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Dissertações |
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WALTER EDGAR TERRAZAS ESPANÃ
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REDUÇÃO DA POBREZA NA BOLÍVIA (2006-2019): uma análise das condições
conjunturais e das políticas sociais
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Orientador : MARCOS FERREIRA DA COSTA LIMA
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MEMBROS DA BANCA :
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JOYCE HELENA FERREIRA DA SILVA
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MARCOS FERREIRA DA COSTA LIMA
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PEDRO RAFAEL LAPA
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Data: 28/01/2022
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Quais foram os fatores que levaram à redução da pobreza na Bolívia entre 2006 e 2019? A hipótese proposta é que o crescimento econômico atípico e as políticas sociais implementadas foram os fatores que provocaram a redução da pobreza na Bolívia entre 2006 e 2019. A importância desta pesquisa reside nas análises realizadas a partir de uma comparação exaustiva e contínua do período de estudo, com um período anterior de igual duração: primeiro, da pobreza, tanto multidimensional quanto unidimensional; segundo, dos múltiplos fatores conjunturais que convergiram, produzindo um fluxo de renda econômica sem precedentes; terceiro, das políticas sociais comprometidas com a equidade distributiva. É utilizada uma triangulação de abordagens metodológicas, ou seja, são utilizados vários métodos envolvidos no estudo da pobreza na Bolívia no período 2006-2019. Por outro lado, a disponibilidade de dados quantitativos e qualitativos na análise global: no primeiro caso, dados estatísticos sobre pobreza, crescimento econômico e resultados de políticas sociais; no segundo caso, a análise histórica da pobreza e da desigualdade social, do pensamento social boliviano, da abordagem centro-periferia e do novo modelo econômico boliviano; eles exigem o uso de ambas as abordagens para a análise e interpretação das conclusões adicionais. Para o teste de hipóteses, um tipo de estudo observacional de séries temporais é usado. Os resultados da presente investigação mostram, de maneira geral, que a pobreza extrema é a que mais recebeu atenção das políticas sociais voltadas para a redistribuição de renda e que a saúde econômica boliviana dependia fundamentalmente da exportação de Gás Natural para a República Federativa do Brasil durante o período do estudo.
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Quais foram os fatores que levaram à redução da pobreza na Bolívia entre 2006 e 2019? A hipótese proposta é que o crescimento econômico atípico e as políticas sociais implementadas foram os fatores que provocaram a redução da pobreza na Bolívia entre 2006 e 2019. A importância desta pesquisa reside nas análises realizadas a partir de uma comparação exaustiva e contínua do período de estudo, com um período anterior de igual duração: primeiro, da pobreza, tanto multidimensional quanto unidimensional; segundo, dos múltiplos fatores conjunturais que convergiram, produzindo um fluxo de renda econômica sem precedentes; terceiro, das políticas sociais comprometidas com a equidade distributiva. É utilizada uma triangulação de abordagens metodológicas, ou seja, são utilizados vários métodos envolvidos no estudo da pobreza na Bolívia no período 2006-2019. Por outro lado, a disponibilidade de dados quantitativos e qualitativos na análise global: no primeiro caso, dados estatísticos sobre pobreza, crescimento econômico e resultados de políticas sociais; no segundo caso, a análise histórica da pobreza e da desigualdade social, do pensamento social boliviano, da abordagem centro-periferia e do novo modelo econômico boliviano; eles exigem o uso de ambas as abordagens para a análise e interpretação das conclusões adicionais. Para o teste de hipóteses, um tipo de estudo observacional de séries temporais é usado. Os resultados da presente investigação mostram, de maneira geral, que a pobreza extrema é a que mais recebeu atenção das políticas sociais voltadas para a redistribuição de renda e que a saúde econômica boliviana dependia fundamentalmente da exportação de Gás Natural para a República Federativa do Brasil durante o período do estudo.
