Dissertações/Teses

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2025
Dissertações
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  • LÍVIA ANDREA FERREIRA DE LIMA SILVA
  • BIOESTIMULAÇÃO DE SEMENTES CACTÁCEAS ATRAVÉS DE COMPOSTOS LIQUÊNICOS COMO ESTRATÉGIA PARA RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO

  • Orientador : EUGENIA CRISTINA GONCALVES PEREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EUGENIA CRISTINA GONCALVES PEREIRA
  • LARISSA MONTEIRO RAFAEL
  • MARCOS VINICIUS MEIADO
  • Data: 18/02/2025

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  • A exploração dos recursos naturais em território brasileiro tem gerado prejuízos irreversíveis para a cobertura do solo. No Nordeste, o domínio Fitogeográfico da Caatinga sofre com a degradação que ameaça o endemismo e os serviços ecossistêmicos. Os liquens, por sua capacidade de remediar solos degradados e, atuarem como fitoestimulantes ou bioherbicidas, são alternativas promissoras para restauração de ambientes degradados. Assim, neste estudo objetivou-se avaliar o potencial das substâncias de Cladonia substellata em atuarem como fitoestimulantes ou inibidoras da germinação de sementes de cactáceas das espécies Pilosocereus catingicola (Gürke) Byles & Rowley subsp. salvadorensis (Werderm.) Zappi, Xiquexique gounellei (F.A.C. Weber) Lavor & Calvente subsp. gounellei e Cereus jamacaru DC, como proposta para a restauração de ambientes degradados da Caatinga. Experimentos de germinação foram conduzidos com o extrato orgânico (EO) do líquen, ou com o ácido úsnico (USN) dele isolado e purificado. As sementes das cactáceas (n = 20) foram submetidas a diferentes concentrações do EO (1, 25; 2,5; 5,0 mg/mL) ou ao USN (1,125; 2,25; 4,5 mg/mL) e, analisadas diariamente por 30 dias, considerando a protusão radicular como parâmetro para germinação. Foram calculados os índices de germinação: Germinabilidade (%); T50 (%); Velocidade média de germinação (𝑣: 𝑑𝑖𝑎𝑠-1); Coeficiente de variação de tempo (%); Sincronia (Z) e Incerteza (𝑈: 𝑏𝑖𝑡). Os dados foram submetidos a tratamentos estatísticos com auxílio do software R Studio. Os resultados demonstraram que a interação dos compostos liquênicos na germinação das espécies cactáceas é mais pronunciada no processo inicial de germinação, impactando principalmente na rapidez com que as sementes começam a germinar e, o ritmo ao longo do tempo. Observou-se que o EO e o USN apresentaram efeitos distintos para as diferentes espécies, agindo majoritariamente na redução do tempo e da velocidade média da germinação. Ainda com a redução dos parâmetros destacados, a espécie do mandacaru apresentou destaque pelo menor tempo de germinação, maior velocidade, sincronia e menor incerteza, evidenciando maior potencial para ensaios de germinação e propostas de restauração ambiental. Considera-se que apesar dos extratos liquênicos utilizados terem indicado ação alelopática negativa na germinação das cactáceas, seus efeitos não foram tóxicos, sugerindo a continuidade de estudos, visto que suas propriedades podem contribuir para a melhoria da qualidade de solos degradados e, em consequência, para o desenvolvimento de espécies forrageiras do semiárido pernambucano, contribuindo para ações de recuperação ambiental.


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  • A exploração dos recursos naturais dos biomas brasileiros tem gerado prejuízos irreversíveis para a cobertura do solo. No Nordeste, o bioma Caatinga é condicionado a fenômenos de degradação ambiental que ameaçam o endemismo vegetal e os serviços ecossistêmicos terrestres, a exemplo da desertificação. Por essa razão, tendo em vista o preenchimento de lacunas relacionadas à recuperação dessas áreas degradadas ainda muito se tem a estudar. Os liquens, por sua capacidade de remediar esses solos degradados e, atuarem como fitoestimulantes são alternativas promissoras para restauração de ambientes degradados do semiárido nordestino. Visto a carência de estudos que envolvam substâncias liquênicas, cactáceas e recuperação de áreas degradadas, neste estudo objetivou-se avaliar o potencial alelopático de substâncias de Cladonia substellata sobre a germinação e desenvolvimento de Pilosocereus catingicola (Gürke) Byles & Rowley subsp. salvadorensis (Werderm.) Zappi, Xiquexique gounellei (F.A.C. Weber) Lavor & Calvente subsp. gounellei e Cereus jamacaru DC. Experimentos de germinação foram conduzidos com o extrato orgânico do líquen, ou com o ácido úsnico (USN) dele isolado e purificado. Sementes das cactáceas (n = 20) foram dispostas em placas de Petri e submetidas ao extrato de C. substellata (1,25; 2,5 e5,0 mg/mL), ou ao USN (1,115; 2,25 e 4,5 mg/mL). Os resultados demonstraram que as sementes de C. jamacaru e X. gounellei subsp. gounellei apresentaram maior germinabilidade em comparação com as de P. catingicola subsp. catingicola. C. jamacaru destacou-se pelo menor tempo de germinação, maior velocidade, sincronia e menor incerteza. Foi observado que os extratos de C. substellata e USN causaram efeitos semelhantes nos parâmetros germinativos das três espécies de cactáceas; porém, a interação entre os fatores espécie e extrato revelou diferenças significativas na germinabilidade, no tempo e na velocidade média de germinação. Embora a variação nas concentrações dos extratos não tenha impactado na germinabilidade, ela influenciou no tempo e na uniformidade da germinação, particularmente nas sementes de X. gounellei subsp. gounellei e P.catingicola subsp. catingicola. Por fim, a interação entre todos os fatores mostrou que essas combinações específicas influenciam principalmente o início e a taxa de germinação, sem alterar de maneira expressiva outros parâmetros analisados. Em fase de execução, experimentos envolvendo solos degradados pela salinização, procedentes do Núcleo de Desertificação de Cabrobó, complementarão a proposta para este estudo, pois os resultados de ensaios com sementes das cactáceas semeadas diretamente no solo problema, suplementado com substâncias liquênicas, poderão subsidiar planejamentos futuros de experimentos em ambiente natural para ratificar a potencialidade de liquens e suas substâncias em recuperar essas áreas degradadas e, potencializar sua recolonização com espécies naturais da área, as cactáceas.

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  • CLARA LARISSA TEIXEIRA MOURA
  • O ENSINO DE SOLOS COMO POSSIBILIDADE PARA MITIGAÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS EM JARDIM MONTE VERDE-JABOATÃO DOS GUARARAPES-PE

  • Orientador : FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
  • LUCAS ANTONIO VIANA BOTELHO
  • PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
  • Data: 18/02/2025

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  • A aprendizagem em solos por meio do ensino da Geografia possui um grande diferencial, oferecendo à relação ensino-aprendizagem diversas alternativas para construção de uma aprendizagem significativa, através da possibilidade de integrar teoria e prática com as problemáticas socioambientais do espaço vivido pelos estudantes. Falar sobre riscos em sala de aula no Brasil hoje significa estimular a importância de uma educação cidadã que promova a construção de comunidades cada vez mais resilientes às problemáticas ambientais. Diante disto, o presente estudo de cunho qualitativo, baseado em um estudo de caso, possui como objetivo central a ideia de compreender as potencialidades do ensino de solos na Geografia em turmas do ensino fundamental anos finais para mitigação de riscos ambientais no bairro de Jardim Monte Verde - Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco. Enquanto caminhos metodológicos, foram realizados o levantamento bibliográfico para fundamentação teórica do estudo, entrevista semiestruturada com o professor da escola (sujeito central da pesquisa), elaboração de uma cartilha com possibilidades metodológicas para o ensino de solos com foco em mitigação de riscos e aplicação da mesma. Com base nas informações levantadas, observou -se que a Geografia possui elementos poderosos para mitigar riscos ambientais, com ênfase para os de deslizamento na comunidade analisada, pois, por meio da realização da entrevista, criação e instrumentalização prática da cartilha metodológica com o professor investigado e estudantes, ficou evidente que falar sobre riscos nas aulas de Geografia significa também salvar vidas e mitigar problemáticas ambientais futuras, além de que, o ensino de solos é uma ponte para conectar caminhos capazes de fortalecer, através da educação, uma cultura de prevenção de riscos na comunidade lócus do estudo, assim como em outras que vivem em situação de vulnerabilidade.


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  • A aprendizagem em solos por meio do ensino da Geografia possui um grande diferencial por favorecer a relação ensino-aprendizagem em diversas possibilidades de associação da teoria com as problemáticas socioambientais do espaço vivido pelos estudantes, neste contexto, a temática de riscos entra como uma forte aliada na instrumentalização desse conteúdo, já que o mesmo se configura como uma abordagem transversal. Falar sobre riscos em sala de aula no Brasil hoje, particularmente, na comunidade de Jardim Monte Verde, no município de Jaboatão dos Guararapes–PE, lócus da pesquisa, significa estimular a importância de uma educação cidadã na região, devido esta comunidade se encontrar vulnerável a possíveis riscos. Em razão disso, essa investigação adota como questão central: Como os professores de Geografia têm se apropriado de temas transversais dentro da abordagem do conteúdo de solos, na busca da redução de riscos ambientais? Nessa perspectiva, elege-se como objetivo central a ideia de compreender as potencialidades do ensino de solos na Geografia em turmas do ensino fundamental II para mitigação de riscos ambientais no bairro de Jardim Monte Verde - Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco, além disso, elencaram-se os seguintes objetivos específicos: 1) Investigar as perspectivas dos professores de Geografia apontando o reconhecimento da relevância do tema, práticas de ensino e desafios encontrados; 2) Analisar as concepções básicas dos alunos sobre a temática de solos e sua relação com as áreas de risco local; 3) Refletir como as metodologias de ensino utilizadas pelos professores mediante as suas realidades podem impactar no processo de mitigação de riscos; 4) Propor possibilidades metodológicas para promover uma aprendizagem significativa sobre o tema. Adota-se como abordagem basilar ao desenvolvimento desta pesquisa o viés qualitativo centrado na visão colaborativa, na qual busca envolver os sujeitos no processo investigatório. Em razão do supracitado, foram estabelecidos os seguintes procedimentos metodológicos: entrevista narrativa com o professor da escola, análise da percepção dos estudantes por meio de uma roda de diálogos, elaboração de uma cartilha com possibilidades metodológicas para o ensino de solos e a mitigação de riscos. Com base nas informações levantadas, observou-se que a Geografia possui elementos poderosos para mitigar riscos ambientais, com ênfase para os de deslizamento na comunidade analisada, pois, por meio da realização da entrevista, roda de conversas e aplicação de uma oficina com os estudantes, ficou evidente que falar sobre riscos nas aulas de Geografia significa também salvar vidas e mitigar problemáticas ambientais futuras.

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  • MARINA E SILVA LIMA
  • ENCRUZILHADAS INFANTIS: ATRAVESSAMENTOS ENTRE AS CRIANÇAS DA OCUPAÇÃO CHICO LESSA E OS ESPAÇOS EDUCATIVOS

  • Orientador : PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
  • LUCIANA MACIEL BIZZOTTO
  • PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
  • Data: 25/02/2025

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  • Em meio às disputas territoriais, as ocupações urbanas surgem como reflexo de uma ausência histórica de políticas habitacionais para parcelas vulneráveis da população. A Ocupação Chico Lessa, situada na Zona Oeste do Recife, acolhia famílias oriundas de diversos contextos, que resistiam frente às disparidades sociais existentes. Visto que as ocupações urbanas também são territórios de produção das infâncias, esta pesquisa busca compreender as territorialidades infantis desenvolvidas na Ocupação Chico Lessa, entrelaçando esse emaranhado de singularidades com o acesso das crianças aos espaços educativos formais e não formais. Os itinerários metodológicos foram ancorados sob a luz da escrevivência, unindo narrativas entre a minha trajetória e o encontro com a Ocupação Chico Lessa. Para tanto, nos enredos que é escreviver, utilizou-se uma abordagem qualitativa, conectando observação e pesquisa participante. As etapas da pesquisa incluíram levantamento documental, trabalho de campo na Ocupação e entrevistas semiestruturadas com pais ou responsáveis pelas crianças e a coordenação do MUST. Os resultados, analisados a partir da Análise de Conteúdo, revelam que a interseção entre os espaços educativos e as territorialidades construídas pelas crianças configuram experiências de aprendizagem que vão além do conteúdo curricular. Tais atravessamentos promovem a valorização dos territórios vividos, contribuindo para o fortalecimento de vínculos identitários, afetivos e comunitários. Além disso, evidenciam como os processos de desterritorialização impactam não apenas o espaço físico, mas também as subjetividades e os modos de existir das infâncias que, apesar das rupturas, seguem tecendo redes de pertencimento e resistência.


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  • O espaço geográfico é marcado pelas disputasterritoriais hegemônicas que instauram disparidadessociais. As ocupações urbanas são os reflexosdessas desigualdades e da falta de moradia a umaconsiderável parcela da população. Dessa forma, aocupação Chico Lessa, localizada na Zona Oesteda cidade do Recife e fundada em 2021, abrigafamílias de diversos lugares que resistem em umbairro que ainda não existe. Em contrapartida, vistoque a ocupação também é um espaço dedesenvolvimento das infâncias que estudem emescolas formais a parte da ocupação, o objetivoprincipal do trabalho é compreender como asterritorialidades infantis incorporadas à educaçãogeográfica podem influenciar de forma significativaa experiência escolar e na percepção do espaçopelas crianças na ocupação Chico Lessa. Partindodo campo dos estudos da Geografia da infância,utilizou-se como caminho metodológico a pesquisaqualitativa dividida em quatros etapas: (i) trabalhode campo na ocupação Chico Lessa, guiado a partirda observação participante (Gil, 2008); (ii) trabalhode campo na escola; (iii) aplicação de entrevistassemiestruturadas; (iv) análise de conteúdofundamentada por Bardín (2011). O levantamento teórico permeou todas as fases da pesquisa, sob aluz de uma adaptação do modelo construído porNóbrega-Therrien e Therrien (2004), que incluiu arevisão de literatura alinhada aos objetivospropostos. Portanto, este estudo busca através dosresultados esperados, reafirmar as potencialidadesexistentes na valorização das Geografias que sãotrazidas para a sala de aula pelas crianças, talcomo também, tensionar por uma educaçãogeográfica crítica, que contribua para umacompreensão espacial das infâncias quereivindicam pelo território de Chico Lessa.

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  • LUCIANO FERREIRA DA SILVA
  • TRANSFORMAÇÕES ESPACIAIS E SENTIDOS DE LUGAR NAS IMEDIAÇÕES DO TERMINAL DE PASSAGEIROS DO AEROPORTO INTERNACIONAL DOS GUARARAPES, RECIFE-PE

  • Orientador : CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • DAVID TAVARES BARBOSA
  • PEDRO PAULO PINTO MAIA FILHO
  • Data: 26/02/2025

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  • Este estudo busca compreender as diversas interpretações de lugar por sujeitos sociais que convivem nas imediações do terminal de passageiros do Aeroporto Internacional dos Guararapes, em Recife, Pernambuco, à luz das significativas mudanças estruturais, sociais e culturais ocorridas naquela região. A investigação levou em conta observações da paisagem, incluindo as novas configurações do terminal e os investimentos que o impulsionaram na dinâmica global do transporte aéreo. Foram constatadas zonas de informalidade em espaços negligenciados pelo sistema aeroviário, ou tolerados em função de seus usos por trabalhadores e passantes. Esses espaços se destacam na paisagem como vestígios de problemas pré-existentes e são cenários de conflitos relacionados a uma sociedade desigual, que exigem a atenção do poder público para integrar novos e antigos sujeitos à dinâmica do aeroporto. Assim, a investigação pretende identificar como os moradores, vendedores ambulantes, taxistas e frequentadores das imediações do terminal de passageiros do aeroporto de Recife percebem através do tempo essas mudanças em seus espaços cotidianos. A pergunta que norteou a pesquisa questiona: como as múltiplas ampliações e mudanças no aeroporto afetaram as rotinas dos sujeitos locais e os seus sentidos de lugar? Metodologicamente, a pesquisa apoiou-se numa abordagem qualitativa, mediante entrevistas semiestruturadas com os diversos sujeitos sociais, que revelam as diferentes maneiras pelas quais percebem as mudanças no terminal de passageiros e em seus espaços imediatos de existência.


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  • Este estudo busca compreender as diversas interpretações de lugar por sujeitos sociais que convivem nas imediações do terminal de passageiros do Aeroporto Internacional dos Guararapes, em Recife, Pernambuco, à luz das significativas mudanças estruturais, sociais e culturais ocorridas naquela região. A investigação levou em conta observações da paisagem, incluindo as novas configurações do terminal e os investimentos que o impulsionaram a dinâmica global do transporte aéreo. Foram constatadas zonas de informalidade em espaços negligenciados pelo sistema aeroviário, ou tolerados em função de seus usos por trabalhadores e passantes. Esses espaços se destacam na paisagem como vestígios de problemas pré-existentes e são cenários de conflitos relacionados a uma sociedade desigual, que exigem a atenção do poder público para integrar novos e antigos sujeitos à dinâmica do aeroporto. Assim, a investigação pretende identificar como os moradores, vendedores ambulantes, taxistas e frequentadores das imediações do terminal de passageiros do aeroporto de Recife percebem através do tempo essas mudanças em seus espaços cotidianos. A pergunta que norteou a pesquisa questiona como as múltiplas ampliações e mudanças no aeroporto afetaram as rotinas dos sujeitos locais e os seus sentidos de lugar? Metodologicamente, a pesquisa apoiou-se numa abordagem qualitativa, mediante entrevistas semiestruturadas com os diversos sujeitos sociais, onde vão revelando as diferentes maneiras pelas quais percebem as mudanças no terminal de passageiros e em seus espaços imediatos de existência.

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  • THAMYSES CRISTINA ARAÚJO MELO DA SILVA
  • A VERTICALIZAÇÃO VAI À PRAIA: UM ESTUDO SOBRE OS BAIRROS LITORÂNEOS DO MUNICÍPIO DE JABOATÃO DOS GUARARAPES/PE

  • Orientador : BERTRAND ROGER GUILLAUME COZIC
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CRISTINA DE ALMEIDA FERNANDES
  • ANTÔNIO HÉLTON VASCONCELOS DOS SANTOS
  • BERTRAND ROGER GUILLAUME COZIC
  • Data: 28/02/2025

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  • O presente estudo visa investigar o processo de verticalização nos bairros litorâneos de Piedade, Candeias e Barra de Jangada, situados em Jaboatão dos Guararapes - PE, a partir de uma análise realizada à luz das dinâmicas urbanas que caracterizam a Região Metropolitana do Recife, buscando compreender as particularidades quem interferem neste fenômeno. A pesquisa parte da hipótese que a urbanização acelerada no recorte espacial em questão é impulsionada por uma tríade de fatores interligados: o transbordamento da capital pernambucana, a influência do Complexo Industrial Portuário de Suape e a expansão de empreendimentos imobiliários de alto padrão em busca do exclusivismo imobiliário. A metodologia adotada fundamenta-se em uma abordagem qualitativa, combinando elementos exploratórios, como uma revisão bibliográfica abrangente, análise documental detalhada e entrevistas semiestruturadas com corretores imobiliários locais, buscando compreender a visão desses atores sobre o fenômeno. A articulação dessas diversas fontes de pesquisa permitiu uma compreensão mais aprofundada das perceções locais sobre o processo de verticalização, das dinâmicas de expansão urbana e suas múltiplas implicações socioeconômicas. Os resultados preliminares indicam que a verticalização se configura como uma tendência crescente na região, transformando o espaço urbano e evidenciando-o como um produto da relação entre a reprodução do capital e as dinâmicas sociais, destacando a importância das amenidades naturais na valorização imobiliária.


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  • Iniciando com uma breve discussão sobre Jaboatão dos Guararapes como um todo, é valido ressaltar que este município apresenta uma população de 706.867 habitantes, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para 2020. Em sua área litorânea, encontram-se os bairros de Piedade, Candeias, Barra de Jangada e suas respectivas praias que inicialmente foram ocupadas por veranistas como extensão de Boa Viagem, a partir da expansão da cidade do Recife para as áreas litorâneas. Assim, a população destes bairros litorâneos de Jaboatão possui uma maior integração com a cidade do Recife. Isso ocorre porque a metrópole passa a polarizar bairros das cidades ao seu entorno fazendo com que a população esteja mais integrada com a metrópole do que com a própria sede municipal onde está situada (VILLAÇA, 2011). Diante desse contexto, os bairros de Piedade, Candeias e Barra de Jangada, que constituem o objeto empírico desta investigação, é parte de uma realidade mais ampla de um típico município cujas áreas urbanas que o compõem são diretamente influenciadas pela cidade núcleo da região metropolitana, neste caso, o Recife. Assim, verifica-se a necessidade de tais observações, na medida em que muitas das características e problemáticas observadas nestes bairros fazem parte de um processo mais amplo que envolve o município de Jaboatão como um todo ou o conjunto da Região Metropolitana do Recife (RMR).

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  • TELMO ALEXANDRE DO MONTE JÚNIOR
  • O ENSINO DE GEOGRAFIA NO FLOW DO HIP HOP: CONTRIBUICOES PARA O EXERCICIO DO RACIOCINIO GEOGRAFICO EM ESCOLAS PUBLICAS DO RECIFE

  • Orientador : FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
  • PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
  • LUCAS ANTONIO VIANA BOTELHO
  • Data: 30/06/2025

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  • Estudos atuais destacam o notável impacto geográfico do Hip Hop, evidenciando como este movimento cultural transcende fronteiras e se difundiu em contextos geográficos diversos. Um considerável exemplo desta dinâmica é a forma como as culturas do hip hop interagem e moldam a paisagem geográfica em todo o mundo. A pesquisa proposta tem como foco a interseção entre a cultura Hip Hop e o Ensino de Geografia. Partindo da problemática de que apesar da cultura Hip Hop está expressivamente presente na paisagem da cidade e também nas vivências sócio espaciais de jovens estudantes, ela não é adequadamente integrada nas aulas de Geografia. Nosso objetivo é compreender as relações entre a cultura Hip Hop e o Ensino de Geografia, por meio do exercício do raciocínio geográfico, e seus rebatimentos na Educação Básica, especificamente na rede pública
    municipal da cidade do Recife. Buscamos responder a seguinte questão central: Como a Cultura Hip Hop pode contribuir com o Ensino de Geografia na Educação Básica por meio do raciocínio geográfico? Para tanto, será necessário também: (1) Explorar diferentes aspectos geográficos relacionados às manifestações da Cultura Hip Hop na cidade do Recife; (2) Verificar a percepção dos professores acerca da cultura Hip Hop e do Raciocínio Geográfico; (3) Propor práticas de ensino aplicadas a cultura Hip Hop para construção do conhecimento geográfico na Educação Básica em escolas públicas municipais da cidade do Recife/PE. A nossa pesquisa adota uma abordagem de natureza qualitativa e contextualizada nas interações entre os elementos da cultura Hip Hop e os conteúdos geográficos no ensino, com base no método dialético. Enquadra-se quanto aos seus objetivos na categoria dos estudos exploratórios, no estudo utilizamos as técnicas de coleta de dados: revisão bibliográfica, levantamento documental, pesquisa de campo, aplicação de questionários e intervenção pedagógica. As dissertações nacionais sobre o tema disponíveis se concentraram principalmente no elemento Rap, percebemos que houve uma escassa abordagem do break dance, do graffiti e do DJ, tanto em termos de suas inclusões nos conteúdos geográficos quanto na sua aplicação como linguagem para o processo de ensino aprendizagem. Buscamos verificar a percepção dos professores acerca dos princípios do raciocínio geográfico e explorar a integração dos temas para o desenvolvimento de um conjunto de práticas pedagógicas aplicáveis ao ensino de Geografia para turmas do ensino médio guiados por algumas questões, como, por exemplo, de que maneira podemos utilizar o Hip Hop em uma oficina de geografia facilitando a aprendizagem acerca dos princípios e os conceitos básicos da geografia? Os professores de geografia conhecem o Hip Hop? O que os professores entendem por Raciocínio Geográfico? Que metodologias de ensino podem ser utilizadas para efetivação dessa aprendizagem? Como as linguagens (música, vídeo, dança) podem ser incorporadas no ensino para tornar as aulas mais atrativas e efetivas para os estudantes?

     


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  • Current studies highlight the remarkable geographic impact of Hip Hop, showing how this cultural movement transcends borders and has spread across diverse geographic contexts. A notable example of this dynamic is the way hip hop cultures interact and shape the geographic landscape around the world. The proposed research focuses on the intersection between hip hop culture and geography education. Starting from the problem that although hip hop culture is expressively present in the city landscape and also in the socio-spatial experiences of young students, it is not adequately integrated into geography classes. Our goal is to understand the relationships between hip hop culture and geography education, through the exercise of geographic reasoning, and its repercussions on basic education, specifically in the municipal public school system of the city of Recife. We seek to answer the following central question: How can Hip Hop Culture contribute to the Teaching of Geography in Basic Education through geographic reasoning? To this end, it will also be necessary to: (1) Explore different geographic aspects related to the manifestations of Hip Hop Culture in the city of Recife; (2) Verify the perception of teachers about Hip Hop culture and Geographic Reasoning; (3) Propose teaching practices applied to Hip Hop culture for the construction of geographic knowledge in Basic Education in municipal public schools in the city of Recife/PE. Our research adopts a qualitative and contextualized approach in the interactions between the elements of Hip Hop culture and geographic content in teaching, based on the dialectical method. It fits into the category of exploratory studies in terms of its objectives. In the study, we used the following data collection techniques: bibliographic review, documentary survey, field research, application of questionnaires and pedagogical intervention. The available national dissertations on the subject focused mainly on the Rap element. We noticed that there was a scarce approach to break dancing, graffiti and DJing, both in terms of their inclusion in geographic content and in their application as a language for the teaching-learning process. We sought to verify the teachers' perception of the principles of geographic reasoning and explore the integration of the themes for the development of a set of pedagogical practices applicable to the teaching of Geography for high school classes guided by some questions, such as, for example, how can we use Hip Hop in a geography workshop to facilitate learning about the principles and basic concepts of geography? Are geography teachers familiar with Hip Hop? What do teachers understand by Geographic Reasoning? What teaching methodologies can be used to make this learning effective? How can languages (music, video, dance) be incorporated into teaching to make classes more attractive and effective for students?

Teses
1
  • GEOVÂNIA RICARDO DOS SANTOS
  • SISTEMAS HIDROAMBIENTAIS DE NASCENTES NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO MUNDAÚ, NORDESTE DO BRASIL

  • Orientador : LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
  • DANIEL RODRIGUES DE LIRA
  • OSVALDO GIRAO DA SILVA
  • AICHELY RODRIGUES DA SILVA
  • MIGUEL FERNANDES FELIPPE
  • Data: 24/02/2025

  • Mostrar Resumo
  • Ambientes de interfaces entre o subterrâneo e o superficial, as nascentes são sistemas hidroambientais onde ocorre o afloramento da água subterrânea para a superfície. São responsáveis pela formação das redes de drenagem, essenciais para a manutenção das Bacias Hidrográficas e dos ecossistemas. Desse modo, o objetivo da pesquisa foi investigar de modo regional e detalhado as inter-relações naturais e antropogênicas em sistemas hidroambientais de nascentes na Bacia Hidrográfica do Mundaú, em Pernambuco e Alagoas, Nordeste brasileiro. Para tal fim, foi realizado identificação e mapeamento das nascentes. Um diagnóstico ambiental destas nascentes foi realizado. Os dados foram comparados com os fatores da paisagem, do qual foi gerado mapeamento de zonas potenciais de recarga subterrânea. Utilizou um protocolo de monitoramento adaptado para as nascentes. Também foram realizadas analises físicoquímica e microbiológicas em quatro nascentes e realizado monitoramento hidrológico em no Alto e Médio curso. Foram mapeadas 49 nascentes na Bacia do Mundaú; Foram computadas 19 nascentes no Alto curso, 3 no Inhaúmas, 1 no Canhoto, 19 no Médio curso, 6 no Baixo curso e 1 no Satuba; A dinâmica das nascentes está associada as características dos elementos naturais e antropogênicos; O protocolo de Bioavaliação Rápida indicou que em torno de 80% dos ambientes das nascentes pesquisadas estão em condições de alteração e impacto, necessitando de práticas recuperativas e de manejo; Diante à intervenção na paisagem, muitas morfologias de exfiltração perderam sua característica naturais; Considerando as particularidades em microescala, as configurações predominantes de exfiltrações de nascente foram: na Unidade geomórfica, Base de encosta e Fundo de vale; na Morfologia de exfiltração, Fratura rochosa; no Aspecto de exfiltração, Pontual; na Mobilidade, Fixa; e na Sazonalidade, Perene; Os parâmetros físico-químicos (pH, temperatura, condutividade elétrica, sólidos totais dissolvidos, feofitina a, clorofila a, nitrito, nitrato e amônia) estão dentro dos limites permitido pelo órgão consultivo; Os teores de fósforo total e fosfato estão acima dos valores permitidos em ambos os períodos, chuvoso e de estiagem; A presença de coliformes totais e termotolerantes nas amostras indicam bactérias potencialmente patogênicas; Os maiores somatórios mensais de vazão ocorreram no ano de 2023, sobretudo nas nascentes 21CO, 24CO e 22CO, de valores 4,79, 3,94 e 2,69 L/s, respectivamente, e em Santana do Mundaú, nas nascentes 27SM e 5SM, com 29,30 e 13,98 L/s.


  • Mostrar Abstract
  • As nascentes são sistemas hidroambientais onde ocorre o afloramento da água subterrânea para a superfície. Desse modo, o objetivo da pesquisa foi analisar a condição ambiental das nascentes da Bacia Hidrográfica do Mundaú, em Pernambuco e Alagoas, Nordeste brasileiro. Para tal fim, foi realizado mapeamento espacial das nascentes e avaliado a condição ambiental e o padrão de exfiltração. Também foi avaliado o uso e cobertura na BHRM e comparados com informações obtidas das nascentes mapeadas. Foi aplicado o PAR para as nascentes e realizado monitoramento de vazão da água em 15 nascentes, em Correntes e Santana do Mundaú. Analises físico-química e microbiológicas em quatro nascentes sobre diferentes contextos, estimado a quantidade de nascentes com diferentes MDEs e realizado o AHP para identificação de ZPAS. Foram mapeadas 38 nascentes em Garanhuns, Correntes, Palmeirina, Santana do Mundaú, União dos Palmares, São José da Laje, Branquinha, Murici e Satuba; Com a integração das características da paisagem, observa-se diversos contextos no padrão de exfiltração de água nas nascentes, de modo geral, com o cruzamento das informações, nota-se que o processo de exfiltração das nascentes está atrelado a contribuição de ordem de grandeza regional; No contexto regional, as nascentes mapeadas estão inseridas em diferentes configurações da paisagem; Na BHRM a pastagem é a que detém maior abrangência, com 2.387,63 km2, contabilizando 58,18%; Foram contabilizadas 13 UC na totalidade da BHRM, onde em Pernambuco são reduzidas as áreas destinadas a proteção e conservação, quando comparadas a porção de Alagoas; A avaliação pelo protocolo de avaliação rápida não delimita especificamente uma causa de impacto e alteração, mas reúne um conjunto de questionamentos acerca da interface entre o ambiente terrestre e aquático das nascentes; As nascentes 22CO e 24CO apresentaram valores de vazão que variaram entre 5.460 e 7.527 L/d e 6.433e 7.876, respectivamente; A nascente 27SM apresentou vazão com valores entre 105.600 e130.114 L/d, a 5SM, com valores de 8.960 a 28.800L/d, a 3SM, entre 5.527 e 31.200 L/d e a 2SM, entre 5.829 e 25.200 L/d; Em relação aos parâmetros avaliados, alguns encontram-se dentro dos padrões estabelecidos, já outros não; O MDE Alos Palsar 12,5m contabilizou maior número de nascentes geradas na composição; As ZPAS além de reunirem de modo hierárquico a influência e relação dos fatores ambientais, apontam o potencial diante a característica morfométrica da BHRM.

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  • LINALDO SEVERINO DOS SANTOS
  • CERRADO DE ALTITUDE EM PERNAMBUCO: FLORÍSTICA, FISIONOMIA E RELAÇÕES FITOGEOGRÁFICAS

  • Orientador : EUGENIA CRISTINA GONCALVES PEREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CHRISTIANNE FARIAS DA FONSECA
  • EUGENIA CRISTINA GONCALVES PEREIRA
  • HELENA PAULA DE BARROS SILVA
  • LARISSA MONTEIRO RAFAEL
  • MÔNICA CRISTINA BARROSO MARTINS
  • Data: 25/02/2025

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  • Os cerrados de altitude são formações vegetais singulares, inseridas em áreas de exceção dentro do semiárido nordestino, cuja complexidade florística e ecológica ainda é pouco explorada. Este estudo se propõe a investigar as formações vegetacionais presentes no estado de Pernambuco, destacando aspectos florísticos, fisionômicos e suas relações fitogeográficas. Este estudo foi desenvolvido em um dos ambientes de Terras Altas do semiárido pernambucano, no município de Exu, estado de Pernambuco, que se configuram como ambientes diferenciados no contexto semiárido devido às suas condições geoambientais peculiares, como maior pluviosidade, temperaturas mais amenas e índices reduzidos de aridez. Essas condições favorecem a ocorrência de unidades de vegetação que variam em função da configuração do relevo, com manchas sempre-verde, compostas por elementos fitofisionômicos e florísticos da Mata Atlântica nas partes altas e úmidas, de Caatinga não decídua nas partes depressivas e, Cerrado na interface entre as duas citadas anteriormente. A partir do mapeamento detalhado e de análises geoambientais, foram identificadas essas manchas, com destaque para a ocorrência de espécies pertencentes às famílias Asteraceae, incluindo cinco gêneros e quatro espécies, e Leguminosa Papilionoideae, com quatro gêneros e quatro espécies. A variação altimétrica e a complexidade dos fatores geoambientais mostraram-se determinantes na composição e estrutura da vegetação. Os resultados reafirmam a relevância desses ambientes na conservação e na preservação de formações vegetacionais singulares, sobretudo em face das crescentes pressões antrópicas e das mudanças climáticas. Assim, o estudo contribui para o avanço do conhecimento sobre as dinâmicas biogeográficas dessas áreas e fornece subsídios valiosos para estratégias de manejo sustentável e políticas públicas voltadas à conservação da biodiversidade em áreas de exceção no semiárido de Pernambuco.


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  • O estudo investiga as formações vegetacionais conhecidas como cerrado de altitude no estado de Pernambuco, destacando aspectos florísticos, fisionômicos e suas relações fitogeográficas. A pesquisa foi conduzida em áreas de exceção no semiárido pernambucano, notadamente brejos de altitude, caracterizados por condições ambientais diferenciadas, como maior pluviosidade, temperaturas mais amenas e baixos índices de aridez. A metodologia empregou dados de sensoriamento remoto para classificar as formações vegetais segundo sua fenologia e relação com parâmetros ambientais, como altitude, continentalidade e características do substrato. Foram selecionadas áreas de Cerrado já reconhecidas no Nordeste do Brasil, e áreas com altitudes superiores a 550 metros de altitudes no semiárido pernambucano, no qual através das listas florísticas dessas áreas foi possível realizar uma análise de similaridade. A partir do mapeamento e análise geoambiental, foram identificadas manchas de vegetação sempre-verde, incluindo elementos da Mata Atlântica, Caatinga não decídua e Cerrado. Entre as espécies coletadas, destacam-se representantes das famílias Fabaceae e Vochysiaceae, com destaque para gêneros como Qualea, Vochysia e Mimosa, frequentemente associados às condições edáficas e climáticas dessas áreas. O gradiente altimétrico e a variabilidade geoambiental foram determinantes na composição florística. Os resultados reforçam o papel dessas áreas como refúgios ecológicos, com relevância para a conservação da biodiversidade em um cenário de crescentes pressões ambientais.

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  • MARIA DA GLÓRIA VIEIRA ANSELMO
  • SABERES TRADICIONAIS: ETNOBOTÂNICA NO CONTEXTO DA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL (APA) E ÁREA DE RELEVANTE INTERESSE ECOLÓGICO (ARIE) DA BARRA DO RIO MAMANGUAPE-PB

  • Orientador : MARIA FERNANDA ABRANTES TORRES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JANAINA BARBOSA DA SILVA
  • LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
  • MARIA FERNANDA ABRANTES TORRES
  • MILENA DUTRA DA SILVA
  • REINALDO FARIAS PAIVA DE LUCENA
  • Data: 26/02/2025

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  • As atividades humanas vêm contribuindo para transformações das paisagens terrestres ao longo do tempo, e muitas vezes, resultam em consequências negativas às dinâmicas socioambientais. O Brasil, por sua vez, vem estabelecendo leis e medidas para atenuar estes danos e degradação, não obstante a criação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), para assim, manter as áreas remanescentes da Mata Atlântica e ecossistemas associados. A referida pesquisa objetivou diagnosticar analiticamente o uso, conhecimento e disponibilidade da vegetação de Mata Atlântica e ecossistemas associados através da etnobotânica na Área de Proteção Ambiental (APA) e na Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) dos manguezais do Rio Mamanguape - PB como contribuição à conservação ambiental. O estudo iniciou no ano de 2022 e incluiu as comunidades: Barra de Mamanguape, Lagoa de Praia, Praia de Campina, Tanques, Tavares e Aritingui, inseridas nas APA/ARIE da Barra do Rio Mamanguape - PB. A pesquisa foi distribuída nas seguintes etapas: levantamentos bibliográficos e cartográficos, trabalho de campo, análises de gabinete e Geoprocessamento. Foi solicitada autorização ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, ao Comitê de Ética em Pesquisa – CEP/UFPE e às lideranças comunitárias. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas contendo questões socioeconômicas e etnobotânicas através de visitas domiciliares aos representantes familiares e/ou aposentados (mulheres e homens) maiores de 18 anos. A análise espaço-temporal da paisagem foi mensurada através do Índice de Vegetação por Diferença Normalizada - IVDN considerando-se os seguintes intervalos de tempo: 1985, 2005, 2014, 2018 e 2023, através de imagens dos Sensores TM e OLI e satélites Landsat 5 e 8, com as seguintes classes: mangue, outros tipos de vegetação densa, vegetação rala, solo exposto e/ou área urbana, cultivo de cana-de-açúcar e água. Dentre as famílias botânicas citadas predominaram a Fabaceae, Anacardiaceae, Apocynaceae, Bignoniaceae e a Myrtaceae, enquanto as espécies que se destacaram foram: Eschweilera ovata (Cambess.) Miers, Anacardium occidentale L, Rhizophora mangle L, Byrsonima gardneriana Juss, Pogonophora schomburgkiana Miers. Os informantes demonstraram amplo conhecimento etnobotânico, cujas espécies foram citadas para várias finalidades, distribuídas nas categorias de alimento, medicinal, combustível, construção, tecnologia, ornamental, mágico religioso, veneno abortivo, veterinário e outros. Na análise geoambiental foi observada pouca variação na extensão das classes consideradas ao longo do período analisado, porém é possível constatar que as áreas de vegetação remanescentes estão em contato com a monocultura da cana-de-açucar, o que pode influenciar negtivamente a dinâmica ecossistêmica e o modo de vida das comunidades. Conclui-se que as comunidades estudadas têm um conhecimento versátil sobre as espécies vegetais, compartilham a ideia de pertencimento e cuidado com a vegetação local e demais recursos naturais, além de valorizar em suas vivências o diálogo sobre o conhecimento tradicional adquirido de gerações anteriores.


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  • O Brasil, por sua vez, vem estabelecendo leis e medidas para atenuar danos e degradação socioambientais, não obstante a criação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), para assim, manter as áreas remanescentes dos ecossistemas existentes, dentre eles a Mata Atlântica, restinga e manguezais. A referida pesquisa objetivou diagnosticar analiticamente o uso, conhecimento e disponibilidade das espécies da vegetação de Mata Atlântica e associados inseridos na Área de Proteção Ambiental (APA) e na Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) dos manguezais do Rio Mamanguape. O estudo teve início no segundo semestre de 2022 e compreende as comunidades: Barra de Mamanguape, Lagoa de Praia, Praia de Campina, Tanques, Tavares e Aritingui inseridas na APA/ARIE do Rio Mamanguape, em territórios pertencentes a Rio Tinto, Marcação, parte dos municípios de Baia da Traição e Lucena, uma porção do extremo leste da Paraíba, Nordeste do Brasil. A área de pesquisa compreende um mosaico de paisagens composto por Mata Atlântica e Associados detentores de uma rica biodiversidade com espécies endêmicas correndo risco de extinção, além de relaçõessocioambientais realizadas pelas comunidades locais inseridas na referida APA. Assim, a referida pesquisa foi distribuída nas seguintes etapas: levantamentos bibliográficos e cartográficos, trabalho de campo e análises de gabinete e Geoprocessamento através do índice de vegetação NDVI (Normalized Difference Vegetation Index). Para a realização da pesquisa foi solicitada autorização ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, ao Comitê de Ética em Pesquisa – CEP/UFPE e às lideranças de cada comunidade. No trabalho de campo foi realizado levantamento fitossociológico em um fragmento de Mata Atlântica conhecida com Mata de Oiteiro através do ponto quadrante no extrato arbóreo, com indivíduos vivos e diâmetro a altura do peito - DAP igual ou superior a cinco centímetros, totalizando uma área de um hectare e 400 indivíduos amostrados, com prevalência das espécies: Pogonophora schomburgkiana Miers (Cocão), Protium heptaphyllum (Aubl.) (Amescla), Coccoloba alnifolia Casar (Cravaçú). Para as informações etnobotânicas foi aplicada uma entrevista semi-estrutura contendo questões socioeconômicas e etnobotânicas através de visitas domiciliares para os representantes familiares (mulheres e homens) maiores de 18 anos, residentes na comunidade com tempo igual ou superior a 24 meses. Foram realizadas 49 entrevistas na Comunidade Barra de Mamanguape, sendo 33 mulheres e 16 homens, e os informantes citaram várias categorias de usos como a alimentícia, medicinal, combustível, construção, entre outros. Houve, portanto, muitas citações de usos madeireiros para as espécies, contudo, estas
    citações encontram-se na categoria de uso potencial, cuja população reconhece a finalidade, mas não está realizando no momento. Para a análise do índice de vegetação NDVI considerou-se a dinâmica espaço-temporal nos seguintes intervalos: 1985, 2005, 2014, 2018 e 2023, através de imagens dos Sensores TM e OLI e satélites Landsat 5 e 8, onde foi possível verificar a manutenção da vegetação densa e oscilação na composição da área territorial da classe vegetação rala, esta última influenciada pela atividade econômica predominante. Conclui-se que a comunidade estudada tem um conhecimento versátil sobre as espécies vegetais, compartilham a ideia de pertencimento e cuidado com a flora.

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  • MARCELA VITÓRIA DE VASCONCELOS
  • GEOGRAFIA, EDUCAÇÃO AMBIENTAL E COMPLEXIDADE: ENSAIOS DE UMA PROPOSTA METODOLÓGICA

  • Orientador : RODRIGO DUTRA GOMES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JULIANA RAMALHO BARROS
  • CARLOS SAIT P DE ANDRADE
  • PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
  • RODRIGO DUTRA GOMES
  • TALITHA LUCENA DE VASCONCELOS
  • Data: 26/02/2025

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  • A Educação Ambiental é um dos principais desafios do século XXI. Mesmo com os esforços empreendidos nas últimas décadas, os problemas globais e locais têm persistido e em muitos casos se agravado, associados, agora no final da segunda década, à uma crise de consciência ambiental, política e social. Neste contexto, observa-se que as bases científicas pedagógicas aplicadas na Educação Ambiental ainda se orientam por uma perspectiva metodológica cartesiana e analítica (fragmentária), que se mostra insuficiente para abordar as questões atuais. Nesse sentido, a Teoria da Complexidade, de Edgar Morin, é uma das principais perspectivas na ciência contemporânea, oferecendo um arcabouço com princípios e entendimentos mais dialógicos, não-reducionistas e integrantes em termos da relação sociedade/ natureza, valorizando as relações internas aos locais para novas construções, representando um renovado arcabouço para elaborações mais amplas na compreensão das questões ambientais. Diante desse contexto, propõe-se o desenvolvimento e aplicação de um ensaio de proposta metodológica, de ensino e aprendizagem, para a Educação Ambiental na Geografia, a partir dos pressupostos da Teoria da Complexidade, de Edgar Morin. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e exploratória, baseada em procedimentos bibliográficos. A questão central que se buscou responder foi: Quais os incrementos específicos que os pressupostos teórico-metodológicos da Teoria da Complexidade trariam para o processo de ensino aprendizagem da Educação Ambiental? A partir dessa questão foram traçados os seguintes objetivos: Apresentar um ensaio de proposta teórico-metodológica de ensino-aprendizagem para a Educação Ambiental no curso de graduação em Geografia, a partir dos pressupostos da Teoria da Complexidade, como objetivo geral; Problematizar os aspectos da Educação Ambiental no currículo do ensino superior em Geografia tomando como referência a Teoria da Complexidade; Analisar o contexto teórico-metodológico para a Educação Ambiental no ensino superior observando alguns pressupostos das metodologias ativas em diálogo com a Teoria da Complexidade; Desenvolver um ensaio metodológico de ensino pautado na Complexidade, que subsidie a proposição de metodologias práticas voltadas à Educação Ambiental, no curso de graduação em Geografia, como objetivos específicos. A experimentação do ensaio metodológico teve como campo empírico a Universidade Federal do Piauí, em Teresina, Piauí, com os alunos matriculados na disciplina de Educação Ambiental, no período de 2024.2. Antes da aplicação do ensaio, foram realizadas entrevistas e observação participante para se ter melhor compreensão das concepções e práticas de Educação Ambiental realizadas pelos sujeitos envolvidos na pesquisa. Os dados coletados foram tratados à luz da análise de conteúdo de Bardin (1977). Desta forma, o ensaio metodológico desenvolvido levou em consideração aspectos balizadores da Teoria da Complexidade, segundo Edgar Morin, e o uso de Metodologias Ativas como instrumento primordial em sua prática, bem como a Aprendizagem Transformadora, preconizando uma mudança nos níveis de consciência que conduzam a uma Educação Ambiental Complexa.


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  • A Educação Ambiental é um dos principais desafios do século XXI, que mesmo com os esforços das últimas décadas os problemas globais e locais têm persistido e muitos se agravados, associados, agora no final da segunda década, à uma crise de consciência ambiental política e social. Neste contexto, observa-se que as bases científicas pedagógicas aplicadas na Educação Ambiental ainda se influenciam por uma perspectiva metodológica cartesiana e analítica (fragmentária) que tanto expressa a situação como é insuficiente para abordar as questões atuais. Desta forma, a Teoria da Complexidade é uma das principais perspectivas na ciência contemporânea, oferecendo um arcabouço com princípios e entendimentos mais dialógicos, não-reducionista e integrantes em termos de relação sociedade e natureza, valorizando as relações internas aos locais para novas construções, representando um renovado arcabouço para construções mais amplas no ensino de Geografia. Diante desse contexto, propõe-se o desenvolvimento e aplicação de uma proposta metodológica de ensino e aprendizagem para a Educação Ambiental na Geografia, a partir dos pressupostos da Teoria da Complexidade. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, exploratória, de caráter pesquisa-ação, baseada em procedimentos bibliográficos. A questão central que se buscou responder foi: Quais os incrementos específicos que os pressupostos teórico-metodológicos da Teoria da Complexidade trariam para o processo de ensino aprendizagem da Educação Ambiental? A partir dessa questão foram traçados os seguintes objetivos: Apresentar uma proposta teóricometodológica de ensino-aprendizagem para a Educação Ambiental no curso de graduação em Geografia, a partir dos pressupostos da Teoria da Complexidade. Problematizar os aspectos da Educação Ambiental no currículo do ensino superior em Geografia tomando como referência a Teoria da Complexidade; Analisar o contexto teóricometodológico para a Educação Ambiental no ensino superior observando alguns pressupostos das metodologias ativas em diálogo com a Teoria da Complexidade; Desenvolver uma metodologia de ensino pautada no paradigma da complexidade, que subsidie a proposição de metodologias práticas voltadas à Educação Ambiental, no curso de graduação em Geografia. Desta forma, a proposta teórico-metodológica desenvolvida leva em consideração aspectos balizadores da Teoria da Complexidade, o uso de Metodologias Ativas como instrumento primordial em sua prática, bem como a Aprendizagem Transformadora, preconizando uma mudança nos níveis de consciência que conduzam a uma Educação Ambiental Complexa.

