcio Nordeste tem atuado com foco no desenvolvimento
    sustentável da Região e que esta atuação terá seu perfil esclarecido como consequência do
    presente trabalho. Para isso, o estudo buscará inicialmente traçar uma linha histórica entre as
    iniciativas de planejamento e desenvolvimento regional no Nordeste a partir dos anos 1950 e o
    surgimento do Consórcio. Em seguida, executará uma pesquisa de caráter exploratório, focada
    na atuação do CNE, desde o seu surgimento em 2019 até o final de 2021, com investigação das
    ações em documentos oficiais do Consórcio, em cartas, entrevistas e declarações públicas dos
    seus representantes legais, bem como em notícias, artigos e textos analíticos veiculados na
    mídia. O trabalho estabelecerá juntamente um diálogo dialético com as principais correntes
    teóricas pertencentes ao arcabouço da Teoria do Desenvolvimento Regional. Neste sentido,
    aspectos teóricos serão utilizados para promover reflexões nas práticas e na estratégia de
    atuação do CNE, enquanto que a realidade vivenciada pelo Consórcio será usada para
    confrontar pontos das teorias estudadas, apontando nestas possíveis equívocos ou limitações.
    Por fim, a pesquisa classificará e analisará as ações do Consórcio segundo os Objetivos de
    Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU e, adicionalmente, conforme critérios
    operacionais criados pelo autor, possibilitando assim uma análise estatística cruzada das duas
    categorias de classificação, com o intuito de se identificar de maneira mais detalhada o perfil
    de atuação do CNE.


  • Mostrar Abstract
  • O Nordeste destaca-se negativamente por seus indicadores econômicos e sociais, especialmente
    quando comparado a outras regiões do país. Ao mesmo tempo, com a eleição de Jair Bolsonaro,
    diversas medidas do Governo Federal ameaçaram piorar ainda mais a já precária situação da
    região. Diante deste cenário geral surge em 2019 o Consórcio Interestadual de
    Desenvolvimento Sustentável do Nordeste, formado pelos nove estados da Região, com o
    propósito declarado de promover o desenvolvimento sustentável. Desta forma, cabe esclarecer
    se a preocupação formal do CNE com o caráter sustentável do desenvolvimento regional
    reflete-se em suas ações e, em caso positivo, com que perfil exatamente? A pesquisa trabalha
    com a hipótese de que o Consórcio Nordeste tem atuado com foco no desenvolvimento
    sustentável da Região e que esta atuação terá seu perfil esclarecido como consequência do
    presente trabalho. Para isso, o estudo buscará inicialmente traçar uma linha histórica entre as
    iniciativas de planejamento e desenvolvimento regional no Nordeste a partir dos anos 1950 e o
    surgimento do Consórcio. Em seguida, executará uma pesquisa de caráter exploratório, focada
    na atuação do CNE, desde o seu surgimento em 2019 até o final de 2021, com investigação das
    ações em documentos oficiais do Consórcio, em cartas, entrevistas e declarações públicas dos
    seus representantes legais, bem como em notícias, artigos e textos analíticos veiculados na
    mídia. O trabalho estabelecerá juntamente um diálogo dialético com as principais correntes
    teóricas pertencentes ao arcabouço da Teoria do Desenvolvimento Regional. Neste sentido,
    aspectos teóricos serão utilizados para promover reflexões nas práticas e na estratégia de
    atuação do CNE, enquanto que a realidade vivenciada pelo Consórcio será usada para
    confrontar pontos das teorias estudadas, apontando nestas possíveis equívocos ou limitações.
    Por fim, a pesquisa classificará e analisará as ações do Consórcio segundo os Objetivos de
    Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU e, adicionalmente, conforme critérios
    operacionais criados pelo autor, possibilitando assim uma análise estatística cruzada das duas
    categorias de classificação, com o intuito de se identificar de maneira mais detalhada o perfil
    de atuação do CNE.

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  • KAIQUE PEREIRA SANTOS
  • Ideologia, Corrupção e Accountability Eleitoral

  • Orientador : NARA DE CARVALHO PAVAO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DALSON BRITTO FIGUEIREDO FILHO
  • RICARDO BORGES GAMA NETO
  • MAURICIO ASSUERO LIMA DE FREITAS
  • Data: 31/08/2023

  • Mostrar Resumo
  • No presente trabalho, pretende-se dar continuidade às pesquisa de accountability eleitoral
    da corrupção. Mais especificamente, estudaremos como a ideologia pode alterar os efeitos
    sobre o comportamento do eleitorado causados pela exposição de casos de corrupção
    que aconteceram nos municípios brasileiros. Essa pergunta é feita pois, no Brasil, os
    autores (FERRAZ; FINAN, 2008) observaram que fornecer aos eleitores informações sobre
    infrações administrativas descobertas nas auditorias realizadas pela Controladoria Geral da
    União afeta negativamente a performance eleitoral dos candidatos acusados de corrupção.
    Entretanto, como mostrado por Botero et al. (2021), (DUNNING et al., 2019) e Boas,
    Hidalgo e Melo (2019), existem vários fatores distintos que podem limitar o accountability
    eleitoral da corrupção, como, por exemplo, polarização (GRAHAM; SVOLIK, 2020). Aqui,
    pretendemos verificar se o accountability eleitoral da corrupção depende do posicionamento
    ideológico dos candidatos. Ou seja, os candidatos de partidos políticos de esquerda ou
    direita são punidos igualmente ou não? Para isso, usaremos os dados de Brollo et al. (2013)
    sobre as auditorias municipais, em conjunto com a classificação ideológica dos partidos
    construída por Bolognesi, Ribeiro e Codato (2022), para testar a hipótese de que não há
    uma relação direta entre o posicionamento ideológico dos políticos corruptos e as chances
    dos mesmos serem reeleitos.


  • Mostrar Abstract
  • No presente trabalho, pretende-se dar continuidade às pesquisa de accountability eleitoral
    da corrupção. Mais especificamente, estudaremos como a ideologia pode alterar os efeitos
    sobre o comportamento do eleitorado causados pela exposição de casos de corrupção
    que aconteceram nos municípios brasileiros. Essa pergunta é feita pois, no Brasil, os
    autores (FERRAZ; FINAN, 2008) observaram que fornecer aos eleitores informações sobre
    infrações administrativas descobertas nas auditorias realizadas pela Controladoria Geral da
    União afeta negativamente a performance eleitoral dos candidatos acusados de corrupção.
    Entretanto, como mostrado por Botero et al. (2021), (DUNNING et al., 2019) e Boas,
    Hidalgo e Melo (2019), existem vários fatores distintos que podem limitar o accountability
    eleitoral da corrupção, como, por exemplo, polarização (GRAHAM; SVOLIK, 2020). Aqui,
    pretendemos verificar se o accountability eleitoral da corrupção depende do posicionamento
    ideológico dos candidatos. Ou seja, os candidatos de partidos políticos de esquerda ou
    direita são punidos igualmente ou não? Para isso, usaremos os dados de Brollo et al. (2013)
    sobre as auditorias municipais, em conjunto com a classificação ideológica dos partidos
    construída por Bolognesi, Ribeiro e Codato (2022), para testar a hipótese de que não há
    uma relação direta entre o posicionamento ideológico dos políticos corruptos e as chances
    dos mesmos serem reeleitos.

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  • PEDRO BURIL SARAIVA LINS
  • DIFUSÃO DOS CONSÓRCIOS PÚBLICOS INTERMUNICIPAIS NO BRASIL: UMA ANÁLISE DE SOBREVIVÊNCIA

  • Orientador : ANDREA QUIRINO STEINER
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDREA QUIRINO STEINER
  • ERINALDO FERREIRA DO CARMO
  • VIRGINIA ROCHA DA SILVA
  • Data: 31/08/2023

  • Mostrar Resumo
  • O objetivo desta pesquisa é compreender o processo de adoção dos consórcios públicos intermunicipais pelos municípios brasileiros. Em um contexto de descentralização, o federalismo brasileiro pode ser desfavorável. A desproporcionalidade entre capacidade fiscal e responsabilidades na provisão de políticas públicas afeta a implementação desses serviços, principalmente em municípios com orçamentos limitados. Os consórcios públicos intermunicipais são instrumentos eficazes de gestão para resolver essas questões e podem solucionar problemas de interdependência entre os municípios. Os benefícios são variados: maior escala na prestação de serviços, transparência nos processos e despesas, além da facilidade de realizar projetos conjuntos. Esta pesquisa examina a difusão dos consórcios públicos intermunicipais ao longo do tempo, identificando padrões relacionados ao tamanho da população e à região geográfica. A hipótese é que o tamanho populacional desempenha um papel importante na adoção da inovação institucional: municípios menores têm maior necessidade de se consorciar para melhorar a provisão de serviços públicos. No entanto, espera-se que essa relação seja influenciada pela área temática do consórcio público, pela região do município e pela implementação da lei Nº 11.107/2005, que regulamenta os consórcios públicos intermunicipais. Metodologicamente, a pesquisa aplica a técnica de análise de sobrevivência e os estimadores de sobrevivência e risco de Kaplan-Meier. Os dados são provenientes da adoção de consórcios públicos intermunicipais entre 1985 e 2013 pelos municípios brasileiros. Para testar a hipótese, foram construídos dois modelos de análise de sobrevivência: um abrangendo todo o período desde a adoção do primeiro consórcio público intermunicipal no Brasil (1985-2013) e outro considerando apenas casos após a adoção do marco legal (2005-2013). Os resultados mostram que (I) a lei Nº 11.107/2005 foi determinante na difusão dos consórcios públicos intermunicipais no Brasil; (II) os municípios se consorciam mais rapidamente em torno da área da saúde; (III) a região em que o município está localizado influencia a adoção desse arranjo institucional.


  • Mostrar Abstract
  • Em um contexto de descentralização, o federalismo brasileiro pode se mostrar bastante perverso. A desproporcionalidade entre capacidade fiscal e responsabilidades na provisão de políticas públicas impacta a qualidade da implementação desses serviços, principalmente em municípios que funcionam com orçamentos apertados. Os consórcios públicos intermunicipais têm se mostrado um bom instrumento de gestão para ajudar a resolver tais questões, e podem ser capazes de solucionar problemas relativos à interdependência entre os municípios. Os benefícios são diversos: maior escala na prestação de serviços, transparência de processos e de despesas e a possibilidade de realizar, com maior facilidade, projetos conjuntos. Este projeto de dissertação busca observar a difusão dos consórcios públicos intermunicipais ao longo do tempo, identificando padrões em relação ao tamanho da população e região. Metodologicamente, utilizaremos a técnica de análise de sobrevivência e os estimadores de sobrevivência e de risco ou falha de Kaplan-Meier. Como fonte de dados, utilizaremos informações da adoção de consórcios públicos intermunicipais no Brasil entre o período de 2005 a 2018.

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  • HELENA FERNANDES SANTOS
  • A ATUAÇÃO DO MOVIMENTO SOCIAL DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NA ASSEMBLEIA NACIONAL CONSTITUINTE BRASILEIRA

  • Orientador : DALSON BRITTO FIGUEIREDO FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DALSON BRITTO FIGUEIREDO FILHO
  • ERNANI RODRIGUES DE CARVALHO NETO
  • HUGO AUGUSTO VASCONCELOS MEDEIROS
  • Data: 15/09/2023

  • Mostrar Resumo
  • A Constituição Federal de 1988 representou um marco na garantia de direitos para as pessoas com deficiência. Antes de sua promulgação havia apenas uma referência constitucional aos direitos das Pessoas com deficiência (PcD), a Emenda n° 12, de 1978, conhecida como “Emenda Thales Ramalho”. No texto final, oito artigos passaram a fazer referência explícita às PcD e outros quatro comtemplaram suas demandas. Como esse resultado foi possível? O principal objetivo do presente trabalho é analisar as estratégias utilizadas pelo Movimento PcD antes e durante a Assembleia Nacional Constituinte (ANC), 1987-1988, suas demandas e quais foram incluídas no texto constitucional. Para atingir tal objetivo o presente trabalho utiliza métodos mistos. Com o intuito de registrar as percepções dos participantes do próprio movimento, examinamos o conteúdo das entrevistas do livro História do Movimento Político das Pessoas com Deficiência no Brasil (LANNA JÚNIOR, 2010), além disso, foram analisados discursos de parlamentares e ativistas. Os principais resultados indicam que: a) o movimento PcD conseguiu persuadir as autoridades e sociedade; b) o foco do lobby do movimento foi nas audiências públicas da Subcomissão dos Negros, Populações Indígenas, Pessoas Deficientes e Minorias; e c) o contato prévio com parlamentares e as motivações pessoais dos constituintes para participar da Subcomissão foram facilitadores para a ação do movimento. Ademais, foi produzido um banco com 217 normas relativas às PcD promulgadas entre 1988 e 2020. Este trabalho avança nossa compreensão sobre o movimento PcD suas estratégias de mobilização, principalmente na Assembleia Nacional Constituinte e seu papel na promoção de políticas inclusivas. Os resultados podem ser uteis para formulação de novas políticas públicas inclusivas. Palavras-chave


  • Mostrar Abstract
  • Em 2018 o IBGE divulgou que 6,7% dos brasileiros possuem pelo menos uma das quatro deficiências, sendo elas: auditiva, visual, intelectual e física. O segmento, que agrega pessoas com deficiência (PcD), está sujeito a violações de sua dignidade, perda de autonomia, tratamento desigual e níveis mais elevados de vulnerabilidade social. A atuação do movimento social das pessoas com deficiência teve como base o estigma e a discriminação contra esse grupo, a evolução do conceito e das percepções sobre a deficiência aconteceu paralelamente ao fortalecimento do movimento. No Brasil a década de 1970 e 1980 foram essenciais para o movimento social PcD, com destaque para a década de 1980 que foi dedicada a encontros que tinham o objetivo de garantir sua presença na Assembleia Nacional Constituinte (ANC). Porém pouco se sabe sobre  o processo de articulação dos interesses das pessoas com deficiência durante a ANC. O principal objetivo desta dissertação é contribuir com este debate a partir da análise da influência do movimento PcD na construção da Constituição Federal. Para tanto, o desenho de pesquisa utiliza análise automatizada de texto dos documentos relativos à participação das PcD na ANC com o objetivo de identificar quais demandas do movimento foram acatadas e incorporadas no texto constitucional. Além disso, com o intuito de registrar as percepções dos participantes do próprio movimento, examinamos o conteúdo das entrevistas do livro História do Movimento Político das Pessoas com Deficiência no Brasil (LANNA JÚNIOR, 2010).

13
  • ALASSANA DEM
  • Instabilidade política na Guiné-Bissau: o engajamento da sociedade civil em casos de golpes de Estado 

  • Orientador : ADRIANO OLIVEIRA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LAYLA DANIELE PEDREIRA DE CARVALHO
  • ADRIANO OLIVEIRA DOS SANTOS
  • DIOGO ARRUDA CARNEIRO DA CUNHA
  • Data: 20/10/2023

  • Mostrar Resumo
  • Durante os períodos de conflitos político-militar de 1998-1999 e o golpe de Estado de 2012, como se deu o engajamento da sociedade civil na gestão e resolução das crises políticas ao longo desses processos? Diante de um contexto de cíclicas crises políticas, econômicas e sociais, como é o caso da Guiné-Bissau, a sociedade civil assume muitas das vezes funções importantes que correspondem às atribuições do Estado, ou seja, a tarefa da sociedade civil bissau-guineense tem sido a de promover espaços de comunicação e de negociação de consensos, tendo como preocupação colocar os interesses gerais da sociedade. Nesse sentido, a presente dissertação objetiva analisar as dinâmicas e atuações da sociedade civil bissau- guineense durantes os períodos de golpes de Estado acima destacados. No entanto, argumenta- se que na Guiné-Bissau a sociedade civil teve papel decisivo na luta pela promoção de igualdades, liberdades civis e direitos políticos, criação e manutenção de espaços públicos e privados, por vezes atos de prevenção e gestão de conflitos. Em termos metodológicos, usamos abordagem qualitativa.


  • Mostrar Abstract
  • Como se deu o engajamento da sociedade civil na gestão e resolução das crises políticas nos períodos de conflito político-militar de 1998-1999 e do golpe de Estado

    de 2012? Levando em consideração que a Guiné-Bissau desde a sua independência
    em 1973 até nos dias atuais, vem sendo afetada com imensas instabilidades
    políticas, econômicas e socais, a priori provocadas por recorrentes golpes de Estado
    no país. Para tanto, a presente dissertação objetiva-se analisar as dinâmicas e
    atuações das organizações da sociedade civil bissau-guineense durante os períodos
    marcados. Sendo assim, utiliza-se abordagem contemporânea da sociedade civil,
    especificamente, teoria da nova sociedade civil, focando nos estudos de Jurgen
    Habermas e de pensadores mais contemporâneos como: Andrew Arato e Jean L.
    Cohen. Em termos metodológicos utilizamos estudo exploratório, com técnicas da
    revisão bibliográfica, documental e entrevistas em profundidade. Portanto,
    argumenta-se que a sociedade civil bissau-guineense foi bastante proativa nos
    momentos de crises, muito embora os seus impactos em gestão e resolução de
    conflitos são menores.

14
  • VICTOR DA SILVA SIQUEIRA
  • Identidades Políticas e as Mudanças Climáticas: O impacto do partidarismo e da ideologia na opinião pública sobre meio ambiente e clima
  • Orientador : NARA DE CARVALHO PAVAO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GUSTAVO CÉSAR DE MACÊDO RIBEIRO
  • IVAN HENRIQUE DE MATTOS E SILVA
  • EDNALDO APARECIDO RIBEIRO
  • NARA DE CARVALHO PAVAO
  • Data: 10/11/2023

  • Mostrar Resumo
  • No presente trabalho identifico quais variáveis estão mais fortemente relacionadas com
    opiniões e comportamentos de apoio às causas ambientais e de combate às mudanças
    climáticas. Utilizando a perspectiva das identidades e dos sistemas motivacionais, apresento a
    explicação de que os indivíduos usam principalmente as identidades da ideologia e do
    partidarismo para construir suas opiniões e comportamentos sobre meio ambiente e mudanças
    climáticas. Através de dados de survey e modelos de regressão multivariada os resultados
    apontam para um cenário nuançado: enquanto ideologia é a variável mais relevante para um
    amplo espectro de opiniões e comportamentos, a classe renda dos indivíduos é mais
    determinante para o uso de energias renováveis. Por outro lado, o partidarismo dos indivíduos
    só apresentou impacto quando perguntados sobre eventos com grande saliência pública,
    aumento das queimadas na Amazônia em 2019, mas foi insignificante para temas menos
    salientes.


