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Dissertações |
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MARIA CAROLINA FRANÇA DA COSTA
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A FOME TEM COR E GÊNERO: AUMENTO DA INSEGURANÇA ALIMENTAR NA PANDEMIA DA COVID- 19 E AGROECOLOGIA NA RETOMADA DA AGRICULTURA CAMPONESA NO MUNICÍPIO DE CAMARAGIBE/PE
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Orientador : MONICA COX DE BRITTO PEREIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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CAMILA DUTRA DOS SANTOS
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CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
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MONICA COX DE BRITTO PEREIRA
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Data: 31/01/2024
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A fome vem sendo posta à mesa dos brasileiros ao longo das décadas de forma planejada e direcionada para atingir um público específico, que vem sendo negligenciado e mantido sob amarras escravocratas desde o período colonial até a contemporaneidade. A insegurança alimentar - nomenclatura adotada atualmente para eufemizar o fenômeno da fome atualmente - se intensificou durante a pandemia da covid-19, atingindo de maneira desigual os brasileiros e, consequentemente, a população do município de Camaragibe, em Pernambuco. Os diversos conflitos e fatores do aumento da insegurança alimentar em um dos principais municípios da Região Metropolitana do Recife serão debatidos e analisados durante toda pesquisa. Dito isso, o objetivo elencado como principal é compreender a potencialidade da agricultura familiar camponesa como um caminho para garantir a soberania alimentar e nutricional após o aumento da insegurança alimentar durante a pandêmica da Covid-19 no município de Camaragibe - PE. Para conseguirmos atingir esse objetivo, foi necessário investigar os diversos fatores contribuintes para o aumento da insegurança alimentar e nutricional no município ao longo do tempo em que intensificou-se durante a pandemia de 2020. Nesta pesquisa, também foram considerados os conflitos que o sistema convencional de alimentos vem causando, buscando experiências agroecológicas municipais do estado de Pernambuco de forma a refletir sobre mudanças, caminhos e retomadas que contribua em prol da democratização alimentar e valorização da agricultura familiar camponesa no município de Camaragibe. Dessa forma, a pesquisa é de natureza quali-quantitativa, bibliográfica e de campo, tendo como base o método da Escrevivência de Conceição Evaristo para considerar a vivência da mulher negra a partir do fenômeno da fome. Houve a realização de uma revisão bibliográfica, juntamente com uma pesquisa documental, para auxiliar o desenvolvimento da pesquisa. Enquanto procedimento metodológico, foi disponibilizado um questionário eletrônico com 33 perguntas fechadas que abarcou cerca de 45 mulheres chefes de família, moradoras no município, no ano de 2022, bem como a realização de 4 entrevistas semiestruturadas com mulheres negras também chefes de família que estavam sendo atravessadas pela fome durante o período pandêmico. Outro procedimento importante foi considerar os dados e entrevistas do meu Trabalho de Conclusão de Curso desenvolvido em 2021 que já sofreu influência dos impactos da pandemia e problematizou os conflitos causadores da diminuição da agricultura familiar camponesa no município. Por fim, com a manutenção e intensificação da insegurança alimentar, tornou-se urgente produzir conhecimentos que possam contribuir na atuação da linha de frente ao seu combate, justificando assim a necessidade e importância desta pesquisa.
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A fome vem sendo posta à mesa dos brasileiros ao longo das décadas de forma planejada e direcionada para atingir um público específico, que vem sendo negligenciado e mantido sob amarras escravocratas desde o período colonial até a contemporaneidade. A insegurança alimentar - nomenclatura adotada atualmente para eufemizar o fenômeno da fome nos dias atuais - se intensificou durante a pandemia da covid-19, atingindo de maneira desigual os brasileiros e, consequentemente, a população do município de Camaragibe, em Pernambuco. Os diversos conflitos e fatores do aumento da insegurança alimentar em um dos principais municípios da Região Metropolitana do Recife serão debatidos e analisados durante toda pesquisa. Dito isso, o objetivo elencado como principal é compreender como, através da agricultura familiar agroecológica, é possível democratizar e garantir uma soberania alimentar e nutricional em Camaragibe. Para conseguirmos atingir esse objetivo, foi necessário investigar os diversos fatores contribuintes para o aumento da insegurança alimentar e nutricional no município ao longo do tempo em que intensificou-se durante a pandemia de 2020. Nesta pesquisa, também foram considerados os conflitos que o sistema agroalimentar vem causando, buscando as experiências políticas municipais como ponto de partida para refletir algumas medidas na escala municipal em prol da democratização alimentar do município, bem como alternativas de valorização e manutenção da agricultura familiar agroecológica na localidade. Com a manutenção e intensificação da insegurança alimentar, tornou-se urgente produzir conhecimento que possa contribuir na atuação da linha de frente ao seu combate, justificando assim a necessidade e importância desta pesquisa.
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RODRIGO ZIMMERLE DOS SANTOS RODRIGUES
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DISPARIDADES SOCIOESPACIAIS E SEUS IMPACTOS NA CRISE SANITÁRIA DA COVID 19: UMA ANÁLISE GEOGRÁFICA DA CIDADE DO RECIFE
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Orientador : EDVANIA TORRES AGUIAR GOMES
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MEMBROS DA BANCA :
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ANDREZZA KARLA DE OLIVEIRA SILVA
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EDVANIA TORRES AGUIAR GOMES
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MARIANA ZERBONE ALVES DE ALBUQUERQUE GOMES
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RODRIGO DUTRA GOMES
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Data: 05/02/2024
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A pandemia da Coronavirus Disease 2019 (COVID 19) evidenciou os impactos da desigualdade social nos desfechos negativos da doença. Esse trabalho tem como objetivo analisar, na escala urbana, as dinâmicas da relação entre o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) e o Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) com a Taxa de Letalidade (TL) da COVID 19 registrada nos boletins epidemiológicos da cidade do Recife. Empregando métodos de geoprocessamento, este trabalho integra dados espaciais de diversas fontes e escalas, aplicando ponderações baseadas em área geográfica e densidade populacional. O uso da correlação de Spearman revelou uma forte relação inversa entre o IDHM e a TL (0,77), indicando que bairros com menor desenvolvimento humano enfrentaram maiores taxas de letalidade. Paralelamente, observou se uma correlação positiva substancial entre o IVS e a TL (0,74), ressaltando como a vulnerabilidade social contribui para a severidade dos desfechos da pandemia. Estes resultados sublinham a crítica necessidade de políticas públicas que reconheçam e abordem as desigualdades sociais no contexto da saúde pública, especialmente no planejamento de respostas a crises sanitárias como a pandemia de COVID 19.
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A pandemia da Coronavirus Disease 2019 (COVID-19) evidenciou os impactos da desigualdade social nos desfechos negativos da doença. Esse trabalho tem como objetivo analisar na escala urbana as dinâmicas da relação entre o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) e o Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) com a Taxa de Letalidade (TL) registrada nos boletins epidemiológicos da cidade do Recife. A fim de atingir esse objetivo, utilizou-se a técnica de análise espacial para identificar os padrões de distribuição dos indicadores socioeconômicos e do indicador epidemiológico entre os bairros da cidade. Para garantir a precisão dos resultados, foram aplicadas técnicas de geoprocessamento como a agregação de dados espaciais de diferentes escalas e ponderação dos valores agregados com base na área espacial e densidade demográfica. Além disso, foi calculado o coeficiente de correlação de Pearson, buscando interpretar a intensidade da relação entre os indicadores socioeconômicos e a taxa de letalidade nos diferentes bairros da cidade. Os resultados mostraram que quanto menor o IDHM, maior a letalidade da COVID-19 no bairro correspondente, com um coeficiente de correlação de Pearson de -0,75. Da mesma forma, o IVS também apresentou forte correlação positiva com a TL, com um coeficiente de correlação de 0,73. Os resultados destacam a importância da consideração das desigualdades sociais no planejamento de políticas públicas para a prevenção e controle de doenças epidêmicas como a COVID-19.
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TÚLIO FELIPE SILVA DA PAZ
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O RITMO BREGA FUNK E A SUA ESPACIALIZAÇÃO: UM ESTUDO A PARTIR DA COMUNIDADE DO ALTO JOSÉ DO PINHO, RECIFE (PE)
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Orientador : CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
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MEMBROS DA BANCA :
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CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
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PRISCILA BATISTA VASCONCELOS
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THIAGO SOARES
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Data: 20/02/2024
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A pesquisa tem como objetivo central analisar a dinâmica territorial promovida pelo movimento cultural Brega Funk a partir do Alto José do Pinho, bairro da zona norte do Recife. O estudo parte do pressuposto de incorporar os atores sociais do ritmo em protagonismo de suas ações e decisões. Posto isso, com base na Geografia Cultural Renovada, abordar a utilização simbólica do território, destacando a música como um fator influente na construção de identidades. Explorar a subjetividade da paisagem cultural e os laços afetivos dos sujeitos com o ritmo e o Alto José do Pinho. Em seguida, percorrer as similaridades entre geografia e música, exemplificando como as canções refletem o comportamento das pessoas bregueiras na comunidade descrita. Sobretudo, investiga as vertentes relacionadas ao ritmo, com ênfase no Brega Funk. A análise se concentra no método qualitativo, por meio de entrevistas que buscam compreender a ascensão do Brega Funk, cujos atores são os MCs e integrantes do Passinho dos Maloka. A dissertação utiliza relatos empíricos obtidos por meio de entrevistas aplicadas a indivíduos ligados ao cenário Brega Funk no Alto José do Pinho. O que visa compreender o sentimento de pertencimento e as múltiplas identidades relacionadas ao território, buscando identificar os fatores que levaram o Brega Funk a atingir outros territórios antes não ocupados. Bem como, discutir as interferências no cotidiano dos indivíduos inseridos no movimento cultural do Brega Funk no Alto José do Pinho e quais perspectivas devem-se observar. Assim, quais práticas foram incorporadas no movimento bregueiro que rompeu as barreiras físicas do território e a hegemonia cultural na cidade do Recife. Apoiando-se na interpretação dos relatos em consonância com o texto da dissertação para entender as contradições socioespaciais que se configuram no território.
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A pesquisa tem como objetivo central analisar a dinâmica territorial promovida pelo movimento cultural Brega Funk a partir do Alto José do Pinho, bairro da zona norte do Recife. O estudo parte do pressuposto de incorporar os atores sociais do ritmo em protagonismo de suas ações e decisões. Com base na Geografia Cultural Renovada aborda a utilização simbólica do território, destacando a música como um fator influente nesse fenômeno. Além disso, explora a subjetividade na paisagem cultural e os laços afetivos dos sujeitos. Em seguida, examina a relação entre geografia e música, exemplificando como as canções refletem o comportamento das pessoas. Em seguida, a investigação descreve a linha do tempo do fenômeno, resgatando elementos desde o seu surgimento e discorrendo sobre as cinco décadas do ritmo em Pernambuco, com foco nas periferias da cidade do Recife. A análise se concentra no método qualitativo, investigando a ascensão da vertente Brega Funk protagonizada pelos MCs e o Passinho dos Maloka, influentes no desenvolvimento do ritmo a partir do subúrbio recifense. A dissertação se baseia em relatos empíricos obtidos por meio de questionários aplicados a indivíduos ligados ao cenário Brega Funk, visando compreender o sentimento de pertencimento e as múltiplas identidades relacionadas ao território. Além disso, explora como os sujeitos incorporam práticas que desafiam a hegemonia cultural da cidade do Recife, apoiando-se na interpretação dialética e fenomenológica para compreender as contradições socioespaciais que se configuram no território.
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BÁRBARA GABRIELLY SILVA BARBOSA
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A COMPREENSÃO DA EVOLUÇÃO DO RELEVO DA FACE LESTE DA CHAPADA DO ARARIPE: APLICAÇÃO DO MODELO MATEMÁTICO LANDLAB
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Orientador : DANIELLE GOMES DA SILVA LISTO
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MEMBROS DA BANCA :
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DANIELLE GOMES DA SILVA LISTO
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DÉBORAH DE OLIVEIRA
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TULIUS DIAS NERY
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Data: 22/02/2024
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Nos últimos anos, no campo das geociências, intensificou-se a busca por uma melhor compreensão da dinâmica geomorfológica nas paisagens. Este interesse fomentou o avanço e a adaptação de uma variedade de modelos geotecnológicos e geocronológicos. Tais esforços visam entender a evolução do relevo e suas divisões morfoestruturais ao longo do tempo geológico. Neste contexto, a Chapada do Araripe, situada no sul do Ceará e de grande relevância para a compreensão da evolução do Nordeste brasileiro, surge como um foco de interesse. Sua formação está intrinsecamente ligada às reativações tectônicas do período Cretáceo Superior. Assim, a pesquisa em questão teve como objetivo utilizar a modelagem matemática LANDLAB para simular o recuo da escarpa na Face Oriental da Chapada do Araripe, localizada no município de Crato-CE. O estudo buscou compreender a influência das variações litológicas neste processo ao longo do tempo geológico. Para analisar os processos de soerguimento, erosão e litologia, foram empregadas várias bibliotecas e funções no LANDLAB, incluindo imshow_grid, RasterModelGrid, LinearDifusser, FlowAccumulator, FastscapeEroder e LithologyGMI. A taxa de soerguimento (uplift_rate1) foi aplicada de forma abrangente em toda a área de estudo, alinhando-se às investigações sobre a história geológica da Chapada do Araripe. A dureza dos materiais foi classificada numa escala de 0 a 10, com base nos padrões estabelecidos pela CPRM (2003) em seu mapeamento da região. As taxas de erosão foram categorizadas em cinco níveis, considerando aspectos físicos e a geologia de cada área, usando como referência os estudos de Oliveira (2023), que identificou uma taxa média de denudação de 13,4 m/Ma em zonas de fluxo hídrico. É importante reconhecer que todos os modelos representam simplificações de processos complexos. Nesta abordagem, funções essenciais ao desenvolvimento da área de estudo foram incorporadas para obter os resultados apresentados. As simulações iniciais mostraram sutis desníveis resultantes da variação na deposição de material sedimentar. Com o soerguimento, observou-se alterações no padrão de acumulação desse material. Essas mudanças foram evidenciadas nos resultados do LANDLAB ao longo do tempo. Embora as condições paleoclimáticas não tenham sido simuladas diretamente, ajustes na média da taxa de erosão foram aplicados a diferentes morfologias, permitindo a simulação da evolução de cursos d'água e morfologia. Na simulação, a aplicação de valores médios revelou a sazonalidade nos resultados finais, mesmo sem uma incorporação explícita de sua extensão específica. As altitudes das cimeiras mostraram-se consistentes com os dados atuais, mas houve inconsistências nos pontos da escarpa. As características observadas refletem a dissecação da escarpa e o recuo diferencial. Entretanto, ao comparar com o mapa hipsométrico, esperava-se uma maior altitude.
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A Chapada do Araripe caracteriza-se como a maior bacia interiorana do nordeste brasileiro. A sua formação é originária dos processos de rupturas ocorrido no Cretácio, após a divisão da Gondwana ocidental que culminou na abertura do Oceano Atlântico sul e formação dos continentes Sul-americano e Africano. Configurando-se assim, como uma região que remonta ao entendimento da formação do nordeste brasileiro. Desse modo, o presente trabalho tem o objetivo de aplicar a modelagem matemática LANDLAB para simular recuo na escarpa da Face Oriental da Chapada do Araripe, localizada no município do Crato-CE, procurando compreender como as diferenças litológicas têm influenciado nesse processo ao longo do tempo geológico. A área de estudo abrange diversas formações litológicas depositadas em diferentes ambientes climáticos ao longo do tempo geológico. Com avanços tecnológicos, a modelagem matemática se tornou uma ferramenta poderosa para criar modelos tridimensionais que levam em consideração fatores como variações litológicas, processos tectônicos, erosivos e isostáticos. O modelo LandLab apresenta características interessantes para obtenção de respostas mais precisas sobre a evolução da paisagem, possibilitando adicionar vários submódulos com a finalidade de personalização dos usuários, com a finalidade de simular de maneira mais fidedigna a dinâmica de evolução da paisagem. Para a realização da modelagem LandLab, os mapas topográficos foram gerados a partir de um Modelo Digital do Terreno (MDT) com resolução de 12,5m e escala 1:50.000 obtido do satélite ALOS PALSAR Global Radar Imagery. Os mapas de geologia e de solos foram compilados a partir de informações secundárias, enquanto o geomorfológico foi elaborado a partir da interpretação das formas de relevo por meio de dados topográficos, temáticos (ex. litologia), imagens de satélite e trabalhos de campo.
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JENNER EVERTON DOS SANTOS
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“UM PASSO À FRENTE E VOCÊ NÃO ESTÁ MAIS NO MESMO LUGAR”: TOPOFILIAS E MOVIMENTO MANGUEBEAT
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Orientador : CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
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MEMBROS DA BANCA :
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BERTRAND ROGER GUILLAUME COZIC
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CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
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JORGE JOSÉ ARAUJO DA SILVA
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Data: 22/02/2024
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O movimento Manguebeat para além de produção estética e contestação social em Recife, foi capaz também de despertar a noção de sentimentos topofílicos nos lugares. Tal movimento cultural surge na década de 1990, colocando a cidade em projeção nacional, a partir de uma série de influências da cultura pop, Hip-hop e outros gêneros. Inspirando-se nas ideias de Josué de Castro, o movimento toma proporção máxima a partir do artista Chico Science, seu protagonista mais carismático. Além de transformar a vida cultural no Recife, o Manguebeat, possibilitou novas maneiras de pensar a urbe. Com o auxílio da Geografia das emoções, a pesquisa tentou criar uma ponte de conceitos entre lugar, emoção e topofilia. Para isso foi preciso partir de um pressuposto estritamente cultural, tanto para a discussão relacionada às formas espaciais geossimbólicas que fazem referência ao movimento, quanto à assimilação simbólica com o lugar na capacidade de despertar vivências, sentimentos, afetos e visões particulares e singulares. Neste raciocínio, defende-se que os marcos geossimbólicos do movimento são capazes de personificar certos lugares que foram importantes em seu desenrolar. Os indivíduos que possuem uma certa identificação cultural com o movimento, são capazes também de despertar alguns sentimentos e aproximações sentimentais para com tais lugares. Levando isto em consideração, o presente estudo tem o objetivo de compreender os lugares geossimbólicos “remanescentes” do Manguebeat, com o intuito de averiguar os laços topofílicos a ele relacionados, em sua época mais áurea. Apropriando-se da metodologia de abordagem qualitativa e da pesquisa exploratória, a pesquisa teve o intuito de gerar uma série de novas informações relacionadas à temática das expressões culturais e a relação para com o lugar, a partir de uma perspectiva topofílica. A obtenção de informações primárias deu-se através da aplicação de entrevistas com antigos membros do Manguebeat, cuja vivência fora próxima nos anos 1990. As entrevistas foram todas de modo online, devido a praticidade e alinhamento de disponibilidade dos entrevistados. A partir da aplicação das primeiras entrevistas com os “ex-membros” do movimento em questão foi possível averiguar uma série de lugares topofílicos que ainda estão vivos na memória dos ex-integrantes. Os lugares mais citados foram: Adilia’s Place, Bar do Grego, Cantinho das Graças, Oásis, Pocoloco, Soparia e outros não menos importantes que marcaram a memória afetiva não só dos integrantes, mas também do próprio Manguebeat. Sendo assim, tornou-se possível perceber os espaços afetivos capazes de gerar revelações e significados atribuídos a partir dos artistas que vivenciam tais lugares.
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O movimento Manguebeat para além de produção estética e contestação social em Recife, foi capaz também de despertar a noção de sentimentos topofílicos nos lugares. Tal movimento cultural surge na década de 1990, colocando a cidade em projeção nacional, a partir de uma série de influências da cultura pop, Hip-hop e outros gêneros. Inspirando-se nas ideias de Josué de Castro, o movimento toma proporção máxima a partir do artista Chico Science, seu protagonista mais carismático. Além de transformar a vida cultural no Recife, o Manguebeat possibilitou novas maneiras de pensar a urbe. Com o auxílio da Geografia das emoções, a pesquisa tentou criar uma ponte de conceitos entre lugar, emoção e topofilia. Para isso foi preciso partir de um pressuposto estritamente cultural, tanto para a discussão relacionada às formas espaciais geossimbólicas que fazem referência ao movimento, quanto à assimilação simbólica com o lugar na capacidade de despertar vivências, sentimentos, afetos e visões particulares e singulares. Neste raciocínio, defende-se que os marcos geossimbólicos do movimento são capazes de personificar certos lugares que foram importantes em seu desenrolar. Os indivíduos que possuem uma certa identificação cultural com o movimento são capazes também de despertar alguns sentimentos e aproximações sentimentais para com tais lugares. Levando isto em consideração, o presente estudo tem o objetivo de compreender os lugares geossimbólicos “remanescentes” do Manguebeat, com o intuito de averiguar os laços topofílicos a ele relacionados em sua época mais áurea. Apropriando-se da metodologia de abordagem qualitativa e da pesquisa exploratória, a pesquisa teve o intuito de gerar uma série de novas informações relacionadas à temática das expressões culturais e a relação para com o lugar, a partir de uma perspectiva topofílica. A obtenção de informações primárias deu-se através da aplicação de entrevistas com antigos membros do Manguebeat, cuja vivência fora próxima nos anos 1990. As entrevistas foram todas de modo online, devido a praticidade e alinhamento de disponibilidade dos entrevistados. A partir da aplicação das primeiras entrevistas com os “ex-membros” do movimento em questão foi possível averiguar uma série de lugares topofílicos que ainda estão vivos na memória dos ex-integrantes. Os lugares mais citados foram: Adilia’s Place, Bar do Grego, Cantinho das Graças, Oásis, Pocoloco e outros não menos importantes que marcaram a memória afetiva não só dos integrantes mas também do próprio Manguebeat. Sendo assim, tornou-se possível perceber os espaços afetivos capazes de gerar revelações e significados atribuídos a partir dos artistas que vivenciam tais lugares.
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SUSANA DAINARA TERTO DE OLIVEIRA
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TRAJETÓRIAS SOCIOESPACIAIS DE ESTUDANTES NEGRAS DO CURSO DE GEOGRAFIA DA UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI, EM CRATO-CEARÁ
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Orientador : PRISCILA BATISTA VASCONCELOS
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MEMBROS DA BANCA :
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ZULEIDE FERNANDES DE QUEIROZ
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GENY FERREIRA GUIMARÃES
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DAYSE CABRAL DE MOURA
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PRISCILA BATISTA VASCONCELOS
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Data: 27/02/2024
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As diversas violências sofridas por mulheres negras dentro da academia estão atreladas ao gênero, raça e classe, e contribuem para que o racismo, sexismo e capitalismo se fortaleçam enquanto fonte de manutenção para condições estruturantes das relações sociais. Como exemplo disso, há o silenciamento de pesquisas realizadas por mulheres negras no ambiente acadêmico, causando marcas em suas vidas e as tornando praticamente inacessíveis dentro desses espaços. Porém, para além dessas violências, é importante pensarmos o espaço da universidade também como palco de resistências e vitórias para a população negra, especialmente falando a partir do “ser mulher negra”, partindo da ideia de que o ingresso de mulheres negras no ensino superior, tem se intensificado nos últimos anos e crescido significativamente, caracterizando-se como um importante avanço e resultado das ações afirmativas. A partir disso, procura-se analisar e refletir sobre as trajetórias socioespaciais de estudantes negras do curso de Geografia da Universidade Regional do Cariri – URCA, em Crato – Ceará, e compreender em que medida a discriminação de gênero de raça afeta corporal e territorialmente suas vidas, a partir de suas histórias de vida, considerando suas relações sociais e dimensões espaciais tomadas a partir do acesso à universidade e seus mecanismo construídos para o enfrentamento ao racismo e sexismo dentro desses espaços. Metodologicamente, o estudo se ampara no método de “escrevivências” em uma abordagem qualitativa, e trilha caminhos que possibilitem uma análise a partir das próprias narrativas dos sujeitos, como, o levantamento bibliográfico, principalmente no campo geográfico; a coleta de dados, tendo as entrevistas semiestruturadas individuais como aporte para realização, com um roteiro de perguntas apoiado em teorias e hipóteses relacionadas com o tema apresentado, sendo flexível no momento da aplicação e contribuindo para o desenvolvimento da interação entre pesquisadora e entrevistadas.
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As diversas violências sofridas por mulheres negras estão atreladas ao gênero, raça e classe, e contribuem para que o racismo, sexismo e capitalismo se fortaleçam enquanto fonte de manutenção para condições estruturantes das relações sociais. Como exemplo disso, há o silenciamento de pesquisas realizadas por mulheres negras no ambiente acadêmico, causando marcas em suas vidas e as tornando praticamente inacessíveis dentro desses espaços. A partir disso, procura-se analisar e refletir sobre as trajetórias socioespaciais de estudantes negras do curso de Geografia da Universidade Regional do Cariri – URCA, em Crato – Ceará, e compreender em que medida a discriminação de gênero de raça afeta corporal e territorialmente suas vidas, a partir de suas histórias de vida, considerando suas relações sociais e dimensões espaciais tomadas a partir do acesso à universidade. Metodologicamente, o estudo se ampara em uma abordagem qualitativa e trilha caminhos que possibilitem uma análise a partir das próprias narrativas dos sujeitos, como o levantamento bibliográfico, principalmente no campo geográfico, e as entrevistas semiestruturadas individuais, que são apoiadas em teorias e hipóteses relacionadas com o tema apresentado, sendo flexível no momento da aplicação, contribuindo para o desenvolvimento da interação entre pesquisadora e entrevistadas.
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ALEXSANDRO ANTONIO DE MIRANDA
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O RECIFE E O PUNK: GEOGRAFANDO UMA CONTRACULTURA EM SEUS TERRITÓRIOS URBANOS
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Orientador : ANA CRISTINA DE ALMEIDA FERNANDES
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MEMBROS DA BANCA :
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CAÊ GARCIA CARVALHO
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BRUNO MAIA HALLEY
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DANIELA MARIA FERREIRA
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Data: 27/02/2024
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O presente trabalho tem como objetivo geografar a atuação da contracultura punk do Recife, ou seja, analisar, descrever e destrinchar o movimento punk sob a luz da ciência geográfica, seus territórios e territorialidades; relatando sua dinâmica e trajetória – história, características socioeconômicas de seus integrantes, militância, concepções de mundo, produção, ideologia, discurso, sociabilidade, conflitos e o papel da música punk no contexto desses grupos. Neste ensaio, retoma-se o surgimento da cena punk brasileira, inserida no fervilhante despontar de contraculturas no mundo, fomentadas por movimentos políticos reivindicatórios e sociais, atuantes nas décadas de 1960 e 1970. Para examinar a formação do punk no Recife e descrever seus espaços e geossimbolismos, foram coletados dados de 1982 a 2023. À luz de teóricos como Mafessoli (1987), Bonnemaison (1993) e, principalmente, Haesbaert (2004) ampliou-se a ótica sobre as variadas simbologias e discursos que constituem o ideário punk, e como a práxis da contracultura se deslocou do centro da capital pernambucana para ganhar as casas, as calçadas, esquinas e os bairros da periferia do Recife, externando diferentes usos, conflitos, retóricas e apropriações físico-materiais e simbólico-imateriais dessa tribo urbana. O acareamento de diferentes gerações de punks ratifica esta contracultura como locus de companheirismo, defesa e altruísmo; além de palco onde se desenvolve uma prática educativa política racional e ética, o que contraria a visão simplista da mídia e de atores externos ao cenário punk, já que muitos dos resultados expostos apontam para indivíduos que adquiriram criticidade e tomaram ciência da realidade que os cercava a partir da adesão ao movimento.
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O presente trabalho tem como objetivo geografar a atuação da contracultura punk do Recife, seus territórios e territorialidades; relatando sua dinâmica e trajetória – história, características socioeconômicas de seus integrantes, militância, concepções de mundo, produção, ideologia, discurso, sociabilidade, conflitos e o papel da música punk no contexto desses grupos. Neste ensaio, retoma-se o surgimento da cena punk brasileira, inserida no fervilhante despontar de contraculturas no mundo, fomentadas por movimentos políticos reivindicatórios e sociais, atuantes nas décadas de 1960 e 1970. Para examinar a formação do punk no Recife e descrever seus espaços e geossimbolismos, foram coletados dados de 1982 a 2023. À luz de teóricos como Mafessoli (1987), Bonnemaison (1993) e, principalmente, Haesbaert (2004), ampliou-se a ótica sobre as variadas simbologias e discursos que constituem o ideário punk, e como a práxis da contracultura se deslocou do centro da capital pernambucana para ganhar as casas, as calçadas, esquinas e os bairros da periferia do Recife, externando diferentes usos, conflitos, retóricas e apropriações físico-materiais e simbólico-imateriais dessa tribo urbana. O acareamento de diferentes gerações de punks ratifica esta contracultura como locus de companheirismo, defesa e altruísmo; além de palco onde se desenvolve uma prática educativa política racional e ética, o que contraria a visão simplista da mídia e de atores externos ao cenário punk, já que muitos dos resultados expostos apontam para indivíduos que adquiriram criticidade e tomaram ciência da realidade que os cercava a partir da adesão ao movimento.
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DAFNE VITÓRIA DA SILVA COSTA
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OS PROFESSORES DE GEOGRAFIA E A INTEGRAÇÃO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS EM SUAS PRÁTICAS DOCENTES NO CONTEXTO DA CIBERCULTURA
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Orientador : FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
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MEMBROS DA BANCA :
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FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
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PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
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THELMA PANERAI ALVES
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Data: 29/02/2024
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Esta pesquisa se propõe a explorar as experiências dos professores de Geografia que atuam na rede pública de ensino da educação básica da Região Metropolitana do Recife, com o foco central em investigar como os professores de Geografia estão incorporando as tecnologias digitais em suas práticas docentes no contexto da Cibercultura. Para viabilizar um mergulho nos sentidos e significados que emergem do atual cenário que permeiam o percurso de desenvolvimento das novas práticas docentes. O estudo utiliza da abordagem qualitativa, com procedimentos exploratórios, que primeiramente através do levantamento bibliográfico reflete criticamente sobre os conceitos da Formação Docente, Ensino de Geografia, Cibercultura e os Multiletramentos digitais e seus desdobramentos para as práticas docentes contemporâneas. Para a coleta dos dados, foram elaboradas perguntas que buscam entender mais a fundo as impressões e experiências dos docentes participantes sobre o contexto de desenvolvimento de suas práticas. E como estes avaliam os processos de transformação para o contexto escolar através da inserção das tecnologias digitais e a intensificação de uma cultura digital no cotidiano social e escolar. Como método de análise dos dados, foi utilizada a análise de Conteúdo (Bardin, 1977), permitindo a organização e aprofundamento dos relatos dos professores participantes sobre os impactos apontados por estes sobre o uso das tecnologias digitais e a influência da Cibercultura na sua prática docente. Perante isto, identificou-se a utilização das tecnologias digitais para o planejamento, recursos didáticos e para a pesquisa de conteúdos atualizados. Assim, como a presença dos multiletramentos digitais como recursos e metodologias para a dinamização das aulas e engajamento dos estudantes para a construção de conhecimentos sobre os conceitos geográficos, utilizando-se das linguagens visuais, sonoras, pelas redes sociais, notícias, Apps e sites. Contudo, ainda assim, os professores apontam muitas dificuldades para a plena utilização dessas ferramentas digitais na sua prática, em seus relatos trazem à falta de estrutura tecnológica nas escolas, o acesso à internet de boa qualidade e até mesmo a falta de capacitação profissional necessária para explorar de maneira mais eficaz as tecnologias digitais. Ademais, ainda que existam entraves e desigualdades, os professores participantes, projetam expectativas positivas em relação ao futuro, com maiores investimentos na estrutura tecnológica das escolas, avanços tecnológicos para a análise espacial, ampliação na disponibilidade para a formação continuada, democratização do acesso, valorização da ciência geográfica e do sentido geográfico presente na Cibercultura.