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  • JONAS MARQUES DA PENHA
  • FORMAÇÃO RIZOMÁTICA PARA DOCÊNCIA EM GEOGRAFIA: O BLOGQUEST DE CARTOGRAFIA ESCOLAR COMO PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

  • Orientador : FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
  • JULIANA NÓBREGA DE ALMEIDA
  • LUCAS ANTONIO VIANA BOTELHO
  • PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
  • ROSALVO NOBRE CARNEIRO
  • Data: 25/04/2025

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  • Essa tese é fomentada pela crítica a padronização cartesiana da ciência moderna que tem ressoado na formação docente do professor de Geografia e, por conseguinte, nas práticas pedagógicas mediadas no ensino básico, principalmente, nos estudos da Cartografia Escolar. Segundo pesquisas, em cursos de licenciatura em Geografia, componentes que envolvem a Cartografia têm sido abordados quase que exclusivamente na perspectiva da racionalidade técnica. Diante desse cenário, elaboramos as hipóteses entrelaçadas de que a formação do professor para docência em Geografia no ensino básico apresenta déficit no que tange os estudos cartográficos, o que tem impactado na execução da prática educativa relacionada aos estudos de Cartografia Escolar e; que os estudos cartográficos mediados na formação docente em Geografia tem priorizado a cartografia convencional e descontextualizada da Educação Básica. Nesse contexto, problematizamos se processos formativos rizomáticos podem contribuir para formação do professor de Geografia na docência, no que diz respeito a autonomia na mediação de estratégias de estudos na Cartografia Escolar não cartesiana? Partindo dessa inquietação, buscamos possibilidades de avanços na perspectiva do conceito deleuze-guattariano de rizoma. Pactuamos em compreender os processos formativos do uso do Blogquest de Cartografia Escolar (BqCE) na prática docente do professor de Geografia a partir de uma discussão rizomática e seus impactos na formação para docência. As decisões metodológicas seguiram as trilhas da Cartografia enquanto pesquisa processual, evitando etapas isoladas e fragmentadas. No percurso, houve diálogos com os princípios do Estado da Questão, experiências em cenários de pesquisas; da pesquisa colaborativa; e análise cartográfica das experiências formativas explícitas e implícitas nas narrativas dos sujeitos da pesquisa. Além disso, foram examinadas as interações nos chats e fóruns durante a exploração do BqCE. A amostra é composta por seis professores licenciados em Geografia pela UEPB, com formação entre 2010 e 2022, que participaram de programas de iniciação à pesquisa, à docência ou pósgraduação e atuam no ensino básico. Quanto aos resultados, vemos que a episteme rizomática é pouco explorada no ensino e formação do professor de Geografia, em contrapartida, são descortinas possibilidades de aberturas e conexões significativas dessa abordagem ao processo formativo docente; que o enredo das narrativas transparecem vulnerabilidades quanto à autonomia sobre conteúdo e abordagens na Cartografia Escolar e; que há forte presença do cartesianismo nos processos formativos, atravessando as experiências no ensino básico e na formação inicial, refletindo nas práticas docentes dos entrevistados. À luz do aporte teórico, das lacunas latentes nas falas dos entrevistados e do ímpeto por atenuantes, emerge o BqCE, espaço virtual idealizado para promover processos formativos rizomáticos. As contribuições avaliativas, sugestivas e críticas dos sujeitos da pesquisa sobre o BqCE não questionaram a qualidade, o didatismo, nem a sua significância no processo formativo do professor de Geografia, do contrário, enalteceram. As linhas contributivas, nos chats e fórum, teceram uma teia de significados que sustentam o BqCE como importante impulso à autonomia docente em mediações rizomáticas e estratégias subversivas. Enquanto mapa aberto, o BqCE, não se encerra em si, propõe movimento constante de interação e descobertas, permitindo explorar o potencial transformador dos estudos cartográficos.


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  • Essa tese em devir é fomentada pela crítica apadronização cartesiana da ciência moderna e tem reverberado na formação docente do professor de Geografia e, por conseguinte, nas práticas pedagógicas mediadas na Geografia no ensino básico, principalmente, nos estudos da Cartografia Escolar. Segundo pesquisas, em cursos de licenciatura em Geografia, componentes que envolve a Cartografia têm sido abordados quase que exclusivamente na perspectiva da racionalidade técnica. Em face disto, formulamos as hipóteses de que a formação do professor para docência em Geografia no ensino básico apresenta déficit de aprendizagem reverberando-o na mediação didático-metodológica dos estudos que concerne a Cartografia Escolar e; que os estudos cartográficos mediados na formação docente em Geografia tem priorizado a cartografia convencional e descontextualizada da Educação Básica. Nesse contexto, problematizamos se processos formativos rizomáticos podem contribuir para formação do professor de Geografia na docência no que diz respeito a autonomia didático-metodológica na mediação de estudos na abordagem da Cartografia Escolar? Partindo dessa inquietação buscamos possibilidades de avanços na perspectiva Filosofia da Diferença, no conceito deleuze-guattariano de rizoma. Desse modo, objetiva-se compreender os processos formativos do uso do Blogquest de Cartografia Escolar (BQCE) na prática docente do professor de Geografia a partir de uma discussão rizomática e seus impactos na formação para docência. As decisões metodológicas segue as trilhas da Cartografia enquanto pesquisa processual, no percurso há encontros com as pesquisas colaborativa e participante, com técnicas de coleta de dados como entrevistas narrativas, observação participante, fórum virtual, além dos princípios teórico-metodológicos da Análise do Discurso subsidiando as análises cartográficas. A definição da amostra, professores de Geografia, ocorreu mediante critérios pré-estabelecidos e a partir dos fundamentos da amostragem por acessibilidade ou conveniência. Buscamos investigar vivências e experiências dos sujeitos da pesquisa em contextos formativos (ensino básico, licenciatura e docência) relacionadas aos conhecimentos cartográficos. Além disso, propomos a operacionalização e mediação do BQCE enquanto processos formativos rizomáticos junto aos sujeitos da pesquisa. As interações e as narrativas dos sujeitos do estudo serão analisadas a partir do acompanhamento via Google Analytics, Chat e WhatsApp e, das narrativas, discursos proferidos no fórum virtual. No momento, podemos inferir que há forte presença epistêmica do cartesianismo nos processos formativos dos sujeitos e que esses atravessam as experiências no ensino básico, na licenciatura e reverberam nas práticas docentes, especialmente na abordagem da Cartografia Escolar. Ademais, o Estado da Questão revela que a abordagem rizomática é pouco explorada na Geografia, no entanto, cada vez mais é utilizada com êxito em diferentes áreas do conhecimento, assim, sua aplicação no processo formativo de professores de Geografia pode trazer novas possibilidades de aberturas e conexões significativas. Destarte, esperançamos que a proposta de operacionalização do BQCE na perspectiva rizomática contribua para o devir de professores dessa importante ciência.

2024
Dissertações
1
  • MARIA CAROLINA FRANÇA DA COSTA
  • A FOME TEM COR E GÊNERO: AUMENTO DA INSEGURANÇA ALIMENTAR NA PANDEMIA DA COVID- 19 E AGROECOLOGIA NA RETOMADA DA AGRICULTURA CAMPONESA NO MUNICÍPIO DE CAMARAGIBE/PE

  • Orientador : MONICA COX DE BRITTO PEREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CAMILA DUTRA DOS SANTOS
  • CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
  • MONICA COX DE BRITTO PEREIRA
  • Data: 31/01/2024

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  • A fome vem sendo posta à mesa dos brasileiros ao longo das décadas de forma planejada e direcionada para atingir um público específico, que vem sendo negligenciado e mantido sob amarras escravocratas desde o período colonial até a contemporaneidade. A insegurança alimentar - nomenclatura adotada atualmente para eufemizar o fenômeno da fome atualmente - se intensificou durante a pandemia da covid-19, atingindo de maneira desigual os brasileiros e, consequentemente, a população do município de Camaragibe, em Pernambuco. Os diversos conflitos e fatores do aumento da insegurança alimentar em um dos principais municípios da Região Metropolitana do Recife serão debatidos e analisados durante toda pesquisa. Dito isso, o objetivo elencado como principal é compreender a potencialidade da agricultura familiar camponesa como um caminho para garantir a soberania alimentar e nutricional após o aumento da insegurança alimentar durante a pandêmica da Covid-19 no município de Camaragibe - PE. Para conseguirmos atingir esse objetivo, foi necessário investigar os diversos fatores contribuintes para o aumento da insegurança alimentar e nutricional no município ao longo do tempo em que intensificou-se durante a pandemia de 2020. Nesta pesquisa, também foram considerados os conflitos que o sistema convencional de alimentos vem causando, buscando experiências agroecológicas municipais do estado de Pernambuco de forma a refletir sobre mudanças, caminhos e retomadas que contribua em prol da democratização alimentar e valorização da agricultura familiar camponesa no município de Camaragibe. Dessa forma, a pesquisa é de natureza quali-quantitativa, bibliográfica e de campo, tendo como base o método da Escrevivência de Conceição Evaristo para considerar a vivência da mulher negra a partir do fenômeno da fome. Houve a realização de uma revisão bibliográfica, juntamente com uma pesquisa documental, para auxiliar o desenvolvimento da pesquisa. Enquanto procedimento metodológico, foi disponibilizado um questionário eletrônico com 33 perguntas fechadas que abarcou cerca de 45 mulheres chefes de família, moradoras no município, no ano de 2022, bem como a realização de 4 entrevistas semiestruturadas com mulheres negras também chefes de família que estavam sendo atravessadas pela fome durante o período pandêmico. Outro procedimento importante foi considerar os dados e entrevistas do meu Trabalho de Conclusão de Curso desenvolvido em 2021 que já sofreu influência dos impactos da pandemia e problematizou os conflitos causadores da diminuição da agricultura familiar camponesa no município. Por fim, com a manutenção e intensificação da insegurança alimentar, tornou-se urgente produzir conhecimentos que possam contribuir na atuação da linha de frente ao seu combate, justificando assim a necessidade e importância desta pesquisa.


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  • A fome vem sendo posta à mesa dos brasileiros ao longo das décadas de forma planejada e direcionada para atingir um público específico, que vem sendo negligenciado e mantido sob amarras escravocratas desde o período colonial até a contemporaneidade. A insegurança alimentar - nomenclatura adotada atualmente para eufemizar o fenômeno da fome nos dias atuais - se intensificou durante a pandemia da covid-19, atingindo de maneira desigual os brasileiros e, consequentemente, a população do município de Camaragibe, em Pernambuco. Os diversos conflitos e fatores do aumento da insegurança alimentar em um dos principais municípios da Região Metropolitana do Recife serão debatidos e analisados durante toda pesquisa. Dito isso, o objetivo elencado como principal é compreender como, através da agricultura familiar agroecológica, é possível democratizar e garantir uma soberania alimentar e nutricional em Camaragibe. Para conseguirmos atingir esse objetivo, foi necessário investigar os diversos fatores contribuintes para o aumento da insegurança alimentar e nutricional no município ao longo do tempo em que intensificou-se durante a pandemia de 2020. Nesta pesquisa, também foram considerados os conflitos que o sistema agroalimentar vem causando, buscando as experiências políticas municipais como ponto de partida para refletir algumas medidas na escala municipal em prol da democratização alimentar do município, bem como alternativas de valorização e manutenção da agricultura familiar agroecológica na localidade. Com a manutenção e intensificação da insegurança alimentar, tornou-se urgente produzir conhecimento que possa contribuir na atuação da linha de frente ao seu combate, justificando assim a necessidade e importância desta pesquisa.

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  • RODRIGO ZIMMERLE DOS SANTOS RODRIGUES
  • DISPARIDADES SOCIOESPACIAIS E SEUS IMPACTOS NA CRISE SANITÁRIA DA COVID 19: UMA ANÁLISE GEOGRÁFICA DA CIDADE DO RECIFE

  • Orientador : EDVANIA TORRES AGUIAR GOMES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDREZZA KARLA DE OLIVEIRA SILVA
  • EDVANIA TORRES AGUIAR GOMES
  • MARIANA ZERBONE ALVES DE ALBUQUERQUE GOMES
  • RODRIGO DUTRA GOMES
  • Data: 05/02/2024

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  • A pandemia da Coronavirus Disease 2019 (COVID 19) evidenciou os impactos da desigualdade social nos desfechos negativos da doença. Esse trabalho tem como objetivo analisar, na escala urbana, as dinâmicas da relação entre o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) e o Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) com a Taxa de Letalidade (TL) da COVID 19 registrada nos boletins epidemiológicos da cidade do Recife. Empregando métodos de geoprocessamento, este trabalho integra dados espaciais de diversas fontes e escalas, aplicando ponderações baseadas em área geográfica e densidade populacional. O uso da correlação de Spearman revelou uma forte relação inversa entre o IDHM e a TL (0,77), indicando que bairros com menor desenvolvimento humano enfrentaram maiores taxas de letalidade. Paralelamente, observou se uma correlação positiva substancial entre o IVS e a TL (0,74), ressaltando como a vulnerabilidade social contribui para a severidade dos desfechos da pandemia. Estes resultados sublinham a crítica necessidade de políticas públicas que reconheçam e abordem as desigualdades sociais no contexto da saúde pública, especialmente no planejamento de respostas a crises sanitárias como a pandemia de COVID 19.


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  • A pandemia da Coronavirus Disease 2019 (COVID-19) evidenciou os impactos da desigualdade social nos desfechos negativos da doença. Esse trabalho tem como objetivo analisar na escala urbana as dinâmicas da relação entre o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) e o Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) com a Taxa de Letalidade (TL) registrada nos boletins epidemiológicos da cidade do Recife. A fim de atingir esse objetivo, utilizou-se a técnica de análise espacial para identificar os padrões de distribuição dos indicadores socioeconômicos e do indicador epidemiológico entre os bairros da cidade. Para garantir a precisão dos resultados, foram aplicadas técnicas de geoprocessamento como a agregação de dados espaciais de diferentes escalas e ponderação dos valores agregados com base na área espacial e densidade demográfica. Além disso, foi calculado o coeficiente de correlação de Pearson, buscando interpretar a intensidade da relação entre os indicadores socioeconômicos e a taxa de letalidade nos diferentes bairros da cidade. Os resultados mostraram que quanto menor o IDHM, maior a letalidade da COVID-19 no bairro correspondente, com um coeficiente de correlação de Pearson de -0,75. Da mesma forma, o IVS também apresentou forte correlação positiva com a TL, com um coeficiente de correlação de 0,73. Os resultados destacam a importância da consideração das desigualdades sociais no planejamento de políticas públicas para a prevenção e controle de doenças epidêmicas como a COVID-19.

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  • TÚLIO FELIPE SILVA DA PAZ
  • O RITMO BREGA FUNK E A SUA ESPACIALIZAÇÃO: UM ESTUDO A PARTIR DA COMUNIDADE DO ALTO JOSÉ DO PINHO, RECIFE (PE)

  • Orientador : CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • PRISCILA BATISTA VASCONCELOS
  • THIAGO SOARES
  • Data: 20/02/2024

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  • A pesquisa tem como objetivo central analisar a dinâmica territorial promovida pelo movimento cultural Brega Funk a partir do Alto José do Pinho, bairro da zona norte do Recife. O estudo parte do pressuposto de incorporar os atores sociais do ritmo em protagonismo de suas ações e decisões. Posto isso, com base na Geografia Cultural Renovada, abordar a utilização simbólica do território, destacando a música como um fator influente na construção de identidades. Explorar a subjetividade da paisagem cultural e os laços afetivos dos sujeitos com o ritmo e o Alto José do Pinho. Em seguida, percorrer as similaridades entre geografia e música, exemplificando como as canções refletem o comportamento das pessoas bregueiras na comunidade descrita. Sobretudo, investiga as vertentes relacionadas ao ritmo, com ênfase no Brega Funk. A análise se concentra no método qualitativo, por meio de entrevistas que buscam compreender a ascensão do Brega Funk, cujos atores são os MCs e integrantes do Passinho dos Maloka. A dissertação utiliza relatos empíricos obtidos por meio de entrevistas aplicadas a indivíduos ligados ao cenário Brega Funk no Alto José do Pinho. O que visa compreender o sentimento de pertencimento e as múltiplas identidades relacionadas ao território, buscando identificar os fatores que levaram o Brega Funk a atingir outros territórios antes não ocupados. Bem como, discutir as interferências no cotidiano dos indivíduos inseridos no movimento cultural do Brega Funk no Alto José do Pinho e quais perspectivas devem-se observar. Assim, quais práticas foram incorporadas no movimento bregueiro que rompeu as barreiras físicas do território e a hegemonia cultural na cidade do Recife. Apoiando-se na interpretação dos relatos em consonância com o texto da dissertação para entender as contradições socioespaciais que se configuram no território.


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  • A pesquisa tem como objetivo central analisar a dinâmica territorial promovida pelo movimento cultural Brega Funk a partir do Alto José do Pinho, bairro da zona norte do Recife. O estudo parte do pressuposto de incorporar os atores sociais do ritmo em protagonismo de suas ações e decisões. Com base na Geografia Cultural Renovada aborda a utilização simbólica do território, destacando a música como um fator influente nesse fenômeno. Além disso, explora a subjetividade na paisagem cultural e os laços afetivos dos sujeitos. Em seguida, examina a relação entre geografia e música, exemplificando como as canções refletem o comportamento das pessoas. Em seguida, a investigação descreve a linha do tempo do fenômeno, resgatando elementos desde o seu surgimento e discorrendo sobre as cinco décadas do ritmo em Pernambuco, com foco nas periferias da cidade do Recife. A análise se concentra no método qualitativo, investigando a ascensão da vertente Brega Funk protagonizada pelos MCs e o Passinho dos Maloka, influentes no desenvolvimento do ritmo a partir do subúrbio recifense. A dissertação se baseia em relatos empíricos obtidos por meio de questionários aplicados a indivíduos ligados ao cenário Brega Funk, visando compreender o sentimento de pertencimento e as múltiplas identidades relacionadas ao território. Além disso, explora como os sujeitos incorporam práticas que desafiam a hegemonia cultural da cidade do Recife, apoiando-se na interpretação dialética e fenomenológica para compreender as contradições socioespaciais que se configuram no território.

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  • BÁRBARA GABRIELLY SILVA BARBOSA
  • A COMPREENSÃO DA EVOLUÇÃO DO RELEVO DA FACE LESTE DA CHAPADA DO ARARIPE: APLICAÇÃO DO MODELO MATEMÁTICO LANDLAB

  • Orientador : DANIELLE GOMES DA SILVA LISTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIELLE GOMES DA SILVA LISTO
  • DÉBORAH DE OLIVEIRA
  • TULIUS DIAS NERY
  • Data: 22/02/2024

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  • Nos últimos anos, no campo das geociências, intensificou-se a busca por uma melhor compreensão da dinâmica geomorfológica nas paisagens. Este interesse fomentou o avanço e a adaptação de uma variedade de modelos geotecnológicos e geocronológicos. Tais esforços visam entender a evolução do relevo e suas divisões morfoestruturais ao longo do tempo geológico. Neste contexto, a Chapada do Araripe, situada no sul do Ceará e de grande relevância para a compreensão da evolução do Nordeste brasileiro, surge como um foco de interesse. Sua formação está intrinsecamente ligada às reativações tectônicas do período Cretáceo Superior. Assim, a pesquisa em questão teve como objetivo utilizar a modelagem matemática LANDLAB para simular o recuo da escarpa na Face Oriental da Chapada do Araripe, localizada no município de Crato-CE. O estudo buscou compreender a influência das variações litológicas neste processo ao longo do tempo geológico.  Para analisar os processos de soerguimento, erosão e litologia, foram empregadas várias bibliotecas e funções no LANDLAB, incluindo imshow_grid, RasterModelGrid, LinearDifusser, FlowAccumulator, FastscapeEroder e LithologyGMI. A taxa de soerguimento (uplift_rate1) foi aplicada de forma abrangente em toda a área de estudo, alinhando-se às investigações sobre a história geológica da Chapada do Araripe. A dureza dos materiais foi classificada numa escala de 0 a 10, com base nos padrões estabelecidos pela CPRM (2003) em seu mapeamento da região.  As taxas de erosão foram categorizadas em cinco níveis, considerando aspectos físicos e a geologia de cada área, usando como referência os estudos de Oliveira (2023), que identificou uma taxa média de denudação de 13,4 m/Ma em zonas de fluxo hídrico.  É importante reconhecer que todos os modelos representam simplificações de processos complexos. Nesta abordagem, funções essenciais ao desenvolvimento da área de estudo foram incorporadas para obter os resultados apresentados. As simulações iniciais mostraram sutis desníveis resultantes da variação na deposição de material sedimentar. Com o soerguimento, observou-se alterações no padrão de acumulação desse material. Essas mudanças foram evidenciadas nos resultados do LANDLAB ao longo do tempo. Embora as condições paleoclimáticas não tenham sido simuladas diretamente, ajustes na média da taxa de erosão foram aplicados a diferentes morfologias, permitindo a simulação da evolução de cursos d'água e morfologia.  Na simulação, a aplicação de valores médios revelou a sazonalidade nos resultados finais, mesmo sem uma incorporação explícita de sua extensão específica. As altitudes das cimeiras mostraram-se consistentes com os dados atuais, mas houve inconsistências nos pontos da escarpa. As características observadas refletem a dissecação da escarpa e o recuo diferencial. Entretanto, ao comparar com o mapa hipsométrico, esperava-se uma maior altitude.


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  • A Chapada do Araripe caracteriza-se como a maior bacia interiorana do nordeste brasileiro. A sua formação é originária dos processos de rupturas ocorrido no Cretácio, após a divisão da Gondwana ocidental que culminou na abertura do Oceano Atlântico sul e formação dos continentes Sul-americano e Africano. Configurando-se assim, como uma região que remonta ao entendimento da formação do nordeste brasileiro. Desse modo, o presente trabalho tem o objetivo de aplicar a modelagem matemática LANDLAB para simular recuo na escarpa da Face Oriental da Chapada do Araripe, localizada no município do Crato-CE, procurando compreender como as diferenças litológicas têm influenciado nesse processo ao longo do tempo geológico. A área de estudo abrange diversas formações litológicas depositadas em diferentes ambientes climáticos ao longo do tempo geológico. Com avanços tecnológicos, a modelagem matemática se tornou uma ferramenta poderosa para criar modelos tridimensionais que levam em consideração fatores como variações litológicas, processos tectônicos, erosivos e isostáticos. O modelo LandLab apresenta características interessantes para obtenção de respostas mais precisas sobre a evolução da paisagem, possibilitando adicionar vários submódulos com a finalidade de personalização dos usuários, com a finalidade de simular de maneira mais fidedigna a dinâmica de evolução da paisagem. Para a realização da modelagem LandLab, os mapas topográficos foram gerados a partir de um Modelo Digital do Terreno (MDT) com resolução de 12,5m e escala 1:50.000 obtido do satélite ALOS PALSAR Global Radar Imagery. Os mapas de geologia e de solos foram compilados a partir de informações secundárias, enquanto o geomorfológico foi elaborado a partir da interpretação das formas de relevo por meio de dados topográficos, temáticos (ex. litologia), imagens de satélite e trabalhos de campo.

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  • JENNER EVERTON DOS SANTOS
  • “UM PASSO À FRENTE E VOCÊ NÃO ESTÁ MAIS NO MESMO LUGAR”: TOPOFILIAS E MOVIMENTO MANGUEBEAT

  • Orientador : CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BERTRAND ROGER GUILLAUME COZIC
  • CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • JORGE JOSÉ ARAUJO DA SILVA
  • Data: 22/02/2024

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  • O movimento Manguebeat para além de produção estética e contestação social em Recife, foi capaz também de despertar  a  noção  de  sentimentos  topofílicos  nos lugares.  Tal movimento cultural surge na década de 1990, colocando a cidade em projeção nacional, a partir de uma série de influências da cultura  pop,  Hip-hop  e outros  gêneros.  Inspirando-se nas ideias de Josué de  Castro,  o  movimento  toma proporção  máxima  a  partir  do  artista  Chico  Science,  seu  protagonista  mais carismático.  Além de transformar  a  vida  cultural  no  Recife,  o  Manguebeat, possibilitou  novas  maneiras  de  pensar  a  urbe.  Com  o  auxílio  da  Geografia  das emoções,  a  pesquisa  tentou  criar  uma  ponte  de  conceitos  entre  lugar,  emoção  e topofilia.  Para isso foi  preciso  partir  de um pressuposto estritamente  cultural,  tanto para  a  discussão  relacionada  às  formas  espaciais  geossimbólicas  que  fazem referência ao movimento, quanto à assimilação simbólica com o lugar na capacidade de  despertar vivências, sentimentos, afetos  e  visões particulares e singulares. Neste raciocínio, defende-se que os marcos geossimbólicos do movimento são capazes de personificar certos lugares  que foram importantes  em seu desenrolar. Os  indivíduos que  possuem uma  certa  identificação  cultural  com  o  movimento,  são  capazes também  de  despertar alguns  sentimentos  e  aproximações  sentimentais  para  com tais  lugares.  Levando  isto em  consideração,  o  presente  estudo  tem  o  objetivo  de compreender  os  lugares geossimbólicos  “remanescentes”  do  Manguebeat,  com  o intuito  de  averiguar  os  laços topofílicos  a  ele  relacionados,  em  sua  época  mais áurea.  Apropriando-se  da metodologia  de  abordagem  qualitativa  e  da  pesquisa exploratória,  a  pesquisa  teve o  intuito  de  gerar  uma  série  de  novas  informações relacionadas  à  temática  das expressões  culturais  e  a relação  para  com o  lugar, a partir  de  uma  perspectiva  topofílica.  A  obtenção  de  informações  primárias  deu-se através  da  aplicação  de  entrevistas  com  antigos  membros  do  Manguebeat,  cuja vivência  fora  próxima  nos anos  1990. As entrevistas  foram todas  de modo  online, devido a  praticidade  e alinhamento  de disponibilidade dos entrevistados. A partir da aplicação das primeiras entrevistas com os “ex-membros” do movimento em questão foi  possível  averiguar  uma  série  de  lugares  topofílicos  que  ainda  estão  vivos  na memória dos ex-integrantes. Os lugares mais citados  foram: Adilia’s Place, Bar do Grego,  Cantinho  das  Graças,  Oásis,  Pocoloco,  Soparia  e  outros  não  menos importantes  que marcaram a  memória  afetiva  não só  dos  integrantes,  mas também do  próprio  Manguebeat.  Sendo  assim,  tornou-se  possível  perceber  os  espaços afetivos  capazes de gerar revelações e significados atribuídos a partir dos  artistas que vivenciam tais lugares.


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  • O movimento Manguebeat para além de produção estética e contestação social em Recife, foi capaz também de despertar a noção de sentimentos topofílicos nos lugares. Tal movimento cultural surge na década de 1990, colocando a cidade em projeção nacional, a partir de uma série de influências da cultura pop, Hip-hop e outros gêneros. Inspirando-se nas ideias de Josué de Castro, o movimento toma proporção máxima a partir do artista Chico Science, seu protagonista mais carismático. Além de transformar a vida cultural no Recife, o Manguebeat possibilitou novas maneiras de pensar a urbe. Com o auxílio da Geografia das emoções, a pesquisa tentou criar uma ponte de conceitos entre lugar, emoção e topofilia. Para isso foi preciso partir de um pressuposto estritamente cultural, tanto para a discussão relacionada às formas espaciais geossimbólicas que fazem referência ao movimento, quanto à assimilação simbólica com o lugar na capacidade de despertar vivências, sentimentos, afetos e visões particulares e singulares. Neste raciocínio, defende-se que os marcos geossimbólicos do movimento são capazes de personificar certos lugares que foram importantes em seu desenrolar. Os indivíduos que possuem uma certa identificação cultural com o movimento são capazes também de despertar alguns sentimentos e aproximações sentimentais para com tais lugares. Levando isto em consideração, o presente estudo tem o objetivo de compreender os lugares geossimbólicos “remanescentes” do Manguebeat, com o intuito de averiguar os laços topofílicos a ele relacionados em sua época mais áurea. Apropriando-se da metodologia de abordagem qualitativa e da pesquisa exploratória, a pesquisa teve o intuito de gerar uma série de novas informações relacionadas à temática das expressões culturais e a relação para com o lugar, a partir de uma perspectiva topofílica. A obtenção de informações primárias deu-se através da aplicação de entrevistas com antigos membros do Manguebeat, cuja vivência fora próxima nos anos 1990. As entrevistas foram todas de modo online, devido a praticidade e alinhamento de disponibilidade dos entrevistados. A partir da aplicação das primeiras entrevistas com os “ex-membros” do movimento em questão foi possível averiguar uma série de lugares topofílicos que ainda estão vivos na memória dos ex-integrantes. Os lugares mais citados foram: Adilia’s Place, Bar do Grego, Cantinho das Graças, Oásis, Pocoloco e outros não menos importantes que marcaram a memória afetiva não só dos integrantes mas também do próprio Manguebeat. Sendo assim, tornou-se possível perceber os espaços afetivos capazes de gerar revelações e significados atribuídos a partir dos artistas que vivenciam tais lugares.

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  • SUSANA DAINARA TERTO DE OLIVEIRA
  • TRAJETÓRIAS SOCIOESPACIAIS DE ESTUDANTES NEGRAS DO CURSO DE GEOGRAFIA DA UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI, EM CRATO-CEARÁ

  • Orientador : PRISCILA BATISTA VASCONCELOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ZULEIDE FERNANDES DE QUEIROZ
  • GENY FERREIRA GUIMARÃES
  • DAYSE CABRAL DE MOURA
  • PRISCILA BATISTA VASCONCELOS
  • Data: 27/02/2024

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  • As diversas violências sofridas por mulheres negras dentro da academia estão atreladas ao gênero, raça e classe, e contribuem para que o racismo, sexismo e capitalismo se fortaleçam enquanto fonte de manutenção para condições estruturantes das relações sociais. Como exemplo disso, há o silenciamento de pesquisas realizadas por mulheres negras no ambiente acadêmico, causando marcas em suas vidas e as tornando praticamente inacessíveis dentro desses espaços. Porém, para além dessas violências, é importante pensarmos o espaço da universidade também como palco de resistências e vitórias para a população negra, especialmente falando a partir do “ser mulher negra”, partindo da ideia de que o ingresso de mulheres negras no ensino superior, tem se intensificado nos últimos anos e crescido significativamente, caracterizando-se como um importante avanço e resultado das ações afirmativas. A partir disso, procura-se analisar e refletir sobre as trajetórias socioespaciais de estudantes negras do curso de Geografia da Universidade Regional do Cariri – URCA, em Crato – Ceará, e compreender em que medida a discriminação de gênero de raça afeta corporal e territorialmente suas vidas, a partir de suas histórias de vida, considerando suas relações sociais e dimensões espaciais tomadas a partir do acesso à universidade e seus mecanismo construídos para o enfrentamento ao racismo e sexismo dentro desses espaços. Metodologicamente, o estudo se ampara no método de “escrevivências” em uma abordagem qualitativa, e trilha caminhos que possibilitem uma análise a partir das próprias narrativas dos sujeitos, como, o levantamento bibliográfico, principalmente no campo geográfico; a coleta de dados, tendo as entrevistas semiestruturadas individuais como aporte para realização, com um roteiro de perguntas apoiado em teorias e hipóteses relacionadas com o tema apresentado, sendo flexível no momento da aplicação e contribuindo para o desenvolvimento da interação entre pesquisadora e entrevistadas.


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  • As diversas violências sofridas por mulheres negras estão atreladas ao gênero, raça e classe, e contribuem para que o racismo, sexismo e capitalismo se fortaleçam enquanto fonte de manutenção para condições estruturantes das relações sociais. Como exemplo disso, há o silenciamento de pesquisas realizadas por mulheres negras no ambiente acadêmico, causando marcas em suas vidas e as tornando praticamente inacessíveis dentro desses espaços. A partir disso, procura-se analisar e refletir sobre as trajetórias socioespaciais de estudantes negras do curso de Geografia da Universidade Regional do Cariri – URCA, em Crato – Ceará, e compreender em que medida a discriminação de gênero de raça afeta corporal e territorialmente suas vidas, a partir de suas histórias de vida, considerando suas relações sociais e dimensões espaciais tomadas a partir do acesso à universidade. Metodologicamente, o estudo se ampara em uma abordagem qualitativa e trilha caminhos que possibilitem uma análise a partir das próprias narrativas dos sujeitos, como o levantamento bibliográfico, principalmente no campo geográfico, e as entrevistas semiestruturadas individuais, que são apoiadas em teorias e hipóteses relacionadas com o tema apresentado, sendo flexível no momento da aplicação, contribuindo para o desenvolvimento da interação entre pesquisadora e entrevistadas.

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  • ALEXSANDRO ANTONIO DE MIRANDA
  • O RECIFE E O PUNK: GEOGRAFANDO UMA CONTRACULTURA EM SEUS TERRITÓRIOS URBANOS

  • Orientador : ANA CRISTINA DE ALMEIDA FERNANDES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CAÊ GARCIA CARVALHO
  • BRUNO MAIA HALLEY
  • DANIELA MARIA FERREIRA
  • Data: 27/02/2024

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  • O presente trabalho tem como objetivo geografar a atuação da contracultura punk do Recife, ou seja, analisar, descrever e destrinchar o movimento punk sob a luz da ciência geográfica, seus territórios e territorialidades; relatando sua dinâmica e trajetória – história, características socioeconômicas de seus integrantes, militância, concepções de mundo, produção, ideologia, discurso, sociabilidade, conflitos e o papel da música punk no contexto desses grupos. Neste ensaio, retoma-se o surgimento da cena punk brasileira, inserida no fervilhante despontar de contraculturas no mundo, fomentadas por movimentos políticos reivindicatórios e sociais, atuantes nas décadas de 1960 e 1970. Para examinar a formação do punk no Recife e descrever seus espaços e geossimbolismos, foram coletados dados de 1982 a 2023. À luz de teóricos como Mafessoli (1987), Bonnemaison (1993) e, principalmente, Haesbaert (2004) ampliou-se a ótica sobre as variadas simbologias e discursos que constituem o ideário punk, e como a práxis da contracultura se deslocou do centro da capital pernambucana para ganhar as casas, as calçadas, esquinas e os bairros da periferia do Recife, externando diferentes usos, conflitos, retóricas e apropriações físico-materiais e simbólico-imateriais dessa tribo urbana. O acareamento de diferentes gerações de punks ratifica esta contracultura como locus de companheirismo, defesa e altruísmo; além de palco onde se desenvolve uma prática educativa política racional e ética, o que contraria a visão simplista da mídia e de atores externos ao cenário punk, já que muitos dos resultados expostos apontam para indivíduos que adquiriram criticidade e tomaram ciência da realidade que os cercava a partir da adesão ao movimento.


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  • O presente trabalho tem como objetivo geografar a atuação da contracultura punk do Recife, seus territórios e territorialidades; relatando sua dinâmica e trajetória – história, características socioeconômicas de seus integrantes, militância, concepções de mundo, produção, ideologia, discurso, sociabilidade, conflitos e o papel da música punk no contexto desses grupos. Neste ensaio, retoma-se o surgimento da cena punk brasileira, inserida no fervilhante despontar de contraculturas no mundo, fomentadas por movimentos políticos reivindicatórios e sociais, atuantes nas décadas de 1960 e 1970. Para examinar a formação do punk no Recife e descrever seus espaços e geossimbolismos, foram coletados dados de 1982 a 2023. À luz de teóricos como Mafessoli (1987), Bonnemaison (1993) e, principalmente, Haesbaert (2004), ampliou-se a ótica sobre as variadas simbologias e discursos que constituem o ideário punk, e como a práxis da contracultura se deslocou do centro da capital pernambucana para ganhar as casas, as calçadas, esquinas e os bairros da periferia do Recife, externando diferentes usos, conflitos, retóricas e apropriações físico-materiais e simbólico-imateriais dessa tribo urbana. O acareamento de diferentes gerações de punks ratifica esta contracultura como locus de companheirismo, defesa e altruísmo; além de palco onde se desenvolve uma prática educativa política racional e ética, o que contraria a visão simplista da mídia e de atores externos ao cenário punk, já que muitos dos resultados expostos apontam para indivíduos que adquiriram criticidade e tomaram ciência da realidade que os cercava a partir da adesão ao movimento.

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  • DAFNE VITÓRIA DA SILVA COSTA
  • OS PROFESSORES DE GEOGRAFIA E A INTEGRAÇÃO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS EM SUAS PRÁTICAS DOCENTES NO CONTEXTO DA CIBERCULTURA

  • Orientador : FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
  • PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
  • THELMA PANERAI ALVES
  • Data: 29/02/2024

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  • Esta pesquisa se propõe a explorar as experiências dos professores de Geografia que atuam na rede pública de ensino da educação básica da Região Metropolitana do Recife, com o foco central em investigar como os professores de Geografia estão incorporando as tecnologias digitais em suas práticas docentes no contexto da Cibercultura. Para viabilizar um mergulho nos sentidos e significados que emergem do atual cenário que permeiam o percurso de desenvolvimento das novas práticas docentes. O estudo utiliza da abordagem qualitativa, com procedimentos exploratórios, que primeiramente através do levantamento bibliográfico reflete criticamente sobre os conceitos da Formação Docente, Ensino de Geografia, Cibercultura e os Multiletramentos digitais e seus desdobramentos para as práticas docentes contemporâneas. Para a coleta dos dados, foram elaboradas perguntas que buscam entender mais a fundo as impressões e experiências dos docentes participantes sobre o contexto de desenvolvimento de suas práticas. E como estes avaliam os processos de transformação para o contexto escolar através da inserção das tecnologias digitais e a intensificação de uma cultura digital no cotidiano social e escolar. Como método de análise dos dados, foi utilizada a análise de Conteúdo (Bardin, 1977), permitindo a organização e aprofundamento dos relatos dos professores participantes sobre os impactos apontados por estes sobre o uso das tecnologias digitais e a influência da Cibercultura na sua prática docente. Perante isto, identificou-se a utilização das tecnologias digitais para o planejamento, recursos didáticos e para a pesquisa de conteúdos atualizados. Assim, como a presença dos multiletramentos digitais como recursos e metodologias para a dinamização das aulas e engajamento dos estudantes para a construção de conhecimentos sobre os conceitos geográficos, utilizando-se das linguagens visuais, sonoras, pelas redes sociais, notícias, Apps e sites. Contudo, ainda assim, os professores apontam muitas dificuldades para a plena utilização dessas ferramentas digitais na sua prática, em seus relatos trazem à falta de estrutura tecnológica nas escolas, o acesso à internet de boa qualidade e até mesmo a falta de capacitação profissional necessária para explorar de maneira mais eficaz as tecnologias digitais. Ademais, ainda que existam entraves e desigualdades, os professores participantes, projetam expectativas positivas em relação ao futuro, com maiores investimentos na estrutura tecnológica das escolas, avanços tecnológicos para a análise espacial, ampliação na disponibilidade para a formação continuada, democratização do acesso, valorização da ciência geográfica e do sentido geográfico presente na Cibercultura.


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  • Esta pesquisa se propõe a explorar as experiências dos professores de Geografia que atuam na rede pública de ensino da Região Metropolitana do Recife, com foco na integração das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) em suas práticas educativas. O objetivo principal é investigar como esses professores estão incorporando as TDICs em suas práticas pedagógicas em sala de aula. Para possibilitar a análise dos sentidos e significados que emergem no atual cenário de desenvolvimento de práticas docentes, o estudo se baseia em conceitos como a formação docente, ensino de Geografia e cultura digital no Brasil. Esses conceitos auxiliam na busca de soluções para possíveis desafios que surgem no processo de ensino-aprendizagem contemporâneo. A proposta aqui é a reafirmar a importância do ensino contemporâneo que precisa amparar o desenvolvimento de habilidades e competências nos estudantes, que a partir de procedimentos didático-pedagógicos que são constantemente atravessados por diversas informações e dados produzidos e compartilhados no ciberespaço, possam produzir cidadãos mais engajados e conscientes das problemáticas e soluções que podem ser construídos por eles mesmos. Além de explicitar que as informações e dados gerados nos ambientes virtuais conectados, constroem uma cibercultura que se funde às situações cotidianas do espaço geográfico. Portanto, este estudo busca através dos resultados esperados, compreender como os professores de Geografia estão concebendo possíveis contribuições para a formação de estudantes preparados para atuarem em uma sociedade altamente conectada e digital.

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  • JOSÉ DANILO DA CONCEIÇÃO SANTOS
  • EVOLUÇÃO GEOMORFOLÓGICA DA PAISAGEM DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIACHO DO MEIO, AFLUENTE DO RIO IPANEMA, PESQUEIRA-PE

  • Orientador : ANTONIO CARLOS DE BARROS CORREA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • TELMA MENDES DA SILVA
  • ANTONIO CARLOS DE BARROS CORREA
  • DRIELLY NAAMMA FONSECA DA SILVA
  • JULIO CESAR PAISANI
  • Data: 29/02/2024

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  • A presente pesquisa buscou contribuir para compreensão do papel do rearranjo fluvial na produção e estocagem de sedimentos, assim como a função desempenhada pelos gatilhos climáticos quaternários no reafeiçoamento da paisagem e deposição de unidades de relevância morfoestratigráfica em ambientes fluviais e de encosta, sob um contexto tropical semiárido no Planalto da Borborema. A área de estudo correspondeu à Bacia Hidrográfica do Riacho do Meio, afluente do rio Ipanema, localizada entre os munícipios de Pesqueira-PE e Arcoverde-PE. A paisagem do alto curso das bacias fluviais da Borborema apresenta características fisiográficas particulares e complexas, sobretudo no que tange os processos pretéritos e vigentes que originaram modelados de agradação. A fim de compreender a organização fluvial e resgatar a evolução Quaternária desses setores, se fez necessário empreender uma análise multidisciplinar da paisagem física, com o emprego de diferentes abordagens metodológicas que forneceram dados de maior consistência empírica ao estudo. A pesquisa teve como objetivo geral compreender a evolução geomorfológica da paisagem da Bacia Hidrográfica do Riacho do Meio a partir da análise dos sedimentos colúvio-aluviais. Para alcançar o objetivo proposto, lançou-se mão dos seguintes procedimentos metodológicos: cálculo dos parâmetros morfométricos para identificação de desajustes na rede de drenagem, identificação das feições retilíneas do relevo e da rede de drenagem, mapeamento das unidades geomórficas com ênfase para as relações morfoestratigráficas dos depósitos, caracterização granulométrica e geoquímica dos materiais superficiais, assim como sua geocronologia pelo método da Luminescência Opticamente Estimulada do feldspato (LOE). As análises empreendidas resultaram em 10 registros geocronológicos com idades de 34.114 ± 2.124 anos AP, 16.304 ± 1.513 anos AP, 12.677 ± 689.00 anos AP, 3.279 ± 229.00 anos AP, 2.627 ± 149.00 anos AP, 1.286 ± 120.00, anos AP, 1.020 ± 33.00, 1.095 ± 80.00 anos, 880 ± 42.00 anos AP e 777 ± 44.00 anos AP. Os sedimentos apresentaram uma mistura de materiais em diversos graus de amadurecimento geoquímico. Foram identificadas anomalias de drenagem e desnivelamentos de blocos, constatando que os espaços de acumulação presentes na Bacia Hidrográfica do Riacho do Meio estão sob a influência da Zona de Cisalhamento Pernambuco e fraturamentos associados, assim como da dinâmica climática quaternária com eventos condicionadores da sedimentação colúvio-aluvial ocorrendo do penúltimo Interestadial (HS3) para o Último Máximo Glacial - UMG, durante o Último Máximo Glacial, na transição Pleistoceno/Holoceno e no Holoceno Superior.


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  • Este projeto busca contribuir para a compreensãodo papel desempenhado pelos gatilhos climáticos no reafeiçoamento da paisagem e deposição de unidades de relevância morfoestratigráfica em ambientes fluviais e de encosta, sob o contexto tropical semiárido do Planalto da Borborema. A área de estudo corresponde à Bacia Hidrográfica do Riacho do Meio, afluente do rio Ipanema, localizada entre os municípios de Pesqueira-PE e Arcoverde-PE. A paisagem do alto curso das bacias fluviais da Borborema apresenta características fisiográficas particulares que tornam complexa a compreensão de sua configuração, sobretudo quando se consideram os processos pretéritos e vigentes, que originam e transformam os modelados de agradação. A fim de resgatar a evolução quaternária desses setores, se faz necessário empreender uma análise multidisciplinar da paisagem física, a partir do emprego de diversas abordagens metodológicas que possam fornecer dados de maior consistência empírica ao estudo. Assim, a pesquisa em tela, tem por objetivo geral compreender a evolução geomorfológica da paisagem da Bacia do Riacho do Meio a partir da análise dos sedimentos colúvio-aluviais. Para atingir essa meta, o estudo lança dos seguintes objetivos específicos: mapear as unidades geomórficas a fim de identificar as formas de agradação decorrentes do rearranjo do Riacho do Meio, aplicar os parâmetros morfométricos e morfológicos para elucidação dos setores anômalos na bacia e na rede de drenagem e evidenciar o controle estrutural da área de estudo, reconhecer os graus de amadurecimento geoquímico e mineralógico dos sedimentos estocados no ambiente fluvial e de encosta, bem como estabelecer a proveniência de tais sedimentos e estabelecer uma base cronológica por meio da datação absoluta por Luminescência Opticamente Estimulada (LOE) do feldspato das unidades morfoestratigráficas reconhecidas em campo. Para alcançar os objetivos propostos, a presente pesquisa lança mão das seguintes metodologias: parâmetros morfométricos para identificação dos desajustes na rede de drenagem, parâmetro morfológico com o intuito de evidenciar as feições retilíneas do relevo e da rede de drenagem, mapeamento das unidades geomórficas para o estabelecimento das feições fluviais e análise morfoestratigráfica para caracterização granulométrica e geoquímica dos materiais superficiais, assim como sua geocronologia pelo método da LOE.

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  • THOMAZ AUGUSTO SOBRAL PINHO
  • A FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE GEOGRAFIA PARA A INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL NA EDUCAÇÃO BÁSICA

  • Orientador : PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
  • DAVID DE ABREU ALVES
  • FLÁVIA GABRIELA DOMINGOS SILVA
  • Data: 24/04/2024

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  • A presença de alunos com deficiência visual em classes comuns é uma demanda cada vez mais crescente na educação básica. Nesse contexto, ao se pensar em um ensino de Geografia que valoriza excessivamente o sentido da visão, suas abordagens fazem grande apelo a referências visuais, o que representa uma barreira para os educandos com deficiência visual, os quais, em face das suas restrições visuoespaciais, podem encontrar dificuldades na construção dos conhecimentos. Diante dessa realidade, como caminhos para a efetivação da inclusão escolar de alunos com a deficiência, é necessário promover o acesso, a permanência e a qualidade do ensino. Como fator relevante para estes dois últimos elementos, é essencial analisar a questão da formação inicial de professores, em vista das dificuldades encontradas por esses profissionais no exercício da sua prática. Partindo disso, a presente pesquisa tem como objetivo geral analisar como a inclusão escolar de alunos com deficiência visual está presente na formação inicial dos professores de Geografia, tanto na teoria, quanto na prática. Para isso, parte-se dos seguintes objetivos específicos: verificar, a partir de uma perspectiva histórica, o processo de formação docente no que diz respeito à inclusão escolar; discutir sobre os desafios e possibilidades para a formação de professores no contexto do ensino de Geografia para alunos com DV; analisar a presença da inclusão escolar na formação inicial de professores de Geografia, considerando os Projetos Pedagógicos de Curso (PPCs), as grades curriculares e as ementas de disciplinas obrigatórias e eletivas de cursos de Geografia Licenciatura de universidades públicas do Brasil; realizar uma discussão a partir das percepções de professores de Geografia (formados pela Universidade Federal de Pernambuco) e de graduandos de licenciatura dos períodos finais (na mesma instituição) sobre a formação inicial para a inclusão escolar; e promover um momento formativo com licenciandos em Geografia para entender, na prática, os desafios e apresentar caminhos que podem ser percorridas em sala de aula com os alunos com DV, a partir do uso da Cartografia Tátil. Para o desenvolvimento da pesquisa, realizou-se um levantamento documental e bibliográfico em documentos educacionais, legislações, artigos, livros, dissertações e teses que versam sobre educação inclusiva, Geografia escolar, formação de professores e Cartografia Tátil. Além disso, analisou-se documentos oficiais de 32 Instituições de Ensino Superior brasileiras que ofertam o curso de Licenciatura em Geografia, para se entender como os professores da disciplina estão sendo formados nessas universidades para a prática profissional no contexto da inclusão de alunos com deficiência visual. Ademais, foram aplicados questionários com professores e alunos de Geografia que possuíram ou possuem vínculo com a Universidade Federal de Pernambuco em duas etapas: a primeira, online, com professores formados e graduandos e a segunda com alunos do 6º semestre de graduação, através do estágio docência na disciplina Metodologias do Ensino de Geografia I. No processo de estágio, além do questionário aplicado, realizou-se uma aula prática sobre Cartografia Tátil, confeccionando mapas táteis juntamente aos licenciandos. Dessa forma, constatou-se as lacunas na formação inicial de professores de geografia, que chegam em sala de aula e se sentem inseguros e despreparados para a prática docente com alunos com deficiência visual, sobretudo diante da ausência de uma base teórico-metodológico sobre essa realidade. Essas lacunas podem ser preenchidas ao passo em que há a inserção, ao longo do processo de formação inicial desses professores, abordagens teóricas e práticas voltadas à educação inclusiva, preferencialmente por meio de disciplinas específicas.