  • Mostrar Abstract
  • As consequências das mudanças climáticas afetarão radicalmente o acesso e o tipo de políticas públicas a serem implementadas e consequentemente os tópicos do debate político, entretanto, esse ainda não é um tema saliente para o eleitor e para o conjunto da opinião pública, dessa forma, como então são formadas as opiniões sobre as mudanças climáticas? Utilizando a perspectiva das identidades e sistemas motivacionais, o presente trabalho propõe a explicação de que os eleitores utilizam de fontes semelhantes às necessárias para a construção da identidade política do partidarismo e ideologia para avaliar informações sobre as mudanças climáticas e então construir opiniões. Empiricamente, utilizo dois conjuntos de dados de survey para demonstrar como as identidades políticas são as variáveis com os maiores efeitos sobre a opinião dos eleitores.

Teses
1
  • HELOÁ COSTA LANDIM
  • Competição Eleitoral e a sua Interação com o Desenvolvimento Econômico para a
    Promoção da Boa Governança: uma análise dos municípios brasileiros

  • Orientador : FLAVIO DA CUNHA REZENDE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FLAVIO DA CUNHA REZENDE
  • MANOEL LEONARDO WANDERLEY DUARTE SANTOS
  • MARIANA BATISTA DA SILVA
  • REBECCA BIANCA DE MELO MAGALHAES BRASILEIRO
  • RICARDO BORGES GAMA NETO
  • Data: 08/03/2023

  • Mostrar Resumo
  • O efeito da competição eleitoral sobre a governança difere por nível de desenvolvimento

    econômico local? Os modelos teóricos clássicos presumem que a competição política, aos mol-
    des da econômica, sempre se converte em resultado socialmente benéfico. Aspectos ligados

    ao nível de desenvolvimento econômico, no entanto, podem afetar o tipo de vínculo de ac-
    countability entre eleitor e político. Neste estudo, é testado o argumento de que a conjuntura

    econômica local funciona como fator moderador, alterando o efeito da competição sobre a
    governança. Para tanto, dados observacionais dos municípios brasileiros são utilizados, com
    foco no setor educacional. Dada a amplitude do conceito de governança, são empregadas
    quatro formas de mensuração distintas: (1) capacidade do Estado; (2) autonomia burocrática;
    (3) burocracia racional-legal; e (4) resultados em termos de entrega de bens públicos. Por
    meio da técnica de Coarsened Exact Matching (CEM), é realizado um pré-processamento nos
    dados, para aumentar a validade interna dos achados, seguido de uma análise de moderação.
    Os resultados apontam que em municípios com menor desenvolvimento econômico, a alta

    competição eleitoral está associada a menor performance em termos de resultados alcança-
    dos pelas escolas. Para as demais formas de mensuração da governança, não são encontrados

    efeitos estatisticamente significantes.


  • Mostrar Abstract
  • O efeito da competição eleitoral sobre a governança difere por nível de desenvolvimento

    econômico local? Os modelos teóricos clássicos presumem que a competição política, aos mol-
    des da econômica, sempre se converte em resultado socialmente benéfico. Aspectos ligados

    ao nível de desenvolvimento econômico, no entanto, podem afetar o tipo de vínculo de ac-
    countability entre eleitor e político. Neste estudo, é testado o argumento de que a conjuntura

    econômica local funciona como fator moderador, alterando o efeito da competição sobre a
    governança. Para tanto, dados observacionais dos municípios brasileiros são utilizados, com
    foco no setor educacional. Dada a amplitude do conceito de governança, são empregadas
    quatro formas de mensuração distintas: (1) capacidade do Estado; (2) autonomia burocrática;
    (3) burocracia racional-legal; e (4) resultados em termos de entrega de bens públicos. Por
    meio da técnica de Coarsened Exact Matching (CEM), é realizado um pré-processamento nos
    dados, para aumentar a validade interna dos achados, seguido de uma análise de moderação.
    Os resultados apontam que em municípios com menor desenvolvimento econômico, a alta

    competição eleitoral está associada a menor performance em termos de resultados alcança-
    dos pelas escolas. Para as demais formas de mensuração da governança, não são encontrados

    efeitos estatisticamente significantes.

2
  • HAINA COELHO PEREIRA DA SILVA
  • Prevention Policymaking and Health Systems in Latin America: why and when governments plan ahead

  • Orientador : MARIANA BATISTA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIANA BATISTA DA SILVA
  • GABRIELA DA SILVA TAROUCO
  • RICARDO BORGES GAMA NETO
  • ANDREZA ARUSKA DE SOUZA SANTOS
  • LUCIANA DA CONCEIÇÃO FARIAS SANTANA
  • Data: 20/03/2023

  • Mostrar Resumo
  • Which political factors lead to prevention as a policy choice? I argue that prevention

    policymaking happens when the uncertainty of the decision-making

    environment is minimised, which happens in stable and resilient arrangements.

    My independent variables are policymaking stability index, fiscal

    decentralisation and health systems, and I condition their impact to path

    dependence of the countries institutions and economy. I investigate these

    associations in a mixed methods approach, by a Convergence Design. I operationalise

    these variables as continuous indicators in a comparative OLS

    regression model with error adjustment for seven Latin American countries.

    I find that decentralisation is the most consistent covariate, compulsory insurance

    health system models have a small but positive association, and

    policymaking stability is conditioned by the inclusion of control variables

    such as quality of government and cabinet ideology. In general, the strongest

    models are lagged ten years before emphasis in prevention, showing the impact

    of path dependence. Decentralisation is also a great driving force in my

    case study of the Dengue Control Program in Brazil, as identified through

    categorical aggregation of documents and interviews material. Governments’

    preferences, financing priorities and how they conceptualise prevention over

    time have been shown to shape how the policy is designed.


  • Mostrar Abstract
  • Which political factors lead to prevention as a policy choice? I argue that prevention

    policymaking happens when the uncertainty of the decision-making

    environment is minimised, which happens in stable and resilient arrangements.

    My independent variables are policymaking stability index, fiscal

    decentralisation and health systems, and I condition their impact to path

    dependence of the countries institutions and economy. I investigate these

    associations in a mixed methods approach, by a Convergence Design. I operationalise

    these variables as continuous indicators in a comparative OLS

    regression model with error adjustment for seven Latin American countries.

    I find that decentralisation is the most consistent covariate, compulsory insurance

    health system models have a small but positive association, and

    policymaking stability is conditioned by the inclusion of control variables

    such as quality of government and cabinet ideology. In general, the strongest

    models are lagged ten years before emphasis in prevention, showing the impact

    of path dependence. Decentralisation is also a great driving force in my

    case study of the Dengue Control Program in Brazil, as identified through

    categorical aggregation of documents and interviews material. Governments’

    preferences, financing priorities and how they conceptualise prevention over

    time have been shown to shape how the policy is designed.

3
  • NATALIA CORDEIRO GUIMARAES
  • (Re) produção de desigualdades na implementação de políticas de enfrentamento à
    violência contra as mulheres sob uma perspectiva interseccional

  • Orientador : ERNANI RODRIGUES DE CARVALHO NETO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ERNANI RODRIGUES DE CARVALHO NETO
  • GABRIELA SPANGHERO LOTTA
  • HUGO AUGUSTO VASCONCELOS MEDEIROS
  • LEON VICTOR DE QUEIROZ BARBOSA
  • ROBERTO ROCHA COELHO PIRES
  • VIRGINIA ROCHA DA SILVA
  • Data: 22/03/2023

  • Mostrar Resumo
  • Cerca de cinquenta anos após a criação das primeiras políticas públicas de enfrentamento à
    violência contra as mulheres, os indíces permanecessem altíssimos. Um olhar mais atento revela
    uma situação ainda mais complexa: tem havido redução da violência entre as mulheres brancas
    em paralelo ao aumento da violência cometida contra as mulheres negras. A fim de ajudar a
    compreender o que há por trás dessa realidade é que esta pesquisa se desenvolve. De maneira
    mais específica, ela objetiva analisar a 1a Delegacia de Atendimento Especializado às Mulheres
    (DEAM) de Pernambuco para compreender o cotidiano de sua implementação, as relações ali
    estabelecidas entre usuárias e burocratas de nível de rua (BNR) e os efeitos disso na (re)
    produção de desigualdades de raça, classe e gênero. A aproximação das perspectivas analíticas
    dos estudos sobre implementação de políticas públicas, burocracia de nível de rua,
    interseccionalidade e desigualdades sociais orienta esta tese. Do ponto de vista metodológico foi
    realizada uma etnografia durante seis meses na 1a DEAM de Pernambuco. Os resultados
    demonstraram que as desigualdades são também elemento constitutivo dos processos de
    implementação. Foram verificadas diversas situações nas quais desigualdades de raça, classe e
    gênero foram produzidas e reproduzidas no processo de implementação da política em análise,
    tendo sido protagonizadas pelos BNR. A discricionariedade exercida pelos agentes
    implementadores produziu efeitos não esperados cujos efeitos materiais e simbólicos afetam,
    principalmente, as mulheres não pertencentes aos grupos hegemônicos. Do ponto de vista
    material foi identificada a criação de barreiras de acesso ou de critérios de seleção não previstos
    formalmente na política e que incidem especialmente nas mulheres negras, pobres, transexuais e
    lésbicas. Do ponto de vista simbólico, verificou-se que os BNR atuam categorizando as mulheres
    e as situações de violência nas quais estão envolvidas por meio da atribuição de status público às
    mesmas. Esse fluxo é influenciado pelo patriarcado, pelo racismo e pelas desigualdades de classe
    e tem o potencial de manter situações sociais e causar estabilização de identidades públicas.


  • Mostrar Abstract
  • Cerca de cinquenta anos após a criação das primeiras políticas públicas de enfrentamento à
    violência contra as mulheres, os indíces permanecessem altíssimos. Um olhar mais atento revela
    uma situação ainda mais complexa: tem havido redução da violência entre as mulheres brancas
    em paralelo ao aumento da violência cometida contra as mulheres negras. A fim de ajudar a
    compreender o que há por trás dessa realidade é que esta pesquisa se desenvolve. De maneira
    mais específica, ela objetiva analisar a 1a Delegacia de Atendimento Especializado às Mulheres
    (DEAM) de Pernambuco para compreender o cotidiano de sua implementação, as relações ali
    estabelecidas entre usuárias e burocratas de nível de rua (BNR) e os efeitos disso na (re)
    produção de desigualdades de raça, classe e gênero. A aproximação das perspectivas analíticas
    dos estudos sobre implementação de políticas públicas, burocracia de nível de rua,
    interseccionalidade e desigualdades sociais orienta esta tese. Do ponto de vista metodológico foi
    realizada uma etnografia durante seis meses na 1a DEAM de Pernambuco. Os resultados
    demonstraram que as desigualdades são também elemento constitutivo dos processos de
    implementação. Foram verificadas diversas situações nas quais desigualdades de raça, classe e
    gênero foram produzidas e reproduzidas no processo de implementação da política em análise,
    tendo sido protagonizadas pelos BNR. A discricionariedade exercida pelos agentes
    implementadores produziu efeitos não esperados cujos efeitos materiais e simbólicos afetam,
    principalmente, as mulheres não pertencentes aos grupos hegemônicos. Do ponto de vista
    material foi identificada a criação de barreiras de acesso ou de critérios de seleção não previstos
    formalmente na política e que incidem especialmente nas mulheres negras, pobres, transexuais e
    lésbicas. Do ponto de vista simbólico, verificou-se que os BNR atuam categorizando as mulheres
    e as situações de violência nas quais estão envolvidas por meio da atribuição de status público às
    mesmas. Esse fluxo é influenciado pelo patriarcado, pelo racismo e pelas desigualdades de classe
    e tem o potencial de manter situações sociais e causar estabilização de identidades públicas.

4
  • IGOR HENRIQUES SABINO DE FARIAS
  • REFÚGIO E LIBERDADE RELIGIOSA: O PAPEL DA USCIRF NA POLÍTICA DOS EUA PARA REFUGIADOS IRAQUIANOS DURANTE A ADMINISTRAÇÃO OBAMA

  • Orientador : MARCELO DE ALMEIDA MEDEIROS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GUILHERME STOLLE PAIXÃO E CASARÕES
  • DAWISSON ELVECIO BELEM LOPES
  • MARCELO DE ALMEIDA MEDEIROS
  • MIGUEL MIKELLI LUCAS ALVES RIBEIRO
  • RAFAEL MESQUITA DE SOUZA LIMA
  • Data: 24/03/2023
    Ata de defesa assinada:

  • Mostrar Resumo
  • A presença de elementos religiosos nas relações internacionais, sobretudo na política externa
    dos EUA, tem se tornado um elemento comum desde os atentados terroristas do 11 de
    setembro de 2001, com a chamada “Guerra ao Terror”. Porém, no caso americano, as
    discussões sobre religião remetem a antes disso, quando, em 1998, atores religiosos
    domésticos se uniram pela aprovação do International Religious Act (IRFA). O objetivo da
    lei era fazer com que a defesa e a promoção da liberdade religiosa se tornassem uma
    prioridade nas relações internacionais do país. Para isso, foram criados uma série de órgãos
    dentro da burocracia estadunidense, incluindo a USCIRF. Nesse sentido, esta tese busca
    compreender as maneiras como a religião pode ser estudada na Ciência Política, a partir de
    teorias de Relações Internacionais e modelos de Análise de Política Externa. Com tal intuito,
    portanto, propõe-se a explicar, por meio de dois estudos de casos com process tracing de
    teste de teoria, quais os motivos que levaram à aprovação do IRFA, e como a USCIRF
    influencia a política externa dos EUA, usando como exemplo as ações da administração
    Obama (2009-2016) em relação aos refugiados iraquianos. Defende-se a hipótese de que a
    USCIRF, ao longo dos anos, tem se mantido coerente com o objetivo inicial para o qual foi
    criada, que consiste em publicar relatórios anuais sobre o status da liberdade religiosa ao
    redor do mundo, algo que tem acontecido desde 2000. Porém, por esse mesmo motivo, a
    entidade não tem exercido grande influência na burocracia estadunidense. Sustenta-se que a
    razão para isso seja o fato da USCIRF poder ser considerada como uma instituição
    missionária, segundo o modelo ideacional modificado. Ou seja, trata-se de um órgão
    resistente, em termos ideacionais, à interferência de outras instituições da burocracia
    estadunidense (DREZNER, 2000), algo já esperado se considerada a maneira como ela foi
    criada, no contexto das disputas entre atores domésticos para a definição das preferências
    estatais dos EUA, como sugerido pelas premissas do novo liberalismo (MORAVISICK,
    1997). Após a formulação e teste de dois mecanismos, a hipótese proposta foi confirmada.


  • Mostrar Abstract
  • A presença de elementos religiosos nas relações internacionais, sobretudo na política externa
    dos EUA, tem se tornado um elemento comum desde os atentados terroristas do 11 de
    setembro de 2001, com a chamada “Guerra ao Terror”. Porém, no caso americano, as
    discussões sobre religião remetem a antes disso, quando, em 1998, atores religiosos
    domésticos se uniram pela aprovação do International Religious Act (IRFA). O objetivo da
    lei era fazer com que a defesa e a promoção da liberdade religiosa se tornassem uma
    prioridade nas relações internacionais do país. Para isso, foram criados uma série de órgãos
    dentro da burocracia estadunidense, incluindo a USCIRF. Nesse sentido, esta tese busca
    compreender as maneiras como a religião pode ser estudada na Ciência Política, a partir de
    teorias de Relações Internacionais e modelos de Análise de Política Externa. Com tal intuito,
    portanto, propõe-se a explicar, por meio de dois estudos de casos com process tracing de
    teste de teoria, quais os motivos que levaram à aprovação do IRFA, e como a USCIRF
    influencia a política externa dos EUA, usando como exemplo as ações da administração
    Obama (2009-2016) em relação aos refugiados iraquianos. Defende-se a hipótese de que a
    USCIRF, ao longo dos anos, tem se mantido coerente com o objetivo inicial para o qual foi
    criada, que consiste em publicar relatórios anuais sobre o status da liberdade religiosa ao
    redor do mundo, algo que tem acontecido desde 2000. Porém, por esse mesmo motivo, a
    entidade não tem exercido grande influência na burocracia estadunidense. Sustenta-se que a
    razão para isso seja o fato da USCIRF poder ser considerada como uma instituição
    missionária, segundo o modelo ideacional modificado. Ou seja, trata-se de um órgão
    resistente, em termos ideacionais, à interferência de outras instituições da burocracia
    estadunidense (DREZNER, 2000), algo já esperado se considerada a maneira como ela foi
    criada, no contexto das disputas entre atores domésticos para a definição das preferências
    estatais dos EUA, como sugerido pelas premissas do novo liberalismo (MORAVISICK,
    1997). Após a formulação e teste de dois mecanismos, a hipótese proposta foi confirmada.

5
  • THAYS FELIPE DAVID DE OLIVEIRA
  • AS FALHAS NO PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO DA
    ESTRATÉGIA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA NAS FRONTEIRAS
    NO ARCO NORTE, SUL E CENTRAL ENTRE OS ANOS DE 2011 A 2015

  • Orientador : MARCOS AURELIO GUEDES DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DEYWISSON RONALDO OLIVEIRA DE SOUZA
  • JOAO POLICARPO RODRIGUES LIMA
  • KATIA VIANA CAVALCANTE
  • MARCOS AURELIO GUEDES DE OLIVEIRA
  • RICARDO BORGES GAMA NETO
  • Data: 27/03/2023

  • Mostrar Resumo
  • A presente tese tem como objetivo analisar as falhas na implementação da
    Estratégia Nacional de Segurança Pública nas Fronteiras (ENAFRON) entre os
    anos de 2011 e 2015. Partindo disso, emerge o seguinte problema da
    pesquisa: O que levou à falha no processo de implementação da Estratégia
    Nacional de Segurança Pública na Fronteira? A ENAFRON teve em vista
    modernizar o programa de Policiamento Especializado de Fronteiras, que tinha
    a finalidade de pugnar a criminalidade e os crimes que eram perpetrados na
    região. No ano de 2011, o Governo Federal instituiu a ENAFRON, que foi
    coordenada pelo Ministério da Justiça através da Secretaria Nacional de
    Segurança Pública. Para isso, o modelo de gestão utilizado teve como base a
    Estratégia Nacional de Combate a Corrupção e Lavagem de Dinheiro. De
    forma geral, um dos motivos que pode ter levado à falha no processo de
    implementação da ENAFRON é a não adequação da política pública a
    realidade da região e isso fica nítido devido à limitação do poder estatal nas
    áreas de fronteira, relacionadas principalmente, a deficiência de efetivo frente
    as grandes extensões geográficas que o país possui. Outro motivo que pode
    ser destacado é a questão orçamentária: por meio de fraude no processo
    licitatório ou porque o ente municipal não se planejou para gastar, o valor
    previsto acabou voltando para os cofres do Governo Federal. Nesse sentido,
    concluímos que a falha na implementação da ENAFRON deve ser vista como
    um caso de suma importância para a área de defesa, pois, demonstra os
    óbices existentes na implementação de uma política pública.