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Esta pesquisa se propõe a explorar as experiências dos professores de Geografia que atuam na rede pública de ensino da Região Metropolitana do Recife, com foco na integração das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) em suas práticas educativas. O objetivo principal é investigar como esses professores estão incorporando as TDICs em suas práticas pedagógicas em sala de aula. Para possibilitar a análise dos sentidos e significados que emergem no atual cenário de desenvolvimento de práticas docentes, o estudo se baseia em conceitos como a formação docente, ensino de Geografia e cultura digital no Brasil. Esses conceitos auxiliam na busca de soluções para possíveis desafios que surgem no processo de ensino-aprendizagem contemporâneo. A proposta aqui é a reafirmar a importância do ensino contemporâneo que precisa amparar o desenvolvimento de habilidades e competências nos estudantes, que a partir de procedimentos didático-pedagógicos que são constantemente atravessados por diversas informações e dados produzidos e compartilhados no ciberespaço, possam produzir cidadãos mais engajados e conscientes das problemáticas e soluções que podem ser construídos por eles mesmos. Além de explicitar que as informações e dados gerados nos ambientes virtuais conectados, constroem uma cibercultura que se funde às situações cotidianas do espaço geográfico. Portanto, este estudo busca através dos resultados esperados, compreender como os professores de Geografia estão concebendo possíveis contribuições para a formação de estudantes preparados para atuarem em uma sociedade altamente conectada e digital.
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JOSÉ DANILO DA CONCEIÇÃO SANTOS
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EVOLUÇÃO GEOMORFOLÓGICA DA PAISAGEM DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIACHO DO MEIO, AFLUENTE DO RIO IPANEMA, PESQUEIRA-PE
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Orientador : ANTONIO CARLOS DE BARROS CORREA
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MEMBROS DA BANCA :
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TELMA MENDES DA SILVA
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ANTONIO CARLOS DE BARROS CORREA
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DRIELLY NAAMMA FONSECA DA SILVA
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JULIO CESAR PAISANI
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Data: 29/02/2024
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A presente pesquisa buscou contribuir para compreensão do papel do rearranjo fluvial na produção e estocagem de sedimentos, assim como a função desempenhada pelos gatilhos climáticos quaternários no reafeiçoamento da paisagem e deposição de unidades de relevância morfoestratigráfica em ambientes fluviais e de encosta, sob um contexto tropical semiárido no Planalto da Borborema. A área de estudo correspondeu à Bacia Hidrográfica do Riacho do Meio, afluente do rio Ipanema, localizada entre os munícipios de Pesqueira-PE e Arcoverde-PE. A paisagem do alto curso das bacias fluviais da Borborema apresenta características fisiográficas particulares e complexas, sobretudo no que tange os processos pretéritos e vigentes que originaram modelados de agradação. A fim de compreender a organização fluvial e resgatar a evolução Quaternária desses setores, se fez necessário empreender uma análise multidisciplinar da paisagem física, com o emprego de diferentes abordagens metodológicas que forneceram dados de maior consistência empírica ao estudo. A pesquisa teve como objetivo geral compreender a evolução geomorfológica da paisagem da Bacia Hidrográfica do Riacho do Meio a partir da análise dos sedimentos colúvio-aluviais. Para alcançar o objetivo proposto, lançou-se mão dos seguintes procedimentos metodológicos: cálculo dos parâmetros morfométricos para identificação de desajustes na rede de drenagem, identificação das feições retilíneas do relevo e da rede de drenagem, mapeamento das unidades geomórficas com ênfase para as relações morfoestratigráficas dos depósitos, caracterização granulométrica e geoquímica dos materiais superficiais, assim como sua geocronologia pelo método da Luminescência Opticamente Estimulada do feldspato (LOE). As análises empreendidas resultaram em 10 registros geocronológicos com idades de 34.114 ± 2.124 anos AP, 16.304 ± 1.513 anos AP, 12.677 ± 689.00 anos AP, 3.279 ± 229.00 anos AP, 2.627 ± 149.00 anos AP, 1.286 ± 120.00, anos AP, 1.020 ± 33.00, 1.095 ± 80.00 anos, 880 ± 42.00 anos AP e 777 ± 44.00 anos AP. Os sedimentos apresentaram uma mistura de materiais em diversos graus de amadurecimento geoquímico. Foram identificadas anomalias de drenagem e desnivelamentos de blocos, constatando que os espaços de acumulação presentes na Bacia Hidrográfica do Riacho do Meio estão sob a influência da Zona de Cisalhamento Pernambuco e fraturamentos associados, assim como da dinâmica climática quaternária com eventos condicionadores da sedimentação colúvio-aluvial ocorrendo do penúltimo Interestadial (HS3) para o Último Máximo Glacial - UMG, durante o Último Máximo Glacial, na transição Pleistoceno/Holoceno e no Holoceno Superior.
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Este projeto busca contribuir para a compreensãodo papel desempenhado pelos gatilhos climáticos no reafeiçoamento da paisagem e deposição de unidades de relevância morfoestratigráfica em ambientes fluviais e de encosta, sob o contexto tropical semiárido do Planalto da Borborema. A área de estudo corresponde à Bacia Hidrográfica do Riacho do Meio, afluente do rio Ipanema, localizada entre os municípios de Pesqueira-PE e Arcoverde-PE. A paisagem do alto curso das bacias fluviais da Borborema apresenta características fisiográficas particulares que tornam complexa a compreensão de sua configuração, sobretudo quando se consideram os processos pretéritos e vigentes, que originam e transformam os modelados de agradação. A fim de resgatar a evolução quaternária desses setores, se faz necessário empreender uma análise multidisciplinar da paisagem física, a partir do emprego de diversas abordagens metodológicas que possam fornecer dados de maior consistência empírica ao estudo. Assim, a pesquisa em tela, tem por objetivo geral compreender a evolução geomorfológica da paisagem da Bacia do Riacho do Meio a partir da análise dos sedimentos colúvio-aluviais. Para atingir essa meta, o estudo lança dos seguintes objetivos específicos: mapear as unidades geomórficas a fim de identificar as formas de agradação decorrentes do rearranjo do Riacho do Meio, aplicar os parâmetros morfométricos e morfológicos para elucidação dos setores anômalos na bacia e na rede de drenagem e evidenciar o controle estrutural da área de estudo, reconhecer os graus de amadurecimento geoquímico e mineralógico dos sedimentos estocados no ambiente fluvial e de encosta, bem como estabelecer a proveniência de tais sedimentos e estabelecer uma base cronológica por meio da datação absoluta por Luminescência Opticamente Estimulada (LOE) do feldspato das unidades morfoestratigráficas reconhecidas em campo. Para alcançar os objetivos propostos, a presente pesquisa lança mão das seguintes metodologias: parâmetros morfométricos para identificação dos desajustes na rede de drenagem, parâmetro morfológico com o intuito de evidenciar as feições retilíneas do relevo e da rede de drenagem, mapeamento das unidades geomórficas para o estabelecimento das feições fluviais e análise morfoestratigráfica para caracterização granulométrica e geoquímica dos materiais superficiais, assim como sua geocronologia pelo método da LOE.
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THOMAZ AUGUSTO SOBRAL PINHO
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A FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE GEOGRAFIA PARA A INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL NA EDUCAÇÃO BÁSICA
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Orientador : PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
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MEMBROS DA BANCA :
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PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
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DAVID DE ABREU ALVES
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FLÁVIA GABRIELA DOMINGOS SILVA
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Data: 24/04/2024
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A presença de alunos com deficiência visual em classes comuns é uma demanda cada vez mais crescente na educação básica. Nesse contexto, ao se pensar em um ensino de Geografia que valoriza excessivamente o sentido da visão, suas abordagens fazem grande apelo a referências visuais, o que representa uma barreira para os educandos com deficiência visual, os quais, em face das suas restrições visuoespaciais, podem encontrar dificuldades na construção dos conhecimentos. Diante dessa realidade, como caminhos para a efetivação da inclusão escolar de alunos com a deficiência, é necessário promover o acesso, a permanência e a qualidade do ensino. Como fator relevante para estes dois últimos elementos, é essencial analisar a questão da formação inicial de professores, em vista das dificuldades encontradas por esses profissionais no exercício da sua prática. Partindo disso, a presente pesquisa tem como objetivo geral analisar como a inclusão escolar de alunos com deficiência visual está presente na formação inicial dos professores de Geografia, tanto na teoria, quanto na prática. Para isso, parte-se dos seguintes objetivos específicos: verificar, a partir de uma perspectiva histórica, o processo de formação docente no que diz respeito à inclusão escolar; discutir sobre os desafios e possibilidades para a formação de professores no contexto do ensino de Geografia para alunos com DV; analisar a presença da inclusão escolar na formação inicial de professores de Geografia, considerando os Projetos Pedagógicos de Curso (PPCs), as grades curriculares e as ementas de disciplinas obrigatórias e eletivas de cursos de Geografia Licenciatura de universidades públicas do Brasil; realizar uma discussão a partir das percepções de professores de Geografia (formados pela Universidade Federal de Pernambuco) e de graduandos de licenciatura dos períodos finais (na mesma instituição) sobre a formação inicial para a inclusão escolar; e promover um momento formativo com licenciandos em Geografia para entender, na prática, os desafios e apresentar caminhos que podem ser percorridas em sala de aula com os alunos com DV, a partir do uso da Cartografia Tátil. Para o desenvolvimento da pesquisa, realizou-se um levantamento documental e bibliográfico em documentos educacionais, legislações, artigos, livros, dissertações e teses que versam sobre educação inclusiva, Geografia escolar, formação de professores e Cartografia Tátil. Além disso, analisou-se documentos oficiais de 32 Instituições de Ensino Superior brasileiras que ofertam o curso de Licenciatura em Geografia, para se entender como os professores da disciplina estão sendo formados nessas universidades para a prática profissional no contexto da inclusão de alunos com deficiência visual. Ademais, foram aplicados questionários com professores e alunos de Geografia que possuíram ou possuem vínculo com a Universidade Federal de Pernambuco em duas etapas: a primeira, online, com professores formados e graduandos e a segunda com alunos do 6º semestre de graduação, através do estágio docência na disciplina Metodologias do Ensino de Geografia I. No processo de estágio, além do questionário aplicado, realizou-se uma aula prática sobre Cartografia Tátil, confeccionando mapas táteis juntamente aos licenciandos. Dessa forma, constatou-se as lacunas na formação inicial de professores de geografia, que chegam em sala de aula e se sentem inseguros e despreparados para a prática docente com alunos com deficiência visual, sobretudo diante da ausência de uma base teórico-metodológico sobre essa realidade. Essas lacunas podem ser preenchidas ao passo em que há a inserção, ao longo do processo de formação inicial desses professores, abordagens teóricas e práticas voltadas à educação inclusiva, preferencialmente por meio de disciplinas específicas.
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A presença de alunos com Deficiência Visual (DV) em classes comuns da educação básica é uma demanda cada vez mais frequente. No Brasil, o processo de escolarização dos sujeitos com a DV se torna expressivo nas últimas décadas do século XX, diante da atuação de movimentos sociais em prol dos direitos das Pessoas com Deficiência (PcD) e do surgimento de diversas legislações. Nisso, inicia-se um debate intenso sobre a educação inclusiva, sobretudo diante do aumento no número de matrículas de alunos com DV e outras necessidades educacionais específicas nos últimos anos. Em face desse crescimento, o que por um lado representa um importante marco histórico, por outro revela desafios encontrados pelos próprios educandos e que ainda vem sendo estabelecidos para os professores. No âmbito da educação inclusiva são destacados dois fatores-chave para a efetivação da inclusão: o acesso e a permanência. Como um dos princípios substanciais para a garantia da permanência dos indivíduos com DV no âmbito escolar, tem-se a necessidade de assegurar professores de ensino regular capacitados, conforme disposto no Art. 59 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a LDB. Nesse contexto, emerge a necessidade de atentar-se à formação dos professores, de modo que seja possível analisar como esses profissionais estão sendo preparados para a inclusão escolar e desenvolver, junto a eles, os saberes e práticas fundamentais para a efetivação da educação inclusiva. No que se refere à realidade do educando com DV, é de grande importância que as práticas metodológicas sejam adequadas às suas características resultantes das restrições visuoespaciais, ou seja, considerando os obstáculos encontrados no estabelecimento de relações com o espaço. Em face disso, uma vez que a Geografia possui como foco de estudo o espaço geográfico, grande parte dos seus componentes curriculares da educação básica está pautada no sentido da visão. Sendo assim, quando se considera a presença de alunos com a DV em sala de aula surgem incógnitas em torno da atuação docente e das possibilidades que são (ou deveriam ser) ofertadas para a construção de uma aprendizagem real e significativa para esses sujeitos. Partindo disso, o presente trabalho de qualificação traz resultados parciais da pesquisa de Mestrado, a qual tem como objetivo geral analisar como a inclusão escolar de alunos com DV está presente na formação inicial dos professores de Geografia, bem como trazer contribuições à formação e prática docente através de propostas metodológicas. Para isso, metodologicamente, a pesquisa envolve etapas de levantamento bibliográfico e análise de legislações sobre a educação inclusiva e formação de professores. Além disso, engloba, também, a análise de documentos de universidades públicas brasileiras com o intuito de avaliar a formação inicial de professores de Geografia em alguns cursos de Licenciatura. Por fim, focando no contexto da formação de professores de Geografia pela Universidade Federal de Pernambuco, a pesquisa propõe uma análise a partir da percepção de professores e licenciandos e uma contribuição na formação destes últimos, com a realização de prática em Cartografia Tátil no âmbito de atuação do Estágio Docência na graduação.
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DEYSE FERREIRA DA SILVA
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ANÁLISE DO POTENCIAL DE PERDA DE SOLO NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO GOITÁ–PE
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Orientador : OSVALDO GIRAO DA SILVA
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MEMBROS DA BANCA :
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ANTONIO JOSE TEIXEIRA GUERRA
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LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
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MANUELLA VIEIRA BARBOSA NETO
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OSVALDO GIRAO DA SILVA
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Data: 21/05/2024
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A erosão hídrica é um dos principais processos que leva à degradação do solo, sendo considerada um dos maiores problemas ambientais em escala global, causando diversos danos materiais e humanos. O objetivo desta pesquisa foi de avaliar a dinâmica da erosão a partir de uma análise do potencial de perda de solos na bacia hidrográfica do rio Goitá (BHRG) – PE. Com este propósito, foi utilizada a Equação Universal de Perda de Solos (EUPS), que integra os seguintes fatores: erosividade da chuva (R), erodibilidade do solo (K), fator topográfico (LS) e fator de uso e manejo do solo e práticas conservacionistas (CP), com a utilização de recursos de Geoprocessamento. No estudo foi constatado que o maior potencial de ocorrência de erosão está no médio e baixo curso da BHRG, com valores de perda de solo acima de 10 toneladas por hectare ao ano, apresentando uma condição de erosão muito problemática, totalizando 87,8% da área. Constatou-se que os valores anuais de erosividade da chuva variam de 5.128 MJ.mm/ha.h.ano a 9.173 MJ.mm/ha.h.ano, com classes de erosividade de média e alta respectivamente, afetando principalmente o baixo curso da bacia. O fator K possui potencial moderado à erosão, graças aos níveis de matéria orgânica. Aferiuse que 23,5% da área da bacia está com o potencial erosivo entre moderado e moderadamente forte, no que se relaciona a influência do fator topográfico (LS). O fator CP é um dos parâmetros da EUPS que possui maior influência no aumento do potencial de perdas de solos da BHRG, pois, 87,7% da área da BHRG possui alto potencial de perda de solo, indicando que a bacia necessita de planejamento quanto ao seu uso e manejo da terra, que vise sua melhor conservação. Nesse contexto, a ação antrópica coloca-se como um dos principais responsáveis pela degradação do solo da área, contribuindo para o aumento da erosão acelerada. Dentre os fatores da EUPS, o comprimento de rampa e a declividade do terreno (Fator topográfico), assim como, o uso e manejo do solo e práticas conservacionistas (Fator CP), possuem grande contribuição no aumento do valor da perda de solo anual da bacia. A utilização integrada da EUPS em ambiente SIG mostrou ser técnica eficiente para a representação espacial das perdas de solo e a identificação das áreas suscetíveis à erosão pluvial na área de estudo em tela, principalmente quando associada a trabalhos em campo.
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A erosão hídrica é um dos principais processos que leva à degradação do solo, sendo considerada um dos maiores problemas ambientais em escala global, causando diversos danos materiais e humanos. O objetivo desta pesquisa está sendo o de avaliar a dinâmica da erosão a partir de uma análise do potencial de perda de solos na bacia hidrográfica do rio Goitá (BHRG) – PE. Com este propósito, está sendo utilizada a Equação Universal de Perda de Solos – EUPS, que integra os seguintes fatores: erosividade da chuva (R), erodibilidade do solo (K), fator topográfico (LS) e fator de uso e manejo do solo e práticas conservacionistas (CP), com a utilização de recursos de Geoprocessamento. Até o momento constatou-se que os valores anuais de erosividade da chuva variam de 5.128 MJ.mm/ha.h.ano a 9.173MJ.mm/ha.h.ano, com classes de erosividade de média e alta respectivamente. Aferiu-se que 23,5% da área da bacia está com o potencial erosivo entre moderado e moderadamente forte, no que se relaciona a influência do fator topográfico (LS). O fator CP é um dos parâmetros da EUPS que possui maior influência no aumento do potencial de perdas de solos da bacia, pois, 87,7% da área da BHRG possui alto potencial de perda de solo, indicando que a bacia necessita de planejamento quanto ao uso e manejo do solo, que vise sua melhor conservação. Nesse contexto, a ação antrópica coloca-se como um dos principais responsáveis pela degradação do solo, contribuindo para o aumento da erosão acelerada. Até então é possível certificar que a utilização integrada da EUPS em ambiente SIG tem se mostrado uma técnica eficiente para a representação espacial das perdas de solo e à identificação das áreas suscetíveis à erosão pluvial na área de estudo em tela.
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GILBERTO CORREIA DOS SANTOS
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CENÁRIOS DE PERIGO A ESCORREGAMENTOS UTILIZANDO O MODELO REDE NEURAL ARTIFICIAL (RNA) NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO (RMSP-SP)
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Orientador : FABRIZIO DE LUIZ ROSITO LISTO
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MEMBROS DA BANCA :
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CARLOS DE OLIVEIRA BISPO
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FABRIZIO DE LUIZ ROSITO LISTO
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RODRIGO MIKOSZ GONCALVES
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Data: 14/06/2024
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Escorregamentos de terra podem caracterizar-se como eventos perigosos e causar danos sociais e econômicos. Nas últimas décadas, governos, municípios e instituições de pesquisas investiram recursos consideráveis na avaliação e na mitigação destes eventos. Assim, diferentes modelos matemáticos têm sido amplamente utilizados para avaliação de perigo, suscetibilidade e risco a estes processos em escala internacional. Desta maneira, o objetivo desta dissertação foi criar dois cenários de perigo a escorregamentos de terra na cidade de São Paulo (SP), utilizando as Redes Neurais Artificiais (RNA); modelo que se destaca na previsão destes processos devidos sua elevada precisão nos resultados. Para tanto, foram extraídos 16 parâmetros morfológicos e hidrológicos a partir do Modelo Digital do Terreno (MDT) Copernicus DEM, além das amostras de escorregamentos e não escorregamentos para serem utilizados como dados de entrada da RNA para a modelagem e elaboração do Cenário 1. A partir do resultado da análise de sensibilidade feita pela RNA, foi possível excluir aqueles parâmetros de menor relevância, este processo foi crucial para a modelagem e elaboração do Cenário 2. O mapa de ocorrências foi construído a partir dos dados tabulares fornecidos pela Defesa Civil – SP, de onde foram extraídos 433 pontos de ocorrências de escorregamentos na cidade de São Paulo ocorridas no ano de 2019. Para a validação destes processos, a Curva ROC foi utilizada para examinar a generalização e a precisão da previsão dos dois cenários. Como resultado, o Cenário 2 obteve a maior área sob a curva (AUC) com valor de 92,3%, seguido do Cenário 1 com 92,1%. Analisando os mapas, nota-se que os escorregamentos aconteceram, em sua maioria, em locais que possuem alta declividade, moradias autoconstruídas e com intensa urbanização. Tal combinação espacial de condições precárias e atividades antrópicas pode ser considerada uma contraindicação para a permanência de moradores nestas áreas. Espera-se que, a partir dos dados finais obtidos a partir das técnicas de Geoprocessamento e do uso do Modelo de Redes Neurais Artificiais (RNA), tenha-se uma análise mais apurada no que se refere às áreas mais perigosas a escorregamentos na cidade de São Paulo.
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O Estado de São Paulo possui 645 municípios, sendo que, deste total, 479 já foram atingidos por algum tipo de eventos geodinâmicos, nos quais, 1.430 acidentes tiveram causa comprovada a escorregamentos, afetando 971.849 pessoas. Em virtude da alta incidência de desastres naturais no país, foi promulgada a Lei Federal nº 12.608 em 10de abril de 2012 que visa estabelecer a PolíticaNacional de Proteção e Defesa Civil. Conforme esta legislação passa a ser dever da União, dos Estados e dos Municípios adotarem medidas necessárias para reduzir ou mitigar os riscos oriundos de desastres. O modelo Artificial Neural Network (ANN) ou Rede Neural Artificial (RNA) consiste em um modelo computacional composto por unidades de processamento ou neurônios, baseado em uma estrutura auto-organizada semelhante ao sistema neural biológico que se conecta umas às outras, utilizando o método de retropropagação. O objetivo geral deste trabalho é avaliar o perigo a escorregamentos a partir da aplicação do modelo Rede Neural Artificial (RNA) na cidade de SãoPaulo (RMSP). Especificamente, objetiva-se: caracterizar, espacialmente, as ocorrências de escorregamentos; elaborar três cenários de perigo e validar os cenários propostos. Para cumprir estes objetivos, serão realizados três cenários distintos de perigo por meio do modelo RNA a partir de parâmetros naturais e antrópicos, que serão validados por meio da sobreposição a um mapeamento de ocorrências de escorregamentos na forma de inventário. Espera-se, que, a partir dos dados finais advindos das técnicas de Geoprocessamento e do uso do Modelo de Redes Neurais Artificiais (RNA), tenha-se uma análise mais apurada no que se refere às áreas mais perigosas a escorregamentos de terra na cidade de São Paulo.
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KEILA MARIA BEZERRA DE LIMA FERREIRA
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MAPEAMENTO PARTICIPATIVO DE ÁREAS DE RISCO A INUNDAÇÃO DESDE OS ATINGIDOS: COMUNIDADE DE COQUEIRAL NO RIO TEJIPIÓ (RMR/PE)
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Orientador : FABRIZIO DE LUIZ ROSITO LISTO
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MEMBROS DA BANCA :
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CYNTHIA CARNEIRO DE ALBUQUERQUE SUASSUNA
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FABRIZIO DE LUIZ ROSITO LISTO
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NEISON CABRAL FERREIRA FREIRE
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Data: 03/07/2024
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Na bacia do rio Tejipió, localizada na Região Metropolitana de Recife (PE), composta pelos rios Tejipió, Jiquiá e Jordão, a urbanização inadequada resultou em uma impermeabilização do solo que intensifica os impactos associados aos eventos extremos, como alagamentos e inundações, assim como a segregação socioespacial resultou em moradias e populações mais expostas e vulneráveis. O mapeamento de risco como ferramenta de gestão de risco têm se apoiado no geral em indicadores físicos e construtivos das áreas de estudo a partir de uma leitura técnica de especialistas, sem considerar de forma relevante a percepção e conhecimento da população exposta e muitas vezes já atingida pelos eventos extremos. O objetivo desta pesquisa, portanto, é avaliar o risco de inundação a partir da perspectiva da população afetada na bacia hidrográfica do rio Tejipió, situada na Região Metropolitana do Recife (PE).Para alcançar este objetivo, adotou-se, para coleta de dados, uma metodologia quanti-qualitativa, exploratória e participativa em 3 etapas. Primeiro, a delimitação da área de estudo, a comunidade de Coqueiral, seguida pela setorização e classificação de risco a partir das metodologias existentes e consolidadas no campo. Segundo, a identificação dos atoreschave, por segmentos, sendo representantes do poder público, de lideranças locais, de organizações não governamentais, de equipamentos sociais, de grupos voluntários e dos moradores. Terceiro, contatar e sensibilizar esses segmentos para organizar reuniões com grupos focais e aplicar questionários semiabertos na área de estudo delimitada. Destaca-se nos resultados do mapeamento participativo realizado com o grupo focal que foram identificados vários problemas na comunidade, com especial ênfase na ausência de infraestrutura adequada. Além disso, as habitações, que não atendem ao direito à moradia, estão localizadas nas margens do rio, aumentando a vulnerabilidade desta comunidade. Durante a aplicação do questionário "in loco", observou-se que a população classificou o risco como alto ou muito alto na sua maioria. Enquanto no primeiro mapa os pontos negativos foram evidenciados, no mapa participativo, constataram-se os problemas relacionados à ausência de políticas públicas para melhorar a qualidade de vida dessa população vulnerável. Diante disso, foi possível constatar que a participação ativa é fundamental para fortalecer o protagonismo e o desenvolvimento com vistas à redução dos riscos. O mapeamento participativo e o engajamento social são ferramentas essenciais para o sistema de atuação e para dar visibilidade às populações de áreas vulneráveis, aumentando o potencial do capital social na redução do risco e dos desastres.
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Este trabalho permite caminhar, no âmbito da política de defesa civil, baseado na redução do risco e desastre, fazer uma leitura da percepção de risco da população local a partir das capacidades e organização comunitária, que permitam o protagonismo das comunidades na leitura do espaço, no sistema institucional de governança aplicado, identificando a integração das características físicas e antrópicas nos estudos dos mapas afetivos, que contribuem para o planejamento estratégico das cidades sobre o olhar da comunidade no processo. O objetivo geral desta pesquisa é propor o mapeamento participativo das áreas de riscos a inundação, no contexto da Política Nacional de Proteção e Defesa Civil, no município de Recife-PE. Especificamente, objetiva-se: a) Avaliar o processo de inundação na área tipo,dialogando com a política de proteção nacional edefesa civil e suas políticas públicas complementares; b) Analisar a ocupação da terra e seu histórico,como fator principal de impacto socioambiental parao processo de inundação; c) Selecionar área-tipo representativa no município de Recife; d) Identificar o grau de risco por meio daabordagem participativa. O estudo pretende aplicar um mapeamento participativo, esta metodologia é baseada na cartografia social e do mapeamento técnico do IPT-SP, com a setorização do risco, nos processos de inundações na Bacia do Rio Tejipió, na cidade do Recife-PE.
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ALLYSON WESLEY GONÇALVES CARNEIRO
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TECNOLOGIA ASSISTIVA PARA O ENSINO DE GEOGRAFIA: A TÉCNICA DE AUDIODESCRIÇÃO E A APROPRIAÇÃO DE SIGNOS IMAGÉTICOS
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Orientador : PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
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MEMBROS DA BANCA :
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JOANA MARIA LUCENA DE ARAUJO
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KEILHA CORREIA DA SILVEIRA
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PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
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Data: 05/07/2024
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A essência deste trabalho é buscar compreender com objetividade sobre os sistemas que promovem inclusão através da educação, mais especificamente para compreensão da técnica, tecnologia e recursos assistivos através da Audiodescrição. Para esse fim, o conteúdo que terá maior destaque será a inclusão através de recursos pedagógicos por meio de imagens, essa ação impulsiona o movimento que contribui para apropriação de conhecimento dos indivíduos envolvidos. Esse estudo tem como objetivo reconhecer a importância dos procedimentos adotados para desenvolver maior significação para pessoas com deficiência que buscam espaços de ensino. Conquanto, a abordagem utilizada nessa pesquisa para alcance desse objetivo se dará através do ensino de Geografia. Essa disciplina, no que diz respeito a compreensão de imagens, é muito importante, pois, sua contribuição para auxiliar na compreensão da realidade é essencial para os indivíduos em formação. A proposta dessa pesquisa é destacar a importância da tecnologia assistiva através de procedimentos pedagógicos que contribuam para maior apropriação de imagens por pessoas com deficiência visual. Dessa maneira, entende-se que a inclusão por meio de recursos assistivos necessita de maior destaque nas escolas. Para melhoria desse cenário, esse trabalho destaca a inclusão de técnicas de ensino de Geografia por meio de tecnologia assistiva, de maneira lúdica e prática, e que podem contribuir para a formação de professores que trabalham na educação básica, entendendo que esses agentes são os facilitadores e peça fundamental para a ampliação do movimento inclusivo.
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Mostrar Abstract
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A essência deste trabalho é buscar compreender com objetividade sobre os sistemas que promovem inclusão através da educação, mais especificamente para compreensão da técnica, tecnologia e seus recursos assistivos. Para esse fim, o conteúdo que terá maior destaque será a inclusão e o assistencialismo. Existe o desejo de que essa pesquisa possa envolver as dinâmicas pedagógicas do ensino de Geografia, no que diz respeito a compreensão das imagens para a realidade de pessoas com deficiência visual. Entende-se que o assistencialismo nas escolas por meio de ações didáticas com auxilio da tecnologia assistiva possa fortalecer o movimento inclusivo. Para isso, esse conteúdo evidencia a audiodescrição como um recurso que auxilia no desempenho das atividades em chão de sala. Destarte, o sucesso desta pesquisa envolve agentes que trabalham na educação básica. A formação de professores é o caminho para apresentação de uma parte prática da metodológica, pois, esses agentes são os facilitadores e peça fundamental para a ampliação do movimento inclusivo.