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  • A presença de alunos com Deficiência Visual (DV) em classes comuns da educação básica é uma demanda cada vez mais frequente. No Brasil, o processo de escolarização dos sujeitos com a DV se torna expressivo nas últimas décadas do século XX, diante da atuação de movimentos sociais em prol dos direitos das Pessoas com Deficiência (PcD) e do surgimento de diversas legislações. Nisso, inicia-se um debate intenso sobre a educação inclusiva, sobretudo diante do aumento no número de matrículas de alunos com DV e outras necessidades educacionais específicas nos últimos anos. Em face desse crescimento, o que por um lado representa um importante marco histórico, por outro revela desafios encontrados pelos próprios educandos e que ainda vem sendo estabelecidos para os professores. No âmbito da educação inclusiva são destacados dois fatores-chave para a efetivação da inclusão: o acesso e a permanência. Como um dos princípios substanciais para a garantia da permanência dos indivíduos com DV no âmbito escolar, tem-se a necessidade de assegurar professores de ensino regular capacitados, conforme disposto no Art. 59 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a LDB. Nesse contexto, emerge a necessidade de atentar-se à formação dos professores, de modo que seja possível analisar como esses profissionais estão sendo preparados para a inclusão escolar e desenvolver, junto a eles, os saberes e práticas fundamentais para a efetivação da educação inclusiva. No que se refere à realidade do educando com DV, é de grande importância que as práticas metodológicas sejam adequadas às suas características resultantes das restrições visuoespaciais, ou seja, considerando os obstáculos encontrados no estabelecimento de relações com o espaço. Em face disso, uma vez que a Geografia possui como foco de estudo o espaço geográfico, grande parte dos seus componentes curriculares da educação básica está pautada no sentido da visão. Sendo assim, quando se considera a presença de alunos com a DV em sala de aula surgem incógnitas em torno da atuação docente e das possibilidades que são (ou deveriam ser) ofertadas para a construção de uma aprendizagem real e significativa para esses sujeitos. Partindo disso, o presente trabalho de qualificação traz resultados parciais da pesquisa de Mestrado, a qual tem como objetivo geral analisar como a inclusão escolar de alunos com DV está presente na formação inicial dos professores de Geografia, bem como trazer contribuições à formação e prática docente através de propostas metodológicas. Para isso, metodologicamente, a pesquisa envolve etapas de levantamento bibliográfico e análise de legislações sobre a educação inclusiva e formação de professores. Além disso, engloba, também, a análise de documentos de universidades públicas brasileiras com o intuito de avaliar a formação inicial de professores de Geografia em alguns cursos de Licenciatura. Por fim, focando no contexto da formação de professores de Geografia pela Universidade Federal de Pernambuco, a pesquisa propõe uma análise a partir da percepção de professores e licenciandos e uma contribuição na formação destes últimos, com a realização de prática em Cartografia Tátil no âmbito de atuação do Estágio Docência na graduação.

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  • DEYSE FERREIRA DA SILVA
  • ANÁLISE DO POTENCIAL DE PERDA DE SOLO NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO GOITÁ–PE

  • Orientador : OSVALDO GIRAO DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTONIO JOSE TEIXEIRA GUERRA
  • LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
  • MANUELLA VIEIRA BARBOSA NETO
  • OSVALDO GIRAO DA SILVA
  • Data: 21/05/2024

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  • A erosão hídrica é um dos principais processos que leva à degradação do solo, sendo considerada um dos maiores problemas ambientais em escala global, causando diversos danos materiais e humanos. O objetivo desta pesquisa foi de avaliar a dinâmica da erosão a partir de uma análise do potencial de perda de solos na bacia hidrográfica do rio Goitá (BHRG) – PE. Com este propósito, foi utilizada a Equação Universal de Perda de Solos (EUPS), que integra os seguintes fatores: erosividade da chuva (R), erodibilidade do solo (K), fator topográfico (LS) e fator de uso e manejo do solo e práticas conservacionistas (CP), com a utilização de recursos de Geoprocessamento. No estudo foi constatado que o maior potencial de ocorrência de erosão está no médio e baixo curso da BHRG, com valores de perda de solo acima de 10 toneladas por hectare ao ano, apresentando uma condição de erosão muito problemática, totalizando 87,8% da área. Constatou-se que os valores anuais de erosividade da chuva variam de 5.128 MJ.mm/ha.h.ano a 9.173 MJ.mm/ha.h.ano, com classes de erosividade de média e alta respectivamente, afetando principalmente o baixo curso da bacia. O fator K possui potencial moderado à erosão, graças aos níveis de matéria orgânica. Aferiuse que 23,5% da área da bacia está com o potencial erosivo entre moderado e moderadamente forte, no que se relaciona a influência do fator topográfico (LS). O fator CP é um dos parâmetros da EUPS que possui maior influência no aumento do potencial de perdas de solos da BHRG, pois, 87,7% da área da BHRG possui alto potencial de perda de solo, indicando que a bacia necessita de planejamento quanto ao seu uso e manejo da terra, que vise sua melhor conservação. Nesse contexto, a ação antrópica coloca-se como um dos principais responsáveis pela degradação do solo da área, contribuindo para o aumento da erosão acelerada. Dentre os fatores da EUPS, o comprimento de rampa e a declividade do terreno (Fator topográfico), assim como, o uso e manejo do solo e práticas conservacionistas (Fator CP), possuem grande contribuição no aumento do valor da perda de solo anual da bacia. A utilização integrada da EUPS em ambiente SIG mostrou ser técnica eficiente para a representação espacial das perdas de solo e a identificação das áreas suscetíveis à erosão pluvial na área de estudo em tela, principalmente quando associada a trabalhos em campo.


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  • A erosão hídrica é um dos principais processos que leva à degradação do solo, sendo considerada um dos maiores problemas ambientais em escala global, causando diversos danos materiais e humanos. O objetivo desta pesquisa está sendo o de avaliar a dinâmica da erosão a partir de uma análise do potencial de perda de solos na bacia hidrográfica do rio Goitá (BHRG) – PE. Com este propósito, está sendo utilizada a Equação Universal de Perda de Solos – EUPS, que integra os seguintes fatores: erosividade da chuva (R), erodibilidade do solo (K), fator topográfico (LS) e fator de uso e manejo do solo e práticas conservacionistas (CP), com a utilização de recursos de Geoprocessamento. Até o momento constatou-se que os valores anuais de erosividade da chuva variam de 5.128 MJ.mm/ha.h.ano a 9.173MJ.mm/ha.h.ano, com classes de erosividade de média e alta respectivamente. Aferiu-se que 23,5% da área da bacia está com o potencial erosivo entre moderado e moderadamente forte, no que se relaciona a influência do fator topográfico (LS). O fator CP é um dos parâmetros da EUPS que possui maior influência no aumento do potencial de perdas de solos da bacia, pois, 87,7% da área da BHRG possui alto potencial de perda de solo, indicando que a bacia necessita de planejamento quanto ao uso e manejo do solo, que vise sua melhor conservação. Nesse contexto, a ação antrópica coloca-se como um dos principais responsáveis pela degradação do solo, contribuindo para o aumento da erosão acelerada. Até então é possível certificar que a utilização integrada da EUPS em ambiente SIG tem se mostrado uma técnica eficiente para a representação espacial das perdas de solo e à identificação das áreas suscetíveis à erosão pluvial na área de estudo em tela.

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  • GILBERTO CORREIA DOS SANTOS
  • CENÁRIOS DE PERIGO A ESCORREGAMENTOS UTILIZANDO O MODELO REDE NEURAL ARTIFICIAL (RNA) NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO (RMSP-SP)

  • Orientador : FABRIZIO DE LUIZ ROSITO LISTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARLOS DE OLIVEIRA BISPO
  • FABRIZIO DE LUIZ ROSITO LISTO
  • RODRIGO MIKOSZ GONCALVES
  • Data: 14/06/2024

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  • Escorregamentos de terra podem caracterizar-se como eventos perigosos e causar danos sociais e econômicos. Nas últimas décadas, governos, municípios e instituições de pesquisas investiram recursos consideráveis na avaliação e na mitigação destes eventos. Assim, diferentes modelos matemáticos têm sido amplamente utilizados para avaliação de perigo, suscetibilidade e risco a estes processos em escala internacional. Desta maneira, o objetivo desta dissertação foi criar dois cenários de perigo a escorregamentos de terra na cidade de São Paulo (SP), utilizando as Redes Neurais Artificiais (RNA); modelo que se destaca na previsão destes processos devidos sua elevada precisão nos resultados. Para tanto, foram extraídos 16 parâmetros morfológicos e hidrológicos a partir do Modelo Digital do Terreno (MDT) Copernicus DEM, além das amostras de escorregamentos e não escorregamentos para serem utilizados como dados de entrada da RNA para a modelagem e elaboração do Cenário 1. A partir do resultado da análise de sensibilidade feita pela RNA, foi possível excluir aqueles parâmetros de menor relevância, este processo foi crucial para a modelagem e elaboração do Cenário 2. O mapa de ocorrências foi construído a partir dos dados tabulares fornecidos pela Defesa Civil – SP, de onde foram extraídos 433 pontos de ocorrências de escorregamentos na cidade de São Paulo ocorridas no ano de 2019. Para a validação destes processos, a Curva ROC foi utilizada para examinar a generalização e a precisão da previsão dos dois cenários. Como resultado, o Cenário 2 obteve a maior área sob a curva (AUC) com valor de 92,3%, seguido do Cenário 1 com 92,1%. Analisando os mapas, nota-se que os escorregamentos aconteceram, em sua maioria, em locais que possuem alta declividade, moradias autoconstruídas e com intensa urbanização. Tal combinação espacial de condições precárias e atividades antrópicas pode ser considerada uma contraindicação para a permanência de moradores nestas áreas. Espera-se que, a partir dos dados finais obtidos a partir das técnicas de Geoprocessamento e do uso do Modelo de Redes Neurais Artificiais (RNA), tenha-se uma análise mais apurada no que se refere às áreas mais perigosas a escorregamentos na cidade de São Paulo.


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  • O Estado de São Paulo possui 645 municípios, sendo que, deste total, 479 já foram atingidos por algum tipo de eventos geodinâmicos, nos quais, 1.430 acidentes tiveram causa comprovada a escorregamentos, afetando 971.849 pessoas. Em virtude da alta incidência de desastres naturais no país, foi promulgada a Lei Federal nº 12.608 em 10de abril de 2012 que visa estabelecer a PolíticaNacional de Proteção e Defesa Civil. Conforme esta legislação passa a ser dever da União, dos Estados e dos Municípios adotarem medidas necessárias para reduzir ou mitigar os riscos oriundos de desastres. O modelo Artificial Neural Network (ANN) ou Rede Neural Artificial (RNA) consiste em um modelo computacional composto por unidades de processamento ou neurônios, baseado em uma estrutura auto-organizada semelhante ao sistema neural biológico que se conecta umas às outras, utilizando o método de retropropagação. O objetivo geral deste trabalho é avaliar o perigo a escorregamentos a partir da aplicação do modelo Rede Neural Artificial (RNA) na cidade de SãoPaulo (RMSP). Especificamente, objetiva-se: caracterizar, espacialmente, as ocorrências de escorregamentos; elaborar três cenários de perigo e validar os cenários propostos. Para cumprir estes objetivos, serão realizados três cenários distintos de perigo por meio do modelo RNA a partir de parâmetros naturais e antrópicos, que serão validados por meio da sobreposição a um mapeamento de ocorrências de escorregamentos na forma de inventário. Espera-se, que, a partir dos dados finais advindos das técnicas de Geoprocessamento e do uso do Modelo de Redes Neurais Artificiais (RNA), tenha-se uma análise mais apurada no que se refere às áreas mais perigosas a escorregamentos de terra na cidade de São Paulo.

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  • KEILA MARIA BEZERRA DE LIMA FERREIRA
  • MAPEAMENTO PARTICIPATIVO DE ÁREAS DE RISCO A INUNDAÇÃO DESDE OS ATINGIDOS: COMUNIDADE DE COQUEIRAL NO RIO TEJIPIÓ (RMR/PE)

  • Orientador : FABRIZIO DE LUIZ ROSITO LISTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CYNTHIA CARNEIRO DE ALBUQUERQUE SUASSUNA
  • FABRIZIO DE LUIZ ROSITO LISTO
  • NEISON CABRAL FERREIRA FREIRE
  • Data: 03/07/2024

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  • Na bacia do rio Tejipió, localizada na Região Metropolitana de Recife (PE), composta pelos rios Tejipió, Jiquiá e Jordão, a urbanização inadequada resultou em uma impermeabilização do solo que intensifica os impactos associados aos eventos extremos, como alagamentos e inundações, assim como a segregação socioespacial resultou em moradias e populações mais expostas e vulneráveis. O mapeamento de risco como ferramenta de gestão de risco têm se apoiado no geral em indicadores físicos e construtivos das áreas de estudo a partir de uma leitura técnica de especialistas, sem considerar de forma relevante a percepção e conhecimento da população exposta e muitas vezes já atingida pelos eventos extremos. O objetivo desta pesquisa, portanto, é avaliar o risco de inundação a partir da perspectiva da população afetada na bacia hidrográfica do rio Tejipió, situada na Região Metropolitana do Recife (PE).Para alcançar este objetivo, adotou-se, para coleta de dados, uma metodologia quanti-qualitativa, exploratória e participativa em 3 etapas. Primeiro, a delimitação da área de estudo, a comunidade de Coqueiral, seguida pela setorização e classificação de risco a partir das metodologias existentes e consolidadas no campo. Segundo, a identificação dos atoreschave, por segmentos, sendo representantes do poder público, de lideranças locais, de organizações não governamentais, de equipamentos sociais, de grupos voluntários e dos moradores. Terceiro, contatar e sensibilizar esses segmentos para organizar reuniões com grupos focais e aplicar questionários semiabertos na área de estudo delimitada. Destaca-se nos resultados do mapeamento participativo realizado com o grupo focal que foram identificados vários problemas na comunidade, com especial ênfase na ausência de infraestrutura adequada. Além disso, as habitações, que não atendem ao direito à moradia, estão localizadas nas margens do rio, aumentando a vulnerabilidade desta comunidade. Durante a aplicação do questionário "in loco", observou-se que a população classificou o risco como alto ou muito alto na sua maioria. Enquanto no primeiro mapa os pontos negativos foram evidenciados, no mapa participativo, constataram-se os problemas relacionados à ausência de políticas públicas para melhorar a qualidade de vida dessa população vulnerável. Diante disso, foi possível constatar que a participação ativa é fundamental para fortalecer o protagonismo e o desenvolvimento com vistas à redução dos riscos. O mapeamento participativo e o engajamento social são ferramentas essenciais para o sistema de atuação e para dar visibilidade às populações de áreas vulneráveis, aumentando o potencial do capital social na redução do risco e dos desastres.


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  • Este trabalho permite caminhar, no âmbito da política de defesa civil, baseado na redução do risco e desastre, fazer uma leitura da percepção de risco da população local a partir das capacidades e organização comunitária, que permitam o protagonismo das comunidades na leitura do espaço, no sistema institucional de governança aplicado, identificando a integração das características físicas e antrópicas nos estudos dos mapas afetivos, que contribuem para o planejamento estratégico das cidades sobre o olhar da comunidade no processo. O objetivo geral desta pesquisa é propor o mapeamento participativo das áreas de riscos a inundação, no contexto da Política Nacional de Proteção e Defesa Civil, no município de Recife-PE. Especificamente, objetiva-se: a) Avaliar o processo de inundação na área tipo,dialogando com a política de proteção nacional edefesa civil e suas políticas públicas complementares; b) Analisar a ocupação da terra e seu histórico,como fator principal de impacto socioambiental parao processo de inundação; c) Selecionar área-tipo representativa no município de Recife; d) Identificar o grau de risco por meio daabordagem participativa. O estudo pretende aplicar um mapeamento participativo, esta metodologia é baseada na cartografia social e do mapeamento técnico do IPT-SP, com a setorização do risco, nos processos de inundações na Bacia do Rio Tejipió, na cidade do Recife-PE.

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  • ALLYSON WESLEY GONÇALVES CARNEIRO
  • TECNOLOGIA ASSISTIVA PARA O ENSINO DE GEOGRAFIA: A TÉCNICA DE AUDIODESCRIÇÃO E A APROPRIAÇÃO DE SIGNOS IMAGÉTICOS

  • Orientador : PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JOANA MARIA LUCENA DE ARAUJO
  • KEILHA CORREIA DA SILVEIRA
  • PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
  • Data: 05/07/2024

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  • A essência deste trabalho é buscar compreender com objetividade sobre os sistemas que promovem inclusão através da educação, mais especificamente para compreensão da técnica, tecnologia e recursos assistivos através da Audiodescrição. Para esse fim, o conteúdo que terá maior destaque será a inclusão através de recursos pedagógicos por meio de imagens, essa ação impulsiona o movimento que contribui para apropriação de conhecimento dos indivíduos envolvidos. Esse estudo tem como objetivo reconhecer a importância dos procedimentos adotados para desenvolver maior significação para pessoas com deficiência que buscam espaços de ensino. Conquanto, a abordagem utilizada nessa pesquisa para alcance desse objetivo se dará através do ensino de Geografia. Essa disciplina, no que diz respeito a compreensão de imagens, é muito importante, pois, sua contribuição para auxiliar na compreensão da realidade é essencial para os indivíduos em formação. A proposta dessa pesquisa é destacar a importância da tecnologia assistiva através de procedimentos pedagógicos que contribuam para maior apropriação de imagens por pessoas com deficiência visual. Dessa maneira, entende-se que a inclusão por meio de recursos assistivos necessita de maior destaque nas escolas. Para melhoria desse cenário, esse trabalho destaca a inclusão de técnicas de ensino de Geografia por meio de tecnologia assistiva, de maneira lúdica e prática, e que podem contribuir para a formação de professores que trabalham na educação básica, entendendo que esses agentes são os facilitadores e peça fundamental para a ampliação do movimento inclusivo.


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  • A essência deste trabalho é buscar compreender com objetividade sobre os sistemas que promovem inclusão através da educação, mais especificamente para compreensão da técnica, tecnologia e seus recursos assistivos. Para esse fim, o conteúdo que terá maior destaque será a inclusão e o assistencialismo. Existe o desejo de que essa pesquisa possa envolver as dinâmicas pedagógicas do ensino de Geografia, no que diz respeito a compreensão das imagens para a realidade de pessoas com deficiência visual. Entende-se que o assistencialismo nas escolas por meio de ações didáticas com auxilio da tecnologia assistiva possa fortalecer o movimento inclusivo. Para isso, esse conteúdo evidencia a audiodescrição como um recurso que auxilia no desempenho das atividades em chão de sala. Destarte, o sucesso desta pesquisa envolve agentes que trabalham na educação básica. A formação de professores é o caminho para apresentação de uma parte prática da metodológica, pois, esses agentes são os facilitadores e peça fundamental para a ampliação do movimento inclusivo.

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  • THIAGO BRENO DE MEDEIROS CARMO
  • TRAJETÓRIAS FORMATIVAS NO ENSINO SUPERIOR NO CENÁRIO DA COVID-19: ENTRE ADAPTAÇÕES E POSSÍVEIS LEGADOS NO CURSO DE GEOGRAFIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

  • Orientador : FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
  • NATÁLIA LAMPERT BATISTA
  • PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
  • Data: 19/07/2024

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  • O presente estudo investiga como a pandemia da COVID-19 impactou a formação de novos professores de Geografia no Departamento de Ciências Geográficas (DCG) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no período de Ensino Remoto Emergencial (ERE) compreendido entre 2020-2021. O objetivo dessa pesquisa é buscar mapear os percursos da excepcionalidade das ações institucionais e discentes ligados ao DCG da UFPE no referido espaço de tempo. O método da dissertação será pesquisa documental e bibliográfica dialogando, especialmente sobre a COVID-19, formação de professores, tecnologias da informação e comunicação (TCI), além de outros temas relacionados. Está será uma pesquisa descritiva que utilizara como técnica de coleta de dados a aplicação de questionário eletrônico composto por inquirições estruturadas e semiestruturadas aos grupos discentes anteriormente citados. A abordagem dos resultados obtidos será quali-quantitativa. Espera-se por meio desses procedimentos construir resultados capazes de refletir os contextos de restrições sanitárias, a abrupta virtualização emergencial do ensino universitário e garantias de oferta de ensino de qualidade, inclusivo e acessível no citado período atípico.


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  • O presente estudo investiga como a pandemia da Covid-19 impactou a formação de novos professores de Geografia no Departamento de Ciências Geográficas (DCG) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no período de Ensino Remoto Emergencial (ERE) compreendido entre 2020-2021. O objetivo dessa pesquisa é buscar mapear os percursos da excepcionalidade das ações institucionais e discentes ligados ao DCG da UFPE no referido espaço de tempo. O método da dissertação será pesquisa documental e bibliográfica dialogando, especialmente sobre a Covid-19, formação de professores, tecnologias da informação e comunicação (TIC), além de outros temas relacionados. Está será uma pesquisa descritiva que utilizara como técnica de coleta de dados a aplicação de questionário eletrônico composto por inquirições estruturadas e semiestruturadas aos grupos discentes anteriormente citados. A abordagem dos resultados obtidos será quali-quanti. Se espera por meio desses procedimentos construir resultados capazes de refletir os contextos de restrições sanitárias, a abrupta virtualização emergencial do ensino universitário e garantias de oferta de ensino de qualidade, inclusivo e acessível no citado período atípico.

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  • NATÁLIA KAROLINE CÂNDIDO SALVADOR
  • O USO DE JOGOS COMO RECURSO DIDÁTICO PARA O ESTUDO DO CONCEITO DE PAISAGEM

  • Orientador : PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIEL MALLMANN VALLERIUS
  • PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
  • TEREZA SANDRA LOIOLA VASCONCELOS
  • Data: 01/08/2024

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  • Ao longo da história da humanidade, o jogo tem desempenhado um papel fundamental na vida humana, pois está presente desde a infância até mesmo a vida adulta, transcendendo barreiras culturais e sociais, e desempenhando funções que vão além do entretenimento. Diante disso, a introdução dos jogos didáticos no ensino de Geografia, com ênfase no conceito de paisagem, representa uma abordagem inovadora e ativa para explorar a complexidade do espaço geográfico. Esta pesquisa discute o desenvolvimento e o uso dos jogos didáticos no processo de ensino e aprendizagem em Geografia, centrado nos estudos do conceito de paisagem. No que diz respeito ao percurso metodológico, esta pesquisa se baseia em uma pesquisa-ação e de cunho exploratório e para o cruzamento das informações coletadas, a pesquisa se enquadrou na análise de conteúdo. Os procedimentos metodológicos incluem levantamento documental e bibliográfico. O campo de estudo selecionado para a pesquisa é o Colégio Evoluir Júnior, localizado no bairro do Janga, no município de Paulista – PE, a turma escolhida para análise da pesquisa foram as turmas de 6º (sexto) manhã e tarde, com um total de 37 (trinta e sete) estudantes. As análises revelaram que a experiência dos(as) estudantes com jogos didáticos revelou-se muito significativa no processo de ensino e aprendizagem, destacando a importância do desenvolvimento de uma consciência crítica em relação às mudanças em seu ambiente e auxiliando na compreensão do conceito de paisagem. Essa vivência confirma a relevância de abordagens pedagógicas inovadoras para fomentar uma compreensão mais abrangente do conceito de paisagem e das transformações dela, além de capacitar os(as) discentes sujeitos ativos na construção do seu conhecimento e formando cidadãos mais conscientes e engajados com o meio em que vivem.


  • Mostrar Abstract
  • No mundo globalizado e tecnológico em que vivemos, o excesso do uso de eletrônicos e a dependência deles, vem apresentando algumas dificuldades e desafios no âmbito escolar. Com base nisso, é importante discutir novos métodos de ensino para serem utilizados nas aulas da Geografia, tendo como objetivo buscar uma aprendizagem mais ativa e significativa. Assim, a pesquisa pretende desenvolver análise sobre as percepções dos professores de Geografia do Ensino Fundamental (anos finais) das escolas públicas situadas no município de Recife, sobre o estudo dos conceitos de lugar e paisagem por meio do uso dos jogos didáticos. Diante da complexidade do objeto, a pesquisa de cunho qualitativo, por explorar as falas e experiências em sala de aula dos participes, foi a melhor escolha para o desenvolver dessa discussão, pois busca entender as práticas e discursos desses docentes sobre suas vivências. Para um desenvolvimento preciso da pesquisa, será necessário um levantamento bibliográfico acerca do tema proposto, além disso, será feita uma análise nos documentos oficiais, tais como o Currículo de Pernambuco (PERNAMBUCO, 2018) e Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017). Para coleta de dados, optou-se no trabalho pela realização de entrevistas semiestruturadas com os professores de Geografia da educação básica, tendo como critério as escolas com os melhores Índices de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) de Recife, por Região Política Administrativa (RPA) do Recife, sendo selecionadas as seguintes RPA’s: RPA1 (Centro), RPA3 (Nordeste) e RPA4 (Oeste). Para mais, a Geografia permite, por meio de seus conceitos geográficos, realizar uma leitura do espaço vivido, já que é uma ciência que estuda o social, cultural, político e o físico, abordando suas transformações no meio, onde os processos sociais se desenvolvem. E os jogos didáticos têm um papel fundamental na contribuição do aprendizado de jovens, como fonte que enriquece, dinamiza e consolida um entendimento mais amplo de mundo. Diante do exposto, é importante analisar os desafios enfrentados pelos professores de Geografia ao desenvolver jogos didáticos em ambientes de aprendizagem físico e virtual, analisando as problemáticas em sala de aula, a partir do grau de relevância dado pelo docente ao uso dos jogos didáticos no processo de ensino-aprendizagem. Pois, acredita-se que o estudo dessa pesquisa poderá colaborar para alcançar resultados importantes no sentido de aprimorar a qualidade do ensino de Geografia, buscando novas ferramentas de apoio ao processo de ensino-aprendizagem.

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  • ELZA KELLI PEQUENO NAZARETH MOTA
  • ANÁLISE E ZONEAMENTO DA OCORRÊNCIA DE RADIOATIVIDADE NATURAL DENTRO DO ESTADO DE PERNAMBUCO

  • Orientador : HELENA PAULA DE BARROS SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTONIO MARCOS DOS SANTOS
  • HELENA PAULA DE BARROS SILVA
  • LUCIANA RACHEL COUTINHO PARENTE
  • Data: 14/08/2024

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  • A radiação natural é um fenômeno ambiental que envolve a liberação de partículas subatômicas e ondas eletromagnéticas por elementos radioativos encontrados na crosta terrestre, presentes no ambiente, como o sol, rochas, solo e até os mesmos alimentos. Essa ocorrência é uma fonte frequente de exposição à radiação para os seres humanos e consiste principalmente em três tipos de radiação: alfa (α), beta (β) e gama (γ). A exposição à radiação ocorre principalmente por irradiação externa e interna, resultante da emissão de radiação gama durante o processo de decaimento radioativo desses elementos, a exposição pode ter implicações na saúde humana, dependendo da exposição e dos níveis de radiação. O presente trabalho aborda a presença da radiação natural no estado de Pernambuco, proveniente de fontes naturais presentes no ambiente. A partir do levantamento bibliográfico realizado utilizando a metodologia PRISMA para realizar uma revisão sistemática e metaanálise dos trabalhos publicados sobre a ocorrência da radioatividade natural em Pernambuco, a partir disso, identificam-se áreas anômalas, como Pedra, Venturosa, Petrolina, Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca, Olinda e Recife, onde são identificadas concentrações significativas de elementos radioativos, como urânio, tório e potássio em diferentes tipos de amostras, como solo, sedimentos, água e lodo. Por fim, se destaca a importância da aplicação rigorosa de diretrizes e limites estabelecidos por organizações internacionais de saúde e segurança para garantir a proteção da saúde pública e a minimização dos riscos associados à exposição à radiação. As análises realizadas nas diferentes áreas de Pernambuco indicam a presença de radioatividade natural, com variações nas concentrações de radionuclídeos em diferentes regiões, influenciando os níveis de radiação de fundo em cada localidade.


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  • A radiação natural é um fenômeno ambiental que envolve a liberação de partículas subatômicas e ondas eletromagnéticas por elementos radioativos encontrados na crosta terrestre, presentes no ambiente, como o sol, rochas, solo e até os mesmos alimentos. Essa ocorrência é uma fonte frequente de exposição à radiação para os seres humanos e consiste principalmente em três tipos de radiação: alfa (α), beta (β) e gama (γ). A exposição à radiação ocorre principalmente por irradiação externa e interna, resultante da emissão de radiação gama durante o processo de decaimento radioativo desses elementos, a exposição pode ter implicações na saúde humana, dependendo da exposição e dos níveis de radiação. O presente trabalho aborda a presença da radiação natural no estado de Pernambuco, proveniente de fontes naturais presentes no ambiente. A partir do levantamento bibliográfico realizado utilizando a metodologia PRISMA para realizar uma revisão sistemática e meta-análise dos trabalhos publicados sobre a ocorrência da radioatividade natural em Pernambuco, a partir disso, identificam-se áreas anômalas, como Pedra, Venturosa, Petrolina, Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca, Olinda e Recife, onde são identificadas concentrações significativas deelementos radioativos, como urânio, tório e potássio em diferentes tipos de amostras, como solo, sedimentos, água e lodo. Por fim, se destaca a importância da aplicação rigorosa de diretrizes e limites estabelecidos por organizações internacionais de saúde e segurança para garantir a proteção da saúde pública e a minimização dos riscos associados à exposição à radiação. As análises realizadas nas diferentes áreas de Pernambuco indicam a presença de radioatividade natural, com variações nas concentrações de radionuclídeos em diferentes regiões, influenciando os níveis de radiação de fundo em cada localidade.

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  • IZABELLY VICTORIA ALVES DE OLIVEIRA
  • RELAÇÃO ENTRE O USO DA TERRA E A SUSCETIBILIDADE AMBIENTAL NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO JABOATÃO – PE

  • Orientador : EUGENIA CRISTINA GONCALVES PEREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CLAUDIO JORGE MOURA DE CASTILHO
  • EUGENIA CRISTINA GONCALVES PEREIRA
  • SARA FERNANDES FLOR DE SOUZA
  • Data: 15/08/2024

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  • A expansão do espaço geográfico global tem induzido mudanças marcantes nos padrões de uso e cobertura da terra, tornando-se um dos principais catalisadores do desequilíbrio ambiental. A bacia hidrográfica do rio Jaboatão - PE, destaca-se pela intensa urbanização e desenvolvimento econômico acelerado, provocando alterações substanciais no uso e cobertura da terra, agravando problemas ambientais e socioeconômicos, como enchentes, e erosão. Este estudo teve por objetivo compreender as mudanças ocorridas no uso e cobertura da terra da bacia hidrográfica do rio Jaboatão - PE, num período de 36 anos, e analisar riscos erosivos associados. Foi avaliada a suscetibilidade à perda de solo com base em atributos como geologia, declividade, pedologia, clima e uso e cobertura da terra, e utilizaram-se técnicas de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto. Aplicou-se a análise hierárquica de processos (AHP) para ponderar esses fatores, e álgebra de mapas usada para criar cenários espaçotemporais de suscetibilidade erosiva. Entre 1986 e 2022, observou-se uma redução expressiva da cobertura vegetal na bacia, acompanhada pelo aumento da área urbana. A combinação de intensidade pluviométrica elevada, remoção contínua da cobertura vegetal e características do solo, especialmente os Argissolos, resultaram em níveis altos de suscetibilidade erosiva, classificando a área como Moderadamente Estável a Moderadamente Suscetível. Destaca-se que a perda crescente da cobertura vegetal tem contribuído significativamente para o aumento da suscetibilidade erosiva. Conclui-se que, são necessárias medidas mitigadoras e ações educativas para conscientizar a população sobre questões ambientais.


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  • A perda de cobertura vegetal é um dos principais agentes catalizadores do desequilíbrio ambiental, que se manifesta em forma de enchentes, assoreamento, erosão, entre outros eventos ambientais que podem causar impactos e perdas socioeconômicas. O presente estudo tem por objetivo realizar uma análise espaço-temporal da cobertura vegetal da bacia hidrográfica do rio Jaboatão – PE, num período de 36 anos (1986 – 2022), buscando detectar mudanças ocorridas na cobertura do solo no período estudado, bem como, analisar como os riscos erosivos estão associados ao desflorestamento da bacia. Para análise das mudanças na cobertura vegetal foi aplicado o Indice de Vegetação por diferença normalizada – NDVI, com o uso de técnicas de geoprocessamento e Sensoriamento Remoto. Foi aplicado um mapeamento para análise da suscetibilidade natural à perda de solo, a partir do estudo dos seguintes atributos da paisagem: geologia, declividade, pedologia, clima e cobertura vegetal. Será realizada uma comparação estatística através do método AHP (Análise Hierárquica de Processos) para análise do peso dos condicionantes da paisagem utilizados. Com a aplicação de uma álgebra de mapas serão elaborados mapaspara avaliação espaço-temporal da suscetibilidade erosiva da área de estudo. Comoresultados parciais, foi identificado que no período que compreende os anos de 1986 a 2022 acobertura vegetal na área da bacia hidrográfica do rio Jaboatão - PE teve uma diminuição expressiva na classe de esparsa a densa, e um crescimento na vegetação de rala a esparsa. Foi encontrado que os fatores como a alta intensidade pluviométrica, a forte antropização do meio, a constante retirada da cobertura vegetal, declividades que variam de moderadamente ondulado a ondulado, e a presença marcante de solos do tipo Argissolos, fazem com que a maior parte da bacia apresente valores consideráveis de suscetibilidade erosiva, valores estes que no contexto da mesma variam em sua maioria de 1,4 a 2,3, o que faz com que esteja inserida nas classes erosivas, considerada de Moderadamente Estável à Moderadamente Suscetível. Dessa forma, já foi possível identificar que a perda crescente da cobertura vegetal tem contribuído para aumentar suscetibilidade erosiva no contexto da bacia, onde se faz necessário a aplicação de medidas mitigadoras para os problemas, bem como, ações que busquem desenvolver uma consciência ambiental na população.

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  • JONAS GUIMARÃES DE SANTANA
  • HISTORIOGRAFIA DA ESTABILIDADE NA GEOMORFOLOGIA: APLICABILIDADE DO CONCEITO E NOVAS ABORDAGENS

  • Orientador : LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDRÉ DE OLIVEIRA SOUZA
  • LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
  • RODRIGO DUTRA GOMES
  • Data: 15/08/2024

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  • O presente trabalho traz consigo a noção de estabilidade na geomorfologia, conectando-a com o pensamento filosófico, artístico e científico. A noção de estabilidade ocidental nasce com os gregos, através da noção de forma, que percorre até o século XIX, possuindo vários significados. A compreensão da geomorfologia e da geografia física está atrelada à noção de estabilidade, permitindo refletir sobre o discurso epistemológico e científico, repercutindo nas diversas manifestações da natureza. Desse modo, a geografia física, em especial a geomorfologia, pôde elaborar suas metodologias, a fim de compreender os processos naturais e sua vinculação com os aspectos antrópicos. Através da noção de equilíbrio e relevo, foi possível repensar a noção de estabilidade, conectando com os diversos elementos que compõe o sistema ambiental. A contribuição da noção de estabilidade para a geomorfologia terá repercussões no âmbito teórico e no planejamento ambiental e urbano das cidades. Essas discussões permitem a reflexão do conhecimento geográfico e sua aplicabilidade.


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  • O presente trabalho versará sobre a noção de estabilidade na geografia física, elencando a sua importância para a compreensão teórica e prática desta ciência. Para entendermos a noção de estabilidade na geografia física é preciso correlacionar com a ideia de forma, que possui neste contexto dois significados. Assim a forma eîdos representa uma linha platônica, designado o conhecimento estável, sem intermédio do mundo sensível. Enquanto isso, a forma morphé de cunho Aristotélico representa um conhecimento que vem do mundo físico. A forma é um duplo, e é por isso que duas correntes filosóficas vão surgir e se digladiar, o racionalismo e o empirismo. Kant tenta superar essa dicotomia, pois o conhecimento para ele é a junção da razão com a sensibilidade. Influenciados por Platão e Kant, Goethe e Humboldt sistematizou as formas por meio da geografia física, através da morfologia. Em meados século XIX a ideia de uniformitarismo forneceu bases teóricas para pensar a geomorfologia. Esta ideia baseia-se em processos estáveis no espaço e no tempo, sendo cíclicos e, portanto, podem ser estudados historicamente. Por outro lado, a ideia de equilíbrio dinâmico vai seguir o caminho oposto. São os processos (climáticos e tectônicos) que dão forma e características ao modelado do relevo. A ideia de equilíbrio será correlacionada com a noção de estabilidade, percorrendo diversos autores que tratam sobre o assunto. Neste trabalho a estabilidade será analisada por meio do padrão pluviométrico e a suscetibilidade de inundação e alagamentos do município de Jaboatão dos Guararapes-PE. Estando conectado ao conceito de Unidades ecodinâmicas instáveis, associado ao crescimento urbano em áreas úmidas. Tais condicionantes afetam de maneira particular a comunidade de Vila Palmares localizada no bairro de Muribeca dos Guararapes, regional 4 Muribeca, Jaboatão dos Guararapes. Esta comunidade passou por uma reconfiguração da paisagem, atrelada ao desemprego e a vulnerabilidade socioambiental. Isso fez com que as áreas agrícolas(cana-de-açúcar) se tornassem áreas de risco (inundação e movimento de massa) devido as ocupações irregulares. Por esse motivo, fez-se necessário o mapeamento das áreas de risco da comunidade, correlacionando com o conceito de sensitividade da paisagem, haja vista que a estabilidade do ambiente está mais sensível aos impactos naturais e antrópicos.

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  • EWERTON MAURICIO DOS SANTOS
  • A GEOGRAFIA ISSO SERVE, EM SEGUNDO LUGAR, PARA FAZER VÍDEOGAMES: GEOGRAFICIDADES EM ‘GHOST OF TSUSHIMA’

  • Orientador : ANA CRISTINA DE ALMEIDA FERNANDES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CRISTINA DE ALMEIDA FERNANDES
  • CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • CARLOS EDUARDO FALCÃO LUNA
  • Data: 19/08/2024

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  • Em um movimento ascendente desde seus primórdios por volta da década de 70, os videogames e jogos eletrônicos vem tomando parcelas crescentes no mercado mundial. Seu desenvolvimento ora paralelo e ora tangente a outras tecnologias criou um sistema de objetos pelo qual é possível uma interação complexa a níveis sociais, psicológicos, afetivos e cognitivos. ‘Ghost of Tsushima’ não só demonstra esse incrível e vertiginoso momento dos videogames, como também é testemunho de movimentos histórico-materiais que lhe contextualizam e dão razão para a sua existência. Um ‘barulho’ na mídia especializada sopra suas aspirações geográficas. A partir disto nos perguntamos: como ‘Ghost of Tsushima’ mobiliza categorias geográficas em sua gameplay? Essa pergunta é basilar para o objetivo central desta pesquisa ao qual se debruça em analisar como ‘Ghost of Tsushima’ mobiliza categorias geográficas na sua produção. Por sua vez, ele manifesta o surgimento dos objetivos específicos: 1) Construir contribuições de leitura geográfica da história e do mercado de videogames no mundo;v2) Discutir as geograficidades em experiências nos jogos “Triple A”; 3) Jogar ‘Ghost of Tsushima’ e vivenciar as mobilizações geográficas feitas na gameplay. Desta forma, apresentamos uma pesquisa que se utilizou de uma revisão bibliográfica a respeito de alguns conceitos geográficos, como a geograficidade, ciberespaço, ao mesmo tempo em que se debruçou nas contribuições de leituras históricas das situações e desenvolvimento do mercado de videogames no mundo. Utilizamos de igual proporção a ação do ‘jogar’ enquanto método investigativo e diante dela uma leitura crítica e geograficamente orientada. O resultado desta pesquisa implica em observar como o jogo ‘Ghost of Tsushima’ mobiliza categorias geográficas e como ele pertence a um contexto geopolítico de produção.


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  • Esta pesquisa visa investigar as formas de organização e enfrentamento aos ataques a pessoas LGBT+ no período ‘bolsonarista’, advindos da emergência das pautas da extrema direita no Brasil. Com a emergência de um ‘Kit Gay’ e da ‘Ideologia de gênero’ nas escolas, buscamos neste lugar, como professores gays tem se movimentado com essa perseguição. É através da elaboração teórica da crítica do valor marxista, por Roswitha Scholz, que propomos uma relação intrínseca, dialética e constitutiva, dentre essas perseguições e a dinâmica própria capitalista. Tratando de uma hierarquização de gênero constitutiva da produção de mercadorias, manifesta nas relações materiais de produção e reprodução social, as tecnologias para o ordenamento dessa estrutura, que é material, cultural-simbólica e psicossocial, se manifesta no espaço geográfico quando produz território enquanto tecnologia de poder. Compreender o movimento espaço-histórico que reitera e recrudesce o capitalismo, é não se findarem uma crítica de reforma cultural, compreendendo o caráter histórico da produção do ‘território’ e pensar em um alicerce de unificação das pautas para um outro fazer existencial e político.

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  • VICTOR LEONARDO BOTELHO SILVA
  • UNIDADES DE PAISAGEM DO ARQUIPÉLAGO DE FERNANDO DE NORONHA, PERNAMBUCO

  • Orientador : LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CHRISTIANNE FARIAS DA FONSECA
  • DANIEL RODRIGUES DE LIRA
  • LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
  • Data: 20/08/2024

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  • O arquipélago de Fernando de Noronha é uma formação vulcânica isolada do Atlântico Sul, formada por um conjunto de 21 ilhas, ilhotas ou rochedos, numa área total de 26 km². Essa área concentra ecossistemas únicos e dotados de grande valor para conservação da biodiversidade brasileira, razão pela qual seu território é amplamente protegido pela legislação ambiental. Diante da ausência de uma cartografia de síntese abrangente do arquipélago e, levando em consideração a importância de suas áreas protegidas e a fragilidade de seus ecossistemas, o objetivo central deste trabalho foi compreender a estrutura da paisagem e suas inter-relações no arquipélago de Fernando de Noronha. Para tanto, foi necessário realizar uma ampla revisão teórico-metodológica acerca das obras de referência sobre o contexto ambiental de suas paisagens. Durante o mapeamento, procedeu-se uma abordagem de aproximação (downscaling), definindo unidades de maior dimensão para as de menores dimensões por meio da utilização de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) e vistorias realizadas em campo, considerando os critérios de formas de relevo e cobertura superficial. Por final, foram categorizadas 22 unidades de paisagem que ajudam a entender o funcionamento local da paisagem e suas demandas de conservação. A metodologia empregada para Cartografia de Paisagens em ilhas oceânicas demonstrou uma diversidade de ambientes significativa, mesmo em áreas pequenas, como no caso do arquipélago de Fernando de Noronha.


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  • O arquipélago de Fernando de Noronha é uma formação vulcânica isolada do Atlântico Sul, formada por um conjunto de 21 ilhas, ilhotas ou rochedos, numa área total de 26 km². Essa área concentra ecossistemas únicos e dotados de grande valor para conservação da biodiversidade brasileira, razão pela qual seu território é amplamente protegido pela legislação ambiental. O que impera hoje, em termos de uso da terra, é a atenção para comportar a estrutura do turismo e seus impactos ambientais inerentes à atividade, que se tornou nos últimos anos a principal atividade econômica dessa localidade. Uma alternativa que pode ser relevante para auxiliar na gestão de suas Unidades de Conservação é um mapeamento integrado das características ambientais do arquipélago. Essa prática pode ser capaz de identificar as áreas prioritárias para a conservação, como também detalhar de forma sintética o quadro ambiental dessa área e suas relações espaciais. A atenção desse trabalho, portanto, tem como objetivo e produto principal a realização de um mapeamento integrado das características ambientais das Unidades de Conservação sob administração do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) do arquipélago de Fernando de Noronha com a finalidade de auxiliar na gestão ambiental do turismo na área.

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  • NAYANE CAMILA SILVA CAVALCANTI
  • PAISAGEM E ENSINO DE GEOGRAFIA: UM ESTUDO SOBRE AS RELAÇÕES TEÓRICO-PRÁTICAS NAS ESCOLAS PÚBLICAS DO RECIFE-PE

  • Orientador : PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • KARLA ANNYELLY TEIXEIRA DE OLIVEIRA
  • PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
  • WELLINGTON ALVES ARAGAO
  • Data: 20/08/2024

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  • A experiência que os docentes constroem no chão da escola é tão importante, para a sua prática profissional, quanto os saberes que aprendem na Universidade ou que lhes são recomendados pelo Estado. Este trabalho investiga os saberes experienciais dos professores de Geografia da rede pública de ensino no Grande Recife. O objetivo geral é compreender como se mobilizam os saberes docentes dos professores de Geografia no ensino fundamental 2. Para tanto, o conceito de paisagem é utilizado como fio condutor desta investigação. Foram aplicadas entrevistas semi-estruturadas com cinco docentes de diferentes escolas públicas da rede estadual localizadas na Região Metropolitana do Recife. Os resultados foram interpretados à luz da análise do conteúdo, com vistas a inferir categorias que permitissem tecer similaridades e divergências na prática profissional dos sujeitos pesquisados. Os principais resultados sugerem um papel significativo dos saberes experienciais na mobilização dos problemas didático-pedagógicos. Não obstante, esses saberes possuem uma estreita dependência dos saberes profissionais, disciplinares e curriculares. Nesse sentido, é fundamental que a formação inicial e continuada estejam preocupadas em articular os diferentes saberes, relacionando teoria e prática.


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  • Esta dissertação se pauta no interesse investigativo de compreender os saberes docentes dos professores de Geografia da educação básica. O objetivo central desta pesquisa é compreender o saber docente sobre a paisagem, tendo como caso, a realidade dos professores de Geografia da educação básica em escolas públicas do Grande Recife. Para tanto, baseando-se no método dialetico, foram realizadas pesquisas bibliográficas e documentais abrangendo o conceito de paisagem na literatura geográfica e sua ocorrência nos documentos curriculares oficiais do Brasil e do Estado de Pernambuco. Além disso, foram selecionadas nove escolas da rede pública estadual para a realização de entrevistas com os professores responsáveis pela disciplina de Geografia. As escolas foram distribuídas de modo a abranger os diferentes setores administrativos da Gererência Regional de Educação no Grande Recife. Em campo, os professores foram questionados a respeito de sua formação inicial e prática docente, com foco no conceito de paisagem.

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  • JEFFERSON HENRIQUE DE OLIVEIRA
  • IMPACTOS AMBIENTAIS NEGATIVOS PROVENIENTES DA EROSÃO COSTEIRA NAS PRAIAS DE JABOATÃO DOS GUARARAPES - PE

  • Orientador : HELENA PAULA DE BARROS SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HELENA PAULA DE BARROS SILVA
  • LUCIANA RACHEL COUTINHO PARENTE
  • RODRIGO DUTRA GOMES
  • Data: 21/08/2024

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  • Este estudo aborda a problemática da erosão costeira nas praias de Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco. A pesquisa visa identificar e classificar os impactos ambientais negativos decorrentes desse fenômeno, especificamente nas praias em estudo, bem como compreender suas consequências para a população e o meio ambiente local. A erosão costeira é um processo complexo influenciado por fatores naturais e antropogênicos, sendo a urbanização desordenada e a falta de planejamento ambiental alguns dos principais contribuintes. Os impactos da erosão costeira nas praias de Jaboatão dos Guararapes vão desde a supressão da flora costeira até a migração da população devido à perda de infraestruturas e espaços de lazer. Além disso, a interação entre o aumento do nível do mar e as tempestades resulta em inundações que afetam significativamente a população local. A falta de infraestrutura de drenagem agrava esses problemas, exigindo medidas urgentes de planejamento e gestão. Destaca-se também a perda de habitat para a desova de tartarugas marinhas e a alteração na dinâmica comercial e de serviços em certas áreas. Diante desses desafios, é fundamental adotar uma abordagem integrada e sustentável para a gestão e conservação dos ecossistemas costeiros das praias de Jaboatão dos Guararapes, envolvendo a sociedade civil, governos locais e instituições acadêmicas. Pesquisas futuras devem ampliar o período de análise para obter uma compreensão mais abrangente dos impactos ambientais negativos e facilitar a formulação de estratégias eficazes de mitigação e adaptação.


