A polissemia do espaço marcado: uma análise do território Pankararu após a regularização das terras indígenas
Pankararu. Território. Geografia. Demarcação.
Segunda maior população indígena de Pernambuco, o povo Pankararu se depara com incertezas em relação a sua reprodução física e cultural em virtude dos embates territoriais em que estão inseridos. Esses indígenas, situados entre os municípios de Tacaratu, Jatobá e Petrolândia, em Pernambuco, embora possuam duas terras homologadas e registradas (Terra Indígena Pankararu e Terra Indígena Entre Serras), lidam cotidianamente com os questionáveis e vulneráveis limites demarcatórios que limitam as potencialidades de gestão do território e os apartam espacialmente de um ente protagonista de sua história: o Opará, ou rio São Francisco. Este texto pretende investigar o espaço demarcado e a transgressão deste, entendendo as complexidades históricas da formação do território Pankararu, considerando as escalas da colonização, e as formas de apropriação da terra provenientes desta, e o contexto demarcatório e pós-demarcatório, lançando mão de visitas ao território, bem como pesquisa histórica - fontes documentais, bibliografia, entrevistas. Será desenvolvida ainda análise sobre a categoria “território indígena” e sua consideração prática diante do advento das Terras Indígenas, espaço geográfico mobilizado legalmente - sobretudo após a Constituição de 1988 - para garantia de direito dos povos originários. O estudo considera as pautas dos sujeitos locais como fundamento da investigação, sendo também o método empírico primordial para construção da dissertação.