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VICTOR MATHEUS DE SANTANA SANTOS
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A systematic review of micro-level articles on second-order theory and European Parliament elections from 1980 to 2009
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Orientador : RODRIGO BARROS DE ALBUQUERQUE
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MEMBROS DA BANCA :
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CAIRO GABRIEL BORGES JUNQUEIRA
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GABRIELA DA SILVA TAROUCO
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RODRIGO BARROS DE ALBUQUERQUE
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Data: 18/02/2022
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A presente pesquisa consiste em uma revisão sistemática de 54 artigos publicados sobre a teoria de eleições de segunda-ordem e eleições para o Parlamento Europeu (PE) entre 1980 e 2009. A teoria de eleições de segunda-ordem foi lançada em 1980 por Reif e Schmitt (1980),
um ano após as primeiras eleições para o PE. Esta teoria afirma que eleições de segunda- ordem têm turnouts mais baixos, que partidos governistas normalmente se saem pior, assim
como partidos maiores, enquanto partidos menores ou mais novos e/ou radicais são favorecidos. A teoria pressupõe dois principais mecanismos para explicar tais padrões de voto, e ambos decorrem da hipótese de que, para partidos e eleitores, há menos em jogo nestas eleições. Por haver menos em jogo, eleitores optariam por votar de forma sincera - escolhendo partidos menores mais próximos de suas ideologias - ou optariam por punir ou dar um recado aos partidos governistas - especialmente quando as eleições de segunda-ordem são realizadas no meio do ciclo eleitoral. Apesar de tais postulados terem sido amplamente corroborados com dados ao nível agregado ao longo desses 40 anos, alguns autores têm chamado a atenção para a escassez e o atraso no desenvolvimento de testes robustos da teoria com dados a nível individual. Esta revisão descobriu que testes com este tipo de dado já eram realizados desde os anos 80 e 90. Contudo, a maior parte destes primeiros artigos com dados a nível individual não realizava testes estatísticos robustos, assim como também não impactaram a literatura, obtendo um baixo número de citações. Apenas na virada do século XX-XXI esta deficiência começou a ganhar mais destaque na agenda de pesquisa, sobretudo entre os anos de 2007 e 2009. Dentre outros achados, esta revisão também descobriu que não há viés de publicação no tópico estudado - pelo menos até 2009 - e que a maior parte dos autores sobre o tema são do
gênero masculino e filiados a universidades alemãs, holandesas, britânicas e norte- americanas. Finalmente, espera-se que esta revisão ajude a melhor compreender a teoria de
eleições de segunda-ordem e a sistematizar o conhecimento acumulado nestes primeiros 30 anos de pesquisas sobre o assunto. Esperamos também que esta revisão contribua como um incentivo para a maior realização de revisões sistemáticas na área de Ciências Sociais em geral, demonstrando a importância desse método para o avanço do conhecimento científico e publicizando em detalhes o passo a passo do nosso desenho de pesquisa, inspirado em Cooper (2016) e em Figueiredo Filho et al (2014).
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As eleições europeias são de segunda-ordem porque têm um baixo turnout, um aumento nos votos para partidos pequenos e/ou de oposição e são altamente atreladas ao contexto político nacional, sobretudo com relação ao ciclo eleitoral. Isso indica que há “menos em jogo” nessas eleições. Essa teoria foi estabelecida em 1980 por Reif e Schmitt. Todavia, segundo Schmitt et al (2020), os postulados ao nível agregado receberam mais atenção, pois os primeiros testes abrangentes ao nível individual teriam sido publicados apenas no início do século XXI. Destaca-se, então, o possível problema da falácia ecológica, quando dados ao nível agregado são erroneamente interpretados para inferências ao nível individual de análise, levando a deduções e correlações inválidas. Desse modo, visa-se revisar sistematicamente as produções sobre essa teoria desde 1980 até 2021, analisando qualitativamente a agenda dedicada ao nível micro e se esses estudos corroboraram ou não os principais postulados da teoria. Quanto à metodologia, a pesquisa consiste de uma revisão sistemática elaborada segundo Cooper (2016). Para a coleta da literatura, serão feitas buscas no Scopus e no Google Scholar com os termos-chave “second-order elections”, “European elections” e “European Parliament”. Serão coletados artigos, working papers, monografias, dissertações e teses em inglês, espanhol, português e francês. Serão excluídos livros, assim como artigos de revistas que não ocupem o primeiro e o segundo percentis do Scimago Journal Rank, além daqueles publicados em revistas que não adotam revisão cega por pares. As etapas seguintes são: coleta de informações (a partir do quadro de 98 variáveis divididas em três dimensões – formal, metodológica e substantiva), análise dos estudos, interpretação dos dados coletados e apresentação dos resultados.