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  • Este estudo aborda a problemática da erosão costeira nas praias de Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco. A pesquisa visa identificar e classificar os impactos ambientais negativos decorrentes desse fenômeno, especificamente nas praias em estudo, bem como compreender suas consequências para a população e o meio ambiente local. A erosão costeira é um processo complexo influenciado por fatores naturais e antropogênicos, sendo a urbanização desordenada e a falta de planejamento ambiental alguns dos principais contribuintes. Os impactos da erosão costeira nas praias de Jaboatão dos Guararapes vão desde a supressão da flora costeira até a migração da população devido à perda de infraestruturas e espaços de lazer. Além disso, a interação entre o aumento do nível do mar e as tempestades resulta em inundações que afetam significativamente a população local. A falta de infraestrutura de drenagem agrava esses problemas, exigindo medidas urgentes de planejamento e gestão. Destaca-se também a perda de habitat para a desova de tartarugas marinhas e a alteração na dinâmica comercial e de serviços em certas áreas. Diante desses desafios, é fundamental adotar uma abordagem integrada e sustentável para a gestão e conservação dos ecossistemas costeiros das praias de Jaboatão dos Guararapes, envolvendo a sociedade civil, governos locais e instituições acadêmicas. Pesquisas futuras devem ampliar o período de análise para obter uma compreensão mais abrangente dos impactos ambientais negativos e facilitar a formulação de estratégias eficazes de mitigação e adaptação.

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  • MARCELO DOS SANTOS DIAS
  • MAPEAMENTO PARTICIPATIVO DE ÁREAS DE RISCO À EROSÃO NO MUNICÍPIO DE GARANHUNS, SEMIÁRIDO MERIDIONAL PERNAMBUCANO: UMA ABORDAGEM COM COMUNIDADES E EDUCAÇÃO BÁSICA

  • Orientador : FABRIZIO DE LUIZ ROSITO LISTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FABRIZIO DE LUIZ ROSITO LISTO
  • DÉBORAH DE OLIVEIRA
  • TULIUS DIAS NERY
  • Data: 22/08/2024

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  • O bairro de Heliópolis, situado no município de Garanhuns, PE, no Agreste Meridional de Pernambuco, enfrenta diversos problemas socioambientais devido ao rápido crescimento urbano combinado com um planejamento inadequado e excludente. Entre esses problemas, destaca-se a erosão, um fenômeno global causado por fatores naturais e pela intervenção humana. Para mitigar a erosão, é fundamental compreendê-la e adotar medidas eficazes. A participação ativa das comunidades afetadas na gestão de áreas de risco é crucial, pois promove a inclusão social e melhora a eficácia das medidas de segurança. O envolvimento direto das comunidades fortalece as estratégias de prevenção e resposta, assegurando decisões mais adequadas às necessidades locais e resultando em uma proteção mais eficiente contra vulnerabilidades. O principal objetivo deste trabalho é avaliar o grau de risco à erosão em uma área do bairro de Heliópolis, no município de Garanhuns, utilizando uma abordagem participativa com moradores em risco e estudantes da educação básica. O processo metodológico incluiu a seleção da área piloto, sobrevoo com VANT, setorização das áreas de risco, oficinas pedagógicas, aplicação de questionários e mapeamento participativo das áreas de risco à erosão. A seleção da área piloto ajudou a escolher a localidade para o estudo. O sobrevoo com VANT ofereceu uma visão detalhada das áreas de difícil acesso. A setorização das áreas de risco permitiu definir os graus de risco a serem trabalhados. As oficinas pedagógicas proporcionaram uma visão dos estudantes sobre a erosão e os riscos em seu bairro. A aplicação de questionários com moradores do bairro revelou uma visão detalhada dos riscos. O mapeamento participativo destacou os riscos enfrentados pelos moradores, incluindo a conscientização das crianças sobre a preservação ambiental. Enquanto alguns residentes são céticos quanto aos perigos das erosões, outros reconhecem a urgência de medidas preventivas. Apesar dos desafios, esse mapeamento representa um avanço significativo para o desenvolvimento de comunidades mais seguras. No entanto, é necessário utilizar esses dados na formulação de políticas públicas adequadas para garantir comunidades resilientes e sustentáveis a longo prazo.


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  • Mapeamentos participativos valorizam o conhecimento das comunidades em risco e são extremamente necessários na prevenção de riscos e desastres às diversas formas de erosão. O município de Garanhuns localizado na Mesorregião do Agreste Pernambucano, possui área aproximadade 472 km2, distante 230 km do Recife, capital de Pernambuco. Situada no Planalto da Borborema, possui uma posição estratégica com relação aos grandes centros urbanos do Nordeste. Localiza-se em uma área colinosa, com incisões erosivas bastante evidentes. Assim, o objetivo principal deste trabalho consiste em avaliar o grau de risco à erosão em uma área-tipo inserida no bairro de Heliópolis, localizada no município de Garanhuns a partir de uma abordagem participativa, tanto com comunidades em risco quanto estudantes da educação básica. Para isso, serão realizadas as seguintes etapas metodológicas: seleção da área, mapeamento através de V.A.N.T., oficinas, aplicação de questionários, mapeamento participativo das áreas de risco a erosão e uma integralização dos dados participativos na educação básica. Essa proposta espera desenvolver a percepção de risco junto aos moradores e estudantes considerando a perspectiva da população atingida numa interação conjunta para redução do risco de desastres.

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  • FÁBIO CAVALCANTE DE MELO
  • POR TERRITÓRIOS FÚNEBRES DO RECIFE: MORTE E VIDA NOS BAIRROS DA VÁRZEA E CASA AMARELA

  • Orientador : ALCINDO JOSE DE SA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALCINDO JOSE DE SA
  • SAMIR DO NASCIMENTO VALCÁCIO
  • THIAGO ROMEU DE SOUZA
  • Data: 23/08/2024

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  • Desde o período paleolítico, a cultura fúnebre do homem envolve rituais e cerimônias para os mortos, com o Cristianismo popularizando o uso de cemitérios para evitar epidemias e preocupações médico-higienistas. No Brasil, cemitérios públicos foram construídos no século XIX para higienizar as cidades e evitar doenças. No Recife, os cemitérios dos Ingleses, Santo Amaro e Várzea foram construídos para atender às necessidades da época. O Cemitério Público da Várzea e Casa Amarela no Recife, são analisados como território sagrado demarcado geossimbolicamente por seus usuários, que têm diferentes usos, ritos e objetos lúgubres no local. A dissertação de mestrado propõe uma análise das relações dos moradores da Várzea e de Casa Amarela com os seus respectivos cemitérios, incluindo questões sanitárias, ambientais e condições de trabalho dos funcionários. As relações no cemitério revelam paradoxos na escala do bairro, com moradores demonstrando tanto proximidade quanto rejeição ao local dos mortos. O estudo metodologicamente se baseia na formação urbana do Recife e do bairro da Várzea e de Casa Amarela, além de trabalhos acadêmicos sobre cemitérios e os conceitos de bairro, território e geossímbolo. Trabalhos in loco foram realizados no bairro e no cemitério tanto da Várzea quanto Casa Amarela para coletar informações, entrevistas e fotografias essenciais para a pesquisa.


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  • Desde o período paleolítico, o homem carrega em sua cultura fúnebre um cabedal de manifestações envolvendo os vivos e os mortos. Inúmeros espaços foram eleitos para a realização destes rituais e cerimônias de caráter funesto. No mundo ocidental, o Cristianismo popularizou a criação e o uso dos cemitérios para além dos espaços das igrejas, e da própria cidade em si, em razão das preocupações médico-higienistas frente ao temor dos chamados “miasmas”, então também associados à putrefação dos cadáveres. No Brasil, a construção dos cemitérios públicos ocorreu na primeira metade do século XIX, em face às necessidades de higienizar os espaços das cidades, evitando as mortíferas epidemias do período. No Recife, os primeiros cemitérios construídos foram o dos Ingleses (1814) e o de Santo Amaro (1851), para além dos bairros centrais da capital pernambucana. Nos arredores também foram construídos outros cemitérios, chamando atenção a necrópole da Várzea, datada de 1867, estando situada no limite oeste da cidade, próximo à margem direita do rio Capibaribe. De objeto afastado da cidade, o cemitério acabou por se encontrar imerso no tecido da metrópole, revelando certas singularidades na atualidade, no que se refere aos usos e relações ali processadas. Desse modo, a dissertação de mestrado ora apresentada propõe analisar o Cemitério Público da Várzea, na porção mais oriental do Recife, na condição de um território sagrado demarcado “geossimbolicamente” (BONNEMAISON, 2012) por seus usuários em diversos usos, contra-usos, ritos, mitos e objetos lúgubres – sepulturas, ossuários, covas, artes tumulares, flores, velas, oferendas, entre outros. Para além desta geografia sepulcral, também se discute a relação dos moradores da Várzea com o cemitério, sobretudo no tocante à realidade de casas geminadas aos muros da necrópole, aos problemas de ordem sanitário-ambiental e às condições precárias de trabalho dos funcionários do cemitério (coveiros), que engendram uma série de situações profanas no interior e entorno do território dos mortos. No bojo deste contexto, observa-se que as relações processadas no cemitério denotam paradoxos na escala do bairro, com os moradores, ao mesmo tempo, revelando relações amiúdes com o local dos mortos, mas também rejeições ou relações de medo, seja por questões religiosas ou “sobrenaturais”, seja por motivos médicohigienistas, ou por ambos os motivos. Malgrado esse quadro, evidencia-se que o último cemitério à oeste do Recife, também se revela como última morada para os moradores da Várzea, que constroem suas vidas com seus vizinhos, parentes e amigos até a hora do seu sepultamento na necrópole do bairro, lócus de variadas contradições físico-materiais e simbólico-imateriais. Metodologicamente, a dissertação de mestrado centra-se em estudos sobre a formação urbana do Recife, e, assim, do bairro da Várzea, e em trabalhos acadêmicos calcados na investigação de cemitérios, especialmente àqueles que dialogam com os aportes da Geografia urbana e cultural, e, com eles, os conceitos de bairro, território e geossímbolo. Além destas leituras, o artigo apoia-se em trabalhos in loco realizados no bairro e no cemitério da Várzea, onde foi possível colher informações, entrevistas e fotografias imprescindíveis à feitura do estudo.

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  • BEATRIZ BARBOSA DA SILVA
  • “COMO UM PÁSSARO SEM TER UMA ÁRVORE PARA POUSAR”: OS MOVIMENTOS DE RETOMADA E AUTODEMARCAÇÃO DOS POVOS ORIGINÁRIOS NO NORDESTE

  • Orientador : CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
  • MONICA COX DE BRITTO PEREIRA
  • SÁVIO JOSÉ DIAS RODRIGUES
  • Data: 27/08/2024

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  • A história territorial do Brasil foi construída por meio da guerra contra as sociedades originárias, através de uma construção narrativa que transformou o invadido em invasor de sua própria terra. Este trabalho tem como intuito discutir sobre esse ordenamento territorial estruturado por uma política racista e violenta, que desterritorializa corpos e territórios de suas moradias e humanidades. A partir dos dados de conflito, em um período que vai de 2012 a 2022, presentes no Caderno de Conflitos da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e do Relatório de Violência contra os Povos Indígenas do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), vamos adentrar nesses espaços de devastação onde estão localizadas as fronteiras de expansão do capital e de um sistema moderno-colonial que avança mutilando todas as formas de vida. Imergindo dessa cenário de destruição, de um céu que desaba em nossas cabeças, iremos nos encaminhar para o outro lado dessas fronteiras, espaços de encantos e de resistências, onde geografias ancestrais vêm sendo elaboradas através de práticas socioterritoriais como as retomadas e a autodemarcação. Por meio do levantamento e mapeamento dos dados de retomadas e autodemarcação, e dos relatos e vivências em territórios de retomada indígena na região Nordeste, iremos discutir sobre as estratégias de luta e enfrentamento construídos pelo movimento indígena, que questionam uma cartografia colonial e auto demarcam territórios autônomos, através de ciências construídas nas beiras dos rios.


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  • As retomadas e autodemarcações constituem-se como um dos instrumentos fundamentais dentro das lutas originárias, se apresentando enquanto movimentos políticos emancipatórios, que questionam uma história territorial imposta ao longo dos anos. Neste trabalho, iremos analisar as estratégias de lutas territoriais de diversos povos indígenas no Nordeste em resposta a morosidade intencional do Estado brasileiro no processo de demarcação das Terras Indígenas (TI’s), buscando discutir sobre a luta por direitos e autonomia das sociedades indígenas atualmente. Para isso, pretendemos analisar as retomadas, que consistem em movimentos territoriais de reocupação de uma parcela de terra que foi invadida por terceiros ou que foi excluída durante a demarcação realizado pela FUNAI, e as autodemarcações, registradas no Brasil desde a década de 80, que consistem em processos políticos, articulados pela própria comunidade, com o intuito de estabelecerem os limites do seu território. Nesse sentido, os movimentos de autodemarcação e retomada surgem como um espaço de emancipação e autonomia, invertendo a lógica imposta pela sociedade hegemônica e produzindo um espaço que demarca seu próprio tempo e modos de ver o mundo. A luta não se encerra na conquista da terra, mas se perpetua na busca por autonomia, por uma política de vida que não entregue territórios desmembrados pelo capital.

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  • ERIC JOSÉ SILVA GOMES
  • REPRESENTAÇÃO E AS ESTRATÉGIAS TERRITORIAIS DO RESISTIR DO POVO PANKARÁ DA SERRA DO ARAPUÁ NO SERTÃO DE PERNAMBUCO

  • Orientador : PRISCILA BATISTA VASCONCELOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • PRISCILA BATISTA VASCONCELOS
  • CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • DAVID TAVARES BARBOSA
  • Data: 27/08/2024

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  • Esta pesquisa trata da relação entre território, identidade e representação, e como a representação pode ser utilizada para negar o direito ao território a partir de experiências e vivências fruto de uma parceria de doze anos com o povo indígena Pankará da Serra do Arapuá, Carnaubeira da Penha, sertão pernambucano. Isso a partir da perspectiva cultural do território que, ao relacionar-se com os conceitos acima, pode ser percebido como a espacialidade da representação e identidade. A diferença e a alteridade, como elementos constitutivos, não são um problema em si, elas são necessárias para construção de identidades, representações e território, por exemplo. Senão tudo teria o mesmo sentido e significado. O problema é quando essa diferenciação é estereotipada e racializada; quando ela faz parte da criação e imposição de uma representação, como ocorreu com a criação e imposição da representação e identidade “índio”. Esta identidade nega identidades indígenas contemporâneas com o objetivo de negar o acesso e direito ao território demarcado: não havendo índígena, não há justificativa para demarcar território e as terras continuam sob domínio dos fazendeiros e posseiros. Além disso, essa pesquisa traz a noção de imposição de representação como um dispositivo de poder, e a representação insurgência como uma reação oposta a essa imposição.


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  • Este trabalho tem como objetivo analisar como é estabelecida a relação entre o regime de representação insurgente e as estratégias territoriais do resistir do povo Pankará da Serra do Arapuá no sertão pernambucano. Tem como base o conceito geográfico de território que, segundo Haesbaert (1997) em conexão com a compreensão construída pelo indígena Pankará da Serra do Arapuá, é compreendido como um espaço delimitado onde se exerce um poder na dimensão objetiva e como apropriação simbólica e subjetiva feita através do imaginário e/ou da identidade social sobre o espaço. Priorizando suas abordagens jurídica-política e cultural trago, nesta dissertação, algumas reflexões e experiências sobre esse confronto que se estabelece concomitantemente pelas vias materiais (destruição de casas e aldeias, banimento e o aparato legal do estado) e subjetivas (negação da identidade e regime de representação marcado por estereótipos racistas) cujo objetivo é a desterritorialização do povo Pankará da Serra do Arapuá e esbulho de suas terras mesmo que hoje sejam reconhecidas pelo governo brasileiro. Busquei também apoio nos conceitos de identidade e representação para auxiliar nas análises desse processo de esbulho de terras que ocorre também pelo questionamento da identidade indígena apoiada num ideal de “índio puro” que nega identidades e representações dos indígenas contemporâneos, cuja complexidade não se encaixa numa simples binaridade positivista. Como disse dona Família Pankará: quem disse que não sou índia? só porque sou preta e tenho o cabelo “ruim”?

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  • CAMILA MAIA DIAS SILVA
  • TERRA, TRABALHO E FOME: A TERRITORIALIZAÇÃO DO CAPITAL NO NORDESTE BRASILEIRO E O ALIMENTO-MERCADORIA

  • Orientador : ANA CAROLINA GONCALVES LEITE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CAROLINA GONCALVES LEITE
  • CARLOS DE ALMEIDA TOLEDO
  • JOSE RAIMUNDO SOUSA RIBEIRO JUNIOR
  • Data: 27/08/2024

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  • Nesse trabalho observamos o capital territorializado por meio da produção e do consumo do alimento-mercadoria. O alimento-mercadoria é aquele que, por ser mercadoria e ser submetido ao imperativo da acumulação capitalista, é capaz de significar uma inversão de prioridades. Tratamos inicialmente como a mercadoria em si reorganiza essas relações, por impor a elas sua forma abstrata e fetichista que assume um sentido tautológico, gerando uma contradição imanente do capital: quanto mais a produção do alimento se aprofunda enquanto mercadoria, mais esta mercadoria se afasta de seu papel enquanto alimento, e mais ainda a alimentação adequada se torna inacessível. Nessa trajetória observamos que falar da estruturação das relações sociais capitalistas no Brasil e de como elas organizam o acesso ao alimento, é também falar da produção do alimento em si, já que a base social brasileira é construída no espaço agrícola com o protagonismo da produção açucareira no estado de Pernambuco. Passamos pela estruturação dessas relações capitalistas, primeiro pela conformação da concentração da propriedade e da posse da terra e das relações de trabalho enquanto ferramentas de expropriação, como fundamentais pressupostos à reprodução do capital. As relações de trabalho conformadas a partir do fim do escravismo, identificadas como relações de condição e trabalho livre, são transições entre um momento de algum acesso à terra e produção direta de alimentos pelo trabalhador do campo, até aproximadamente o fim do século XIX, em que vemos a generalização do acesso indireto e monetizado do alimento. No contexto predominante de assalariamento, políticas públicas buscarão uma reintegração do trabalhador à terra por meio da redistribuição fundiária e do acesso à terra, mas que não logram a autonomia alimentar nem financeira dessa população, necessitando do Estado também para sua inserção no mercado agrícola. Por fim, a mobilidade do capital avança sobre as últimas tentativas de reconstrução de um suposto campesinato contemporâneo, com a atuação do capital financeiro que apresenta às famílias do campo oportunidades de sobrevivência dentro capital, mas muito distantes da autonomia que significam na verdade um aprofundamento da expropriação e da dependência do alimento como mercadoria.


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  • A pesquisa se desenvolve por meio de revisão bibliográfica acerca dos principais teóricos sobre a fome no Brasil e sobre as temáticas que estruturam a manutenção da fome coletiva: a concentração de terras, que restringe a
    produção de alimentos, o monopólio da distribuição de alimentos, que media o acesso ao alimento como mercadoria e atuação do mercado financeiro na formação dos preços dos alimentos, que pressiona a produção local. Essa revisão teórica visa permitir a compreensão e análise do rebatimento da estrutura global do mercado de alimentos nos conflitos locais a serem estudados em trabalho de campo. É de se destacar o fato de que as políticas de combate à fome implementadas durante os anos de 2004 a 2018, surtiram pouco efeito em termos absolutos na fome no campo, o que pode representar entre muitas possibilidades, a persistência da fome rural frente à maior mobilidade das situações de fome na cidade, o que poderia estar relacionada aos diferentes níveis de monetarização e disponibilidade de acesso ao alimento enquanto mercadoria, e ainda ao crescente número de conflitos territoriais nas áreas rurais. Ainda que, com o sensível avanço dos programas de reforma agrária, observa-se que a garantia de posse pelas populações camponesas não é garantia de produção de alimentos para sua auto-reprodução, sendo ainda tímida a contribuição da agricultura familiar no abastecimento de alimentos no país. A própria manutenção da posse de terra dessas populações resulta em conflitos que têm se intensificado com o avanço do agronegócio e pressionado ainda mais a sobrevivência desses povos, que veem como alternativa a inserção no mercado de trabalho muitas vezes informal. Observam-se indícios de uma diferenciação territorial da fome, que está não apenas vinculada às formas de divisão do trabalho em âmbito local, e ao ambiente urbano e rural, mas ainda à conformação da comercialização global de alimentos dominada pelo mercado financeiro que pressiona as produções à nível local.

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  • EDUARDO AUGUSTO DA SILVA
  • O GOOGLE EARTH E O GOOGLE MAPS COMO RECURSO DIDÁTICO E SUAS POSSIBILIDADES DE UTILIZAÇÃO COMO PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NAS AULAS DE GEOGRAFIA

  • Orientador : PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
  • FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
  • LUCAS ANTONIO VIANA BOTELHO
  • Data: 27/08/2024

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  • O presente estudo exprime como as transformações na sociedade, no que concerne o uso de Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC), são bastantes perceptíveis e o quanto isso tem gerado fortes mudanças nas formas de aprender e ensinar. Como objetivo principal, a pesquisa buscou analisar como os professores de Geografia da rede técnica estadual do município de Recife tem se apropriado das Geotecnologias como Google Earth e Google Maps em sua prática pedagógica. A pesquisa de caráter exploratória qualitativa, consistiu de uma investigação bibliográfica, visando reunir informações e levantar dados, com a finalidade construir e/ou aprimorar a definição do quadro conceitual do objeto de estudo. Acerca da coleta de dados, foi utilizado o questionário eletrônico composto por inquirições estruturadas e semiestruturadas disponibilizadas aos docentes participes. Perante o exposto, os resultados mostraram que, apesar de haver uma consciência sobre a importância das TDIC e de ferramentas específicas como Google Earth e Google Maps, pelos professores quem compuseram o estudo, ainda há uma necessidade evidente de aumentar o nível de domínio dessas tecnologias. E que a adoção frequente, mas não constante, das ferramentas Google Earth e do Google Maps sugere que os respondentes reconhecem seu valor e as integram regularmente em suas aulas.


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  • A sociedade tem vivenciado diferentes racionalidades movidas pelo período técnico-científico-informacional, isso tem permitido novas dimensionalidades ao espaço (presencial e virtual) que acabam congregando um conjunto de técnicas e ações que são motores para o surgimento de novas ferramentas digitais, apresentando uma multiplicidade de elementos que se oferecem como questões concretas a serem trabalhadas para a construção do conhecimento geográfico. Nessa conjuntura as tecnologias digitais têm ganhado mais expressividade com o seu potencial de contribuir com o desenvolvimento técnico-científico, informacional, educacional e social. As transformações na sociedade, no que concerne o uso de Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC), são bastantes perceptíveis e isso tem gerado fortes mudanças nas formas de aprender e ensinar. Por isso, o trabalho tem por objetivo geral analisar quais são os desafios e possibilidades apresentados por professores de Geografia da rede estadual de ensino de Pernambuco quanto ao desenvolvimento e a implementação das Geotecnologias (Google Earth e Google Maps) em seu planejamento e prática pedagógica. E para alcançá-lo foram traçados os seguintes objetivos específicos: Pesquisar sobre a importância das Geotecnologias no ensino da Geografia para a Educação Básica; 2) Identificar as percepções dos professores de Geografia quanto ao uso das Geotecnologias nas aulas da disciplina alinhadas aos processos de ensino e aprendizagem; 3) Estudar se e como os professores tem se apropriado das Geotecnologias como Google Earth e Google Maps em sua prática pedagógica; 4) Apontar mecanismos de utilização do Google Earth e Google Maps nas aulas de Geografia. Neste sentido, visando alcançar os objetivos já pontuados, esta pesquisa de caráter exploratória qualitativa, que segundo Malhotra (2006, p. 156) “é uma metodologia de pesquisa não estruturada e exploratória baseada em pequenas amostras que proporciona percepções e compreensões do contexto do problema”. Assim, aponta-se um estudo de corte transversal uma vez que a população alvo e a população acessível (amostra) serão abordadas em um intervalo de tempo definido cujos dados e informações obtidas serão analisadas e descritas em um único momento. A pesquisa qualitativa se preocupa em estudar, por meio de várias possibilidades, os fenômenos que envolvem os seres humanos e suas intrincadas relações sociais que se estabelecem no ambiente. Assim, como metodologia foi adotado para a construção deste estudo uma abordagem indireta, definido por Garnica (2008), sendo a sondagem das concepções não questionando sobre as suas concepções e sim sobre as suas práticas. Compreende-se que a utilização de recursos tecnológicos no cotidiano escolar é indispensável, pois o uso dessas ferramentas está transformando as relações humanas em todas as suas dimensões, sendo na econômica, na social e principalmente na educacional.

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  • GABRIEL DA SILVA SANTOS
  • VIDAS NO MANGUE: “HOMENS E CARANGUEJOS” NA FORMAÇÃO TERRITORIAL PERNAMBUCANA

  • Orientador : ANA CAROLINA GONCALVES LEITE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CAROLINA GONCALVES LEITE
  • RODRIGO DUTRA GOMES
  • RENATA SANTOS RENTE
  • DANIEL MANZIONE GIAVAROTTI
  • Data: 28/08/2024

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  • O presente trabalho analisa as transformações sociais e urbanas da cidade do Recife-PE, focalizando o impacto expressivo do êxodo rural causado pela Grande Seca e as políticas públicas implementadas durante a Era Vargas. A obra Homens e Caranguejos do geógrafo Josué de Castro é utilizada como uma lente crítica essencial para compreender a marginalização e exclusão enfrentadas pelas comunidades dos manguezais. Esta pesquisa, de natureza qualitativa, enfatiza uma análise crítica, histórica e contextual, explorando as questões de urbanização, políticas públicas e marginalização social. O estudo revela que o processo de urbanização, impulsionado por políticas públicas inadequadas e mal estruturadas, perpetua a marginalização social das comunidades de mangue no Recife. Além disso, o trabalho destaca a contínua exclusão econômica e espacial dessas comunidades de mangue, que é consideravelmente agravada pela carência de infraestrutura básica adequada. Esses fatores combinados contribuem para a persistente vulnerabilidade e desigualdade social enfrentada por essas populações marginalizadas.


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  • A presente pesquisa propõe uma análise abrangente da evolução urbana do Recife, ancorada no livro "Homens e Caranguejos" de Josué de Castro. O título, "Recife: Entre Homens e Caranguejos - Uma Análise Histórica e Contemporânea da Urbanização", reflete a abordagem integrada adotada neste estudo. Ao revisitar a história urbana da cidade, a pesquisa contextualiza as mudanças significativas ao longo do tempo, destacando fatores históricos, sociais e geográficos que influenciaram a configuração atual do Recife. Paralelamente, o trabalho investiga as dinâmicas urbanas contemporâneas da metrópole, identificando desafios emergentes. São empregados métodos de pesquisa histórica, análise documental e observação participante para enriquecer a compreensão do desenvolvimento urbano. Os resultados esperados desta pesquisa visam contribuir para uma compreensão mais profunda da complexidade urbana, oferecendo insights valiosos sobre o Recife enquanto cidade em constante evolução. Ao integrar passado e presente, a análise busca contribuir para discussões teóricas e práticas sobre o desenvolvimento urbano, apontando para implicações sociais e promovendo reflexões críticas sobre os rumos futuros da cidade.

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  • YAGO DE MELO MACIEL
  • PAIXÃO, SUOR E BATUCADA: RESISTÊNCIA DAS ESCOLAS DE SAMBA NOS ESPAÇOS PERIFÉRICOS NA CIDADE DO RECIFE - O CASO DA GALERIA DO RITMO

  • Orientador : CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • DAVID TAVARES BARBOSA
  • PEDRO PAULO PINTO MAIA FILHO
  • Data: 28/08/2024

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  • A pesquisa tem como objetivo analisar de que forma o samba, ao longo de sua trajetória e da sua presença no contexto recifense, se apresenta como uma força de resistência cultural de grupos sociais especialmente a população preta e parda situada na periferia da cidade. No contexto musical pernambucano, o samba apresenta destaque ao longo de sua caminhada na capital, porém essa relevância foi sendo diminuída ao longo do século XX, devido a uma marginalização promovida por certos setores intelectuais e políticos da sociedade local, por considerarem o ritmo um elemento “estrangeiro” no carnaval da cidade. Isto fez com que as escolas de samba, também se inserissem num processo de exclusão, assim como os espaços no qual elas estão localizadas. Desta forma, a pesquisa se baseia em um estudo de caso, de caráter qualitativo apoiando-se em etapas que consistem na revisão bibliográfica, incluindo a análise de distintos documentos, artigos jornalísticos, além de entrevistas abertas semiestruturadas. O recorte escolhido consistiu na escola de samba Galeria do Ritmo, localizada no bairro Morro da Conceição. Sendo assim, resultados indicam que o processo de marginalização promovido com o samba, afetou diretamente no modo de produção do carnaval desta e de outras agremiações carnavalescas na cidade do Recife, de modo que atualmente poucas escolas conseguem realizar os desfiles durante os festejos de momo, mas através de processos de resistência como a participação das comunidades, ações promovidas pelas agremiações, e a força de vontade de fazer o desfile, elas sobrevivem no cenário carnavalesco recifense.


  • Mostrar Abstract
  • A pesquisa em questão tem como objetivo analisar de que forma o samba ao longo de sua trajetória e da sua presença e da sua presença no estado de Pernambuco se apresenta como uma força de resistência cultural de grupos sociais situados na periferia da cidade do Recife - PE. No contexto musical pernambucano, o samba apresenta destaque ao longo de sua caminhada em terras recifenses, porém essa relevância foi sendo diminuída ao longo do século XX, devido a uma marginalização promovida por certos setores intelectuais e políticos da sociedade pernambucana, por considerarem o ritmo um elemento “estrangeiro” no carnaval da cidade. Isto fez com que as escolas de samba, também se inserissem num processo de exclusão, assim como os espaços no qual elas estão localizadas. Desta forma, a pesquisa se baseia em um estudo de caso, de caráter qualitativo apoiando-se em etapas que consistem na revisão bibliográfica, incluindo a análise de distintos documentos, artigos jornalísticos e programas de incentivo além de entrevistas abertas semiestruturadas, e o recorte a ser escolhido é o da escola de samba Galeria do Ritmo, localizada no bairro Morro da Conceição, Recife – PE. Os resultados obtidos indicam que o processo de marginalização promovido com o samba, afetou diretamente no modo de produção do carnaval destas agremiações carnavalescas na cidade do Recife, de modo que atualmente poucas escolas conseguem realizar os desfiles durante os festejos de momo.

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  • ANA CAROLINA FIGUEIREDO SILVA
  • MULHERES DA REDE DE FEIRAS ESPAÇO AGROECOLÓGICO: PROCESSOS DE EMANCIPAÇÃO AGROECOLÓGICA NA CIDADE DE RECIFE

  • Orientador : MONICA COX DE BRITTO PEREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA DAS GRACAS SILVA NASCIMENTO SILVA
  • MARÍA FRANCO GARCIA
  • MONICA COX DE BRITTO PEREIRA
  • Data: 28/08/2024

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  • O entendimento de como os processos existentes em uma feira agroecológica pode ser emancipatório para as mulheres é a temática central deste trabalho. A partir de um recorte espacial que contemple a Rede Espaço Agroecológico, rede de feiras com mais de 20 anos de atuação na cidade de Recife, tomou-se o cuidado em analisar se a participação nessas feiras poderia trazer mudanças em relação à divisão sexual do trabalho para as sujeitas da pesquisa e a dinâmica familiar. As perguntas que orientam o estudo são: A participação em espaços agroecológicos, como as feiras, traz um processo emancipatório das mulheres agricultoras familiares? Como se dá essa emancipação? Ocorrem mudanças no ambiente familiar e ocorrem mudanças na relação com a divisão sexual do trabalho (produção e reprodução social)? Para tanto, foi realizada uma revisão de literatura sobre gênero por um viés geográfico, feminismos e agroecologia, trabalho e gênero na agroecologia . Além disso, trouxe, também, referências que venham a potencializar a Agroecologia como promotora da emancipação das mulheres por meio de alguns espaços e metodologias. A metodologia desta pesquisa estruturou-se na observação participante nas feiras agroecológicas (em especial a Feira de Santo Amaro), participação em reuniões, análise de documentos da rede como o regimento de funcionamento das feiras, aplicação de um questionário sócio-econômico junto às mulheres feirantes da rede, bem como ida a campo às associações com maior número de participantes femininas nas feiras: ASSIM e AMATERRA, a partir de dois grupos focais. Como resultados, foi possível incluir o perfil das feirantes com a utilização de gráficos, mapas e quadros, a sistematização dos grupos focais para um maior entendimento de como os feminismos incidem nas mulheres ao participar das feiras agroecológicas, bem como a reflexão acerca da emancipação delas ao participarem dos processos existentes nesse espaço.


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  • O entendimento de como os processos existentes em uma feira agroecológica pode ser emancipatório para as mulheres é a temática central deste trabalho. A partir de um recorte espacial que contemple a Rede Espaço Agroecológico, rede de feiras com mais de 20 anos de atuação na cidade de Recife, tomou-se o cuidado em analisar se a participação nessas feiras poderia trazer mudanças em relação à divisão sexual do trabalho para as sujeitas da pesquisa e a dinâmica familiar. As perguntas que orientam o estudo descritivo e exploratório é: a participação em espaços agroecológicos, como as feiras, traz um processo emancipatório das mulheres agricultoras familiares? Como se dá essa emancipação? Ocorrem mudanças no ambiente familiar e ocorrem mudanças na relação com a divisão sexual do trabalho (produção e reprodução social)? Para tanto, foi realizada uma revisão de literatura sobre gênero por um viés geográfico, feminismos e agroecologia, trabalho e gênero na agroecologia, o conceito de redes por um viés geográfico e os principais conceitos e dinâmicas das feiras agroecológicas. A metodologia desta pesquisa estruturou-se na observação participante nos dias de feiras agroecológicas, participação em reuniões, análise de documentos da rede como o regimento de funcionamento das feiras, aplicação de um questionário sócioeconômico junto às mulheres feirantes da rede, bem como de dois grupos focais nas associações com maior quantidade de participantes femininas nas feiras: ASSIM e AMATERRA. Na versão do trabalho para qualificação foi apresentada uma sistematização do regimento das feiras da rede, bem como do perfil das feirantes com a utilização de gráficos, mapas e quadros. No texto final, serão sistematizados os grupos focais para que haja uma maior entendimento de como os feminismos incidem nas mulheres ao participar das feiras agroecológicas, bem como pode ocorrer a emancipação delas ao participarem dos processos existentes nesse espaço.

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  • MARGARIDA DA SILVA FERREIRA
  • BIORREMEDIAÇÃO DE SOLOS IMPACTADOS PELA AGRICULTURA: USO DE LIQUENS E SUAS SUBSTÂNCIAS COMO ALTERNATIVAS VIÁVEIS E AMBIENTALMENTE SUSTENTÁVEIS

  • Orientador : EUGENIA CRISTINA GONCALVES PEREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EUGENIA CRISTINA GONCALVES PEREIRA
  • MARIA DE LOURDES LACERDA BURIL
  • MÔNICA CRISTINA BARROSO MARTINS
  • Data: 29/08/2024

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  • A expansão agrícola e urbana vem, cada vez mais, diminuindo as terras correspondentes aos sistemas naturais. Em adição, os cultivos contíguos a essas áreas de vegetação natural, prejudicam não apenas o funcionamento e organismos desses ecossistemas, mas também impactam sobremaneira os solos. Nesse contexto, o Nordeste do Brasil, com ênfase aos estados de Pernambuco e Paraíba, sofre com impactos evidentes na sua costa, em áreas de Tabuleiros arenosos, devido à expansão da cana-de-açúcar; no interior, em áreas do semiárido propensas e inseridas nos Núcleos de Desertificação, o manejo inadequado da irrigação das plantações leva os solos à salinização. Dentre as técnicas usadas para mitigar o problema da perda de fertilidade desses solos, o uso de liquens e suas substâncias como promotores da biorremediação vem tomando cada vez mais espaço na pesquisa científica. Neste estudo objetivou-se compilar dados e discuti-los à luz da literatura, no intuito de indicar espécies liquênicas mais efetivas na biorremediação, bem como os compostos de maior poder quelante. Análises dos solos antes e após experimentos são discutidas, bem como o emprego de diferentes parâmetros de indução dos liquens a uma maior biossíntese de suas substâncias biorremediadoras, como a radiação, disponibilidade hídrica e adição da matéria orgânica e seus subprodutos. As espécies de liquens usadas nos estudos são capazes de modificar quimicamente os solos, percolando suas substâncias e interagindo quimicamente com os íons dispersos ao longo do perfil. C. substellata diminuiu os sais no semiárido e C. verticillaris biodisponibilizou nutrientes; a radiação incrementou a síntese de seus fenóis quelantes. Em relação aos diferentes solos, formas de manejo e aptidão, discute-se e indicam-se os considerados mais vulneráveis e os de melhor interação com as substâncias liquênicas. Considera-se factível a perspectiva do futuro uso desses produtos e obtenção de patentes.


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  • Aexpansão agrícola e urbana vem, cada vez mais, diminuindo as terras correspondentes a os sistemas naturais. Em adição, os cultivos contíguos a essas áreas de vegetação natural, prejudicam não apenas o funcionamento e organismos desses ecossistemas, mas também impactam sobremaneira os solos. Nesse contexto, o estado de Pernambuco sofre com impactos evidentes na sua costa, em áreas de Tabuleiros arenosos, devido a expansão da canade-açúcar; no interior, em áreas do semiárido propensas e inseridas nos Núcleos de Desertificação, o manejo inadequado da irrigação das plantações leva os solos à salinização. Dentre as técnicas usadas para mitigar o problema da perda de fertilidade desses solos, o uso de líquens e suas substancias como promotores da biorremediação vem tomando cada vez mais espaço na pesquisa científica. Neste estudo objetivou-se compilar dados e discuti-los à luz da literatura, no intuito de indicar espécies liquênicas mais efetivas na biorremediação, bem como os compostos de maior poder quelante. Em relação aos diferentes solos, formas de manejo e aptidão, discute-se e indica-se os considerados mais vulneráveis e os de melhor interação com as substâncias liquênicas. Considera-se factível a perspectiva do futuro uso desses produtos e obtenção de patentes.

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  • JOSE ALAN KARDECK AMARANTE SILVA
  • ANÁLISE DA VULNERABILIDADE NATURAL E AMBIENTAL AOS RISCOS DE ENCHENTES E INUNDAÇÕES NA BACIA HIDROGRAFIA DO RIO TEJIPIÓ - REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE

  • Orientador : OSVALDO GIRAO DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EDMARIO MARQUES DE MENEZES JUNIOR
  • LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
  • OSVALDO GIRAO DA SILVA
  • Data: 29/08/2024

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  • Várias áreas da Região Metropolitana do Recife sofrem com inundações, enchentes e alagamentos, principalmente durante o período de chuvas intensas. O estudo buscou analisar na Bacia Hidrográfica do rio Tejipió, alguns fatores geológicos e geomorfológicos que mais contribuem para a ocorrência dos eventos citados, pois, por possui uma morfologia e topografia favorável a suscetibilidade e tendo uma relação direta com a vulnerabilidade estrutural, classificando áreas de fragilidades ambientais a inundação enchentes e alagamentos. Assim, com geoindicadores, pode-se avaliar os graus dessa fragilidade ambiental, através de técnicas, como sensoriamento remoto, análise de imagens de satélite e levantamentos cartográfico. Usando os modelos empíricos, que têm como ponto comum o entendimento da inter-relação dos elementos do meio físico para determinar essa fragilidade, inicialmente, procedeu-se a uma revisão bibliográfica, visando à fundamentação teórica dos termos enchentes e inundações, assim como de geoindicadores; foram elaborados os mapas temáticos, além de tabelas e quadros que auxiliam no desenvolvimento para atender os objetivos específicos. Utilizando-se do ambiente SIG, foram processados e analisados imagem, figuras, mapas e tabelas. Para ratificação dos dados e informações cartográficas foram realizadas atividades de observação in loco, que após analises, junto com classificação ou reclassificação dos aspectos naturais, se obteve os graus de vulnerabilidade, que além dinamizar uma maior fragilidade ambiental, tem nas ações antrópicas uma forma de potencializar alguns dos fatores de risco. Inicialmente, constatou-se que fatores como a Litologia, Pedologia, uso da terra e a declividade como importantes Geoindicadores, onde foram classificados os mais condicionadores, por fim, através de mapas de suscetibilidade, identificados áreas com maiores graus de vulnerabilidades para enchente e inundações no médio e baixo curso, com suas estruturas e composições associados energia potencial favorecem a ocorrência dos fenômenos geomorfológicos, como erosão, deslizamentos, e fortes tendencias à enchentes e inundações.


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  • Várias áreas da Região Metropolitana do Recifesofrem com inundações, enchentes e alagamentos,principalmente durante o período de chuvasintensas. O estudo buscou analisar na BaciaHidrográfica do rio Tejipió, alguns fatores geológicose geomorfológicos que mais contribuem para aocorrência dos eventos citados, pois, por possuiuma morfologia e topografia favorável asuscetibilidade, que tem uma relação direta com avulnerabilidade estrutural, assim classificando áreasde fragilidades ambientais a inundação enchentes ealagamentos. Assim, os geoindicadores podemavaliar a fragilidade ambiental através de váriastécnicas, como sensoriamento remoto, análise deimagens de satélite e levantamentos cartográfico.Usando os modelos empíricos, que têm como pontocomum o entendimento da Inter-relação doselementos do meio físico para determinar essafragilidade, inicialmente, procedeu-se a uma revisãobibliográfica, visando à fundamentação teórica dostermos enchentes e inundações, assim como degeoindicadores; foram elaborados os mapastemáticos, que auxiliaram no desenvolvimento paraatender os objetivos específicos. Utilizando-se doambiente SIG, foram processados e analisados imagem, figuras, mapas e tabelas. Para ratificação dos dados e informações cartográficasforam realizadas atividades de observação in loco,que após analises, junto com classificação oureclassificação dos aspectos naturais, se obteve osgraus de vulnerabilidade, que além dinamizar umamaior fragilidade ambiental, tem nas açõesantrópicas uma forma de potencializar alguns dosfatores de risco. Inicialmente, constatou-se quefatores naturais como a Litologia, Pedologia e adeclividade, e antrópicos como uso daterra,possuem maiores graus de vulnerabilidadespara enchente e inundações no médio e baixocurso, pois suas estruturas e composiçõesassociados a energia potencial favorecem aocorrência dos fenômenos geomorfológicos, comoerosão e deslizamentos, influenciando tambémenchentes e inundações.

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  • JONATH TAVARES BARBOSA
  • A FEIRA DE CARUARU E SEU LUGAR NA CIDADE: USOS E APROPRIAÇÕES POR COMERCIANTES E MORADORES.

  • Orientador : CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • EMILIO TARLIS MENDES PONTES
  • PEDRO PAULO PINTO MAIA FILHO
  • Data: 29/08/2024

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  • O presente trabalho tem a finalidade de trazer uma discussão sobre a importância da Feira de Caruaru para os moradores e comerciantes dos bairros do Vassoural e Santa Rosa, locais onde a feira exerce influência direta. A pesquisa de mestrado que se encontra em andamento já consegue observar a relevância afetiva e a simbiose que a feira possui, não apenas com a cidade, mas também, com as pessoas que frequentam ou dependem dela para retirar o sustento, demonstrando uma relação de lugar que se estabelece cotidianamente dos moradores com ela. Além de um importante centro turístico, a Feira apresenta um grande destaque no âmbito econômico e cultural, visto que, movimenta o comércio local e é identidade do agreste pernambucano com suas peculiaridades. Diante disso, as atividades escolares também são afetadas pela dinâmica da Feira, pois, uma parcela dos estudantes são trabalhadores e em dias de sulanca, a frequência diminui. O fato dela ter se tornado patrimônio imaterial traz consigo uma importância muito grande, porém, durante essa pesquisa, pudemos constatar que seus moradores não vivenciam e/ou não apresentam uma relação direta com os discursos e atividades relacionadas ao processo patrimonial, por conta da forma como esse título foi estabelecido, sem a participação popular. A partir desse pressuposto, consideramos importante a discussão sobre a temática da educação patrimonial, na perspectiva de buscar reaproximar moradores e feirantes do debate e da gestão patrimoniais, aproximando esses atores das ações de preservação e da continuidade geracional dos símbolos culturais relacionados com a Feira. Partindo do conceito de lugar, analisando o espaço vivido, as relações de afetividade dos que compõem a feira e seus arredores, o nosso foco de análise será mostrar que ela vai muito mais além que um espaço de comercialização de produtos diversos, mas também, um espaço carregado de sentimentos, histórias, laços afetivos e espaços de medo.


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  • O presente trabalho tem a finalidade de trazer uma discussão sobre a importância da Feira de Caruaru para os moradores e comerciantes do bairro do Vassoural, local onde a feira está inserida. A pesquisa de mestrado que se encontra em andamento já consegue observar a relevância afetiva e a simbiose que a feira possui, não apenas com a cidade, mas também, com as pessoas que frequentam ou dependem dela para retirar o sustento, demonstrando uma relação de lugar que se estabelece nessa relação cotidiana dos moradores com a feira. Além de um importante centro turístico, a Feira apresenta um grande destaque no âmbito econômico e cultural, visto que, movimenta o comércio local e é identidade do agreste pernambucano com suas peculiaridades. O fato da feira ter se tornado patrimônio imaterial traz consigo uma importância muito grande para ela, porém, na realização dessa pesquisa, pudemos constatar que seus moradores não vivenciam e/ou não apresentam uma relação direta com os discursos e atividades relacionadas ao processo patrimonial. A partir desse pressuposto, consideramos importante a discussão sobre a temática da educação patrimonial, na perspectivade buscar reaproximar moradores e feirantes do debate e da gestão patrimoniais, aproximando esses atores das ações de preservação e da continuidade geracional dos símbolos culturais relacionados com a Feira. Partindo do conceito de lugar, analisando o espaço vivido, as relações de afetividade dos que compõem a feira e seus arredores, o nosso foco de análise será mostrar que ela vai muito mais além que um espaço de comercialização de produtos diversos, mas também, um espaço carregado de sentimentos, histórias e laços afetivos com o espaço.

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  • DOUGLAS WILSON SILVA SANTANA
  • EXPANSÃO ECONÔMICA E CENTRALIDADE URBANA: UMA ANÁLISE ESPACIAL DA REGIÃO INTERMEDIÁRIA DE CARUARU-PE

  • Orientador : ANA CRISTINA DE ALMEIDA FERNANDES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CRISTIANA COUTINHO DUARTE
  • LUCIA FERREIRA LIRBORIO
  • THIAGO ADRIANO MACHADO
  • Data: 29/10/2024

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  • A cidade de Caruaru desempenha um papel estratégico na articulação econômica e logística de sua região, composta por 65 municípios no agreste pernambucano, estando situada na transição entre o litoral e o sertão, e dispondo de uma rede viária formada por rodovias federais e estaduais. A pesquisa tem caráter exploratório e utiliza o geoprocessamento como ferramenta para investigar e realizar análises complementares na dinâmica urbano-regional. O objetivo do trabalho é investigar novas perspectivas territoriais para a área da região intermediária de Caruaru, por meio de análise espacial. Para isso, foram utilizados dados do estudo Regiões de Influência das Cidades – REGIC, que contém informações sobre as dinâmicas urbanoregionais do território brasileiro nos anos de 2007 e 2018, aplicando-se o modelo IDW (Inverse Distance Weighting). Após a análise espacial, foram obtidas novas visões territoriais nas categorias de comércio, serviços, educação superior e saúde, extrapolando os limites federativos e apresentando uma estimativa do alcance da influência da centralidade urbana (AICENURB) em forma de cobertura por faixas de cor. Assim, é instigante combinar métodos cartográficos modernos com conhecimento geográfico, embora seja necessário o refinamento dos parâmetros estatísticos e a inclusão de outros modelos e variáveis para garantir a solidez dessa análise espacial.