  • Mostrar Abstract
  • A presente tese tem como objetivo analisar as falhas na implementação da
    Estratégia Nacional de Segurança Pública nas Fronteiras (ENAFRON) entre os
    anos de 2011 e 2015. Partindo disso, emerge o seguinte problema da
    pesquisa: O que levou à falha no processo de implementação da Estratégia
    Nacional de Segurança Pública na Fronteira? A ENAFRON teve em vista
    modernizar o programa de Policiamento Especializado de Fronteiras, que tinha
    a finalidade de pugnar a criminalidade e os crimes que eram perpetrados na
    região. No ano de 2011, o Governo Federal instituiu a ENAFRON, que foi
    coordenada pelo Ministério da Justiça através da Secretaria Nacional de
    Segurança Pública. Para isso, o modelo de gestão utilizado teve como base a
    Estratégia Nacional de Combate a Corrupção e Lavagem de Dinheiro. De
    forma geral, um dos motivos que pode ter levado à falha no processo de
    implementação da ENAFRON é a não adequação da política pública a
    realidade da região e isso fica nítido devido à limitação do poder estatal nas
    áreas de fronteira, relacionadas principalmente, a deficiência de efetivo frente
    as grandes extensões geográficas que o país possui. Outro motivo que pode
    ser destacado é a questão orçamentária: por meio de fraude no processo
    licitatório ou porque o ente municipal não se planejou para gastar, o valor
    previsto acabou voltando para os cofres do Governo Federal. Nesse sentido,
    concluímos que a falha na implementação da ENAFRON deve ser vista como
    um caso de suma importância para a área de defesa, pois, demonstra os
    óbices existentes na implementação de uma política pública.

6
  • AMANDA RAFAELA DOMINGOS DE LIMA
  • Beyond borders: How spatial spillover effects shapes the role of pork barrel politics on subnational public policy provision

  • Orientador : MARIANA BATISTA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIANA BATISTA DA SILVA
  • DALSON BRITTO FIGUEIREDO FILHO
  • MARTA MENDES DA ROCHA
  • VICTOR AUGUSTO ARAUJO SILVA
  • TOMAS DOSEK
  • Data: 10/05/2023

  • Mostrar Resumo
  • To what extent do the effects of pork barrel policies in public policy spill over? Pork barrel

    greases the wheels of politics in many ways, being a crucial tool for building support in

    Congress and with the electorate. Due to their discretionary nature, they are considered an

    inefficient, poorly planned expense with a high possibility of generating corruption and creating

    clientelistic networks. Despite its lousy reputation, Pork barrel policies influence the electorate’s

    daily life as they positively affect public policy in the target jurisdiction, even with small

    and dissipative effects. However, these effects could be underestimated as neither research

    considers the spatial relationship among municipalities. I argue that pork barrel collective

    effects are more prominent when considering spatial spillover effects, which permit them to

    reach neighbouring jurisdictions. Spatial interdependence among local units and the strategic

    allocation of pork monies draws this overflowing feature. The restriction on the amount of

    pork barrel policies available for distribution forces politicians to target units that can better

    absorb the demand of neighbouring areas and better process the benefit due to the accumulation

    of human and material resources. Consequently, spatial spillover effects increase

    the pork’s beneficiary network, helping to soften its inefficiency and becoming politically efficient

    despite increasing subnational unevenness in policy provision. I use Brazil as a case to

    test this argument, as they have the proxy for pork barrelling, have good quality subnationallevel

    data information available and provide 5,570 municipalities allowing the understanding

    of heterogeneous effects under the same institutional incentives and electoral features. To

    test this claim, I leverage the municipal level in an original time-series cross-sectional dataset,

    gathering data on 33,240 impositional budgetary amendments and health indicators for 5,214

    municipalities between 2014 and 2018. I apply the Spatial Durbin Model that accounts for the

    interdependence among local units and verifies both the direct and indirect effects in target

    units and their neighbouring municipalities, respectively. The results show that legislators allocate

    pork barrel resources following a well-defined strategy: concentrating the highest share

    of pork barrel monies in a single municipality while benefiting its neighbours with lower values.

    Furthermore, suggest that pork barrel has a positive (albeit small) effect on health policy

    in the target municipality and neighbouring local units. Nonetheless, these effects are more

    prominent when analysing policy input indicators (measured as annual spending per capita)

    while losing their strength when analysed as policy process indicators, measured as BCG

    vaccine coverage, and outcome indicators, measured through the infant mortality rate. Taken

    together, these results contribute to understanding the effects of distributive policies on public

    policies at the subnational level and how the territorial dynamics can extend the network of

    beneficiaries and, ultimately, soothe the inefficiency of spending on the pork barrel policy.


  • Mostrar Abstract
  • To what extent do the effects of pork barrel policies in public policy spill over? Pork barrel

    greases the wheels of politics in many ways, being a crucial tool for building support in

    Congress and with the electorate. Due to their discretionary nature, they are considered an

    inefficient, poorly planned expense with a high possibility of generating corruption and creating

    clientelistic networks. Despite its lousy reputation, Pork barrel policies influence the electorate’s

    daily life as they positively affect public policy in the target jurisdiction, even with small

    and dissipative effects. However, these effects could be underestimated as neither research

    considers the spatial relationship among municipalities. I argue that pork barrel collective

    effects are more prominent when considering spatial spillover effects, which permit them to

    reach neighbouring jurisdictions. Spatial interdependence among local units and the strategic

    allocation of pork monies draws this overflowing feature. The restriction on the amount of

    pork barrel policies available for distribution forces politicians to target units that can better

    absorb the demand of neighbouring areas and better process the benefit due to the accumulation

    of human and material resources. Consequently, spatial spillover effects increase

    the pork’s beneficiary network, helping to soften its inefficiency and becoming politically efficient

    despite increasing subnational unevenness in policy provision. I use Brazil as a case to

    test this argument, as they have the proxy for pork barrelling, have good quality subnationallevel

    data information available and provide 5,570 municipalities allowing the understanding

    of heterogeneous effects under the same institutional incentives and electoral features. To

    test this claim, I leverage the municipal level in an original time-series cross-sectional dataset,

    gathering data on 33,240 impositional budgetary amendments and health indicators for 5,214

    municipalities between 2014 and 2018. I apply the Spatial Durbin Model that accounts for the

    interdependence among local units and verifies both the direct and indirect effects in target

    units and their neighbouring municipalities, respectively. The results show that legislators allocate

    pork barrel resources following a well-defined strategy: concentrating the highest share

    of pork barrel monies in a single municipality while benefiting its neighbours with lower values.

    Furthermore, suggest that pork barrel has a positive (albeit small) effect on health policy

    in the target municipality and neighbouring local units. Nonetheless, these effects are more

    prominent when analysing policy input indicators (measured as annual spending per capita)

    while losing their strength when analysed as policy process indicators, measured as BCG

    vaccine coverage, and outcome indicators, measured through the infant mortality rate. Taken

    together, these results contribute to understanding the effects of distributive policies on public

    policies at the subnational level and how the territorial dynamics can extend the network of

    beneficiaries and, ultimately, soothe the inefficiency of spending on the pork barrel policy.

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  • TIAGO LEVI DINIZ LIMA
  • O GOVERNO IMPORTA? UM ESTUDO SOBRE A RELAÇÃO ENTRE A CAPACIDADE ESTATAL E O ATRASO ESCOLAR.

  • Orientador : RICARDO BORGES GAMA NETO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RICARDO BORGES GAMA NETO
  • LEON VICTOR DE QUEIROZ BARBOSA
  • ERNANI RODRIGUES DE CARVALHO NETO
  • ÍTALO FITTIPALDI
  • SAULO FELIPE COSTA
  • Data: 25/05/2023

  • Mostrar Resumo
  • A Capacidade Estatal influencia os municípios brasileiros no combate ao atraso escolar? Essa é a pergunta norteadora do presente trabalho. A hipótese dessa tese é que municípios com bons níveis de capacidade estatal tenham menores taxas de atraso escolar. Para tentar responder essa pergunta iremos utilizar a distorção idade série como variável dependente e indicadores relacionados a capacidade administrativa (proporção de professores com ensino superior, adequação docente, regularidade docente, esforço docente, média de horas/aula, média de alunos por turma, investimento por aluno e complexidade da gestão escolar) como variável independente. O banco de dados foi composto por informações de todos os municípios brasileiros, para o período de 2013/2020. Por se tratar de dados em painel, realizamos a análise a partir da relação entre as variáveis através dos seguintes modelos: POLS, First Difference, Fixed Effect, Random Effect, Fixed Effect tw e Random Effects tw. Em seguida, realizamos testes (Teste F, Breusch-Pagan LM,  Hausman, pwartest  e pwfdtest) para definirmos entre os seis modelos, qual deles é o que melhor se adaptava as características do banco de dados. Os resultados indicaram First Difference, como o modelo a ser escolhido. A regressão realizada sob esse modelo encontrou dois indicadores impactando na distorção idade série: a proporção de professores e a média de alunos por turma. As duas variáveis impactam a distorção idade/série de maneira diferente. Quanto mais alunos por sala, maior é o atraso escolar. Por sua vez, quanto maior o número de professores na rede municipal com ensino superior, menor são as taxas de distorção idade série. A partir dos resultados, podemos inferir que a capacidade estatal impacta no atraso escolar de crianças matriculadas no ensino fundamental da rede municipal de ensino.  


  • Mostrar Abstract
  • A Capacidade Estatal influencia os municípios brasileiros no combate ao atraso escolar? Essa é a pergunta norteadora do presente trabalho. A hipótese dessa tese é que municípios com bons níveis de capacidade estatal tenham menores taxas de atraso escolar. Para tentar responder essa pergunta iremos utilizar a distorção idade série como variável dependente e indicadores relacionados a capacidade administrativa (proporção de professores com ensino superior, adequação docente, regularidade docente, esforço docente, média de horas/aula, média de alunos por turma, investimento por aluno e complexidade da gestão escolar) como variável independente. O banco de dados foi composto por informações de todos os municípios brasileiros, para o período de 2013/2020. Por se tratar de dados em painel, realizamos a análise a partir da relação entre as variáveis através dos seguintes modelos: POLS, First Difference, Fixed Effect, Random Effect, Fixed Effect tw e Random Effects tw. Em seguida, realizamos testes (Teste F, Breusch-Pagan LM,  Hausman, pwartest  e pwfdtest) para definirmos entre os seis modelos, qual deles é o que melhor se adaptava as características do banco de dados. Os resultados indicaram First Difference, como o modelo a ser escolhido. A regressão realizada sob esse modelo encontrou dois indicadores impactando na distorção idade série: a proporção de professores e a média de alunos por turma. As duas variáveis impactam a distorção idade/série de maneira diferente. Quanto mais alunos por sala, maior é o atraso escolar. Por sua vez, quanto maior o número de professores na rede municipal com ensino superior, menor são as taxas de distorção idade série. A partir dos resultados, podemos inferir que a capacidade estatal impacta no atraso escolar de crianças matriculadas no ensino fundamental da rede municipal de ensino.  

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  • DAVID BELTRÃO SIMONS TAVARES DE ALBUQUERQUE
  • Cooperação Brasileira na África: Os Países Africanos de Língua Portuguesa e a Difusão de

    Projetos de Cooperação (1995-2014).

  • Orientador : MIGUEL MIKELLI LUCAS ALVES RIBEIRO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXANDRE CESAR CUNHA LEITE
  • ANDREZA ARUSKA DE SOUZA SANTOS
  • CINTHIA REGINA CAMPOS RICARDO DA SILVA
  • MIGUEL MIKELLI LUCAS ALVES RIBEIRO
  • RENAN HOLANDA MONTENEGRO
  • RODRIGO BARROS DE ALBUQUERQUE
  • Data: 06/07/2023

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  • A tese busca verificar os aspectos estruturais da inserção brasileira na África, por meio da
    relação dos países africanos de língua não-portuguesa e dos países africanos de Língua
    Portuguesa (PALOP) referentes à difusão dos projetos de cooperação brasileiros no continente
    entre os anos de 1995 a 2014. O que explicaria uma maior velocidade de adesão dos Estados
    africanos a demandar os projetos de cooperação do Brasil? Quais fatores são capazes de
    influenciar um país a aderir a um projeto de cooperação com o Brasil? Para responder essas
    perguntas, além da introdução, o trabalho foi dividido em cinco capítulos. O segundo capítulo
    da tese discutiu o passado e as perspectivas do desenvolvimento africano. Apesar da herança,
    há possibilidades para melhorar a vida dos cidadãos. O objetivo do terceiro capítulo foi olhar
    para as trocas de políticas Brasil-África nas últimas duas décadas. O quarto capítulo apresenta
    discussões na literatura sobre cooperação internacional e difusão internacional de políticas. Ele
    finaliza com uma discussão sobre o Problema de Galton nos estudos de difusão. O capítulo 05
    exibe o desenho de pesquisa e a análise dos dados. Dois métodos de análise de dados foram
    utilizados, quais sejam, o Método de Análise de Sobrevivência e, como meta-análise posterior,
    o Qualitative Comparative Analysis (QCA). Também foi realizado um estudo de caso com 5
    países e a variável “balança comercial”. O último capítulo discute os dados apresentados no
    QCA. Haja vista a negação de duas condições, a variável geográfica e o acúmulo de projetos
    em uma região, optou-se por discutir essas condições pela estratégia de contrafactual. Além
    disso, esse capítulo identificou uma condição positiva da solução, o acúmulo de projetos em
    instituições regionais compartilhada com os PALOP. A solução identificou como casos os
    países Gana, Senegal, Angola, Guiné-Bissau, Mali, Gabão e Nigéria.

    ).


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  • Cooperação Brasileira na África: Os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa e a
    Difusão de Projetos de Cooperação (1995-2014).

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  • LEONARDO GILL CORREIA SANTOS
  • You Said You'D Never Compromise: The Winner-Loser Gap and Perceptions of System Responsiveness in Parliamentary Systems

  • Orientador : MARCUS ANDRE BARRETO CAMPELO DE MELO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARLOS EDUARDO FERREIRA PEREIRA FILHO
  • GEORGE AVELINO FILHO
  • MARCUS ANDRE BARRETO CAMPELO DE MELO
  • NARA DE CARVALHO PAVAO
  • RICARDO BORGES GAMA NETO
  • Data: 21/08/2023

  • Mostrar Resumo
  • Does voting for a junior cabinet party influence voters’ perception of system responsiveness? Existent literature on electoral behavior suggests that voters of parties in government perceive higher levels of system responsiveness (external efficacy) compared to voters of opposition parties. This winner-loser gap tends to narrow in coalition governments, which is associated with winners’ negative views of party compromise within coalition governments. However, it is unclear if these dynamics apply to all voters of the winning majority. This study fills this gap by analyzing the influence of the electoral behavior of winning voters on the perception of system responsiveness. I argue that winners’ external efficacy is affected by the perception of how compromising the party they voted for is with the winning coalition. Formateur parties’ voters, which appoint the prime minister, are expected to have higher levels of perceived responsiveness compared to voters of junior cabinet parties. Furthermore, the perceived responsiveness is also expected to be influenced by the relative size of junior cabinet parties within the coalition, with voters of medium-sized parties exhibiting lower increases in external efficacy as compared to voters of smaller parties. To test these hypotheses, I employ two research designs. First, I conduct a cross-national analysis using survey data of the CSES dataset. This analysis covers 14 election studies in 7 countries with coalition governments, resulting in 23,657 individual observations. To test the hypotheses, I use multilevel logistic regressions combined with a pre-post design, wherein I compare voters before and after cabinet announcements. The findings show that voters of junior cabinet parties feel less efficacious than voters of formateur parties before cabinet announcements, but their perception increases after the government makeup is made public. The effect is driven by the reaction of smaller cabinet-party voters. Voters of medium-sized cabinet parties are less influenced by cabinet announcements. Secondly, the argument is further explored through a case-study of the coalition formation process after the 2017 Bundestag Elections in Germany, which witnessed the announcement of two different coalitions: a failed Jamaica Coalition (CDU-CSU, FDP, and Greens) in October and a successful Grand Coalition (CDU-CSU and SPD) in January. The GESIS survey panel dataset is employed for a detailed analysis during the coalition talks period using weighted logistic regressions and panel regression, and an event history model using difference-in-differences design, comparing formateur parties’ voters to voters of the two different coalitions after their respective coalition announcements. The findings indicate that SPD voters’ perception of responsiveness increased when the party announced they were joining the opposition, but decreased when the party joined the government. However, no significant variation was observed for voters of FDP and Greens, who exhibited relatively stable levels of external efficacy during the period. This research sheds light on unexplored aspects of how electoral behavior influences citizens’ attitudes. Moreover, as the sheer number of coalition governments continues to escalate, understanding how people perceive them becomes increasingly important in the research agenda on the field of comparative politics.


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  • Does voting for a junior cabinet party influence voters’ perception of system responsiveness? Existent literature on electoral behavior suggests that voters of parties in government perceive higher levels of system responsiveness (external efficacy) compared to voters of opposition parties. This winner-loser gap tends to narrow in coalition governments, which is associated with winners’ negative views of party compromise within coalition governments. However, it is unclear if these dynamics apply to all voters of the winning majority. This study fills this gap by analyzing the influence of the electoral behavior of winning voters on the perception of system responsiveness. I argue that winners’ external efficacy is affected by the perception of how compromising the party they voted for is with the winning coalition. Formateur parties’ voters, which appoint the prime minister, are expected to have higher levels of perceived responsiveness compared to voters of junior cabinet parties. Furthermore, the perceived responsiveness is also expected to be influenced by the relative size of junior cabinet parties within the coalition, with voters of medium-sized parties exhibiting lower increases in external efficacy as compared to voters of smaller parties. To test these hypotheses, I employ two research designs. First, I conduct a cross-national analysis using survey data of the CSES dataset. This analysis covers 14 election studies in 7 countries with coalition governments, resulting in 23,657 individual observations. To test the hypotheses, I use multilevel logistic regressions combined with a pre-post design, wherein I compare voters before and after cabinet announcements. The findings show that voters of junior cabinet parties feel less efficacious than voters of formateur parties before cabinet announcements, but their perception increases after the government makeup is made public. The effect is driven by the reaction of smaller cabinet-party voters. Voters of medium-sized cabinet parties are less influenced by cabinet announcements. Secondly, the argument is further explored through a case-study of the coalition formation process after the 2017 Bundestag Elections in Germany, which witnessed the announcement of two different coalitions: a failed Jamaica Coalition (CDU-CSU, FDP, and Greens) in October and a successful Grand Coalition (CDU-CSU and SPD) in January. The GESIS survey panel dataset is employed for a detailed analysis during the coalition talks period using weighted logistic regressions and panel regression, and an event history model using difference-in-differences design, comparing formateur parties’ voters to voters of the two different coalitions after their respective coalition announcements. The findings indicate that SPD voters’ perception of responsiveness increased when the party announced they were joining the opposition, but decreased when the party joined the government. However, no significant variation was observed for voters of FDP and Greens, who exhibited relatively stable levels of external efficacy during the period. This research sheds light on unexplored aspects of how electoral behavior influences citizens’ attitudes. Moreover, as the sheer number of coalition governments continues to escalate, understanding how people perceive them becomes increasingly important in the research agenda on the field of comparative politics.