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ULISSES MATHEUS BRAGA DE FREITAS MELO
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FEITA SOB MEDIDA: A ESTRUTURA DE UMA NOTÍCIA FALSA E SEU PAPEL
NO CONVENCIMENTO DO ELEITOR.
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Orientador : NARA DE CARVALHO PAVAO
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MEMBROS DA BANCA :
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DAVI CORDEIRO MOREIRA
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JULIANO MENDONÇA DOMINGUES DA SILVA
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NARA DE CARVALHO PAVAO
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Data: 22/02/2022
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O espalhamento de desinformação online se tornou um problema para as democracias contemporâneas, a crença e o compartilhamento de notícias falsas são práticas incentivadas por diversos setores da elite política e conseguem interferir diretamente no comportamento dos indivíduos, principalmente daqueles partidarizados. Este trabalho, contudo, busca compreender quais são as características estruturais do texto desinformativo, e quais os possíveis efeitos que tais particularidades podem ter no consumo desse tipo de material. A pesquisa analisou centenas de notícias falsas e verdadeiras através de diversas técnicas de análise de texto automatizada fornecidas pelos softwares Iramuteq e ALT, sendo observadas as diferenças estatísticas entre o jornalismo tradicional e o desinformativo. Os resultados encontrados demonstram uma maior presença de nomes de lideranças e ideologias políticas, bem como a maior citação de instituições entre as notícias falsas, termos associados à cognição quente pela literatura especializada, um forte ativador do raciocínio motivado. Além disso, as desinformações são menores e significativamente mais legíveis que as notícias tradicionais, característica ligada ao uso de processamento heurístico de informações. As notícias falsas compartilhadas online, portanto, se enquadram nos diversos pressupostos teóricos, apontados pelas principais linhas de pesquisa contemporânea, como fortes incentivadores de consumo e da crença de desinformação. Tais descobertas demonstram o potencial crítico que esse tipo de comunicação política possui, e como até mesmo sua estrutura pode ser parte desse processo.
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O espalhamento de desinformação online se tornou um problema para as democracias contemporâneas, a crença e o compartilhamento de notícias falsas são práticas incentivadas por diversos setores da elite política e conseguem interferir diretamente no comportamento dos indivíduos, principalmente daqueles partidarizados. Este trabalho, contudo, busca compreender quais são as características estruturais do texto desinformativo, e quais os possíveis efeitos que tais particularidades podem ter no consumo desse tipo de material. A pesquisa analisou centenas de notícias falsas e verdadeiras através de diversas técnicas de análise de texto automatizada fornecidas pelos softwares Iramuteq e ALT, sendo observadas as diferenças estatísticas entre o jornalismo tradicional e o desinformativo. Os resultados encontrados demonstram uma maior presença de nomes de lideranças e ideologias políticas, bem como a maior citação de instituições entre as notícias falsas, termos associados à cognição quente pela literatura especializada, um forte ativador do raciocínio motivado. Além disso, as desinformações são menores e significativamente mais legíveis que as notícias tradicionais, característica ligada ao uso de processamento heurístico de informações. As notícias falsas compartilhadas online, portanto, se enquadram nos diversos pressupostos teóricos, apontados pelas principais linhas de pesquisa contemporânea, como fortes incentivadores de consumo e da crença de desinformação. Tais descobertas demonstram o potencial crítico que esse tipo de comunicação política possui, e como até mesmo sua estrutura pode ser parte desse processo.