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  • A cidade de Caruaru desempenha um papel estratégico na articulação econômica e logística da sua região, composta por 65 municípios, no agreste pernambucano está situada na transição do litoral para o sertão, dispondo de uma rede viária composta por rodovias federais e estaduais. Sua posição central na região intermediária a torna um núcleo vital para o avanço regional e para a eficiente distribuição de produção. O objetivo do trabalho é verificar a possibilidade de novas perspectivas territoriais para a área da região intermediária de Caruaru-PE a partir de análise espacial que compreenda seus fluxos centrais. Para isso, é realizada a coleta de dados do estudo de Regiões de influência das cidades (REGIC) do IBGE que contém informações relacionadas as dinâmicas urbanas-regionais do território brasileiro. Assim, a análise espacial será realizada com o índice de Moran a fim de identificar clusters e evidências da expansão econômica entre 2007 e 2018. A pesquisa ainda não está finalizada, apesar disso apresenta progresso no estudo da dinâmica urbana no semiárido nordestino.

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  • REBEKA VIANA SANTOS
  • O ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE GEOGRAFIA NA UFPE: ALGUMAS PERSPECTIVAS DOS DISCENTES

  • Orientador : PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIEL MALLMANN VALLERIUS
  • FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
  • PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
  • Data: 13/12/2024

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  • O estágio impacta diretamente a formação inicial do professor e é um processo marcado por novas configurações seja filosófica, política ou econômica que a sociedade manifesta e adota. Por isso, a formação docente inicial de professores certamente é uma temática de herméticas e profundas discussões, reflexões e análises. Na vigente pesquisa, busca-se compreender como o Estágio Supervisionado do curso de Geografia da UFPE é visto e/ou qualificado pelos estudantes com vistas a refletir sobre sua relevância, trazendo à tona as reflexões e percepções dos futuros professores de Geografia. Em consonância a esses objetivos: a) Ofertar subsídios para qualificar ainda mais o Estágio Supervisionado através dos olhares de discentes do curso; b) Apontar algumas perspectivas da relação teoria-prática atuante no Estágio Supervisionado da UFPE representada na formação docente inicial; c) Observar as metodologias aplicadas quanto às disciplinas de Estágio Supervisionado em Geografia da UFPE na formação inicial. Enxerga-se a princípio a concepção de que o estágio supervisionado comporta-se como uma categoria que possui grande importância na formação docente inicial, uma vez que devido à sua relação teoria-prática e às possibilidades de reflexão que esse vem a proporcionar ao futuro professor de Geografia, contribuindo intensivamente para a construção da identidade docente, pois caracteriza-se como espaço de reflexão sobre a práxis pedagógica que se está a desenvolver. O lócus de pesquisa está direcionado a estudantes matriculados nas disciplinas de Estágio Supervisionado em Geografia 2 e 4 da Universidade Federal de Pernambuco. A revisão bibliográfica está baseada em autores que indagam reflexões sobre os objetos de estudo que aparecem ao longo desta discussão: Estágio Supervisionado; formação inicial de professores; construção identitária; dentre outras discussões; além dos aportes legislativos. Quanto à metodologia, a pesquisa é de caráter qualitativo utilizando como instrumentos técnicos a revisão de literatura das categorias e pesquisa documental, assim como, a aplicação de um questionário aberto e fechado. A roda de diálogo com os discentes e a análise de relatórios de estágio também foram utilizados como instrumento de coleta de dados. Os resultados obtidos foram discutidos a partir de quadros comparativos e gráficos trazendo à tona várias indagações que nos fizeram refletir sobre todo o arranjo curricular não apenas de Estágio, como era pensado no início, todavia, como também do curso. Ademais, pode-se apontar conforme os resultados colhidos que o Estágio Supervisionado na UFPE possui certos entraves a serem superados como: a) falta de diálogo entre os sujeitos que constituem o curso; b) carga horária mínima exigida de Estágio; c) falta de articulação da teoria à prática; d) desalinhamento da Geografia Escolar no conteúdo programático das disciplinas; e) processo burocrático como entrave; e f) falta de uma construção participativa dos discentes no PPC. Por hora, encerra-se este ensaio com algumas certezas, contribuições e certa satisfação em saber que se estabeleceu um diálogo movido pela inquietação, por um olhar sensível e pela vontade de contribuir significativamente, porém muitas incertezas ainda pairam à espera de retornarmos na possibilidade de termos um novo cenário de mudança ou investigar baseado nessas inquietudes outras considerações.


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  • Na vigente pesquisa, busca-se identificar as contribuições do Estágio Curricular Supervisionado na formação docente inicial do professor de Geografia da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE e sua identidade docente juntamente com a práxis pedagógica por meio de uma análise comparativa entre Estágio 1 e 4. Enxerga-se a princípio a concepção de que o estágio supervisionado comporta-se como uma categoria que possui grande importância na formação docente inicial, uma vez que devido à sua complexa relação teoria-prática e às possibilidades de reflexão e criticidade que esse vem proporcionar ao futuro professor de Geografia, contribuindo intensivamente para a construção da identidade docente, pois caracteriza-se como lócus de ponderação e análise sobre a práxis pedagógica que se está a desenvolver. O lócus de pesquisa está direcionado a estudantes matriculados nas disciplinas de Estágio Supervisionado em Geografia 1 e 4 dos semestres letivos do ano de 2023.1 e 2023.2 do curso presencial de Licenciatura em Geografia da Universidade Federal de Pernambuco. A revisão bibliográfica está baseada em autores que indagam reflexões sobre os objetos de estudo que aparecem ao longo desta discussão: EstágioSupervisionado; formação inicial de professores; construção identitária; dentre outras discussões; além dos aportes legislativos. Quanto à metodologia, a pesquisa é de caráter qualitativo, por meio da revisão de literatura das categorias que são postas em evidência, assim como, a aplicação de um questionário aberto e fechado. Os dados gerados são analisados por meio da análise de conteúdo, na busca das percepções identitárias dos estudantes e das revisões literárias pela compreensão do delineamento entre estágio supervisionado e a formação docente inicial.

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  • LARISSA DE SÁ MENEZES
  • ANÁLISE ESPAÇO-TEMPORAL DA DINÂMICA DO USO DA TERRA: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA O PLANEJAMENTO AMBIENTAL E TERRITORIAL DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BOTAFOGO/PE

  • Orientador : DANIEL RODRIGUES DE LIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIEL RODRIGUES DE LIRA
  • FREDSON PEREIRA DA SILVA
  • LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
  • Data: 20/12/2024

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  • O estudo analisa a dinâmica espaço-temporal do uso e ocupação da terra e seus impactos na Bacia Hidrográfica do Rio Botafogo, Pernambuco. Historicamente, a área foi utilizada extensivamente para a monocultura de cana-de-açúcar e extração de madeira. Nos últimos 30 anos, tem passado por um processo de urbanização impulsionado pela especulação imobiliária e desenvolvimento de um polo industrial. A pesquisa busca compreender e analisar a evolução do uso e cobertura da terra na bacia do rio Botafogo e suas implicações ambientais e socioeconômicas. O estudo se justifica pela relevância dessa área, que enfrenta problemas como degradação ambiental e crise hídrica, com impactos diretos no abastecimento de água para municípios vizinhos. Para isto, foram utilizadas imagens de satélite (Coleção 8 do Mapbiomas) processadas no Google Earth Engine e em SIG (QGIS) para mapear o uso da terra nas últimas décadas (1990, 2000, 2010 e 2020). Além disso, o método de classificação de canais de drenagem de Strahler foi empregado para compreender o impacto do uso da terra sobre os cursos d'água. Também foram usados métodos de identificação de impactos baseados na Resolução CONAMA nº 01/86 e em avaliações qualitativas in loco. A validação do uso e ocupação da terra e dos impactos identificados foram realizados por meio de trabalhos de campo, registros fotográficos, de GPS, e pelo cruzamento com bases de dados oficiais. Como resultados principais, as análises revelaram que a cobertura florestal, Savânica e manguezais cresceram, especialmente devido a restrições legais e criação de áreas protegidas, assim como as áreas urbanas. A aquicultura apresentou crescimento significativo nos últimos 30 anos, seguindo a demanda mundial, apesar de ter sido reduzida em área entre 2010 e 2020, o que provavelmente está relacionada as restrições impostas pelo Código Florestal brasileiro de 2012, permitindo sua utilização apenas mediante estudos técnicos específicos. Corpos d’água e áreas úmidas, como a Barragem de Botafogo, apresentaram redução, o que pode impactar negativamente o abastecimento hídrico. Áreas sem vegetação, Pastagem e a Silvicultura também reduziram em área no período de 30 anos. A monocultura da cana-de-açúcar e a agropecuária se mantiveram predominantes, mantendo a estabilidade. Os impactos ambientais e socioeconômicos analisados mostraram impactos imediatos, de médio prazo e longo prazo significativos, positivos e negativos, que podem se modificar conforme os cenários previstos. Sobre as prospecções futuras para a bacia hidrográfica, foram pensados dois cenários, um relacionando-se aos aspectos fisiográficos e socioeconômicos da bacia e outro aos aspectos ambientais legais. O estudo revela que, apesar dos avanços na preservação ambiental, a urbanização desordenada e o uso intensivo da terra, principalmente para o cultivo da cana-de-açúcar, continuam a comprometer os recursos hídricos da bacia. As projeções indicam que a expansão urbana continuará a pressionar os sistemas naturais, destacando a necessidade de um planejamento territorial integrado e de uma fiscalização ambiental maior na bacia para garantir a sustentabilidade ambiental e hídrica da região.


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  • O uso e ocupação das terras da bacia hidrográfica do rio Botafogo se iniciou com cultivo da monocultura da cana-de-açúcar e do coco, e posteriormente com a extração de madeira e lenha para consumo local. Mais recentemente, com o desenvolvimento das rodovias, como a BR-101, essa urbanização se caracterizou pela atividade industrial intensa, especialmente a indústria sucroalcooleira, pelo turismo relacionado as características físico-ambientais e históricas do território, além da ocupação de segundas residências, na forma de casas de veraneio. Atualmente, o processo de urbanização no litoral norte de Pernambuco está relacionado ao recente polo automotivo e industrial de Goiana e a expansão imobiliária de alto padrão que segue na direção norte do bairro de Aldeia, Camaragibe, no sentido de Araçoiaba, como alternativa de qualidade de vida próxima à natureza. Diante disto, esse uso e ocupação das terras sem planejamento territorial prévio causou/tem causado diversas alterações nos seus aspectos ambientais, o que afetou/tem afetado os sistemas costeiros e entre outros, o sistema da bacia hidrográfica do rio Botafogo, objeto deste estudo, trazendo impactos socioambientais e econômicos significativos para a região. Entre os impactos está a crise hídrica e a consequente falta de água para o abastecimento da população local. Isto tem sido uma realidade para a Barragem de Botafogo, situada no rio de mesmo nome, que compõe um dos maiores reservatórios de abastecimento de água de Pernambuco, responsável pelo abastecimento de municípios de Olinda, Paulista, Igarassu e Abreu e Lima, na RMR. Dessa maneira, faz-se necessário estudos do padrão de uso e ocupação da terra, o qual traz maior consistência ao planejamento territorial e ambiental. Assim, esta pesquisa objetiva identificar os usos e cobertura da terra em uma escala de evolução espaço-temporal para a bacia hidrográfica do rio Botafogo através da aplicação de geotecnologias. Para isto, serão utilizadas geotecnologias, com foco no SIG e geração de imagens por sensoriamento remoto, para a produção de mapas temáticos e visualização da dinâmica do uso e cobertura da terra. As imagens de satélite permitem a visualização das mudanças no uso e cobertura da terra em um dado tempo e espaço. Aliado a isto, a teoria geossistêmica contribuirá nessa pesquisa no entendimento e análise da dinâmica do uso da terra por meio das informações geomorfológicas, geológicas, pedológicas, altimétricas e hidrográficas. Considerando a bacia hidrográfica como um território, essas informações serão aliadas aos dados socioeconômicos que compõe a bacia hidrográfica do rio Botafogo, que representam importantes elementos relacionados a mudanças no uso da terra. Conclui-se que apesar dos avanços das áreas verdes e de áreas de mangue na baciahidrográfica, aliado a existências de unidades de conservação e outras restrições/impeditivos legais, o uso e ocupação da terra tem sido influenciada pelo aumento das áreas urbanizadas, a manutenção secular do plantio da cana-de-açúcar e agropecuária, além da diminuição das áreas úmidas da bacia, corpos d’água e supressão de nascentes, o que tem impactado diretamente no abastecimento de água da região norte da RMR. As áreas urbanas poderão crescer no sentido da BR-101 e de Araçoiaba.

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  • LILIAN RENATA TEIXEIRA DA SILVA
  • GEOGRAFIA ESCOLAR E O SEMIÁRIDO BRASILEIRO: CONSTRUINDO NOVOS OLHARES A PARTIR DE UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA

  • Orientador : PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FREDSON PEREIRA DA SILVA
  • LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
  • PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
  • Data: 20/12/2024

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  • O Semiárido Brasileiro (SAB) tem sido historicamente alvo de estereótipos negativos, resultantes de fatores sociais, culturais, políticos e econômicos. Esses discursos destacam as dificuldades impostas pelas secas, desconsiderando as potencialidades da região em termos paisagísticos, biológicos, geográficos e socioeconômicos. Essa percepção limitada consolidou uma visão preconceituosa sobre o SAB, que ainda predomina no imaginário popular. Em resposta a esse cenário, a Geografia escolar é vista como um instrumento crucial para desmistificar esses paradigmas, promovendo um entendimento mais complexo e realista da região. Partindo dessa problemática, a pesquisa buscou responder a questões centrais: Como os estereótipos sobre o SAB foram formados?; De que forma a Geografia escolar pode contribuir para ampliar o entendimento sobre essa região?; Qual é a percepção dos estudantes em relação ao SAB?; e Quais recursos didáticos podem ser utilizados para repensar os estereótipos associados ao Semiárido?. O estudo foi realizado com estudantes do sétimo ano do Ensino Fundamental na Escola Souza Veras, em Pernambuco, por meio de uma sequência didática aplicada nas aulas de Geografia. Desse modo, o objetivo geral consiste em compreender a percepção de estudantes do 7ª ano do Ensino Fundamental em relação ao Semiárido Brasileiro, desenvolvendo uma sequência didática durante as aulas de Geografia com o intuito de repensar os estereótipos mais comuns relacionados a essa região. Os Objetivos Específicos incluem: analisar o processo histórico de ocupação e delimitação da região, investigar a origem dos estereótipos, explorar a evolução do ensino de Geografia no Ensino Fundamental e desenvolver práticas pedagógicas voltadas à desconstrução de preconceitos sobre o Semiárido. A pesquisa utilizou uma abordagem qualitativa, com foco na aplicação de uma sequência didática. No Capítulo 1 encontra-se uma abordagem histórica de ocupação do SAB, juntamente com seus aspectos físicos-geográficos. O Capítulo 2 analisa os estereótipos regionais e suas influências na percepção social. O Capítulo 3 contextualiza a Geografia escolar, destacando sua relevância para o estudo do SAB. No Capítulo 4, são detalhadas as etapas de aplicação da sequência didática, incluindo os métodos adotados para compreender e transformar as percepções dos estudantes. Os resultados reforçam que a Geografia escolar tem o potencial de mudar a visão limitada sobre o Semiárido, valorizando suas características únicas e promovendo um entendimento mais abrangente. Através de práticas pedagógicas críticas e inclusivas, incluídas na sequência didática, é possível transformar os discursos que historicamente marginalizaram o SAB, permitindo que estudantes reconheçam tanto os desafios quanto as riquezas dessa região.


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  • Os estereótipos associados ao Semiárido brasileiro (SAB) frequentemente obscurecem sua vasta diversidade biológica e paisagística, eliminando seu processo de delimitação regional e restringindo erroneamente todas as características da região ao cenário homogêneo das secas. As distorções imaginárias sobre diferentes regiões, principalmente aquelas que não se conhece pessoalmente, são chamadas de “estereótipos regionais”. Esses estereótipos frequentemente são enraizados na cultura popular, desempenhando um papel significativo na formação de percepções distorcidas sobre determinadas áreas geográficas. Diante desse contexto, percebe-se a Geografia escolar como um instrumento essencial para desafiar esses paradigmas enviesados e tendenciosos, que tendem a associar o Semiárido Brasileiro apenas aos seus aspectos negativos. Afinal, a Geografia, enquanto componente curricular da educação básica, investiga o espaço geográfico resultante das complexas interações entre os seres humanos e o ambiente natural. Ao desafiar essas narrativas simplificadas, os professores contribuem para a formação de indivíduos mais conscientes da complexidade que caracteriza as diferentes regiões do Brasil. Desse modo, o objetivo geral desta pesquisa consiste em compreender a percepção de estudantes do 7ª ano do Ensino Fundamental em relação ao Semiárido Brasileiro, desenvolvendo uma sequência didática durante as aulas de Geografia com o intuito de repensar os estereótipos mais comuns relacionados a essa região. Para cumprir com o caráter investigativo desta pesquisa, a aplicação da sequência didática ocorreu durante as aulas de Geografia no primeiro semestre letivo de 2024, dividida em quatro atividades com objetivos complementares: 1) Captação dos conhecimentos prévios sobre o Semiárido Brasileiro; 2) Representações sobre a região Semiárida brasileira; 3) Pesquisa e apresentações sobre os estereótipos identificados sobre o SAB e Região Nordeste; 4) Avaliação e reflexão acerca dos conhecimentos adquiridos. A partir de sua aplicação, constatou-se que os estudantes ainda possuíam muitas percepções estereotipadas acerca do SAB, influenciadas por diversos fatores como a falta de contato com a região e acesso a representações estereotipadas que destacam sempre suas limitações e raramente suas potencialidades e diversidade, mas a medida que as discussões eram aprofundadas houve a ampliação desses conhecimentos e a possibilidade de repensar os estereótipos.

Teses
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  • RICLAUDIO SILVA SANTOS
  • DOMÍNIO SEMIÁRIDO DA CAATINGA: UMA PROPOSTA TIPOLÓGICA E REGIONAL ATRAVÉS DA CARTOGRAFIA DE PAISAGEM

  • Orientador : LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JACIMÁRIA FONSECA DE MEDEIROS
  • DANIEL RODRIGUES DE LIRA
  • JOSEFA ELIANE SANTANA DE OLIVEIRA PINTO
  • LARISSA MONTEIRO RAFAEL
  • LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
  • Data: 21/02/2024

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  • O conhecimento espacial sobre os ambientes naturais tem sido uma importante ferramenta para entender o funcionamento da superfície terrestre, e dentro desse arcabouço, os mapas são produtos basilares para as geociências. Neste sentido, a presente tese tem como objetivo investigar a paisagem do Semiárido Brasileiro por meio de abordagens integradas, com foco nos componentes biofísicos, a fim de produzir informações cartográficas inéditas para a área de estudo. Dentro da literatura relacionada, examina as principais abordagens de estudo integrado da paisagem e suas características, como as propostas de Viktor Borisovich Sochava, Georges Bertrand e Aziz Ab'Saber, entre outros, que se apresentam dentro do pensamento sistêmico de estudo da natureza, com pressupostos da Teoria Geral dos Sistemas (ou Teoria dos Sistemas Gerais). A pesquisa é apoiada em conceitos como geossistema e domínios morfoclimáticos, entre outros, e metodologias que envolvem o geoprocessamento de informações e a cartografia de paisagens. A análise se baseia na representação dos complexos naturais, considerando seus componentes (litologia, relevo, clima, solos, vegetação, usos antrópicos, entre outros), para fornecer importantes informações sobre as inter-relações entre eles. Entre os resultados obtidos, destacam-se os produtos cartográficos sobre as paisagens estudadas, a identificação e regionalização dos tipos de paisagens, e a descrição detalhada das regiões paisagísticas que formam o Domínio Semiárido da Caatinga, a saber: Litoral Ceará-Piauí; Bacia Potiguar; Depressão Sertaneja Setentrional; Depressão Sertaneja Central; Depressão Sertaneja Oriental; Depressão Contas-Paraguaçu; Casa Nova/Xique-Xique; Médio São Francisco; Araripe; Borborema; Tucano-Jatobá; Chapada Diamantina; Espinhaço; Ibiapaba; Depressão Piauí-Canindé; e Serras das Confusões e Capivara. Por fim, espera-se que este trabalho sirva como auxílio teórico, metodológico e fonte de dados para aqueles que buscam conhecimento sobre as diversidades internas do semiárido brasileiro e o estudo da paisagem.


  • Mostrar Abstract
  • As paisagens do Semiárido Brasileiro já foram estudadas por diversas abordagens e diferentes termos, Ecorregiões, Domínios Morfoclimáticos, Ecossistemas, Unidades Taxonômicas, Geossistemas, entre outros. Entretanto, devido à complexidade das paisagens que formam esta porção à nordeste do território brasileiro, o tema não se esgotou e ainda é atual e pertinente. Os diversos estudos que buscaram investigar as paisagens do semiárido brasileiro, por meios de abordagens biofísicas, são objeto desta pesquisa, que visa a partir dos mesmos elaborar uma proposta de classificação dessas paisagens. Inicialmente buscou-se resgatar as principais abordagens de análise integrada das paisagens naturais, comparando-as e destacando suas singularidades dentro do pensamento sistêmico. Posteriormente foram investigadas as pesquisas aplicadas diretamente no Semiárido Brasileiro, ou em todo Nordeste do Brasil, em uma ampla revisão dos estudos dessas paisagens. O objetivo derradeiro é apresentar uma proposta de classificação das paisagens do semiárido brasileiro, em dois níveis de analise, um menor, a respeito dos tipos de paisagens, e um nível superior que trata das regiões paisagísticas do semiárido brasileiro. São levadas em consideração as informações a respeito da litologia, relevo, substrato, vegetação e uso da terra, a partir de uma abordagem integrada, apoiada na cartografia da paisagem.

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  • TWANE MARIA CORDEIRO XAVIER
  • ARRANJO URBANO-REGIONAL DISPERSO DO POLO DE CONFECÇÕES DO AGRESTE DE PERNAMBUCO

  • Orientador : DORALICE SÁTYRO MAIA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANIERES BARBOSA DA SILVA
  • DENISE DE SOUZA ELIAS
  • DORALICE SÁTYRO MAIA
  • JAN BITOUN
  • LIVIA IZABEL BEZERRA DE MIRANDA
  • Data: 23/02/2024

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  • A problemática desta tese surgiu ao observar a dinâmica econômica provocada pela confecção de roupas no Agreste pernambucano nos últimos 40 anos, a mudança socioespacial da região é perceptível.  A  região  tem  passado  por  transformações  que  vão  além  do  crescimento populacional e da expansão urbana. Onde uma atividade produtiva, que começou de maneira incipiente em Santa Cruz do Capibaribe – PE na década de 1970, difundida para Toritama – PE e Caruaru  –  PE nos anos 1980, alcançou um conjunto de pequenos municípios dispersos no interior de Pernambuco e alguns municípios paraibanos nos últimos anos, dando contorno a um novo processo de regionalização. Para  entender esse processo,  buscou-se  analisar a influência dessa atividade produtiva na reconfiguração urbano-regional dos municípios que fazem parte do Polo de Confecções do Agreste de Pernambuco, com apoio em discussões contemporâneas que trazem  luz  às novas  estruturas espaciais,  ou ainda aparados na definição de processos de dispersão urbana, cidade difusa, urbanização extensiva e arranjo urbano-regional. Assim, esse trabalho teve como objetivos (i) identificar a evolução da mancha urbana e da ocupação do solo dos  municípios  que  compõem  a  região  a  partir  do  período  de  consolidação  da  atividade  de confecção;  (ii)  verificar  e  revelar  as  relações  interescalares  existentes  entre  as  três  cidades principais do Polo de Confecções do Agreste de Pernambuco e os municípios influenciados pela atividade produtiva; (iii) identificar os agentes sociais que atuam na produção do espaço nesse arranjo espacial, e como se dá sua articulação em rede; (iv) apresentar como a atividade de  confecção  conseguiu  se  consolidar  em  uma  região  marcada  pela  pluriatividade  e  pela disponibilidade  de  mão  de  obra,  com  estrutura  agrária  de  pequena  e  média  propriedade  e estrutura urbana formada por muitas pequenas cidades. Para tanto, foi realizada a quantificação das mudanças na cobertura do solo em um intervalo de 40 anos, baseada em classificações do GHSL e do  MapBiomas; foram  realizadas  análises quantitativas  de  dados  socioeconômicos  oriundos das RAIS e o IBGE; além de  atividades em campo  e aplicação de  entrevistas com agentes sociais. Essa abordagem conceitual, associada aos resultados obtidos em cada análise, permitiram  mostrar  a  evolução  da  ocupação  das  cidades  ao  longo  dos  anos,  a  relação  da população com a atividade de confecção, as interações espaciais entre as cidades com apoio dos agentes sociais e,  por fim, a proposta de regionalização composta pelo conjunto de cidades dispersas que tem a atividade de confecção como ponto em comum, identificada como arranjo urbano-regional disperso do Polo de Confecções do Agreste de Pernambuco.


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  • A problemática desta tese surgiu ao observar a dinâmica econômica provocada pela confecção de roupas no Agreste pernambucano nos últimos 40 anos, a mudança socioespacial da região é perceptível.  A  região  tem  passado  por  transformações  que  vão  além  do  crescimento populacional e da expansão urbana. Onde uma atividade produtiva, que começou de maneira incipiente em Santa Cruz do Capibaribe – PE na década de 1970, difundida para Toritama – PE e Caruaru  –  PE nos anos 1980, alcançou um conjunto de pequenos municípios dispersos no interior de Pernambuco e alguns municípios paraibanos nos últimos anos, dando contorno a um novo processo de regionalização. Para  entender esse processo,  buscou-se  analisar a influência dessa atividade produtiva na reconfiguração urbano-regional dos municípios que fazem parte do Polo de Confecções do Agreste de Pernambuco, com apoio em discussões contemporâneas que trazem  luz  às novas  estruturas espaciais,  ou ainda aparados na definição de processos de dispersão urbana, cidade difusa, urbanização extensiva e arranjo urbano-regional. Assim, esse trabalho teve como objetivos (i) identificar a evolução da mancha urbana e da ocupação do solo dos  municípios  que  compõem  a  região  a  partir  do  período  de  consolidação  da  atividade  de confecção;  (ii)  verificar  e  revelar  as  relações  interescalares  existentes  entre  as  três  cidades principais do Polo de Confecções do Agreste de Pernambuco e os municípios influenciados pela atividade produtiva; (iii) identificar os agentes sociais que atuam na produção do espaço nesse arranjo espacial, e como se dá sua articulação em rede; (iv) apresentar como a atividade de  confecção  conseguiu  se  consolidar  em  uma  região  marcada  pela  pluriatividade  e  pela disponibilidade  de  mão  de  obra,  com  estrutura  agrária  de  pequena  e  média  propriedade  e estrutura urbana formada por muitas pequenas cidades. Para tanto, foi realizada a quantificação das mudanças na cobertura do solo em um intervalo de 40 anos, baseada em classificações do GHSL e do  MapBiomas; foram  realizadas  análises quantitativas  de  dados  socioeconômicos  oriundos das RAIS e o IBGE; além de  atividades em campo  e aplicação de  entrevistas com agentes sociais. Essa abordagem conceitual, associada aos resultados obtidos em cada análise, permitiram  mostrar  a  evolução  da  ocupação  das  cidades  ao  longo  dos  anos,  a  relação  da população com a atividade de confecção, as interações espaciais entre as cidades com apoio dos agentes sociais e,  por fim, a proposta de regionalização composta pelo conjunto de cidades dispersas que tem a atividade de confecção como ponto em comum, identificada como arranjo urbano-regional disperso do Polo de Confecções do Agreste de Pernambuco.

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  • EMMANUELE RIBEIRO DE MENDONCA
  • GEOGRAFIA PERNAMBUCANA ENTRE 1863 E 1946: INSTITUIÇÕES, TESES E PESQUISADORES

  • Orientador : RODRIGO DUTRA GOMES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDRÉ NUNES DE SOUSA
  • DIRCEU SALVIANO MARQUES MARROQUIM
  • EDVANIA TORRES AGUIAR GOMES
  • NILSON CORTEZ CROCIA DE BARROS
  • RODRIGO DUTRA GOMES
  • Data: 27/06/2024

  • Mostrar Resumo
  • Certos de que há uma história regional da Geografia em diferentes escalas, nos debruçamos sobre o Estado de Pernambuco. A escala regional “provinciana” (Livingstone, 2010; Raj, 2015), num país de dimensões continentais, multicultural e profundamente desigual é relevante em pesquisas sobre a Geografia brasileira. Assim, há um período intrigante e pouco estudado, que vai do final do século XIX até a década de 1930, tendo por referência o advento da República até a fundação da Universidade de São Paulo. Mas, como se processou essa fase da Geografia Brasileira em Pernambuco? A partir dessa questão, o objetivo geral da tese é de analisar a produção de pesquisas geográficas desenvolvidas entre 1862 e 1946, no âmbito do IAHGP, Ginásio Pernambucano e Escola Normal Oficial. Assim, foram definidos os seguintes objetivos específicos: I) Identificar os trabalhos geográficos, vinculados às instituições escolhidas; II) Contextualizar essas pesquisas, tendo em vista o perfil socioprofissional de seus autores, as tendências geográficas e demandas sociais; III) Caracterizar os círculos de afinidades entre esses pesquisadores. O procedimento metodológico recorreu à pesquisa documental, método hermenêutico e abordagem contextual de Vincent Berdoulay (2017). Resultaram da pesquisa documental 99 artigos da Revista do IAHGP e sete teses de Geografia vinculadas ao Ginásio Pernambucano e Escola Normal Oficial. Elegemos para a análise os textos dos autores recorrentes na Revista do IAHGP e das teses de Geografia. A compreensão desses textos nos permitiu reinterpretar o passado científico pernambucano e brasileiro, caracterizado por pesquisas geográficas que uniram ciência e cultura.


  • Mostrar Abstract
  • O desenvolvimento da Geografia no Brasil e, mais especificamente, em Pernambuco, é intrinsecamente ligado às instituições intelectuais. A produção de conhecimento geográfico pode ser abordada sob uma perspectiva espacial, destacando a importância do espaço na produção e circulação de conhecimentos científicos em diferentes escalas. Diante disto, se coloca a seguinte questão: como se desenvolveu a Geografia em Pernambuco entre 1862 e 1946?Para respondê-la, o objetivo geral é de analisar a produção geográfica das instituições intelectuais na cidade do Recife entre 1862 e 1946. Assim, foram delineados os objetivos específicos de: elucidar o contexto de produção e circulação do conhecimento geográfico sistemático no Recife; identificar os trabalhos geográficos sistemáticos produzidos a partir das instituições intelectuais; desvendar os trabalhos geográficos sistemáticos, tendo em vista a relação entre seus autores, tendências e demandas sociais. A tese seguiu uma análise contextual com aporte de procedimentos metodológicos da pesquisa documental, numa perspectiva crítica. A variável espacial foi crucial, demandando uma análise geográfica da história da Geografia, com base nos pensamentos de Milton Santos, Doreen Massey, David N. Livingstone e Kapil Raj. Foram identificados 94 textos na Revista do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano (RIAHGP), 8 Teses de Geografia (Ginásio Pernambucano e Escola Normal Oficial) e 16 trabalhos em Congressos Brasileiros de Geografia. A análise permitiu uma compreensão aprofundada do desenvolvimento da Geografia em Pernambuco, revelando conexões entre contextos espaciais, autores e demandas sociais.

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  • CARLA SUELANIA DA SILVA
  • EVOLUÇÃO E DINÂMICA DA PAISAGEM GEOMORFOLÓGICA DO BAIXO CURSO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO GOIANA–PE

  • Orientador : OSVALDO GIRAO DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BRUNO DE AZEVEDO CAVALCANTI TAVARES
  • DRIELLY NAAMMA FONSECA DA SILVA
  • OSVALDO GIRAO DA SILVA
  • SIMONE CARDOSO RIBEIRO
  • WEMERSON FLAVIO DA SILVA
  • Data: 28/06/2024

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  • A geomorfologia fluvial é um campo de estudo que investiga a dinâmica dos cursos d'água, que proporciona conhecimento sobre a estrutura dos canais, a organização espacial e a evolução das paisagens fluviais. Os rios modificam o relevo por meio de ajuste fluvial, adaptando-se às mudanças ocorridas na superfície terrestre, como movimentos tectônicos, variações no nível do mar ou atividades humanas. Os efeitos erosivos dos rios podem ser observados na paisagem, a partir da incisão fluvial, rearranjos da drenagem, migração dos canais, alterações no nível de base, nas taxas de denudação e na origem dos sedimentos. O estudo da drenagem é fundamental para compreender os fatores que a condicionam, a partir da organização dos canais é possível interpretar a dinâmica induzida nessa configuração, seja ela de natureza tectônica e/ou climática, em diferentes escalas espaciais e temporais. O estudo em questão analisa a evolução e a dinâmica da paisagem geomorfológica do baixo curso da Bacia Hidrográfica do rio Goiana, em Pernambuco. No estudo objetivou-se investigar as respostas das formas de relevo aos processos inerentes à evolução da rede de drenagem, compreender o papel da morfoestrutura e morfotectônica, mapear os ambientes deposicionais e analisar a gênese do divisor topograficamente baixo, isto porque, a partir da premissa de possíveis conexões pretéritas entre as bacias hidrográficas dos rios Goiana e rio Abiaí, observou-se um baixo divisor entre as duas bacias, como também manifestações de reorganização da drenagem local. Quanto as principais metodologias, foram utilizadas: índices morfométricos, a Relação Declividade-Extensão (RDE), o Fator de Assimetria de Bacias (FA), o Fator de Assimetria do Divisor (FAB) e a Razão Fundo/Altura de Vale (RFAV), além de investigações das propriedades sedimentológicas através das análises granulométricas, morfoscópicas e geoquímicas dos sedimentos. Os resultados indicaram possíveis movimentações tectônicas e consequente basculamento de blocos na área, evidenciados tanto na morfometria, como na estruturação da drenagem. Foram encontrados cinco depósitos sedimentares sobre os divisores da bacia hidrográfica do rio Goiana, em seu baixo curso, indicando-se que a produção de sedimentos é condicionada a dinâmica tectônica e climática, os depósitos em ambas as margens do divisor apresentaram diferenciação tanto nas características granulométricas, quando nos indicadores geoquímicos, apontando-se para eventos distintos para uma fase semiúmida que evoluiu para uma fase semiárida durante a deposição. Foi possível discutir com outros trabalhos na área de estudo e correlacionar possíveis eventos durante o Quaternário, como também corroborar sobre as conexões que a bacia hidrográfica do rio Goiana tinha com o rio Abiaí, e que devido à dinâmica tectônica, gerou um possível soerguimento neste setor desconectando as duas bacias. A pesquisa procurou contribuir para o conhecimento geomorfológico da área, especialmente no contexto fluvial e sua relação com a Geomorfologia Estrutural. Além disso, buscou-se gerar discussões acadêmicas e científicas sobre o comportamento, a morfologia e os condicionantes da paisagem fluvial em ambiente tropical úmido.


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  • A geomorfologia fluvial é um campo de estudo que investiga a dinâmica dos cursos d'água, proporcionando conhecimentos sobre a estrutura dos canais fluviais, a organização espaço-temporal e a evolução das paisagens fluviais. Diversas técnicas são utilizadas nesse campo para interpretar os arranjos espaciais, os padrões de drenagem, os processos e formas resultantes, assim como os fatores que influenciam esses ambientes, sejam eles naturais ou humanos. Os rios modificam o relevo por meio de ajuste fluvial, adaptando-se às mudanças ocorridas na superfície terrestre, como movimentos tectônicos, variações no nível do mar ou atividades humanas. Os efeitos erosivos dos rios podem ser observados na paisagem, como incisão fluvial, rearranjos da drenagem, migração dos canais e alterações no nível de base, nas taxas de denudação e na origem dos sedimentos. O estudo da drenagem é fundamental para compreender os fatores que a condicionam. A partir da organização dos canais, é possível interpretar a dinâmica induzida nessa configuração, seja ela de natureza tectônica e/ou climática, em diferentes escalas espaciais e temporais. O tempo também desempenha um papel relevante nessa dinâmica, principalmente para relacionar eventos passados no Quaternário à disposição espacial desses ambientes. Os padrões, processos e sedimentos fluviais fornecem evidências sobre a formação dos sistemas fluviais e permitem prever cenários futuros. O estudo em questão analisa a evolução e a dinâmica da paisagem geomorfológica do baixo curso da Bacia Hidrográfica do rio Goiana, em Pernambuco. Ele busca investigar as respostas das formas de relevo aos processos da rede de drenagem, compreender o papel da morfoestrutura e morfotectônica nesse ambiente, mapear os ambientes deposicionais quaternários e estudar agênese do divisor topograficamente baixo, avaliando as possíveis conexões entre as bacias do rio Goiana/PE e do rio Abiaí. O estudo visa estabelecer as conexões existentes entre as duas bacias, considerando que o divisor entre elas possui uma topografia rebaixada e há manifestações de capturas fluviais, cortes abruptos desconectando canais e um baixo divisor entre as cabeceiras das duas bacias. Busca-se compreender a evolução desse ambiente e investigar possíveis causas relacionadas a eventos tectônicos e/ou variações nos níveis do oceano. A pesquisa se baseia em trabalhos acadêmicos e científicos anteriores, bem como em estudos realizados na área de estudo ou em regiões próximas. O objetivo é contribuir para o conhecimento geomorfológico da área, especialmente no contexto fluvial e sua relação coma geomorfologia estrutural. Além disso, busca gerar discussões acadêmicas e científicas sobre o comportamento, a morfologia e os condicionantes da paisagem fluvial, auxiliando na gestão ambiental e territorial. 

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  • THAÍS FERNANDES DE ASSUNÇÃO
  • DINÂMICA DE USO E OCUPAÇÃO DA TERRA: ANÁLISE DA COBERTURA VEGETAL E DA QUALIDADE DOS SOLOS NO NÚCLEO DE DESERTIFICAÇÃO NO ESTADO DE PERNAMBUCO

  • Orientador : EUGENIA CRISTINA GONCALVES PEREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BARTOLOMEU ISRAEL DE SOUZA
  • CRISTIANA COUTINHO DUARTE
  • EUGENIA CRISTINA GONCALVES PEREIRA
  • MARIA LUCIA BRITO DA CRUZ
  • RODRIGO SANTANA MACEDO
  • Data: 07/08/2024

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  • O Domínio Fitogeográfico da Caatinga é reconhecido por apresentar a maior área contígua de Florestas Tropicais Sazonalmente Secas (FTSS) do mundo, contribuindo com elevada heterogeneidade e endemismo. Porém, no decorrer dos anos a ocupação antrópica ao longo de sua extensão territorial oportunizou o exercício de práticas ineficazes e predatórias de uso e ocupação da terra, por meio da conversão da vegetação nativa para agricultura, contribuindo para surgimento de áreas em processo de desertificação, como no município de Cabrobó - PE. As FTSS, em comparação com as demais as Florestas Tropicais, possui um diminuto quantitativo de realização de pesquisas científicas. Neste sentido, compreender as alterações provenientes do uso antropogênico, através de métodos ligados ao Sensoriamento Remoto, a composição vegetal mediante aplicação de estudos fitossociológicos e o uso indicadores de qualidade do solo, possibilitam o conhecimento acerca das alterações e tomadas de decisão para a sua conservação. Assim, objetivou-se analisar as mudanças provenientes do uso e ocupação da terra, realizar um levantamento fitossociológico e determinar a qualidade dos solo em duas estratificações. Inicialmente foram utilizadas imagens do Landsat TM 5 e 7, para os anos 1992 e 2015, a classificação supervisionada, no SPRING (5.3) e, a composição dos atributos gerado no QGis (2.18). Para determinação do SoilAdjusted Vegetation Index e do Índice de Área Foliar foram utilizadas o Sentinel-2, dos anos de 2016 e 2018. In situ, foram amostradas 20 parcelas, em duas estratificações (conservada e degradada). Realizou-se a identificação ao nível de nome vernacular dos espécimes lenhosos vivos. A partir dos dados obtidos, foram realizadas as análises fitossociológicas através do software Fitopac®, sendo as espécies identificadas no Herbário Dárdano de Andrade-Lima. Amostras de solos foram coletadas para determinar os índices de qualidade física e química. Os resultados para avaliação de uso e ocupação da terra, demonstraram a ampliação de áreas de agricultura ao longo do município. Além disso, comprovou-se que a vegetação apresenta ajuste fisiológico ao longo das variações pluviométricas. As análises fitossociológicas contabilizaram 811 indivíduos vivos na área conservada e 311 na degradada. As espécies que apresentaram maior predominância foram Jatropha mollissima Baill., Cenostigma pyramidale (Tul.) E.Gagnon & GPLewis e Aspidosperma pyrifolium Mart. Com relação a qualidade física e química do solo, a área conservada atingiu valores indicando preservação do ambiente. No entanto, avaliando a área em degradação, a física do solo indicou sua compressão, enquanto a química atestou reduzida quantidade de elementos essenciais para o desenvolvimento vegetal. As correlações entre os parâmetros fitossociológicos e físico-químicos do solo identificaram que propriedades limitantes para o crescimento vegetal possuíram correlação negativa com a densidade de espécies. Conclui-se que houve uma significativa supressão da vegetação natural para o provimento de atividades agrícolas e, que os fragmentos em conservação possuíram os melhores indicadores em comparação com a área em degradação. Esta, apresentou reduzida diversidade de espécies vegetais e baixo índice de qualidade dos solos, contribuindo pontualmente para áreas de degradação no município de Cabrobó – PE.


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  • O Domínio Fitogeográfico da Caatinga éreconhecido por apresentar a maior área contíguade Florestas Tropicais Sazonalmente Secas (FTSS)do mundo, contribuindo com elevadaheterogeneidade e endemismo. Porém, no decorrerdos anos a ocupação antrópica ao longo de suaextensão territorial oportunizou o exercício depráticas ineficazes e predatórias de uso e ocupaçãoda terra, por meio da conversão da vegetaçãonativa para agricultura ou pastagem. Entender asalterações provenientes do uso e ocupação daterra, através de métodos ligados ao sensoriamentoremoto, a composição vegetal através da aplicaçãode estudos fitossociológicos e a degradação do solomediante aplicação de indicadores de qualidade,possibilitam o conhecimento acerca das alteraçõese tomadas de decisão para a sua conservação.Assim, objetivou-se analisar as mudançasprovenientes do uso e ocupação da terra e realizarum levantamento fitossociológico em duasestratificações no município de Cabrobó-PE. Paraanálise das alterações ocorridas no município foramutilizadas imagens dos satélites Landsat TM 5 e 7,obtidas das Órbitas/Ponto 216/66 e 217/66 com anos de aquisição de 1992 e 2015. Em seguida,foram utilizadas imagens do satélite Sentinel-2, noperíodo de 2016 a 2018, para os índices de Soil-Adjusted Vegetation Index (SAVI) e Índice de ÁreaFoliar (IAF) nos períodos de estiagem e comprecipitação para avaliar o comportamento davegetação e do solo. Posteriormente, in situ, foramamostradas 20 parcelas de 400 m², contendodistância entre si de 250 m, em duas estratificações(conservada e degradada). Realizou-se aidentificação ao nível de nome vernacular dosespécimes lenhosos vivos que possuíam diâmetroao nível do solo (≥3 cm) e altura dos indivíduos (≥1m). A partir dos dados obtidos, foi realizada aanálise dos parâmetros fitossociológicos através dosoftware Fitopac®. As amostras de plantas foramlevadas ao Herbário IPA - Dárdano de Andrade-Lima e identificadas pela equipe técnica. Foramrealizadas coletas de solos em todas as parcelaspara aplicação de índices de qualidade física equímica. Diante da avaliação de uso e ocupação daterra, obteve-se como resultado a ampliação deáreas de agricultura ao longo do município. Alémdisso, verificou-se que a vegetação apresentouajuste fisiológico ao longo das variaçõespluviométricas. Diante das análisesfitossociológicas observou-se ampla disparidadeentre as estratificações amostradas. A áreaconservada foi detentora de 72 % dos indivíduostotais das duas áreas de coleta. Com relação aosresultados da qualidade física e química do solo, aárea conservada atingiu valores indicandopreservação do ambiente. No entanto, avaliando aárea em degradação, a física do solo indicoucompressão dos solos, enquanto a química atestoureduzida quantidade de elementos essenciais parao desenvolvimento vegetal. Diante do exposto, apesquisa identificou que o processo dedesertificação ocorre pontualmente no município e,que há significativas áreas em processo deconservação.

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  • EVERTON BARBOSA DA LUZ
  • A NOVA PAULISTA: RENOVAÇÃO URBANA E RE-SIGNIFICAÇÕES DO USO DO ESPAÇO DO CENTRO DE PAULISTA

  • Orientador : RODRIGO DUTRA GOMES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • IGOR SACHA FLORENTINO CRUZ
  • NILO AMERICO RODRIGUES LIMA DE ALMEIDA
  • NILSON CORTEZ CROCIA DE BARROS
  • RODRIGO DUTRA GOMES
  • WEDMO TEIXEIRA ROSA
  • Data: 13/08/2024

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  • Este estudo tem como propósito a realização de um debate reflexivo e contemporâneo relacionado ao conceito de produção do espaço urbano. Tal qual aborda a importância da paisagem historicamente produzida como um bem patrimonial que constantemente foi/é valorizado. Esse patrimônio e identidade, social, cultural e economicamente construído, que é a paisagem, encontra-se em processo de desconstrução por recorrentes políticas públicas de desvalorização da história da cidade e pela utópica ideia de Renovação Urbana que resultará em uma nova ‘’imagem de cidade. O recorte espacial abordado aqui será a área central da cidade de Paulista/PE e a linha temporal compreendida será a partir da década de 1990 até os dias atuais, separados em diferentes momentos históricos, de acordo com as diferentes formas de apropriação da paisagem e consequentemente a sua desconstrução para a renovação urbana. Para tanto, apoiase na literatura geográfica, principalmente na abordagem da Geografia Urbana e mais precisamente na concepção dos processos de produção e estruturação do espaço urbano, tendo como protagonistas desse processo uma produção comandada pela coalizão entre empresas e Estado de um lado e a sociedade de outro. Desta forma, foi proposto a problematização das relações entre renovação urbana e produção de valor do espaço, tal como concebida por Harvey (1984), colocando-a em diálogo com as contribuições de Santos (2006), Vargas e Castilho (2006) sobre as ressignificações do uso. Assim, a investigação busca a partir da compreensão de uma nova Divisão Territorial do Trabalho – DTT, um evento ocorrido, em função do fechamento das fábricas têxtis de Paulista/PE, tendo como resultado a produção de áreas ociosas no centro da cidade que por sua vez estão sendo apropriadas pelo mercado imobiliário num processo de renovação urbana e valorização do espaço, alterando assim a percepção das pessoas que vivenciam a produção do espaço do centro.


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  • Este estudo tem como propósito a realização de um debate reflexivo e contemporâneo relacionado ao conceito de produção do espaço urbano. Tal qual aborda a importância da paisagem historicamente produzida como um bem patrimonial que constantemente foi/é valorizado. Esse patrimônio e identidade, social, cultural e economicamente construído, que é a paisagem, encontra-se em processo de desconstrução por recorrentes políticas públicas de desvalorização da história da cidade e pela utópica ideia de Renovação Urbana que resultará em uma nova "imagem" de cidade. O recorte espacial abordado aqui será a área central da cidade de Paulista/PE e a linha temporal compreendida será a partir da década de 1990 até os dias atuais, separados em diferentes momentos históricos, de acordo com as diferentes formas de apropriação da paisagem e consequentemente a sua desconstrução para a renovação urbana. Para tanto, apoia-se na literatura geográfica, principalmente na abordagem da Geografia Urbana e mais precisamente na concepção dos processos de produção e estruturação do espaço urbano, tendo como protagonistas desse processo uma produção comandada pela coalizão entre empresas e Estado de um lado e a sociedade de outro. Desta forma, foi proposto a problematização das relações entre renovação urbana e produção de valor do espaço, tal como concebida por Harvey (1984), colocando-a em diálogo com as contribuições de Santos (2006), Vargas e Castilho (2006) sobre as ressignificações do uso. Assim, a investigação busca a partir da compreensão de uma nova Divisão Territorial do Trabalho – DTT, um evento ocorrido, em função do fechamento das fábricas têxtis de Paulista/PE, tendo como resultado a produção de áreas ociosas no centro da cidade que por sua vez estão sendo apropriadas pelo mercado imobiliário num processo de renovação urbana e valorização do espaço, alterando assim a percepção das pessoas que vivenciam a produção do espaço do centro.