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  • THALITA FRANCIELY DE MELO SILVA
  • Regime stretching para a proteção de deslocados ambientais internacionais: uma análise comparada entre Argentina, Brasil e Equador

     

  • Orientador : ANDREA QUIRINO STEINER
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CAROLINA DE ABREU BATISTA CLARO
  • ANDREA QUIRINO STEINER
  • JAYESH RATHOD
  • JAYME BENVENUTO LIMA JUNIOR
  • MIGUEL MIKELLI LUCAS ALVES RIBEIRO
  • Data: 25/08/2023

  • Mostrar Resumo
  • Como ocorre o alargamento (regime stretching) do Regime Internacional de Proteção dos Refugiados (RIR) para proteger os deslocados ambientais internacionais? Esta pesquisa busca responder a esta questão, no contexto de uma ausência de adaptação ou negociação internacional neste sentido, focando em três países: Argentina, Brasil e Equador. Este regime é produto de seu tempo e cumpre parcialmente sua função subjacente de proteção. Além disso, ignora muitos dos fatores que impulsionam o deslocamento transfronteiriço no mundo, como as motivações ambientais. Isto posto, a tese busca compreender o regime stretching ancorada em uma lógica inferencial predominantemente exploratória e descritiva, não buscando testar, mas construir novas hipóteses (hypothesis-generating research). Assim, a principal hipótese gerada com base na pesquisa é que o alargamento do regime para proteger os deslocados ambientais internacionais ocorre em termos de normas, particularmente nos níveis da institucionalização e implementação. Em relação à metodologia, esta pesquisa utilizou o método comparativo, levando em conta o contexto como fator explicativo na análise dos fenômenos estudados. Foi utilizado o mapeamento de casos por similaridades para compreender as causas, que juntas produzem um resultado, assim como a  interação entre as causas, ou seja, os efeitos destas que podem ser ampliadas, diminuídas ou modificadas na presença de outras causas. É possível concluir que os regimes não são entidades fixas e estáticas, mas dinâmicas e adaptativas, e variam em suas manifestações locais e nacionais. A proteção, resultante do regime stretching, nos casos estudados, se dá em nível doméstico: Argentina, Brasil e Equador, apesar de isentos de obrigações internacionais vinculativas para proteger os deslocados ambientais, têm procurado, internamente, outras formas de abordar a questão.



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  • Regime stretching para a proteção dos deslocados ambientais: uma análise
    comparada entre Brasil, Argentina e Equador

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  • ANNA BEATRIZ LEITE HENRIQUES DE LUCENA
  • OS DETERMINANTES DA COOPERAÇÃO EUROPEIANA QUESTÃO DA MIGRAÇÃO FORÇADA: uma análise do Esquema de Realocação Emergencial de solicitantes de refúgio (2015-2017)

  • Orientador : MARCELO DE ALMEIDA MEDEIROS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCELO DE ALMEIDA MEDEIROS
  • RAFAEL MESQUITA DE SOUZA LIMA
  • EUGENIA CRISTINA NILSEN RIBEIRO BARZA
  • CRISTINA CARVALHO
  • MANOEL LEONARDO WANDERLEY DUARTE SANTOS
  • Data: 11/12/2023

  • Mostrar Resumo
  • Quais os determinantes da cooperação europeia na questão da migração forçada? Quais condições explicam a cooperação dos Estados-membros da União Europeia (UE) em políticas relativas à recepção de solicitantes de refúgio e refugiados? O objetivo precípuo desta tese é responder esses questionamentos com base nos dados empíricos referentes ao cumprimento das cotas obrigatórias do Esquema de Realocação Emergencial de Solicitantes de Refúgio da União Europeia (2015-2017) e à luz da técnica de pesquisa conhecida como Análise Qualitativa Comparativa (QCA) na modalidade Fuzzy Set. A tese considera, a partir do referencial teórico visitado e discutido, três condições causais para analisar a cooperação: a) a orientação político-ideológica dos partidos nacionais; (b) a opinião pública favorável à recepção de migrantes forçados; e (c) a quantidade prévia de solicitantes de refúgio e refugiados presentes em território nacional. Considera apenas condições endógenas ao Estado, por entender que elas são inputs decisivos no processo de integração europeu, de acordo com a abordagem teórica do novo intergovernamentalismo. A amostra inclui 24 Estados-membros da União Europeia, à exceção de Grécia e Itália, beneficiários do Esquema, e Dinamarca e Reino Unido, que são opt-outs da cooperação na área de Justiça e Assuntos Internos. Os resultados apontam que a combinação de uma opinião pública favorável à recepção de refugiados e uma quantidade prévia de migrantes forçados é condição suficiente para a ocorrência da cooperação em políticas de migração forçada no âmbito da UE. Ter um partido de esquerda no governo, contudo, não pode ser considerada uma condição necessária, tampouco suficiente.


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  • Quais os determinantes da cooperação europeia na questão da migração forçada? Quais condições explicam a cooperação dos Estados-membros da União Europeia (UE) em políticas relativas à recepção de solicitantes de refúgio e refugiados? O objetivo precípuo desta tese é responder esses questionamentos com base nos dados empíricos referentes ao cumprimento das cotas obrigatórias do Esquema de Realocação Emergencial de Solicitantes de Refúgio da União Europeia (2015-2017) e à luz da técnica de pesquisa conhecida como Análise Qualitativa Comparativa (QCA) na modalidade Fuzzy Set. A tese considera, a partir do referencial teórico visitado e discutido, três condições causais para analisar a cooperação: a) a orientação político-ideológica dos partidos nacionais; (b) a opinião pública favorável à recepção de migrantes forçados; e (c) a quantidade prévia de solicitantes de refúgio e refugiados presentes em território nacional. Considera apenas condições endógenas ao Estado, por entender que elas são inputs decisivos no processo de integração europeu, de acordo com a abordagem teórica do novo intergovernamentalismo. A amostra inclui 24 Estados-membros da União Europeia, à exceção de Grécia e Itália, beneficiários do Esquema, e Dinamarca e Reino Unido, que são opt-outs da cooperação na área de Justiça e Assuntos Internos. Os resultados apontam que a combinação de uma opinião pública favorável à recepção de refugiados e uma quantidade prévia de migrantes forçados é condição suficiente para a ocorrência da cooperação em políticas de migração forçada no âmbito da UE. Ter um partido de esquerda no governo, contudo, não pode ser considerada uma condição necessária, tampouco suficiente.

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  • VIRIATO JOAO LOPES NHANCA
  • Um balanço da cooperação educacional entre Brasil e Guiné-Bissau no período entre 2003 e 2010: o caso do PEC-G

  • Orientador : ANDREA QUIRINO STEINER
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDREA QUIRINO STEINER
  • MARCOS AURELIO GUEDES DE OLIVEIRA
  • XAMAN KORAI PINHEIRO MINILLO
  • ERINALDO FERREIRA DO CARMO
  • JEANE SILVA DE FREITAS
  • Data: 11/12/2023

  • Mostrar Resumo
  • Embora a cooperação educacional não seja um tema novo, ela vem ganhando espaço cada vez mais na agenda internacional, haja vista que a educação é fator determinante ou fundamental para o processo de desenvolvimento econômico e social de qualquer nação. É por essa razão que a maioria dos países em desenvolvimento vêm investindo e promovendo e/ou fomentando a cooperação educacional entre si, a fim de superar os obstáculos ao desenvolvimento (pobreza, baixo índice de crescimento econômico, desemprego, inflação etc.) e tentar competir com os países desenvolvidos no mesmo pé de igualdade, principalmente na tomada de decisão no cenário internacional. Nessa perspectiva, a presente pesquisa teve como o objetivo compreender que fatores da cooperação educacional estão por trás da motivação de permanência no Brasil por parte de alguns dos ex-estudantes do Programa Estudante-Convênio de Graduação (PEC-G), com um estudo de caso sobre Guiné-Bissau (2003-2010). O interesse do pesquisador por esta pesquisa deve-se à sua própria participação como integrante do PEC-G da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) durante o período de 2006.1 a 2010.2. Por outro lado, o estudo do tema justifica-se pela necessidade de compreender a contrapartida por parte do governo brasileiro, uma vez que boa parte dos estudantes do PEC-G, além de se beneficiar da vaga gratuita no sistema universitário do país, se beneficia também de outros auxílios financeiros e de residências universitárias. Nesse sentido, para a realização e conclusão desta pesquisa, foram utilizadas diferentes combinações de abordagens e técnicas, a saber: estudo de caso, pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e entrevistas semiestruturadas. A pesquisa conclui que, no caso da Guiné-Bissau e para além de questões ligadas à cooperação internacional em si a permanência de ex-estudantes-convênio guineenses se deve à instabilidade política que assola Guiné-Bissau há anos e à falta de oportunidade de emprego e de Pós-Graduação (doutorado e mestrado) no país de origem.


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  • Um balanço da cooperação educacional entre Brasil e Guiné-Bissau no período entre 2003 e 2010: o caso dos cursos de graduação

2022
Dissertações
1
  • WALTER EDGAR TERRAZAS ESPANÃ
  • REDUÇÃO DA POBREZA NA BOLÍVIA (2006-2019): uma análise das condições

    conjunturais e das políticas sociais

  • Orientador : MARCOS FERREIRA DA COSTA LIMA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JOYCE HELENA FERREIRA DA SILVA
  • MARCOS FERREIRA DA COSTA LIMA
  • PEDRO RAFAEL LAPA
  • Data: 28/01/2022

  • Mostrar Resumo
  • Quais foram os fatores que levaram à redução da pobreza na Bolívia entre 2006 e 2019? A
    hipótese proposta é que o crescimento econômico atípico e as políticas sociais implementadas
    foram os fatores que provocaram a redução da pobreza na Bolívia entre 2006 e 2019. A
    importância desta pesquisa reside nas análises realizadas a partir de uma comparação exaustiva
    e contínua do período de estudo, com um período anterior de igual duração: primeiro, da
    pobreza, tanto multidimensional quanto unidimensional; segundo, dos múltiplos fatores
    conjunturais que convergiram, produzindo um fluxo de renda econômica sem precedentes;
    terceiro, das políticas sociais comprometidas com a equidade distributiva. É utilizada uma
    triangulação de abordagens metodológicas, ou seja, são utilizados vários métodos envolvidos
    no estudo da pobreza na Bolívia no período 2006-2019. Por outro lado, a disponibilidade de
    dados quantitativos e qualitativos na análise global: no primeiro caso, dados estatísticos sobre
    pobreza, crescimento econômico e resultados de políticas sociais; no segundo caso, a análise
    histórica da pobreza e da desigualdade social, do pensamento social boliviano, da abordagem
    centro-periferia e do novo modelo econômico boliviano; eles exigem o uso de ambas as
    abordagens para a análise e interpretação das conclusões adicionais. Para o teste de hipóteses,
    um tipo de estudo observacional de séries temporais é usado. Os resultados da presente
    investigação mostram, de maneira geral, que a pobreza extrema é a que mais recebeu atenção
    das políticas sociais voltadas para a redistribuição de renda e que a saúde econômica boliviana
    dependia fundamentalmente da exportação de Gás Natural para a República Federativa do
    Brasil durante o período do estudo.


  • Mostrar Abstract
  • Quais foram os fatores que levaram à redução da pobreza na Bolívia entre 2006 e 2019? A
    hipótese proposta é que o crescimento econômico atípico e as políticas sociais implementadas
    foram os fatores que provocaram a redução da pobreza na Bolívia entre 2006 e 2019. A
    importância desta pesquisa reside nas análises realizadas a partir de uma comparação exaustiva
    e contínua do período de estudo, com um período anterior de igual duração: primeiro, da
    pobreza, tanto multidimensional quanto unidimensional; segundo, dos múltiplos fatores
    conjunturais que convergiram, produzindo um fluxo de renda econômica sem precedentes;
    terceiro, das políticas sociais comprometidas com a equidade distributiva. É utilizada uma
    triangulação de abordagens metodológicas, ou seja, são utilizados vários métodos envolvidos
    no estudo da pobreza na Bolívia no período 2006-2019. Por outro lado, a disponibilidade de
    dados quantitativos e qualitativos na análise global: no primeiro caso, dados estatísticos sobre
    pobreza, crescimento econômico e resultados de políticas sociais; no segundo caso, a análise
    histórica da pobreza e da desigualdade social, do pensamento social boliviano, da abordagem
    centro-periferia e do novo modelo econômico boliviano; eles exigem o uso de ambas as
    abordagens para a análise e interpretação das conclusões adicionais. Para o teste de hipóteses,
    um tipo de estudo observacional de séries temporais é usado. Os resultados da presente
    investigação mostram, de maneira geral, que a pobreza extrema é a que mais recebeu atenção
    das políticas sociais voltadas para a redistribuição de renda e que a saúde econômica boliviana
    dependia fundamentalmente da exportação de Gás Natural para a República Federativa do
    Brasil durante o período do estudo.

2
  • VICTOR MATHEUS DE SANTANA SANTOS
  • A systematic review of micro-level articles on second-order theory and European Parliament elections from 1980 to 2009

  • Orientador : RODRIGO BARROS DE ALBUQUERQUE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CAIRO GABRIEL BORGES JUNQUEIRA
  • GABRIELA DA SILVA TAROUCO
  • RODRIGO BARROS DE ALBUQUERQUE
  • Data: 18/02/2022

  • Mostrar Resumo
  • A presente pesquisa consiste em uma revisão sistemática de 54 artigos publicados sobre a
    teoria de eleições de segunda-ordem e eleições para o Parlamento Europeu (PE) entre 1980 e
    2009. A teoria de eleições de segunda-ordem foi lançada em 1980 por Reif e Schmitt (1980),

    um ano após as primeiras eleições para o PE. Esta teoria afirma que eleições de segunda-
    ordem têm turnouts mais baixos, que partidos governistas normalmente se saem pior, assim

    como partidos maiores, enquanto partidos menores ou mais novos e/ou radicais são
    favorecidos. A teoria pressupõe dois principais mecanismos para explicar tais padrões de
    voto, e ambos decorrem da hipótese de que, para partidos e eleitores, há menos em jogo nestas
    eleições. Por haver menos em jogo, eleitores optariam por votar de forma sincera - escolhendo
    partidos menores mais próximos de suas ideologias - ou optariam por punir ou dar um recado
    aos partidos governistas - especialmente quando as eleições de segunda-ordem são realizadas
    no meio do ciclo eleitoral. Apesar de tais postulados terem sido amplamente corroborados
    com dados ao nível agregado ao longo desses 40 anos, alguns autores têm chamado a atenção
    para a escassez e o atraso no desenvolvimento de testes robustos da teoria com dados a nível
    individual. Esta revisão descobriu que testes com este tipo de dado já eram realizados desde
    os anos 80 e 90. Contudo, a maior parte destes primeiros artigos com dados a nível individual
    não realizava testes estatísticos robustos, assim como também não impactaram a literatura,
    obtendo um baixo número de citações. Apenas na virada do século XX-XXI esta deficiência
    começou a ganhar mais destaque na agenda de pesquisa, sobretudo entre os anos de 2007 e
    2009. Dentre outros achados, esta revisão também descobriu que não há viés de publicação no
    tópico estudado - pelo menos até 2009 - e que a maior parte dos autores sobre o tema são do

    gênero masculino e filiados a universidades alemãs, holandesas, britânicas e norte-
    americanas. Finalmente, espera-se que esta revisão ajude a melhor compreender a teoria de

    eleições de segunda-ordem e a sistematizar o conhecimento acumulado nestes primeiros 30
    anos de pesquisas sobre o assunto. Esperamos também que esta revisão contribua como um
    incentivo para a maior realização de revisões sistemáticas na área de Ciências Sociais em
    geral, demonstrando a importância desse método para o avanço do conhecimento científico e
    publicizando em detalhes o passo a passo do nosso desenho de pesquisa, inspirado em Cooper
    (2016) e em Figueiredo Filho et al (2014).


  • Mostrar Abstract
  • As eleições europeias são de segunda-ordem porque têm um baixo turnout, um aumento nos votos para partidos pequenos e/ou de oposição e são altamente atreladas ao contexto político nacional, sobretudo com relação ao ciclo eleitoral. Isso indica que há “menos em jogo” nessas eleições. Essa teoria foi estabelecida em 1980 por Reif e Schmitt. Todavia, segundo Schmitt et al (2020), os postulados ao nível agregado receberam mais atenção, pois os primeiros testes abrangentes ao nível individual teriam sido publicados apenas no início do século XXI. Destaca-se, então, o possível problema da falácia ecológica, quando dados ao nível agregado são erroneamente interpretados para inferências ao nível individual de análise, levando a deduções e correlações inválidas. Desse modo, visa-se revisar sistematicamente as produções sobre essa teoria desde 1980 até 2021, analisando qualitativamente a agenda dedicada ao nível micro e se esses estudos corroboraram ou não os principais postulados da teoria. Quanto à metodologia, a pesquisa consiste de uma revisão sistemática elaborada segundo Cooper (2016). Para a coleta da literatura, serão feitas buscas no Scopus e no Google Scholar com os termos-chave “second-order elections”, “European elections” e “European Parliament”. Serão coletados artigos, working papers, monografias, dissertações e teses em inglês, espanhol, português e francês. Serão excluídos livros, assim como artigos de revistas que não ocupem o primeiro e o segundo percentis do Scimago Journal Rank, além daqueles publicados em revistas que não adotam revisão cega por pares. As etapas seguintes são: coleta de informações (a partir do quadro de 98 variáveis divididas em três dimensões – formal, metodológica e substantiva), análise dos estudos, interpretação dos dados coletados e apresentação dos resultados.

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  • ULISSES MATHEUS BRAGA DE FREITAS MELO
  • FEITA SOB MEDIDA: A ESTRUTURA DE UMA NOTÍCIA FALSA E SEU PAPEL

    NO CONVENCIMENTO DO ELEITOR.