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RENATO VICTOR LIRA BRITO
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SEGURANÇA CIBERNÉTICA COMPARADA: O BRASIL E AS AMÉRICAS
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Orientador : RAFAEL MESQUITA DE SOUZA LIMA
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MEMBROS DA BANCA :
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RAFAEL MESQUITA DE SOUZA LIMA
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MARCOS AURELIO GUEDES DE OLIVEIRA
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GILLS VILAR LOPES
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Data: 24/02/2022
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Quais fatores explicam o nível de comprometimento com a Segurança Cibernética no continente americano? Esta pesquisa busca responder a essa questão a partir de uma análise configuracional-qualitativa dos 35 países americanos listados no Global Cybersecurity Index (GCI) para o ano-referência de 2018. Como condições explicativas do modelo, utilizamos: a) Securitização, b) Despesas Militares, c) Ocorrência de eventos raros em Segurança Cibernética, d) Tempo do marco jurídico-institucional do setor cibernético, e) Militarização do Espaço Cibernético, f) Desenvolvimento econômico. Metodologicamente, este trabalho é estruturado na Análise Qualitativa Comparativa, Qualitative Comparative Analysis (QCA), seguida pela realização de um estudo aprofundado, e orientado por mecanismos causais, do caso brasileiro. Dessa maneira, o desenho resultante consiste em uma pesquisa com caráter metodológico misto em relação à análise e à coleta dos dados. Detalhadamente, buscamos identificar quais conjuntos de configurações explicam o nível de comprometimento com a Segurança Cibernética nos países do continente americano em 2018. De maneira complementar, realizamos um estudo de caso para explicar, através de mecanismos causais, como as condições/fatores explicativos se configuram no contexto nacional. Os principais resultados da pesquisa apontam para a identificação de três caminhos causais para o maior comprometimento com a Segurança Cibernética: 1) Despesas Militares associadas ao Desenvolvimento Econômico (Estados Unidos, Canadá, Chile e Uruguai); 2) Despesas Militares e Tempo do Marco Jurídico-Institucional (Cuba); 3) Militarização do Espaço Cibernético e Desenvolvimento Econômico (Brasil e Colômbia). As condições que explicam esses caminhos conjunturalmente foram identificadas como do tipo INUS. O estudo do contexto brasileiro apontou como mecanismo causal o histórico de militarização de setores no país explicado pelos jogos institucionais de barganha orçamentária e pela busca de legitimação dos militares frente à sociedade civil. Como consequência do caminho percorrido pelo país, elencamos alguns problemas: 1) o desvio da função do setor; 2) a ineficiência na resolução de problemas reais da sociedade, como os crimes cibernéticos. Por fim, são discutidas as limitações do trabalho e disponibilizados o repositório dos dados da pesquisa e o código para replicação.
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Quais fatores explicam o nível de comprometimento com a Segurança Cibernética? Esta pesquisa busca responder a essa questão a partir de uma análise configuracional-qualitativa de 35 países americanos listados no Global Cybersecurity Index (GCI) em 2018. Como condições explicativas, consideramos: a) securitização, b) gastos com Segurança Cibernética, c) ocorrência de eventos raros, d) tempo do marco jurídico-institucional, e) militarização do setor de Segurança Cibernética, f) desenvolvimento econômico. Além disso, testamos, utilizando Qualitative Comparative Analysis (QCA), quais conjuntos de configurações, explicam o nível de comprometimento com a Segurança Cibernética nos países do continente americano em 2018. De maneira complementar, intencionando o maior detalhamento da aplicação dos achados à realidade do Brasil, realizamos um estudo de caso para descrever como as condições/fatores explicativos se configuram no contexto nacional.