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  • SINARA GOMES DE SOUSA
  • EVOLUÇÃO DA PAISAGEM GEOMORFOLÓGICA NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO CARIÚS (BHRC), SEMIÁRIDO BRASILEIRO

  • Orientador : DANIELLE GOMES DA SILVA LISTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA DANIELY FREIRE GUERRA
  • RHAISSA FRANCISCA TAVARES DE MELO BALDER
  • DANIELLE GOMES DA SILVA LISTO
  • LEONARDO JOSE CORDEIRO SANTOS
  • SIMONE CARDOSO RIBEIRO
  • Data: 21/08/2024

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  • Esta tese buscou compreender a dinâmica paleoclimática e suas implicações na evolução geomorfológica na Bacia Hidrográfica do Rio Cariús (BHRC), sul do Estado do Ceará, durante o período correspondente ao Pleistoceno Superior e Holoceno, utilizando como ferramentas os indicadores paleoambientais aprisionados nos depósitos sedimentares coluviais e aluviais. Para tanto, executou-se os procedimentos metodológicos seguintes: mapeamentos multitemáticos, mapeamento geomorfológico e caracterização dos ambiente deposicionais, atividades de campo para a coleta e análise morfoestratigráfica das seções deposicionais, exames sedimentológicos em laboratório, e datações por meio do método da Luminescência Opticamente Estimulada (LOE). O quadro geoambiental da BHRC se apresenta de maneira complexa devido a sua dimensão territorial (2.262 km2) e localização geográfica, pois está inserida em dois domínios morfoestruturais com comportamentos hidrogeológicos comandados por características geológicas, geomorfológicas e climáticas distintas. O alto curso está inserido na Bacia Sedimentar do Araripe, nos setores de encosta de um amplo anfiteatro erosivo do Planalto Sedimentar do Araripe, enquanto os setores do médio e baixo curso estão inseridos no complexo cristalino da Superfície Sertaneja. Como resultados, a geocronologia indicou a ocorrência de eventos deposicionais pontuais com idades de 25.115 anos A.P., 20.970 anos A.P., 12.135 anos A.P., 5.830 anos A.P., 5.690 anos A.P., 2.710 anos A.P., 820 anos A.P. e 510 anos A.P. A análise sedimentológica e morfoestratigráfica apontou que os depósitos foram formados por movimentos de massa de alta atividade hidrodinâmica, como fluxos de lama de moderada a baixa energia, e fluxos de detritos de moderada a alta energia, impulsionados por eventos pluviométricos torrenciais de alta magnitude e baixa recorrência. A cronocorrelação das idades desta tese com as idades de Lima (2015), Guerra (2019) e Bispo (2022) posicionou os depósitos sob contextos paleoclimáticos semelhantes, cujos os processos deposicionais foram engatilhados pelos mesmos inputs climáticos, no entanto, as idades absolutas, apesar de próximas, não são correspondentes. De modo geral, a evolução geomorfológica na Bacia Hidrográfica do Rio Cariús se deu em momentos de tensionamento e desestabilização do sistema morfogenético, impostos pelas oscilações globais/regionais de temperatura e umidade em resposta às forçantes orbitais, cósmicas, oceânicas, vulcânicas e atmosféricas, responsáveis pelo desencadeamento de eventos climáticos como os Ciclos Dansgaard-Oeschger, Eventos Heinrich, Younger Dryas, Ótimo Climático do Holoceno, Pequena Idade do Gelo entre outros.


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  • Esta pesquisa busca compreender a dinâmica paleoclimática e a evolução geomorfológica da área que compreende a Bacia Hidrográfica do Rio Cariús (BHRC) durante o período correspondente ao Pleistoceno Superior e Holoceno, utilizando como ferramentas os indicadores paleoambientais aprisionados nos depósitos sedimentares colúvio-aluviais presentes no sistema fluvial em análise. ABHRC se estende majoritariamente pelos municípios de Santana do Cariri, Nova Olinda, Farias Brito e Cariús, no setor sul do Estado do Ceará. Sabe-se que a ocorrência de depósitos sedimentares colúvio-aluviais no contexto semiárido nordestino, sobretudo em ambiente de embasamento pré-cambriano, é considerada atípica, pois os fatores geológicos e climáticos atuais não permitem a formação e desenvolvimento dessas feições. Desse modo, esta pesquisa justifica-se pela necessidade de compreensão da história geomorfológica a partir da ampla ocorrência desses depósitos na área de estudo e por serem, esses depósitos, importantes instrumentos para a reconstrução paleoambiental no decorrer do Pleistoceno Superior e Holoceno. Para tal intento, adotou-se os seguintes procedimentos metodológicos: mapeamentos multitemáticos para reconhecimento do quadro geoambiental, mapeamento geomorfológico e caracterização do ambiente de ocorrência dos depósitos; atividades de campo para coletas de materiais sedimentares e análises morfoestratigráficas das seções verticais utilizadas nas coletas; exames sedimentológicos (granulometria; morfoscopia e difratometria de raio-x) em laboratório; e geocronologia dos sedimentos por meio de datações absolutas utilizando o método da Luminescência Opticamente Estimulada (LOE). O quadro geoambiental da área de estudo se apresenta de maneira complexa devido a suadimensão territorial (2.262 km2) e localização geográfica, pois está inserida em dois domínios morfoestruturais que apresentam comportamentos hidrogeológicos comandados por características geológicas, geomorfológicas e climáticas distintas. O alto curso está inserido geologicamente na Bacia Sedimentar do Araripe e geomorfologicamente nos setores de Encosta do Planalto Sedimentar do Araripe, enquanto aos setores do médio e baixo curso estão inseridos no complexo cristalino da Superfície Sertaneja semiárida cearense.

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  • GIRLAN CANDIDO DA SILVA
  • MAPEANDO SONHOS E LAMENTAÇÕES: A CARTOGRAFIA SOCIAL E O MAPEAMENTO PARTICIPATIVO COMO ESTRATÉGIA DE RESISTÊNCIA EM COMUNIDADES TRADICIONAIS NO “TERRITÓRIO” DO COMPLEXO INDUSTRIAL PORTUÁRIO DE SUAPE, PE

  • Orientador : CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JOSÉ HUNALDO LIMA
  • ALINE DO MONTE GURGEL
  • ANDERSON CAMARGO RODRIGUES BRITO
  • CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
  • MERCEDES SOLÁ PÉREZ
  • Data: 27/08/2024

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  • Este trabalho versa sobre o processo de depredação territorial propiciado pelo Complexo Industrial Portuário de Suape (CIPS) e o Estado de Pernambuco em comunidades tradicionais como pescadores e quilombolas no território de Suape e se objetiva, à luz da cartografia social e os mapeamentos participativocomunitários a sua autoidentificação e denúncias de violências praticadas. Neste sentido, desde o surgimento dos mapas como elementos essenciais para representar espaços na superfície terrestre, eles têm sido amplamente utilizados para a conquista e tomada de territórios pelos Estados. Além disso, os mapas desempenharam um papel crucial em conflitos e guerras. No século XX, com o avanço das tecnologias de geoprocessamento, os mapas se tornaram um documento importante para o planejamento territorial e para o seu rearranjo. No entanto, muitas vezes, estes mapeamentos acabam ignorando o capital humano e a vida existentes nestes territórios. As comunidades tradicionais são as mais impactadas pelo avanço do grande capital nos territórios, traduzido pelo crescente número de empreendimentos capitalistas que encontram respaldo no Estado. Neste sentido, para tentar minimizar esses efeitos, tais comunidades e populações afetadas diretamente pelo capitalismo e pela opressão estatal, tem recorrido à cartografia social e aos mapeamentos participativos como forma de legitimar seus territórios e assim, criar mecanismos de luta contra essas práticas ilegítimas. Um exemplo disso é o território de Suape, situ a Região Intermediária do Recife, onde as dinâmicas de mudança territorial afetam diretamente comunidades como o Quilombo Mercês, o engenho Serraria e a Ilha de Tatuoca. Para entendermos tais dinâmicas foram realizadas junto as comunidades, oficinas de mapeamento participativo e cartografia social a partir da criação de mapas temáticos comunitários, levando em consideração os sonhos e os lamentos das comunidades e posteriormente o seu geoprocessamento com a utilização de softwares como o ArcGis 10.8 e o QGis 3.16. Esses mapas temáticos refletem a realidade enfrentada por estas comunidades e evidenciam a persistência de disputas e violência territorial.


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  • Desde o surgimento do mapa enquanto elemento essencial para a representação de espaços dentro da superfície terrestre que ele vem sendo profundamente utilizado para propiciar a conquista e tomada dos territórios pelos estados e tendo finalidade sobretudo para promoção de conflitos e como instrumento de guerra. Não é a toa que o Estado no qual apresentasse uma cartografia cada vez mais aprimorada e uma produção de mapas em estágio avançado era, também, detentor de grandes extensões territoriais. Nesse aspecto, o documento mapa assumiu suma importância não somente para que os cientistas de época tivessem um conhecimento representado em pequena escala de um determinado espaço, mas possibilitou do mesmo modo o extermínio de culturas e de povos inferiorizados. No século XX, os mapas assumiram uma importante função dentro das áreas de planejamento e de configurações territoriais, sobretudo quando associados aos empreendedores do grande capital que visam uma seletividade espacial de maneira bem mais rápida e precisa uma vez que, com o crescimento, desenvolvimento eaperfeiçoamento das geotecnologias tal tarefa se tornou mais prática e eficiente, mas que, na maioria dos casos, desconsidera o capital humano e de vida já existente no espaço pleiteado. E nesse aspecto, os maiores impactados pelas tomadas territoriais proporcionadas pelo crescimento de empreendimentos capitalistas em conluio com o Estado, são as comunidades tradicionais que apenas observavam, de modo “passivo”, a expansão e domínio de seus territórios. Como o documento mapa ainda é um elemento caro, geralmente de difícil manuseio e que não se encontra facilmente disponível para quem realmente precisa estar contido na representação do espaço, sobretudo nós mapas “oficiais”, cada vez mais as comunidades recorrem as práticas da cartografia social e dos mapeamentos participativos como modo de possam ter seus territórios reconhecidos e inseridos nesses mapas e assim legitimar não apenas os seus territórios vividos mas também terem um instrumento de luta contra as formas ilegítimas e vis nos quais o Estado e o capital praticam junto às comunidades. No trabalho em apreço, será visto o que está sendo feito no território de Suape, situado na Região Intermediária de Recife, entre os municípios do Cabo de Santo Agostinho e de Ipojuca, sendo observado como estas dinâmicas de mudança territorial tem impactado diretamente as comunidades locais, sobretudo o Quilombo Mercês, o Engenho Serraria e a Ilha de Tatuoca. Para a elaboração desta escrita, foram efetuadas leituras que estivessem em constante diálogo com a realidade local afim de que pudéssemos compreender as dinâmicas territoriais locais bem como a elaboração de mapeamentos junto as comunidades citadas e que a posteriori foram georreferenciadas em softwares de mapeamento tais como ArcGis 10.8 e o QGis 3.16 resultando em mapas temáticos que traduzem a realidade de vida enfrentada por estas comunidades e como a disputa e violência territorial ainda se faz presente dentro daquele espaço.

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  • JOSEMARY SANTOS E SILVA OLIVEIRA
  • IMPACTOS CUMULATIVOS DO DESMATAMENTO E A VULNERABILIDADE DOS SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS NOS MANGUEZAIS DOS RIOS IPOJUCA E MEREPE: CONTRIBUIÇÕES PARA A AGENDA 2030

  • Orientador : MARIA FERNANDA ABRANTES TORRES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTONIO VICENTE FERREIRA JUNIOR
  • JANAINA BARBOSA DA SILVA
  • LARISSA MONTEIRO RAFAEL
  • MARIA FERNANDA ABRANTES TORRES
  • MILENA DUTRA DA SILVA
  • Data: 28/08/2024

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  • Os manguezais são responsáveis por vários serviços ecossistêmicos ofertados às comunidades costeiras, incluindo itens essenciais para a subsistência de diversas formas de vida e dos moradores desses locais. Ameaças antrópicas intensivas nas áreas costeiras resultaram em um declínio dramático na cobertura global de manguezais gerando impactos cumulativos e ameaças a esse ecossistema. O objetivo desta pesquisa investiga os efeitos dos impactos cumulativos do desmatamento na vegetação de mangue e sua relação com a vulnerabilidade dos Serviços Ecossistêmicos (SE) nos manguezais dos rios Ipojuca e Merepe, com o intuito de contribuir para a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030. Como procedimentos metodológicos, seguiu-se as seguintes etapas 1) Revisão bibliográfica; 2) Trabalho de campo; 3) Construção dos mapas dos índices de vegetação (IVDN, NDWI), e principais áreas produtoras de SE. Foram identificados nos manguezais dos Rios Ipojuca e Merepe serviços ecossistêmicos de provisão, regulação e manutenção e culturais, sendo os serviços de provisão os de maior quantidade. Os impactos cumulativos do desmatamento identificados são redução de espécies da fauna e da flora, erosão costeira, poluição dos rios, poluição do ar e poluição sonora. Os serviços ecossistêmicos afetados diretamente foram os serviços de provisão relacionados ao provimento de alimento, renda e materiais usados como utensílios e biocombustível. Os serviços de regulação identificados dizem respeito ao controle de poluentes, controle da erosão costeira e os relacionados à manutenção das espécies em seu local de refúgio e fonte de alimento. Os serviços ecossistêmicos culturais observados foram os passeios turísticos e atividades de recreação, contemplação e lazer. Foram identificadas treze áreas produtoras de serviços ecossistêmicos em toda a extensão do Rio Merepe e estuário conjunto dos Rios Ipojuca e Merepe. Em relação aos serviços ecossistêmicos ofertados na área de estudo, 87% dos entrevistados reconhecem que os serviços ecossistêmicos trazem benefícios â população, 84% utilizam os SE dos manguezais, 66% utilizam como fonte de renda e 6% para consumo próprio. A Vulnerabilidade dos manguezais aos impactos cumulativos foi considerada alta na área no setor 01(faixa litorânea das praias de Muro Alto e Gamboa), com 75% do nível de vulnerabilidade à perda do serviço ecossistêmico e altíssima nos setores 2,3 (CIPS e extensão do CIPS Suape) e setor 5 (comunidade Zé Pojuca), com 100% de vulnerabilidade à perda de serviços ecossistêmicos.


  • Mostrar Abstract
  • Os ecossistemas de manguezais abrigam uma complexa teia de vida e fornecem uma série de serviços ecossistêmicos essenciais para a sociedade. As unidades de Conservação Ambiental são locais estratégicos na proteção e preservação destes ambientes. A ARIE Ipojuca-Merepe está localizada em um ambiente de múltiplos interesses. As atividades turísticas e indústrias no entorno da área protegida estão crescendo em ritmo acelerado interferindo diretamente nas condições naturais deste ambiente. Através dos índices de vegetação foi possível avaliar as pressões antrópicas sofridas por este ecossistema onde foi identificado os locais mais vulneráveis aos processos de degradação. As áreas mais próximas aos núcleos urbanos necessitam de intervenção para conter a diminuição das áreas de manguezal. As classes mais significativas foram as áreas construídas e as áreas de solo exposto. A avaliação de impacto ambiental na área de estudo indicou um valor moderado para as ações antrópicas. Os principais Serviços ecossistêmicos de provisão produzidos pelo manguezal são os relacionados a alimentação, peixes, moluscos e crustáceos. Os bons indicadores econômicos do município contrastam com a realidade das populações que vivem em locais sem condições básicas de infraestrutura, saúde e alimentação. A manutenção dos Serviços ecossistêmicos de provisão dará condições para as comunidades continuarem mantendo as condições de subsistência e renda.

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  • PEDRO FELIPE CAVALCANTI DOS SANTOS
  • JUSTIÇA CLIMÁTICA NA CIDADE DO RECIFE: DISCUSSÃO A PARTIR DOS COMPONENTES FÍSICOS E SOCIAIS DA PAISAGEM URBANA

  • Orientador : RANYERE SILVA NOBREGA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SÉRGIO MURILO SANTOS DE ARAÚJO
  • AYOBAMI BADIRU MOREIRA
  • CRISTIANA COUTINHO DUARTE
  • ELVIS BERGUE MARIZ MOREIRA
  • RANYERE SILVA NOBREGA
  • Data: 29/08/2024

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  • A presente pesquisa tem como objetivo Debater a justiça climática na cidade de Recife, a partir das suas componentes físicas e culturais da paisagem urbana. Para isso, foram registrados dados relacionados a diferentes características da morfologia urbana, a fim de gerar informações que auxiliem no desenvolvimento do ambiente urbano. Os objetivos específicos incluíram investigar a legislação ambiental do Recife voltada à justiça climática e a sua efetividade prática; analisar a variação da temperatura, umidade relativa do ar e o conforto térmico ao longo de um ano; e avaliar a efetividade da justiça climática a partir do conforto térmico. Para coletar dados de temperatura e umidade, foram instalados seis termohigrômetros da marca HOBO PRO V2. Esses dispositivos foram protegidos por abrigos para evitar a incidência direta de radiação solar e chuva. A distribuição estratégica desses termohigrômetros buscou representar as diferentes paisagens da capital pernambucana, permitindo assim, capturar as variadas características climáticas na escala local. Com base nos dados coletados, foram criados seis perfis paisagísticos distintos, utilizados na aplicação do Índice de Temperatura e Umidade (ITU) para o estudo do conforto térmico. O ITU foi adaptado com a utilização da renda per capita nos diferentes bairros, gerando uma análise da capacidade adaptativa da população aos efeitos do conforto térmico. A paisagem recifense foi avaliada para entender os aspectos que interferem na vulnerabilidade ao conforto térmico. A avaliação das leis climáticas da cidade foi realizada em conjunto com o uso de dados ambientais e socioeconômicos. Os resultados indicaram que Recife é uma cidade com imensa concentração de renda, e essa concentração influência drasticamente na forma como a população constrói o espaço urbano. As populações mais pobres têm menor capacidade para combater o desconforto térmico. Em contraste, as áreas abastadas, com maior capacidade financeira, possuem melhores equipamentos urbanos para amenizar efeitos climáticos negativos.


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  • A presente pesquisa tem como objetivo classificar os microclimas da cidade do Recife/PE, com base no conceito de justiça ambiental. Para isso, foram registrados dados relacionados a diferentes características da morfologia urbana, a fim de gerar informações que auxiliem no desenvolvimento do ambiente urbano. Os objetivos específicos incluíram a análise da variação de temperatura e umidade relativa do ar ao longo de um ano, a construção de um índice para quantificar a vulnerabilidade social ao desconforto térmico e a avaliação espacial dos Índices de Resiliência Térmica (IRT) e Desconforto Térmico Social (IDTS) na cidade do Recife. Para coletar dados de temperatura e umidade, foram instalados seis termohigrômetros da marca HOBO PRO V2. Esses dispositivos foram protegidos por abrigos para evitar a incidência direta de radiação solar e chuva. A distribuição estratégica desses termohigrômetros permitiu capturar as diferentes características climáticas das paisagens recifenses. Com base nos dados coletados, criamos seis perfis paisagísticos distintos, que foram utilizados no desenvolvimento e aplicação dos índices IRT e IDTS. Os resultados indicaram que as paisagens têm um papel significativo na variação de temperatura e umidade do município. O oceano, as áreas de alta densidade urbana e o relevo desempenham papéis preponderantes no comportamento desses fatores climáticos. A aplicação dos índices permitiu mapear as áreas com maior vulnerabilidade térmica na cidade.

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  • LUANA ELIS OLIVEIRA PINTO
  • DESATANDO NÓS, QUEBRANDO CORRENTES: AS ASSEMBLEIAS INDÍGENAS NO PROCESSO DE TERRITORIALIZAÇÃO DO MOVIMENTO INDÍGENA NO CEARÁ

  • Orientador : CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CAMILA SALLES DE FARIA
  • AVELAR ARAUJO SANTOS JUNIOR
  • CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
  • JULIANA GRASIÉLI BUENO MOTA
  • TEREZA SANDRA LOIOLA VASCONCELOS
  • Data: 30/08/2024

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  • O trabalho que ora apresentamos propõe uma análise sobre as Assembleias Indígenas, a partir da compreensão da forma e função espacial destes eventos para o processo de territorialização dos povos indígenas articulados ao Movimento Indígena no Estado do Ceará. Destaca-se a importância deste espaço na articulação de estratégias políticoespaciais que resultaram na alteração/transformação do lugar social dos povos indígena no contexto estadual, regional e nacional. Este quadro começa a ser desenhado durante a década de 1980, período histórico de grande importância para a organização das lutas indígenas em sua mutiescalaridade. No Ceará, o discurso predominante de desaparecimento desse segmento populacional passa a ser contestado ao evidenciar-se o “aparecimento” de agrupamentos indígenas em processo de retomadas étnicas e territoriais, atravessando contextos socioespaciais distintos, dispersos geograficamente e que passam a ser fortalecidos a partir de 1994, quando da realização da I Assembleia Estadual dos Povos Indígenas do Ceará. A AEIs oportunamente transforma-se em espaços aglutinadores das demandas dos povos indígenas, convergindo às lutas locais, mediadas inicialmente pela ação de agentes indigenistas não-governamental, em um espaço de articulação, atuação e construção de políticas indígenas em nível estadual. Esta tese busca defender que, ao longo das últimas três décadas, as Assembleias Estaduais Indígenas contribuíram para o aparecimento político destes povos que vivenciavam/vivenciam processos de emergências étnicas e para a organização dos mesmos na articulação das resistências territoriais, reunindo as multi/transterritorialidades indígenas visando a demarcação de suas terras e a construção de políticas públicas específicas. Este conjunto de fatores, contribuiu para a fundação do autointitulado Movimento Indígena do Ceará (MIC) que se destaca pela sua autonomia e protagonismo político em relação ao cenário político indígena nacional e regional.


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  • O trabalho a seguir reúne vivências e reflexões acumuladas na travessia da pesquisa sobre a compreensão das múltiplas determinações que erigem a questão indígena no Brasil. Buscamos como centralidade investigativa os processos de resistências indígenas, particularmente, os que incidem sobre os povos\etnias no Ceará, convergindo o foco da análise para as Assembleias Estaduais Indígenas (AEIs). Destaca-se a importância deste espaço na articulação de estratégias político-espaciais que resultaram na alteração/transformação do lugar social dos povos indígena no contexto estadual, regional e nacional. Este quadro começa a ser desenhado durante a década de 1980, período histórico de grande importância para a organização das lutas indígenas em sua mutiescalaridade. No Ceará, o discurso predominante de desaparecimento desse segmento populacional passa a ser contestado ao evidenciarse o “aparecimento” de agrupamentos indígenas em processo de retomadas étnicas e territoriais, atravessando contextos socioespaciais distintos, dispersos geograficamente e que passam a ser fortalecidos a partir de 1994, quando da realização da I Assembleia Estadual dos Povos Indígenas do Ceará. A AEIs oportunamente transformam-se emespaços aglutinadores das demandas dos povos indígenas, convergindo às lutas locais, mediadas inicialmente pela ação de agentes indigenistas nãogovernamental, em um espaço de articulação, atuação e construção de políticas indígenas em nível estadual. Em hipótese, destaca-se que ao longo das ultimas três décadas, as assembleias estaduais indígenas contribuíram na reafirmação indígena perante a sociedade e na organização dos processos de resistências territoriais, reunindo as multiterritorialidades indígenas, reconhecidas no estado com aquelas em processo de reconhecimento, fator determinante para a territorialização do Movimento Indígena no Ceará.

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  • DANIELA FLORENCIO DA SILVA
  • TRANSPASSAR LIMITES E RESSIGNIFICAR ESPAÇOS: EXPERIÊNCIAS EM MOVIMENTO EM BUSCA DE REFÚGIO NA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE (PE)

  • Orientador : BERTRAND ROGER GUILLAUME COZIC
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LILIANA LYRA JUBILUT
  • BERTRAND ROGER GUILLAUME COZIC
  • CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • JAN BITOUN
  • SCHEILA CRISTIANE THOMÉ
  • Data: 30/08/2024

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  • Os que caminham direcionados pela construção ou vivência de algo essencial - a proteção de suas vidas - impulsionam, com seus passos, os limites de estruturas soberanas injustas e violentas, contrapondo a fragilidade imposta através de seu movimento. Eles são chamados de refugiados. Em sua história, no ano de 1951 foi formulado seu instrumento jurídico internacional de proteção, mas os desafios em sua jornada persistem e se reconfiguram em novas feições. Por isso é cada vez mais necessário compreender os fatores responsáveis por esse fenômeno, repensando a maneira como pesquisamos e propomos medidas de proteção (KWEKA, 2007). A seguinte tese propõe aprofundar a compreensão sobre o fenômeno do refúgio na Região Metropolitana do Recife (PE) analisando os espaços de proteção (BARNES, 2009), não só em sua forma institucional, assim como através de uma informalidade desenvolvida por eles em seu cotidiano (LYYTINEN, 2015, 2016) nos recantos urbanos narrados. A construção da pesquisa parte da importância da subjetividade nas pesquisas científicas abordada nas contribuições da abordagem filosófica da fenomenologia de Edmund Husserl, fator importante na composição das geografias do refúgio (EHRKAMP, 2017), direcionadas pelo “olhar atento” (TISHMAN, 2024) do pesquisador ao observar as experiências de refúgio de venezuelanos, desde a saída de seu país de origem, passando por distintas trilhas, até a chegada em cidades pernambucanas, destacando a importância das jornadas, pouco analisadas nas pesquisas sobre refúgio e migrações forçadas, possibilitando um aprofundamento da compreensão do seu “impacto psicossocial, das resiliências desenvolvidas e da adaptação à nova sociedade” (BENEZER; ZETTER, 2015). Essas vozes mostram a capacidade de transpassar os limites ao seu acolhimento e aos seus direitos, e as dificuldades desse processo, mesmo em um país (Brasil) em que existe a liberdade para sua mobilidade interna. O pensamento da Travessia de Achille Mbembe, em oposição ao atual contexto de restrição à mobilidade humana no mundo ao destacar o direito de circular e de atravessar o mundo, assumindo um “status de passantes” (2013) no qual durante o momento da travessia, “deixa-se algo” e “leva-se algo”, movimentando a subjetividade humana e o conhecimento, complementa as reflexões e direciona o pensamento para a transposição das fronteiras cotidianas e urbanas, compreendidas aqui como espaços de comunicação e de trocas (MACHADO, 2000, 2022). Seguindo estas linhas de composição metodológica, o movimento também foi desenvolvido como instrumento de análise, em conjunto com a realização de entrevistas, pesquisa documental e a observação e convivência cotidiana com pessoas migrantes e refugiadas de diferentes nacionalidades no espaço da Casa de Direitos do Recife, no período de dois anos. Além das proposições teóricas e das contribuições narradas, a “visualidade” das expressões artísticas utilizadas na pesquisa, incentivam o aprofundamento do olhar, em busca da compreensão das “camadas distintas de sentidos” e de diferentes dimensões da reflexão (ESBELL, 2018), criadas ou não por pessoas em distintos processos migratórios.


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  • A seguinte tese propõe aprofundar a compreensão sobre o fenômeno do refúgio no mundo, com a centralidade do movimento sendo discutida neste processo de deslocamento forçado. As contribuições da abordagem filosófica da fenomenologia de Edmund Husserl e o seu destaque da subjetividade na construção do conhecimento científico, a partir de uma crítica da ciência desenvolvida nas primeiras décadas do século XX, guiam a estrutura de pensamento
    desenvolvida na pesquisa, fundamentando os passos metodológicos adotados. Suas observações filosóficas são perpassadas, não só pela Geografia, como por outras ciências que buscam esta reflexão. Nestas linhas de composição, a importância dos espaços urbanos como locais de refúgio no mundo, são destacados e discutidos a partir das possibilidades de integração social e de proteção, assim como as configurações singulares desenvolvidas por diferentes experiências de refúgio na Região Metropolitana do Recife (PE) nos últimos anos. A expressão artística complementa a conexão e comunicação entre as partes constituintes da tese, através de seus fios condutores do conhecimento.

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  • RHANDYSSON BARBOSA GONÇALVES
  • TIPOLOGIA E EVOLUÇÃO DAS FORMAS DE RELEVO AGRADACIONAIS DO PIEMONTE DA BORBOREMA EM PERNAMBUCO

  • Orientador : ANTONIO CARLOS DE BARROS CORREA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCIA REGINA CALEGARI
  • MARCO TÚLIO MENDONÇA DINIZ
  • ANDRÉ DE OLIVEIRA SOUZA
  • ANTONIO CARLOS DE BARROS CORREA
  • BRUNO DE AZEVEDO CAVALCANTI TAVARES
  • Data: 30/08/2024

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  • Diversas pesquisas desenvolvidas a partir da década de 1940 visaram identificar e classificar os modelados deposicionais do território brasileiro pautados na delimitação de grandes compartimentos regionais divisados com base em sucessivos eventos denudacionais de longo prazo. Tais pesquisas, foram norteadas por modelos clássicos dedutivos de evolução do relevo, levando em consideração que os processos e formas variariam apenas em razão da escala espaço-temporal de análise. Nessa perspectiva, para o Brasil oriental, aplicou-se o modelo de evolução proposto por King (1956), que propunha a evolução de uma sequência escalonada de superfícies de aplainamento, cujas idades decrescem em função da posição topográfica sucessivamente mais baixa. Fatores litológicos, estruturais, regimes tectônicos, ritmos climáticos, coberturas pedológicas e dinâmica da cobertura vegetal restavam por ser incorporadas à reconstrução da morfogênese, considerando as escalas de tempo envolvidas na formação das coberturas superficiais. Com base na hipótese de que a sedimentação responsável pelas formas de acumulação no Piemonte da Borborema decorre da reativação zonas de cisalhamentos e sistemas de falhas secundárias, que evidenciam a diferenciação geotectônica entre os setores ao norte e ao sul da Zona de Cisalhamento Pernambuco, o presente trabalho visa contribuir para a compreensão da dinâmica geomorfológica associada as formas agradacionais do relevo do Cenozoico superior/Quaternário no Piemonte da Borborema em Pernambuco. Para tanto, a pesquisa lançou mão do mapeamento geomorfológico, de análises dos parâmetros morfométricos e morfológicos do relevo, associados a ensaios sedimentológicos e geoquímicos das coberturas superficiais. A utilização dos procedimentos elencados permitiu a definição de estágios de intemperismo e tipos de transporte relacionados à gênese dos modelados agradacionais Cenozoicos, estabelecendo a correlação entre condições úmidas e semiáridas e os processos envolvidos na formação de saprólitos, solos e ambientes de sedimentação.


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  • O Piemonte da Borborema, apesar de estar situado em um contexto tectônico de margem continental passiva, não é completamente inativo tectonicamente, estando sujeito a uma lenta e contínua deformação tectônica, que até mesmo ao longo do Quaternário, tem resultado na modificação morfológica das áreas fontes e receptoras de sedimentos terrígenos (OLLIER, 1985; THOMAS,1994). Embora a maior parte da sua evolução geomorfológica dependa do complexo tectônico/estrutural herdado das fases de rifteamento continental do Mesozoico Superior são notáveis as evidências de reativação tectônica ocorridas ao longo do Cenozóico, estabelecendo uma nova hierarquização de formas denudacionaise agradacionais sobrepostas ao arcabouço mais antigo. Nesta linha de investigação, estudos geocronológicos recentes têm mostrado que a porção oriental do Nordeste do Brasil vem sofrendo episódios recorrentes de epirogênese pelo menos desde o final do Cretáceo, e especialmente durante o Neógeno (LIMA FILHO et al, 2006, BEZERRA etal., 2008). A geomorfologia regional do Nordeste do Brasil apresenta uma lacuna no que diz respeito à distribuição das formas de relevo agradacionais, sobretudo àquelas estruturadas pela deposição quaternária e cuja distribuição fragmentária na paisagem não permite uma visualização adequada nas escalas de mapeamento normalmente utilizadas. Resta assim, a problemática relação entre formas de relevo e os materiais estruturadores, nem sempre resultando em uma relação direta entre as primeiras e o mapeamento geológico das coberturas superficiais inconsolidadas. Neste sentido, definir uma tipologia de classificação de formas em uma escala compatível de representação das mesmas, por si só já se constituiria em uma problemática robusta para a condução de uma pesquisa em geomorfologia. No entanto, considerando que o papel da geografia física contemporânea transcende a representação de formas e a mera busca de explicações causais em bases morfológicas, busca-se ainda por meio deste estudo endereçar a problemática relacionada à origem e evolução das formas supramencionadas. Desta forma, sobre o ponto de vista estrito da geomorfologia, a pesquisa ora proposta constitui um esforço em elucidar a distribuição, gênese e evolução de formas agradacionais de relevo que constituem o substrato de diversos usos sociais e econômicos de importância na região analisada.

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  • JEISSY CONCEICAO BEZERRA DA SILVA
  • PAISAGENS COSTEIRAS DE IPOJUCA, PERNAMBUCO: DINÂMICAS AMBIENTAIS E A PROMOÇÃO DA CULTURA OCEÂNICA

  • Orientador : HELENA PAULA DE BARROS SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HELENA PAULA DE BARROS SILVA
  • IVAMAURO AILTON DE SOUSA SILVA
  • JOÃO ALLYSON RIBEIRO DE CARVALHO
  • LUCIANA RACHEL COUTINHO PARENTE
  • MARIA FERNANDA ABRANTES TORRES
  • Data: 30/08/2024

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  • Apesar do nosso planeta ser chamado de planeta Terra, sabe-se que sua superfície é composta de 71% de água. Dessa forma, fica claro que a relação da humanidade com o mar e a zona costeira acaba sendo inevitável. A Zona Costeira é uma das regiões mais habitadas e exploradas do mundo, abrigando cerca de 50% da população mundial. O Brasil é um país oceânico que possui 17 estados, 13 capitais e 443 municípios situados em regiões litorâneas, além disso, tem quase 10.000 km de linha de costa, e conta com 4,7 milhões de km² de Zona Econômica Exclusiva (ZEE). No entanto, a Zona Costeira também é uma das regiões mais vulneráveis do mundo, sendo constantemente ameaçada por processos naturais como erosão costeira, tempestades, elevação do nível do mar, entre outros. Ademais, as diferentes atividades humanas, como a urbanização, a exploração de recursos naturais e a poluição, têm causado impactos significativos na biodiversidade e na qualidade de vida das comunidades costeiras. Assim sendo, a presente pesquisa se propôs a analisar três praias do município de Ipojuca através da perspectiva da Geografia Marinha, já que essa ciência, tem muito a contribuir com importantes temas que envolvem os oceanos e para isso, abarcou os três pilares do Ensino Superior, a pesquisa, o ensino e a extensão, como versa o capítulo IV da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394/1996. No que concerne à pesquisa, foi realizado o levantamento histórico sobre a relação da humanidade com o ambiente costeiro e como essa relação envolve vários aspectos da sociedade, como disseminação de cultura, doenças, conhecimento e disputas geopolíticas. Ainda relacionado à pesquisa, houve determinação da área não edificante, que consiste numa importante ferramenta que avalia se a zona costeira em questão está vulnerável ou não à subida do nível relativo do mar ocasionado pelas mudanças climáticas, e para isso usou-se como parâmetro os últimos relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas que prevê um cenário otimista e um cenário pessimista até o ano de 2100. Para a obtenção dos dados referente à área não edificante, utilizou-se as metodologias de Bruun (1962) e DalCin e Simeoni (1994), onde foi possível concluir que em alguns trechos, independentemente dos cenários, a área de estudo pode ser bastante afetada. Outro componente da pesquisa foi a análise dos currículos escolares no que diz respeito à promoção da Cultura Oceânica, um importante compromisso assumido pelo Brasil com instituições internacionais como a ONU e a ONESCO. Para isso, além de averiguar se três redes de ensino se adaptaram à essa temática, verificou-se a Base Nacional Comum Curricular com o intuito de identificar se tais pautas são exigidas e posteriormente foram apontadas várias possibilidades de inclusão dos conhecimentos sobre os oceanos nas vivências escolares, pois através dessa investigação, ficou concluído que apesar de algumas iniciativas produtivas, ainda se tem muito a se fazer. Por fim, foi elaborado um protocolo de avaliação rápida direcionado ao ambiente costeiro e que possa ser entendido e aplicado pela população em geral, ou seja, pessoas de variadas idades e níveis de instrução. Esse protocolo recebeu o nome de Protocolo de Avaliação Rápida de Impactos Costeiros - PARIC e foi adaptado do Protocolo de Avaliação Rápida de Rios - PAR, onde parâmetros são selecionados para indicar possíveis impactos sofridos pelo ambiente avaliado. Essa é uma metodologia que surgiu nos Estados Unidos da América na década de 1980 e foi aderida por outros países, como a Austrália, tem caráter subjetivo, mas pode ser usado de maneira complementar e é uma ferramenta muito útil para fazer a comunidade participar desse processo de monitoramento ambiental. Adotou-se as metodologias propostas pela Agência de Proteção Ambiental de Ohio (U.S. EPA, 1987), Callisto et al, (2002) e Radtke (2015). Após a aplicação do PARIC foi possível confirmar que ele é uma ferramenta interessante para promover a extensão da comunidade científica para a sociedade, onde a partir de algumas orientações é possível tornar um grupo de pessoas capazes de identificar atividades que impactem negativamente em determinado ambiente.


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  • Apesar do nosso planeta ser chamado de planeta Terra, sabe-se que sua superfície é composta de 71% de água. Dessa forma fica claro que a relação da humanidade com o mar e a zona costeira acaba sendo inevitável. A Zona Costeira é uma das regiões mais habitadas e exploradas do mundo, abrigando cerca de 50% da população mundial. Além disso, a sua localização estratégica faz com que ela seja responsável por grande parte da atividade econômica global, concentrando portos, aeroportos, indústrias e serviços. O Brasil é um país oceânico que possui 17 estados, 13 capitais e 443 municípios situados em regiões litorâneas, além disso, tem quase 10.000 km de linha de costa, e conta com 4,7 milhões de km2 de Zona Econômica Exclusiva (ZEE). No entanto, a Zona Costeira também é uma das regiões mais vulneráveis do mundo, sendo constantemente ameaçada por processos naturais como erosão costeira, tempestades, elevação do nível do mar, entre outros. Além disso, a atividade humana, como a urbanização, a exploração de recursos naturais e a poluição, tem causado impactos significativos na biodiversidade e na qualidade de vida das comunidades costeiras. a costa brasileira apresenta grande complexidade em relação à dinâmica populacional, pois possui áreas densamente povoadas e espaços com baixa concentração populacional. Essa região concentra grandes atividades antropogênicas como, industrialização, comércio, especulação imobiliária, turismo, recreação, atividades pesqueiras, urbanização, atividades portuárias etc. Dessa forma, compreender a importância da Zona Costeira e os desafios enfrentados para a sua conservação tornase uma necessidade fundamental para a sociedade. A Geografia, pela sua própria natureza de investigar a superfície terrestre sob diferentes categorias de análise, tem muito a contribuir com importantes temas que envolvem os oceanos, como a mentalidade marítima, que busca levar o entendimento sobre o uso sustentável do mar, sobre a dinâmica e a importância da zona costeira para diferentes parcelas da população. Esta tese analisou a problemática em questão frente aos desafios relacionados ao uso e ocupação e ao cenário das mudanças climáticas, e assim, busca contribuir para uma boa gestão costeira do município de Ipojuca, para a promoção da mentalidade marítima e engloba os três pilares do Ensino Superior, a pesquisa, o ensino e a extensão, como versa o capítulo IV da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394/1996.

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  • GABRIEL AUGUSTO COELHO DE SANTANA
  • O CORPO-TERRITÓRIO DISSIDENTE NO ACESSO AS POLÍTICAS DE SAÚDE LGBTQIA+ POR HOMENS TRANS E TRANSMASCULINOS NO RECIFE (PE)

  • Orientador : RODRIGO DUTRA GOMES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BERTRAND ROGER GUILLAUME COZIC
  • DAVID TAVARES BARBOSA
  • LUCAS ANTONIO VIANA BOTELHO
  • ROBSON GUEDES DA SILVA
  • RODRIGO DUTRA GOMES
  • Data: 30/08/2024

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  • No presente trabalho, discutimos o acesso aos serviços de saúde por homens trans e sujeitos transmasculinos na Região Metropolitana do Recife (RMR), tendo como orientadora a ideia de que os corpos que contrariam os padrões da cis-heteronormatividade assumem a condição de territórios dissidentes. Ao entrar em conflito com as normas, tais corpos tensionam os espaços pré-existentes na busca por acesso aos direitos que contemplam outros sujeitos. Este processo é especialmente complexo quando tratamos dos espaços de promoção da saúde, pois neles está concentrado o saber/poder médico que, na Modernidade, estabelece um padrão binário para corpos saudáveis, considerando os corpos desviantes desta norma como adoecidos. Para compreender como este conflito se engendra, mobilizamos aportes teóricos das Geografias Feministas e das Sexualidades, da Teoria Queer e da Geografia da Saúde. Entendendo que o acesso à saúde pela população transmasculina se dá no bojo da construção da Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, analisamos a documentação que instutiu essa política, sua espacialização na RMR e as lacunas existentes em seus documentos no que concerne aos homens trans e transmaculinos. Em seguida, verificamos por meio da análise de cartilhas produzidas pelo movimento autoorganizado de homens trans e pelos órgãos de saúde, como tais lacunas foram sendo preenchidas, por meio de uma disputa político-territorial afirmativa dos corpos transmasculinos e de seus direitos sexuais e reprodutivos. Por fim, recorremos aos relatos - indiretos e diretos - de homens trans que vivem na RMR para compreender em que medida o conflito entre os corpos-território dissidentes e os espaços de acesso à saúde tem se desenvolvido na escala metropolitana.


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  • A corporeidade humana é espacialmente constituída em meio a um conjunto complexo de normas socais e de gênero que organizam o espaço geográfico. No presente trabalho, discutimos o acesso aos serviços de saúde por homens trans e sujeitos transmasculinos na Região Metropolitana do Recife (RMR), tendo como orientadora a ideia de que os corpos que contrariam os padrões da cis-heteronormatividade assumem a condição de territórios dissidentes. Ao entrar em conflito com as normas, tais corpos tensionam os espaços pré-existentes na busca por acesso aos direitos que contemplam outros sujeitos. Este processo é especialmente complexo quando tratamos dos espaços de promoção da saúde, pois neles está concentrado o saber/poder médico que, na Modernidade, estabelece um padrão binário para corpos saudáveis, considerando os corpos desviantes desta norma como adoecidos. Para compreender como este conflito se engendra, mobilizamos aportes teóricos das Geografias Feministas e das Sexualidades, da Teoria Queer e da Geografia da Saúde. Entendendo que o acesso à saúde pela população transmasculina se dá no bojo da construção da Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, analisamos a documentação que instutiu essa política, sua espacialização na RMR e as lacunas existentes em seus documentos no que concerne aos homens trans e transmaculinos. Em seguida, verificamos por meio da análise de cartilhas produzidas pelo movimento autoorganizado de homens trans e pelos órgãos de saúde, como tais lacunas foram sendo preenchidas, por meio de uma disputa político-territorial afirmativa dos corpos transmasculinos e de seus direitos sexuais e reprodutivos. Por fim, recorremos aos relatos - indiretos e diretos - de homens trans que vivem na RMR para compreender em que medida o conflito entre os corpos-território dissidentes e os espaços de acesso à saúde tem se desenvolvido na escala metropolitana.

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  • FABIANA SOUZA FERREIRA
  • UNIDADES DE PAISAGEM E ESCORREGAMENTOS NA CIDADE DE SÃO PAULO (SP): UMA CARTOGRAFIA DE SÍNTESE

  • Orientador : FABRIZIO DE LUIZ ROSITO LISTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MILENA MARÍLIA NOGUEIRA DE ANDRADE
  • DÉBORAH DE OLIVEIRA
  • FABRIZIO DE LUIZ ROSITO LISTO
  • FERNANDO ROCHA NOGUEIRA
  • LUTIANE QUEIROZ DE ALMEIDA
  • Data: 19/11/2024

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  • Os escorregamentos e outros movimentos gravitacionais de massa são processos dinâmicos que são amplificados pelas intervenções humanas em áreas urbanas. O desmatamento, o planejamento inadequado e a exploração insustentável dos recursos naturais têm aumentado a frequência desses eventos, especialmente em regiões vulneráveis social e estruturalmente. Em São Paulo (SP), esses fenômenos ocorrem predominantemente em áreas de risco, como favelas e loteamentos irregulares, expondo as populações e as construções inadequadas a danos significativos. Nesse contexto, a implementação de estratégias eficazes para prevenção, gerenciamento e resposta se torna uma necessidade urgente. Esta pesquisa tem como objetivo geral estabelecer uma correlação entre a ocorrência de escorregamentos e as unidades de paisagem na cidade de São Paulo (SP). Para alcançar esse objetivo, foi elaborado um inventário de escorregamentos utilizando dados da Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) referentes ao período de 2012 a 2022, complementado por levantamentos de campo e sobrevoos de helicóptero. Foram delimitadas 10 unidades de paisagem, considerando os fatores que contribuem para a ocupação inadequada, especialmente em áreas periféricas suscetíveis a escorregamentos. A metodologia incluiu a sobreposição de mapeamentos temáticos, como geologia, geomorfologia, tipologia urbana e zonas de interesse social e a criação de um Banco de Dados Geográfico (BDG). Foram delimitadas 10 unidades de paisagem na cidade de São Paulo, cujas características são fundamentais para a compreensão da expansão populacional e da ocupação em áreas periféricas, resultando em zonas de risco suscetíveis a escorregamentos. Até 2022, 495 áreas de risco foram cadastradas, abrangendo 1.325 setores, dos quais 561 foram classificados como de risco alto e muito alto. As unidades de paisagem mais afetadas por escorregamentos são as unidades 2, 1, 4 e 7, o que evidencia a necessidade de uma gestão territorial integrada, considerando as características geológicas e antrópicas. O inventário de 1.981 ocorrências de escorregamentos entre 2012 e 2022, localizadas principalmente nas zonas Norte, Sul e Leste, reflete a vulnerabilidade das características geológicas de São Paulo, associadas a uma ocupação desordenada. Essas áreas são compostas principalmente por rochas cristalinas de idade pré-cambriana, localizadas em terrenos de morros e serras, o que aumenta a propensão a escorregamentos, especialmente sob condições climáticas adversas e chuvas intensas. A análise dessas ocorrências e das áreas de risco reforça a necessidade de um planejamento urbano adequado e de políticas de mitigação eficazes, essenciais para garantir a segurança dos moradores em áreas vulneráveis a desastres, especialmente em favelas e loteamentos irregulares, que frequentemente ocupam terrenos instáveis e sem suporte estrutural. Uma gestão territorial integrada, que leve em consideração tanto as características naturais quanto as humanas, é fundamental para reduzir danos futuros e prevenir desastres.


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  • Escorregamentos e demais processos gravitacionais fazem parte do grupo dos movimentos de massa relacionados à dinâmica do relevo e são responsáveis por afeiçoar a paisagem, possuindo sua gênese em dissimetria de sistemas ambientais, tornando necessária a compreensão de tal dinâmica. Em função da diversidade do sítio urbano da cidade de São Paulo (SP) e de sua dinâmica climática e hidrológica, acredita-se na necessidade de estudos integrados, que relacionem processos e unidades de paisagem. Assim, o objetivo geral desta pesquisa será correlacionar a ocorrência de escorregamentos por unidades de paisagem na cidade de São Paulo (SP). A organização dos elementos da paisagem será investigada por procedimentos de interpretação de bases cartográficas e produtos de Sensoriamento Remoto associados a trabalhos de campo, visando a acurácia das informações cartográficas. O objetivo geral será correlacionar as ocorrências de escorregamentos com as unidades de paisagem, definindo as unidades de paisagem espacialmente, avaliando a distribuição dos escorregamentos entre 2012 e 2022, criando um BDG e avaliando as áreas de maior perigo e para isso propõe a criação de um Banco de Dados Geográficos (BDG) de escorregamentos para a cidade de São Paulo, associado à correlação das unidades de paisagem, para permitir um melhor monitoramento desses processos em relação às diferentes características fisiográficas da cidade. A pesquisa justifica a necessidade de uma abordagem integrada que relacione os processos e as unidades de paisagismo devido à complexidade do ambiente urbano da cidade de São Paulo e suas dinâmicas climáticas e hidrológicas. Acredita-se que esta pesquisa possa identificar e caracterizar os agentes e os processos físico-ambientais atuantes na cidade, como contribuição para elaboração das unidades de paisagem e processos gravitacionais correlatos, como facilitadores para planos preventivos, subsidiando um melhor planejamento ambiental e urbano.