  • Orientador : NARA DE CARVALHO PAVAO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DAVI CORDEIRO MOREIRA
  • JULIANO MENDONÇA DOMINGUES DA SILVA
  • NARA DE CARVALHO PAVAO
  • Data: 22/02/2022

  • Mostrar Resumo
  • O espalhamento de desinformação online se tornou um problema para as
    democracias contemporâneas, a crença e o compartilhamento de notícias falsas são práticas
    incentivadas por diversos setores da elite política e conseguem interferir diretamente no
    comportamento dos indivíduos, principalmente daqueles partidarizados. Este trabalho,
    contudo, busca compreender quais são as características estruturais do texto desinformativo, e
    quais os possíveis efeitos que tais particularidades podem ter no consumo desse tipo de
    material. A pesquisa analisou centenas de notícias falsas e verdadeiras através de diversas
    técnicas de análise de texto automatizada fornecidas pelos softwares Iramuteq e ALT, sendo
    observadas as diferenças estatísticas entre o jornalismo tradicional e o desinformativo. Os
    resultados encontrados demonstram uma maior presença de nomes de lideranças e ideologias
    políticas, bem como a maior citação de instituições entre as notícias falsas, termos associados
    à cognição quente pela literatura especializada, um forte ativador do raciocínio motivado.
    Além disso, as desinformações são menores e significativamente mais legíveis que as notícias
    tradicionais, característica ligada ao uso de processamento heurístico de informações. As
    notícias falsas compartilhadas online, portanto, se enquadram nos diversos pressupostos
    teóricos, apontados pelas principais linhas de pesquisa contemporânea, como fortes
    incentivadores de consumo e da crença de desinformação. Tais descobertas demonstram o
    potencial crítico que esse tipo de comunicação política possui, e como até mesmo sua
    estrutura pode ser parte desse processo.


  • Mostrar Abstract
  • O espalhamento de desinformação online se tornou um problema para as
    democracias contemporâneas, a crença e o compartilhamento de notícias falsas são práticas
    incentivadas por diversos setores da elite política e conseguem interferir diretamente no
    comportamento dos indivíduos, principalmente daqueles partidarizados. Este trabalho,
    contudo, busca compreender quais são as características estruturais do texto desinformativo, e
    quais os possíveis efeitos que tais particularidades podem ter no consumo desse tipo de
    material. A pesquisa analisou centenas de notícias falsas e verdadeiras através de diversas
    técnicas de análise de texto automatizada fornecidas pelos softwares Iramuteq e ALT, sendo
    observadas as diferenças estatísticas entre o jornalismo tradicional e o desinformativo. Os
    resultados encontrados demonstram uma maior presença de nomes de lideranças e ideologias
    políticas, bem como a maior citação de instituições entre as notícias falsas, termos associados
    à cognição quente pela literatura especializada, um forte ativador do raciocínio motivado.
    Além disso, as desinformações são menores e significativamente mais legíveis que as notícias
    tradicionais, característica ligada ao uso de processamento heurístico de informações. As
    notícias falsas compartilhadas online, portanto, se enquadram nos diversos pressupostos
    teóricos, apontados pelas principais linhas de pesquisa contemporânea, como fortes
    incentivadores de consumo e da crença de desinformação. Tais descobertas demonstram o
    potencial crítico que esse tipo de comunicação política possui, e como até mesmo sua
    estrutura pode ser parte desse processo.

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  • RENATO VICTOR LIRA BRITO
  • SEGURANÇA CIBERNÉTICA COMPARADA: O BRASIL E AS AMÉRICAS

  • Orientador : RAFAEL MESQUITA DE SOUZA LIMA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAFAEL MESQUITA DE SOUZA LIMA
  • MARCOS AURELIO GUEDES DE OLIVEIRA
  • GILLS VILAR LOPES
  • Data: 24/02/2022
    Ata de defesa assinada:

  • Mostrar Resumo
  • Quais fatores explicam o nível de comprometimento com a Segurança Cibernética no continente americano? Esta pesquisa busca responder a essa questão a partir de uma análise configuracional-qualitativa dos 35 países americanos listados no Global Cybersecurity Index (GCI) para o ano-referência de 2018. Como condições  explicativas do modelo, utilizamos: a) Securitização, b) Despesas Militares, c) Ocorrência de eventos raros em Segurança Cibernética, d) Tempo do marco jurídico-institucional do setor cibernético, e) Militarização do Espaço Cibernético, f) Desenvolvimento econômico. Metodologicamente, este trabalho é estruturado na Análise Qualitativa Comparativa, Qualitative Comparative Analysis (QCA), seguida pela realização de um estudo aprofundado, e orientado por mecanismos causais, do caso brasileiro. Dessa maneira, o desenho resultante consiste em uma pesquisa com caráter metodológico misto em relação à análise e à coleta dos dados. Detalhadamente, buscamos identificar quais conjuntos de configurações explicam o nível de comprometimento com a Segurança Cibernética nos países do continente americano em 2018. De maneira complementar, realizamos um estudo de caso para explicar, através de mecanismos causais, como as condições/fatores explicativos se configuram no contexto nacional. Os principais resultados da pesquisa apontam para a identificação de três caminhos causais para o maior comprometimento com a Segurança Cibernética: 1) Despesas Militares associadas ao Desenvolvimento Econômico (Estados Unidos, Canadá, Chile e Uruguai); 2) Despesas Militares e Tempo do Marco Jurídico-Institucional (Cuba); 3) Militarização do Espaço Cibernético e Desenvolvimento Econômico (Brasil e Colômbia). As condições que explicam esses caminhos conjunturalmente foram identificadas como do tipo INUS. O estudo do contexto brasileiro apontou como mecanismo causal o histórico de militarização de setores no país explicado pelos jogos institucionais de barganha orçamentária e pela busca de legitimação dos militares frente à sociedade civil. Como consequência do caminho percorrido pelo país, elencamos alguns problemas: 1) o desvio da função do setor; 2) a ineficiência na resolução de problemas reais da sociedade, como os crimes cibernéticos. Por fim, são discutidas as limitações do trabalho e disponibilizados o repositório dos dados da pesquisa e o código para replicação.


  • Mostrar Abstract
  • Quais fatores explicam o nível de comprometimento com a Segurança Cibernética? Esta pesquisa busca responder a essa questão a partir de uma análise configuracional-qualitativa de 35 países americanos listados no Global Cybersecurity Index (GCI) em 2018. Como condições explicativas, consideramos: a) securitização, b) gastos com Segurança Cibernética, c) ocorrência de eventos raros, d) tempo do marco jurídico-institucional, e) militarização do setor de Segurança Cibernética, f) desenvolvimento econômico. Além disso, testamos, utilizando Qualitative Comparative Analysis (QCA), quais conjuntos de configurações, explicam o nível de comprometimento com a Segurança Cibernética nos países do continente americano em 2018. De maneira complementar, intencionando o maior detalhamento da aplicação dos achados à realidade do Brasil, realizamos um estudo de caso para descrever como as condições/fatores explicativos se configuram no contexto nacional.

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  • MARINA LAPORTE COTIAS
  • Serviços Especializados de Atendimento à Mulher: uma análise da implementação

  • Orientador : MARIANA BATISTA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIANA BATISTA DA SILVA
  • LUCIANA DA CONCEIÇÃO FARIAS SANTANA
  • MICHELLE VIEIRA FERNANDEZ DE OLIVEIRA
  • Data: 03/05/2022

  • Mostrar Resumo
  • Quais os fatores explicativos da implementação dos Sistemas Especializados de Atendimento às Mulheres (SEAM)?  Buscamos responder essa questão utilizando um modelo MQO com correção por bootstap, sendo o estado a unidade de análise, no ano de 2016. A partir do que foi debatido pela literatura, foram propostos os seguintes fatores: 1) Fatores socioeconômicos; 2) qualidade da burocracia; 3) gastos com segurança pública; 4) participação feminina no legislativo; 5) taxa de homicídio de mulheres. Além disso, também foi possível analisar a distribuição dos serviços especializados dentro do território brasileiro, depois de 10 anos da Lei Maria da Penha. Os resultados dos modelos propostos mostram que apenas houve um efeito estatisticamente significativo, do PIB per capita e na taxa de deputadas federais no número de delegacias especializadas ou núcleos nas delegacias comuns, na taxa de mulheres deputadas estaduais no número de promotorias especializadas e do gasto de segurança pública por habitante no número de Centros Especializados de Atendimento à Mulher.


  • Mostrar Abstract
  • Quais os fatores explicativos da implementação dos Sistemas Especializados de Atendimento às Mulheres (SEAM)?  Buscamos responder essa questão utilizando um modelo MQO com correção por bootstap, sendo o estado a unidade de análise, no ano de 2016. A partir do que foi debatido pela literatura, foram propostos os seguintes fatores: 1) Fatores socioeconômicos; 2) qualidade da burocracia; 3) gastos com segurança pública; 4) participação feminina no legislativo; 5) taxa de homicídio de mulheres. Além disso, também foi possível analisar a distribuição dos serviços especializados dentro do território brasileiro, depois de 10 anos da Lei Maria da Penha. Os resultados dos modelos propostos mostram que apenas houve um efeito estatisticamente significativo, do PIB per capita e na taxa de deputadas federais no número de delegacias especializadas ou núcleos nas delegacias comuns, na taxa de mulheres deputadas estaduais no número de promotorias especializadas e do gasto de segurança pública por habitante no número de Centros Especializados de Atendimento à Mulher.

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  • KARLA GODOY DA COSTA LIMA
  • QUEM PROTEGE DOS PROTETORES? A violência sexual nas missões de paz da ONU e a atuação das unidades de conduta e disciplina

  • Orientador : ANDREA QUIRINO STEINER
  • MEMBROS DA BANCA :
  • PEDRO DE ABREU GOMES DOS SANTOS
  • ANDREA QUIRINO STEINER
  • JAYME BENVENUTO LIMA JUNIOR
  • Data: 26/08/2022

  • Mostrar Resumo
  • As missões de paz realizadas pela Organização das Nações Unidas são um instrumento da
    organização para promover a paz em países atingidos por conflitos através da execução de
    projetos multidisciplinares e da atuação militar. Desde a primeira missão de paz criada, as
    missões têm evoluído e se tornado mais complexas trazendo efeitos positivos e negativos para
    as regiões onde estão estabelecidas. Um desses efeitos é o aumento da violência sexual sofrida
    pela população da região. Em especial, as missões de paz são responsáveis por crimes onde os
    próprios peacekeepers são os responsáveis pelo crime. Para a ONU o incentivo à prostituição,
    o estupro, a exploração sexual e qualquer forma de relação íntima entre membros da missão e
    residentes do país no qual a missão está sendo realizada pode ser incluido no conceito de
    violência sexual. Numa tentativa de combater e previnir este tipo de má- conduta entre os
    participantes da missão, a ONU criou em 2005 as Unidades de Conduta e Disciplina (CDU)
    para oferecer direção geral e orientação para as missões de paz em assuntos relacionados à
    violência sexual cometida por peacekeepers. Em 2019 a ONU realizou uma reforma
    administrativa tornando as CDUs parte da Divisão de Direito Administrativo da instituição
    numa tentativa de melhorar a implementação das políticas de prevenção e combate
    desenvolvidas. Neste sentido, a pesquisa busca responder a seguinte pergunta: Em termos de
    violência sexual, a atuação das Unidades de Conduta e Disciplina fizeram diferença nas missões
    de paz da ONU depois da reforma de 2019? Para isso, as técnicas de estatística descritiva, testes
    de comparação de médias e regressão linear foram utilizadas para testar a hipótese de que as
    missões de paz com unidades de conduta e disciplina tiveram resultados significativamente
    diferentes após a reforma, em termos de violência sexual, se comparados ao período anterior
    a 2019. A hispótese foi testada através de séries temporais das denúncias realizadas entre as
    oito missões com ao menos um grupo focal dos CDUs que estavam em atividade entre o ano
    base de 2010 e o mês de abril de 2022. Os resultados indicam que quando as missões são
    analisadas em conjunto, o período posterior a implementação da reforma apresenta -3.25
    unidades de crime por mês a cada 10.000 soldados. As missões quando analisadas de forma
    individual apresentam resultados significativos para as missões MONUSCO, UNISFA e
    MINUSCA. Também podemos concluir como resultado que após 2019 a taxa de crime por mês
    por missão a cada 10.000 soldados diminuiu, enquanto que a taxa de vítimas e criminosos
    aumentaram.


  • Mostrar Abstract
  • As missões de paz realizadas pela Organização das Nações Unidas são um instrumento da
    organização para promover a paz em países atingidos por conflitos através da execução de
    projetos multidisciplinares e da atuação militar. Desde a primeira missão de paz criada, as
    missões têm evoluído e se tornado mais complexas trazendo efeitos positivos e negativos para
    as regiões onde estão estabelecidas. Um desses efeitos é o aumento da violência sexual sofrida
    pela população da região. Em especial, as missões de paz são responsáveis por crimes onde os
    próprios peacekeepers são os responsáveis pelo crime. Para a ONU o incentivo à prostituição,
    o estupro, a exploração sexual e qualquer forma de relação íntima entre membros da missão e
    residentes do país no qual a missão está sendo realizada pode ser incluido no conceito de
    violência sexual. Numa tentativa de combater e previnir este tipo de má- conduta entre os
    participantes da missão, a ONU criou em 2005 as Unidades de Conduta e Disciplina (CDU)
    para oferecer direção geral e orientação para as missões de paz em assuntos relacionados à
    violência sexual cometida por peacekeepers. Em 2019 a ONU realizou uma reforma
    administrativa tornando as CDUs parte da Divisão de Direito Administrativo da instituição
    numa tentativa de melhorar a implementação das políticas de prevenção e combate
    desenvolvidas. Neste sentido, a pesquisa busca responder a seguinte pergunta: Em termos de
    violência sexual, a atuação das Unidades de Conduta e Disciplina fizeram diferença nas missões
    de paz da ONU depois da reforma de 2019? Para isso, as técnicas de estatística descritiva, testes
    de comparação de médias e regressão linear foram utilizadas para testar a hipótese de que as
    missões de paz com unidades de conduta e disciplina tiveram resultados significativamente
    diferentes após a reforma, em termos de violência sexual, se comparados ao período anterior
    a 2019. A hispótese foi testada através de séries temporais das denúncias realizadas entre as
    oito missões com ao menos um grupo focal dos CDUs que estavam em atividade entre o ano
    base de 2010 e o mês de abril de 2022. Os resultados indicam que quando as missões são
    analisadas em conjunto, o período posterior a implementação da reforma apresenta -3.25
    unidades de crime por mês a cada 10.000 soldados. As missões quando analisadas de forma
    individual apresentam resultados significativos para as missões MONUSCO, UNISFA e
    MINUSCA. Também podemos concluir como resultado que após 2019 a taxa de crime por mês
    por missão a cada 10.000 soldados diminuiu, enquanto que a taxa de vítimas e criminosos
    aumentaram.

7
  • LAIS OLIVEIRA DE SOUZA
  • Evolução da Pesquisa Empírica sobre o Suprem Tribunal Federal: uma revisão sistemática

  • Orientador : LEON VICTOR DE QUEIROZ BARBOSA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LEON VICTOR DE QUEIROZ BARBOSA
  • ERNANI RODRIGUES DE CARVALHO NETO
  • LUCIANA GROSS SIQUEIRA CUNHA
  • Data: 09/09/2022

  • Mostrar Resumo
  • Após 32 anos da promulgação da Constituição Federal brasileira, o que sabemos
    sobre o Supremo Tribunal Federal? Esta dissertação busca responder a este
    questionamento através da revisão sistemática dos estudos empíricos sobre o Supremo
    Tribunal Federal (STF) publicados entre 1988 e 2021. O objetivo geral é identificar o
    estado da arte das produções acadêmicas sobre o Supremo Tribunal Federal nas últimas
    três décadas. A importante contribuição se dá pela originalidade do esforço
    compilatório sistemático dos achados sobre a instituição última do Poder Judiciário
    brasileiro ao que este estudo se presta. A partir da coleta de artigos através do Google
    Acadêmico, identificamos 100 produções acadêmicas entre artigos, dissertações e teses.
    A pesquisa tem enfoque na análise metodológica e substancial desses estudos. Tanto
    para identificar o contexto da evolução da abordagem científica no estudo do Judiciário
    brasileiro, quanto para categorizar os temas que têm sido discutidos pela academia. Em
    termos de produtos, serão gerados banco de dados próprio que será disponibilizado em
    modo público.


  • Mostrar Abstract
  • Após 32 anos da promulgação da Constituição Federal brasileira, o que sabemos sobre o Supremo Tribunal Federal? Esta dissertação busca responder a este questionamento através da revisão sistemática dos estudos empíricos sobre o Supremo Tribunal Federal (STF) que se utilizam de rigor metodológico nas diversas áreas de conhecimento. O objetivo geral é identificar o estado da arte das produções acadêmicas empíricas sobre o Supremo Tribunal Federal nas últimas três décadas. A importante contribuição se dá pela originalidade do esforço compilatório sistemático dos achados sobre a instituição última do Poder Judiciário brasileiro ao que este estudo se presta. Os achados serão reportados após a análise de banco de dados de produção própria.

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  • FELIPE LIRA AFONSO FERREIRA PAIVA
  • GOVERNADORES E GABINETES ESTADUAIS: Uma análise comparativa dos estados brasileiros (1995-2010)

  • Orientador : MARIANA BATISTA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIANA BATISTA DA SILVA
  • LEON VICTOR DE QUEIROZ BARBOSA
  • LUCIANA DA CONCEIÇÃO FARIAS SANTANA
  • Data: 05/12/2022

  • Mostrar Resumo
  • Qual é a associação entre a fragmentação partidária e a composição das

    coalizões? O objetivo desta pesquisa é estudar a associação entre fragmentação

    partidária e coalescência, heterogeneidade, tamanho e a taxa de secretários técnicos dos

    gabinetes. O argumento central é que uma maior fragmentação partidária implica em

    uma maior complexidade em relação à montagem dos gabinetes, afinal, um maior

    número de partidos relevantes nas assembleias legislativas faz com que o Executivo

    precise construir alianças com mais partidos a fim de obter apoio parlamentar. Para

    tanto, são testadas as hipóteses de que uma maior fragmentação partidária

    (operacionalizada pelo NEPP) está associada com gabinetes menos coalescentes, mais

    ideologicamente heterogêneos, com mais partidos e menos secretários técnicos. Os

    dados analisados são parte de uma base de dados original elaborada a partir de diversas

    fontes secundárias, como o CEPESP DATA, TSE, IBGE, BasedosDados e um survey

    acerca da ideologia dos partidos brasileiros. Os principais resultados foram: não

    podemos corroborar a hipótese relativas ao número de partidos (sem significância); a

    distância ideológica foi significativa, apesar do pequeno poder explicativo do modelo; a

    coalescência foi significativa, mas na direção oposta ao esperado; e a taxa de secretários

    técnicos foi significativa e na direção esperada.