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THIAGO BRENO DE MEDEIROS CARMO
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TRAJETÓRIAS FORMATIVAS NO ENSINO SUPERIOR NO CENÁRIO DA COVID-19: ENTRE ADAPTAÇÕES E POSSÍVEIS LEGADOS NO CURSO DE GEOGRAFIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
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Orientador : FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
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MEMBROS DA BANCA :
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FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
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NATÁLIA LAMPERT BATISTA
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PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
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Data: 19/07/2024
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O presente estudo investiga como a pandemia da COVID-19 impactou a formação de novos professores de Geografia no Departamento de Ciências Geográficas (DCG) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no período de Ensino Remoto Emergencial (ERE) compreendido entre 2020-2021. O objetivo dessa pesquisa é buscar mapear os percursos da excepcionalidade das ações institucionais e discentes ligados ao DCG da UFPE no referido espaço de tempo. O método da dissertação será pesquisa documental e bibliográfica dialogando, especialmente sobre a COVID-19, formação de professores, tecnologias da informação e comunicação (TCI), além de outros temas relacionados. Está será uma pesquisa descritiva que utilizara como técnica de coleta de dados a aplicação de questionário eletrônico composto por inquirições estruturadas e semiestruturadas aos grupos discentes anteriormente citados. A abordagem dos resultados obtidos será quali-quantitativa. Espera-se por meio desses procedimentos construir resultados capazes de refletir os contextos de restrições sanitárias, a abrupta virtualização emergencial do ensino universitário e garantias de oferta de ensino de qualidade, inclusivo e acessível no citado período atípico.
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O presente estudo investiga como a pandemia da Covid-19 impactou a formação de novos professores de Geografia no Departamento de Ciências Geográficas (DCG) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no período de Ensino Remoto Emergencial (ERE) compreendido entre 2020-2021. O objetivo dessa pesquisa é buscar mapear os percursos da excepcionalidade das ações institucionais e discentes ligados ao DCG da UFPE no referido espaço de tempo. O método da dissertação será pesquisa documental e bibliográfica dialogando, especialmente sobre a Covid-19, formação de professores, tecnologias da informação e comunicação (TIC), além de outros temas relacionados. Está será uma pesquisa descritiva que utilizara como técnica de coleta de dados a aplicação de questionário eletrônico composto por inquirições estruturadas e semiestruturadas aos grupos discentes anteriormente citados. A abordagem dos resultados obtidos será quali-quanti. Se espera por meio desses procedimentos construir resultados capazes de refletir os contextos de restrições sanitárias, a abrupta virtualização emergencial do ensino universitário e garantias de oferta de ensino de qualidade, inclusivo e acessível no citado período atípico.
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NATÁLIA KAROLINE CÂNDIDO SALVADOR
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O USO DE JOGOS COMO RECURSO DIDÁTICO PARA O ESTUDO DO CONCEITO DE PAISAGEM
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Orientador : PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
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MEMBROS DA BANCA :
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DANIEL MALLMANN VALLERIUS
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PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
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TEREZA SANDRA LOIOLA VASCONCELOS
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Data: 01/08/2024
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Ao longo da história da humanidade, o jogo tem desempenhado um papel fundamental na vida humana, pois está presente desde a infância até mesmo a vida adulta, transcendendo barreiras culturais e sociais, e desempenhando funções que vão além do entretenimento. Diante disso, a introdução dos jogos didáticos no ensino de Geografia, com ênfase no conceito de paisagem, representa uma abordagem inovadora e ativa para explorar a complexidade do espaço geográfico. Esta pesquisa discute o desenvolvimento e o uso dos jogos didáticos no processo de ensino e aprendizagem em Geografia, centrado nos estudos do conceito de paisagem. No que diz respeito ao percurso metodológico, esta pesquisa se baseia em uma pesquisa-ação e de cunho exploratório e para o cruzamento das informações coletadas, a pesquisa se enquadrou na análise de conteúdo. Os procedimentos metodológicos incluem levantamento documental e bibliográfico. O campo de estudo selecionado para a pesquisa é o Colégio Evoluir Júnior, localizado no bairro do Janga, no município de Paulista – PE, a turma escolhida para análise da pesquisa foram as turmas de 6º (sexto) manhã e tarde, com um total de 37 (trinta e sete) estudantes. As análises revelaram que a experiência dos(as) estudantes com jogos didáticos revelou-se muito significativa no processo de ensino e aprendizagem, destacando a importância do desenvolvimento de uma consciência crítica em relação às mudanças em seu ambiente e auxiliando na compreensão do conceito de paisagem. Essa vivência confirma a relevância de abordagens pedagógicas inovadoras para fomentar uma compreensão mais abrangente do conceito de paisagem e das transformações dela, além de capacitar os(as) discentes sujeitos ativos na construção do seu conhecimento e formando cidadãos mais conscientes e engajados com o meio em que vivem.
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No mundo globalizado e tecnológico em que vivemos, o excesso do uso de eletrônicos e a dependência deles, vem apresentando algumas dificuldades e desafios no âmbito escolar. Com base nisso, é importante discutir novos métodos de ensino para serem utilizados nas aulas da Geografia, tendo como objetivo buscar uma aprendizagem mais ativa e significativa. Assim, a pesquisa pretende desenvolver análise sobre as percepções dos professores de Geografia do Ensino Fundamental (anos finais) das escolas públicas situadas no município de Recife, sobre o estudo dos conceitos de lugar e paisagem por meio do uso dos jogos didáticos. Diante da complexidade do objeto, a pesquisa de cunho qualitativo, por explorar as falas e experiências em sala de aula dos participes, foi a melhor escolha para o desenvolver dessa discussão, pois busca entender as práticas e discursos desses docentes sobre suas vivências. Para um desenvolvimento preciso da pesquisa, será necessário um levantamento bibliográfico acerca do tema proposto, além disso, será feita uma análise nos documentos oficiais, tais como o Currículo de Pernambuco (PERNAMBUCO, 2018) e Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017). Para coleta de dados, optou-se no trabalho pela realização de entrevistas semiestruturadas com os professores de Geografia da educação básica, tendo como critério as escolas com os melhores Índices de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) de Recife, por Região Política Administrativa (RPA) do Recife, sendo selecionadas as seguintes RPA’s: RPA1 (Centro), RPA3 (Nordeste) e RPA4 (Oeste). Para mais, a Geografia permite, por meio de seus conceitos geográficos, realizar uma leitura do espaço vivido, já que é uma ciência que estuda o social, cultural, político e o físico, abordando suas transformações no meio, onde os processos sociais se desenvolvem. E os jogos didáticos têm um papel fundamental na contribuição do aprendizado de jovens, como fonte que enriquece, dinamiza e consolida um entendimento mais amplo de mundo. Diante do exposto, é importante analisar os desafios enfrentados pelos professores de Geografia ao desenvolver jogos didáticos em ambientes de aprendizagem físico e virtual, analisando as problemáticas em sala de aula, a partir do grau de relevância dado pelo docente ao uso dos jogos didáticos no processo de ensino-aprendizagem. Pois, acredita-se que o estudo dessa pesquisa poderá colaborar para alcançar resultados importantes no sentido de aprimorar a qualidade do ensino de Geografia, buscando novas ferramentas de apoio ao processo de ensino-aprendizagem.
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ELZA KELLI PEQUENO NAZARETH MOTA
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ANÁLISE E ZONEAMENTO DA OCORRÊNCIA DE RADIOATIVIDADE NATURAL DENTRO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
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Orientador : HELENA PAULA DE BARROS SILVA
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MEMBROS DA BANCA :
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ANTONIO MARCOS DOS SANTOS
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HELENA PAULA DE BARROS SILVA
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LUCIANA RACHEL COUTINHO PARENTE
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Data: 14/08/2024
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A radiação natural é um fenômeno ambiental que envolve a liberação de partículas subatômicas e ondas eletromagnéticas por elementos radioativos encontrados na crosta terrestre, presentes no ambiente, como o sol, rochas, solo e até os mesmos alimentos. Essa ocorrência é uma fonte frequente de exposição à radiação para os seres humanos e consiste principalmente em três tipos de radiação: alfa (α), beta (β) e gama (γ). A exposição à radiação ocorre principalmente por irradiação externa e interna, resultante da emissão de radiação gama durante o processo de decaimento radioativo desses elementos, a exposição pode ter implicações na saúde humana, dependendo da exposição e dos níveis de radiação. O presente trabalho aborda a presença da radiação natural no estado de Pernambuco, proveniente de fontes naturais presentes no ambiente. A partir do levantamento bibliográfico realizado utilizando a metodologia PRISMA para realizar uma revisão sistemática e metaanálise dos trabalhos publicados sobre a ocorrência da radioatividade natural em Pernambuco, a partir disso, identificam-se áreas anômalas, como Pedra, Venturosa, Petrolina, Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca, Olinda e Recife, onde são identificadas concentrações significativas de elementos radioativos, como urânio, tório e potássio em diferentes tipos de amostras, como solo, sedimentos, água e lodo. Por fim, se destaca a importância da aplicação rigorosa de diretrizes e limites estabelecidos por organizações internacionais de saúde e segurança para garantir a proteção da saúde pública e a minimização dos riscos associados à exposição à radiação. As análises realizadas nas diferentes áreas de Pernambuco indicam a presença de radioatividade natural, com variações nas concentrações de radionuclídeos em diferentes regiões, influenciando os níveis de radiação de fundo em cada localidade.
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A radiação natural é um fenômeno ambiental que envolve a liberação de partículas subatômicas e ondas eletromagnéticas por elementos radioativos encontrados na crosta terrestre, presentes no ambiente, como o sol, rochas, solo e até os mesmos alimentos. Essa ocorrência é uma fonte frequente de exposição à radiação para os seres humanos e consiste principalmente em três tipos de radiação: alfa (α), beta (β) e gama (γ). A exposição à radiação ocorre principalmente por irradiação externa e interna, resultante da emissão de radiação gama durante o processo de decaimento radioativo desses elementos, a exposição pode ter implicações na saúde humana, dependendo da exposição e dos níveis de radiação. O presente trabalho aborda a presença da radiação natural no estado de Pernambuco, proveniente de fontes naturais presentes no ambiente. A partir do levantamento bibliográfico realizado utilizando a metodologia PRISMA para realizar uma revisão sistemática e meta-análise dos trabalhos publicados sobre a ocorrência da radioatividade natural em Pernambuco, a partir disso, identificam-se áreas anômalas, como Pedra, Venturosa, Petrolina, Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca, Olinda e Recife, onde são identificadas concentrações significativas deelementos radioativos, como urânio, tório e potássio em diferentes tipos de amostras, como solo, sedimentos, água e lodo. Por fim, se destaca a importância da aplicação rigorosa de diretrizes e limites estabelecidos por organizações internacionais de saúde e segurança para garantir a proteção da saúde pública e a minimização dos riscos associados à exposição à radiação. As análises realizadas nas diferentes áreas de Pernambuco indicam a presença de radioatividade natural, com variações nas concentrações de radionuclídeos em diferentes regiões, influenciando os níveis de radiação de fundo em cada localidade.
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IZABELLY VICTORIA ALVES DE OLIVEIRA
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RELAÇÃO ENTRE O USO DA TERRA E A SUSCETIBILIDADE AMBIENTAL NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO JABOATÃO – PE
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Orientador : EUGENIA CRISTINA GONCALVES PEREIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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CLAUDIO JORGE MOURA DE CASTILHO
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EUGENIA CRISTINA GONCALVES PEREIRA
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SARA FERNANDES FLOR DE SOUZA
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Data: 15/08/2024
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A expansão do espaço geográfico global tem induzido mudanças marcantes nos padrões de uso e cobertura da terra, tornando-se um dos principais catalisadores do desequilíbrio ambiental. A bacia hidrográfica do rio Jaboatão - PE, destaca-se pela intensa urbanização e desenvolvimento econômico acelerado, provocando alterações substanciais no uso e cobertura da terra, agravando problemas ambientais e socioeconômicos, como enchentes, e erosão. Este estudo teve por objetivo compreender as mudanças ocorridas no uso e cobertura da terra da bacia hidrográfica do rio Jaboatão - PE, num período de 36 anos, e analisar riscos erosivos associados. Foi avaliada a suscetibilidade à perda de solo com base em atributos como geologia, declividade, pedologia, clima e uso e cobertura da terra, e utilizaram-se técnicas de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto. Aplicou-se a análise hierárquica de processos (AHP) para ponderar esses fatores, e álgebra de mapas usada para criar cenários espaçotemporais de suscetibilidade erosiva. Entre 1986 e 2022, observou-se uma redução expressiva da cobertura vegetal na bacia, acompanhada pelo aumento da área urbana. A combinação de intensidade pluviométrica elevada, remoção contínua da cobertura vegetal e características do solo, especialmente os Argissolos, resultaram em níveis altos de suscetibilidade erosiva, classificando a área como Moderadamente Estável a Moderadamente Suscetível. Destaca-se que a perda crescente da cobertura vegetal tem contribuído significativamente para o aumento da suscetibilidade erosiva. Conclui-se que, são necessárias medidas mitigadoras e ações educativas para conscientizar a população sobre questões ambientais.
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A perda de cobertura vegetal é um dos principais agentes catalizadores do desequilíbrio ambiental, que se manifesta em forma de enchentes, assoreamento, erosão, entre outros eventos ambientais que podem causar impactos e perdas socioeconômicas. O presente estudo tem por objetivo realizar uma análise espaço-temporal da cobertura vegetal da bacia hidrográfica do rio Jaboatão – PE, num período de 36 anos (1986 – 2022), buscando detectar mudanças ocorridas na cobertura do solo no período estudado, bem como, analisar como os riscos erosivos estão associados ao desflorestamento da bacia. Para análise das mudanças na cobertura vegetal foi aplicado o Indice de Vegetação por diferença normalizada – NDVI, com o uso de técnicas de geoprocessamento e Sensoriamento Remoto. Foi aplicado um mapeamento para análise da suscetibilidade natural à perda de solo, a partir do estudo dos seguintes atributos da paisagem: geologia, declividade, pedologia, clima e cobertura vegetal. Será realizada uma comparação estatística através do método AHP (Análise Hierárquica de Processos) para análise do peso dos condicionantes da paisagem utilizados. Com a aplicação de uma álgebra de mapas serão elaborados mapaspara avaliação espaço-temporal da suscetibilidade erosiva da área de estudo. Comoresultados parciais, foi identificado que no período que compreende os anos de 1986 a 2022 acobertura vegetal na área da bacia hidrográfica do rio Jaboatão - PE teve uma diminuição expressiva na classe de esparsa a densa, e um crescimento na vegetação de rala a esparsa. Foi encontrado que os fatores como a alta intensidade pluviométrica, a forte antropização do meio, a constante retirada da cobertura vegetal, declividades que variam de moderadamente ondulado a ondulado, e a presença marcante de solos do tipo Argissolos, fazem com que a maior parte da bacia apresente valores consideráveis de suscetibilidade erosiva, valores estes que no contexto da mesma variam em sua maioria de 1,4 a 2,3, o que faz com que esteja inserida nas classes erosivas, considerada de Moderadamente Estável à Moderadamente Suscetível. Dessa forma, já foi possível identificar que a perda crescente da cobertura vegetal tem contribuído para aumentar suscetibilidade erosiva no contexto da bacia, onde se faz necessário a aplicação de medidas mitigadoras para os problemas, bem como, ações que busquem desenvolver uma consciência ambiental na população.
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JONAS GUIMARÃES DE SANTANA
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HISTORIOGRAFIA DA ESTABILIDADE NA GEOMORFOLOGIA: APLICABILIDADE DO CONCEITO E NOVAS ABORDAGENS
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Orientador : LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
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MEMBROS DA BANCA :
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ANDRÉ DE OLIVEIRA SOUZA
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LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
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RODRIGO DUTRA GOMES
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Data: 15/08/2024
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O presente trabalho traz consigo a noção de estabilidade na geomorfologia, conectando-a com o pensamento filosófico, artístico e científico. A noção de estabilidade ocidental nasce com os gregos, através da noção de forma, que percorre até o século XIX, possuindo vários significados. A compreensão da geomorfologia e da geografia física está atrelada à noção de estabilidade, permitindo refletir sobre o discurso epistemológico e científico, repercutindo nas diversas manifestações da natureza. Desse modo, a geografia física, em especial a geomorfologia, pôde elaborar suas metodologias, a fim de compreender os processos naturais e sua vinculação com os aspectos antrópicos. Através da noção de equilíbrio e relevo, foi possível repensar a noção de estabilidade, conectando com os diversos elementos que compõe o sistema ambiental. A contribuição da noção de estabilidade para a geomorfologia terá repercussões no âmbito teórico e no planejamento ambiental e urbano das cidades. Essas discussões permitem a reflexão do conhecimento geográfico e sua aplicabilidade.
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O presente trabalho versará sobre a noção de estabilidade na geografia física, elencando a sua importância para a compreensão teórica e prática desta ciência. Para entendermos a noção de estabilidade na geografia física é preciso correlacionar com a ideia de forma, que possui neste contexto dois significados. Assim a forma eîdos representa uma linha platônica, designado o conhecimento estável, sem intermédio do mundo sensível. Enquanto isso, a forma morphé de cunho Aristotélico representa um conhecimento que vem do mundo físico. A forma é um duplo, e é por isso que duas correntes filosóficas vão surgir e se digladiar, o racionalismo e o empirismo. Kant tenta superar essa dicotomia, pois o conhecimento para ele é a junção da razão com a sensibilidade. Influenciados por Platão e Kant, Goethe e Humboldt sistematizou as formas por meio da geografia física, através da morfologia. Em meados século XIX a ideia de uniformitarismo forneceu bases teóricas para pensar a geomorfologia. Esta ideia baseia-se em processos estáveis no espaço e no tempo, sendo cíclicos e, portanto, podem ser estudados historicamente. Por outro lado, a ideia de equilíbrio dinâmico vai seguir o caminho oposto. São os processos (climáticos e tectônicos) que dão forma e características ao modelado do relevo. A ideia de equilíbrio será correlacionada com a noção de estabilidade, percorrendo diversos autores que tratam sobre o assunto. Neste trabalho a estabilidade será analisada por meio do padrão pluviométrico e a suscetibilidade de inundação e alagamentos do município de Jaboatão dos Guararapes-PE. Estando conectado ao conceito de Unidades ecodinâmicas instáveis, associado ao crescimento urbano em áreas úmidas. Tais condicionantes afetam de maneira particular a comunidade de Vila Palmares localizada no bairro de Muribeca dos Guararapes, regional 4 Muribeca, Jaboatão dos Guararapes. Esta comunidade passou por uma reconfiguração da paisagem, atrelada ao desemprego e a vulnerabilidade socioambiental. Isso fez com que as áreas agrícolas(cana-de-açúcar) se tornassem áreas de risco (inundação e movimento de massa) devido as ocupações irregulares. Por esse motivo, fez-se necessário o mapeamento das áreas de risco da comunidade, correlacionando com o conceito de sensitividade da paisagem, haja vista que a estabilidade do ambiente está mais sensível aos impactos naturais e antrópicos.
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EWERTON MAURICIO DOS SANTOS
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A GEOGRAFIA ISSO SERVE, EM SEGUNDO LUGAR, PARA FAZER VÍDEOGAMES: GEOGRAFICIDADES EM ‘GHOST OF TSUSHIMA’
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Orientador : ANA CRISTINA DE ALMEIDA FERNANDES
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA CRISTINA DE ALMEIDA FERNANDES
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CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
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CARLOS EDUARDO FALCÃO LUNA
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Data: 19/08/2024
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Em um movimento ascendente desde seus primórdios por volta da década de 70, os videogames e jogos eletrônicos vem tomando parcelas crescentes no mercado mundial. Seu desenvolvimento ora paralelo e ora tangente a outras tecnologias criou um sistema de objetos pelo qual é possível uma interação complexa a níveis sociais, psicológicos, afetivos e cognitivos. ‘Ghost of Tsushima’ não só demonstra esse incrível e vertiginoso momento dos videogames, como também é testemunho de movimentos histórico-materiais que lhe contextualizam e dão razão para a sua existência. Um ‘barulho’ na mídia especializada sopra suas aspirações geográficas. A partir disto nos perguntamos: como ‘Ghost of Tsushima’ mobiliza categorias geográficas em sua gameplay? Essa pergunta é basilar para o objetivo central desta pesquisa ao qual se debruça em analisar como ‘Ghost of Tsushima’ mobiliza categorias geográficas na sua produção. Por sua vez, ele manifesta o surgimento dos objetivos específicos: 1) Construir contribuições de leitura geográfica da história e do mercado de videogames no mundo;v2) Discutir as geograficidades em experiências nos jogos “Triple A”; 3) Jogar ‘Ghost of Tsushima’ e vivenciar as mobilizações geográficas feitas na gameplay. Desta forma, apresentamos uma pesquisa que se utilizou de uma revisão bibliográfica a respeito de alguns conceitos geográficos, como a geograficidade, ciberespaço, ao mesmo tempo em que se debruçou nas contribuições de leituras históricas das situações e desenvolvimento do mercado de videogames no mundo. Utilizamos de igual proporção a ação do ‘jogar’ enquanto método investigativo e diante dela uma leitura crítica e geograficamente orientada. O resultado desta pesquisa implica em observar como o jogo ‘Ghost of Tsushima’ mobiliza categorias geográficas e como ele pertence a um contexto geopolítico de produção.
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Esta pesquisa visa investigar as formas de organização e enfrentamento aos ataques a pessoas LGBT+ no período ‘bolsonarista’, advindos da emergência das pautas da extrema direita no Brasil. Com a emergência de um ‘Kit Gay’ e da ‘Ideologia de gênero’ nas escolas, buscamos neste lugar, como professores gays tem se movimentado com essa perseguição. É através da elaboração teórica da crítica do valor marxista, por Roswitha Scholz, que propomos uma relação intrínseca, dialética e constitutiva, dentre essas perseguições e a dinâmica própria capitalista. Tratando de uma hierarquização de gênero constitutiva da produção de mercadorias, manifesta nas relações materiais de produção e reprodução social, as tecnologias para o ordenamento dessa estrutura, que é material, cultural-simbólica e psicossocial, se manifesta no espaço geográfico quando produz território enquanto tecnologia de poder. Compreender o movimento espaço-histórico que reitera e recrudesce o capitalismo, é não se findarem uma crítica de reforma cultural, compreendendo o caráter histórico da produção do ‘território’ e pensar em um alicerce de unificação das pautas para um outro fazer existencial e político.
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VICTOR LEONARDO BOTELHO SILVA
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UNIDADES DE PAISAGEM DO ARQUIPÉLAGO DE FERNANDO DE NORONHA, PERNAMBUCO
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Orientador : LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
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MEMBROS DA BANCA :
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CHRISTIANNE FARIAS DA FONSECA
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DANIEL RODRIGUES DE LIRA
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LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
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Data: 20/08/2024
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O arquipélago de Fernando de Noronha é uma formação vulcânica isolada do Atlântico Sul, formada por um conjunto de 21 ilhas, ilhotas ou rochedos, numa área total de 26 km². Essa área concentra ecossistemas únicos e dotados de grande valor para conservação da biodiversidade brasileira, razão pela qual seu território é amplamente protegido pela legislação ambiental. Diante da ausência de uma cartografia de síntese abrangente do arquipélago e, levando em consideração a importância de suas áreas protegidas e a fragilidade de seus ecossistemas, o objetivo central deste trabalho foi compreender a estrutura da paisagem e suas inter-relações no arquipélago de Fernando de Noronha. Para tanto, foi necessário realizar uma ampla revisão teórico-metodológica acerca das obras de referência sobre o contexto ambiental de suas paisagens. Durante o mapeamento, procedeu-se uma abordagem de aproximação (downscaling), definindo unidades de maior dimensão para as de menores dimensões por meio da utilização de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) e vistorias realizadas em campo, considerando os critérios de formas de relevo e cobertura superficial. Por final, foram categorizadas 22 unidades de paisagem que ajudam a entender o funcionamento local da paisagem e suas demandas de conservação. A metodologia empregada para Cartografia de Paisagens em ilhas oceânicas demonstrou uma diversidade de ambientes significativa, mesmo em áreas pequenas, como no caso do arquipélago de Fernando de Noronha.
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O arquipélago de Fernando de Noronha é uma formação vulcânica isolada do Atlântico Sul, formada por um conjunto de 21 ilhas, ilhotas ou rochedos, numa área total de 26 km². Essa área concentra ecossistemas únicos e dotados de grande valor para conservação da biodiversidade brasileira, razão pela qual seu território é amplamente protegido pela legislação ambiental. O que impera hoje, em termos de uso da terra, é a atenção para comportar a estrutura do turismo e seus impactos ambientais inerentes à atividade, que se tornou nos últimos anos a principal atividade econômica dessa localidade. Uma alternativa que pode ser relevante para auxiliar na gestão de suas Unidades de Conservação é um mapeamento integrado das características ambientais do arquipélago. Essa prática pode ser capaz de identificar as áreas prioritárias para a conservação, como também detalhar de forma sintética o quadro ambiental dessa área e suas relações espaciais. A atenção desse trabalho, portanto, tem como objetivo e produto principal a realização de um mapeamento integrado das características ambientais das Unidades de Conservação sob administração do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) do arquipélago de Fernando de Noronha com a finalidade de auxiliar na gestão ambiental do turismo na área.
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NAYANE CAMILA SILVA CAVALCANTI
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PAISAGEM E ENSINO DE GEOGRAFIA: UM ESTUDO SOBRE AS RELAÇÕES TEÓRICO-PRÁTICAS NAS ESCOLAS PÚBLICAS DO RECIFE-PE
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Orientador : PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
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MEMBROS DA BANCA :
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KARLA ANNYELLY TEIXEIRA DE OLIVEIRA
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PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
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WELLINGTON ALVES ARAGAO
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Data: 20/08/2024
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A experiência que os docentes constroem no chão da escola é tão importante, para a sua prática profissional, quanto os saberes que aprendem na Universidade ou que lhes são recomendados pelo Estado. Este trabalho investiga os saberes experienciais dos professores de Geografia da rede pública de ensino no Grande Recife. O objetivo geral é compreender como se mobilizam os saberes docentes dos professores de Geografia no ensino fundamental 2. Para tanto, o conceito de paisagem é utilizado como fio condutor desta investigação. Foram aplicadas entrevistas semi-estruturadas com cinco docentes de diferentes escolas públicas da rede estadual localizadas na Região Metropolitana do Recife. Os resultados foram interpretados à luz da análise do conteúdo, com vistas a inferir categorias que permitissem tecer similaridades e divergências na prática profissional dos sujeitos pesquisados. Os principais resultados sugerem um papel significativo dos saberes experienciais na mobilização dos problemas didático-pedagógicos. Não obstante, esses saberes possuem uma estreita dependência dos saberes profissionais, disciplinares e curriculares. Nesse sentido, é fundamental que a formação inicial e continuada estejam preocupadas em articular os diferentes saberes, relacionando teoria e prática.
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Esta dissertação se pauta no interesse investigativo de compreender os saberes docentes dos professores de Geografia da educação básica. O objetivo central desta pesquisa é compreender o saber docente sobre a paisagem, tendo como caso, a realidade dos professores de Geografia da educação básica em escolas públicas do Grande Recife. Para tanto, baseando-se no método dialetico, foram realizadas pesquisas bibliográficas e documentais abrangendo o conceito de paisagem na literatura geográfica e sua ocorrência nos documentos curriculares oficiais do Brasil e do Estado de Pernambuco. Além disso, foram selecionadas nove escolas da rede pública estadual para a realização de entrevistas com os professores responsáveis pela disciplina de Geografia. As escolas foram distribuídas de modo a abranger os diferentes setores administrativos da Gererência Regional de Educação no Grande Recife. Em campo, os professores foram questionados a respeito de sua formação inicial e prática docente, com foco no conceito de paisagem.
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JEFFERSON HENRIQUE DE OLIVEIRA
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IMPACTOS AMBIENTAIS NEGATIVOS PROVENIENTES DA EROSÃO COSTEIRA NAS PRAIAS DE JABOATÃO DOS GUARARAPES - PE
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Orientador : HELENA PAULA DE BARROS SILVA
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MEMBROS DA BANCA :
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HELENA PAULA DE BARROS SILVA
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LUCIANA RACHEL COUTINHO PARENTE
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RODRIGO DUTRA GOMES
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Data: 21/08/2024
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Este estudo aborda a problemática da erosão costeira nas praias de Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco. A pesquisa visa identificar e classificar os impactos ambientais negativos decorrentes desse fenômeno, especificamente nas praias em estudo, bem como compreender suas consequências para a população e o meio ambiente local. A erosão costeira é um processo complexo influenciado por fatores naturais e antropogênicos, sendo a urbanização desordenada e a falta de planejamento ambiental alguns dos principais contribuintes. Os impactos da erosão costeira nas praias de Jaboatão dos Guararapes vão desde a supressão da flora costeira até a migração da população devido à perda de infraestruturas e espaços de lazer. Além disso, a interação entre o aumento do nível do mar e as tempestades resulta em inundações que afetam significativamente a população local. A falta de infraestrutura de drenagem agrava esses problemas, exigindo medidas urgentes de planejamento e gestão. Destaca-se também a perda de habitat para a desova de tartarugas marinhas e a alteração na dinâmica comercial e de serviços em certas áreas. Diante desses desafios, é fundamental adotar uma abordagem integrada e sustentável para a gestão e conservação dos ecossistemas costeiros das praias de Jaboatão dos Guararapes, envolvendo a sociedade civil, governos locais e instituições acadêmicas. Pesquisas futuras devem ampliar o período de análise para obter uma compreensão mais abrangente dos impactos ambientais negativos e facilitar a formulação de estratégias eficazes de mitigação e adaptação.
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Este estudo aborda a problemática da erosão costeira nas praias de Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco. A pesquisa visa identificar e classificar os impactos ambientais negativos decorrentes desse fenômeno, especificamente nas praias em estudo, bem como compreender suas consequências para a população e o meio ambiente local. A erosão costeira é um processo complexo influenciado por fatores naturais e antropogênicos, sendo a urbanização desordenada e a falta de planejamento ambiental alguns dos principais contribuintes. Os impactos da erosão costeira nas praias de Jaboatão dos Guararapes vão desde a supressão da flora costeira até a migração da população devido à perda de infraestruturas e espaços de lazer. Além disso, a interação entre o aumento do nível do mar e as tempestades resulta em inundações que afetam significativamente a população local. A falta de infraestrutura de drenagem agrava esses problemas, exigindo medidas urgentes de planejamento e gestão. Destaca-se também a perda de habitat para a desova de tartarugas marinhas e a alteração na dinâmica comercial e de serviços em certas áreas. Diante desses desafios, é fundamental adotar uma abordagem integrada e sustentável para a gestão e conservação dos ecossistemas costeiros das praias de Jaboatão dos Guararapes, envolvendo a sociedade civil, governos locais e instituições acadêmicas. Pesquisas futuras devem ampliar o período de análise para obter uma compreensão mais abrangente dos impactos ambientais negativos e facilitar a formulação de estratégias eficazes de mitigação e adaptação.