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  • JOSÉ ADAILTON LIMA SILVA
  • PRODUÇÃO DE FORRAGEM ANIMAL E SEUS IMPACTOS SOCIOECONÔMICOS E AMBIENTAIS EM FUNÇÃO DO USO DE ÁGUAS SALOBRAS E RESIDUÁRIAS NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO

  • Orientador : MARIA FERNANDA ABRANTES TORRES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA FERNANDA ABRANTES TORRES
  • EUGENIA CRISTINA GONCALVES PEREIRA
  • BARTOLOMEU ISRAEL DE SOUZA
  • JOÃO DAMASCENO
  • SÉRGIO MURILO SANTOS DE ARAÚJO
  • Data: 12/12/2024

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  • O semiárido brasileiro apresenta condições edafoclimáticas e geológicas que dificultam as atividades agrícolas e pecuaristas que dependem, essencialmente, da oferta periódica de água. Todavia, mesmo sobre condições físico-geográficas adversas, existem práticas/técnicas que possibilitam a gestão dos recursos hídricos disponíveis localmente, o que tem contribuído para a manutenção/permanência das atividades agropastoris. Neste universo, tem-se o uso das águas salobras e residuárias, disponíveis localmente, para irrigar espécies forrageiras adaptadas à salinidade. Diante disso, objetivou-se avaliar, de forma comparativa, a produção de forragem animal através do cultivo de duas espécies (palma Orelha de Elefante Mexicana -Opuntia stricta Haw; e a Gliricídia (Gliricidia sepium Jacq. Walp) submetidas a três tratamentos: sequeiro, irrigação com águas salobras, e irrigadas com águas residuárias. Nesta perspectiva, foram instaladas três áreas experimentais no município de Pedra Lavrada-PB, semiárido paraibano, onde foram realizadas pesquisas qualiquantitativas direcionadas para: 1) a análise físico-geográfica, considerando as relações existentes entre os elementos naturais (clima, geologia, pedologia etc.) e os aspectos socioeconômicos (trabalho e renda no campo, uso e ocupação da terra, entre outros); 2) tabular, mensurar e comparar dados estatísticos relacionados à produtividade de forragem obtida com os cultivos de palma e gliricídia em função dos três tratamentos; e 3) avaliar os benefícios ou problemas sociais, econômicos e ambientais advindos do uso de águas salobras e residuárias na irrigação e produção de forragem animal. Com isso, pôde-se obter resultados significativos, a saber: i) a irrigação com águas residuárias e salobras aumentaram significativamente a produção de forragem animal em comparação ao cultivo em sequeiro; ii) mesmo utilizando águas com altos níveis de sais dissolvidos, não houve a salinização dos solos; as espécies de palma e gliricidia além de fomentarem boa oferta de água e nutrientes aos animais, também mostraram-se resistentes à presença de sais no solo; e o uso de águas residuárias e salobras possibilitou benefícios socioeconômicos e ambientais como: segurança hídrica e permanência dos cultivos nos períodos de estiagem; e o aumento da produtividade que, consequentemente, possibilita maior oferta de trabalho e renda no campo. Por fim, é urgente fomentar o acesso da população às informações/conhecimentos do uso de águas salobras e residuárias na agricultura, pois assim, pode-se contribuir para favorecer segurança hídrica necessária para o desenvolvimento da atividade agropastoril em regiões semiáridas.


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  • Atualmente, a baixa produtividade agropecuária advinda das condições naturais (geologia, pedologia, clima etc.) do semiárido brasileiro, tem promovido o surgimento de muitos impactos socioeconômicos e ambientais, tais como: queda na oferta de emprego e renda no campo, o que contribui para o aumento do desemprego e da pobreza; abandono de terras e êxodo rural de inúmeras famílias, o que leva aos inchaços urbanos e periferização das cidades; aumento da desigualdade campo-cidade; aumento do desmatamento e queima da vegetação para fomentar novos campos agropecuaristas, etc. Tomando o supracitado, questiona-se: é possível promover atividades agrícolas ou pecuaristas em regiões semiáridas? Como produzir no campo quando as condições climáticas são adversas? São reversíveis os problemas socioeconômicos e ambientais advindos da inibição das atividades agropecuaristas no semiárido brasileiro? Diante destes questionamentos, surge, contemporaneamente, trabalhos/pesquisas - como Batista e Souza (2015), Silva e Silva (2016), Neto (2020) e Gut et al., (2020) - que buscam evidenciar a permanência da agricultura e criação de animais em regiões semiáridas marcada pela escassez periódica de água. Todavia, há uma incipiência correlacionada à avaliação de sistemas agropecuários permanentes no semiárido brasileiro. Torna-se importante lembrar que mesmo sobre condições edafoclimáticas e geológicas adversas, é comum no SAB a existência de atividades agropastoris com boa rentabilidade produtiva e, consequentemente, econômica (SILVA et al., 2014). Isto ocorre, principalmente, em função do uso de técnicas ou práticas que buscam utilizar os recursos naturais disponíveis localmente em uma perspectiva de convivência com aspectos físicos: clima, solo, geologia etc. De forma exemplar, tem-se no semiárido brasileiro a presença de atividades agrícolas e pecuaristas que se utilizam das águas salobras localizadas no subsolo (HERMES et al., 2014). Noutras palavras, utiliza-se o potencial local – águas salobras – para irrigação de diversos cultivos e para a dessedentação de animais. Somado ao exposto anteriormente, tem-se também o uso de águas residuárias – águas negras, comumente chamadas de esgotos domésticos – para a irrigação de cultivares destinados à produção de forragem animal. Esta iniciativa é viável face ao grande potencial da água de reuso existente no semiárido, assim como por estas águas oferecerem nutrientes ao solo, contribuindo com a fertirrigação das culturas e a reciclagem dos nutrientes (CUNHA et al., 2020, p. 106). Assim, o uso de águas salobras e residuárias mostram-se de grande valia para com a produção contínua de forragem animal no semiárido brasileiro, assim como também, revelam-se como uma iniciativa promissora para manutenção de emprego e renda no campo, mesmo nos longos períodos de estiagem. Diante deste contexto, buscar-se-á validar a seguinte tese: a irrigação com águas salobras e residuárias promove um aumento considerável na produtividade quando comparada com o cultivo de sequeiro, o que contribui para alcançar benefícios sociais, econômicos e ambientais relacionados à segurança alimentar animal em regiões semiáridas.

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  • THAÍS MARA SOUZA PEREIRA
  • ATLAS DAS PAISAGENS DA PARAÍBA, NORDESTE DO BRASIL: UMA CONTRIBUIÇÃO À LUZ DA TEORIA DOS GEOSSISTEMAS

  • Orientador : LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
  • ANTONIO CARLOS DE BARROS CORREA
  • FREDSON PEREIRA DA SILVA
  • WEMERSON FLAVIO DA SILVA
  • JACIMÁRIA FONSECA DE MEDEIROS
  • Data: 16/12/2024

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  • Os estudos ambientais estão no cerne de discussão da ciência contemporânea, com destaque para a Geografia, disciplina com grandes contributos para este tema. Estudar, documentar e sobretudo, descrever os ambientes naturais é objetivo da Geografia desde os naturalistas, evidenciando-se o conceito de paisagem. Os estudos ambientais (integrados) atuais ganharam diferentes nomenclaturas, tais como: estudos geoambientais, caracterização ambiental, estudos geossistêmicos, dinâmica ambiental, análise espaço-temporal, entre outros. Diante do exposto, sobressaem-se os estudos com base geossistêmica, como ponto chave na identificação da relação entre os aspectos físico-ambientais de dada área, através de seus componentes abióticos, bióticos, e antrópicos, buscando compreender acerca da estrutura, hierarquia, organização e funcionalidade das paisagens. No Brasil, os estudos geossistêmicos estão crescendo acentuadamente, todavia, ainda existe contradições teórico-metodológicas e ausências de aplicabilidades de forma sistemática. Enfatizando o estado da Paraíba, em razão da ausência de zoneamentos/mapeamentos geossistêmicos dessa magnitude. Destaca-se a relevância para o desenvolvimento de estudos que substancialize o planejamento ambiental, uso dos recursos e ordenamento territorial. Assim, o presente estudo tem como objetivo classificar e representar as paisagens do estado da Paraíba, no Nordeste Brasileiro, a partir da perspectiva geossistêmica, visando a elaboração de um atlas digital das paisagens do estado da Paraíba. Para tal, foram realizados os seguintes procedimentos metodológicos: 1) Revisão bibliográfica a despeito da cartografia de paisagens nos estudos geográficos, com destaque para o semiárido; as tipologias e hierarquias utilizadas pelos autores clássicos e contemporâneos; o estado da Paraíba e suas características físico-geográficas; 2) mapeamento dos aspectos físico-ambientais do Estado da Paraíba, a partir de mapas temáticos; 3) panorama geossistêmico do estado da Paraíba, a partir da análise e interpretação dos mapas temáticos elaborados; 4) Modelagem downscaling dos tipos de geossistemas do estado da Paraíba; 6) Integração dos modelos e criação de uma taxonomia dos geossistemas da Paraíba; 7) Elaboração do Atlas das Paisagens da Paraíba. Dessa forma, foi possível entender a dinâmica existente no território, de modo que, as inter-relações dos elementos, condicionantes e fatores existentes são agentes influenciadores no desenvolvimento, estrutura, funcionamento e organização destas paisagens. Assim, as paisagens da Paraíba estão associadas às variações do relevo em terrenos cristalinos e/ou sedimentares, localizados desde à Bacia Litorânea Pernambuco-Paraíba, leste do Estado, adentrando a porção interiorana do Estado, até a bacia sedimentar, na depressão sertaneja. As províncias são condicionadas pela união de fatores como a estrutura geológica, evolução morfoclimática, bem como associações de processos antropogênicos que atuam na geomorfogênese paisagística do Estado. A presente tese ainda forneceu, por fim, um produto final: o atlas das paisagens da Paraíba. Este sendo, um resultado tangível que disponibilizará ao público escolar informações geográficas e cartográficas acerca das paisagens da Paraíba.


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  • O presente estudo objetiva elaborar um atlas digital das paisagens do estado da Paraíba. Para tal, foram realizados os seguintes procedimentos metodológicos: 1) Revisão considerando, a cartografia de paisagens, as tipologias e hierarquias propostas; o estado da Paraíba e suas características físico-geográficas; 2) mapeamento dos aspectos físico-ambientais da Paraíba, a partir de mapas temáticos; 3) panorama geossistêmico do estado da Paraíba, a partir da análise e interpretação dos mapas temáticos; 4) Mapeamento dos geossistemas regionais; 5) integração dos modelos e criação de uma taxonomia dos geossistemas. Dessa forma, a partir da análise geossistêmica foi possível entender a dinâmica existente no território, evidenciando as interrelações dos elementos condicionantes e fatores existentes no desenvolvimento da estrutura, funcionamento e organização destas paisagens. Assim, as paisagens da Paraíba estão associadas às variações do relevo em terrenos cristalinos e/ou sedimentares, localizados desde à Bacia litorânea Pernambuco-Paraíba, leste do Estado, adentrando a porção interiorana do Estado, até a bacia sedimentar, na depressão sertaneja. As províncias físico-geográficas são condicionadas pela união de fatores como a estrutura geológica, evolução geomorfológica, bem como associações de processos antropogênicos que atuam na geomorfogênese. Estão em construção mapas funcionais considerando variabilidade intra-anual de índices de vegetação, balanço hídrico e de energia. Também estão sendo construídos mapas de mudanças no uso e cobertura da terra. Por fim, será elaborado um memorial do atlas digital das paisagens da Paraíba.

2023
Dissertações
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  • VINICIUS FERREIRA LUNA
  • EVENTOS EXTREMOS DE CHUVA E SUSCETIBILIDADE A INUNDAÇÃO EM JUAZEIRO DO NORTE, CEARÁ

  • Orientador : CRISTIANA COUTINHO DUARTE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CRISTIANA COUTINHO DUARTE
  • JULIANA MARIA OLIVEIRA SILVA
  • LUCAS SUASSUNA DE ALBUQUERQUE WANDERLEY
  • Data: 08/02/2023

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  • A presente pesquisa tem como objetivo analisar a climatologia dos eventos extremos de chuva nas escalas anual, mensal e diária em Juazeiro do Norte (CE) e avaliar a suscetibilidade a inundações deflagradas por eventos de chuvas extremas no município.  Os procedimentos metodológicos utilizados  foram: técnica estatística dos quantis, a fim de classificar os anos secos e chuvoso e definir um limiar de chuva para o município, estatística descritiva para os dados mensais e  metodologia dos máximos de  precipitação  elegendo  eventos  por  níveis  de  intensidade,  identificando  assim episódios  máximos diários; analisou-se também cartas sinóticas e imagens de satélite do CPTEC/INPE com o intuito de averiguar o sistema atmosférico atuante durante os eventos.  A investigação dos impactos foi realizada a partir dos dados do S2ID, decretos municipais e a partir da análise de notícias veiculadas a jornais (local, estadual e regional) e blogs, como também foi realizado visitas técnicas de checagem em campo  a  fim de coletar pontos para espacialização desses. Afim de conferir a susceptibilidade a inundação aplicou-se o modelo HAND para Juazeiro do Norte. Constatou-se, portanto, que os anos de 2004 e 2011 foram considerados muito chuvosos e os anos de 1993 e 2012 muito secos para a série histórica analisada; os meses mais chuvosos estão associados a quadra chuvosa da região (janeiro a abril); já para os dados diários foi possível estabelecer três limiares ligados a eventos com chuva em 24 horas:  eventos chuvosos (20,0mm), muito chuvosos (37,0mm) e extremamente chuvosos (62,0mm).  A partir da análise dos impactos foi possível observar a coerência dos limiares levantados e que eles condizem com a realidade de Juazeiro do Norte, bem como, foi realizado a sua espacialização, observando que os maiores registros se concentram nos bairros Lagoa Seca e São José.  Com a aplicação do HAND gerou-se a susceptibilidade a inundação para o município a área de estudo apresentando 5 classes de susceptibilidade (muito alta, alta, média, baixa, e muito baixa), verificando que os bairros que apresentaram alta e muita alta susceptibilidade a inundação estão associados a planície do rio Salgadinho, do riacho das Timbaúbas e do riacho do Touro.  A partir das considerações levantadas foi possível validar a eficiência das técnicas para análise de chuvas em Juazeiro do Norte e a coerência entre os locais com registro de impactos associados as chuvas com as áreas de maior susceptibilidade no município.


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  • Um dos grandes problemas enfrentados pelas cidades brasileiras relaciona-se à adaptação aos eventos extremos, sobretudo de ordem pluviométrica e suas consequências. Sendo assim, a presente pesquisa tem por objetivo analisar os impactos da ocorrência de eventos extremos diários de chuva em Juazeiro do Norte, sul do estado do Ceará, diante da configuração do risco a inundação associado a tais eventos. Os procedimentos metodológicos utilizados serão: técnica estatística dos Quantis, de modo a definir os limiares de chuvas para o município e um parâmetro para chuvas intensas, metodologia dos máximos de precipitação definindo os eventos por níveis de intensidade no intuito de identificar episódios máximos diários, e a análise e interpretação de imagens de satélite do CPTEC/INPE para averiguar o sistema atmosférico atuante durante os eventos. Posteriormente, será realizada uma identificação dos impactos associados aos eventos pluviométricos extremos a partir dos registros históricos de notícias veiculadas a jornais (local, estadual e regional), blogs, dados da defesa civil e acervos disponíveis em bibliotecas, como também realizar-se-á visitas técnicas de checagem em campo de modo a registrar e referenciar os lugares afetados para uma espacialização. Para elaboração do mapa de risco a inundação se utilizará o método Processo Analítico Hierárquico (Analytic Hierarchy Process) – AHP, que tem seu desenvolvimento pautado no auxílio da tomada de decisão partir de uma série de fatores que podem ser quantitativos ou qualitativos. Dessa maneira, será possível identificar as áreas com maior ocorrência de impactos dos eventos extremos e se essas estão relacionadas com as áreas de risco a inundação. Com essa associação será possível definir quais as áreas mais críticas quanto ao risco dos efeitos das chuvas extremas.

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  • DHAYANNA CHRYSTIAN SILVA DE FRANCA
  • AS INSERÇÕES TECNOLÓGICAS NO ENSINO DA REDE MUNICIPAL DO RECIFE-PE

  • Orientador : FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA BEATRIZ GOMES PIMENTA DE CARVALHO
  • FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
  • LUCAS ANTONIO VIANA BOTELHO
  • Data: 27/02/2023

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  • O presente trabalho tem como centralidade estudar a inserção das tecnologias no ensino na cidade do Recife, entendendo como os programas e as políticas públicas ligada a tecnologia tem influenciado no ensino e na formação docente de geografia na rede  municipal. A pesquisa partiu dos seguintes questionamentos: Quais as contribuições e problemáticas que as tecnologias digitais podem apresentar na prática docente e no ensino da geografia escolar? Como as escolas se inserem nesse sistema tecnológico no período de 2010-2022? Tendo em mente a complexidade do debate sobre tecnologias digitais como ferramenta pedagógica, traçamos um percurso que partiu de levantamento dos dados do PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) junto ao IBGE (2016-2020),  para  compreender  qual  cenário tecnológico  e  educacional  tínhamos  em  uma  escala  selecionada,  para  assim  chegar  nas políticas públicas nacionais e por conseguinte nos programas municipais que se configuram como o palco principal do nosso levantamento. Mediante a isto, a pesquisa é qualitativa, por buscar compreender além dos números tendo uma interpretação da realidade mais fidedigna, buscando aproximação  com os professores da rede municipal e  escutando  os sujeitos da ação,  além  de  analisar  as  bases  dos  programas  que  estão  em  curso.  Buscando  assim compreender  como os professores estão utilizando as tecnologias digitais para construção do conhecimento da geografia escolar e seus efeitos na prática escolar  docente  através dos programas Escola do  Futuro e Educa-Recife, instituídos por meio das políticas  públicas. Perante isso o panorama construído desvela as fragilidades e coloca em pauta se coexistem contribuições e transformações na prática docente e no processo de ensino e aprendizagem.


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  • O presente trabalho tem como centralidade estudar a inserção das tecnologias no ensino na cidade do Recife, entendendo como os programas e as políticas públicas ligada a tecnologia tem influenciado no ensino e na formação docente de geografia na rede municipal. A pesquisa partiu dos seguintes questionamentos: Quais as contribuições e problemáticas que as tecnologias digitais podem apresentar na prática docente e no ensino da geografia escolar? Como as escolas se inserem nesse sistema tecnológico? Tendo em mente a complexidade do debate sobre tecnologias digitais como ferramenta pedagógica, traçamos um percurso que partiu de levantamento dos dados do PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) junto ao IBGE, para compreender qual cenário tecnológico e educacional tínhamos em uma escala selecionada, para assim chegar nas políticas públicas nacionais e por conseguinte nos programas municipais que se configuram como o palco principal do nosso levantamento. Mediante a isto, a pesquisa é qualitativa, por buscar compreender além dos números tendo uma interpretação da realidade mais fidedigna, buscando aproximação com os professores da rede municipal e dando voz aos sujeitos da ação, além de analisar as bases dos programas que estão em curso. Buscando assim compreender como os professores estão utilizando as tecnologias digitais para construção do conhecimento da geografia escolar e seus efeitos na prática docente através dos programas Escola do futuro e Educa-Recife. Perante isso o panorama construído desvela as fragilidades e coloca em pauta se coexistem contribuições e transformações na prática docente e no processo de ensino e aprendizagem.

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  • JEOVANE DA SILVEIRA FIDELIS QUERINO
  • A ESTETIZAÇÃO DAS PAISAGENS NO INSTAGRAM: CONSTRUÇÃO DISCURSIVA E APROPRIAÇÃO SIMBÓLICA DA PRAIA DOS CARNEIROS E DE GUADALUPE (PE)

  • Orientador : CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • DAVID TAVARES BARBOSA
  • PRISCILA BATISTA VASCONCELOS
  • Data: 27/02/2023

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  • O Instagram é um aplicativo de compartilhamento de fotos, vídeos e imagens, que vem se tornando bastante utilizado pelos seus usuários, desde sua origem em 2010. Este Trabalho analisa a relação entre as virtualidades contidas nas imagens inseridas no Instagram e as suas geograficidades, visando compreender as representações  paisagísticas  e  as  concepções psicopolíticas e simbólicas dadas por elas a partir das fotos exibidas no aplicativo, que se tornam imagens, que retratam a Praia dos Carneiros e de Guadalupe (PE). Desta forma, utilizou-se para fins metodológicos: o conceito de paisagem segundo Denis Cosgrove e da análise do poder simbólico  segundo  Bourdieu.  Consequentemente, foram analisados  os discursos  fotográficos  e  a  apropriação  simbólica  que  as  fotos  exercem,  desvelando  as representações fotográficas e a estetização das paisagens feitas pelos usuários do Instagram que representem Turismo, Mercadorias, Corpos, Drones, Fotografias de Paisagens, Disputas Narrativas entre usuários, Patrimônios e as implicações psicopolíticas e algorítmicas disso. Com isso, mostra-se a importância da articulação de conceito geográfico de paisagem para explicar a relação entre o instagramável e o geográfico, bem como o poder simbólico na visibilidade  das  postagens  do  Instagram,  promovendo  um  estudo  de  uma  Geografia instagramável sobre a Praia dos Carneiros e de Guadalupe (PE).


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  • O Instagram é um aplicativo de compartilhamento de fotos, vídeos e imagens, que vem se tornando bastante utilizado pelos seus usuários, desde sua origem em 2010. Este Trabalho analisa a relação entre as Virtualidades contidas nas imagens inseridas no Instagram e as suas Geograficidades, visando compreender as representações paisagísticas e as concepções psicopolíticas e simbólicas dadas por elas a partir das fotos exibidas no Instagram, que se tornam imagens, que retratam a Praia dos Carneiros e de Guadalupe (PE). Desta forma, utilizou-se para fins metodológicos: o Conceito de Paisagem segundo Denis Cosgrove e da Análise do Poder Simbólico segundo Bourdieu. Consequentemente, foram analisados os discursos fotográficos e a apropriação simbólica que as fotos exercem, desvelando as representações fotográficas e a estetização das paisagens feitas pelos usuários do Instagram e as implicações psicopolíticas e algoritmicas disso. Com isso, mostra-se a importância da articulação de conceito geográfico de Paisagem para explicar a relação entre o Instagramável e o Geográfico, bem como o poder simbólico na visibilidade das postagens do Instagram, promovendo um estudo de uma Geografia Instagramável sobre a Praia dos Carneiros e de Guadalupe (PE).

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  • MATHEUS RIVAIL ALVES DE ARAUJO PEREIRA
  • PROFESSORES DE GEOGRAFIA CONECTADOS? INTERSEÇÕES ENTRE FORMAÇÕES E VIVÊNCIAS

  • Orientador : FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
  • MARIA AUXILIADORA SOARES PADILHA
  • LUCAS ANTONIO VIANA BOTELHO
  • Data: 28/02/2023

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  • O estudo em questão reflete sobre as vivências dos professores e a construção de suas relações com as tecnologias digitais.  Neste sentido, enquanto questionamento  central  busca-se responder: como as trajetórias formativas dos professores de geografia em Pernambuco são transformadas pelas relações com as tecnologias digitais?  Para isso,  foram realizadas análises sobre  as trajetórias formativas dos professores, em específico sobre o período de atuação do programa do Estado de Pernambuco “Professor Conectado” nas realidades desses profissionais. Dessa forma, apresenta-se como objetivo principal do estudo investigar os significados atribuídos pelos  professores  de Geografia de Pernambuco quanto ao uso das tecnologias digitais em suas trajetórias formativas. Nesse sentido, enquanto caminhos metodológicos, foram realizados o levantamento documental para fundamentação teórica do estudo, trabalho de campo e entrevistas semiestruturadas para elucidar os questionamentos mediante a falta de transparência dos dados. Os dados advindos dos instrumentos de coleta foram  analisados conforme a  Análise de Conteúdos revelando que por meio da investigação das trajetórias formativas é possível atingir pontos sensíveis para a formação de professores as tecnologias digitais que estão interligados a questões socioeconômicas e socioemocionais pertencentes aos seus passados, mas que chegam até a sala de aula.


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  • A presente pesquisa traz como primeira reflexão em seu título a necessidade de conectar o mundo virtual ao mundo real, de maneira que possamos repensar como as múltiplas realidades se relacionam com o mundo digital e como a escola pública se apropria das TDIC visando uma formação para o exercício da cidadania. O estudo em questão reflete sobre a necessidade de entender a inclusão digital enquanto um movimento educacional e não apenas uma fornecedora de equipamentos tecnológicos como foi vislumbrada nas últimas três décadas. Neste sentido, enquanto questionamento central busca-se responder: como incluir digitalmente os professores de geografia, de modo que a sua prática docente seja significativa para eles e para os estudantes? Sendo assim, mediante a investigação sobre o programa do Estado de Pernambuco “Professor Conectado”, apresenta-se como objetivo principal do estudo compreender as influências e potencialidades da inclusão digital na vivência dos professores de geografia das escolas estaduais de Recife. Para isso, enquanto caminhos metodológicos, foram realizados a revisão de literatura e o levantamento documental para fundamentação teórica do estudo e , em seguida, serão realizadas as entrevistas semiestruturadas e a aplicação da Oficina GeoApps. Os dados advindos dos instrumentos de coleta serão analisados conforme a Análise de Conteúdos e busca-se explorar os dois caminhos percorridos pela inclusão digital entre idealização e prática, em que justamente a prática corrobora para a manutenção de desigualdades sociais tendo como meio de propagação os projetos governamentais.

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  • FELIPE RIBEIRO GONZAGA MARANGONI
  • MAPEAMENTO SISTEMÁTICO E PARTICIPATIVO DE ÁREAS DE RISCO A ESCORREGAMENTOS: UMA ANÁLISE COMPARATIVA

  • Orientador : FABRIZIO DE LUIZ ROSITO LISTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDREA FLAVIA TENORIO CARNEIRO
  • DÉBORAH DE OLIVEIRA
  • FABRIZIO DE LUIZ ROSITO LISTO
  • Data: 28/02/2023

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  • No ano de 2019, o município de Abreu e Lima, localizado ao norte da Região Metropolitana do Recife (PE), foi atingido por escorregamentos desastrosos, com  vítimas  fatais  e  perdas  socioeconômicas,  especialmente,  nos  bairros Caetés I e II. Assim, o objetivo principal dessa dissertação foi comparar os graus de riscos a escorregamentos a partir da abordagem sistemática de mapeamento de áreas de risco e da abordagem participativa nos bairros de Caetés I e Caetés II, Abreu e Lima, Região Metropolitana do Recife (PE).  Para a realização dos mapeamentos foram definidos 24  setores  de  risco  utilizando  a  escala  de zoneamento.  O mapeamento sistêmico foi  efetuado  a  partir  da  metodologia proposta  pelo Ministério das Cidades  e Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo  (2007),  na qual  os graus  de risco  foram classificados  em R1 – Risco baixo, R2 – Risco médio, R3 – Risco alto e R4 – Risco muito alto. Para o mapeamento participativo  foi utilizada  a  metodologia  desenvolvida por Pereira  et  al.,  (2019),  cujos  protagonistas  do  mapa  final  foram  os  próprios moradores  das  áreas  de  risco,  ao  classificarem  o  risco  baseado  em  suas vivências, memórias e percepção  social  do risco. Por fim, após o processo de mapeamento  e  os  produtos  finais  de  ambos  os  métodos,  foram  realizados  a comparação dos mapas,  suas  vantagens e limitações,  suas  contribuições  para os  bairros  aplicados,  bem  como  a  percepção  de  risco  pelos  moradores.  Os resultados para o mapeamento sistemático foram 5 setores R1, 8 setores R2, 6 setores R3 e 5 setores R4. Para o participativo, 15 setores R1 e 9 setores R2. A contribuição de ambas as técnicas de mapeamento fortalecem as tomadas de decisões na gestão de risco.  Por fim, é possível concluir que a experiência dos profissionais  no  mapeamento  sistemático  e  a  vivência  na  área  de  risco  dos moradores  no  mapeamento  participativo,  associados,  possibilitam  maior acurácia  na  gestão  de  risco  de  desastres  e  provável  mitigação  do  risco  de escorregamentos.


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  • No ano de 2019, o município de Abreu e Lima, localizado ao norte da Região Metropolitana do Recife (PE), foi atingido por eventos de escorregamentos desastrosos, com vítimas fatais e perdas socioeconômicas, especialmente, nos bairros Caetés I e II. Assim, o objetivo principal dessa dissertação é comparar os graus de riscos a escorregamentos a partir da abordagem técnica e participativa nos bairros de Caetés I e Caetés II, Abreu e Lima, Região Metropolitana do Recife (PE) e a posteriori comparação dos frutos de abordagens distintas. Para isso, os objetivos específicos são (1) setorizar as áreas de risco, (2) realizar a percepção social de risco com a comunidade e (3) definir a melhor abordagem de mapeamento (técnica ou participativa). Para a realização do mapeamento foram definidos 24 setores a partir da escala de zoneamento, o mapeamento de técnico de área de risco será efetuado com a ficha de mapeamento de risco desenvolvida pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo e Ministério das Cidades (2007), sendo possível definir o grau de risco em R1 – Risco baixo, R2 – Risco médio, R3 –Risco alto e R4 – Risco muito alto. Para o mapeamento de risco participativo, será utilizada a ficha de mapeamento participativo de área de risco desenvolvida por Pereira et al., (2019) com base na ficha de mapeamento técnico de áreas de risco, porém os agentes mapeadores serão os habitantes das áreas de risco que definirão o risco com o mesmo grau técnico baseado em suas vivências, memórias e percepção do risco. Por fim, após o processo de mapeamento e o produto dos dois métodos prontos, será realizada a comparação de qual método se torna mais eficaz para a realidade dos bairros de Caetés I e II, em Abreu e Lima – PE.

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  • LEONARDO ALVES LEITE DOS SANTOS
  • REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA E CIRCUITOS DA ECONOMIA URBANA: ANÁLISE DA CIDADE DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO (PE)

  • Orientador : RODRIGO DUTRA GOMES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BERTRAND ROGER GUILLAUME COZIC
  • RODRIGO DUTRA GOMES
  • TALITHA LUCENA DE VASCONCELOS
  • Data: 28/02/2023

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  • O processo de reestruturação produtiva das atividades industriais é um dos fenômenos mais significativos da  globalização do capitalismo ao longo da segunda metade do século XX e prolongado até os presentes dias.  Esse processo de migração industrial é um dos grandes fatores que impulsionaram a urbanização dispersa e a ampliação da importância das cidades médias e intermediárias na configuração das redes urbanas e no  rearranjo  da  divisão  territorial  do  trabalho para regiões  de  desempenho econômico menos dinâmicos. No Brasil sendo as Regiões Sul e  Nordeste as principais beneficiadas  por  este  processo.  Estas  cidades  médias  interioranas  à  medida  que concentraram agentes industriais formaram  estruturas  produtivas de aglomeração relativa em seus territórios e passaram a realizar novas dinâmicas inter e intraurbanas  nas suas organizações  econômicas, laborais e de consumo. Nesta pesquisa buscou-se  analisar como esse processo  de reestruturação  se deu e  dinamizou, quali-quantitativamente,  os agentes e as estruturas dos setores produtivos da economia urbana da cidade média de Vitória de Santo Antão, capital sub-regional do centro da Zona da Mata de Pernambuco. Neste  objetivo, de estudo de caso, tomou-se  da dialética  da  teoria  dos  circuitos  da economia  urbana de Milton Santos junto  aos  estudos  contemporâneos do desenvolvimentismo  econômico  e  industrial  brasileiro  e  da  geografia  urbana  e econômica,  especialmente  tratando-se  das  cidades  médias.  Com  isso,  para  além  de extensa pesquisa bibliográfica quanto aos conceitos e elementos centrais que delimitam a problemática, realizou-se  pesquisa de dados secundários em órgãos oficiais do Estado (IBGE,  SIDRA,  RAIS,  DataSebrae, etc.) sobre o panorama  evolutivo  recente  da economia, dos  setores  e  atividades  produtivas  e  das formas de trabalho na cidade de Vitória de Santo Antão e na coleta de imagens da disposição desses agentes e estruturas na (re)produção do espaço urbano da cidade. Conclui-se que, durante as  duas últimas décadas, Vitória de Santo Antão tornou-se uma significativa cidade de atração industrial, consolidando-se como uma centralidade relativamente crescente deste setor até meados de 2015,  quando dá-se início a crise político-econômica que eclodiu. Essa ampliação da centralidade urbano-econômica  do  município  atraiu  e  fomentou  a  diversificação  de comércios e serviços de maiores amplitudes  ou com grau mais elevado de especialização, característicos do circuito superior e superior marginal da economia. Mas,  no entanto,  a grande concentração de empregos formais permanece ainda em setores e atividades  de baixa geração de rendas  no comércio varejista e serviços básicos, sendo a formalização via  abertura  de  cadastro  de  MEI  uma  alternativa  em  ascensão para  informais  e desempregados  na  dinâmica  recente  do  trabalho  e  dos  micro  e  pequenos  negócios  do circuito inferior da economia da cidade.


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  • O processo de reestruturação produtiva das atividades industriais é um dos fenômenos mais significativos da globalização do capitalismo ao longo da segunda metade do século XX e prolongado até os presentes dias. Esse processo de migração industrial é um dos grandes fatores que impulsionaram a urbanização dispersa e a ampliação da importância das cidades médias e intermediárias na configuração das redes urbanas e no rearranjo da divisão territorial do trabalho para regiões de desempenho econômico menos dinâmicos. No Brasil sendo as Regiões Sul e Nordeste as principais beneficiadas por este processo. Estas cidades médias interioranas à medida que concentraram agentes industriais formaram estruturas produtivas de aglomeração relativa em seus territórios e passaram a realizar novas dinâmicas inter e intraurbanas nas suas organizações econômicas, laborais e de consumo. Nesta pesquisa buscou-se analisar como esse processo de reestruturação se deu e dinamizou, quali-quantitativamente, os agentes e as estruturas dos setores produtivos da economia urbana da cidade média de Vitória de Santo Antão, capital sub-regional do centro da Zona da Mata de Pernambuco. Neste objetivo, de estudo de caso, tomou-se da dialética da teoria dos circuitos da economia urbana de Milton Santos junto aos estudos contemporâneos do desenvolvimentismo econômico e industrial brasileiro e da geografia urbana e econômica, especialmente tratando-se das cidades médias. Com isso, para além de extensa pesquisa bibliográfica quanto aos conceitos e elementos centrais que delimitam a problemática, realizou-se pesquisa de dados secundários em órgãos oficiais do Estado (IBGE, SIDRA, RAIS, DataSebrae, etc.) sobre o panorama evolutivo recente da economia, dos setores e atividades produtivas e das formas de trabalho na cidade de Vitória de Santo Antão e na coleta de imagens da disposição desses agentes e estruturas na (re)produção do espaço urbano da cidade. Conclui-se que, durante as duas últimas décadas, Vitória de Santo Antão tornou-se uma significativa cidade de atração industrial, consolidando-se como uma centralidade relativamente crescente deste setor até meados de 2015, quando dá-se início a crise político-econômica que eclodiu. Essa ampliação da centralidade urbano-econômica do município atraiu e fomentou a diversificação de comércios e serviços de maiores amplitudes ou com grau mais elevado de especialização, característicos do circuito superior e superior marginal da economia. Mas, no entanto, a grande concentração de empregos formais permanece ainda em setores e atividades de baixa geração de rendas no comércio varejista e serviços básicos, sendo a formalização via abertura de cadastro de MEI uma alternativa em ascensão para informais e desempregados na dinâmica recente do trabalho e dos micro e pequenos negócios do circuito inferior da economia da cidade.

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  • TAMARA CARLA GONCALVES BEZERRA
  • CARTOGRAFIAS DE SI: ITINERÁRIOS PERFORMÁTICOS PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE GEOGRAFIA

  • Orientador : FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
  • JADER JANER MOREIRA LOPES
  • MATEUS FERREIRA SANTOS
  • Data: 01/03/2023

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  • Diante o enviesamento das práticas pedagógicas em Cartografia a uma racionalidade técnica, distancia-se o reconhecimento dos saberes experienciais para  o  desenvolvimento  de  uma consciência crítica e  coletiva  durante  a  formação  de  professores  de  Geografia.  Nenhuma prática  se  constitui  enquanto  isenta  de  intencionalidade,  racionalidade  e  humanidade,  isto porque os processos que entrelaçaram e entrelaçam a sua configuração (sempre constante) são mediatizados por pessoas e lugares, e ninguém se faz alheio a isto. Este trabalho não reúne esforços  a  fim  de  envilecer  os  conhecimentos  cartográficos  e  os  aspectos  pedagógicos construídos até então  -  é necessário pontuar a importância que tiveram para a sistematização do pensamento geográfico e entendimento da  sociedade  enquanto  unidade.  Destarte,  quero pedir  licença  para  apresentar  um  outro  ponto  de  vista:  incentivar  cartografias  plurais  por enxergar  o  sujeito  da  ação  enquanto  protagonista  de  seu  próprio  processo  formativo,  em concordância à ideia de que uma formação sem reflexão relega o professor (e sua identidade docente)  ao  não  reconhecimento  de  sua  potencialidade  didática  e  ao  reprodutivismo  que assola  o  cotidiano  escolar.  É  neste  sentido  que  as  Cartografias  de  Si  vêm  desmistificar  a predisposição  que  a  formação  de  professores  de  Geografia  tem  seguido.  Cartografar  a  si mesmo  é  um  constante  movimento  de  revisitar  experiências  cotidianas  que  transformam  o sujeito  a  partir  do  ato  reflexivo.  Ninguém  cartografia  a  si  uma  única  vez,  pois  ninguém  é inato, bem como há transformação nos espaços em que  as pessoas se inserem socialmente, há uma  rede  de  influências  que  retroalimentam  essa  transformação  entre  o  eu  e  o  outro  no espaço. Quero dizer que as práticas sociais cotidianas  -  e também as pedagógicas  -  carregam consigo potencialidades que se circunscrevem além do que estamos acostumados a enxergar, relegamos  a  ciência  a  um  plano inatingível,  quando  na  verdade  esta  própria  só  se  constitui mediante práticas sociais. Em razão do supracitado, este percurso  investigativo adota como questão  central:  como  as  Cartografias  de  Si  potencializam  um  movimento  autorreflexivo diante o processo formativo de licenciandos do curso de Licenciatura em Geografia? A fim de alcançar ao objetivo primordial de compreender como as Cartografias  de Si constituem um movimento translacional  necessário para a construção de experiências  outras na formação de professores  de  Geografia.  Em busca  de  itinerários  que  levem  ao  movimento  reflexivo  de repensar  outras  práticas,  fora  adotada  como  abordagem  basilar  ao  desenvolvimento  desta pesquisa a abordagem qualitativa, paralela à Pesquisa Formação  bem discutida por Barreiro (2009). Alçando olhares à complexidade do referencial teórico-metodológico que deu margem - e forças - a esta escrita, os contundentes resultados que aqui estão sendo evidenciados - e aos que ainda serão, com a realização da oficina proposta - foram sistematizados mediante a óbice da Análise do Conteúdo, proposta por Bardín (2011). Face ao corte-costura dos apontamentos possibilitados  por  esta  investigação,  aponta-se  a  necessidade  de  enxergar  a  formação  de professores  como  um  espaço-tempo  de  acolhimento  aos  sujeitos  e  suas  inquietações  e expectativas acerca  da docência; é necessário enxergar a formação sob a perspectiva de um saber-linguagem que cartografa social, cultural e politicamente subjetividades docentes.


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  • Diante o enviesamento das práticas pedagógicas em Cartografia a uma racionalidade técnica, distancia-se o reconhecimento dos saberes experienciais para o desenvolvimento de uma consciência crítica e coletiva durante a formação de professores de Geografia. Nenhuma prática se constitui enquanto isenta de intencionalidade, racionalidade e humanidade, isto porque os processos que entrelaçaram e entrelaçam a sua configuração (sempre constante) são mediatizados por pessoas e lugares, e ninguém se faz alheio a isto. Este trabalho não reúne esforços a fim de envilecer os conhecimentos cartográficos e os aspectos pedagógicos construídos até então - é necessário pontuar a importância que tiveram para a sistematização do pensamento geográfico e entendimento da sociedade enquanto unidade. Destarte, quero pedir licença para apresentar um outro ponto de vista: incentivar cartografias plurais por enxergar o sujeito da ação enquanto protagonista de seu próprio processo formativo, em concordância à ideia de que uma formação sem reflexão relega o professor (e sua identidade docente) ao não reconhecimento de sua potencialidade didática e ao reprodutivismo que assola o cotidiano escolar. É neste sentido que as Cartografias de Si vêm desmistificar a predisposição que a formação de professores de Geografia tem seguido. Cartografar a si mesmo é um constante movimento de revisitar experiências cotidianas que transformam o sujeito a partir do ato reflexivo. Ninguém cartografia a si uma única vez, pois ninguém é inato, bem como há transformação nos espaços em que as pessoas se inserem socialmente, há uma rede de influências que retroalimentam essa transformação entre o eu e o outro no espaço. Quero dizer que as práticas sociais cotidianas - e também as pedagógicas - carregam consigo potencialidades que se circunscrevem além do que estamos acostumados a enxergar, relegamos a ciência a um plano inatingível, quando na verdade esta própria só se constitui mediante práticas sociais. Em razão do supracitado, este percurso investigativo adota como questão central: como as Cartografias de Si potencializam um movimento autorreflexivo diante o processo formativo de licenciandos do curso de Licenciatura em Geografia? A fim de alcançar ao objetivo primordial de compreender como as Cartografias de Si constituem um saber-linguagem necessário para a construção de experiências outras na formação de professores de Geografia. Em busca de itinerários que levem ao movimento reflexivo de repensar outras práticas, fora adotada como abordagem basilar ao desenvolvimento desta pesquisa a abordagem qualitativa, paralela à Pesquisa Formação bem discutida por Barreiro(2009). Alçando olhares à complexidade do referencial teórico-metodológico que deu margem -e forças - a esta escrita, os contundentes resultados que aqui estão sendo evidenciados - e aos que ainda serão, com a realização da oficina proposta - foram sistematizados mediante a óbice da Análise do Conteúdo, proposta por Bardín (2011). Face ao corte-costura dos apontamentos possibilitados por esta investigação, aponta-se a necessidade de enxergar a formação de professores como um espaço-tempo de acolhimento aos sujeitos e suas inquietações e expectativas acerca da docência; é necessário enxergar a formação sob a perspectiva de um saber-linguagem que cartografa social, cultural e politicamente subjetividades docentes.

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  • EVERTON ESTEVAO DE MELO
  • AGROECOLOGIA E USO DO TERRITÓRIO: ORGANIZAÇÃO SOCIAL E SALVAGUARDA DA AGROBIODIVERSIDADE COMO ESTRATÉGIAS CAMPONESAS ANTE O PROJETO DE DESENVOLVIMENTO NO MUNICÍPIO DE PAULISTA/PE

  • Orientador : MONICA COX DE BRITTO PEREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CAMILA DUTRA DOS SANTOS
  • MONICA COX DE BRITTO PEREIRA
  • NILO AMERICO RODRIGUES LIMA DE ALMEIDA
  • Data: 28/04/2023

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  • Apresentamos no trabalho em tela uma análise geográfica acerca das dinâmicas territoriais contemporâneas do município de Paulista/PE, a partir da reflexão sobre as contradições e contraposições entre o uso corporativo e os usos não hegemônicos do território, bem como a oposição entre racionalidade hegemônica e contra-racionalidades que presidem tais perspectivas no âmbito das relações cidade-campo. Busca-se evidenciar, por um lado, as implicações espaciais decorrentes do projeto de desenvolvimento ancorado na urbanização corporativa e, por outro, o território usado, praticado e experienciado pela população camponesa. Nesse sentido, analisamos a forma como vem se dando o desenvolvimento e seus desdobramentos para a população e para o território e apontamos a organização social, os saberes e práticas agroecológicas como importantes estratégias gestadas pelos camponeses com a finalidade de dar continuidade às suas experiências. A dissertação se apoiou em uma abordagem qualitativa e na pesquisa documental, no trabalho de campo, na escuta e na comunicação por meio da observação participante e de entrevistas abertas com os camponeses. Os resultados da pesquisa evidenciam tensões, conflitos e disputas pelos usos do território na contemporaneidade, animada pela presença das ações hegemônicas de um lado; e a vida de relações na dimensão horizontal do cotidiano regido por diversas e diferentes racionalidades, de outro.


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  • Apresentamos no trabalho em tela uma análise sobre as dinâmicas territoriais contemporâneas do município de Paulista/PE a partir da reflexão sobre as contradições e contraposições entre o usocorporativo e os usos sociais do
    território, bem como a oposição entre racionalidade hegemônica e contra-racionalidades que presidem tais perspectivas no âmbito das relações campo-cidade. Busca-se evidenciar, por um lado, as implicações espaciais decorrentes do projeto de desenvolvimento ancorado em um modelo de urbanização corporativa no município pesquisado e, por outro, o território usado, praticado e experienciado pelos camponeses. Nesse sentido, analisamos a forma como vem se dando a urbanização do território e apontamos a organização social, os saberes e práticas agroecológicas como importantes estratégias gestadas pela população camponesa com a finalidade de permanecer utilizando o território e conservando a agrobiodiversidade da região. Nessa perspectiva, o objetivo desta pesquisa é compreender os diversos usos do território, as estratégias utilizadas pelos camponeses e as implicações espaciais decorrentes da difusão do meio técnico-científico-informacional. Para tanto, busca-se elucidar tal problemática através da centralidade do método geográfico como fio condutor da análise social. A dissertação vem se apoiando em uma abordagem qualitativa e na pesquisa documental, no trabalho de campo, na escuta e na comunicação por meio da observação participante e de entrevistas abertas com os camponeses.

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  • MARIA GABRIELA PEIXOTO ALVES SANTOS
  • O CONHECIMENTO TRADICIONAL NA GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS: Etnogeomorfologia fluvial da comunidade rural de Mata Redonda, Triunfo – PE

  • Orientador : OSVALDO GIRAO DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
  • OSVALDO GIRAO DA SILVA
  • SIMONE CARDOSO RIBEIRO
  • Data: 10/05/2023

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  • Com a crescente ocupação desordenada dos espaços, processos naturais da dinâmica das paisagens podem ser acelerados ou retardados pela influência antrópica. Trazendo como exemplo os recursos hídricos, estes vêm sendo utilizados muitas vezes sem compreensão de sua finitude, além de sofrerem diversos impactos que comprometem sua qualidade, desequilibrando processos naturais na dinâmica intermitente dos corpos d’água. Nesta conjuntura, em diversas situações, a água encontra-se com pouco volume, inapropriada para o consumo humano, ou até mesmo sem haver uma distribuição adequada da mesma, levando a situações de escassez hídrica. A partir da geomorfologia, ciência que compreende a terra e suas paisagens, é possível levantar inúmeras possibilidades de soluções ou mitigações dos impactos negativos das ações antrópicas na relação com a água. Além disso, analisando sociedade e natureza como partes integrantes do ambiente, é importante levar em conta a percepção individual quanto a geomorfologia, um conhecimento que é construído a partir da geograficidade das populações. Com isso, o presente trabalho tem como objetivo “Compreender, a partir da relação da população com a água, a existência de etnoconhecimento geomorfológico fluvial na Comunidade Rural de Mata Redonda, Triunfo – PE.” Esta área, a Comunidade Rural de Mata Redonda foi escolhida pois, além de representar uma porção do semiárido nordestino, da vida dos sertanejos, demostra uma realidade da vivência com as águas em brejos de altitude, e de como comunidades, populações, podem se desenvolver em prol dos recursos hídricos. Para alcançar o objetivo proposto, o presente estudo teve metodologia baseada na abordagem fenomenológica, realizando atividades de revisão bibliográfica e atividade de campo, com o enfoque de produzir mapas e realizar entrevistas com a população da área estudada. A partir desta metodologia, foi possível observar o etnoconhecimento da população da Comunidade Rural de Mata Redonda em relação à geomorfologia fluvial, como a percepção das dinâmicas da paisagem está presente no dia a dia da população, e quais atividades, mudanças nas paisagens esta comunidade promove. Buscando fomentar a discussão entre as atitudes, sentimentos, e práticas que os indivíduos possuem ou podem vir a possuir na relação sociedade-água.


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  • As etnociências, como a etnogeomorfologia, são cada vez mais usadas para melhor compreender a relação sociedade-natureza e como torná-la mais sustentável em frente aos diversos impactos causados pela influência antrópica no ambiente. A etnogeomorfologia fluvial, o conhecimento tradicional acerca das formas e processos fluviais, além de auxiliar a melhor compreender a geomorfologia da área estudada, pode promover a construção de uma gestão integrada das águas, dos recursos hídricos. Dessa forma, o objetivo da pesquisa é: Compreender como o conhecimento da comunidade rural de Mata Redonda, Triunfo – PE, acerca da geomorfologia fluvial local contribui na relação da população com os recursos hídricos. A comunidade de Mata Redonda, uma comunidade rural localizada em um brejo de altitude no semiárido nordestino, foi escolhida por se tratar de uma população que utiliza a água de poços e do fluxo superficial dos canais em seu dia-a-dia, logo possui uma geograficidade construída a partir da relação dos indivíduos com a água. Para atingir o objetivo proposto, inicialmente serão realizadas atividades de revisão bibliográfica, posteriormente, serão realizadas atividades de campo que englobarão entrevistas semiestruturadas com registros por gravações e anotações, com indivíduos da Comunidade Rural de Mata Redonda, além de levantamento das características geomorfológicas dos corpos hídricos presentes na comunidade. A partir desta metodologia espera-se construir o estilo fluvial dos canais presentes na comunidade estudada, além de compreender a percepção e estratégias da população para a concepção de uma relação sustentável entre a comunidade e os recursos hídricos.