  • Mostrar Abstract
  • Como a fragmentação partidária afeta o funcionamento das coalizões estaduais?

    Apesar de cientistas políticos debruçarem-se sobre relações Executivo-Legislativo no âmbito

    federal, a produção acadêmica sobre os estados é relativamente pequena em comparação

    àquela. Ademais, o cenário subnacional oferece um verdadeiro laboratório para o assunto:

    além da variação temporal, há variação de partidos, número de secretarias e de Assembleias

    Legislativa para os 26 estados e o Distrito Federal.

    A proposta desta pesquisa é, portanto, contribuir para o debate atual, com atenção ao

    nível estadual. Por isso, a literatura do nível federal é mobilizada como ponto de partida,

    usando-se conceitos como fragmentação partidária (LAAKSO e TAAGEPERA, 1979)

    coalescência dos gabinetes (AMORIM NETO, 2000), número de partidos na coalizão

    (BERTHOLINI e PEREIRA, 2017) e heterogeneidade ideológica (POWER e ZUCCO,

    2009). Isto posto, o objetivo principal é analisar o efeito da fragmentação partidária nas três

    outras variáveis: coalescência dos gabinetes, número de partidos na coalizão e distância

    ideológica dentro da coalizão.

    Valendo-se das variáveis mencionadas, este trabalho sustenta as hipóteses de que

    quanto maior a fragmentação partidária, menor a coalescência e maiores o número de

    partidos na coalizão e a heterogeneidade ideológica. Metodologicamente, utiliza-se estatística

    descritiva e regressão em painel mobilizando dados do CEPESP DATA, do Tribunal Superior

    Eleitoral, do IBGE e do projeto Brazilian Legislative Survey, de Power e Zucco (2009).

Teses
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  • MURILO MESQUITA MELO E SILVA
  • O Prelúdio à Tempestadea política externa dos Estados Unidos e o movimento de securitização na Guerra do Golfo (1990-1991)


  • Orientador : MARCOS FERREIRA DA COSTA LIMA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CRISTINA CARVALHO
  • ANDREA QUIRINO STEINER
  • LEONARDO CÉSAR SOUZA RAMOS
  • MARCOS FERREIRA DA COSTA LIMA
  • PAULO ROBERTO LOYOLLA KUHLMANN
  • Data: 10/02/2022

  • Mostrar Resumo
  • Desde o momento final da Guerra Fria, a atuação dos Estados Unidos na política internacional
    se depara com um problema referente ao surgimento de novas ameaças sejam elas tradicionais,
    vinculadas aos próprios Estados, ou a atores não-estatais. Em torno dessa temática, essa
    investigação se desenvolve para responder a seguinte pergunta de pesquisa: Como a Política
    Externa dos Estados Unidos provoca a securitização de Estados? Essa pergunta tem como
    objeto de análise um aspecto da produção de política externa que envolve a construção de
    ameaças e que permite formular outras indagações, tais como: quais fatores levam os EUA a
    iniciar um movimento de securitização? E, quando discursos são exitosos ao reivindicar
    medidas excepcionais para um problema de segurança? Em que pese essas perguntas,
    argumenta-se que o ato de fala de segurança é o mecanismo causal para a construção de ameaças
    em cenários de crise. Em torno desse argumento, é desenvolvido um Estudo de Caso para
    compreender a relação entre a percepção de decision-makers e a construção de ameaças estatais
    no contexto da Guerra do Golfo Pérsico (1990-1991). Para tanto, são delimitados os seguintes
    objetivos específicos: (i) contextualizar o período final da Guerra Fria; (ii) identificar as
    condições necessárias que levam o Iraque a invadir o Kuwait; (iii) descrever o percurso entre a
    invasão iraquiana até a Operação Tempestade no Deserto; (iv) caracterizar os papéis do
    presidente dos EUA e de sua Delegação, no Conselho de Segurança da Organização das Nações
    Unidas, durante a crise na região do Golfo Pérsico; e (v) verificar a associação entre os discursos
    dos países-membros do Conselho de Segurança com o dos EUA. Com esses objetivos, a
    pesquisa é estruturada teoricamente a partir de uma abordagem construtivista por meio da qual
    opera a Teoria da Securitização dos Estudos de Segurança Internacional e a abordagem da
    Tomada de Decisão em Política Externa de Análise de Política Externa. Esse referencial teórico
    permite a robustez necessária para compreensão do caso e para operar dois métodos, uma
    análise descritiva em profundidade, que determina as peças de evidências da cadeia causal do
    evento em tela, e a análise automatizada de conteúdo. Esse segundo método serve para testar o
    argumento proposto e suplementar o aspecto qualitativo da perquirição. O teste ocorre a partir
    dos voting records produzidos pelas delegações durante o processo de votação das resoluções
    levantadas durante a crise da região do Golfo Pérsico, devido a invasão iraquiana no Kuwait,
    até o início propriamente dito da guerra, com a Operação Tempestade no Deserto. Como
    resultado, julga-se que os dados corroboram parcialmente o argumento de que o ato de fala de
    segurança é o mecanismo causal para a construção de ameaças em cenários de crise. Essa
    consideração decorre do fato de que as evidências descritivas são sustentadas pelo estudo de
    caso, mas a análise de conteúdo não conseguiu observar, de maneira cristalina, a relação de
    coocorrência dentro de todos os votings records.


  • Mostrar Abstract
  • Desde o momento final da Guerra Fria, a atuação dos Estados Unidos na política internacional
    se depara com um problema referente ao surgimento de novas ameaças sejam elas tradicionais,
    vinculadas aos próprios Estados, ou a atores não-estatais. Em torno dessa temática, essa
    investigação se desenvolve para responder a seguinte pergunta de pesquisa: Como a Política
    Externa dos Estados Unidos provoca a securitização de Estados? Essa pergunta tem como
    objeto de análise um aspecto da produção de política externa que envolve a construção de
    ameaças e que permite formular outras indagações, tais como: quais fatores levam os EUA a
    iniciar um movimento de securitização? E, quando discursos são exitosos ao reivindicar
    medidas excepcionais para um problema de segurança? Em que pese essas perguntas,
    argumenta-se que o ato de fala de segurança é o mecanismo causal para a construção de ameaças
    em cenários de crise. Em torno desse argumento, é desenvolvido um Estudo de Caso para
    compreender a relação entre a percepção de decision-makers e a construção de ameaças estatais
    no contexto da Guerra do Golfo Pérsico (1990-1991). Para tanto, são delimitados os seguintes
    objetivos específicos: (i) contextualizar o período final da Guerra Fria; (ii) identificar as
    condições necessárias que levam o Iraque a invadir o Kuwait; (iii) descrever o percurso entre a
    invasão iraquiana até a Operação Tempestade no Deserto; (iv) caracterizar os papéis do
    presidente dos EUA e de sua Delegação, no Conselho de Segurança da Organização das Nações
    Unidas, durante a crise na região do Golfo Pérsico; e (v) verificar a associação entre os discursos
    dos países-membros do Conselho de Segurança com o dos EUA. Com esses objetivos, a
    pesquisa é estruturada teoricamente a partir de uma abordagem construtivista por meio da qual
    opera a Teoria da Securitização dos Estudos de Segurança Internacional e a abordagem da
    Tomada de Decisão em Política Externa de Análise de Política Externa. Esse referencial teórico
    permite a robustez necessária para compreensão do caso e para operar dois métodos, uma
    análise descritiva em profundidade, que determina as peças de evidências da cadeia causal do
    evento em tela, e a análise automatizada de conteúdo. Esse segundo método serve para testar o
    argumento proposto e suplementar o aspecto qualitativo da perquirição. O teste ocorre a partir
    dos voting records produzidos pelas delegações durante o processo de votação das resoluções
    levantadas durante a crise da região do Golfo Pérsico, devido a invasão iraquiana no Kuwait,
    até o início propriamente dito da guerra, com a Operação Tempestade no Deserto. Como
    resultado, julga-se que os dados corroboram parcialmente o argumento de que o ato de fala de
    segurança é o mecanismo causal para a construção de ameaças em cenários de crise. Essa
    consideração decorre do fato de que as evidências descritivas são sustentadas pelo estudo de
    caso, mas a análise de conteúdo não conseguiu observar, de maneira cristalina, a relação de
    coocorrência dentro de todos os votings records.

2
  • JOÃO PAULO OCKE DE FREITAS
  • A OPERAÇÃO LAVA JATO AFETOU O DESEMPENHO ELEITORAL? O combate à corrupção e a eleição para a Câmara dos Deputados em 2018

  • Orientador : GABRIELA DA SILVA TAROUCO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GABRIELA DA SILVA TAROUCO
  • MARIANA BATISTA DA SILVA
  • NARA DE CARVALHO PAVAO
  • DAVI CORDEIRO MOREIRA
  • RODRIGO MARTINS DA SILVA
  • MARJORIE CORRÊA MARONA
  • CLOVIS ALBERTO VIEIRA DE MELO
  • ROGÉRIO BASTOS ARANTES
  • Data: 30/06/2022

  • Mostrar Resumo
  • Esta tese busca compreender qual o efeito da Operação Lava Jato sobre a eleição parlamentar em 2018. Este trabalho pretende evidenciar se, e em que extensão, os candidatos (alvos da Lava Jato e seus desdobramentos) foram afetados eleitoralmente pelas medidas adotadas pela Operação. A hipótese aqui considerada é a de que, no processo eleitoral de 2018, a Lava Jato afetou negativamente o desempenho dos deputados federais que foram alvos da Operação. Essa hipótese é avaliada com base no reconhecimento de que o significado da accountability percorre um trajeto teórico tortuoso, que, de um lado, admite a sua possibilidade e, noutra perspectiva, afirma a sua impossibilidade prática em sistemas eleitorais consociativos. O desempenho eleitoral de candidatos a um cargo público pode ser afetado por variadas condições correlacionadas, havendo o desafio imposto pelas eleições proporcionais, no sentido de permitir ao eleitor estabelecer uma relação nítida e específica com o desempenho de candidatos e a destinar o seu voto em função dessa relação. As técnicas de matching e de regressão linear são as duas estratégias escolhidas para atingir o objetivo proposto e para discutir o argumento de que a accountability eleitoral, no sistema proporcional, é menos nítida, direta ou objetiva do que no sistema majoritário. A Operação Lava Jato repercutiu na eleição parlamentar de 2018, havendo correlação entre a Lava Jato e o desempenho dos candidatos que tentaram a reeleição para a Câmara dos Deputados, em 2018. O efeito da Lava Jato sobre o rendimento eleitoral dos candidatos é negativo e estatisticamente significativo, comprovando a hipótese inicialmente formulada. O sistema judicial exerce um papel na accountability eleitoral, em que os eleitores recusam dar apoio a candidatos envolvidos em casos de corrupção.


  • Mostrar Abstract
  • This thesis seeks to understand the effect of Operation Car Wash on the 2018 parliamentary election. This work aims to highlight whether candidates involved in the Operation Car Wash investigation and its developments were affected electorally by the measures adopted by the federal police operation, and to what extent. The hypothesis considered here is that, in the 2018 electoral process, Lava Jato negatively affected the performance of federal deputies investigated by the Operation. This hypothesis is evaluated based on the premise that the meaning of accountability travels a tortuous theoretical path, which, on one hand, admits its possibility and, in another perspective, asserts its practical impossibility in consociational electoral systems. The electoral performance of candidates for public office can be affected by a variety of correlated conditions, and the challenge posed by proportional elections is to allows voter to establish a clear and specific relationship with the performance of candidates and to allocate his or her vote according to this relationship. The matching and linear regression techniques are the two strategies chosen to achieve the proposed goal and to discuss the argument that electoral accountability, in the proportional system, is less clear and straightforward than in the majoritarian system. Operation Car Wash had repercussions on the 2018 parliamentary election, and there is a correlation between Car Wash and the performance of candidates who sought re-election to the House of Representatives in 2018. The effect of Operation Car Wash on the electoral performance of candidates is negative and statistically significant, confirming the initially formulated hypothesis. The judicial system plays a role in electoral accountability, in which voters refuse to support candidates involved in corruption cases.

3
  • RODRIGO FERRAZ DE CASTRO REMÍGIO
  • “QUEM PODE O MAIS PODE O MENOS?” COMO A BUSCA DE EMPODERAMENTO POR PROMOTORES DE JUSTIÇA MODIFICOU O DESENHO INSTITUCIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE PERNAMBUCO.

  • Orientador : ERNANI RODRIGUES DE CARVALHO NETO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ERNANI RODRIGUES DE CARVALHO NETO
  • LEON VICTOR DE QUEIROZ BARBOSA
  • RICARDO BORGES GAMA NETO
  • FLAVIANNE FERNANDA BITENCOURT NOBREGA
  • LUIS FELIPE ANDRADE BARBOSA
  • Data: 25/08/2022
    Ata de defesa assinada:

  • Mostrar Resumo
  • O objetivo desta tese é analisar a mudança institucional trazida pelo Projeto Democracia Plena no âmbito do Ministério Público de Pernambuco (MPPE). Ao apreciar a história do Ministério Público brasileiro, verificamos que ela é marcada pelo empoderamento da instituição ao longo do tempo. O autoempoderamento significa a pretensão dos Promotores de Justiça do MPPE em ocupar cargos políticos relevantes. Este trabalho tem como referencial teórico o Neoinstitucionalismo Histórico. Considerando o caráter eminentemente qualitativo da pesquisa, o uso do Process Tracing nos permitiu mapear a série de mudanças e de interações entre os atores, estabelecido com apoio em entrevistas, documentos e bases teóricas. Analisamos a trajetória histórica dos acontecimentos sequenciais inter-relacionados em cinco blocos temporais. A mudança pretendida e alcançada pelo Projeto Democracia Plena foi estabelecer uma horizontalidade no acesso aos cargos políticos da alta cúpula do MPPE, porém em desobediência às normas gerais estabelecidas na LONAMP e contrariando a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. Portanto, a hipótese inicialmente formulada se confirma em parte: de fato, o Projeto Democracia Plena promoveu a mudança das regras do jogo de poder político interno através da atuação estratégica dos atores internos. Contudo, ele não se revelou como a continuidade dos movimentos precedentes, tendo em vista que os Promotores de Justiça ficaram satisfeitos com as mudanças implementadas até a LC n°. 309/2015. Portanto, o Projeto Democracia Plena não se coaduna com o autoempoderamento almejado pelos Promotores de Justiça do MPPE.


  • Mostrar Abstract
  • O Ministério Público brasileiro há algum tempo vem despertando interesse da Ciência Política em razão do processo de mudança do seu desenho institucional. Este período foi marcado, essencialmente, pela autonomia de seus membros e independência da instituição frente aos poderes republicanos.

    As regras institucionais a respeito da estruturação e viabilização dos princípios da unidade e indivisibilidade foram disciplinadas pelas duas leis orgânicas nacionais que surgiram somente em 1993: uma que cuida da estrutura do Ministério Público da União, enquanto a outra traça a estrutura geral que todos os Ministérios Públicos Estaduais (MPEs) devem seguir. Com isso, ficou consolidado o novo desenho institucional.

    Um outro cenário tem chamado atenção no cenário nacional, mas que ainda não foi objeto de estudo da Ciência Política. Uma vez consolidada a autonomia institucional acima referida, um novo protagonismo político merece atenta análise.

    As duas leis orgânicas estabeleceram mecanismos de controle, fiscalização e governo internos, desempenhados pelos chamados órgãos superiores (Procuradoria-Geral de Justiça, Subprocuradorias-Gerais de Justiça, Ouvidoria Geral, Corregedoria Geral, Conselho Superior e Colégio de Procuradores de Justiça). No âmbito dos MPEs, foram criadas duas categorias de membros: Promotores de Justiça e Procuradores de Justiça. Disso resultou uma aparente assimetria de poder interno, haja vista que apenas os Procuradores de Justiça poderiam ocupar os cargos dos órgãos superiores.

    Com isso, formaram-se dois grupos de interesse. Enquanto os Promotores de Justiça buscam um autoempoderamento interno, os Procuradores de Justiça atuam para manter o status quo tal qual delimitado pela Lei Orgânica Nacional.

    No cenário nacional, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) tem se destacado em razão de uma proposta que visou a alterar o desenho institucional exatamente na forma de acesso aos órgãos superiores. Chamada de Democracia Plena, o projeto partiu de um grupo formado por Promotores de Justiça e lhes garante paridade de forças com os Procuradores de Justiça na política interna institucional. Afinal, os cargos em disputa detêm diversas prerrogativas políticas importantes, que vai desde a propositura de leis, passando pela distribuição de recursos orçamentários internos e também pelo julgamento de processos disciplinares.

    Como se vê, houve a mudança institucional não apenas revela um impacto profundo na estrutura de cúpula estabelecida, como também expõe um feixe de estratégias empreendidas pelos dois grupos de interesse em questão. Aliás, é digno de nota que os demais Ministérios Públicos estaduais aguardam a consolidação dessa alteração institucional para igualmente replicar o mesmo modelo.

    As entranhas das disputas internas que promoveram a mudança das regras do jogo político interno estão expostas nos diversos documentos abertos ao público, bem como mediante o testemunho de seus atores. Especialmente neste último aspecto, em razão do acesso que disponho aos principais atores de todo este processo de autoempoderamento dos Promotores de Justiça pernambucanos, adveio o móvel de empreender uma pesquisa inédita sobre o tema.

    Após obter o acesso a diversos documentos públicos sobre o chamado Projeto Democracia Plena, iniciei uma série de conversas informais com atores que participaram não apenas deste evento, como também dos momentos precedentes. O projeto de pesquisa foi, então, apresentado ao Professor Ernani Carvalho e recebeu diversas recomendações ao longo dos anos de orientação.

    As pesquisas até então realizadas culminaram na apresentação desta última versão, a qual pretende responder à seguinte pergunta de pesquisa: qual a mudança institucional trazida pelo Projeto Democracia Plena e como se deram as estratégias para, de um lado, alterar o status quo das regras do jogo de poder interno e, de outro, resistir à mudança?

    A tese pretende examinar, portanto, as fases de autoempoderamento dos Promotores de Justiça do MPPE e as estratégias adotadas pelos dois grupos de interesse. O foco repousa tanto no neoinstitucionalismo histórico, quanto na teoria da escolha racional, sem deixar de lado outros fenômenos políticos, a exemplo do path dependence e do rent seeking.

    Metodologicamente, pretende-se utilizar o process tracing com a análise de documentos e entrevistas semiestruturadas a partir de três horizontes de eventos: a) o início da busca pela candidatura de Promotores de Justiça ao cargo de Procurador-Geral de Justiça em meados de 1997; b) o alcance deste objetivo em 2009; c) a aprovação do Projeto Democracia Plena em 2018 e suas consequências.