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MARINA LAPORTE COTIAS
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Serviços Especializados de Atendimento à Mulher: uma análise da implementação
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Orientador : MARIANA BATISTA DA SILVA
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MEMBROS DA BANCA :
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MARIANA BATISTA DA SILVA
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LUCIANA DA CONCEIÇÃO FARIAS SANTANA
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MICHELLE VIEIRA FERNANDEZ DE OLIVEIRA
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Data: 03/05/2022
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Quais os fatores explicativos da implementação dos Sistemas Especializados de Atendimento às Mulheres (SEAM)? Buscamos responder essa questão utilizando um modelo MQO com correção por bootstap, sendo o estado a unidade de análise, no ano de 2016. A partir do que foi debatido pela literatura, foram propostos os seguintes fatores: 1) Fatores socioeconômicos; 2) qualidade da burocracia; 3) gastos com segurança pública; 4) participação feminina no legislativo; 5) taxa de homicídio de mulheres. Além disso, também foi possível analisar a distribuição dos serviços especializados dentro do território brasileiro, depois de 10 anos da Lei Maria da Penha. Os resultados dos modelos propostos mostram que apenas houve um efeito estatisticamente significativo, do PIB per capita e na taxa de deputadas federais no número de delegacias especializadas ou núcleos nas delegacias comuns, na taxa de mulheres deputadas estaduais no número de promotorias especializadas e do gasto de segurança pública por habitante no número de Centros Especializados de Atendimento à Mulher.
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Quais os fatores explicativos da implementação dos Sistemas Especializados de Atendimento às Mulheres (SEAM)? Buscamos responder essa questão utilizando um modelo MQO com correção por bootstap, sendo o estado a unidade de análise, no ano de 2016. A partir do que foi debatido pela literatura, foram propostos os seguintes fatores: 1) Fatores socioeconômicos; 2) qualidade da burocracia; 3) gastos com segurança pública; 4) participação feminina no legislativo; 5) taxa de homicídio de mulheres. Além disso, também foi possível analisar a distribuição dos serviços especializados dentro do território brasileiro, depois de 10 anos da Lei Maria da Penha. Os resultados dos modelos propostos mostram que apenas houve um efeito estatisticamente significativo, do PIB per capita e na taxa de deputadas federais no número de delegacias especializadas ou núcleos nas delegacias comuns, na taxa de mulheres deputadas estaduais no número de promotorias especializadas e do gasto de segurança pública por habitante no número de Centros Especializados de Atendimento à Mulher.
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Teses |
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MURILO MESQUITA MELO E SILVA
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O Prelúdio à Tempestade: a política externa dos Estados Unidos e o movimento de securitização na Guerra do Golfo (1990-1991)
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Orientador : MARCOS FERREIRA DA COSTA LIMA
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MEMBROS DA BANCA :
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CRISTINA CARVALHO
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ANDREA QUIRINO STEINER
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LEONARDO CÉSAR SOUZA RAMOS
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MARCOS FERREIRA DA COSTA LIMA
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PAULO ROBERTO LOYOLLA KUHLMANN
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Data: 10/02/2022
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Desde o momento final da Guerra Fria, a atuação dos Estados Unidos na política internacional se depara com um problema referente ao surgimento de novas ameaças sejam elas tradicionais, vinculadas aos próprios Estados, ou a atores não-estatais. Em torno dessa temática, essa investigação se desenvolve para responder a seguinte pergunta de pesquisa: Como a Política Externa dos Estados Unidos provoca a securitização de Estados? Essa pergunta tem como objeto de análise um aspecto da produção de política externa que envolve a construção de ameaças e que permite formular outras indagações, tais como: quais fatores levam os EUA a iniciar um movimento de securitização? E, quando discursos são exitosos ao reivindicar medidas excepcionais para um problema de segurança? Em que pese essas perguntas, argumenta-se que o ato de fala de segurança é o mecanismo causal para a construção de ameaças em cenários de crise. Em torno desse argumento, é desenvolvido um Estudo de Caso para compreender a relação entre a percepção de decision-makers e a construção de ameaças estatais no contexto da Guerra do