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MARCELO DOS SANTOS DIAS
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MAPEAMENTO PARTICIPATIVO DE ÁREAS DE RISCO À EROSÃO NO MUNICÍPIO DE GARANHUNS, SEMIÁRIDO MERIDIONAL PERNAMBUCANO: UMA ABORDAGEM COM COMUNIDADES E EDUCAÇÃO BÁSICA
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Orientador : FABRIZIO DE LUIZ ROSITO LISTO
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MEMBROS DA BANCA :
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FABRIZIO DE LUIZ ROSITO LISTO
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DÉBORAH DE OLIVEIRA
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TULIUS DIAS NERY
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Data: 22/08/2024
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O bairro de Heliópolis, situado no município de Garanhuns, PE, no Agreste Meridional de Pernambuco, enfrenta diversos problemas socioambientais devido ao rápido crescimento urbano combinado com um planejamento inadequado e excludente. Entre esses problemas, destaca-se a erosão, um fenômeno global causado por fatores naturais e pela intervenção humana. Para mitigar a erosão, é fundamental compreendê-la e adotar medidas eficazes. A participação ativa das comunidades afetadas na gestão de áreas de risco é crucial, pois promove a inclusão social e melhora a eficácia das medidas de segurança. O envolvimento direto das comunidades fortalece as estratégias de prevenção e resposta, assegurando decisões mais adequadas às necessidades locais e resultando em uma proteção mais eficiente contra vulnerabilidades. O principal objetivo deste trabalho é avaliar o grau de risco à erosão em uma área do bairro de Heliópolis, no município de Garanhuns, utilizando uma abordagem participativa com moradores em risco e estudantes da educação básica. O processo metodológico incluiu a seleção da área piloto, sobrevoo com VANT, setorização das áreas de risco, oficinas pedagógicas, aplicação de questionários e mapeamento participativo das áreas de risco à erosão. A seleção da área piloto ajudou a escolher a localidade para o estudo. O sobrevoo com VANT ofereceu uma visão detalhada das áreas de difícil acesso. A setorização das áreas de risco permitiu definir os graus de risco a serem trabalhados. As oficinas pedagógicas proporcionaram uma visão dos estudantes sobre a erosão e os riscos em seu bairro. A aplicação de questionários com moradores do bairro revelou uma visão detalhada dos riscos. O mapeamento participativo destacou os riscos enfrentados pelos moradores, incluindo a conscientização das crianças sobre a preservação ambiental. Enquanto alguns residentes são céticos quanto aos perigos das erosões, outros reconhecem a urgência de medidas preventivas. Apesar dos desafios, esse mapeamento representa um avanço significativo para o desenvolvimento de comunidades mais seguras. No entanto, é necessário utilizar esses dados na formulação de políticas públicas adequadas para garantir comunidades resilientes e sustentáveis a longo prazo.
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Mapeamentos participativos valorizam o conhecimento das comunidades em risco e são extremamente necessários na prevenção de riscos e desastres às diversas formas de erosão. O município de Garanhuns localizado na Mesorregião do Agreste Pernambucano, possui área aproximadade 472 km2, distante 230 km do Recife, capital de Pernambuco. Situada no Planalto da Borborema, possui uma posição estratégica com relação aos grandes centros urbanos do Nordeste. Localiza-se em uma área colinosa, com incisões erosivas bastante evidentes. Assim, o objetivo principal deste trabalho consiste em avaliar o grau de risco à erosão em uma área-tipo inserida no bairro de Heliópolis, localizada no município de Garanhuns a partir de uma abordagem participativa, tanto com comunidades em risco quanto estudantes da educação básica. Para isso, serão realizadas as seguintes etapas metodológicas: seleção da área, mapeamento através de V.A.N.T., oficinas, aplicação de questionários, mapeamento participativo das áreas de risco a erosão e uma integralização dos dados participativos na educação básica. Essa proposta espera desenvolver a percepção de risco junto aos moradores e estudantes considerando a perspectiva da população atingida numa interação conjunta para redução do risco de desastres.
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FÁBIO CAVALCANTE DE MELO
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POR TERRITÓRIOS FÚNEBRES DO RECIFE: MORTE E VIDA NOS BAIRROS DA VÁRZEA E CASA AMARELA
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Orientador : ALCINDO JOSE DE SA
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MEMBROS DA BANCA :
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ALCINDO JOSE DE SA
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SAMIR DO NASCIMENTO VALCÁCIO
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THIAGO ROMEU DE SOUZA
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Data: 23/08/2024
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Desde o período paleolítico, a cultura fúnebre do homem envolve rituais e cerimônias para os mortos, com o Cristianismo popularizando o uso de cemitérios para evitar epidemias e preocupações médico-higienistas. No Brasil, cemitérios públicos foram construídos no século XIX para higienizar as cidades e evitar doenças. No Recife, os cemitérios dos Ingleses, Santo Amaro e Várzea foram construídos para atender às necessidades da época. O Cemitério Público da Várzea e Casa Amarela no Recife, são analisados como território sagrado demarcado geossimbolicamente por seus usuários, que têm diferentes usos, ritos e objetos lúgubres no local. A dissertação de mestrado propõe uma análise das relações dos moradores da Várzea e de Casa Amarela com os seus respectivos cemitérios, incluindo questões sanitárias, ambientais e condições de trabalho dos funcionários. As relações no cemitério revelam paradoxos na escala do bairro, com moradores demonstrando tanto proximidade quanto rejeição ao local dos mortos. O estudo metodologicamente se baseia na formação urbana do Recife e do bairro da Várzea e de Casa Amarela, além de trabalhos acadêmicos sobre cemitérios e os conceitos de bairro, território e geossímbolo. Trabalhos in loco foram realizados no bairro e no cemitério tanto da Várzea quanto Casa Amarela para coletar informações, entrevistas e fotografias essenciais para a pesquisa.
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Desde o período paleolítico, o homem carrega em sua cultura fúnebre um cabedal de manifestações envolvendo os vivos e os mortos. Inúmeros espaços foram eleitos para a realização destes rituais e cerimônias de caráter funesto. No mundo ocidental, o Cristianismo popularizou a criação e o uso dos cemitérios para além dos espaços das igrejas, e da própria cidade em si, em razão das preocupações médico-higienistas frente ao temor dos chamados “miasmas”, então também associados à putrefação dos cadáveres. No Brasil, a construção dos cemitérios públicos ocorreu na primeira metade do século XIX, em face às necessidades de higienizar os espaços das cidades, evitando as mortíferas epidemias do período. No Recife, os primeiros cemitérios construídos foram o dos Ingleses (1814) e o de Santo Amaro (1851), para além dos bairros centrais da capital pernambucana. Nos arredores também foram construídos outros cemitérios, chamando atenção a necrópole da Várzea, datada de 1867, estando situada no limite oeste da cidade, próximo à margem direita do rio Capibaribe. De objeto afastado da cidade, o cemitério acabou por se encontrar imerso no tecido da metrópole, revelando certas singularidades na atualidade, no que se refere aos usos e relações ali processadas. Desse modo, a dissertação de mestrado ora apresentada propõe analisar o Cemitério Público da Várzea, na porção mais oriental do Recife, na condição de um território sagrado demarcado “geossimbolicamente” (BONNEMAISON, 2012) por seus usuários em diversos usos, contra-usos, ritos, mitos e objetos lúgubres – sepulturas, ossuários, covas, artes tumulares, flores, velas, oferendas, entre outros. Para além desta geografia sepulcral, também se discute a relação dos moradores da Várzea com o cemitério, sobretudo no tocante à realidade de casas geminadas aos muros da necrópole, aos problemas de ordem sanitário-ambiental e às condições precárias de trabalho dos funcionários do cemitério (coveiros), que engendram uma série de situações profanas no interior e entorno do território dos mortos. No bojo deste contexto, observa-se que as relações processadas no cemitério denotam paradoxos na escala do bairro, com os moradores, ao mesmo tempo, revelando relações amiúdes com o local dos mortos, mas também rejeições ou relações de medo, seja por questões religiosas ou “sobrenaturais”, seja por motivos médicohigienistas, ou por ambos os motivos. Malgrado esse quadro, evidencia-se que o último cemitério à oeste do Recife, também se revela como última morada para os moradores da Várzea, que constroem suas vidas com seus vizinhos, parentes e amigos até a hora do seu sepultamento na necrópole do bairro, lócus de variadas contradições físico-materiais e simbólico-imateriais. Metodologicamente, a dissertação de mestrado centra-se em estudos sobre a formação urbana do Recife, e, assim, do bairro da Várzea, e em trabalhos acadêmicos calcados na investigação de cemitérios, especialmente àqueles que dialogam com os aportes da Geografia urbana e cultural, e, com eles, os conceitos de bairro, território e geossímbolo. Além destas leituras, o artigo apoia-se em trabalhos in loco realizados no bairro e no cemitério da Várzea, onde foi possível colher informações, entrevistas e fotografias imprescindíveis à feitura do estudo.
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BEATRIZ BARBOSA DA SILVA
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“COMO UM PÁSSARO SEM TER UMA ÁRVORE PARA POUSAR”: OS MOVIMENTOS DE RETOMADA E AUTODEMARCAÇÃO DOS POVOS ORIGINÁRIOS NO NORDESTE
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Orientador : CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
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MEMBROS DA BANCA :
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CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
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MONICA COX DE BRITTO PEREIRA
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SÁVIO JOSÉ DIAS RODRIGUES
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Data: 27/08/2024
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A história territorial do Brasil foi construída por meio da guerra contra as sociedades originárias, através de uma construção narrativa que transformou o invadido em invasor de sua própria terra. Este trabalho tem como intuito discutir sobre esse ordenamento territorial estruturado por uma política racista e violenta, que desterritorializa corpos e territórios de suas moradias e humanidades. A partir dos dados de conflito, em um período que vai de 2012 a 2022, presentes no Caderno de Conflitos da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e do Relatório de Violência contra os Povos Indígenas do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), vamos adentrar nesses espaços de devastação onde estão localizadas as fronteiras de expansão do capital e de um sistema moderno-colonial que avança mutilando todas as formas de vida. Imergindo dessa cenário de destruição, de um céu que desaba em nossas cabeças, iremos nos encaminhar para o outro lado dessas fronteiras, espaços de encantos e de resistências, onde geografias ancestrais vêm sendo elaboradas através de práticas socioterritoriais como as retomadas e a autodemarcação. Por meio do levantamento e mapeamento dos dados de retomadas e autodemarcação, e dos relatos e vivências em territórios de retomada indígena na região Nordeste, iremos discutir sobre as estratégias de luta e enfrentamento construídos pelo movimento indígena, que questionam uma cartografia colonial e auto demarcam territórios autônomos, através de ciências construídas nas beiras dos rios.
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As retomadas e autodemarcações constituem-se como um dos instrumentos fundamentais dentro das lutas originárias, se apresentando enquanto movimentos políticos emancipatórios, que questionam uma história territorial imposta ao longo dos anos. Neste trabalho, iremos analisar as estratégias de lutas territoriais de diversos povos indígenas no Nordeste em resposta a morosidade intencional do Estado brasileiro no processo de demarcação das Terras Indígenas (TI’s), buscando discutir sobre a luta por direitos e autonomia das sociedades indígenas atualmente. Para isso, pretendemos analisar as retomadas, que consistem em movimentos territoriais de reocupação de uma parcela de terra que foi invadida por terceiros ou que foi excluída durante a demarcação realizado pela FUNAI, e as autodemarcações, registradas no Brasil desde a década de 80, que consistem em processos políticos, articulados pela própria comunidade, com o intuito de estabelecerem os limites do seu território. Nesse sentido, os movimentos de autodemarcação e retomada surgem como um espaço de emancipação e autonomia, invertendo a lógica imposta pela sociedade hegemônica e produzindo um espaço que demarca seu próprio tempo e modos de ver o mundo. A luta não se encerra na conquista da terra, mas se perpetua na busca por autonomia, por uma política de vida que não entregue territórios desmembrados pelo capital.
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ERIC JOSÉ SILVA GOMES
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REPRESENTAÇÃO E AS ESTRATÉGIAS TERRITORIAIS DO RESISTIR DO POVO PANKARÁ DA SERRA DO ARAPUÁ NO SERTÃO DE PERNAMBUCO
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Orientador : PRISCILA BATISTA VASCONCELOS
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MEMBROS DA BANCA :
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PRISCILA BATISTA VASCONCELOS
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CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
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DAVID TAVARES BARBOSA
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Data: 27/08/2024
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Esta pesquisa trata da relação entre território, identidade e representação, e como a representação pode ser utilizada para negar o direito ao território a partir de experiências e vivências fruto de uma parceria de doze anos com o povo indígena Pankará da Serra do Arapuá, Carnaubeira da Penha, sertão pernambucano. Isso a partir da perspectiva cultural do território que, ao relacionar-se com os conceitos acima, pode ser percebido como a espacialidade da representação e identidade. A diferença e a alteridade, como elementos constitutivos, não são um problema em si, elas são necessárias para construção de identidades, representações e território, por exemplo. Senão tudo teria o mesmo sentido e significado. O problema é quando essa diferenciação é estereotipada e racializada; quando ela faz parte da criação e imposição de uma representação, como ocorreu com a criação e imposição da representação e identidade “índio”. Esta identidade nega identidades indígenas contemporâneas com o objetivo de negar o acesso e direito ao território demarcado: não havendo índígena, não há justificativa para demarcar território e as terras continuam sob domínio dos fazendeiros e posseiros. Além disso, essa pesquisa traz a noção de imposição de representação como um dispositivo de poder, e a representação insurgência como uma reação oposta a essa imposição.
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Este trabalho tem como objetivo analisar como é estabelecida a relação entre o regime de representação insurgente e as estratégias territoriais do resistir do povo Pankará da Serra do Arapuá no sertão pernambucano. Tem como base o conceito geográfico de território que, segundo Haesbaert (1997) em conexão com a compreensão construída pelo indígena Pankará da Serra do Arapuá, é compreendido como um espaço delimitado onde se exerce um poder na dimensão objetiva e como apropriação simbólica e subjetiva feita através do imaginário e/ou da identidade social sobre o espaço. Priorizando suas abordagens jurídica-política e cultural trago, nesta dissertação, algumas reflexões e experiências sobre esse confronto que se estabelece concomitantemente pelas vias materiais (destruição de casas e aldeias, banimento e o aparato legal do estado) e subjetivas (negação da identidade e regime de representação marcado por estereótipos racistas) cujo objetivo é a desterritorialização do povo Pankará da Serra do Arapuá e esbulho de suas terras mesmo que hoje sejam reconhecidas pelo governo brasileiro. Busquei também apoio nos conceitos de identidade e representação para auxiliar nas análises desse processo de esbulho de terras que ocorre também pelo questionamento da identidade indígena apoiada num ideal de “índio puro” que nega identidades e representações dos indígenas contemporâneos, cuja complexidade não se encaixa numa simples binaridade positivista. Como disse dona Família Pankará: quem disse que não sou índia? só porque sou preta e tenho o cabelo “ruim”?
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CAMILA MAIA DIAS SILVA
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TERRA, TRABALHO E FOME: A TERRITORIALIZAÇÃO DO CAPITAL NO NORDESTE BRASILEIRO E O ALIMENTO-MERCADORIA
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Orientador : ANA CAROLINA GONCALVES LEITE
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA CAROLINA GONCALVES LEITE
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CARLOS DE ALMEIDA TOLEDO
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JOSE RAIMUNDO SOUSA RIBEIRO JUNIOR
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Data: 27/08/2024
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Nesse trabalho observamos o capital territorializado por meio da produção e do consumo do alimento-mercadoria. O alimento-mercadoria é aquele que, por ser mercadoria e ser submetido ao imperativo da acumulação capitalista, é capaz de significar uma inversão de prioridades. Tratamos inicialmente como a mercadoria em si reorganiza essas relações, por impor a elas sua forma abstrata e fetichista que assume um sentido tautológico, gerando uma contradição imanente do capital: quanto mais a produção do alimento se aprofunda enquanto mercadoria, mais esta mercadoria se afasta de seu papel enquanto alimento, e mais ainda a alimentação adequada se torna inacessível. Nessa trajetória observamos que falar da estruturação das relações sociais capitalistas no Brasil e de como elas organizam o acesso ao alimento, é também falar da produção do alimento em si, já que a base social brasileira é construída no espaço agrícola com o protagonismo da produção açucareira no estado de Pernambuco. Passamos pela estruturação dessas relações capitalistas, primeiro pela conformação da concentração da propriedade e da posse da terra e das relações de trabalho enquanto ferramentas de expropriação, como fundamentais pressupostos à reprodução do capital. As relações de trabalho conformadas a partir do fim do escravismo, identificadas como relações de condição e trabalho livre, são transições entre um momento de algum acesso à terra e produção direta de alimentos pelo trabalhador do campo, até aproximadamente o fim do século XIX, em que vemos a generalização do acesso indireto e monetizado do alimento. No contexto predominante de assalariamento, políticas públicas buscarão uma reintegração do trabalhador à terra por meio da redistribuição fundiária e do acesso à terra, mas que não logram a autonomia alimentar nem financeira dessa população, necessitando do Estado também para sua inserção no mercado agrícola. Por fim, a mobilidade do capital avança sobre as últimas tentativas de reconstrução de um suposto campesinato contemporâneo, com a atuação do capital financeiro que apresenta às famílias do campo oportunidades de sobrevivência dentro capital, mas muito distantes da autonomia que significam na verdade um aprofundamento da expropriação e da dependência do alimento como mercadoria.
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A pesquisa se desenvolve por meio de revisão bibliográfica acerca dos principais teóricos sobre a fome no Brasil e sobre as temáticas que estruturam a manutenção da fome coletiva: a concentração de terras, que restringe a produção de alimentos, o monopólio da distribuição de alimentos, que media o acesso ao alimento como mercadoria e atuação do mercado financeiro na formação dos preços dos alimentos, que pressiona a produção local. Essa revisão teórica visa permitir a compreensão e análise do rebatimento da estrutura global do mercado de alimentos nos conflitos locais a serem estudados em trabalho de campo. É de se destacar o fato de que as políticas de combate à fome implementadas durante os anos de 2004 a 2018, surtiram pouco efeito em termos absolutos na fome no campo, o que pode representar entre muitas possibilidades, a persistência da fome rural frente à maior mobilidade das situações de fome na cidade, o que poderia estar relacionada aos diferentes níveis de monetarização e disponibilidade de acesso ao alimento enquanto mercadoria, e ainda ao crescente número de conflitos territoriais nas áreas rurais. Ainda que, com o sensível avanço dos programas de reforma agrária, observa-se que a garantia de posse pelas populações camponesas não é garantia de produção de alimentos para sua auto-reprodução, sendo ainda tímida a contribuição da agricultura familiar no abastecimento de alimentos no país. A própria manutenção da posse de terra dessas populações resulta em conflitos que têm se intensificado com o avanço do agronegócio e pressionado ainda mais a sobrevivência desses povos, que veem como alternativa a inserção no mercado de trabalho muitas vezes informal. Observam-se indícios de uma diferenciação territorial da fome, que está não apenas vinculada às formas de divisão do trabalho em âmbito local, e ao ambiente urbano e rural, mas ainda à conformação da comercialização global de alimentos dominada pelo mercado financeiro que pressiona as produções à nível local.
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EDUARDO AUGUSTO DA SILVA
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O GOOGLE EARTH E O GOOGLE MAPS COMO RECURSO DIDÁTICO E SUAS POSSIBILIDADES DE UTILIZAÇÃO COMO PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NAS AULAS DE GEOGRAFIA
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Orientador : PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
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MEMBROS DA BANCA :
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PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
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FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
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LUCAS ANTONIO VIANA BOTELHO
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Data: 27/08/2024
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O presente estudo exprime como as transformações na sociedade, no que concerne o uso de Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC), são bastantes perceptíveis e o quanto isso tem gerado fortes mudanças nas formas de aprender e ensinar. Como objetivo principal, a pesquisa buscou analisar como os professores de Geografia da rede técnica estadual do município de Recife tem se apropriado das Geotecnologias como Google Earth e Google Maps em sua prática pedagógica. A pesquisa de caráter exploratória qualitativa, consistiu de uma investigação bibliográfica, visando reunir informações e levantar dados, com a finalidade construir e/ou aprimorar a definição do quadro conceitual do objeto de estudo. Acerca da coleta de dados, foi utilizado o questionário eletrônico composto por inquirições estruturadas e semiestruturadas disponibilizadas aos docentes participes. Perante o exposto, os resultados mostraram que, apesar de haver uma consciência sobre a importância das TDIC e de ferramentas específicas como Google Earth e Google Maps, pelos professores quem compuseram o estudo, ainda há uma necessidade evidente de aumentar o nível de domínio dessas tecnologias. E que a adoção frequente, mas não constante, das ferramentas Google Earth e do Google Maps sugere que os respondentes reconhecem seu valor e as integram regularmente em suas aulas.
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A sociedade tem vivenciado diferentes racionalidades movidas pelo período técnico-científico-informacional, isso tem permitido novas dimensionalidades ao espaço (presencial e virtual) que acabam congregando um conjunto de técnicas e ações que são motores para o surgimento de novas ferramentas digitais, apresentando uma multiplicidade de elementos que se oferecem como questões concretas a serem trabalhadas para a construção do conhecimento geográfico. Nessa conjuntura as tecnologias digitais têm ganhado mais expressividade com o seu potencial de contribuir com o desenvolvimento técnico-científico, informacional, educacional e social. As transformações na sociedade, no que concerne o uso de Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC), são bastantes perceptíveis e isso tem gerado fortes mudanças nas formas de aprender e ensinar. Por isso, o trabalho tem por objetivo geral analisar quais são os desafios e possibilidades apresentados por professores de Geografia da rede estadual de ensino de Pernambuco quanto ao desenvolvimento e a implementação das Geotecnologias (Google Earth e Google Maps) em seu planejamento e prática pedagógica. E para alcançá-lo foram traçados os seguintes objetivos específicos: Pesquisar sobre a importância das Geotecnologias no ensino da Geografia para a Educação Básica; 2) Identificar as percepções dos professores de Geografia quanto ao uso das Geotecnologias nas aulas da disciplina alinhadas aos processos de ensino e aprendizagem; 3) Estudar se e como os professores tem se apropriado das Geotecnologias como Google Earth e Google Maps em sua prática pedagógica; 4) Apontar mecanismos de utilização do Google Earth e Google Maps nas aulas de Geografia. Neste sentido, visando alcançar os objetivos já pontuados, esta pesquisa de caráter exploratória qualitativa, que segundo Malhotra (2006, p. 156) “é uma metodologia de pesquisa não estruturada e exploratória baseada em pequenas amostras que proporciona percepções e compreensões do contexto do problema”. Assim, aponta-se um estudo de corte transversal uma vez que a população alvo e a população acessível (amostra) serão abordadas em um intervalo de tempo definido cujos dados e informações obtidas serão analisadas e descritas em um único momento. A pesquisa qualitativa se preocupa em estudar, por meio de várias possibilidades, os fenômenos que envolvem os seres humanos e suas intrincadas relações sociais que se estabelecem no ambiente. Assim, como metodologia foi adotado para a construção deste estudo uma abordagem indireta, definido por Garnica (2008), sendo a sondagem das concepções não questionando sobre as suas concepções e sim sobre as suas práticas. Compreende-se que a utilização de recursos tecnológicos no cotidiano escolar é indispensável, pois o uso dessas ferramentas está transformando as relações humanas em todas as suas dimensões, sendo na econômica, na social e principalmente na educacional.
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GABRIEL DA SILVA SANTOS
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VIDAS NO MANGUE: “HOMENS E CARANGUEJOS” NA FORMAÇÃO TERRITORIAL PERNAMBUCANA
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Orientador : ANA CAROLINA GONCALVES LEITE
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA CAROLINA GONCALVES LEITE
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RODRIGO DUTRA GOMES
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RENATA SANTOS RENTE
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DANIEL MANZIONE GIAVAROTTI
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Data: 28/08/2024
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O presente trabalho analisa as transformações sociais e urbanas da cidade do Recife-PE, focalizando o impacto expressivo do êxodo rural causado pela Grande Seca e as políticas públicas implementadas durante a Era Vargas. A obra Homens e Caranguejos do geógrafo Josué de Castro é utilizada como uma lente crítica essencial para compreender a marginalização e exclusão enfrentadas pelas comunidades dos manguezais. Esta pesquisa, de natureza qualitativa, enfatiza uma análise crítica, histórica e contextual, explorando as questões de urbanização, políticas públicas e marginalização social. O estudo revela que o processo de urbanização, impulsionado por políticas públicas inadequadas e mal estruturadas, perpetua a marginalização social das comunidades de mangue no Recife. Além disso, o trabalho destaca a contínua exclusão econômica e espacial dessas comunidades de mangue, que é consideravelmente agravada pela carência de infraestrutura básica adequada. Esses fatores combinados contribuem para a persistente vulnerabilidade e desigualdade social enfrentada por essas populações marginalizadas.
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A presente pesquisa propõe uma análise abrangente da evolução urbana do Recife, ancorada no livro "Homens e Caranguejos" de Josué de Castro. O título, "Recife: Entre Homens e Caranguejos - Uma Análise Histórica e Contemporânea da Urbanização", reflete a abordagem integrada adotada neste estudo. Ao revisitar a história urbana da cidade, a pesquisa contextualiza as mudanças significativas ao longo do tempo, destacando fatores históricos, sociais e geográficos que influenciaram a configuração atual do Recife. Paralelamente, o trabalho investiga as dinâmicas urbanas contemporâneas da metrópole, identificando desafios emergentes. São empregados métodos de pesquisa histórica, análise documental e observação participante para enriquecer a compreensão do desenvolvimento urbano. Os resultados esperados desta pesquisa visam contribuir para uma compreensão mais profunda da complexidade urbana, oferecendo insights valiosos sobre o Recife enquanto cidade em constante evolução. Ao integrar passado e presente, a análise busca contribuir para discussões teóricas e práticas sobre o desenvolvimento urbano, apontando para implicações sociais e promovendo reflexões críticas sobre os rumos futuros da cidade.
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YAGO DE MELO MACIEL
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PAIXÃO, SUOR E BATUCADA: RESISTÊNCIA DAS ESCOLAS DE SAMBA NOS ESPAÇOS PERIFÉRICOS NA CIDADE DO RECIFE - O CASO DA GALERIA DO RITMO
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Orientador : CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
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MEMBROS DA BANCA :
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CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
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DAVID TAVARES BARBOSA
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PEDRO PAULO PINTO MAIA FILHO
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Data: 28/08/2024
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A pesquisa tem como objetivo analisar de que forma o samba, ao longo de sua trajetória e da sua presença no contexto recifense, se apresenta como uma força de resistência cultural de grupos sociais especialmente a população preta e parda situada na periferia da cidade. No contexto musical pernambucano, o samba apresenta destaque ao longo de sua caminhada na capital, porém essa relevância foi sendo diminuída ao longo do século XX, devido a uma marginalização promovida por certos setores intelectuais e políticos da sociedade local, por considerarem o ritmo um elemento “estrangeiro” no carnaval da cidade. Isto fez com que as escolas de samba, também se inserissem num processo de exclusão, assim como os espaços no qual elas estão localizadas. Desta forma, a pesquisa se baseia em um estudo de caso, de caráter qualitativo apoiando-se em etapas que consistem na revisão bibliográfica, incluindo a análise de distintos documentos, artigos jornalísticos, além de entrevistas abertas semiestruturadas. O recorte escolhido consistiu na escola de samba Galeria do Ritmo, localizada no bairro Morro da Conceição. Sendo assim, resultados indicam que o processo de marginalização promovido com o samba, afetou diretamente no modo de produção do carnaval desta e de outras agremiações carnavalescas na cidade do Recife, de modo que atualmente poucas escolas conseguem realizar os desfiles durante os festejos de momo, mas através de processos de resistência como a participação das comunidades, ações promovidas pelas agremiações, e a força de vontade de fazer o desfile, elas sobrevivem no cenário carnavalesco recifense.
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A pesquisa em questão tem como objetivo analisar de que forma o samba ao longo de sua trajetória e da sua presença e da sua presença no estado de Pernambuco se apresenta como uma força de resistência cultural de grupos sociais situados na periferia da cidade do Recife - PE. No contexto musical pernambucano, o samba apresenta destaque ao longo de sua caminhada em terras recifenses, porém essa relevância foi sendo diminuída ao longo do século XX, devido a uma marginalização promovida por certos setores intelectuais e políticos da sociedade pernambucana, por considerarem o ritmo um elemento “estrangeiro” no carnaval da cidade. Isto fez com que as escolas de samba, também se inserissem num processo de exclusão, assim como os espaços no qual elas estão localizadas. Desta forma, a pesquisa se baseia em um estudo de caso, de caráter qualitativo apoiando-se em etapas que consistem na revisão bibliográfica, incluindo a análise de distintos documentos, artigos jornalísticos e programas de incentivo além de entrevistas abertas semiestruturadas, e o recorte a ser escolhido é o da escola de samba Galeria do Ritmo, localizada no bairro Morro da Conceição, Recife – PE. Os resultados obtidos indicam que o processo de marginalização promovido com o samba, afetou diretamente no modo de produção do carnaval destas agremiações carnavalescas na cidade do Recife, de modo que atualmente poucas escolas conseguem realizar os desfiles durante os festejos de momo.
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ANA CAROLINA FIGUEIREDO SILVA
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MULHERES DA REDE DE FEIRAS ESPAÇO AGROECOLÓGICO: PROCESSOS DE EMANCIPAÇÃO AGROECOLÓGICA NA CIDADE DE RECIFE
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Orientador : MONICA COX DE BRITTO PEREIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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MARIA DAS GRACAS SILVA NASCIMENTO SILVA
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MARÍA FRANCO GARCIA
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MONICA COX DE BRITTO PEREIRA
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Data: 28/08/2024
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O entendimento de como os processos existentes em uma feira agroecológica pode ser emancipatório para as mulheres é a temática central deste trabalho. A partir de um recorte espacial que contemple a Rede Espaço Agroecológico, rede de feiras com mais de 20 anos de atuação na cidade de Recife, tomou-se o cuidado em analisar se a participação nessas feiras poderia trazer mudanças em relação à divisão sexual do trabalho para as sujeitas da pesquisa e a dinâmica familiar. As perguntas que orientam o estudo são: A participação em espaços agroecológicos, como as feiras, traz um processo emancipatório das mulheres agricultoras familiares? Como se dá essa emancipação? Ocorrem mudanças no ambiente familiar e ocorrem mudanças na relação com a divisão sexual do trabalho (produção e reprodução social)? Para tanto, foi realizada uma revisão de literatura sobre gênero por um viés geográfico, feminismos e agroecologia, trabalho e gênero na agroecologia . Além disso, trouxe, também, referências que venham a potencializar a Agroecologia como promotora da emancipação das mulheres por meio de alguns espaços e metodologias. A metodologia desta pesquisa estruturou-se na observação participante nas feiras agroecológicas (em especial a Feira de Santo Amaro), participação em reuniões, análise de documentos da rede como o regimento de funcionamento das feiras, aplicação de um questionário sócio-econômico junto às mulheres feirantes da rede, bem como ida a campo às associações com maior número de participantes femininas nas feiras: ASSIM e AMATERRA, a partir de dois grupos focais. Como resultados, foi possível incluir o perfil das feirantes com a utilização de gráficos, mapas e quadros, a sistematização dos grupos focais para um maior entendimento de como os feminismos incidem nas mulheres ao participar das feiras agroecológicas, bem como a reflexão acerca da emancipação delas ao participarem dos processos existentes nesse espaço.