    Convenciona-se a não trabalhar com um quadro de variáveis, mas sim focar em encontrar o tempo zero da mudança e a estratégia dos dois grupos de atores. Para tanto, estruturamos este projeto nos seguintes capítulos: 1) a presente introdução; 2) justificativa; 3) problema de pesquisa; 4) hipótese; 5) objetivos; 6) referencial teórico; 7) metodologia; 8) possível sumário; e as referências.

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  • VIRGINIA ROCHA DA SILVA
  • A Conexão Familiar: dinastias políticas e transparência governamental nos municípios brasileiros

  • Orientador : MARIANA BATISTA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIANA BATISTA DA SILVA
  • GABRIELA DA SILVA TAROUCO
  • YURI KASAHARA
  • GREGORY MICHENER
  • TIMOTHY POWER
  • Data: 30/08/2022

  • Mostrar Resumo
  • Por que alguns governos locais cumprem o acesso à informação enquanto outros não? O Brasil aprovou a Lei de Acesso à Informação (LAI), um marco legal da transparência pública, em 2011. No entanto, a regulamentação da LAI ainda é baixa: em 2014, apenas 20% dos municípios haviam regulamentado a lei. Evidências da literatura indicam que variáveis políticas, como margem de vitória e insegurança eleitoral, podem afetar os incentivos que os políticos têm para cumprir a transparência. Ainda assim, existem também fatores externos como o tamanho da população e o PIB per capita que podem afetar ambos os tipos de conformidade. Proponho a inclusão de dinastias políticas nesta discussão para dar conta das diferentes formas de organização e exercício do poder. Sugiro que os políticos dinásticos possuem incentivos diferentes em relação à transparência. Argumento que prefeitos dinásticos estão negativamente associados ao acesso à informação, e esse efeito está condicionado a outras variáveis políticas, qual seja, margem de vitória, alinhamento partidário com o governador e alinhamento partidário com o presidente. Usando dados observacionais do TSE, do IBGE e da CGU para 2015 e 2016, testo este argumento com um modelo de regressão binomial negativa de zero inflado para três especificações diferentes da variável dependente (pontuação de regulamentação, pontuação da qualidade da informação e pontuação de transparência passiva). Quanto aos prefeitos dinásticos, proponho uma nova abordagem para identificar dinastias políticas: usar os resultados de pesquisa do Google para identificar indícios de parentesco dinástico nas notícias locais. Eu uso a API JSON de busca customizada da Google e o Beautiful Soup do Python para coletar resultados do Google e extrair texto das páginas da web. Em seguida, uso ensemble learning para classificação binária. Os resultados indicam que prefeitos dinásticos, quando alinhados com o presidente, são importantes para entender a variação local no cumprimento da transparência em cidades que já cumprem em alguma medida a lei. Para cidades que ainda não cumprem, dinastias podem influenciar negativamente suas chances de compliance, quanto o prefeito é do mesmo partido do governador. Como contribuição, a pesquisa sugere uma nova variável política para o debate sobre transparência local e estudo oferece uma nova forma de identificar políticos dinásticos, um objeto de estudo que tem recebido atenção crescente na ciência política. Essa nova medida pode ser usada para identificar tais políticos e para coletar de forma automatizada informações mais detalhadas sobre as dinastias locais. 


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  • resumo

5
  • NAYANNA SABIÁ DE MOURA
  • TRATADOS DO MERCOSUL: análise da tramitação e da incorporação ao ordenamento jurídico brasileiro 

  • Orientador : MARCELO DE ALMEIDA MEDEIROS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXANDRE CESAR CUNHA LEITE
  • ELIA ELISA CIA ALVES
  • EUGENIA CRISTINA NILSEN RIBEIRO BARZA
  • MARCELO DE ALMEIDA MEDEIROS
  • MIGUEL MIKELLI LUCAS ALVES RIBEIRO
  • Data: 30/08/2022

  • Mostrar Resumo
  • Quanto tempo leva para incorporar um ato internacional do Mercosul ao
    ordenamento jurídico brasileiro? Desde a sua criação, o Mercosul negocia
    tratados que viabilizam o fomento do processo de integração regional. Com
    propósitos precipuamente de natureza econômica, o bloco foi paulatinamente
    ampliando o seu escopo temático, demandando o esforço para a harmonização
    normativa entre os Estados Partes e Estados Associados. Em uma dinâmica
    intergovernamental, cada país adota procedimentos próprios para se obrigar a
    compromissos internacionais. Diante de um imperativo constitucional, no Brasil,
    tratados de maior envergadura demandam aprovação congressual. Assim, a
    incorporação dos atos ao ordenamento jurídico nacional depende do
    relacionamento institucional entre o Executivo e Legislativo. O Brasil, paymaster
    da integração baliza uma relação de eixo, junto com a Argentina, para a
    consolidação do bloco. Assim, sua posição frente à estrutura normativa é
    determinante para o avanço do processo de integração. Ao reconhecer a
    interseccionalidade das áreas de Relações Internacionais, Direito e Ciência
    Política, o objetivo desta pesquisa é analisar o tempo de tramitação e de
    incorporação dos tratados multilaterais negociados no Mercosul ao ordenamento
    jurídico brasileiro. Os tratados assinados entre 1991 e 2022 foram classificados,
    considerando o mandato presidencial em que foram negociados, bem como a
    sua categoria temática (assuntos jurídicos, comércio, cooperação, direitos
    humanos, economia, educação, institucional, migração e segurança). Espera-se
    que quanto maior a cooperação entre o Executivo e o Legislativo na matéria
    negociada, menor será o tempo de tramitação do ato Internacional. A Análise de
    Sobrevivência, composta pela análise estatística descritiva e inferencial, foi
    utilizada para mapear a tramitação de 163 atos internacionais, dos quais 118
    demandaram aprovação do Congresso Nacional. Foram analisadas dois tempos
    de vida: (i) a Tramitação no Legislativo; (ii) a Tramitação Total. O evento de
    interesse, entendido como tempo de falha, da primeira análise, é a aprovação do
    Decreto Legislativo, enquanto o da segunda é a publicação do Decreto
    Executivo. Na primeira, o tempo médio de tramitação no Congresso Nacional é
    de 450 dias. Identificou-se que a categoria institucional tem a maior probabilidade
    de aprovação no Legislativo, enquanto a categoria direitos humanos tem a
    menor. Já com relação aos grupos da variável Presidente, os tratados que foram
    negociados durante o mandato de Itamar Franco tramitaram em menor tempo,
    enquanto os de Lula demoraram mais até a aprovação. No segundo tempo de
    vida, o tempo médio para incorporar um ato internacional do Mercosul ao
    ordenamento jurídico brasileiro foi de 2.117 dias. A categoria institucional
    apresentou a maior probabilidade de aprovação, tramitando em menor tempo;
    enquanto a categoria segurança teve menor probabilidade de aprovação,
    tramitando em maior tempo. Na análise dos grupos da variável Presidente, os
    tratados que foram negociados durante o mandato de Fernando Collor foram os
    mais céleres, ao passo que os tratados do primeiro mandato de Lula foram mais
    lentos. O estudo realizado ofereceu estimativas estatisticamente significativas,
    indicando uma elevada cooperação entre os Poderes Executivo e Legislativo,
    em tratados de natureza institucional.


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  • resumo

6
  • PALLOMA MANUELLE MARCIANO DE FREITAS
  • Endosso a fake news e confiança nas instituições : análise com machine learning do comportamento político no twitter 2010-2022

  • Orientador : MARCUS ANDRE BARRETO CAMPELO DE MELO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCUS ANDRE BARRETO CAMPELO DE MELO
  • DAVI CORDEIRO MOREIRA
  • NARA DE CARVALHO PAVAO
  • ANDRE FELIPE CANUTO COELHO
  • CARLOS EDUARDO FERREIRA PEREIRA FILHO
  • Data: 31/08/2022

  • Mostrar Resumo
  • O que determina a crença em conteúdos falsos? Nesta tese, proponho uma medida para
    endosso a Fake News e para confiança política baseadas na análise das postagens dos
    usuários do Twitter. O primeiro objetivo é identificar se as publicações endossam a Fake
    News do kitgay. Em seguida, a partir de um modelo de machine learning, replico essa
    classificação de forma automatizada para 106 mil tweets. Com base nesses resultados, analiso a confiança nas instituições de uma amostra de usuários com aplicação de análise de sentimento desses indivíduos em relação às instituições de controle brasileiras latu sensu. Utilizando essas duas medidas, confirmo que há associação entre endosso a notícias falsas e confiança política, a partir da análise das postagens que os indivíduos compartilham em suas redes sociais. Para entender o que caracteriza endosso a Fake News e a sua associação com confiança, proponho um desenho de pesquisa baseado na classificação e análise com machine learning de publicações dos usuários do Twitter sobre o endosso a Fake News do kitgay

     


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  • O que determina a crença em conteúdos falsos? Nesta tese, proponho uma medida para
    endosso a Fake News e para confiança política baseadas na análise das postagens dos
    usuários do Twitter. O primeiro objetivo é identificar se as publicações endossam a Fake
    News do kitgay. Em seguida, a partir de um modelo de machine learning, replico essa
    classificação de forma automatizada para 106 mil tweets. Com base nesses resultados, analiso a confiança nas instituições de uma amostra de usuários com aplicação de análise de sentimento desses indivíduos em relação às instituições de controle brasileiras latu sensu. Utilizando essas duas medidas, confirmo que há associação entre endosso a notícias falsas e confiança política, a partir da análise das postagens que os indivíduos compartilham em suas redes sociais. Para entender o que caracteriza endosso a Fake News e a sua associação com confiança, proponho um desenho de pesquisa baseado na classificação e análise com machine learning de publicações dos usuários do Twitter sobre o endosso a Fake News do kitgay

     

7
  • MANUELA DE SOUZA PEREIRA
  • JUSTIÇA DISTRIBUTIVA, CONFIANÇA NAS INSTITUIÇÕES E APOIO À REDISTRIBUIÇÃO: EVIDÊNCIAS EMPÍRICA PARA 71 PAÍSES

  • Orientador : MARCUS ANDRE BARRETO CAMPELO DE MELO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCUS ANDRE BARRETO CAMPELO DE MELO
  • NARA DE CARVALHO PAVAO
  • RAUL DA MOTA SILVEIRA NETO
  • ANDRE FELIPE CANUTO COELHO
  • LORENA GUADALUPE BARBERIA
  • Data: 31/08/2022

  • Mostrar Resumo
  • Qual a influência da confiança e percepção de justiça nas preferências por redistribuição de renda?  A hipótese principal que norteia a tese é que a confiança política e social tem efeito condicional na relação entre percepção de justiça e apoio à redistribuição. O mecanismo causal postulado é que por um lado o apoio à redistribuição está associado as crenças dos indivíduos quanto ao papel de intervenção do governo na desigualdade de renda e por outro está associado à confiança que os indivíduos possuem na efetiva capacidade redistributiva do estado. Com dados mais recentes do International Social Survey Programme (2019) e World Values Survey (2010 a 2022), o desenho de pesquisa utiliza estatística descritiva e Linear Mixed Effects Regression. Os resultados apontam que em cenários que os indivíduos confiam mais no governo, a crença  no esforço individual (agência) está associada a um menor  apoio à redistribuição. Além disso, quando os indivíduos passam a confiar uns nos outros e a confiar mais no governo, as crenças acerca da igualdade de oportunidades possuem efeito positivo no apoio à redistribuição. Contudo em cenários que os indivíduos confiam menos no governo, os resultados são mistos.


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  • Qual a influência da confiança e percepção de justiça nas preferências por redistribuição de renda?  A hipótese principal que norteia a tese é que a confiança política e social tem efeito condicional na relação entre percepção de justiça e apoio à redistribuição. O mecanismo causal postulado é que por um lado o apoio à redistribuição está associado as crenças dos indivíduos quanto ao papel de intervenção do governo na desigualdade de renda e por outro está associado à confiança que os indivíduos possuem na efetiva capacidade redistributiva do estado. Com dados mais recentes do International Social Survey Programme (2019) e World Values Survey (2010 a 2022), o desenho de pesquisa utiliza estatística descritiva e Linear Mixed Effects Regression. Os resultados apontam que em cenários que os indivíduos confiam mais no governo, a crença  no esforço individual (agência) está associada a um menor  apoio à redistribuição. Além disso, quando os indivíduos passam a confiar uns nos outros e a confiar mais no governo, as crenças acerca da igualdade de oportunidades possuem efeito positivo no apoio à redistribuição. Contudo em cenários que os indivíduos confiam menos no governo, os resultados são mistos.

2021
Dissertações
1
  • PEDRO AUGUSTO ALMEIDA DA FONSECA
  • O papel da política dos campeões nacionais na política externa chinesa: Uma análise das

    companhias nacionais de petróleo (1993-2019).

  • Orientador : MARCOS FERREIRA DA COSTA LIMA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LEONARDO CÉSAR SOUZA RAMOS
  • JOYCE HELENA FERREIRA DA SILVA
  • MARCOS FERREIRA DA COSTA LIMA
  • MARIANA YANTE BARRETO PEREIRA
  • THOMAS PATRICK DWYER
  • Data: 18/08/2021

  • Mostrar Resumo
  • Qual o papel da política dos campeões nacionais no cumprimento de metas da política externa
    chinesa? O argumento defendido nessa pesquisa foi de que a política dos campeões nacionais,
    por meio do fortalecimento das empresas estatais, contribuiu para as metas da política externa
    chinesa, com destaque para a meta de propiciar o desenvolvimento econômico da China. A
    partir do referêncial teórico da diplomacia econômica, o presente estudo analisou a atuação das
    companhias nacionais de petróleo chinesas e identificou que por meio de uma dinâmica entre
    interesses comerciais e estatais, o Estado chinês tem conciliado objetivos domésticos e externos,
    como destaque para a segurança energética.


  • Mostrar Abstract
  • Qual o papel da política dos campeões nacionais no cumprimento de metas da política externa
    chinesa? O argumento defendido nessa pesquisa foi de que a política dos campeões nacionais,
    por meio do fortalecimento das empresas estatais, contribuiu para as metas da política externa
    chinesa, com destaque para a meta de propiciar o desenvolvimento econômico da China. A
    partir do referêncial teórico da diplomacia econômica, o presente estudo analisou a atuação das
    companhias nacionais de petróleo chinesas e identificou que por meio de uma dinâmica entre
    interesses comerciais e estatais, o Estado chinês tem conciliado objetivos domésticos e externos,
    como destaque para a segurança energética.

2
  • KARLA JANIXIA MEMBREÑO
  • VERIFICANDO O “MENU DA MANIPULAÇÃO ELEITORAL” NOS
    REGIMES AUTORITÁRIOS E HÍBRIDOS DA AMÉRICA LATINA (2015-2019)

  • Orientador : GABRIELA DA SILVA TAROUCO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GABRIELA DA SILVA TAROUCO
  • MAURO VICTORIA SOARES
  • PEDRO GUSTAVO DE SOUSA SILVA
  • RICARDO BORGES GAMA NETO
  • RODRIGO MARTINS DA SILVA
  • Data: 26/08/2021

  • Mostrar Resumo
  • Como os regimes autoritários e híbridos da América Latina manipulam as eleições? O presente
    estudo de caráter exploratório visa descrever o uso das eleições em oito países da América
    Latina, considerados como regimes autoritários e híbridos segundo os indicadores democráticos
    globais. Num primeiro momento se descreve o nível de democracia eleitoral desses regimes,
    logo é aplicado o “menu da manipulação eleitoral” proposto por Schedler (2013) e finalmente,
    são cruzados os dados sobre medidas de democracia com os de manipulação eleitoral. A
    ferramenta de análise fundamental nessa pesquisa é a comparação. Para o tratamento dos dados
    se aplica a análise documental dos relatórios das missões de observação eleitoral e dados
    comparados de plataformas online sobre democracia eleitoral de acordo com as categorias
    definidas por Schedler (2013) para identificar manipulação eleitoral.


  • Mostrar Abstract
  • Como os regimes autoritários e híbridos da América Latina manipulam as eleições? O presente
    estudo de caráter exploratório visa descrever o uso das eleições em oito países da América
    Latina, considerados como regimes autoritários e híbridos segundo os indicadores democráticos
    globais. Num primeiro momento se descreve o nível de democracia eleitoral desses regimes,
    logo é aplicado o “menu da manipulação eleitoral” proposto por Schedler (2013) e finalmente,
    são cruzados os dados sobre medidas de democracia com os de manipulação eleitoral. A
    ferramenta de análise fundamental nessa pesquisa é a comparação. Para o tratamento dos dados
    se aplica a análise documental dos relatórios das missões de observação eleitoral e dados
    comparados de plataformas online sobre democracia eleitoral de acordo com as categorias
    definidas por Schedler (2013) para identificar manipulação eleitoral.

3
  • TATIANE SOUZA DE ALBUQUERQUE
  • CHINA NA CORRIDA POR ENERGIA LIMPA: OS DESAFIOS DA SEGURANÇA ENERGÉTICA PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

  • Orientador : MARCOS FERREIRA DA COSTA LIMA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCOS FERREIRA DA COSTA LIMA
  • ANDREA QUIRINO STEINER
  • GUSTAVO DE ANDRADE ROCHA
  • Data: 03/11/2021
    Ata de defesa assinada:

  • Mostrar Resumo
  • A China, por ser um grande ator no cenário global, enfrenta desafios geopolíticos importantes. A sua grande indústria e contingente populacional implicam em uma crescente demanda energética, tendo que considerar a diminuição do uso do carvão ao mesmo tempo em que enfrenta a pressão para manter o seu crescimento econômico. E seguindo esta lógica, estudar o seu processo de transição energética é fundamental na medida em que as suas decisões impactam diretamente o ecossistema global. Este trabalho, portanto, utiliza-se da teoria da segurança energética junto ao conceito de sustentabilidade, trazendo os processos da transição energética a partir do cenário chinês. Esta pesquisa se desenvolve a partir dos métodos de revisão bibliográfica e documental, explorando o contexto ambiental da China a nível internacional, nacional, e subnacional por meio dos estudos de caso das municipalidades de Pequim e Xangai. Assim, busca-se identificar quais mudanças políticas a China tem feito para tornar a sua matriz energética mais sustentável durante a execução do 13º Plano Quinquenal. E a partir de diferentes níveis de análise, foi possível obter maior compreensão sobre os caminhos que o país segue a fim de alcançar suas metas climáticas.