Golfo Pérsico (1990-1991). Para tanto, são delimitados os seguintes objetivos específicos: (i) contextualizar o período final da Guerra Fria; (ii) identificar as condições necessárias que levam o Iraque a invadir o Kuwait; (iii) descrever o percurso entre a invasão iraquiana até a Operação Tempestade no Deserto; (iv) caracterizar os papéis do presidente dos EUA e de sua Delegação, no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, durante a crise na região do Golfo Pérsico; e (v) verificar a associação entre os discursos dos países-membros do Conselho de Segurança com o dos EUA. Com esses objetivos, a pesquisa é estruturada teoricamente a partir de uma abordagem construtivista por meio da qual opera a Teoria da Securitização dos Estudos de Segurança Internacional e a abordagem da Tomada de Decisão em Política Externa de Análise de Política Externa. Esse referencial teórico permite a robustez necessária para compreensão do caso e para operar dois métodos, uma análise descritiva em profundidade, que determina as peças de evidências da cadeia causal do evento em tela, e a análise automatizada de conteúdo. Esse segundo método serve para testar o argumento proposto e suplementar o aspecto qualitativo da perquirição. O teste ocorre a partir dos voting records produzidos pelas delegações durante o processo de votação das resoluções levantadas durante a crise da região do Golfo Pérsico, devido a invasão iraquiana no Kuwait, até o início propriamente dito da guerra, com a Operação Tempestade no Deserto. Como resultado, julga-se que os dados corroboram parcialmente o argumento de que o ato de fala de segurança é o mecanismo causal para a construção de ameaças em cenários de crise. Essa consideração decorre do fato de que as evidências descritivas são sustentadas pelo estudo de caso, mas a análise de conteúdo não conseguiu observar, de maneira cristalina, a relação de coocorrência dentro de todos os votings records.
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Desde o momento final da Guerra Fria, a atuação dos Estados Unidos na política internacional se depara com um problema referente ao surgimento de novas ameaças sejam elas tradicionais, vinculadas aos próprios Estados, ou a atores não-estatais. Em torno dessa temática, essa investigação se desenvolve para responder a seguinte pergunta de pesquisa: Como a Política Externa dos Estados Unidos provoca a securitização de Estados? Essa pergunta tem como objeto de análise um aspecto da produção de política externa que envolve a construção de ameaças e que permite formular outras indagações, tais como: quais fatores levam os EUA a iniciar um movimento de securitização? E, quando discursos são exitosos ao reivindicar medidas excepcionais para um problema de segurança? Em que pese essas perguntas, argumenta-se que o ato de fala de segurança é o mecanismo causal para a construção de ameaças em cenários de crise. Em torno desse argumento, é desenvolvido um Estudo de Caso para compreender a relação entre a percepção de decision-makers e a construção de ameaças estatais no contexto da Guerra do Golfo Pérsico (1990-1991). Para tanto, são delimitados os seguintes objetivos específicos: (i) contextualizar o período final da Guerra Fria; (ii) identificar as condições necessárias que levam o Iraque a invadir o Kuwait; (iii) descrever o percurso entre a invasão iraquiana até a Operação Tempestade no Deserto; (iv) caracterizar os papéis do presidente dos EUA e de sua Delegação, no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, durante a crise na região do Golfo Pérsico; e (v) verificar a associação entre os discursos dos países-membros do Conselho de Segurança com o dos EUA. Com esses objetivos, a pesquisa é estruturada teoricamente a partir de uma abordagem construtivista por meio da qual opera a Teoria da Securitização dos Estudos de Segurança Internacional e a abordagem da Tomada de Decisão em Política Externa de Análise de Política Externa. Esse referencial teórico permite a robustez necessária para compreensão do caso e para operar dois métodos, uma análise descritiva em profundidade, que determina as peças de evidências da cadeia causal do evento em tela, e a análise automatizada de conteúdo. Esse segundo método serve para testar o argumento proposto e suplementar o aspecto qualitativo da perquirição. O teste ocorre a partir dos voting records produzidos pelas delegações durante o processo de votação das resoluções levantadas durante a crise da região do Golfo Pérsico, devido a invasão iraquiana no Kuwait, até o início propriamente dito da guerra, com a Operação Tempestade no Deserto. Como resultado, julga-se que os dados corroboram parcialmente o argumento de que o ato de fala de segurança é o mecanismo causal para a construção de ameaças em cenários de crise. Essa consideração decorre do fato de que as evidências descritivas são sustentadas pelo estudo de caso, mas a análise de conteúdo não conseguiu observar, de maneira cristalina, a relação de coocorrência dentro de todos os votings records.