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O entendimento de como os processos existentes em uma feira agroecológica pode ser emancipatório para as mulheres é a temática central deste trabalho. A partir de um recorte espacial que contemple a Rede Espaço Agroecológico, rede de feiras com mais de 20 anos de atuação na cidade de Recife, tomou-se o cuidado em analisar se a participação nessas feiras poderia trazer mudanças em relação à divisão sexual do trabalho para as sujeitas da pesquisa e a dinâmica familiar. As perguntas que orientam o estudo descritivo e exploratório é: a participação em espaços agroecológicos, como as feiras, traz um processo emancipatório das mulheres agricultoras familiares? Como se dá essa emancipação? Ocorrem mudanças no ambiente familiar e ocorrem mudanças na relação com a divisão sexual do trabalho (produção e reprodução social)? Para tanto, foi realizada uma revisão de literatura sobre gênero por um viés geográfico, feminismos e agroecologia, trabalho e gênero na agroecologia, o conceito de redes por um viés geográfico e os principais conceitos e dinâmicas das feiras agroecológicas. A metodologia desta pesquisa estruturou-se na observação participante nos dias de feiras agroecológicas, participação em reuniões, análise de documentos da rede como o regimento de funcionamento das feiras, aplicação de um questionário sócioeconômico junto às mulheres feirantes da rede, bem como de dois grupos focais nas associações com maior quantidade de participantes femininas nas feiras: ASSIM e AMATERRA. Na versão do trabalho para qualificação foi apresentada uma sistematização do regimento das feiras da rede, bem como do perfil das feirantes com a utilização de gráficos, mapas e quadros. No texto final, serão sistematizados os grupos focais para que haja uma maior entendimento de como os feminismos incidem nas mulheres ao participar das feiras agroecológicas, bem como pode ocorrer a emancipação delas ao participarem dos processos existentes nesse espaço.
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MARGARIDA DA SILVA FERREIRA
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BIORREMEDIAÇÃO DE SOLOS IMPACTADOS PELA AGRICULTURA: USO DE LIQUENS E SUAS SUBSTÂNCIAS COMO ALTERNATIVAS VIÁVEIS E AMBIENTALMENTE SUSTENTÁVEIS
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Orientador : EUGENIA CRISTINA GONCALVES PEREIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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EUGENIA CRISTINA GONCALVES PEREIRA
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MARIA DE LOURDES LACERDA BURIL
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MÔNICA CRISTINA BARROSO MARTINS
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Data: 29/08/2024
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A expansão agrícola e urbana vem, cada vez mais, diminuindo as terras correspondentes aos sistemas naturais. Em adição, os cultivos contíguos a essas áreas de vegetação natural, prejudicam não apenas o funcionamento e organismos desses ecossistemas, mas também impactam sobremaneira os solos. Nesse contexto, o Nordeste do Brasil, com ênfase aos estados de Pernambuco e Paraíba, sofre com impactos evidentes na sua costa, em áreas de Tabuleiros arenosos, devido à expansão da cana-de-açúcar; no interior, em áreas do semiárido propensas e inseridas nos Núcleos de Desertificação, o manejo inadequado da irrigação das plantações leva os solos à salinização. Dentre as técnicas usadas para mitigar o problema da perda de fertilidade desses solos, o uso de liquens e suas substâncias como promotores da biorremediação vem tomando cada vez mais espaço na pesquisa científica. Neste estudo objetivou-se compilar dados e discuti-los à luz da literatura, no intuito de indicar espécies liquênicas mais efetivas na biorremediação, bem como os compostos de maior poder quelante. Análises dos solos antes e após experimentos são discutidas, bem como o emprego de diferentes parâmetros de indução dos liquens a uma maior biossíntese de suas substâncias biorremediadoras, como a radiação, disponibilidade hídrica e adição da matéria orgânica e seus subprodutos. As espécies de liquens usadas nos estudos são capazes de modificar quimicamente os solos, percolando suas substâncias e interagindo quimicamente com os íons dispersos ao longo do perfil. C. substellata diminuiu os sais no semiárido e C. verticillaris biodisponibilizou nutrientes; a radiação incrementou a síntese de seus fenóis quelantes. Em relação aos diferentes solos, formas de manejo e aptidão, discute-se e indicam-se os considerados mais vulneráveis e os de melhor interação com as substâncias liquênicas. Considera-se factível a perspectiva do futuro uso desses produtos e obtenção de patentes.
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Aexpansão agrícola e urbana vem, cada vez mais, diminuindo as terras correspondentes a os sistemas naturais. Em adição, os cultivos contíguos a essas áreas de vegetação natural, prejudicam não apenas o funcionamento e organismos desses ecossistemas, mas também impactam sobremaneira os solos. Nesse contexto, o estado de Pernambuco sofre com impactos evidentes na sua costa, em áreas de Tabuleiros arenosos, devido a expansão da canade-açúcar; no interior, em áreas do semiárido propensas e inseridas nos Núcleos de Desertificação, o manejo inadequado da irrigação das plantações leva os solos à salinização. Dentre as técnicas usadas para mitigar o problema da perda de fertilidade desses solos, o uso de líquens e suas substancias como promotores da biorremediação vem tomando cada vez mais espaço na pesquisa científica. Neste estudo objetivou-se compilar dados e discuti-los à luz da literatura, no intuito de indicar espécies liquênicas mais efetivas na biorremediação, bem como os compostos de maior poder quelante. Em relação aos diferentes solos, formas de manejo e aptidão, discute-se e indica-se os considerados mais vulneráveis e os de melhor interação com as substâncias liquênicas. Considera-se factível a perspectiva do futuro uso desses produtos e obtenção de patentes.
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JOSE ALAN KARDECK AMARANTE SILVA
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ANÁLISE DA VULNERABILIDADE NATURAL E AMBIENTAL AOS RISCOS DE ENCHENTES E INUNDAÇÕES NA BACIA HIDROGRAFIA DO RIO TEJIPIÓ - REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE
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Orientador : OSVALDO GIRAO DA SILVA
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MEMBROS DA BANCA :
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EDMARIO MARQUES DE MENEZES JUNIOR
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LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
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OSVALDO GIRAO DA SILVA
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Data: 29/08/2024
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Várias áreas da Região Metropolitana do Recife sofrem com inundações, enchentes e alagamentos, principalmente durante o período de chuvas intensas. O estudo buscou analisar na Bacia Hidrográfica do rio Tejipió, alguns fatores geológicos e geomorfológicos que mais contribuem para a ocorrência dos eventos citados, pois, por possui uma morfologia e topografia favorável a suscetibilidade e tendo uma relação direta com a vulnerabilidade estrutural, classificando áreas de fragilidades ambientais a inundação enchentes e alagamentos. Assim, com geoindicadores, pode-se avaliar os graus dessa fragilidade ambiental, através de técnicas, como sensoriamento remoto, análise de imagens de satélite e levantamentos cartográfico. Usando os modelos empíricos, que têm como ponto comum o entendimento da inter-relação dos elementos do meio físico para determinar essa fragilidade, inicialmente, procedeu-se a uma revisão bibliográfica, visando à fundamentação teórica dos termos enchentes e inundações, assim como de geoindicadores; foram elaborados os mapas temáticos, além de tabelas e quadros que auxiliam no desenvolvimento para atender os objetivos específicos. Utilizando-se do ambiente SIG, foram processados e analisados imagem, figuras, mapas e tabelas. Para ratificação dos dados e informações cartográficas foram realizadas atividades de observação in loco, que após analises, junto com classificação ou reclassificação dos aspectos naturais, se obteve os graus de vulnerabilidade, que além dinamizar uma maior fragilidade ambiental, tem nas ações antrópicas uma forma de potencializar alguns dos fatores de risco. Inicialmente, constatou-se que fatores como a Litologia, Pedologia, uso da terra e a declividade como importantes Geoindicadores, onde foram classificados os mais condicionadores, por fim, através de mapas de suscetibilidade, identificados áreas com maiores graus de vulnerabilidades para enchente e inundações no médio e baixo curso, com suas estruturas e composições associados energia potencial favorecem a ocorrência dos fenômenos geomorfológicos, como erosão, deslizamentos, e fortes tendencias à enchentes e inundações.
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Várias áreas da Região Metropolitana do Recifesofrem com inundações, enchentes e alagamentos,principalmente durante o período de chuvasintensas. O estudo buscou analisar na BaciaHidrográfica do rio Tejipió, alguns fatores geológicose geomorfológicos que mais contribuem para aocorrência dos eventos citados, pois, por possuiuma morfologia e topografia favorável asuscetibilidade, que tem uma relação direta com avulnerabilidade estrutural, assim classificando áreasde fragilidades ambientais a inundação enchentes ealagamentos. Assim, os geoindicadores podemavaliar a fragilidade ambiental através de váriastécnicas, como sensoriamento remoto, análise deimagens de satélite e levantamentos cartográfico.Usando os modelos empíricos, que têm como pontocomum o entendimento da Inter-relação doselementos do meio físico para determinar essafragilidade, inicialmente, procedeu-se a uma revisãobibliográfica, visando à fundamentação teórica dostermos enchentes e inundações, assim como degeoindicadores; foram elaborados os mapastemáticos, que auxiliaram no desenvolvimento paraatender os objetivos específicos. Utilizando-se doambiente SIG, foram processados e analisados imagem, figuras, mapas e tabelas. Para ratificação dos dados e informações cartográficasforam realizadas atividades de observação in loco,que após analises, junto com classificação oureclassificação dos aspectos naturais, se obteve osgraus de vulnerabilidade, que além dinamizar umamaior fragilidade ambiental, tem nas açõesantrópicas uma forma de potencializar alguns dosfatores de risco. Inicialmente, constatou-se quefatores naturais como a Litologia, Pedologia e adeclividade, e antrópicos como uso daterra,possuem maiores graus de vulnerabilidadespara enchente e inundações no médio e baixocurso, pois suas estruturas e composiçõesassociados a energia potencial favorecem aocorrência dos fenômenos geomorfológicos, comoerosão e deslizamentos, influenciando tambémenchentes e inundações.
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JONATH TAVARES BARBOSA
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A FEIRA DE CARUARU E SEU LUGAR NA CIDADE: USOS E APROPRIAÇÕES POR COMERCIANTES E MORADORES.
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Orientador : CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
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MEMBROS DA BANCA :
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CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
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EMILIO TARLIS MENDES PONTES
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PEDRO PAULO PINTO MAIA FILHO
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Data: 29/08/2024
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O presente trabalho tem a finalidade de trazer uma discussão sobre a importância da Feira de Caruaru para os moradores e comerciantes dos bairros do Vassoural e Santa Rosa, locais onde a feira exerce influência direta. A pesquisa de mestrado que se encontra em andamento já consegue observar a relevância afetiva e a simbiose que a feira possui, não apenas com a cidade, mas também, com as pessoas que frequentam ou dependem dela para retirar o sustento, demonstrando uma relação de lugar que se estabelece cotidianamente dos moradores com ela. Além de um importante centro turístico, a Feira apresenta um grande destaque no âmbito econômico e cultural, visto que, movimenta o comércio local e é identidade do agreste pernambucano com suas peculiaridades. Diante disso, as atividades escolares também são afetadas pela dinâmica da Feira, pois, uma parcela dos estudantes são trabalhadores e em dias de sulanca, a frequência diminui. O fato dela ter se tornado patrimônio imaterial traz consigo uma importância muito grande, porém, durante essa pesquisa, pudemos constatar que seus moradores não vivenciam e/ou não apresentam uma relação direta com os discursos e atividades relacionadas ao processo patrimonial, por conta da forma como esse título foi estabelecido, sem a participação popular. A partir desse pressuposto, consideramos importante a discussão sobre a temática da educação patrimonial, na perspectiva de buscar reaproximar moradores e feirantes do debate e da gestão patrimoniais, aproximando esses atores das ações de preservação e da continuidade geracional dos símbolos culturais relacionados com a Feira. Partindo do conceito de lugar, analisando o espaço vivido, as relações de afetividade dos que compõem a feira e seus arredores, o nosso foco de análise será mostrar que ela vai muito mais além que um espaço de comercialização de produtos diversos, mas também, um espaço carregado de sentimentos, histórias, laços afetivos e espaços de medo.
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O presente trabalho tem a finalidade de trazer uma discussão sobre a importância da Feira de Caruaru para os moradores e comerciantes do bairro do Vassoural, local onde a feira está inserida. A pesquisa de mestrado que se encontra em andamento já consegue observar a relevância afetiva e a simbiose que a feira possui, não apenas com a cidade, mas também, com as pessoas que frequentam ou dependem dela para retirar o sustento, demonstrando uma relação de lugar que se estabelece nessa relação cotidiana dos moradores com a feira. Além de um importante centro turístico, a Feira apresenta um grande destaque no âmbito econômico e cultural, visto que, movimenta o comércio local e é identidade do agreste pernambucano com suas peculiaridades. O fato da feira ter se tornado patrimônio imaterial traz consigo uma importância muito grande para ela, porém, na realização dessa pesquisa, pudemos constatar que seus moradores não vivenciam e/ou não apresentam uma relação direta com os discursos e atividades relacionadas ao processo patrimonial. A partir desse pressuposto, consideramos importante a discussão sobre a temática da educação patrimonial, na perspectivade buscar reaproximar moradores e feirantes do debate e da gestão patrimoniais, aproximando esses atores das ações de preservação e da continuidade geracional dos símbolos culturais relacionados com a Feira. Partindo do conceito de lugar, analisando o espaço vivido, as relações de afetividade dos que compõem a feira e seus arredores, o nosso foco de análise será mostrar que ela vai muito mais além que um espaço de comercialização de produtos diversos, mas também, um espaço carregado de sentimentos, histórias e laços afetivos com o espaço.
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DOUGLAS WILSON SILVA SANTANA
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EXPANSÃO ECONÔMICA E CENTRALIDADE URBANA: UMA ANÁLISE ESPACIAL DA REGIÃO INTERMEDIÁRIA DE CARUARU-PE
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Orientador : ANA CRISTINA DE ALMEIDA FERNANDES
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MEMBROS DA BANCA :
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CRISTIANA COUTINHO DUARTE
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LUCIA FERREIRA LIRBORIO
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THIAGO ADRIANO MACHADO
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Data: 29/10/2024
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A cidade de Caruaru desempenha um papel estratégico na articulação econômica e logística de sua região, composta por 65 municípios no agreste pernambucano, estando situada na transição entre o litoral e o sertão, e dispondo de uma rede viária formada por rodovias federais e estaduais. A pesquisa tem caráter exploratório e utiliza o geoprocessamento como ferramenta para investigar e realizar análises complementares na dinâmica urbano-regional. O objetivo do trabalho é investigar novas perspectivas territoriais para a área da região intermediária de Caruaru, por meio de análise espacial. Para isso, foram utilizados dados do estudo Regiões de Influência das Cidades – REGIC, que contém informações sobre as dinâmicas urbanoregionais do território brasileiro nos anos de 2007 e 2018, aplicando-se o modelo IDW (Inverse Distance Weighting). Após a análise espacial, foram obtidas novas visões territoriais nas categorias de comércio, serviços, educação superior e saúde, extrapolando os limites federativos e apresentando uma estimativa do alcance da influência da centralidade urbana (AICENURB) em forma de cobertura por faixas de cor. Assim, é instigante combinar métodos cartográficos modernos com conhecimento geográfico, embora seja necessário o refinamento dos parâmetros estatísticos e a inclusão de outros modelos e variáveis para garantir a solidez dessa análise espacial.
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A cidade de Caruaru desempenha um papel estratégico na articulação econômica e logística da sua região, composta por 65 municípios, no agreste pernambucano está situada na transição do litoral para o sertão, dispondo de uma rede viária composta por rodovias federais e estaduais. Sua posição central na região intermediária a torna um núcleo vital para o avanço regional e para a eficiente distribuição de produção. O objetivo do trabalho é verificar a possibilidade de novas perspectivas territoriais para a área da região intermediária de Caruaru-PE a partir de análise espacial que compreenda seus fluxos centrais. Para isso, é realizada a coleta de dados do estudo de Regiões de influência das cidades (REGIC) do IBGE que contém informações relacionadas as dinâmicas urbanas-regionais do território brasileiro. Assim, a análise espacial será realizada com o índice de Moran a fim de identificar clusters e evidências da expansão econômica entre 2007 e 2018. A pesquisa ainda não está finalizada, apesar disso apresenta progresso no estudo da dinâmica urbana no semiárido nordestino.
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REBEKA VIANA SANTOS
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O ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE GEOGRAFIA NA UFPE: ALGUMAS PERSPECTIVAS DOS DISCENTES
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Orientador : PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
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MEMBROS DA BANCA :
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DANIEL MALLMANN VALLERIUS
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FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
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PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
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Data: 13/12/2024
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O estágio impacta diretamente a formação inicial do professor e é um processo marcado por novas configurações seja filosófica, política ou econômica que a sociedade manifesta e adota. Por isso, a formação docente inicial de professores certamente é uma temática de herméticas e profundas discussões, reflexões e análises. Na vigente pesquisa, busca-se compreender como o Estágio Supervisionado do curso de Geografia da UFPE é visto e/ou qualificado pelos estudantes com vistas a refletir sobre sua relevância, trazendo à tona as reflexões e percepções dos futuros professores de Geografia. Em consonância a esses objetivos: a) Ofertar subsídios para qualificar ainda mais o Estágio Supervisionado através dos olhares de discentes do curso; b) Apontar algumas perspectivas da relação teoria-prática atuante no Estágio Supervisionado da UFPE representada na formação docente inicial; c) Observar as metodologias aplicadas quanto às disciplinas de Estágio Supervisionado em Geografia da UFPE na formação inicial. Enxerga-se a princípio a concepção de que o estágio supervisionado comporta-se como uma categoria que possui grande importância na formação docente inicial, uma vez que devido à sua relação teoria-prática e às possibilidades de reflexão que esse vem a proporcionar ao futuro professor de Geografia, contribuindo intensivamente para a construção da identidade docente, pois caracteriza-se como espaço de reflexão sobre a práxis pedagógica que se está a desenvolver. O lócus de pesquisa está direcionado a estudantes matriculados nas disciplinas de Estágio Supervisionado em Geografia 2 e 4 da Universidade Federal de Pernambuco. A revisão bibliográfica está baseada em autores que indagam reflexões sobre os objetos de estudo que aparecem ao longo desta discussão: Estágio Supervisionado; formação inicial de professores; construção identitária; dentre outras discussões; além dos aportes legislativos. Quanto à metodologia, a pesquisa é de caráter qualitativo utilizando como instrumentos técnicos a revisão de literatura das categorias e pesquisa documental, assim como, a aplicação de um questionário aberto e fechado. A roda de diálogo com os discentes e a análise de relatórios de estágio também foram utilizados como instrumento de coleta de dados. Os resultados obtidos foram discutidos a partir de quadros comparativos e gráficos trazendo à tona várias indagações que nos fizeram refletir sobre todo o arranjo curricular não apenas de Estágio, como era pensado no início, todavia, como também do curso. Ademais, pode-se apontar conforme os resultados colhidos que o Estágio Supervisionado na UFPE possui certos entraves a serem superados como: a) falta de diálogo entre os sujeitos que constituem o curso; b) carga horária mínima exigida de Estágio; c) falta de articulação da teoria à prática; d) desalinhamento da Geografia Escolar no conteúdo programático das disciplinas; e) processo burocrático como entrave; e f) falta de uma construção participativa dos discentes no PPC. Por hora, encerra-se este ensaio com algumas certezas, contribuições e certa satisfação em saber que se estabeleceu um diálogo movido pela inquietação, por um olhar sensível e pela vontade de contribuir significativamente, porém muitas incertezas ainda pairam à espera de retornarmos na possibilidade de termos um novo cenário de mudança ou investigar baseado nessas inquietudes outras considerações.
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Na vigente pesquisa, busca-se identificar as contribuições do Estágio Curricular Supervisionado na formação docente inicial do professor de Geografia da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE e sua identidade docente juntamente com a práxis pedagógica por meio de uma análise comparativa entre Estágio 1 e 4. Enxerga-se a princípio a concepção de que o estágio supervisionado comporta-se como uma categoria que possui grande importância na formação docente inicial, uma vez que devido à sua complexa relação teoria-prática e às possibilidades de reflexão e criticidade que esse vem proporcionar ao futuro professor de Geografia, contribuindo intensivamente para a construção da identidade docente, pois caracteriza-se como lócus de ponderação e análise sobre a práxis pedagógica que se está a desenvolver. O lócus de pesquisa está direcionado a estudantes matriculados nas disciplinas de Estágio Supervisionado em Geografia 1 e 4 dos semestres letivos do ano de 2023.1 e 2023.2 do curso presencial de Licenciatura em Geografia da Universidade Federal de Pernambuco. A revisão bibliográfica está baseada em autores que indagam reflexões sobre os objetos de estudo que aparecem ao longo desta discussão: EstágioSupervisionado; formação inicial de professores; construção identitária; dentre outras discussões; além dos aportes legislativos. Quanto à metodologia, a pesquisa é de caráter qualitativo, por meio da revisão de literatura das categorias que são postas em evidência, assim como, a aplicação de um questionário aberto e fechado. Os dados gerados são analisados por meio da análise de conteúdo, na busca das percepções identitárias dos estudantes e das revisões literárias pela compreensão do delineamento entre estágio supervisionado e a formação docente inicial.
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LARISSA DE SÁ MENEZES
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ANÁLISE ESPAÇO-TEMPORAL DA DINÂMICA DO USO DA TERRA: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA O PLANEJAMENTO AMBIENTAL E TERRITORIAL DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BOTAFOGO/PE
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Orientador : DANIEL RODRIGUES DE LIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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DANIEL RODRIGUES DE LIRA
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FREDSON PEREIRA DA SILVA
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LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
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Data: 20/12/2024
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O estudo analisa a dinâmica espaço-temporal do uso e ocupação da terra e seus impactos na Bacia Hidrográfica do Rio Botafogo, Pernambuco. Historicamente, a área foi utilizada extensivamente para a monocultura de cana-de-açúcar e extração de madeira. Nos últimos 30 anos, tem passado por um processo de urbanização impulsionado pela especulação imobiliária e desenvolvimento de um polo industrial. A pesquisa busca compreender e analisar a evolução do uso e cobertura da terra na bacia do rio Botafogo e suas implicações ambientais e socioeconômicas. O estudo se justifica pela relevância dessa área, que enfrenta problemas como degradação ambiental e crise hídrica, com impactos diretos no abastecimento de água para municípios vizinhos. Para isto, foram utilizadas imagens de satélite (Coleção 8 do Mapbiomas) processadas no Google Earth Engine e em SIG (QGIS) para mapear o uso da terra nas últimas décadas (1990, 2000, 2010 e 2020). Além disso, o método de classificação de canais de drenagem de Strahler foi empregado para compreender o impacto do uso da terra sobre os cursos d'água. Também foram usados métodos de identificação de impactos baseados na Resolução CONAMA nº 01/86 e em avaliações qualitativas in loco. A validação do uso e ocupação da terra e dos impactos identificados foram realizados por meio de trabalhos de campo, registros fotográficos, de GPS, e pelo cruzamento com bases de dados oficiais. Como resultados principais, as análises revelaram que a cobertura florestal, Savânica e manguezais cresceram, especialmente devido a restrições legais e criação de áreas protegidas, assim como as áreas urbanas. A aquicultura apresentou crescimento significativo nos últimos 30 anos, seguindo a demanda mundial, apesar de ter sido reduzida em área entre 2010 e 2020, o que provavelmente está relacionada as restrições impostas pelo Código Florestal brasileiro de 2012, permitindo sua utilização apenas mediante estudos técnicos específicos. Corpos d’água e áreas úmidas, como a Barragem de Botafogo, apresentaram redução, o que pode impactar negativamente o abastecimento hídrico. Áreas sem vegetação, Pastagem e a Silvicultura também reduziram em área no período de 30 anos. A monocultura da cana-de-açúcar e a agropecuária se mantiveram predominantes, mantendo a estabilidade. Os impactos ambientais e socioeconômicos analisados mostraram impactos imediatos, de médio prazo e longo prazo significativos, positivos e negativos, que podem se modificar conforme os cenários previstos. Sobre as prospecções futuras para a bacia hidrográfica, foram pensados dois cenários, um relacionando-se aos aspectos fisiográficos e socioeconômicos da bacia e outro aos aspectos ambientais legais. O estudo revela que, apesar dos avanços na preservação ambiental, a urbanização desordenada e o uso intensivo da terra, principalmente para o cultivo da cana-de-açúcar, continuam a comprometer os recursos hídricos da bacia. As projeções indicam que a expansão urbana continuará a pressionar os sistemas naturais, destacando a necessidade de um planejamento territorial integrado e de uma fiscalização ambiental maior na bacia para garantir a sustentabilidade ambiental e hídrica da região.
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O uso e ocupação das terras da bacia hidrográfica do rio Botafogo se iniciou com cultivo da monocultura da cana-de-açúcar e do coco, e posteriormente com a extração de madeira e lenha para consumo local. Mais recentemente, com o desenvolvimento das rodovias, como a BR-101, essa urbanização se caracterizou pela atividade industrial intensa, especialmente a indústria sucroalcooleira, pelo turismo relacionado as características físico-ambientais e históricas do território, além da ocupação de segundas residências, na forma de casas de veraneio. Atualmente, o processo de urbanização no litoral norte de Pernambuco está relacionado ao recente polo automotivo e industrial de Goiana e a expansão imobiliária de alto padrão que segue na direção norte do bairro de Aldeia, Camaragibe, no sentido de Araçoiaba, como alternativa de qualidade de vida próxima à natureza. Diante disto, esse uso e ocupação das terras sem planejamento territorial prévio causou/tem causado diversas alterações nos seus aspectos ambientais, o que afetou/tem afetado os sistemas costeiros e entre outros, o sistema da bacia hidrográfica do rio Botafogo, objeto deste estudo, trazendo impactos socioambientais e econômicos significativos para a região. Entre os impactos está a crise hídrica e a consequente falta de água para o abastecimento da população local. Isto tem sido uma realidade para a Barragem de Botafogo, situada no rio de mesmo nome, que compõe um dos maiores reservatórios de abastecimento de água de Pernambuco, responsável pelo abastecimento de municípios de Olinda, Paulista, Igarassu e Abreu e Lima, na RMR. Dessa maneira, faz-se necessário estudos do padrão de uso e ocupação da terra, o qual traz maior consistência ao planejamento territorial e ambiental. Assim, esta pesquisa objetiva identificar os usos e cobertura da terra em uma escala de evolução espaço-temporal para a bacia hidrográfica do rio Botafogo através da aplicação de geotecnologias. Para isto, serão utilizadas geotecnologias, com foco no SIG e geração de imagens por sensoriamento remoto, para a produção de mapas temáticos e visualização da dinâmica do uso e cobertura da terra. As imagens de satélite permitem a visualização das mudanças no uso e cobertura da terra em um dado tempo e espaço. Aliado a isto, a teoria geossistêmica contribuirá nessa pesquisa no entendimento e análise da dinâmica do uso da terra por meio das informações geomorfológicas, geológicas, pedológicas, altimétricas e hidrográficas. Considerando a bacia hidrográfica como um território, essas informações serão aliadas aos dados socioeconômicos que compõe a bacia hidrográfica do rio Botafogo, que representam importantes elementos relacionados a mudanças no uso da terra. Conclui-se que apesar dos avanços das áreas verdes e de áreas de mangue na baciahidrográfica, aliado a existências de unidades de conservação e outras restrições/impeditivos legais, o uso e ocupação da terra tem sido influenciada pelo aumento das áreas urbanizadas, a manutenção secular do plantio da cana-de-açúcar e agropecuária, além da diminuição das áreas úmidas da bacia, corpos d’água e supressão de nascentes, o que tem impactado diretamente no abastecimento de água da região norte da RMR. As áreas urbanas poderão crescer no sentido da BR-101 e de Araçoiaba.
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LILIAN RENATA TEIXEIRA DA SILVA
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GEOGRAFIA ESCOLAR E O SEMIÁRIDO BRASILEIRO: CONSTRUINDO NOVOS OLHARES A PARTIR DE UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA
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Orientador : PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
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MEMBROS DA BANCA :
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FREDSON PEREIRA DA SILVA
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LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
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PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
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Data: 20/12/2024
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O Semiárido Brasileiro (SAB) tem sido historicamente alvo de estereótipos negativos, resultantes de fatores sociais, culturais, políticos e econômicos. Esses discursos destacam as dificuldades impostas pelas secas, desconsiderando as potencialidades da região em termos paisagísticos, biológicos, geográficos e socioeconômicos. Essa percepção limitada consolidou uma visão preconceituosa sobre o SAB, que ainda predomina no imaginário popular. Em resposta a esse cenário, a Geografia escolar é vista como um instrumento crucial para desmistificar esses paradigmas, promovendo um entendimento mais complexo e realista da região. Partindo dessa problemática, a pesquisa buscou responder a questões centrais: Como os estereótipos sobre o SAB foram formados?; De que forma a Geografia escolar pode contribuir para ampliar o entendimento sobre essa região?; Qual é a percepção dos estudantes em relação ao SAB?; e Quais recursos didáticos podem ser utilizados para repensar os estereótipos associados ao Semiárido?. O estudo foi realizado com estudantes do sétimo ano do Ensino Fundamental na Escola Souza Veras, em Pernambuco, por meio de uma sequência didática aplicada nas aulas de Geografia. Desse modo, o objetivo geral consiste em compreender a percepção de estudantes do 7ª ano do Ensino Fundamental em relação ao Semiárido Brasileiro, desenvolvendo uma sequência didática durante as aulas de Geografia com o intuito de repensar os estereótipos mais comuns relacionados a essa região. Os Objetivos Específicos incluem: analisar o processo histórico de ocupação e delimitação da região, investigar a origem dos estereótipos, explorar a evolução do ensino de Geografia no Ensino Fundamental e desenvolver práticas pedagógicas voltadas à desconstrução de preconceitos sobre o Semiárido. A pesquisa utilizou uma abordagem qualitativa, com foco na aplicação de uma sequência didática. No Capítulo 1 encontra-se uma abordagem histórica de ocupação do SAB, juntamente com seus aspectos físicos-geográficos. O Capítulo 2 analisa os estereótipos regionais e suas influências na percepção social. O Capítulo 3 contextualiza a Geografia escolar, destacando sua relevância para o estudo do SAB. No Capítulo 4, são detalhadas as etapas de aplicação da sequência didática, incluindo os métodos adotados para compreender e transformar as percepções dos estudantes. Os resultados reforçam que a Geografia escolar tem o potencial de mudar a visão limitada sobre o Semiárido, valorizando suas características únicas e promovendo um entendimento mais abrangente. Através de práticas pedagógicas críticas e inclusivas, incluídas na sequência didática, é possível transformar os discursos que historicamente marginalizaram o SAB, permitindo que estudantes reconheçam tanto os desafios quanto as riquezas dessa região.