  • Mostrar Abstract
  • A China, por ser um grande ator no cenário global, enfrenta desafios geopolíticos importantes. A sua grande indústria e contingente populacional implicam em uma crescente demanda energética, tendo que considerar a diminuição do uso do carvão ao mesmo tempo em que enfrenta a pressão para manter o seu crescimento econômico. E seguindo esta lógica, estudar o seu processo de transição energética é fundamental na medida em que as suas decisões impactam diretamente o ecossistema global. Este trabalho, portanto, utiliza-se da teoria da segurança energética junto ao conceito de sustentabilidade, trazendo os processos da transição energética a partir do cenário chinês. Esta pesquisa se desenvolve a partir dos métodos de revisão bibliográfica e documental, explorando o contexto ambiental da China a nível internacional, nacional, e subnacional por meio dos estudos de caso das municipalidades de Pequim e Xangai. Assim, busca-se identificar quais mudanças políticas a China tem feito para tornar a sua matriz energética mais sustentável durante a execução do 13º Plano Quinquenal. E a partir de diferentes níveis de análise, foi possível obter maior compreensão sobre os caminhos que o país segue a fim de alcançar suas metas climáticas.

4
  • MARIA EDUARDA REGUEIRA NAVARRO LESSA
  • Uma Live com Hackers: a relação entre confiança na mídia, nas eleições e a participação política.

  • Orientador : NARA DE CARVALHO PAVAO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GUILHERME AZZI RUSSO
  • EDNALDO APARECIDO RIBEIRO
  • NARA DE CARVALHO PAVAO
  • Data: 13/12/2021

  • Mostrar Resumo
  • Esta dissertação busca analisar se a confiança em duas instituições que são alvo frequentes de
    ataques - a mídia e as instituições eleitorais -, está associada à participação política. O estudo
    da retórica da elite política que tem como objetivo fomentar o descrédito dos eleitores para
    com instituições próprias do regime democrático não é um assunto novo, apesar de pouco
    explorado através de abordagens empíricas; no entanto, as poucas evidências disponíveis
    apontam que esses discursos são capazes de moldar os níveis de confiança que os indivíduos
    depositam nas instituições. Motivada por essa linha de pesquisa, por demais estudos que
    apontam para a relevância da confiança no comportamento dos eleitores e por um contexto
    em que membros da elite política brasileira empregam o tipo de retórica aqui mencionada,
    esse estudo testa a relação entre a confiança nessas instituições e diferentes formas de
    participação. É encontrado que eleitores que confiam menos nessas instituições apresentam
    maior probabilidade de engajarem-se em formas “contestatórias” de participação, tais como o
    voto inválido (branco ou nulo) e a participação em protestos. Ademais, é observado que a
    confiança na mídia está fortemente relacionada à frequência de busca por informação, seja
    através de mídias alternativas ou tradicionais. A confiança na mídia se mostra, portanto, um
    fator essencial para a formação de cidadãos factualmente informados e que são essenciais, do
    ponto de vista normativo, para o bom funcionamento de uma democracia.


  • Mostrar Abstract
  • Esta dissertação busca analisar se a confiança em duas instituições que são alvo frequentes de
    ataques - a mídia e as instituições eleitorais -, está associada à participação política. O estudo
    da retórica da elite política que tem como objetivo fomentar o descrédito dos eleitores para
    com instituições próprias do regime democrático não é um assunto novo, apesar de pouco
    explorado através de abordagens empíricas; no entanto, as poucas evidências disponíveis
    apontam que esses discursos são capazes de moldar os níveis de confiança que os indivíduos
    depositam nas instituições. Motivada por essa linha de pesquisa, por demais estudos que
    apontam para a relevância da confiança no comportamento dos eleitores e por um contexto
    em que membros da elite política brasileira empregam o tipo de retórica aqui mencionada,
    esse estudo testa a relação entre a confiança nessas instituições e diferentes formas de
    participação. É encontrado que eleitores que confiam menos nessas instituições apresentam
    maior probabilidade de engajarem-se em formas “contestatórias” de participação, tais como o
    voto inválido (branco ou nulo) e a participação em protestos. Ademais, é observado que a
    confiança na mídia está fortemente relacionada à frequência de busca por informação, seja
    através de mídias alternativas ou tradicionais. A confiança na mídia se mostra, portanto, um
    fator essencial para a formação de cidadãos factualmente informados e que são essenciais, do
    ponto de vista normativo, para o bom funcionamento de uma democracia.

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  • RUAM EMANUEL RODRIGUES CHAVES PASTOR
  • Pelo Estado, com o Estado e no Estado: Análise das peças e mecanismos que compõem o fenômeno das milícias no Rio de Janeiro.

     

  • Orientador : ADRIANO OLIVEIRA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ADRIANO OLIVEIRA DOS SANTOS
  • FABIO RODRIGO FERREIRA NOBRE
  • RICARDO BORGES GAMA NETO
  • Data: 15/12/2021

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  • Quais são as peças que compõem o fenômeno das milícias no Rio de Janeiro? Quais são seus mecanismos? Esta pesquisa responde estas perguntas e propõe esclarecer algumas questões sobre um fenômeno que tem avançado por todo o Brasil. Utilizou-se a explicação por mecanismos para identificar as peças que compõem os mecanismos de atuação das milícias e lhe dão vida. Quais as diferenças entre as facções de tráfico e as milícias? Esta análise é importante por ainda ser obscura a diferenciação no meio acadêmico e popular, além disto, é fundamental para o entendimento das milícias compreender a dinâmica do crime organizado nas favelas cariocas. Como as milícias se comportam institucionalmente? Qual o papel do Estado na lógica miliciana? Por que e como as milícias participam dos processos eleitorais no Brasil? Todos esses questionamentos lançam luzes e fazem compreender a lógica de funcionamento desses grupos criminosos. Com base em relatórios sobre o tema, dados estatísticos e relatos de entrevistas jornalísticas, os problemas de pesquisa são respondidos.


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  • Quais são as peças que compõem o fenômeno das milícias no Rio de Janeiro? Quais são seus mecanismos? Esta pesquisa responde estas perguntas e propõe esclarecer algumas questões sobre um fenômeno que tem avançado por todo o Brasil. Utilizou-se a explicação por mecanismos para identificar as peças que compõem os mecanismos de atuação das milícias e lhe dão vida. Quais as diferenças entre as facções de tráfico e as milícias? Esta análise é importante por ainda ser obscura a diferenciação no meio acadêmico e popular, além disto, é fundamental para o entendimento das milícias compreender a dinâmica do crime organizado nas favelas cariocas. Como as milícias se comportam institucionalmente? Qual o papel do Estado na lógica miliciana? Por que e como as milícias participam dos processos eleitorais no Brasil? Todos esses questionamentos lançam luzes e fazem compreender a lógica de funcionamento desses grupos criminosos. Com base em relatórios sobre o tema, dados estatísticos e relatos de entrevistas jornalísticas, os problemas de pesquisa são respondidos.

Teses
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  • LUMA NETO DO NASCIMENTO
  • PRIMEIRO O ESTADO, DEPOIS A DEMOCRACIA?
    UMA ANÁLISE DOS EFEITOS DA CAPACIDADE ESTATAL NO DESENVOLVIMENTO DEMOCRÁTICO (1903-2015)

  • Orientador : RICARDO BORGES GAMA NETO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RICARDO BORGES GAMA NETO
  • MARIANA BATISTA DA SILVA
  • LEON VICTOR DE QUEIROZ BARBOSA
  • ERNANI RODRIGUES DE CARVALHO NETO
  • MARIANA DIONÍSIO DE ANDRADE
  • SAULO FELIPE COSTA
  • ÍTALO FITTIPALDI
  • Data: 25/08/2021

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  • A capacidade estatal tem efeito positivo no desenvolvimento democrático? A principal contribuição deste trabalho está na estimação do efeito desagregado de novos indicadores de capacidade estatal – que medem as suas respectivas dimensões coercitiva, administrativa e extrativa – no desenvolvimento democrático, utilizando uma amostra e série temporal que permitem a comparação entre diferentes períodos históricos e regiões. O desenvolvimento democrático compreende 3 variáveis dependentes: 1) a probabilidade de queda do regime democrático; 2) as chances de uma transição democrática; 3) os níveis de democracia. A hipótese geral desta tese é a de que a capacidade estatal impacta positivamente no desenvolvimento democrático. A partir disso, as hipóteses específicas esperam que cada uma das 3 dimensões da capacidade do Estado tenha um efeito positivo sobre cada uma dessas variáveis dependentes. Estas hipóteses baseiam-se em uma extensa literatura sobre o nexo causal Estado-democracia, concordando com a vertente que defende a capacidade estatal como fator explicativo do desenvolvimento democrático – o chamado sequencialismo histórico. Para testar as hipóteses, foram elaboradas 3 análises empíricas distintas, todas compreendendo a mesma série temporal: de 1903 a 2015. A primeira estima os efeitos das 3 dimensões da capacidade do Estado na probabilidade de colapso da democracia, portanto, a amostra inclui apenas países-ano democráticos. Foi aplicado o modelo de sobrevivência com distribuição de Weibull, com erros robustos, em conjunto com uma série de variáveis de controle. De forma similar acontece na segunda análise, com a diferença de que a variável dependente é a razão de chances de transição democrática, isto é, a amostra contém apenas países-ano ditatoriais. A terceira seção empírica segue o mesmo roteiro, sendo que a variável dependente desta vez são os níveis democráticos, compreendendo um painel de aproximadamente 123 países. Foi aplicada a regressão de efeitos fixos com erros-padrão de Driscoll e Kraay, com a inclusão da variável dependente defasada, para controlar por possíveis problemas de autocorrelação serial. Os principais resultados da tese sugerem, primeiramente, que não existe relação causal entre a capacidade extrativa e o desenvolvimento democrático, ao contrário do que era esperado pelas hipóteses da pesquisa. Por sua vez, os efeitos das capacidades administrativa e coercitiva no desenvolvimento democrático foram confirmados, sendo robustos mesmo após testes de robustez complexos, como o estimador de sistema GMM e a regressão de variáveis instrumentais. Mesmo diante de diferentes mudanças no cenário internacional, essas duas dimensões da capacidade do Estado mantiveram coeficientes significativos. Entretanto, estes resultados devem ser interpretados com cautela, visto que, diante da série temporal Pós-Guerra Fria (1990-2015) os efeitos das capacidades administrativa e coercitiva sobre as chances de sobrevivência democrática perderam significância estatística. Esta investigação empírica mostra evidências de a capacidade do Estado de transformar os recursos em bens públicos através de uma burocracia profissional e a habilidade do aparato coercitivo de manter o monopólio da violência são bons preditores do desenvolvimento democrático, adicionando mais um resultado a favor da literatura Estado-centrista


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  • A capacidade estatal tem efeito positivo no desenvolvimento democrático? A principal contribuição deste trabalho está na estimação do efeito desagregado de novos indicadores de capacidade estatal – que medem as suas respectivas dimensões coercitiva, administrativa e extrativa – no desenvolvimento democrático, utilizando uma amostra e série temporal que permitem a comparação entre diferentes períodos históricos e regiões. O desenvolvimento democrático compreende 3 variáveis dependentes: 1) a probabilidade de queda do regime democrático; 2) as chances de uma transição democrática; 3) os níveis de democracia. A hipótese geral desta tese é a de que a capacidade estatal impacta positivamente no desenvolvimento democrático. A partir disso, as hipóteses específicas esperam que cada uma das 3 dimensões da capacidade do Estado tenha um efeito positivo sobre cada uma dessas variáveis dependentes. Estas hipóteses baseiam-se em uma extensa literatura sobre o nexo causal Estado-democracia, concordando com a vertente que defende a capacidade estatal como fator explicativo do desenvolvimento democrático – o chamado sequencialismo histórico. Para testar as hipóteses, foram elaboradas 3 análises empíricas distintas, todas compreendendo a mesma série temporal: de 1903 a 2015. A primeira estima os efeitos das 3 dimensões da capacidade do Estado na probabilidade de colapso da democracia, portanto, a amostra inclui apenas países-ano democráticos. Foi aplicado o modelo de sobrevivência com distribuição de Weibull, com erros robustos, em conjunto com uma série de variáveis de controle. De forma similar acontece na segunda análise, com a diferença de que a variável dependente é a razão de chances de transição democrática, isto é, a amostra contém apenas países-ano ditatoriais. A terceira seção empírica segue o mesmo roteiro, sendo que a variável dependente desta vez são os níveis democráticos, compreendendo um painel de aproximadamente 123 países. Foi aplicada a regressão de efeitos fixos com erros-padrão de Driscoll e Kraay, com a inclusão da variável dependente defasada, para controlar por possíveis problemas de autocorrelação serial. Os principais resultados da tese sugerem, primeiramente, que não existe relação causal entre a capacidade extrativa e o desenvolvimento democrático, ao contrário do que era esperado pelas hipóteses da pesquisa. Por sua vez, os efeitos das capacidades administrativa e coercitiva no desenvolvimento democrático foram confirmados, sendo robustos mesmo após testes de robustez complexos, como o estimador de sistema GMM e a regressão de variáveis instrumentais. Mesmo diante de diferentes mudanças no cenário internacional, essas duas dimensões da capacidade do Estado mantiveram coeficientes significativos. Entretanto, estes resultados devem ser interpretados com cautela, visto que, diante da série temporal Pós-Guerra Fria (1990-2015) os efeitos das capacidades administrativa e coercitiva sobre as chances de sobrevivência democrática perderam significância estatística. Esta investigação empírica mostra evidências de a capacidade do Estado de transformar os recursos em bens públicos através de uma burocracia profissional e a habilidade do aparato coercitivo de manter o monopólio da violência são bons preditores do desenvolvimento democrático, adicionando mais um resultado a favor da literatura Estado-centrista

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  • WEMBLLEY LUCENA DE ARAUJO
  • A AURORA SOLAR NO MUNDO EMERGENTE. Inovação e Energia
    Renovável na Transição Energética: análise comparada das políticas estatais de
    Brasil, China e Índia no incentivo à energia solar fotovoltaica.

  • Orientador : MARCOS FERREIRA DA COSTA LIMA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HENRY IURE DE PAIVA SILVA
  • MATILDE DE SOUZA
  • ANDREA QUIRINO STEINER
  • JOYCE HELENA FERREIRA DA SILVA
  • MARCOS FERREIRA DA COSTA LIMA
  • Data: 14/12/2021

  • Mostrar Resumo
  • Diante das transformações energéticas globais e das estratégias de promoção da
    sustentabilidade, as inovações no campo energético são uma das questões centrais que ocupam
    os espaços de poder no cenário internacional. Os países em desenvolvimento inclinaram
    esforços para a promoção de energias não poluentes de modo a contemplarem, tanto o
    desenvolvimento econômico, quanto mitigarem os desafios ambientais. Dessa forma, o debate
    em torno de novas tecnologias, direcionadas à promoção de energias renováveis, alcançou
    relevância nas discussões políticas. No âmbito dessas tecnologias, a energia solar fotovoltaica
    adquiriu lugar de destaque dentre as principais fontes de energias renováveis difundidas no
    século XXI. Nesse setor, a China e a Índia encenaram experiências referenciais no nível de
    capacidade instalada e no fomento de políticas direcionadas à energia solar fotovoltaica. Por
    outro lado, embora seja possível verificar relativo progresso no nível de sua capacidade
    instalada, o Brasil ainda apresenta um quadro político limitado comparando-se aos dois
    emergentes asiáticos. Diante dessas configurações, questionou-se quais fatores políticos
    explicam os diferentes níveis de desenvolvimento de Brasil, China e Índia no incentivo à
    energia solar fotovoltaica? A hipótese considera que um maior nível de incentivo estatal
    correspondeu a um nível mais alto de desenvolvimento do setor de energia solar fotovoltaico.
    Dessa acepção, o propósito central desse trabalho consiste em investigar os fatores políticos
    que explicam os diferentes níveis de Brasil, China e Índia no desenvolvimento da energia solar
    fotovoltaica no período 2009-2019. Para tanto, calcando-se em uma perspectiva metodológica
    qualitativa e plural, os procedimentos adotados consistiram na realização de estudo
    exploratório, Análise Histórica Comparativa (AHC), análise documental, estudo de caso
    comparado fixado na estratégia small-n, complementados porseis entrevistas com especialistas.
    Dessa forma, com base em um Índice de Incentivo Estatal (IIE), uma métrica de comparação
    criada, concluiu-se que a China e a Índia promoveram políticas muito forte nas Dimensões do
    Planejamento (DP), na Dimensão dos Instrumentos de Apoio Políticos (DIAP) e na Dimensão
    dos Atos Internacionais (DAIN), ao passo que o Brasil demonstrou um fraco nível político na
    DP, empreendeu uma política estatal forte na DIAP e moderado na DAIN.


  • Mostrar Abstract
  • Diante das transformações energéticas globais e das estratégias de promoção da
    sustentabilidade, as inovações no campo energético são uma das questões centrais que ocupam
    os espaços de poder no cenário internacional. Os países em desenvolvimento inclinaram
    esforços para a promoção de energias não poluentes de modo a contemplarem, tanto o
    desenvolvimento econômico, quanto mitigarem os desafios ambientais. Dessa forma, o debate
    em torno de novas tecnologias, direcionadas à promoção de energias renováveis, alcançou
    relevância nas discussões políticas. No âmbito dessas tecnologias, a energia solar fotovoltaica
    adquiriu lugar de destaque dentre as principais fontes de energias renováveis difundidas no
    século XXI. Nesse setor, a China e a Índia encenaram experiências referenciais no nível de
    capacidade instalada e no fomento de políticas direcionadas à energia solar fotovoltaica. Por
    outro lado, embora seja possível verificar relativo progresso no nível de sua capacidade
    instalada, o Brasil ainda apresenta um quadro político limitado comparando-se aos dois
    emergentes asiáticos. Diante dessas configurações, questionou-se quais fatores políticos
    explicam os diferentes níveis de desenvolvimento de Brasil, China e Índia no incentivo à
    energia solar fotovoltaica? A hipótese considera que um maior nível de incentivo estatal
    correspondeu a um nível mais alto de desenvolvimento do setor de energia solar fotovoltaico.
    Dessa acepção, o propósito central desse trabalho consiste em investigar os fatores políticos
    que explicam os diferentes níveis de Brasil, China e Índia no desenvolvimento da energia solar
    fotovoltaica no período 2009-2019. Para tanto, calcando-se em uma perspectiva metodológica
    qualitativa e plural, os procedimentos adotados consistiram na realização de estudo
    exploratório, Análise Histórica Comparativa (AHC), análise documental, estudo de caso
    comparado fixado na estratégia small-n, complementados porseis entrevistas com especialistas.
    Dessa forma, com base em um Índice de Incentivo Estatal (IIE), uma métrica de comparação
    criada, concluiu-se que a China e a Índia promoveram políticas muito forte nas Dimensões do
    Planejamento (DP), na Dimensão dos Instrumentos de Apoio Políticos (DIAP) e na Dimensão
    dos Atos Internacionais (DAIN), ao passo que o Brasil demonstrou um fraco nível político na
    DP, empreendeu uma política estatal forte na DIAP e moderado na DAIN.

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