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JOÃO PAULO OCKE DE FREITAS
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A OPERAÇÃO LAVA JATO AFETOU O DESEMPENHO ELEITORAL? O combate à corrupção e a eleição para a Câmara dos Deputados em 2018
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Orientador : GABRIELA DA SILVA TAROUCO
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MEMBROS DA BANCA :
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GABRIELA DA SILVA TAROUCO
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MARIANA BATISTA DA SILVA
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NARA DE CARVALHO PAVAO
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DAVI CORDEIRO MOREIRA
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RODRIGO MARTINS DA SILVA
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MARJORIE CORRÊA MARONA
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CLOVIS ALBERTO VIEIRA DE MELO
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ROGÉRIO BASTOS ARANTES
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Data: 30/06/2022
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Esta tese busca compreender qual o efeito da Operação Lava Jato sobre a eleição parlamentar em 2018. Este trabalho pretende evidenciar se, e em que extensão, os candidatos (alvos da Lava Jato e seus desdobramentos) foram afetados eleitoralmente pelas medidas adotadas pela Operação. A hipótese aqui considerada é a de que, no processo eleitoral de 2018, a Lava Jato afetou negativamente o desempenho dos deputados federais que foram alvos da Operação. Essa hipótese é avaliada com base no reconhecimento de que o significado da accountability percorre um trajeto teórico tortuoso, que, de um lado, admite a sua possibilidade e, noutra perspectiva, afirma a sua impossibilidade prática em sistemas eleitorais consociativos. O desempenho eleitoral de candidatos a um cargo público pode ser afetado por variadas condições correlacionadas, havendo o desafio imposto pelas eleições proporcionais, no sentido de permitir ao eleitor estabelecer uma relação nítida e específica com o desempenho de candidatos e a destinar o seu voto em função dessa relação. As técnicas de matching e de regressão linear são as duas estratégias escolhidas para atingir o objetivo proposto e para discutir o argumento de que a accountability eleitoral, no sistema proporcional, é menos nítida, direta ou objetiva do que no sistema majoritário. A Operação Lava Jato repercutiu na eleição parlamentar de 2018, havendo correlação entre a Lava Jato e o desempenho dos candidatos que tentaram a reeleição para a Câmara dos Deputados, em 2018. O efeito da Lava Jato sobre o rendimento eleitoral dos candidatos é negativo e estatisticamente significativo, comprovando a hipótese inicialmente formulada. O sistema judicial exerce um papel na accountability eleitoral, em que os eleitores recusam dar apoio a candidatos envolvidos em casos de corrupção.
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This thesis seeks to understand the effect of Operation Car Wash on the 2018 parliamentary election. This work aims to highlight whether candidates involved in the Operation Car Wash investigation and its developments were affected electorally by the measures adopted by the federal police operation, and to what extent. The hypothesis considered here is that, in the 2018 electoral process, Lava Jato negatively affected the performance of federal deputies investigated by the Operation. This hypothesis is evaluated based on the premise that the meaning of accountability travels a tortuous theoretical path, which, on one hand, admits its possibility and, in another perspective, asserts its practical impossibility in consociational electoral systems. The electoral performance of candidates for public office can be affected by a variety of correlated conditions, and the challenge posed by proportional elections is to allows voter to establish a clear and specific relationship with the performance of candidates and to allocate his or her vote according to this relationship. The matching and linear regression techniques are the two strategies chosen to achieve the proposed goal and to discuss the argument that electoral accountability, in the proportional system, is less clear and straightforward than in the majoritarian system. Operation Car Wash had repercussions on the 2018 parliamentary election, and there is a correlation between Car Wash and the performance of candidates who sought re-election to the House of Representatives in 2018. The effect of Operation Car Wash on the electoral performance of candidates is negative and statistically significant, confirming the initially formulated hypothesis. The judicial system plays a role in electoral accountability, in which voters refuse to support candidates involved in corruption cases.
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