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Os estereótipos associados ao Semiárido brasileiro (SAB) frequentemente obscurecem sua vasta diversidade biológica e paisagística, eliminando seu processo de delimitação regional e restringindo erroneamente todas as características da região ao cenário homogêneo das secas. As distorções imaginárias sobre diferentes regiões, principalmente aquelas que não se conhece pessoalmente, são chamadas de “estereótipos regionais”. Esses estereótipos frequentemente são enraizados na cultura popular, desempenhando um papel significativo na formação de percepções distorcidas sobre determinadas áreas geográficas. Diante desse contexto, percebe-se a Geografia escolar como um instrumento essencial para desafiar esses paradigmas enviesados e tendenciosos, que tendem a associar o Semiárido Brasileiro apenas aos seus aspectos negativos. Afinal, a Geografia, enquanto componente curricular da educação básica, investiga o espaço geográfico resultante das complexas interações entre os seres humanos e o ambiente natural. Ao desafiar essas narrativas simplificadas, os professores contribuem para a formação de indivíduos mais conscientes da complexidade que caracteriza as diferentes regiões do Brasil. Desse modo, o objetivo geral desta pesquisa consiste em compreender a percepção de estudantes do 7ª ano do Ensino Fundamental em relação ao Semiárido Brasileiro, desenvolvendo uma sequência didática durante as aulas de Geografia com o intuito de repensar os estereótipos mais comuns relacionados a essa região. Para cumprir com o caráter investigativo desta pesquisa, a aplicação da sequência didática ocorreu durante as aulas de Geografia no primeiro semestre letivo de 2024, dividida em quatro atividades com objetivos complementares: 1) Captação dos conhecimentos prévios sobre o Semiárido Brasileiro; 2) Representações sobre a região Semiárida brasileira; 3) Pesquisa e apresentações sobre os estereótipos identificados sobre o SAB e Região Nordeste; 4) Avaliação e reflexão acerca dos conhecimentos adquiridos. A partir de sua aplicação, constatou-se que os estudantes ainda possuíam muitas percepções estereotipadas acerca do SAB, influenciadas por diversos fatores como a falta de contato com a região e acesso a representações estereotipadas que destacam sempre suas limitações e raramente suas potencialidades e diversidade, mas a medida que as discussões eram aprofundadas houve a ampliação desses conhecimentos e a possibilidade de repensar os estereótipos.
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RICLAUDIO SILVA SANTOS
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DOMÍNIO SEMIÁRIDO DA CAATINGA: UMA PROPOSTA TIPOLÓGICA E REGIONAL ATRAVÉS DA CARTOGRAFIA DE PAISAGEM
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Orientador : LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
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MEMBROS DA BANCA :
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JACIMÁRIA FONSECA DE MEDEIROS
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DANIEL RODRIGUES DE LIRA
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JOSEFA ELIANE SANTANA DE OLIVEIRA PINTO
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LARISSA MONTEIRO RAFAEL
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LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
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Data: 21/02/2024
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O conhecimento espacial sobre os ambientes naturais tem sido uma importante ferramenta para entender o funcionamento da superfície terrestre, e dentro desse arcabouço, os mapas são produtos basilares para as geociências. Neste sentido, a presente tese tem como objetivo investigar a paisagem do Semiárido Brasileiro por meio de abordagens integradas, com foco nos componentes biofísicos, a fim de produzir informações cartográficas inéditas para a área de estudo. Dentro da literatura relacionada, examina as principais abordagens de estudo integrado da paisagem e suas características, como as propostas de Viktor Borisovich Sochava, Georges Bertrand e Aziz Ab'Saber, entre outros, que se apresentam dentro do pensamento sistêmico de estudo da natureza, com pressupostos da Teoria Geral dos Sistemas (ou Teoria dos Sistemas Gerais). A pesquisa é apoiada em conceitos como geossistema e domínios morfoclimáticos, entre outros, e metodologias que envolvem o geoprocessamento de informações e a cartografia de paisagens. A análise se baseia na representação dos complexos naturais, considerando seus componentes (litologia, relevo, clima, solos, vegetação, usos antrópicos, entre outros), para fornecer importantes informações sobre as inter-relações entre eles. Entre os resultados obtidos, destacam-se os produtos cartográficos sobre as paisagens estudadas, a identificação e regionalização dos tipos de paisagens, e a descrição detalhada das regiões paisagísticas que formam o Domínio Semiárido da Caatinga, a saber: Litoral Ceará-Piauí; Bacia Potiguar; Depressão Sertaneja Setentrional; Depressão Sertaneja Central; Depressão Sertaneja Oriental; Depressão Contas-Paraguaçu; Casa Nova/Xique-Xique; Médio São Francisco; Araripe; Borborema; Tucano-Jatobá; Chapada Diamantina; Espinhaço; Ibiapaba; Depressão Piauí-Canindé; e Serras das Confusões e Capivara. Por fim, espera-se que este trabalho sirva como auxílio teórico, metodológico e fonte de dados para aqueles que buscam conhecimento sobre as diversidades internas do semiárido brasileiro e o estudo da paisagem.
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As paisagens do Semiárido Brasileiro já foram estudadas por diversas abordagens e diferentes termos, Ecorregiões, Domínios Morfoclimáticos, Ecossistemas, Unidades Taxonômicas, Geossistemas, entre outros. Entretanto, devido à complexidade das paisagens que formam esta porção à nordeste do território brasileiro, o tema não se esgotou e ainda é atual e pertinente. Os diversos estudos que buscaram investigar as paisagens do semiárido brasileiro, por meios de abordagens biofísicas, são objeto desta pesquisa, que visa a partir dos mesmos elaborar uma proposta de classificação dessas paisagens. Inicialmente buscou-se resgatar as principais abordagens de análise integrada das paisagens naturais, comparando-as e destacando suas singularidades dentro do pensamento sistêmico. Posteriormente foram investigadas as pesquisas aplicadas diretamente no Semiárido Brasileiro, ou em todo Nordeste do Brasil, em uma ampla revisão dos estudos dessas paisagens. O objetivo derradeiro é apresentar uma proposta de classificação das paisagens do semiárido brasileiro, em dois níveis de analise, um menor, a respeito dos tipos de paisagens, e um nível superior que trata das regiões paisagísticas do semiárido brasileiro. São levadas em consideração as informações a respeito da litologia, relevo, substrato, vegetação e uso da terra, a partir de uma abordagem integrada, apoiada na cartografia da paisagem.
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TWANE MARIA CORDEIRO XAVIER
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ARRANJO URBANO-REGIONAL DISPERSO DO POLO DE CONFECÇÕES DO AGRESTE DE PERNAMBUCO
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Orientador : DORALICE SÁTYRO MAIA
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MEMBROS DA BANCA :
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ANIERES BARBOSA DA SILVA
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DENISE DE SOUZA ELIAS
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DORALICE SÁTYRO MAIA
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JAN BITOUN
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LIVIA IZABEL BEZERRA DE MIRANDA
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Data: 23/02/2024
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A problemática desta tese surgiu ao observar a dinâmica econômica provocada pela confecção de roupas no Agreste pernambucano nos últimos 40 anos, a mudança socioespacial da região é perceptível. A região tem passado por transformações que vão além do crescimento populacional e da expansão urbana. Onde uma atividade produtiva, que começou de maneira incipiente em Santa Cruz do Capibaribe – PE na década de 1970, difundida para Toritama – PE e Caruaru – PE nos anos 1980, alcançou um conjunto de pequenos municípios dispersos no interior de Pernambuco e alguns municípios paraibanos nos últimos anos, dando contorno a um novo processo de regionalização. Para entender esse processo, buscou-se analisar a influência dessa atividade produtiva na reconfiguração urbano-regional dos municípios que fazem parte do Polo de Confecções do Agreste de Pernambuco, com apoio em discussões contemporâneas que trazem luz às novas estruturas espaciais, ou ainda aparados na definição de processos de dispersão urbana, cidade difusa, urbanização extensiva e arranjo urbano-regional. Assim, esse trabalho teve como objetivos (i) identificar a evolução da mancha urbana e da ocupação do solo dos municípios que compõem a região a partir do período de consolidação da atividade de confecção; (ii) verificar e revelar as relações interescalares existentes entre as três cidades principais do Polo de Confecções do Agreste de Pernambuco e os municípios influenciados pela atividade produtiva; (iii) identificar os agentes sociais que atuam na produção do espaço nesse arranjo espacial, e como se dá sua articulação em rede; (iv) apresentar como a atividade de confecção conseguiu se consolidar em uma região marcada pela pluriatividade e pela disponibilidade de mão de obra, com estrutura agrária de pequena e média propriedade e estrutura urbana formada por muitas pequenas cidades. Para tanto, foi realizada a quantificação das mudanças na cobertura do solo em um intervalo de 40 anos, baseada em classificações do GHSL e do MapBiomas; foram realizadas análises quantitativas de dados socioeconômicos oriundos das RAIS e o IBGE; além de atividades em campo e aplicação de entrevistas com agentes sociais. Essa abordagem conceitual, associada aos resultados obtidos em cada análise, permitiram mostrar a evolução da ocupação das cidades ao longo dos anos, a relação da população com a atividade de confecção, as interações espaciais entre as cidades com apoio dos agentes sociais e, por fim, a proposta de regionalização composta pelo conjunto de cidades dispersas que tem a atividade de confecção como ponto em comum, identificada como arranjo urbano-regional disperso do Polo de Confecções do Agreste de Pernambuco.
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A problemática desta tese surgiu ao observar a dinâmica econômica provocada pela confecção de roupas no Agreste pernambucano nos últimos 40 anos, a mudança socioespacial da região é perceptível. A região tem passado por transformações que vão além do crescimento populacional e da expansão urbana. Onde uma atividade produtiva, que começou de maneira incipiente em Santa Cruz do Capibaribe – PE na década de 1970, difundida para Toritama – PE e Caruaru – PE nos anos 1980, alcançou um conjunto de pequenos municípios dispersos no interior de Pernambuco e alguns municípios paraibanos nos últimos anos, dando contorno a um novo processo de regionalização. Para entender esse processo, buscou-se analisar a influência dessa atividade produtiva na reconfiguração urbano-regional dos municípios que fazem parte do Polo de Confecções do Agreste de Pernambuco, com apoio em discussões contemporâneas que trazem luz às novas estruturas espaciais, ou ainda aparados na definição de processos de dispersão urbana, cidade difusa, urbanização extensiva e arranjo urbano-regional. Assim, esse trabalho teve como objetivos (i) identificar a evolução da mancha urbana e da ocupação do solo dos municípios que compõem a região a partir do período de consolidação da atividade de confecção; (ii) verificar e revelar as relações interescalares existentes entre as três cidades principais do Polo de Confecções do Agreste de Pernambuco e os municípios influenciados pela atividade produtiva; (iii) identificar os agentes sociais que atuam na produção do espaço nesse arranjo espacial, e como se dá sua articulação em rede; (iv) apresentar como a atividade de confecção conseguiu se consolidar em uma região marcada pela pluriatividade e pela disponibilidade de mão de obra, com estrutura agrária de pequena e média propriedade e estrutura urbana formada por muitas pequenas cidades. Para tanto, foi realizada a quantificação das mudanças na cobertura do solo em um intervalo de 40 anos, baseada em classificações do GHSL e do MapBiomas; foram realizadas análises quantitativas de dados socioeconômicos oriundos das RAIS e o IBGE; além de atividades em campo e aplicação de entrevistas com agentes sociais. Essa abordagem conceitual, associada aos resultados obtidos em cada análise, permitiram mostrar a evolução da ocupação das cidades ao longo dos anos, a relação da população com a atividade de confecção, as interações espaciais entre as cidades com apoio dos agentes sociais e, por fim, a proposta de regionalização composta pelo conjunto de cidades dispersas que tem a atividade de confecção como ponto em comum, identificada como arranjo urbano-regional disperso do Polo de Confecções do Agreste de Pernambuco.
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EMMANUELE RIBEIRO DE MENDONCA
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GEOGRAFIA PERNAMBUCANA ENTRE 1863 E 1946: INSTITUIÇÕES, TESES E PESQUISADORES
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Orientador : RODRIGO DUTRA GOMES
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MEMBROS DA BANCA :
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ANDRÉ NUNES DE SOUSA
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DIRCEU SALVIANO MARQUES MARROQUIM
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EDVANIA TORRES AGUIAR GOMES
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NILSON CORTEZ CROCIA DE BARROS
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RODRIGO DUTRA GOMES
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Data: 27/06/2024
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Certos de que há uma história regional da Geografia em diferentes escalas, nos debruçamos sobre o Estado de Pernambuco. A escala regional “provinciana” (Livingstone, 2010; Raj, 2015), num país de dimensões continentais, multicultural e profundamente desigual é relevante em pesquisas sobre a Geografia brasileira. Assim, há um período intrigante e pouco estudado, que vai do final do século XIX até a década de 1930, tendo por referência o advento da República até a fundação da Universidade de São Paulo. Mas, como se processou essa fase da Geografia Brasileira em Pernambuco? A partir dessa questão, o objetivo geral da tese é de analisar a produção de pesquisas geográficas desenvolvidas entre 1862 e 1946, no âmbito do IAHGP, Ginásio Pernambucano e Escola Normal Oficial. Assim, foram definidos os seguintes objetivos específicos: I) Identificar os trabalhos geográficos, vinculados às instituições escolhidas; II) Contextualizar essas pesquisas, tendo em vista o perfil socioprofissional de seus autores, as tendências geográficas e demandas sociais; III) Caracterizar os círculos de afinidades entre esses pesquisadores. O procedimento metodológico recorreu à pesquisa documental, método hermenêutico e abordagem contextual de Vincent Berdoulay (2017). Resultaram da pesquisa documental 99 artigos da Revista do IAHGP e sete teses de Geografia vinculadas ao Ginásio Pernambucano e Escola Normal Oficial. Elegemos para a análise os textos dos autores recorrentes na Revista do IAHGP e das teses de Geografia. A compreensão desses textos nos permitiu reinterpretar o passado científico pernambucano e brasileiro, caracterizado por pesquisas geográficas que uniram ciência e cultura.
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O desenvolvimento da Geografia no Brasil e, mais especificamente, em Pernambuco, é intrinsecamente ligado às instituições intelectuais. A produção de conhecimento geográfico pode ser abordada sob uma perspectiva espacial, destacando a importância do espaço na produção e circulação de conhecimentos científicos em diferentes escalas. Diante disto, se coloca a seguinte questão: como se desenvolveu a Geografia em Pernambuco entre 1862 e 1946?Para respondê-la, o objetivo geral é de analisar a produção geográfica das instituições intelectuais na cidade do Recife entre 1862 e 1946. Assim, foram delineados os objetivos específicos de: elucidar o contexto de produção e circulação do conhecimento geográfico sistemático no Recife; identificar os trabalhos geográficos sistemáticos produzidos a partir das instituições intelectuais; desvendar os trabalhos geográficos sistemáticos, tendo em vista a relação entre seus autores, tendências e demandas sociais. A tese seguiu uma análise contextual com aporte de procedimentos metodológicos da pesquisa documental, numa perspectiva crítica. A variável espacial foi crucial, demandando uma análise geográfica da história da Geografia, com base nos pensamentos de Milton Santos, Doreen Massey, David N. Livingstone e Kapil Raj. Foram identificados 94 textos na Revista do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano (RIAHGP), 8 Teses de Geografia (Ginásio Pernambucano e Escola Normal Oficial) e 16 trabalhos em Congressos Brasileiros de Geografia. A análise permitiu uma compreensão aprofundada do desenvolvimento da Geografia em Pernambuco, revelando conexões entre contextos espaciais, autores e demandas sociais.
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CARLA SUELANIA DA SILVA
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EVOLUÇÃO E DINÂMICA DA PAISAGEM GEOMORFOLÓGICA DO BAIXO CURSO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO GOIANA–PE
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Orientador : OSVALDO GIRAO DA SILVA
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MEMBROS DA BANCA :
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BRUNO DE AZEVEDO CAVALCANTI TAVARES
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DRIELLY NAAMMA FONSECA DA SILVA
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OSVALDO GIRAO DA SILVA
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SIMONE CARDOSO RIBEIRO
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WEMERSON FLAVIO DA SILVA
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Data: 28/06/2024
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A geomorfologia fluvial é um campo de estudo que investiga a dinâmica dos cursos d'água, que proporciona conhecimento sobre a estrutura dos canais, a organização espacial e a evolução das paisagens fluviais. Os rios modificam o relevo por meio de ajuste fluvial, adaptando-se às mudanças ocorridas na superfície terrestre, como movimentos tectônicos, variações no nível do mar ou atividades humanas. Os efeitos erosivos dos rios podem ser observados na paisagem, a partir da incisão fluvial, rearranjos da drenagem, migração dos canais, alterações no nível de base, nas taxas de denudação e na origem dos sedimentos. O estudo da drenagem é fundamental para compreender os fatores que a condicionam, a partir da organização dos canais é possível interpretar a dinâmica induzida nessa configuração, seja ela de natureza tectônica e/ou climática, em diferentes escalas espaciais e temporais. O estudo em questão analisa a evolução e a dinâmica da paisagem geomorfológica do baixo curso da Bacia Hidrográfica do rio Goiana, em Pernambuco. No estudo objetivou-se investigar as respostas das formas de relevo aos processos inerentes à evolução da rede de drenagem, compreender o papel da morfoestrutura e morfotectônica, mapear os ambientes deposicionais e analisar a gênese do divisor topograficamente baixo, isto porque, a partir da premissa de possíveis conexões pretéritas entre as bacias hidrográficas dos rios Goiana e rio Abiaí, observou-se um baixo divisor entre as duas bacias, como também manifestações de reorganização da drenagem local. Quanto as principais metodologias, foram utilizadas: índices morfométricos, a Relação Declividade-Extensão (RDE), o Fator de Assimetria de Bacias (FA), o Fator de Assimetria do Divisor (FAB) e a Razão Fundo/Altura de Vale (RFAV), além de investigações das propriedades sedimentológicas através das análises granulométricas, morfoscópicas e geoquímicas dos sedimentos. Os resultados indicaram possíveis movimentações tectônicas e consequente basculamento de blocos na área, evidenciados tanto na morfometria, como na estruturação da drenagem. Foram encontrados cinco depósitos sedimentares sobre os divisores da bacia hidrográfica do rio Goiana, em seu baixo curso, indicando-se que a produção de sedimentos é condicionada a dinâmica tectônica e climática, os depósitos em ambas as margens do divisor apresentaram diferenciação tanto nas características granulométricas, quando nos indicadores geoquímicos, apontando-se para eventos distintos para uma fase semiúmida que evoluiu para uma fase semiárida durante a deposição. Foi possível discutir com outros trabalhos na área de estudo e correlacionar possíveis eventos durante o Quaternário, como também corroborar sobre as conexões que a bacia hidrográfica do rio Goiana tinha com o rio Abiaí, e que devido à dinâmica tectônica, gerou um possível soerguimento neste setor desconectando as duas bacias. A pesquisa procurou contribuir para o conhecimento geomorfológico da área, especialmente no contexto fluvial e sua relação com a Geomorfologia Estrutural. Além disso, buscou-se gerar discussões acadêmicas e científicas sobre o comportamento, a morfologia e os condicionantes da paisagem fluvial em ambiente tropical úmido.
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A geomorfologia fluvial é um campo de estudo que investiga a dinâmica dos cursos d'água, proporcionando conhecimentos sobre a estrutura dos canais fluviais, a organização espaço-temporal e a evolução das paisagens fluviais. Diversas técnicas são utilizadas nesse campo para interpretar os arranjos espaciais, os padrões de drenagem, os processos e formas resultantes, assim como os fatores que influenciam esses ambientes, sejam eles naturais ou humanos. Os rios modificam o relevo por meio de ajuste fluvial, adaptando-se às mudanças ocorridas na superfície terrestre, como movimentos tectônicos, variações no nível do mar ou atividades humanas. Os efeitos erosivos dos rios podem ser observados na paisagem, como incisão fluvial, rearranjos da drenagem, migração dos canais e alterações no nível de base, nas taxas de denudação e na origem dos sedimentos. O estudo da drenagem é fundamental para compreender os fatores que a condicionam. A partir da organização dos canais, é possível interpretar a dinâmica induzida nessa configuração, seja ela de natureza tectônica e/ou climática, em diferentes escalas espaciais e temporais. O tempo também desempenha um papel relevante nessa dinâmica, principalmente para relacionar eventos passados no Quaternário à disposição espacial desses ambientes. Os padrões, processos e sedimentos fluviais fornecem evidências sobre a formação dos sistemas fluviais e permitem prever cenários futuros. O estudo em questão analisa a evolução e a dinâmica da paisagem geomorfológica do baixo curso da Bacia Hidrográfica do rio Goiana, em Pernambuco. Ele busca investigar as respostas das formas de relevo aos processos da rede de drenagem, compreender o papel da morfoestrutura e morfotectônica nesse ambiente, mapear os ambientes deposicionais quaternários e estudar agênese do divisor topograficamente baixo, avaliando as possíveis conexões entre as bacias do rio Goiana/PE e do rio Abiaí. O estudo visa estabelecer as conexões existentes entre as duas bacias, considerando que o divisor entre elas possui uma topografia rebaixada e há manifestações de capturas fluviais, cortes abruptos desconectando canais e um baixo divisor entre as cabeceiras das duas bacias. Busca-se compreender a evolução desse ambiente e investigar possíveis causas relacionadas a eventos tectônicos e/ou variações nos níveis do oceano. A pesquisa se baseia em trabalhos acadêmicos e científicos anteriores, bem como em estudos realizados na área de estudo ou em regiões próximas. O objetivo é contribuir para o conhecimento geomorfológico da área, especialmente no contexto fluvial e sua relação coma geomorfologia estrutural. Além disso, busca gerar discussões acadêmicas e científicas sobre o comportamento, a morfologia e os condicionantes da paisagem fluvial, auxiliando na gestão ambiental e territorial.
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THAÍS FERNANDES DE ASSUNÇÃO
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DINÂMICA DE USO E OCUPAÇÃO DA TERRA: ANÁLISE DA COBERTURA VEGETAL E DA QUALIDADE DOS SOLOS NO NÚCLEO DE DESERTIFICAÇÃO NO ESTADO DE PERNAMBUCO
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Orientador : EUGENIA CRISTINA GONCALVES PEREIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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BARTOLOMEU ISRAEL DE SOUZA
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CRISTIANA COUTINHO DUARTE
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EUGENIA CRISTINA GONCALVES PEREIRA
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MARIA LUCIA BRITO DA CRUZ
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RODRIGO SANTANA MACEDO
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Data: 07/08/2024
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O Domínio Fitogeográfico da Caatinga é reconhecido por apresentar a maior área contígua de Florestas Tropicais Sazonalmente Secas (FTSS) do mundo, contribuindo com elevada heterogeneidade e endemismo. Porém, no decorrer dos anos a ocupação antrópica ao longo de sua extensão territorial oportunizou o exercício de práticas ineficazes e predatórias de uso e ocupação da terra, por meio da conversão da vegetação nativa para agricultura, contribuindo para surgimento de áreas em processo de desertificação, como no município de Cabrobó - PE. As FTSS, em comparação com as demais as Florestas Tropicais, possui um diminuto quantitativo de realização de pesquisas científicas. Neste sentido, compreender as alterações provenientes do uso antropogênico, através de métodos ligados ao Sensoriamento Remoto, a composição vegetal mediante aplicação de estudos fitossociológicos e o uso indicadores de qualidade do solo, possibilitam o conhecimento acerca das alterações e tomadas de decisão para a sua conservação. Assim, objetivou-se analisar as mudanças provenientes do uso e ocupação da terra, realizar um levantamento fitossociológico e determinar a qualidade dos solo em duas estratificações. Inicialmente foram utilizadas imagens do Landsat TM 5 e 7, para os anos 1992 e 2015, a classificação supervisionada, no SPRING (5.3) e, a composição dos atributos gerado no QGis (2.18). Para determinação do SoilAdjusted Vegetation Index e do Índice de Área Foliar foram utilizadas o Sentinel-2, dos anos de 2016 e 2018. In situ, foram amostradas 20 parcelas, em duas estratificações (conservada e degradada). Realizou-se a identificação ao nível de nome vernacular dos espécimes lenhosos vivos. A partir dos dados obtidos, foram realizadas as análises fitossociológicas através do software Fitopac®, sendo as espécies identificadas no Herbário Dárdano de Andrade-Lima. Amostras de solos foram coletadas para determinar os índices de qualidade física e química. Os resultados para avaliação de uso e ocupação da terra, demonstraram a ampliação de áreas de agricultura ao longo do município. Além disso, comprovou-se que a vegetação apresenta ajuste fisiológico ao longo das variações pluviométricas. As análises fitossociológicas contabilizaram 811 indivíduos vivos na área conservada e 311 na degradada. As espécies que apresentaram maior predominância foram Jatropha mollissima Baill., Cenostigma pyramidale (Tul.) E.Gagnon & GPLewis e Aspidosperma pyrifolium Mart. Com relação a qualidade física e química do solo, a área conservada atingiu valores indicando preservação do ambiente. No entanto, avaliando a área em degradação, a física do solo indicou sua compressão, enquanto a química atestou reduzida quantidade de elementos essenciais para o desenvolvimento vegetal. As correlações entre os parâmetros fitossociológicos e físico-químicos do solo identificaram que propriedades limitantes para o crescimento vegetal possuíram correlação negativa com a densidade de espécies. Conclui-se que houve uma significativa supressão da vegetação natural para o provimento de atividades agrícolas e, que os fragmentos em conservação possuíram os melhores indicadores em comparação com a área em degradação. Esta, apresentou reduzida diversidade de espécies vegetais e baixo índice de qualidade dos solos, contribuindo pontualmente para áreas de degradação no município de Cabrobó – PE.
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O Domínio Fitogeográfico da Caatinga éreconhecido por apresentar a maior área contíguade Florestas Tropicais Sazonalmente Secas (FTSS)do mundo, contribuindo com elevadaheterogeneidade e endemismo. Porém, no decorrerdos anos a ocupação antrópica ao longo de suaextensão territorial oportunizou o exercício depráticas ineficazes e predatórias de uso e ocupaçãoda terra, por meio da conversão da vegetaçãonativa para agricultura ou pastagem. Entender asalterações provenientes do uso e ocupação daterra, através de métodos ligados ao sensoriamentoremoto, a composição vegetal através da aplicaçãode estudos fitossociológicos e a degradação do solomediante aplicação de indicadores de qualidade,possibilitam o conhecimento acerca das alteraçõese tomadas de decisão para a sua conservação.Assim, objetivou-se analisar as mudançasprovenientes do uso e ocupação da terra e realizarum levantamento fitossociológico em duasestratificações no município de Cabrobó-PE. Paraanálise das alterações ocorridas no município foramutilizadas imagens dos satélites Landsat TM 5 e 7,obtidas das Órbitas/Ponto 216/66 e 217/66 com anos de aquisição de 1992 e 2015. Em seguida,foram utilizadas imagens do satélite Sentinel-2, noperíodo de 2016 a 2018, para os índices de Soil-Adjusted Vegetation Index (SAVI) e Índice de ÁreaFoliar (IAF) nos períodos de estiagem e comprecipitação para avaliar o comportamento davegetação e do solo. Posteriormente, in situ, foramamostradas 20 parcelas de 400 m², contendodistância entre si de 250 m, em duas estratificações(conservada e degradada). Realizou-se aidentificação ao nível de nome vernacular dosespécimes lenhosos vivos que possuíam diâmetroao nível do solo (≥3 cm) e altura dos indivíduos (≥1m). A partir dos dados obtidos, foi realizada aanálise dos parâmetros fitossociológicos através dosoftware Fitopac®. As amostras de plantas foramlevadas ao Herbário IPA - Dárdano de Andrade-Lima e identificadas pela equipe técnica. Foramrealizadas coletas de solos em todas as parcelaspara aplicação de índices de qualidade física equímica. Diante da avaliação de uso e ocupação daterra, obteve-se como resultado a ampliação deáreas de agricultura ao longo do município. Alémdisso, verificou-se que a vegetação apresentouajuste fisiológico ao longo das variaçõespluviométricas. Diante das análisesfitossociológicas observou-se ampla disparidadeentre as estratificações amostradas. A áreaconservada foi detentora de 72 % dos indivíduostotais das duas áreas de coleta. Com relação aosresultados da qualidade física e química do solo, aárea conservada atingiu valores indicandopreservação do ambiente. No entanto, avaliando aárea em degradação, a física do solo indicoucompressão dos solos, enquanto a química atestoureduzida quantidade de elementos essenciais parao desenvolvimento vegetal. Diante do exposto, apesquisa identificou que o processo dedesertificação ocorre pontualmente no município e,que há significativas áreas em processo deconservação.
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EVERTON BARBOSA DA LUZ
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A NOVA PAULISTA: RENOVAÇÃO URBANA E RE-SIGNIFICAÇÕES DO USO DO ESPAÇO DO CENTRO DE PAULISTA
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Orientador : RODRIGO DUTRA GOMES
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MEMBROS DA BANCA :
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IGOR SACHA FLORENTINO CRUZ
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NILO AMERICO RODRIGUES LIMA DE ALMEIDA
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NILSON CORTEZ CROCIA DE BARROS
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RODRIGO DUTRA GOMES
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WEDMO TEIXEIRA ROSA
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Data: 13/08/2024
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Este estudo tem como propósito a realização de um debate reflexivo e contemporâneo relacionado ao conceito de produção do espaço urbano. Tal qual aborda a importância da paisagem historicamente produzida como um bem patrimonial que constantemente foi/é valorizado. Esse patrimônio e identidade, social, cultural e economicamente construído, que é a paisagem, encontra-se em processo de desconstrução por recorrentes políticas públicas de desvalorização da história da cidade e pela utópica ideia de Renovação Urbana que resultará em uma nova ‘’imagem de cidade. O recorte espacial abordado aqui será a área central da cidade de Paulista/PE e a linha temporal compreendida será a partir da década de 1990 até os dias atuais, separados em diferentes momentos históricos, de acordo com as diferentes formas de apropriação da paisagem e consequentemente a sua desconstrução para a renovação urbana. Para tanto, apoiase na literatura geográfica, principalmente na abordagem da Geografia Urbana e mais precisamente na concepção dos processos de produção e estruturação do espaço urbano, tendo como protagonistas desse processo uma produção comandada pela coalizão entre empresas e Estado de um lado e a sociedade de outro. Desta forma, foi proposto a problematização das relações entre renovação urbana e produção de valor do espaço, tal como concebida por Harvey (1984), colocando-a em diálogo com as contribuições de Santos (2006), Vargas e Castilho (2006) sobre as ressignificações do uso. Assim, a investigação busca a partir da compreensão de uma nova Divisão Territorial do Trabalho – DTT, um evento ocorrido, em função do fechamento das fábricas têxtis de Paulista/PE, tendo como resultado a produção de áreas ociosas no centro da cidade que por sua vez estão sendo apropriadas pelo mercado imobiliário num processo de renovação urbana e valorização do espaço, alterando assim a percepção das pessoas que vivenciam a produção do espaço do centro.
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Este estudo tem como propósito a realização de um debate reflexivo e contemporâneo relacionado ao conceito de produção do espaço urbano. Tal qual aborda a importância da paisagem historicamente produzida como um bem patrimonial que constantemente foi/é valorizado. Esse patrimônio e identidade, social, cultural e economicamente construído, que é a paisagem, encontra-se em processo de desconstrução por recorrentes políticas públicas de desvalorização da história da cidade e pela utópica ideia de Renovação Urbana que resultará em uma nova "imagem" de cidade. O recorte espacial abordado aqui será a área central da cidade de Paulista/PE e a linha temporal compreendida será a partir da década de 1990 até os dias atuais, separados em diferentes momentos históricos, de acordo com as diferentes formas de apropriação da paisagem e consequentemente a sua desconstrução para a renovação urbana. Para tanto, apoia-se na literatura geográfica, principalmente na abordagem da Geografia Urbana e mais precisamente na concepção dos processos de produção e estruturação do espaço urbano, tendo como protagonistas desse processo uma produção comandada pela coalizão entre empresas e Estado de um lado e a sociedade de outro. Desta forma, foi proposto a problematização das relações entre renovação urbana e produção de valor do espaço, tal como concebida por Harvey (1984), colocando-a em diálogo com as contribuições de Santos (2006), Vargas e Castilho (2006) sobre as ressignificações do uso. Assim, a investigação busca a partir da compreensão de uma nova Divisão Territorial do Trabalho – DTT, um evento ocorrido, em função do fechamento das fábricas têxtis de Paulista/PE, tendo como resultado a produção de áreas ociosas no centro da cidade que por sua vez estão sendo apropriadas pelo mercado imobiliário num processo de renovação urbana e valorização do espaço, alterando assim a percepção das pessoas que vivenciam a produção do espaço do centro.
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SINARA GOMES DE SOUSA
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EVOLUÇÃO DA PAISAGEM GEOMORFOLÓGICA NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO CARIÚS (BHRC), SEMIÁRIDO BRASILEIRO
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Orientador : DANIELLE GOMES DA SILVA LISTO
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MEMBROS DA BANCA :
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MARIA DANIELY FREIRE GUERRA
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RHAISSA FRANCISCA TAVARES DE MELO BALDER
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DANIELLE GOMES DA SILVA LISTO
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LEONARDO JOSE CORDEIRO SANTOS
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SIMONE CARDOSO RIBEIRO
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Data: 21/08/2024
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Esta tese buscou compreender a dinâmica paleoclimática e suas implicações na evolução geomorfológica na Bacia Hidrográfica do Rio Cariús (BHRC), sul do Estado do Ceará, durante o período correspondente ao Pleistoceno Superior e Holoceno, utilizando como ferramentas os indicadores paleoambientais aprisionados nos depósitos sedimentares coluviais e aluviais. Para tanto, executou-se os procedimentos metodológicos seguintes: mapeamentos multitemáticos, mapeamento geomorfológico e caracterização dos ambiente deposicionais, atividades de campo para a coleta e análise morfoestratigráfica das seções deposicionais, exames sedimentológicos em laboratório, e datações por meio do método da Luminescência Opticamente Estimulada (LOE). O quadro geoambiental da BHRC se apresenta de maneira complexa devido a sua dimensão territorial (2.262 km2) e localização geográfica, pois está inserida em dois domínios morfoestruturais com comportamentos hidrogeológicos comandados por características geológicas, geomorfológicas e climáticas distintas. O alto curso está inserido na Bacia Sedimentar do Araripe, nos setores de encosta de um amplo anfiteatro erosivo do Planalto Sedimentar do Araripe, enquanto os setores do médio e baixo curso estão inseridos no complexo cristalino da Superfície Sertaneja. Como resultados, a geocronologia indicou a ocorrência de eventos deposicionais pontuais com idades de 25.115 anos A.P., 20.970 anos A.P., 12.135 anos A.P., 5.830 anos A.P., 5.690 anos A.P., 2.710 anos A.P., 820 anos A.P. e 510 anos A.P. A análise sedimentológica e morfoestratigráfica apontou que os depósitos foram formados por movimentos de massa de alta atividade hidrodinâmica, como fluxos de lama de moderada a baixa energia, e fluxos de detritos de moderada a alta energia, impulsionados por eventos pluviométricos torrenciais de alta magnitude e baixa recorrência. A cronocorrelação das idades desta tese com as idades de Lima (2015), Guerra (2019) e Bispo (2022) posicionou os depósitos sob contextos paleoclimáticos semelhantes, cujos os processos deposicionais foram engatilhados pelos mesmos inputs climáticos, no entanto, as idades absolutas, apesar de próximas, não são correspondentes. De modo geral, a evolução geomorfológica na Bacia Hidrográfica do Rio Cariús se deu em momentos de tensionamento e desestabilização do sistema morfogenético, impostos pelas oscilações globais/regionais de temperatura e umidade em resposta às forçantes orbitais, cósmicas, oceânicas, vulcânicas e atmosféricas, responsáveis pelo desencadeamento de eventos climáticos como os Ciclos Dansgaard-Oeschger, Eventos Heinrich, Younger Dryas, Ótimo Climático do Holoceno, Pequena Idade do Gelo entre outros.
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Esta pesquisa busca compreender a dinâmica paleoclimática e a evolução geomorfológica da área que compreende a Bacia Hidrográfica do Rio Cariús (BHRC) durante o período correspondente ao Pleistoceno Superior e Holoceno, utilizando como ferramentas os indicadores paleoambientais aprisionados nos depósitos sedimentares colúvio-aluviais presentes no sistema fluvial em análise. ABHRC se estende majoritariamente pelos municípios de Santana do Cariri, Nova Olinda, Farias Brito e Cariús, no setor sul do Estado do Ceará. Sabe-se que a ocorrência de depósitos sedimentares colúvio-aluviais no contexto semiárido nordestino, sobretudo em ambiente de embasamento pré-cambriano, é considerada atípica, pois os fatores geológicos e climáticos atuais não permitem a formação e desenvolvimento dessas feições. Desse modo, esta pesquisa justifica-se pela necessidade de compreensão da história geomorfológica a partir da ampla ocorrência desses depósitos na área de estudo e por serem, esses depósitos, importantes instrumentos para a reconstrução paleoambiental no decorrer do Pleistoceno Superior e Holoceno. Para tal intento, adotou-se os seguintes procedimentos metodológicos: mapeamentos multitemáticos para reconhecimento do quadro geoambiental, mapeamento geomorfológico e caracterização do ambiente de ocorrência dos depósitos; atividades de campo para coletas de materiais sedimentares e análises morfoestratigráficas das seções verticais utilizadas nas coletas; exames sedimentológicos (granulometria; morfoscopia e difratometria de raio-x) em laboratório; e geocronologia dos sedimentos por meio de datações absolutas utilizando o método da Luminescência Opticamente Estimulada (LOE). O quadro geoambiental da área de estudo se apresenta de maneira complexa devido a suadimensão territorial (2.262 km2) e localização geográfica, pois está inserida em dois domínios morfoestruturais que apresentam comportamentos hidrogeológicos comandados por características geológicas, geomorfológicas e climáticas distintas. O alto curso está inserido geologicamente na Bacia Sedimentar do Araripe e geomorfologicamente nos setores de Encosta do Planalto Sedimentar do Araripe, enquanto aos setores do médio e baixo curso estão inseridos no complexo cristalino da Superfície Sertaneja semiárida cearense.
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GIRLAN CANDIDO DA SILVA
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MAPEANDO SONHOS E LAMENTAÇÕES: A CARTOGRAFIA SOCIAL E O MAPEAMENTO PARTICIPATIVO COMO ESTRATÉGIA DE RESISTÊNCIA EM COMUNIDADES TRADICIONAIS NO “TERRITÓRIO” DO COMPLEXO INDUSTRIAL PORTUÁRIO DE SUAPE, PE
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Orientador : CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
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MEMBROS DA BANCA :
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JOSÉ HUNALDO LIMA
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ALINE DO MONTE GURGEL
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ANDERSON CAMARGO RODRIGUES BRITO
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CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
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MERCEDES SOLÁ PÉREZ
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Data: 27/08/2024
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Este trabalho versa sobre o processo de depredação territorial propiciado pelo Complexo Industrial Portuário de Suape (CIPS) e o Estado de Pernambuco em comunidades tradicionais como pescadores e quilombolas no território de Suape e se objetiva, à luz da cartografia social e os mapeamentos participativocomunitários a sua autoidentificação e denúncias de violências praticadas. Neste sentido, desde o surgimento dos mapas como elementos essenciais para representar espaços na superfície terrestre, eles têm sido amplamente utilizados para a conquista e tomada de territórios pelos Estados. Além disso, os mapas desempenharam um papel crucial em conflitos e guerras. No século XX, com o avanço das tecnologias de geoprocessamento, os mapas se tornaram um documento importante para o planejamento territorial e para o seu rearranjo. No entanto, muitas vezes, estes mapeamentos acabam ignorando o capital humano e a vida existentes nestes territórios. As comunidades tradicionais são as mais impactadas pelo avanço do grande capital nos territórios, traduzido pelo crescente número de empreendimentos capitalistas que encontram respaldo no Estado. Neste sentido, para tentar minimizar esses efeitos, tais comunidades e populações afetadas diretamente pelo capitalismo e pela opressão estatal, tem recorrido à cartografia social e aos mapeamentos participativos como forma de legitimar seus territórios e assim, criar mecanismos de luta contra essas práticas ilegítimas. Um exemplo disso é o território de Suape, situ a Região Intermediária do Recife, onde as dinâmicas de mudança territorial afetam diretamente comunidades como o Quilombo Mercês, o engenho Serraria e a Ilha de Tatuoca. Para entendermos tais dinâmicas foram realizadas junto as comunidades, oficinas de mapeamento participativo e cartografia social a partir da criação de mapas temáticos comunitários, levando em consideração os sonhos e os lamentos das comunidades e posteriormente o seu geoprocessamento com a utilização de softwares como o ArcGis 10.8 e o QGis 3.16. Esses mapas temáticos refletem a realidade enfrentada por estas comunidades e evidenciam a persistência de disputas e violência territorial.
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Desde o surgimento do mapa enquanto elemento essencial para a representação de espaços dentro da superfície terrestre que ele vem sendo profundamente utilizado para propiciar a conquista e tomada dos territórios pelos estados e tendo finalidade sobretudo para promoção de conflitos e como instrumento de guerra. Não é a toa que o Estado no qual apresentasse uma cartografia cada vez mais aprimorada e uma produção de mapas em estágio avançado era, também, detentor de grandes extensões territoriais. Nesse aspecto, o documento mapa assumiu suma importância não somente para que os cientistas de época tivessem um conhecimento representado em pequena escala de um determinado espaço, mas possibilitou do mesmo modo o extermínio de culturas e de povos inferiorizados. No século XX, os mapas assumiram uma importante função dentro das áreas de planejamento e de configurações territoriais, sobretudo quando associados aos empreendedores do grande capital que visam uma seletividade espacial de maneira bem mais rápida e precisa uma vez que, com o crescimento, desenvolvimento eaperfeiçoamento das geotecnologias tal tarefa se tornou mais prática e eficiente, mas que, na maioria dos casos, desconsidera o capital humano e de vida já existente no espaço pleiteado. E nesse aspecto, os maiores impactados pelas tomadas territoriais proporcionadas pelo crescimento de empreendimentos capitalistas em conluio com o Estado, são as comunidades tradicionais que apenas observavam, de modo “passivo”, a expansão e domínio de seus territórios. Como o documento mapa ainda é um elemento caro, geralmente de difícil manuseio e que não se encontra facilmente disponível para quem realmente precisa estar contido na representação do espaço, sobretudo nós mapas “oficiais”, cada vez mais as comunidades recorrem as práticas da cartografia social e dos mapeamentos participativos como modo de possam ter seus territórios reconhecidos e inseridos nesses mapas e assim legitimar não apenas os seus territórios vividos mas também terem um instrumento de luta contra as formas ilegítimas e vis nos quais o Estado e o capital praticam junto às comunidades. No trabalho em apreço, será visto o que está sendo feito no território de Suape, situado na Região Intermediária de Recife, entre os municípios do Cabo de Santo Agostinho e de Ipojuca, sendo observado como estas dinâmicas de mudança territorial tem impactado diretamente as comunidades locais, sobretudo o Quilombo Mercês, o Engenho Serraria e a Ilha de Tatuoca. Para a elaboração desta escrita, foram efetuadas leituras que estivessem em constante diálogo com a realidade local afim de que pudéssemos compreender as dinâmicas territoriais locais bem como a elaboração de mapeamentos junto as comunidades citadas e que a posteriori foram georreferenciadas em softwares de mapeamento tais como ArcGis 10.8 e o QGis 3.16 resultando em mapas temáticos que traduzem a realidade de vida enfrentada por estas comunidades e como a disputa e violência territorial ainda se faz presente dentro daquele espaço.
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JOSEMARY SANTOS E SILVA OLIVEIRA
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IMPACTOS CUMULATIVOS DO DESMATAMENTO E A VULNERABILIDADE DOS SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS NOS MANGUEZAIS DOS RIOS IPOJUCA E MEREPE: CONTRIBUIÇÕES PARA A AGENDA 2030
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Orientador : MARIA FERNANDA ABRANTES TORRES
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MEMBROS DA BANCA :
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ANTONIO VICENTE FERREIRA JUNIOR
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JANAINA BARBOSA DA SILVA
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LARISSA MONTEIRO RAFAEL
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MARIA FERNANDA ABRANTES TORRES
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MILENA DUTRA DA SILVA
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Data: 28/08/2024
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Os manguezais são responsáveis por vários serviços ecossistêmicos ofertados às comunidades costeiras, incluindo itens essenciais para a subsistência de diversas formas de vida e dos moradores desses locais. Ameaças antrópicas intensivas nas áreas costeiras resultaram em um declínio dramático na cobertura global de manguezais gerando impactos cumulativos e ameaças a esse ecossistema. O objetivo desta pesquisa investiga os efeitos dos impactos cumulativos do desmatamento na vegetação de mangue e sua relação com a vulnerabilidade dos Serviços Ecossistêmicos (SE) nos manguezais dos rios Ipojuca e Merepe, com o intuito de contribuir para a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030. Como procedimentos metodológicos, seguiu-se as seguintes etapas 1) Revisão bibliográfica; 2) Trabalho de campo; 3) Construção dos mapas dos índices de vegetação (IVDN, NDWI), e principais áreas produtoras de SE. Foram identificados nos manguezais dos Rios Ipojuca e Merepe serviços ecossistêmicos de provisão, regulação e manutenção e culturais, sendo os serviços de provisão os de maior quantidade. Os impactos cumulativos do desmatamento identificados são redução de espécies da fauna e da flora, erosão costeira, poluição dos rios, poluição do ar e poluição sonora. Os serviços ecossistêmicos afetados diretamente foram os serviços de provisão relacionados ao provimento de alimento, renda e materiais usados como utensílios e biocombustível. Os serviços de regulação identificados dizem respeito ao controle de poluentes, controle da erosão costeira e os relacionados à manutenção das espécies em seu local de refúgio e fonte de alimento. Os serviços ecossistêmicos culturais observados foram os passeios turísticos e atividades de recreação, contemplação e lazer. Foram identificadas treze áreas produtoras de serviços ecossistêmicos em toda a extensão do Rio Merepe e estuário conjunto dos Rios Ipojuca e Merepe. Em relação aos serviços ecossistêmicos ofertados na área de estudo, 87% dos entrevistados reconhecem que os serviços ecossistêmicos trazem benefícios â população, 84% utilizam os SE dos manguezais, 66% utilizam como fonte de renda e 6% para consumo próprio. A Vulnerabilidade dos manguezais aos impactos cumulativos foi considerada alta na área no setor 01(faixa litorânea das praias de Muro Alto e Gamboa), com 75% do nível de vulnerabilidade à perda do serviço ecossistêmico e altíssima nos setores 2,3 (CIPS e extensão do CIPS Suape) e setor 5 (comunidade Zé Pojuca), com 100% de vulnerabilidade à perda de serviços ecossistêmicos.
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Os ecossistemas de manguezais abrigam uma complexa teia de vida e fornecem uma série de serviços ecossistêmicos essenciais para a sociedade. As unidades de Conservação Ambiental são locais estratégicos na proteção e preservação destes ambientes. A ARIE Ipojuca-Merepe está localizada em um ambiente de múltiplos interesses. As atividades turísticas e indústrias no entorno da área protegida estão crescendo em ritmo acelerado interferindo diretamente nas condições naturais deste ambiente. Através dos índices de vegetação foi possível avaliar as pressões antrópicas sofridas por este ecossistema onde foi identificado os locais mais vulneráveis aos processos de degradação. As áreas mais próximas aos núcleos urbanos necessitam de intervenção para conter a diminuição das áreas de manguezal. As classes mais significativas foram as áreas construídas e as áreas de solo exposto. A avaliação de impacto ambiental na área de estudo indicou um valor moderado para as ações antrópicas. Os principais Serviços ecossistêmicos de provisão produzidos pelo manguezal são os relacionados a alimentação, peixes, moluscos e crustáceos. Os bons indicadores econômicos do município contrastam com a realidade das populações que vivem em locais sem condições básicas de infraestrutura, saúde e alimentação. A manutenção dos Serviços ecossistêmicos de provisão dará condições para as comunidades continuarem mantendo as condições de subsistência e renda.
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PEDRO FELIPE CAVALCANTI DOS SANTOS
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JUSTIÇA CLIMÁTICA NA CIDADE DO RECIFE: DISCUSSÃO A PARTIR DOS COMPONENTES FÍSICOS E SOCIAIS DA PAISAGEM URBANA
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Orientador : RANYERE SILVA NOBREGA
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MEMBROS DA BANCA :
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SÉRGIO MURILO SANTOS DE ARAÚJO
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AYOBAMI BADIRU MOREIRA
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CRISTIANA COUTINHO DUARTE
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ELVIS BERGUE MARIZ MOREIRA
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RANYERE SILVA NOBREGA
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Data: 29/08/2024
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A presente pesquisa tem como objetivo Debater a justiça climática na cidade de Recife, a partir das suas componentes físicas e culturais da paisagem urbana. Para isso, foram registrados dados relacionados a diferentes características da morfologia urbana, a fim de gerar informações que auxiliem no desenvolvimento do ambiente urbano. Os objetivos específicos incluíram investigar a legislação ambiental do Recife voltada à justiça climática e a sua efetividade prática; analisar a variação da temperatura, umidade relativa do ar e o conforto térmico ao longo de um ano; e avaliar a efetividade da justiça climática a partir do conforto térmico. Para coletar dados de temperatura e umidade, foram instalados seis termohigrômetros da marca HOBO PRO V2. Esses dispositivos foram protegidos por abrigos para evitar a incidência direta de radiação solar e chuva. A distribuição estratégica desses termohigrômetros buscou representar as diferentes paisagens da capital pernambucana, permitindo assim, capturar as variadas características climáticas na escala local. Com base nos dados coletados, foram criados seis perfis paisagísticos distintos, utilizados na aplicação do Índice de Temperatura e Umidade (ITU) para o estudo do conforto térmico. O ITU foi adaptado com a utilização da renda per capita nos diferentes bairros, gerando uma análise da capacidade adaptativa da população aos efeitos do conforto térmico. A paisagem recifense foi avaliada para entender os aspectos que interferem na vulnerabilidade ao conforto térmico. A avaliação das leis climáticas da cidade foi realizada em conjunto com o uso de dados ambientais e socioeconômicos. Os resultados indicaram que Recife é uma cidade com imensa concentração de renda, e essa concentração influência drasticamente na forma como a população constrói o espaço urbano. As populações mais pobres têm menor capacidade para combater o desconforto térmico. Em contraste, as áreas abastadas, com maior capacidade financeira, possuem melhores equipamentos urbanos para amenizar efeitos climáticos negativos.
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A presente pesquisa tem como objetivo classificar os microclimas da cidade do Recife/PE, com base no conceito de justiça ambiental. Para isso, foram registrados dados relacionados a diferentes características da morfologia urbana, a fim de gerar informações que auxiliem no desenvolvimento do ambiente urbano. Os objetivos específicos incluíram a análise da variação de temperatura e umidade relativa do ar ao longo de um ano, a construção de um índice para quantificar a vulnerabilidade social ao desconforto térmico e a avaliação espacial dos Índices de Resiliência Térmica (IRT) e Desconforto Térmico Social (IDTS) na cidade do Recife. Para coletar dados de temperatura e umidade, foram instalados seis termohigrômetros da marca HOBO PRO V2. Esses dispositivos foram protegidos por abrigos para evitar a incidência direta de radiação solar e chuva. A distribuição estratégica desses termohigrômetros permitiu capturar as diferentes características climáticas das paisagens recifenses. Com base nos dados coletados, criamos seis perfis paisagísticos distintos, que foram utilizados no desenvolvimento e aplicação dos índices IRT e IDTS. Os resultados indicaram que as paisagens têm um papel significativo na variação de temperatura e umidade do município. O oceano, as áreas de alta densidade urbana e o relevo desempenham papéis preponderantes no comportamento desses fatores climáticos. A aplicação dos índices permitiu mapear as áreas com maior vulnerabilidade térmica na cidade.
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LUANA ELIS OLIVEIRA PINTO
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DESATANDO NÓS, QUEBRANDO CORRENTES: AS ASSEMBLEIAS INDÍGENAS NO PROCESSO DE TERRITORIALIZAÇÃO DO MOVIMENTO INDÍGENA NO CEARÁ
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Orientador : CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
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MEMBROS DA BANCA :
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CAMILA SALLES DE FARIA
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AVELAR ARAUJO SANTOS JUNIOR
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CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
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JULIANA GRASIÉLI BUENO MOTA
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TEREZA SANDRA LOIOLA VASCONCELOS
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Data: 30/08/2024
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O trabalho que ora apresentamos propõe uma análise sobre as Assembleias Indígenas, a partir da compreensão da forma e função espacial destes eventos para o processo de territorialização dos povos indígenas articulados ao Movimento Indígena no Estado do Ceará. Destaca-se a importância deste espaço na articulação de estratégias políticoespaciais que resultaram na alteração/transformação do lugar social dos povos indígena no contexto estadual, regional e nacional. Este quadro começa a ser desenhado durante a década de 1980, período histórico de grande importância para a organização das lutas indígenas em sua mutiescalaridade. No Ceará, o discurso predominante de desaparecimento desse segmento populacional passa a ser contestado ao evidenciar-se o “aparecimento” de agrupamentos indígenas em processo de retomadas étnicas e territoriais, atravessando contextos socioespaciais distintos, dispersos geograficamente e que passam a ser fortalecidos a partir de 1994, quando da realização da I Assembleia Estadual dos Povos Indígenas do Ceará. A AEIs oportunamente transforma-se em espaços aglutinadores das demandas dos povos indígenas, convergindo às lutas locais, mediadas inicialmente pela ação de agentes indigenistas não-governamental, em um espaço de articulação, atuação e construção de políticas indígenas em nível estadual. Esta tese busca defender que, ao longo das últimas três décadas, as Assembleias Estaduais Indígenas contribuíram para o aparecimento político destes povos que vivenciavam/vivenciam processos de emergências étnicas e para a organização dos mesmos na articulação das resistências territoriais, reunindo as multi/transterritorialidades indígenas visando a demarcação de suas terras e a construção de políticas públicas específicas. Este conjunto de fatores, contribuiu para a fundação do autointitulado Movimento Indígena do Ceará (MIC) que se destaca pela sua autonomia e protagonismo político em relação ao cenário político indígena nacional e regional.
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O trabalho a seguir reúne vivências e reflexões acumuladas na travessia da pesquisa sobre a compreensão das múltiplas determinações que erigem a questão indígena no Brasil. Buscamos como centralidade investigativa os processos de resistências indígenas, particularmente, os que incidem sobre os povos\etnias no Ceará, convergindo o foco da análise para as Assembleias Estaduais Indígenas (AEIs). Destaca-se a importância deste espaço na articulação de estratégias político-espaciais que resultaram na alteração/transformação do lugar social dos povos indígena no contexto estadual, regional e nacional. Este quadro começa a ser desenhado durante a década de 1980, período histórico de grande importância para a organização das lutas indígenas em sua mutiescalaridade. No Ceará, o discurso predominante de desaparecimento desse segmento populacional passa a ser contestado ao evidenciarse o “aparecimento” de agrupamentos indígenas em processo de retomadas étnicas e territoriais, atravessando contextos socioespaciais distintos, dispersos geograficamente e que passam a ser fortalecidos a partir de 1994, quando da realização da I Assembleia Estadual dos Povos Indígenas do Ceará. A AEIs oportunamente transformam-se emespaços aglutinadores das demandas dos povos indígenas, convergindo às lutas locais, mediadas inicialmente pela ação de agentes indigenistas nãogovernamental, em um espaço de articulação, atuação e construção de políticas indígenas em nível estadual. Em hipótese, destaca-se que ao longo das ultimas três décadas, as assembleias estaduais indígenas contribuíram na reafirmação indígena perante a sociedade e na organização dos processos de resistências territoriais, reunindo as multiterritorialidades indígenas, reconhecidas no estado com aquelas em processo de reconhecimento, fator determinante para a territorialização do Movimento Indígena no Ceará.
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DANIELA FLORENCIO DA SILVA
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TRANSPASSAR LIMITES E RESSIGNIFICAR ESPAÇOS: EXPERIÊNCIAS EM MOVIMENTO EM BUSCA DE REFÚGIO NA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE (PE)
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Orientador : BERTRAND ROGER GUILLAUME COZIC
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MEMBROS DA BANCA :
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LILIANA LYRA JUBILUT
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BERTRAND ROGER GUILLAUME COZIC
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CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
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JAN BITOUN
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SCHEILA CRISTIANE THOMÉ
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Data: 30/08/2024
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Os que caminham direcionados pela construção ou vivência de algo essencial - a proteção de suas vidas - impulsionam, com seus passos, os limites de estruturas soberanas injustas e violentas, contrapondo a fragilidade imposta através de seu movimento. Eles são chamados de refugiados. Em sua história, no ano de 1951 foi formulado seu instrumento jurídico internacional de proteção, mas os desafios em sua jornada persistem e se reconfiguram em novas feições. Por isso é cada vez mais necessário compreender os fatores responsáveis por esse fenômeno, repensando a maneira como pesquisamos e propomos medidas de proteção (KWEKA, 2007). A seguinte tese propõe aprofundar a compreensão sobre o fenômeno do refúgio na Região Metropolitana do Recife (PE) analisando os espaços de proteção (BARNES, 2009), não só em sua forma institucional, assim como através de uma informalidade desenvolvida por eles em seu cotidiano (LYYTINEN, 2015, 2016) nos recantos urbanos narrados. A construção da pesquisa parte da importância da subjetividade nas pesquisas científicas abordada nas contribuições da abordagem filosófica da fenomenologia de Edmund Husserl, fator importante na composição das geografias do refúgio (EHRKAMP, 2017), direcionadas pelo “olhar atento” (TISHMAN, 2024) do pesquisador ao observar as experiências de refúgio de venezuelanos, desde a saída de seu país de origem, passando por distintas trilhas, até a chegada em cidades pernambucanas, destacando a importância das jornadas, pouco analisadas nas pesquisas sobre refúgio e migrações forçadas, possibilitando um aprofundamento da compreensão do seu “impacto psicossocial, das resiliências desenvolvidas e da adaptação à nova sociedade” (BENEZER; ZETTER, 2015). Essas vozes mostram a capacidade de transpassar os limites ao seu acolhimento e aos seus direitos, e as dificuldades desse processo, mesmo em um país (Brasil) em que existe a liberdade para sua mobilidade interna. O pensamento da Travessia de Achille Mbembe, em oposição ao atual contexto de restrição à mobilidade humana no mundo ao destacar o direito de circular e de atravessar o mundo, assumindo um “status de passantes” (2013) no qual durante o momento da travessia, “deixa-se algo” e “leva-se algo”, movimentando a subjetividade humana e o conhecimento, complementa as reflexões e direciona o pensamento para a transposição das fronteiras cotidianas e urbanas, compreendidas aqui como espaços de comunicação e de trocas (MACHADO, 2000, 2022). Seguindo estas linhas de composição metodológica, o movimento também foi desenvolvido como instrumento de análise, em conjunto com a realização de entrevistas, pesquisa documental e a observação e convivência cotidiana com pessoas migrantes e refugiadas de diferentes nacionalidades no espaço da Casa de Direitos do Recife, no período de dois anos. Além das proposições teóricas e das contribuições narradas, a “visualidade” das expressões artísticas utilizadas na pesquisa, incentivam o aprofundamento do olhar, em busca da compreensão das “camadas distintas de sentidos” e de diferentes dimensões da reflexão (ESBELL, 2018), criadas ou não por pessoas em distintos processos migratórios.
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A seguinte tese propõe aprofundar a compreensão sobre o fenômeno do refúgio no mundo, com a centralidade do movimento sendo discutida neste processo de deslocamento forçado. As contribuições da abordagem filosófica da fenomenologia de Edmund Husserl e o seu destaque da subjetividade na construção do conhecimento científico, a partir de uma crítica da ciência desenvolvida nas primeiras décadas do século XX, guiam a estrutura de pensamento desenvolvida na pesquisa, fundamentando os passos metodológicos adotados. Suas observações filosóficas são perpassadas, não só pela Geografia, como por outras ciências que buscam esta reflexão. Nestas linhas de composição, a importância dos espaços urbanos como locais de refúgio no mundo, são destacados e discutidos a partir das possibilidades de integração social e de proteção, assim como as configurações singulares desenvolvidas por diferentes experiências de refúgio na Região Metropolitana do Recife (PE) nos últimos anos. A expressão artística complementa a conexão e comunicação entre as partes constituintes da tese, através de seus fios condutores do conhecimento.
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RHANDYSSON BARBOSA GONÇALVES
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TIPOLOGIA E EVOLUÇÃO DAS FORMAS DE RELEVO AGRADACIONAIS DO PIEMONTE DA BORBOREMA EM PERNAMBUCO
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Orientador : ANTONIO CARLOS DE BARROS CORREA
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MEMBROS DA BANCA :
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MARCIA REGINA CALEGARI
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MARCO TÚLIO MENDONÇA DINIZ
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ANDRÉ DE OLIVEIRA SOUZA
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ANTONIO CARLOS DE BARROS CORREA
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BRUNO DE AZEVEDO CAVALCANTI TAVARES
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Data: 30/08/2024
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Diversas pesquisas desenvolvidas a partir da década de 1940 visaram identificar e classificar os modelados deposicionais do território brasileiro pautados na delimitação de grandes compartimentos regionais divisados com base em sucessivos eventos denudacionais de longo prazo. Tais pesquisas, foram norteadas por modelos clássicos dedutivos de evolução do relevo, levando em consideração que os processos e formas variariam apenas em razão da escala espaço-temporal de análise. Nessa perspectiva, para o Brasil oriental, aplicou-se o modelo de evolução proposto por King (1956), que propunha a evolução de uma sequência escalonada de superfícies de aplainamento, cujas idades decrescem em função da posição topográfica sucessivamente mais baixa. Fatores litológicos, estruturais, regimes tectônicos, ritmos climáticos, coberturas pedológicas e dinâmica da cobertura vegetal restavam por ser incorporadas à reconstrução da morfogênese, considerando as escalas de tempo envolvidas na formação das coberturas superficiais. Com base na hipótese de que a sedimentação responsável pelas formas de acumulação no Piemonte da Borborema decorre da reativação zonas de cisalhamentos e sistemas de falhas secundárias, que evidenciam a diferenciação geotectônica entre os setores ao norte e ao sul da Zona de Cisalhamento Pernambuco, o presente trabalho visa contribuir para a compreensão da dinâmica geomorfológica associada as formas agradacionais do relevo do Cenozoico superior/Quaternário no Piemonte da Borborema em Pernambuco. Para tanto, a pesquisa lançou mão do mapeamento geomorfológico, de análises dos parâmetros morfométricos e morfológicos do relevo, associados a ensaios sedimentológicos e geoquímicos das coberturas superficiais. A utilização dos procedimentos elencados permitiu a definição de estágios de intemperismo e tipos de transporte relacionados à gênese dos modelados agradacionais Cenozoicos, estabelecendo a correlação entre condições úmidas e semiáridas e os processos envolvidos na formação de saprólitos, solos e ambientes de sedimentação.
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O Piemonte da Borborema, apesar de estar situado em um contexto tectônico de margem continental passiva, não é completamente inativo tectonicamente, estando sujeito a uma lenta e contínua deformação tectônica, que até mesmo ao longo do Quaternário, tem resultado na modificação morfológica das áreas fontes e receptoras de sedimentos terrígenos (OLLIER, 1985; THOMAS,1994). Embora a maior parte da sua evolução geomorfológica dependa do complexo tectônico/estrutural herdado das fases de rifteamento continental do Mesozoico Superior são notáveis as evidências de reativação tectônica ocorridas ao longo do Cenozóico, estabelecendo uma nova hierarquização de formas denudacionaise agradacionais sobrepostas ao arcabouço mais antigo. Nesta linha de investigação, estudos geocronológicos recentes têm mostrado que a porção oriental do Nordeste do Brasil vem sofrendo episódios recorrentes de epirogênese pelo menos desde o final do Cretáceo, e especialmente durante o Neógeno (LIMA FILHO et al, 2006, BEZERRA etal., 2008). A geomorfologia regional do Nordeste do Brasil apresenta uma lacuna no que diz respeito à distribuição das formas de relevo agradacionais, sobretudo àquelas estruturadas pela deposição quaternária e cuja distribuição fragmentária na paisagem não permite uma visualização adequada nas escalas de mapeamento normalmente utilizadas. Resta assim, a problemática relação entre formas de relevo e os materiais estruturadores, nem sempre resultando em uma relação direta entre as primeiras e o mapeamento geológico das coberturas superficiais inconsolidadas. Neste sentido, definir uma tipologia de classificação de formas em uma escala compatível de representação das mesmas, por si só já se constituiria em uma problemática robusta para a condução de uma pesquisa em geomorfologia. No entanto, considerando que o papel da geografia física contemporânea transcende a representação de formas e a mera busca de explicações causais em bases morfológicas, busca-se ainda por meio deste estudo endereçar a problemática relacionada à origem e evolução das formas supramencionadas. Desta forma, sobre o ponto de vista estrito da geomorfologia, a pesquisa ora proposta constitui um esforço em elucidar a distribuição, gênese e evolução de formas agradacionais de relevo que constituem o substrato de diversos usos sociais e econômicos de importância na região analisada.
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JEISSY CONCEICAO BEZERRA DA SILVA
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PAISAGENS COSTEIRAS DE IPOJUCA, PERNAMBUCO: DINÂMICAS AMBIENTAIS E A PROMOÇÃO DA CULTURA OCEÂNICA
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Orientador : HELENA PAULA DE BARROS SILVA
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MEMBROS DA BANCA :
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HELENA PAULA DE BARROS SILVA
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IVAMAURO AILTON DE SOUSA SILVA
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JOÃO ALLYSON RIBEIRO DE CARVALHO
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LUCIANA RACHEL COUTINHO PARENTE
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MARIA FERNANDA ABRANTES TORRES
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Data: 30/08/2024
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Apesar do nosso planeta ser chamado de planeta Terra, sabe-se que sua superfície é composta de 71% de água. Dessa forma, fica claro que a relação da humanidade com o mar e a zona costeira acaba sendo inevitável. A Zona Costeira é uma das regiões mais habitadas e exploradas do mundo, abrigando cerca de 50% da população mundial. O Brasil é um país oceânico que possui 17 estados, 13 capitais e 443 municípios situados em regiões litorâneas, além disso, tem quase 10.000 km de linha de costa, e conta com 4,7 milhões de km² de Zona Econômica Exclusiva (ZEE). No entanto, a Zona Costeira também é uma das regiões mais vulneráveis do mundo, sendo constantemente ameaçada por processos naturais como erosão costeira, tempestades, elevação do nível do mar, entre outros. Ademais, as diferentes atividades humanas, como a urbanização, a exploração de recursos naturais e a poluição, têm causado impactos significativos na biodiversidade e na qualidade de vida das comunidades costeiras. Assim sendo, a presente pesquisa se propôs a analisar três praias do município de Ipojuca através da perspectiva da Geografia Marinha, já que essa ciência, tem muito a contribuir com importantes temas que envolvem os oceanos e para isso, abarcou os três pilares do Ensino Superior, a pesquisa, o ensino e a extensão, como versa o capítulo IV da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394/1996. No que concerne à pesquisa, foi realizado o levantamento histórico sobre a relação da humanidade com o ambiente costeiro e como essa relação envolve vários aspectos da sociedade, como disseminação de cultura, doenças, conhecimento e disputas geopolíticas. Ainda relacionado à pesquisa, houve determinação da área não edificante, que consiste numa importante ferramenta que avalia se a zona costeira em questão está vulnerável ou não à subida do nível relativo do mar ocasionado pelas mudanças climáticas, e para isso usou-se como parâmetro os últimos relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas que prevê um cenário otimista e um cenário pessimista até o ano de 2100. Para a obtenção dos dados referente à área não edificante, utilizou-se as metodologias de Bruun (1962) e DalCin e Simeoni (1994), onde foi possível concluir que em alguns trechos, independentemente dos cenários, a área de estudo pode ser bastante afetada. Outro componente da pesquisa foi a análise dos currículos escolares no que diz respeito à promoção da Cultura Oceânica, um importante compromisso assumido pelo Brasil com instituições internacionais como a ONU e a ONESCO. Para isso, além de averiguar se três redes de ensino se adaptaram à essa temática, verificou-se a Base Nacional Comum Curricular com o intuito de identificar se tais pautas são exigidas e posteriormente foram apontadas várias possibilidades de inclusão dos conhecimentos sobre os oceanos nas vivências escolares, pois através dessa investigação, ficou concluído que apesar de algumas iniciativas produtivas, ainda se tem muito a se fazer. Por fim, foi elaborado um protocolo de avaliação rápida direcionado ao ambiente costeiro e que possa ser entendido e aplicado pela população em geral, ou seja, pessoas de variadas idades e níveis de instrução. Esse protocolo recebeu o nome de Protocolo de Avaliação Rápida de Impactos Costeiros - PARIC e foi adaptado do Protocolo de Avaliação Rápida de Rios - PAR, onde parâmetros são selecionados para indicar possíveis impactos sofridos pelo ambiente avaliado. Essa é uma metodologia que surgiu nos Estados Unidos da América na década de 1980 e foi aderida por outros países, como a Austrália, tem caráter subjetivo, mas pode ser usado de maneira complementar e é uma ferramenta muito útil para fazer a comunidade participar desse processo de monitoramento ambiental. Adotou-se as metodologias propostas pela Agência de Proteção Ambiental de Ohio (U.S. EPA, 1987), Callisto et al, (2002) e Radtke (2015). Após a aplicação do PARIC foi possível confirmar que ele é uma ferramenta interessante para promover a extensão da comunidade científica para a sociedade, onde a partir de algumas orientações é possível tornar um grupo de pessoas capazes de identificar atividades que impactem negativamente em determinado ambiente.
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Apesar do nosso planeta ser chamado de planeta Terra, sabe-se que sua superfície é composta de 71% de água. Dessa forma fica claro que a relação da humanidade com o mar e a zona costeira acaba sendo inevitável. A Zona Costeira é uma das regiões mais habitadas e exploradas do mundo, abrigando cerca de 50% da população mundial. Além disso, a sua localização estratégica faz com que ela seja responsável por grande parte da atividade econômica global, concentrando portos, aeroportos, indústrias e serviços. O Brasil é um país oceânico que possui 17 estados, 13 capitais e 443 municípios situados em regiões litorâneas, além disso, tem quase 10.000 km de linha de costa, e conta com 4,7 milhões de km2 de Zona Econômica Exclusiva (ZEE). No entanto, a Zona Costeira também é uma das regiões mais vulneráveis do mundo, sendo constantemente ameaçada por processos naturais como erosão costeira, tempestades, elevação do nível do mar, entre outros. Além disso, a atividade humana, como a urbanização, a exploração de recursos naturais e a poluição, tem causado impactos significativos na biodiversidade e na qualidade de vida das comunidades costeiras. a costa brasileira apresenta grande complexidade em relação à dinâmica populacional, pois possui áreas densamente povoadas e espaços com baixa concentração populacional. Essa região concentra grandes atividades antropogênicas como, industrialização, comércio, especulação imobiliária, turismo, recreação, atividades pesqueiras, urbanização, atividades portuárias etc. Dessa forma, compreender a importância da Zona Costeira e os desafios enfrentados para a sua conservação tornase uma necessidade fundamental para a sociedade. A Geografia, pela sua própria natureza de investigar a superfície terrestre sob diferentes categorias de análise, tem muito a contribuir com importantes temas que envolvem os oceanos, como a mentalidade marítima, que busca levar o entendimento sobre o uso sustentável do mar, sobre a dinâmica e a importância da zona costeira para diferentes parcelas da população. Esta tese analisou a problemática em questão frente aos desafios relacionados ao uso e ocupação e ao cenário das mudanças climáticas, e assim, busca contribuir para uma boa gestão costeira do município de Ipojuca, para a promoção da mentalidade marítima e engloba os três pilares do Ensino Superior, a pesquisa, o ensino e a extensão, como versa o capítulo IV da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394/1996.
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GABRIEL AUGUSTO COELHO DE SANTANA
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O CORPO-TERRITÓRIO DISSIDENTE NO ACESSO AS POLÍTICAS DE SAÚDE LGBTQIA+ POR HOMENS TRANS E TRANSMASCULINOS NO RECIFE (PE)
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Orientador : RODRIGO DUTRA GOMES
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MEMBROS DA BANCA :
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BERTRAND ROGER GUILLAUME COZIC
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DAVID TAVARES BARBOSA
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LUCAS ANTONIO VIANA BOTELHO
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ROBSON GUEDES DA SILVA
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RODRIGO DUTRA GOMES
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Data: 30/08/2024
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No presente trabalho, discutimos o acesso aos serviços de saúde por homens trans e sujeitos transmasculinos na Região Metropolitana do Recife (RMR), tendo como orientadora a ideia de que os corpos que contrariam os padrões da cis-heteronormatividade assumem a condição de territórios dissidentes. Ao entrar em conflito com as normas, tais corpos tensionam os espaços pré-existentes na busca por acesso aos direitos que contemplam outros sujeitos. Este processo é especialmente complexo quando tratamos dos espaços de promoção da saúde, pois neles está concentrado o saber/poder médico que, na Modernidade, estabelece um padrão binário para corpos saudáveis, considerando os corpos desviantes desta norma como adoecidos. Para compreender como este conflito se engendra, mobilizamos aportes teóricos das Geografias Feministas e das Sexualidades, da Teoria Queer e da Geografia da Saúde. Entendendo que o acesso à saúde pela população transmasculina se dá no bojo da construção da Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, analisamos a documentação que instutiu essa política, sua espacialização na RMR e as lacunas existentes em seus documentos no que concerne aos homens trans e transmaculinos. Em seguida, verificamos por meio da análise de cartilhas produzidas pelo movimento autoorganizado de homens trans e pelos órgãos de saúde, como tais lacunas foram sendo preenchidas, por meio de uma disputa político-territorial afirmativa dos corpos transmasculinos e de seus direitos sexuais e reprodutivos. Por fim, recorremos aos relatos - indiretos e diretos - de homens trans que vivem na RMR para compreender em que medida o conflito entre os corpos-território dissidentes e os espaços de acesso à saúde tem se desenvolvido na escala metropolitana.
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A corporeidade humana é espacialmente constituída em meio a um conjunto complexo de normas socais e de gênero que organizam o espaço geográfico. No presente trabalho, discutimos o acesso aos serviços de saúde por homens trans e sujeitos transmasculinos na Região Metropolitana do Recife (RMR), tendo como orientadora a ideia de que os corpos que contrariam os padrões da cis-heteronormatividade assumem a condição de territórios dissidentes. Ao entrar em conflito com as normas, tais corpos tensionam os espaços pré-existentes na busca por acesso aos direitos que contemplam outros sujeitos. Este processo é especialmente complexo quando tratamos dos espaços de promoção da saúde, pois neles está concentrado o saber/poder médico que, na Modernidade, estabelece um padrão binário para corpos saudáveis, considerando os corpos desviantes desta norma como adoecidos. Para compreender como este conflito se engendra, mobilizamos aportes teóricos das Geografias Feministas e das Sexualidades, da Teoria Queer e da Geografia da Saúde. Entendendo que o acesso à saúde pela população transmasculina se dá no bojo da construção da Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, analisamos a documentação que instutiu essa política, sua espacialização na RMR e as lacunas existentes em seus documentos no que concerne aos homens trans e transmaculinos. Em seguida, verificamos por meio da análise de cartilhas produzidas pelo movimento autoorganizado de homens trans e pelos órgãos de saúde, como tais lacunas foram sendo preenchidas, por meio de uma disputa político-territorial afirmativa dos corpos transmasculinos e de seus direitos sexuais e reprodutivos. Por fim, recorremos aos relatos - indiretos e diretos - de homens trans que vivem na RMR para compreender em que medida o conflito entre os corpos-território dissidentes e os espaços de acesso à saúde tem se desenvolvido na escala metropolitana.
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FABIANA SOUZA FERREIRA
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UNIDADES DE PAISAGEM E ESCORREGAMENTOS NA CIDADE DE SÃO PAULO (SP): UMA CARTOGRAFIA DE SÍNTESE
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Orientador : FABRIZIO DE LUIZ ROSITO LISTO
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MEMBROS DA BANCA :
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MILENA MARÍLIA NOGUEIRA DE ANDRADE
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DÉBORAH DE OLIVEIRA
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FABRIZIO DE LUIZ ROSITO LISTO
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FERNANDO ROCHA NOGUEIRA
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LUTIANE QUEIROZ DE ALMEIDA
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Data: 19/11/2024
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Os escorregamentos e outros movimentos gravitacionais de massa são processos dinâmicos que são amplificados pelas intervenções humanas em áreas urbanas. O desmatamento, o planejamento inadequado e a exploração insustentável dos recursos naturais têm aumentado a frequência desses eventos, especialmente em regiões vulneráveis social e estruturalmente. Em São Paulo (SP), esses fenômenos ocorrem predominantemente em áreas de risco, como favelas e loteamentos irregulares, expondo as populações e as construções inadequadas a danos significativos. Nesse contexto, a implementação de estratégias eficazes para prevenção, gerenciamento e resposta se torna uma necessidade urgente. Esta pesquisa tem como objetivo geral estabelecer uma correlação entre a ocorrência de escorregamentos e as unidades de paisagem na cidade de São Paulo (SP). Para alcançar esse objetivo, foi elaborado um inventário de escorregamentos utilizando dados da Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) referentes ao período de 2012 a 2022, complementado por levantamentos de campo e sobrevoos de helicóptero. Foram delimitadas 10 unidades de paisagem, considerando os fatores que contribuem para a ocupação inadequada, especialmente em áreas periféricas suscetíveis a escorregamentos. A metodologia incluiu a sobreposição de mapeamentos temáticos, como geologia, geomorfologia, tipologia urbana e zonas de interesse social e a criação de um Banco de Dados Geográfico (BDG). Foram delimitadas 10 unidades de paisagem na cidade de São Paulo, cujas características são fundamentais para a compreensão da expansão populacional e da ocupação em áreas periféricas, resultando em zonas de risco suscetíveis a escorregamentos. Até 2022, 495 áreas de risco foram cadastradas, abrangendo 1.325 setores, dos quais 561 foram classificados como de risco alto e muito alto. As unidades de paisagem mais afetadas por escorregamentos são as unidades 2, 1, 4 e 7, o que evidencia a necessidade de uma gestão territorial integrada, considerando as características geológicas e antrópicas. O inventário de 1.981 ocorrências de escorregamentos entre 2012 e 2022, localizadas principalmente nas zonas Norte, Sul e Leste, reflete a vulnerabilidade das características geológicas de São Paulo, associadas a uma ocupação desordenada. Essas áreas são compostas principalmente por rochas cristalinas de idade pré-cambriana, localizadas em terrenos de morros e serras, o que aumenta a propensão a escorregamentos, especialmente sob condições climáticas adversas e chuvas intensas. A análise dessas ocorrências e das áreas de risco reforça a necessidade de um planejamento urbano adequado e de políticas de mitigação eficazes, essenciais para garantir a segurança dos moradores em áreas vulneráveis a desastres, especialmente em favelas e loteamentos irregulares, que frequentemente ocupam terrenos instáveis e sem suporte estrutural. Uma gestão territorial integrada, que leve em consideração tanto as características naturais quanto as humanas, é fundamental para reduzir danos futuros e prevenir desastres.
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Escorregamentos e demais processos gravitacionais fazem parte do grupo dos movimentos de massa relacionados à dinâmica do relevo e são responsáveis por afeiçoar a paisagem, possuindo sua gênese em dissimetria de sistemas ambientais, tornando necessária a compreensão de tal dinâmica. Em função da diversidade do sítio urbano da cidade de São Paulo (SP) e de sua dinâmica climática e hidrológica, acredita-se na necessidade de estudos integrados, que relacionem processos e unidades de paisagem. Assim, o objetivo geral desta pesquisa será correlacionar a ocorrência de escorregamentos por unidades de paisagem na cidade de São Paulo (SP). A organização dos elementos da paisagem será investigada por procedimentos de interpretação de bases cartográficas e produtos de Sensoriamento Remoto associados a trabalhos de campo, visando a acurácia das informações cartográficas. O objetivo geral será correlacionar as ocorrências de escorregamentos com as unidades de paisagem, definindo as unidades de paisagem espacialmente, avaliando a distribuição dos escorregamentos entre 2012 e 2022, criando um BDG e avaliando as áreas de maior perigo e para isso propõe a criação de um Banco de Dados Geográficos (BDG) de escorregamentos para a cidade de São Paulo, associado à correlação das unidades de paisagem, para permitir um melhor monitoramento desses processos em relação às diferentes características fisiográficas da cidade. A pesquisa justifica a necessidade de uma abordagem integrada que relacione os processos e as unidades de paisagismo devido à complexidade do ambiente urbano da cidade de São Paulo e suas dinâmicas climáticas e hidrológicas. Acredita-se que esta pesquisa possa identificar e caracterizar os agentes e os processos físico-ambientais atuantes na cidade, como contribuição para elaboração das unidades de paisagem e processos gravitacionais correlatos, como facilitadores para planos preventivos, subsidiando um melhor planejamento ambiental e urbano.
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JOSÉ ADAILTON LIMA SILVA
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PRODUÇÃO DE FORRAGEM ANIMAL E SEUS IMPACTOS SOCIOECONÔMICOS E AMBIENTAIS EM FUNÇÃO DO USO DE ÁGUAS SALOBRAS E RESIDUÁRIAS NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO
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Orientador : MARIA FERNANDA ABRANTES TORRES
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MEMBROS DA BANCA :
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MARIA FERNANDA ABRANTES TORRES
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EUGENIA CRISTINA GONCALVES PEREIRA
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BARTOLOMEU ISRAEL DE SOUZA
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JOÃO DAMASCENO
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SÉRGIO MURILO SANTOS DE ARAÚJO
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Data: 12/12/2024
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O semiárido brasileiro apresenta condições edafoclimáticas e geológicas que dificultam as atividades agrícolas e pecuaristas que dependem, essencialmente, da oferta periódica de água. Todavia, mesmo sobre condições físico-geográficas adversas, existem práticas/técnicas que possibilitam a gestão dos recursos hídricos disponíveis localmente, o que tem contribuído para a manutenção/permanência das atividades agropastoris. Neste universo, tem-se o uso das águas salobras e residuárias, disponíveis localmente, para irrigar espécies forrageiras adaptadas à salinidade. Diante disso, objetivou-se avaliar, de forma comparativa, a produção de forragem animal através do cultivo de duas espécies (palma Orelha de Elefante Mexicana -Opuntia stricta Haw; e a Gliricídia (Gliricidia sepium Jacq. Walp) submetidas a três tratamentos: sequeiro, irrigação com águas salobras, e irrigadas com águas residuárias. Nesta perspectiva, foram instaladas três áreas experimentais no município de Pedra Lavrada-PB, semiárido paraibano, onde foram realizadas pesquisas qualiquantitativas direcionadas para: 1) a análise físico-geográfica, considerando as relações existentes entre os elementos naturais (clima, geologia, pedologia etc.) e os aspectos socioeconômicos (trabalho e renda no campo, uso e ocupação da terra, entre outros); 2) tabular, mensurar e comparar dados estatísticos relacionados à produtividade de forragem obtida com os cultivos de palma e gliricídia em função dos três tratamentos; e 3) avaliar os benefícios ou problemas sociais, econômicos e ambientais advindos do uso de águas salobras e residuárias na irrigação e produção de forragem animal. Com isso, pôde-se obter resultados significativos, a saber: i) a irrigação com águas residuárias e salobras aumentaram significativamente a produção de forragem animal em comparação ao cultivo em sequeiro; ii) mesmo utilizando águas com altos níveis de sais dissolvidos, não houve a salinização dos solos; as espécies de palma e gliricidia além de fomentarem boa oferta de água e nutrientes aos animais, também mostraram-se resistentes à presença de sais no solo; e o uso de águas residuárias e salobras possibilitou benefícios socioeconômicos e ambientais como: segurança hídrica e permanência dos cultivos nos períodos de estiagem; e o aumento da produtividade que, consequentemente, possibilita maior oferta de trabalho e renda no campo. Por fim, é urgente fomentar o acesso da população às informações/conhecimentos do uso de águas salobras e residuárias na agricultura, pois assim, pode-se contribuir para favorecer segurança hídrica necessária para o desenvolvimento da atividade agropastoril em regiões semiáridas.
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Atualmente, a baixa produtividade agropecuária advinda das condições naturais (geologia, pedologia, clima etc.) do semiárido brasileiro, tem promovido o surgimento de muitos impactos socioeconômicos e ambientais, tais como: queda na oferta de emprego e renda no campo, o que contribui para o aumento do desemprego e da pobreza; abandono de terras e êxodo rural de inúmeras famílias, o que leva aos inchaços urbanos e periferização das cidades; aumento da desigualdade campo-cidade; aumento do desmatamento e queima da vegetação para fomentar novos campos agropecuaristas, etc. Tomando o supracitado, questiona-se: é possível promover atividades agrícolas ou pecuaristas em regiões semiáridas? Como produzir no campo quando as condições climáticas são adversas? São reversíveis os problemas socioeconômicos e ambientais advindos da inibição das atividades agropecuaristas no semiárido brasileiro? Diante destes questionamentos, surge, contemporaneamente, trabalhos/pesquisas - como Batista e Souza (2015), Silva e Silva (2016), Neto (2020) e Gut et al., (2020) - que buscam evidenciar a permanência da agricultura e criação de animais em regiões semiáridas marcada pela escassez periódica de água. Todavia, há uma incipiência correlacionada à avaliação de sistemas agropecuários permanentes no semiárido brasileiro. Torna-se importante lembrar que mesmo sobre condições edafoclimáticas e geológicas adversas, é comum no SAB a existência de atividades agropastoris com boa rentabilidade produtiva e, consequentemente, econômica (SILVA et al., 2014). Isto ocorre, principalmente, em função do uso de técnicas ou práticas que buscam utilizar os recursos naturais disponíveis localmente em uma perspectiva de convivência com aspectos físicos: clima, solo, geologia etc. De forma exemplar, tem-se no semiárido brasileiro a presença de atividades agrícolas e pecuaristas que se utilizam das águas salobras localizadas no subsolo (HERMES et al., 2014). Noutras palavras, utiliza-se o potencial local – águas salobras – para irrigação de diversos cultivos e para a dessedentação de animais. Somado ao exposto anteriormente, tem-se também o uso de águas residuárias – águas negras, comumente chamadas de esgotos domésticos – para a irrigação de cultivares destinados à produção de forragem animal. Esta iniciativa é viável face ao grande potencial da água de reuso existente no semiárido, assim como por estas águas oferecerem nutrientes ao solo, contribuindo com a fertirrigação das culturas e a reciclagem dos nutrientes (CUNHA et al., 2020, p. 106). Assim, o uso de águas salobras e residuárias mostram-se de grande valia para com a produção contínua de forragem animal no semiárido brasileiro, assim como também, revelam-se como uma iniciativa promissora para manutenção de emprego e renda no campo, mesmo nos longos períodos de estiagem. Diante deste contexto, buscar-se-á validar a seguinte tese: a irrigação com águas salobras e residuárias promove um aumento considerável na produtividade quando comparada com o cultivo de sequeiro, o que contribui para alcançar benefícios sociais, econômicos e ambientais relacionados à segurança alimentar animal em regiões semiáridas.
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THAÍS MARA SOUZA PEREIRA
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ATLAS DAS PAISAGENS DA PARAÍBA, NORDESTE DO BRASIL: UMA CONTRIBUIÇÃO À LUZ DA TEORIA DOS GEOSSISTEMAS
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Orientador : LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
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MEMBROS DA BANCA :
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LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
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ANTONIO CARLOS DE BARROS CORREA
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FREDSON PEREIRA DA SILVA
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WEMERSON FLAVIO DA SILVA
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JACIMÁRIA FONSECA DE MEDEIROS
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Data: 16/12/2024
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Os estudos ambientais estão no cerne de discussão da ciência contemporânea, com destaque para a Geografia, disciplina com grandes contributos para este tema. Estudar, documentar e sobretudo, descrever os ambientes naturais é objetivo da Geografia desde os naturalistas, evidenciando-se o conceito de paisagem. Os estudos ambientais (integrados) atuais ganharam diferentes nomenclaturas, tais como: estudos geoambientais, caracterização ambiental, estudos geossistêmicos, dinâmica ambiental, análise espaço-temporal, entre outros. Diante do exposto, sobressaem-se os estudos com base geossistêmica, como ponto chave na identificação da relação entre os aspectos físico-ambientais de dada área, através de seus componentes abióticos, bióticos, e antrópicos, buscando compreender acerca da estrutura, hierarquia, organização e funcionalidade das paisagens. No Brasil, os estudos geossistêmicos estão crescendo acentuadamente, todavia, ainda existe contradições teórico-metodológicas e ausências de aplicabilidades de forma sistemática. Enfatizando o estado da Paraíba, em razão da ausência de zoneamentos/mapeamentos geossistêmicos dessa magnitude. Destaca-se a relevância para o desenvolvimento de estudos que substancialize o planejamento ambiental, uso dos recursos e ordenamento territorial. Assim, o presente estudo tem como objetivo classificar e representar as paisagens do estado da Paraíba, no Nordeste Brasileiro, a partir da perspectiva geossistêmica, visando a elaboração de um atlas digital das paisagens do estado da Paraíba. Para tal, foram realizados os seguintes procedimentos metodológicos: 1) Revisão bibliográfica a despeito da cartografia de paisagens nos estudos geográficos, com destaque para o semiárido; as tipologias e hierarquias utilizadas pelos autores clássicos e contemporâneos; o estado da Paraíba e suas características físico-geográficas; 2) mapeamento dos aspectos físico-ambientais do Estado da Paraíba, a partir de mapas temáticos; 3) panorama geossistêmico do estado da Paraíba, a partir da análise e interpretação dos mapas temáticos elaborados; 4) Modelagem downscaling dos tipos de geossistemas do estado da Paraíba; 6) Integração dos modelos e criação de uma taxonomia dos geossistemas da Paraíba; 7) Elaboração do Atlas das Paisagens da Paraíba. Dessa forma, foi possível entender a dinâmica existente no território, de modo que, as inter-relações dos elementos, condicionantes e fatores existentes são agentes influenciadores no desenvolvimento, estrutura, funcionamento e organização destas paisagens. Assim, as paisagens da Paraíba estão associadas às variações do relevo em terrenos cristalinos e/ou sedimentares, localizados desde à Bacia Litorânea Pernambuco-Paraíba, leste do Estado, adentrando a porção interiorana do Estado, até a bacia sedimentar, na depressão sertaneja. As províncias são condicionadas pela união de fatores como a estrutura geológica, evolução morfoclimática, bem como associações de processos antropogênicos que atuam na geomorfogênese paisagística do Estado. A presente tese ainda forneceu, por fim, um produto final: o atlas das paisagens da Paraíba. Este sendo, um resultado tangível que disponibilizará ao público escolar informações geográficas e cartográficas acerca das paisagens da Paraíba.
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O presente estudo objetiva elaborar um atlas digital das paisagens do estado da Paraíba. Para tal, foram realizados os seguintes procedimentos metodológicos: 1) Revisão considerando, a cartografia de paisagens, as tipologias e hierarquias propostas; o estado da Paraíba e suas características físico-geográficas; 2) mapeamento dos aspectos físico-ambientais da Paraíba, a partir de mapas temáticos; 3) panorama geossistêmico do estado da Paraíba, a partir da análise e interpretação dos mapas temáticos; 4) Mapeamento dos geossistemas regionais; 5) integração dos modelos e criação de uma taxonomia dos geossistemas. Dessa forma, a partir da análise geossistêmica foi possível entender a dinâmica existente no território, evidenciando as interrelações dos elementos condicionantes e fatores existentes no desenvolvimento da estrutura, funcionamento e organização destas paisagens. Assim, as paisagens da Paraíba estão associadas às variações do relevo em terrenos cristalinos e/ou sedimentares, localizados desde à Bacia litorânea Pernambuco-Paraíba, leste do Estado, adentrando a porção interiorana do Estado, até a bacia sedimentar, na depressão sertaneja. As províncias físico-geográficas são condicionadas pela união de fatores como a estrutura geológica, evolução geomorfológica, bem como associações de processos antropogênicos que atuam na geomorfogênese. Estão em construção mapas funcionais considerando variabilidade intra-anual de índices de vegetação, balanço hídrico e de energia. Também estão sendo construídos mapas de mudanças no uso e cobertura da terra. Por fim, será elaborado um memorial do atlas digital das paisagens da Paraíba.
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