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  • RENATA LARISSA ALVES SOARES DA SILVA
  • SENTIDOS DE QUILOMBO A PARTIR DE MULHERES INTELECTUAIS DE CONCEIÇÃO DAS CRIOULAS-PE

  • Orientador : ANA CAROLINA GONCALVES LEITE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CAROLINA GONCALVES LEITE
  • DAVID TAVARES BARBOSA
  • VÂNIA FIALHO
  • Data: 28/07/2023

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  • O presente trabalho tem como foco estudar os sentidos de quilombo para as de mulheres da Comunidade Quilombola de Conceição das Crioulas, situada no II distrito de Salgueiro, sertão central Pernambucano. E propõe fazê-lo indo além do imaginário territorial estrito de quilombo, fazendo uma ligação da questão educacional da comunidade, com o gênero e a questão étnica, estudando assim os territórios de e a partir da inserção dessas mulheres e o povo negro. Tendo em mente suas relações e articulações, observamos que pode elaborar um território-rede que alarga o território demarcado para reprodução do grupo, criando significados contemporâneos para a própria categoria de quilombo. Buscando assim o sentido de quilombo através de vivências e experiências geracionais atravessando as mulheres e o histórico de luta e resistência presente na comunidade. Como produtos, vislumbramos, além das análises, trazer o significado de alguns conceitos acadêmicos vividos por essas mulheres, pensando em seus direitos e legitimação de seus territórios não enquanto propriedade e sim enquanto espaço de vida, buscando discutir questões diretamente ligadas à estruturação do Brasil racista e sexista que nega e inviabiliza os povos tradicionais e os seus saberes, sobretudo das mulheres negras.


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  • O presente trabalho tem como foco estudar a trajetória de mulheres negras da Comunidade Quilombola de Conceição das Crioulas, situada no II distrito de Salgueiro, sertão central Pernambucano. Indo além do imaginário de quilombo, fazendo uma ligação da questão educacional da comunidade, com o gênero e a questão étnica, estudando assim os territórios de inserção dessas mulheres. Tendo em mente suas relações e articulações que podem ou não elaborar um território-rede que alarga o território demarcado para reprodução do grupo, criando significados contemporâneos para a própria categoria de quilombo. Buscando assim o sentido de quilombo através de vivências e experiências geracionais atravessando as mulheres e o histórico de luta e resistência presente na comunidade. Como produtos, vislumbramos, além das análises, a compilação das trajetórias dessas mulheres, pensando em seus direitos e legitimação de seus territórios não enquanto propriedade e sim enquanto espaço de vida, buscando discutir questões diretamente ligadas à estruturação do Brasil racista e sexista que nega e inviabiliza os povos tradicionais e os seus saberes.

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  • BRUNO VIEIRA DE ANDRADE
  • MOBILE LEARNING NO ENSINO DA REDE ESTADUAL DE PERNAMBUCO: estreitamentos teóricos a partir da iniciativa pedagógica Educa-PE (2020-2021)

  • Orientador : FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA BEATRIZ GOMES PIMENTA DE CARVALHO
  • FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
  • PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
  • Data: 21/08/2023

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  • A nova pandemia do coronavírus apresentou um contexto nunca visto modificando toda a nossa estrutura social, sobretudo a educação. Além dos desafios impostos diariamente aos professores, esse contexto operou mudanças radicais no cotidiano desses profissionais, forçando-os a conduzir sua prática em um modelo de ensino totalmente remoto. Para lidar com essa situação, o governo do estado de Pernambuco desenvolveu uma iniciativa pedagógica intitulada de EducaPE. A iniciativa buscava lidar com a manutenção das aulas no período de quarentena, fornecendo subsídios aos professores e alunos, via internet, TV e rádio. Dessa maneira, essa investigação tem como objetivo analisar a operacionalização da metodologia de Mobile Learning na prática dos professores de geografia da rede pública do estado de Pernambuco por meio da plataforma EducaPE durante os anos de 2020 e 2022, e dessa forma, conseguir realizar um levantamento das implicações do contexto da Educação 4.0 na formação e prática dos professores de Geografia, por meio de uma revisão bibliográfica na literatura de referência; confrontar a proposta do EducaPE frente ao conjunto metodológico proposto para o Mobile Learning, a partir dos escritos de Sharples (2010), Pachler (2010) e Santiago Criollo-C (2021), buscando um estreitamento teórico; e investigar por meio das experiências dos professores, através de entrevistas semiestruturadas, quais as mudanças operadas na prática docente em relação ao modelo presencial, remoto e um possível modelo híbrido, para assim, emitir uma análise sobre como essas mudanças afetaram a prática desses professores dentro da ótica do Ensino de Geografia. A partir da pesquisa pudemos inferir que a iniciativa Educa-PE realizou a manutenção da educação no período pandêmico e oportunizou a construção de Mobile Learning por parte de professores e alunos da rede estadual. Além disso, a realidade apresentada impôs mudanças a prática dos professores resultando, a partir dos professores investigados, em uma construção de uma nova identidade profissional, onde agora são capazes de integrar conhecimentos adquiridos no período de ensino remoto a suas atividades práticas cotidianas.


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  • A nova pandemia do coronavírus apresentou um contexto nunca antes visto modificando toda a nossa estrutura social, sobretudo a educação. Além dos desafios impostos diariamente aos professores, esse contexto operou mudanças radicais no cotidiano desses profissionais, forçando-os a conduzir sua prática em um modelo de ensino totalmente remoto. Para lidar com essa situação, o governo do estado de Pernambuco desenvolveu uma iniciativa pedagógica intitulada de EducaPE, a iniciativa buscava lidar com a manutenção das aulas no período de quarentena, fornecendo subsídios aos professores e alunos, via internet, tv e rádio. Dessa maneira, essa investigação tem como objetivo analisar a operacionalização da metodologia de Mobile Learning na prática dos professores de geografia da rede pública do estado de Pernambuco por meio da plataforma EducaPE durante os anos de 2020 e 2022, e dessa forma, conseguir realizar um levantamento da simplicações do contexto da Educação 4.0 na formação e prática dos professores de Geografia, por meio de uma revisão bibliográfica na literatura de referência; confrontar a proposta do EducaPE frente ao conjunto metodológico proposto para o Mobile Learning, a partir dos escritos de Sharples (2010), Pachler (2010) e Santiago Criollo-C (2021), buscando um estreitamento teórico; e investigar por meio das experiências dos professores, através de entrevistas semiestruturadas, quais as mudanças operadas na prática docente em relação ao modelo presencial, remoto e um possível modelo híbrido, para assim, emitir uma análise sobre como essas mudanças afetaram a prática desses professores dentro da ótica do Ensino de Geografia.

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  • NATASHA VILLENA CAVALCANTI DA SILVA
  • SISTEMA TERRITORIAL DE INOVAÇÃO EM SAÚDE: UMA REFLEXÃO SOBRE SUA ESTRUTURAÇÃO, DESAFIOS E PERSPECTIVAS NA CIDADE DO RECIFE-PE

  • Orientador : ANA CRISTINA DE ALMEIDA FERNANDES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CRISTINA DE ALMEIDA FERNANDES
  • CRISTIANA COUTINHO DUARTE
  • NAPIE GALVE ARAUJO SILVA
  • Data: 25/08/2023

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  • Sob a perspectiva da Geografia da Inovação a presente dissertação procura compreender e explicar o fenômeno da Inovação no setor da saúde no Recife-PE, seus elementos componentes, suas articulações, o contexto social e econômico e seus desdobramentos. Analisando o Sistema Territorial de Inovação do Recife desde seu desenvolvimento e interpretando as articulações presentes na dinâmica territorial. A hipótese levantada é a de que o Recife abriga um ecossistema de inovação em saúde, composto por uma rede de atores diversos, que voluntariamente ou involuntariamente reúne-se em prol de uma articulação local para construção de um ambiente mais propício à inovação em saúde. Para fundamentar a análise, será apresentado uma revisão teórica sobre Geografia da Inovação, Ecossistemas e Sistemas Territoriais de Inovação, bases teóricas, processos e ferramentas dentro da realidade brasileira, identificando os principais elementos de interação e articulação no planejamento de uma agenda estratégica de políticas públicas para inovação em saúde, bem como a apresentação do processo de formação econômico e territorial, perfil sociodemográfico, acesso à saúde, potencialidades e desafios. A estratégia metodológica adotada para viabilizar a investigação da pesquisa tem os seguintes procedimentos metodológicos: Revisão da Literatura; Levantamento de dados secundários; Levantamento documental; Mapeamento dos atores; Trabalho de campo e tratamento dos dados. O presente estudo possui caráter exploratório, apresenta experiências práticas como o programa ALI ecossistemas do SEBRAE propiciou uma avaliação de resultados, a partir dos desafios e oportunidades que decorrem das interações entre os atores que integram o programa. Observou-se, diante da investigação sobre o processo de estruturação do chamado ecossistema de inovação em saúde, um panorama sobre o acesso à saúde no Recife-PE, o mapeamento da rede pública de saúde, mapeamento do polo médico, mapeamento dos elementos que influenciam a inovação em saúde, revelando o nível maturidade do ecossistema de inovação em saúde do Recife, classificado de maturidade em desenvolvimento, onde apesar do destaque socioeconômico para o setor, apresenta um relativamente baixo nível de articulação entre os elementos que compõem o ecossistema, a escassa presença de empresas inovadoras, diante desses resultados O estudo propõe medidas para fortalecer o ecossistema de inovação em saúde, visando uma maior integração e colaboratividade. Para que, de fato haja interação e sinergia entre os diversos atores envolvidos, consequentemente, uma ampla difusão de inovação em saúde no território.


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  • Sob a perspectiva da Geografia da Inovação a presente dissertação procura compreender e explicar o fenômeno da Inovação no setor da saúde no Recife-PE, seus elementos componentes, sua sarticulações, o contexto social e econômico e seus desdobramentos. Analisando o Sistema Territorial de Inovação do Recife desde de seu desenvolvimento e interpretando as articulações presentes na dinâmica territorial. A hipótese levantada é de que o Recife abriga um ecossistema de inovação em saúde, composto por uma rede de atores diversos, que voluntariamente ou involuntariamente reúne-se em prol de uma articulação local para construção de um ambiente mais propício à inovação em saúde. Para fundamentar a análise, será apresentado uma revisão teórica sobre Geografia da Inovação, Ecossistemas e Sistemas Territoriais de Inovação, bases teóricas, processos e ferramentas dentro da realidade brasileira, identificando os principais elementos de interação e articulação no planejamento de uma agenda estratégica de políticas públicas para inovação em saúde, bem como a apresentação do processo de formação econômico e territorial, perfil sociodemográfico, acesso à saúde, potencialidades e desafios. A estratégia metodológica adotada para viabilizar a investigação da pesquisa os seguintes procedimentos metodológicos: Revisão daLiteratura; Levantamento de dados secundários; Levantamento documental; Mapeamento dos atores; Trabalho de campo e tratamento dos dados. O presente estudo possui caráter exploratório, apresenta experiências práticas com programa ALIecossistemas do SEBRAE, propiciou uma avaliaçãode resultados, a partir dos desafios e oportunidades que decorrem das interações entre os atores que integram o programa. Observou-se, diante da investigação sobre o processo de estruturação do chamado ecossistema de inovação em saúde, um panorama sobre o acesso à saúde no Recife-PE, o mapeamento da rede pública de saúde, mapeamento do polo médico, mapeamento dos elementos que influenciam a inovação em saúde, revelando o nível maturidade do ecossistema de inovação em saúde do Recife, classificado de maturidade em desenvolvimento, onde apesar do destaque socioeconômico para o setor, apresenta um relativamente baixo nível de articulação entre os elementos que compõem o ecossistema, a escassa presença de empresas inovadoras, diante desses resultados O estudo propõe medidas para fortalecer o ecossistema de inovação em saúde, visando uma maior integração e colaboratividade. Para que, de fato haja interação e sinergia entre os diversos atores envolvidos, consequentemente, uma ampla difusão inovação em saúde no território.

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  • ARTHUR PHILIPE DUARTE BRAZ DA SILVA
  • ASPECTOS DA NATUREZA NA GEOGRAFIA: DOS SISTEMAS AOS GEOSSISTEMAS COMPLEXOS.

  • Orientador : RODRIGO DUTRA GOMES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RODRIGO DUTRA GOMES
  • LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
  • ADALTO MOREIRA BRAZ
  • Data: 29/08/2023

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  • A concepção de natureza foi alvo de intenso debate ao longo da modernidade. Com a chamada revolução científica, o conceito de natureza foi ressignificado, se aproximando primeiramente de uma perspectiva mecanicista de uma natureza regida por leis e, posteriormente, de um caráter de natureza organismo pautada no evolucionismo presente no seio do positivismo no século XIX. Entretanto a temática de natureza assumiu caráter dicotômico ao longo do debate moderno. Essa dicotomia na Geografia dualidade sociedade e natureza (físico e humano), o domínio das ações e intencionalidades antrópicas e a chamada natureza externa, objetiva e independente do sujeito observador que a distingue e analisa. A problemática central consiste em que a dicotomia humano/natural recorrente na concepção de natureza se expressa insuficiente quando se leva em consideração entendimentos científicos decorrentes do século XX, principalmente no que concerne aos entendimentos ressaltados pela Teoria da Complexidade – em destaque na Geografia Física. Pela complexidade, a natureza assume feição de um sistema complexo, comportando caos, instabilidades, não linearidades e emergências. Nessa perspectiva, a natureza seria concebida como um sistema complexo dotada de uma multiplicidade de domínios irredutíveis de manifestação, sendo a sociedade e suas manifestações um desses domínios. Assim, a presente pesquisa tem como objetivo fazer uma releitura de como a Geografia Física concebe a natureza a partir da Teoria da Complexidade. O modelo Geossistema carrega influencias epistemológicas que se revertem na fragmentação da relação humano/natural. Sob a referência de uma natureza complexa estimula-se a ultrapassagem das dualidades internas ao modelo em busca de perspectivas dialógicas.


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  • A concepção de natureza foi alvo de intenso debate ao longo da modernidade. Com a chamada revolução científica, o conceito de natureza foi ressignificado, distanciando-se cada vez mais de um caráter teológico e aproximando-se primeiramente de uma perspectiva mecanicista de uma natureza regida por leis e, posteriormente, de um caráter de natureza organismo pautada no evolucionismo presente no seio do positivismo no século XIX. Entretanto a temática de natureza assumiu caráter dicotômico ao longo do debate moderno. Essa dicotomia na Geografia é marcada na fragmentação desta ciência em Geografia Humana, domínio das ações e intencionalidades antrópicas; e a Geografia Física que tem como objeto de estudo a chamada natureza externa, objetiva e independente do sujeito observador que a distingue e analisa. A problemática central consiste em que a dicotomia humano/natural recorrente na concepção de natureza se expressa insuficiente quando se leva em consideração entendimentos científicos decorrentes do século XX, principalmente no que concerne aos entendimentos ressaltados pela Teoria da Complexidade. Pela complexidade, a natureza assume feição de um sistema complexo, comportando caos, instabilidades, não-linearidades e emergências. Nessa perspectiva, a natureza seria concebida como um sistema complexo dotada de uma multiplicidade de domínios irredutíveis de manifestação, sendo a sociedade e suas manifestações um desses domínios. Assim, a presente pesquisa tem como objetivo fazer uma releitura de como a Geografia concebe a natureza a partir da Teoria da Complexidade considerando os principais autores e por fim, propor uma concepção de natureza novo paradigmática para a Geografia com base nos entendimentos da Teoria da Complexidade, focando na ultrapassagem da dualidade sociedade/natureza.

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  • STEFFANE KETILY DE SOUZA SILVA
  •  CONSERVAÇÃO AMBIENTAL NA GEOGRAFIA ESCOLAR PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NA MATA ATLÂNTICA E TABULEIROS COSTEIROS DO NORDESTE.

  • Orientador : EUGENIA CRISTINA GONCALVES PEREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EUGENIA CRISTINA GONCALVES PEREIRA
  • RODRIGO DUTRA GOMES
  • KARINE BUENO VARGAS
  • Data: 30/08/2023

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  • Na contemporaneidade um dos maiores desafios é o de identificar, além de sua conceituação nos currículos de Geografia, caminhos para uma prática de conservação ambiental integrada das áreas de mata Atlântica e dos Tabuleiros Costeiros do Nordeste brasileiro. Com isso, a necessidade de um aprimoramento dos documentos legais de ensino de geografia necessita de discussão sobre a temática, já que o papel da escola está ligado diretamente à construção crítica de agentes protagonistas de um desenvolvimento sustentável efetivo. Assim, este trabalho tratou de uma análise dos documentos legais do currículo de Geografia, destacando os aspectos físicoambientais das paisagens de Tabuleiros Costeiros e mata Atlântica. A partir das análises dos currículos nacionais foi constatado que as abordagens dos temas da pesquisa não são efetivadas nos currículos de geografia, além de simples pontuações nos temas transversais de ensino e nos itinerários formativos, o que abre margem para abordagem de forma arbitrária como algumas eletivas no ensino médio. Na verdade, se faz necessária uma implementação de formação basilar, que contemple a obrigatoriedade em todos os anos letivos do ensino médio. A avaliação dos conteúdos dentro dos documentos foi realizada de maneira gradual, elegendo as mudanças e avanços entre os PCN’s, BNCC e o currículo de Pernambuco para o ensino médio. Por fim, a literatura mostrou uma falta de estrutura curricular que seja capaz de implementar nas escolas, de maneira funcional, um ensino que tenha como viés a preservação ambiental em áreas de Tabuleiros Costeiros e mata Atlântica, tornando este trabalho um caminho propositivo para ações curriculares práticas.


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  • Atualmente, um dos maiores desafios é o de educar a população civil para a prática de preservação das paisagens naturais, a vida não útil (KRENAK, 2020). Este trabalho trata de uma revisão de literatura que aborda os desafios relacionados à preservação ambiental nas áreas de Tabuleiros Costeiros no Nordeste do Brasil, que abrigam um dos maiores hotspots de biodiversidade do mundo, a Mata Atlântica. Objetivou-se entender a importância da preservação do Bioma Mata Atlântica em áreas de Tabuleiros Costeiros no Nordeste e como esse espaço geográfico tem sido abordado no ensino de geografia dentro dos parâmetros legais do Ensino Médio. Foram inseridas produções cientificas de maneira integrativa. Onde buscou-se identificar na revisão qualitativa da literatura recente o que os estudos têm proposto sobre a importância da conservação do uso do solo nas áreas de Tabuleiros Costeiros no Nordeste. Relacionar a literatura recente nas áreas de Tabuleiros Costeiros com o desmatamento da Mata atlântica e, observar o que a ciência tem feito para mitigar os impactos socioecológicos dessas áreas. Refletir, por meio da literatura e estudo de caso, a importância do uso do espaço geográfico integrado dos Tabuleiros costeiros e da Mata Atlântica e, como esses espaços estão sendo trabalhados pelos documentos legais do currículo de Geografia no Ensino Médio em Pernambuco.

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  • ADRIANA SILVA SOUZA
  • DINÂMICAS DA URBANIZAÇÃO NO INTERIOR NORDESTINO: PATOS E SUA REGIÃO GEOGRÁFICA IMEDIATA.

  • Orientador : DORALICE SÁTYRO MAIA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DORALICE SÁTYRO MAIA
  • JAN BITOUN
  • PAULA DIEB MARTINS
  • Data: 30/08/2023

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  • O município de Patos – PB, Brasil, localizado na Região Intermediária de Patos e a da Região Imediata de Patos, possui 103.165 habitantes de acordo com o censo 2022 e (IBGE 2022). O município de Patos exerce uma centralidade geográfica que atinge além de municípios do estado da Paraíba, municípios do estado de Pernambuco e do Rio Grande do Norte. Sendo assim, gerou-se os questionamentos: que características geram essa centralidade? Como esta centralidade foi identificada por estudos técnicos, principalmente aqueles realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)? Quais fatores promovem, acentuam e consolidam esta centralidade na atualidade? Especialmente a partir da primeira década do século XXI, Patos tem adquirido o papel de referência, devido a oferta de serviços diversificados e comércio variado, sendo destino para a população de muitas cidades da Paraíba, e dos estados vizinhos. Tendo isso em vista, almeja-se compreender e verificar por meio de fontes distintas, os acontecimentos e fatores que possibilitaram o fortalecimento da centralidade, bem como as transformações socioespaciais decorrentes. Essa pesquisa teve como como objetivo geral: analisar as dinâmicas que caracterizam a centralidade urbana de Patos, no contexto de sua região imediata. Os objetivos específicos são: I) discutir as abordagens teórico-conceituais que caracterizam as dinâmicas urbano-regionais, bem como a conformação de suas lógicas no espaço geográfico; II) compreender a aglomeração de Patos PB, a partir das dinâmicas populacionais, socioeconômica e de mobilidade espacial, assim como sua centralidade urbana; III) Caracterizar as principais transformações e configurações espaciais associadas a movimentos recentes da urbanização de Patos, decorrentes dos efeitos de consolidação de sua centralidade. A metodologia desta pesquisa tem caráter qualitativo-quantitativo (LEÓN, 2003), com viés explicativo (PRODANOV, 2013), tendo como base os parâmetros utilizados nos estudos de dinâmicas urbano-regionais, centro e centralidades, os estudos de articulação urbano-regionais e de regiões de influência das cidades, produzidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística nos anos de 1972, 1987, 2000, 2008 e 2020. A série de estudos das Regiões de Influência das Cidades permite a realização de análises de comportamento e formação de centralidade em núcleos específicos. Pôde-se observar a relevância dos transportes alternativos como meio de deslocamento da população de inúmeras cidades dos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco para a cidade de Patos. Deste modo, foi possível empreender que a centralidade urbana e a influência exercida pela cidade de Patos na região são frutos da oferta de equipamentos sociais de saúde, serviços de ensino superior em instituições públicas e privadas, diversificação no comércio, existência de postos de atendimento das 4 principais instituições bancárias nacionais, entre outros. Estes equipamentos são atrativos à população de municípios que ultrapassam os limites territoriais estabelecidos pelo IBGE (2022). Portanto, a centralidade adquirida por Patos na última década é impulsionada pelo estabelecimento de equipamentos urbanos, decorrentes de uma estratégia de descentralização e interiorização, especialmente das universidades públicas e privadas, que se mostram primordiais para o desenvolvimento social e regional do município de Patos -PB, Brasil.


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  • Busca-se, nesta dissertação, analisar a centralidadeque a cidade de Patos, situada no estado daParaíba exerce na sua região geográfica imediata. A pesquisa se baseia em uma abordagem quali-quantitativa, de caráter explicativo, com intuito de compreender que fatores contribuíram para estruturar a espacialidade estudada. A partir do estudo das dinâmicas urbanos-regionais, centro e centralidades, tendo como fundamento os estudos de articulações urbano-regionais e de regiões de influência das cidades, produzidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A série de estudos das Regiões de Influência das Cidades (IBGE, 1972, 1987, 2000, 2008, 2020), permite a realização de análises de comportamento e formação de centralidade em núcleos específicos, logo, pretende-se observar as mudanças ocorridas em Patos no percurso dos estudos. O estudo das Regiões de Influência das Cidades (2020), oferece dados setoriais, e a partir das principais dimensões disponíveis foram selecionadas variáveis relevantes para caracterizar a centralidade de Patos e sua relação com os municípios que compõem a sua região geográfica imediata na atualidade. Além da análise quantitativa, foi realizada visita a área de estudo com intuito de conhecer a área de estudo. Pôde-se observar a relevância dos transportes alternativos como meio de deslocamento da população de inúmeras cidades dos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco para a cidade de Patos. Os estudos desenvolvidos até o momento confirmam que a centralidade urbana e a influência exercida pela cidade de Patos na região é fruto da oferta de equipamentos sociais de saúde e, ensino superior, de um diversificado comércio, entre outros aspectos. Atrativos à população de municípios que ultrapassa os limites colocados neste trabalho. Em particular, a centralidade recente de Patos impulsionada pelo estabelecimento de instituições de ensino superior na cidade. Estes equipamentos, decorrentes de uma estratégia de descentralização e interiorização das universidades públicas e privadas, mostram-se primordiais para o desenvolvimento social e regional.

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  • ROMULO RODRIGUES BARBOSA
  • CIRANDANDO O TERRITÓRIO: LIA, A CIRANDA E AS IDENTIDADES TERRITORIAIS DA ILHA DE ITAMARACÁ-PE.

  • Orientador : CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • PEDRO PAULO PINTO MAIA FILHO
  • WEDMO TEIXEIRA ROSA
  • Data: 31/08/2023

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  • Sob a perspectiva da Geografia Cultural a presente dissertação busca compreender a dinâmica territorial presente na Ilha de Itamaracá – PE, considerando o território e a identidade territorial da ciranda a partir de Lia, dos seus elementos e das suas articulações, como ponto focal da pesquisa. Para fundamentar a análise, será apresentado uma discussão sobre Território e Identidade territorial, identificando os principais elementos de interação e articulação desses conceitos para o estudo aqui proposto. Igualmente, iremos apresentar um breve panorama da formação da Ciranda em Pernambuco, destacando o perfil de Lia de Itamaracá. Assim como, uma caracterização do recorte espacial proposto, incluindo um debate com os moradores do sw Itamaracá, a fim de entender sua relação com o território e as territorialidades ali presentes. A estratégia metodológica adotada para viabilizar o estudo da pesquisa foram os seguintes procedimentos metodológicos: revisão bibliográfica, trabalho de campo para criação de um material iconográfico e entrevistas, e o uso de ferramentas digitais para elaboração de formulário e mapas. A partir da participação ativa da comunidade, foi possível somá-las ao diálogo e refletir sobre a importância mútua da Ciranda para o território e do território para a ciranda.


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  • A pesquisa tem como objetivo principal compreender como a ciranda, uma manifestação cultural típica de Pernambuco, e Lia de Itamaracá, uma das suas maiores representantes, transcendem fronteiras geográficas e difundem a identidade local para o mundo por meio da arte. Ao abordar conceitos como território, identidade territorial, ciranda e espaço cultural, o projeto visa discutir a importância da trajetória de Lia e da ciranda para a construção de uma das identidades territoriais da Ilha de Itamaracá. Além de reconhecer a ciranda como uma dança popular, o estudo busca compreendê-la como uma expressão cultural mais ampla, levando em consideração suas características espaciais e potencialidades. Compreender essas interações socioespaciais é essencial para uma análise abrangente da trajetória de Lia de Itamaracá, pois revela a forma como seu lugar de origem, sua comunidade local e sua projeção global se influenciam mutuamente. Através dessas conexões, é possível entender a importância da circulação da sua arte, o impacto nas identidades territoriais locais e a contribuição para a valorização da cultura pernambucana como um todo.

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  • BRUNO ULYSSES DOS SANTOS COSME
  • UNIÃO E FORÇA: TERRITORIALIDADE DA TORCIDA ORGANIZADA INFERNO CORAL NA CIDADE DO RECIFE-PE

  • Orientador : ALCINDO JOSE DE SA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALCINDO JOSE DE SA
  • CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • DAVID TAVARES BARBOSA
  • Data: 31/08/2023

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  • As torcidas Organizadas no Brasil ultrapassaram as fronteiras do espetáculo do futebol nos estádios e se espacializaram em meio as cidades em todo o país, junto com esta fama do grande espetáculo também as torcidas organizadas recebem o ônus dos inúmeros atos de violência e incivilidades que estão presentes entorno destas instituiçoes. A este trabalho baseado nas geografias cultural, urbana e política buscamos a principio uma discussão teórica sobre as relações entre a Geografia e o futebol, destacando-se, sobretudo, uma análise sobre os aspectos identitários e as expressões de violência no futebol ocasionadas pelas torcidas organizadas em todo planeta. Seguimos apresentando um levantamento histórico sobre a introdução do futebol no Brasil e na cidade do Recife até os dias atuais onde destacamos os principais clubes da cidade: Sport Club do Recife, Clube Náutico Capibaribe e com uma maior particularidade sobre o Santa Cruz Futebol Clube, suas torcidas no geral e a torcida Inferno Coral. Analisando precisamente a torcida Inferno Coral, destacamos como o processo identidades territorial e de grupo são consideradas como espaços de lazer perífericos, sendo as organizadas um reduto jovem e periférico na cidade do Recife, também expomos as inúmeras relações da torcida com os espaço público da cidade formando territórios-rede em toda a cidade, além mais destacamos a presença da violência e do medo na cidade que são amplamente ligadas as ações das torcidas organizadas, ampliamos a discussão das violências como macro-violências na sociedade e a estigmação da violência pela mídia na relação das torcidas organizadas.


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  • Este trabalho se caracteriza por ter como foco um olhar geográfico sobre uma das grandes paixões nacionais: o futebol. Mais especificamente, interessa-nos analisar as dinâmicas socioespaciais construídas pela torcida organizada Inferno Coral, relacionada ao Santa Cruz Futebol Clube, time de futebol sediado no Recife. Esporte presente no cotidiano da sociedade brasileira. Buscamos nessa pesquisa refletir sobre os comportamentos socioespaciais da torcida Organizada Inferno Coral no contexto urbano, sobretudo as questões relacionadas à identidade territorial , e de Grupo onde as organizadas criam ambiente de lazer periféricos para jovens expressarem seus sentimentos e territorializarem na cidade . Também retratamos o contexto do medo na cidade causado pela violência promovida através do futebol, e no debate sobre a violência urbana com o qual é expressada na torcida organizada, onde traremos quadros de violência urbana causados nos contextos de torcidas organizadas x torcidas organizadas e da violência promovida através do poder público como a polícia militar em combate às torcidas organizadas na cidade do Recife.

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  • JOYCE FERREIRA GOMES
  • DINÂMICA PLUVIOMÉTRICA NA MESORREGIÃO SUL CEARENSE: UMA RELAÇÃO COM FATORES TOPOGRÁFICOS E ANOMALIAS DA TEMPERATURA DA SUPERFÍCIE DO MAR DOS OCEANOS ATLÂNTICO E PACÍFICO

  • Orientador : OSVALDO GIRAO DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DAISY BESERRA LUCENA
  • CRISTIANA COUTINHO DUARTE
  • LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
  • OSVALDO GIRAO DA SILVA
  • Data: 09/11/2023

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  • Foi realizado no presente trabalho uma análise da dinâmica pluviométrica na mesorregião sul cearense e sua relação com fatores topográficos e anomalias da temperatura da superfície do mar dos oceanos atlântico e pacífico. A mesorregião sul cearense é um dos mais importantes setores do contexto geográfico, socioeconômico, paleontológico e cultural do estado do Ceará. Entende a variabilidade pluviométrica dessa região é de grande importância para a compreensão das condições climáticas. A pesquisa tem como objetivo principal analisar a interação oceano-continente-atmosfera e sua influência na variabilidade pluviométrica espacial e temporal da Mesorregião Sul Cearense no período 1981-2021. Os procedimentos metodológicos estão relacionados a Climatologia Dinâmica e também da Análise Rítmica de Monteiro (1962 e 1971), na classificação dos anos padrão executou-se o método Box-Plot a partir de postos pluviométricos inseridos na mesorregião sul cearense totalizando 25 postos. Durante o ano o volume acumulado de chuvas na MSC é de, no mínimo 479 mm, a média pluviométrica anual é de 827 mm, com máximas que chegam a 1679 mm, máxima mais adequada para as localidades que abrangem o relevo sedimentar da área de estudo. A área de estudo apresenta ainda uma dinâmica sazonal diferenciada, compondo duas estações nas faixas equatorial e tropical: estação chuvosa e estação seca, a estação chuvosa tem forte ligação com os sistemas de circulação atmosférica regional. Com a aplicação do box-plot por cada posto foi possível estabelecer a classificação dos anos-padrão. A categoria ‘Normal’ é o padrão mais recorrente da área de estudo com 19 anos, em seguida vem os anos Secos (09 anos) e Chuvosos (09 anos), e os Extremamente Seco ou Chuvoso com dois anos para cada. Os eventos de El Niño, La Niña e Dipolo Positivo ou Negativo do Atlântico influenciaram na distribuição das chuvas na mesorregião sul cearense. O monitoramento das condições oceânicas é essencial para o estabelecimento o quanto um ano pode se apresentar de forma distinta em relação a pluviosidade. Em eventos de El Niño Forte e o Dipolo Positivo os anos tenderam a se apresentarem ‘Secos’ ou ‘Extremamente Seco’ destaca-se 1981, 1982, 1983, 1998 2012, já com La Niña Forte e Dipolo Negativo as chuvas apresentaram situação de anos mais próximo ao Normal, chuvoso ou Extremamente chuvoso, destaca-se os anos de 1985, 1989, 2004, 2020. Conclui-se que é de grande importância estudar essa variabilidade para compreender como a interação do oceano-continente-atmosfera inibem ou favorecem a ocorrência das chuvas nas regiões do semiárido nordestino.


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  • Para analisar as mudanças climáticas sobre o Nordeste do Brasil é importante identificar os processos que influenciam sobre o padrão das distribuições pluviométricas, tanto espacialmente quanto temporalmente. Um fator relevante a ser destacado neste contexto é a irregularidade na distribuição das precipitações, associado à sua alta variabilidade interanual na região tropical, com anos que podem variar de muito secos a muito chuvosos. A proposta da pesquisa tem como objetivo compreender a relação entre a dinâmica pluviométrica, topografia e os principais sistemas atmosféricos atuantes sobre a Mesorregião Sul Cearense no período 1974-2020, a partir da análise da variação espaço-temporal das chuvas na mesorregião sul cearense, correlacionando a topografia e a espacialização das chuvas, identificando Anos-Padrão a partir da variação da pluviosidade em escala, mensal e anual, correlacionando-os com a influência da atuação dos fenômenos El Niño, La Niña e o gradiente meridional inter-hemisférico de TSM do Atlântico (Dipolo Positivo/Negativo) para a distribuição das chuvas. Para atingir os objetivos a metodologia se constituirá em consultas bibliográficas realizadas sobre o tema, tabulação de dados, construção degráficos e interpretação dos dados. Os valores deprecipitação utilizados serão obtidos através da homepage da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUCEME). Os anos de intensidade do fenômeno El Niño e da La Niña, Dipolo do Atlântico serão obtidos no site do CPTEC/INPE, FUNCEME. Espera-se a partir da realização desta pesquisa compreender a relação entre variabilidade pluviométrica, topografia e sistemas atmosféricos atuantes na Mesorregião Sul Cearense, pois tal correlação possibilitará a compreensão da interação do oceano e a atmosfera e como esta inibe, ou favorece, a ocorrência das chuvas nos municípios do semiárido nordestino e, em especial, ao sul do estado do Ceará.

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  • LILLIAN SOUZA DOS ANJOS
  • Eventos pluviométricos extremos e os principais condicionantes para a ocorrência de impactos socioambientais no município do Recife-PE

  • Orientador : RANYERE SILVA NOBREGA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CRISTIANA COUTINHO DUARTE
  • NÚBIA BERAY ARMOND
  • OSVALDO GIRAO DA SILVA
  • RANYERE SILVA NOBREGA
  • Data: 19/12/2023

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  • O presente trabalho tem como objetivo analisar a dinâmica espaço-temporal dos eventos extremos de precipitação e dos impactos socioambientais relacionados no município de Recife, estado de Pernambuco, Brasil. Foram coletados dados da série histórica de 1962 a 2021, da estação meteorológica do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). A partir disso, foram analisados padrões de chuva, desde tempo de retorno dos eventos, anos e meses mais chuvosos, e históricos de eventos acima do parâmetro para chuvas intensas e extremas. Posteriormente, foram coletados dados de uma rede de pluviômetros (14 postos) para a cidade do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres (CEMADEN), dos anos de 2018 a 2021, no intuito de analisar a distribuição espacial dos grandes eventos mais recentes baseados nos parâmetros encontrados anteriormente, além de possíveis padrões de gêneses. Para identificação dos locais mais impactados pelos eventos, foi realizado um levantamento através das mídias digitais e apresentados através de um inventário. Através disso, foi possível constatar que apesar da série histórica não apresentar tendência de aumento na ocorrência de eventos extremos, eles ocorrem praticamente todos os anos e com um tempo de retorno que varia de 1 a 2 anos para precipitações entre 50mm e 100mm. Foram identificados que os quantis de 95% (eventos de chuva muito forte) tem totais de chuva diária entre 50mm e 92,2mm e de 99% (eventos de chuva extrema) com precipitações diárias acima de 92,2mm. Em relação a série mais recente, foi possível encontrar registros de precipitação acima de 200mm em alguns postos pluviométricos, principalmente nos postos de Dois Unidos, Nova Descoberta, Bairro do Recife e UR3 Ibura. Todos os eventos estavam associados ao sistema de Distúrbio Ondulatório de Leste, e suas distribuições espaciais possivelmente relacionadas com a predominância das nuvens mais densas durante a atuação do sistema, tipos de chuvas, direção e velocidade dos ventos e ao relevo. Sobre os impactos relacionados aos eventos, foi observado que eles são mais intensos onde há os maiores volumes de precipitação, mas atinge as populações mais vulneráveis que habitam nas áreas de riscos dessas localidades. Quanto à historicidade dos episódios de chuva, foram identificados 34 grandes episódios entre os anos de 1962 e 2021, sendo o de 1975 um dos maiores em relação a magnitude dos impactos. Destaca-se que os impactos mais severos foram identificados nas áreas de maior condição de vulnerabilidade socioeconômica, além da necessidade de ações que busquem mitigar os impactos através de uma integração entre planejamento urbano sustentável e da relação com as comunidades afetadas através do incentivo da educação ambiental e climática.


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  • O presente trabalho tem como objetivo identificar os fatores e condicionantes que favorecem à ocorrência de eventos extremos de precipitação e impactos socioambientais em Recife-PE. Foram coletados dados da série histórica de 1962 a 2021, da estação meteorológica do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). A partir disso, foram analisados padrões de chuva, desde tempo de retorno dos eventos, anos e meses mais chuvosos, e históricos de eventos acima do parâmetro para chuvas intensas e extremas. Posteriormente, foram coletados dados de uma rede de pluviômetros (14 postos) para a cidade do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres (CEMADEN), dos anos de 2018 a 2021, no intuito de analisar a distribuição espacial dos grandes eventos mais recentes baseados nos parâmetros encontrados anteriormente, além de possíveis padrões de gêneses. Para identificação dos locais mais impactados pelos eventos, será realizado um levantamento através das mídias digitais e apresentados através de um inventário. Através disso, foi possível constatar que apesar da série histórica não apresentar tendência de aumento na ocorrência de eventos extremos, eles ocorrem praticamente todos os anos e com um tempo de retorno que varia de 1 a 2 anos para precipitações entre 50mm e 100mm. Foram identificados que os quantis de 95% (eventos de chuva muito forte) tem totais de chuva diária entre 50mm e 92,2mm e de 99% (eventos de chuva extrema) com precipitações diárias acima de 92,2mm. Em relação a série mais recente, foi possível encontrar registros de precipitação acima de 200mm em alguns postos pluviométricos, principalmente nos postos de Dois Unidos, Nova Descoberta, Bairro do Recife e UR3 Ibura. Todos os eventos estavam associados ao sistema de Distúrbio Ondulatório de Leste, e suas distribuições espaciais possivelmente relacionadas com a predominância das nuvens mais densas durante a atuação do sistema, tipos de chuvas, direção e velocidade dos ventos e ao relevo. Sobre os impactos relacionados aos eventos, foi observado que eles são mais intensos onde há os maiores volumes de precipitação, mas atinge as populações mais vulneráveis que habitam nas áreas de riscos dessas localidades. Espera-se identificar os locais mais impactados pelas chuvas ao longo do tempo em Recife, e suas relações com fatores socioambientais.

Teses
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  • SIDNEY HENRIQUE CAMPELO DE SANTANA
  • ESTRATÉGIAS DE MONITORAMENTO E CONSERVAÇÃO DE FRAGMENTOS DE MATA ATLÂNTICA NO RECIFE, PERNAMBUCO

  • Orientador : EUGENIA CRISTINA GONCALVES PEREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDREZZA KARLA DE OLIVEIRA SILVA
  • ELISABETH REGINA ALVES CAVALCANTI SILVA
  • EUGENIA CRISTINA GONCALVES PEREIRA
  • LUCIANA MAYLA DE AQUINO FRANCA
  • YGOR CRISTIANO BRITO MORAIS
  • Data: 28/02/2023

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  • Das 15 metrópoles brasileiras, 10 estão sob o domínio da Mata Atlântica. Neste sentido, o fenômeno da metropolização suprimiu o bioma em fragmentos florestais, sobretudo nas zonas próximas ao litoral. Com isso, as Geotecnologias se apresentam como ferramentas promissoras na análise e monitoramento das florestas urbanas. Dessa  forma,  este  estudo teve  por  objetivo  propor  a estimativa  e  análise  da biomassa florestal acima do solo (BAS), por meio de geotecnologias, como recurso de reconhecimento ambiental e monitoramento de fragmentos florestais urbanos. Os sítios selecionados para a realização deste estudo foram a mata de Dois Irmãos, mata Curado/Jardim Botânico e a mata do Engenho Uchôa, todas situadas no município do Recife, Pernambuco. Para execução deste trabalho, foi adquirida nuvem de pontos LiDAR junto à  Prefeitura do Recife e cenas orbitais do Programa Landsat, por meio da plataforma do Serviço Geológico dos Estados Unidos. Os produtos orbitais adquiridos foram utilizados para gerar os índices de vegetação e de urbanização. Ao todo, foram adquiridas  seis  cenas orbitais com datas específicas dos anos de 1991, 2007, 2010, 2013, 2019 e 2021. Todas as cenas foram processadas com  base  no  algoritmo  SEBAL.  Foram  adquiridas  também,  camadas  vetoriais  elaboradas  pela Prefeitura do Recife e pelo IBGE. Para a obtenção de dados secundários, recorreu-se aos produtos obtidos  por  instituições  de  pesquisas,  além  de  informações  coletadas  em  campo.  Para  estimar  a biomassa foi feita dendrometria em 31 indivíduos arbóreos. A partir da nuvem de pontos construiu-se o Modelo  Digital de Terreno e o Modelo Digital de Copa. Como o objetivo consistiu em estimar a biomassa florestal total de cada uma das matas utilizando o MDC, foi feita uma correlação entre a BAS estimada a partir de  LiDAR, e a altura das árvores aferida sobre o  modelo digital, em que obteve-se um coeficiente de Pearson = 0,8. Com base nestes resultados, se estruturou uma equação para estimar a biomassa florestal total utilizando como variável o MDC. A estimativa da biomassa florestal total da mata de Dois Irmãos  resultou em 169,9 kt, a da mata do Jardim Botânico resultou em 25,27 kt e da mata de Engenho Uchôa, resultou num total de 9,86 kt. Em linhas gerais, os índices de vegetação indicaram aporte florestal nas três matas estudadas em um intervalo de 30 anos. Através da correlação estatística  entre  a  biomassa  estimada  sobre  os  dados  LiDAR  e  o  índice  de  área  foliar  (IAF),  se estabeleceu  uma  equação  para  estimar  a  biomassa  florestal  a  partir  deste  índice.  Dessa  forma,  os produtos resultantes dessa equação mostraram  um aporte de biomassa florestal na mata do Engenho Uchôa de 81% nos últimos 30 anos e revela que esta floresta tem um potencial de sequestrar 1676,96 t  de  gás  carbônico  atmosférico.  Considera-se,  portanto,  que  o  uso  integrado  das  Geotecnologias responde bem à estimativa e monitoramento da biomassa florestal.


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  • Este trabalho tem como principais objetivos estimar e analisar a biomassa florestal de fragmentos florestais urbanos em Recife, Pernambuco. Os remanescentes de Mata Atlântica selecionados foram a mata de Dois Irmãos, mata do Jardim Botânico e mata do Engenho Uchôa. Para tanto, foi adquirida nuvem de pontos LiDAR, imagens orbitais do programa Landsat, dados secundários obtidos por meio de instituições de pesquisas e informações coletadas em campo. O processamento da nuvem de pontos LiDAR foi realizado, sobretudo, no software FUSION LDV de livre licença, para se obter produtos e métricas relativas à altura das árvores, MDTe MDC. O processamento das imagens do Landsat apoiou-se no algoritmo SEBALe foi realizado, sobretudo, nos softwares ERDAS IMAGINE e ArcGIS, com o intuito de se obter Índices de Vegetação, Índice de Urbanização e Temperatura da Superfície. Recorreu-se a trabalhos técnicos de instituições de pesquisa, para se obter informações ambientais, como classe de solo, tipo de terreno, geologia, hidrologia, relevo, entre outros. Em campo, foram extraídas aferições dendrométricas de 31 árvores, entre elas o DAP , a altura e o diâmetro da copa, para se calcular a biomassa acima do solo, utilizando equações alométricas. Aestimativa da biomassa florestal foi calculada por meio de equação obtida pela correlação entre medidas feitas em campo e os dados LiDAR. Deste modo, a mata de Dois Irmãos apresentou um valor total de biomassa florestal de 169,9 kt, para a mata do Jardim Botânico obteve-se uma biomassa total de 25,27 kt e a mata do Engenho Uchôa, 9,86 kt. Em linhas gerais, o NDVI, SA VI e IAF mostraram que houve aporte vegetal nos três fragmentos de mata estudados nos últimos 20 anos. O NDBI, revelou o quanto o crescimento urbano cercou e pressionou a mata do Engenho Uchôa. A temperatura de superfície estimada sobre a imagem de satélite apontou onde o efeito de borda é mais intenso na mata do Engenho Uchoa, dentre outros indicativos. Através da correlação estatística entre a biomassa estimada sobre os dados LiDAR e o IAF obtido por meio da imagem de satélite se estabeleceu uma equação para estimar a biomassa florestal por meio do IAF . Dessa forma, os produtos resultantes dessa equação mostraram um aporte de biomassa florestal na mata do Engenho Uchoa de 81% nos últimos 20 anos e revela que esta floresta tem um potencial de sequestrar 1676,96t de gás carbônico atmosférico.

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  • ANDERSON CAMARGO RODRIGUES BRITO
  • RIO JAGUARIBE, DAS ENTRADAS AOS AÇUDES: A GUERRA COMO FUNDAMENTO DA FORMAÇÃO TERRITORIAL DO CEARÁ

  • Orientador : CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EGUIMAR FELÍCIO CHAVEIRO
  • CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
  • MANOEL FERNANDES DE SOUSA NETO
  • RAQUEL MARIA RIGOTTO
  • VALTER DO CARMO CRUZ
  • Data: 02/03/2023

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  • O Rio Jaguaribe está localizado no Estado do Ceará e perfaz uma bacia hidrográfica que abrange mais da metade do território do referido Estado. O local de seu nascedouro ocorre nas fontes do Rio Carrapateira no limite do município de Mombaça/CE, seu alto curso termina no local de encontro com os aportes hídricos recebidos pela sub-bacia do Rio Salgado advindos da Chapada do Araripe. Seu médio curso culmina  na  formação  de  grandes  reservatórios  que  acumulam águas advindas de outra sub-bacia, Banabuiú, e do Salgado. Seu baixo curso segue a depressão sertaneja tendo foz no Atlântico entre os municípios de Fortim e Aracati. O Jaguaribe possui hoje  um  percurso  controlado  por 80 reservatório de água e três transposições de bacias hidrográficas, grandes projetosqueculminamos cem anos de obras de enfrentamentosàs secas que consolidaram a Solução Hidráulica e a Vocação Agrícola como duas ideologias espaciais definidoras da atuação do Estado. Esse estudo analisa a formação territorial do Ceará a partir dos processos de controle territorial do Rio Jaguaribe, manuseia  conceitos  como  Bacia Hidrográfica e Ciclo  Hidrológico  a  partir  de  um  viés  territorial  buscando  entender  a territorialização  do  capitalismo  e  a  formação  do  Estado  territorial.  A  pesquisa  parte  do pressuposto que é possível entender a dinâmica de produção da sociedade capitalista a partir das  águas  e  objetiva  mais  especificamente  analisar  a  dinâmica  de  realização  dos  rios  na constituição  das  Geografias  originárias  nos  sertões  e  a  guerra como imperativo espacial da Geografia colonial; investigar os sentidos territoriais da colonialidade do poder e o lugar dos rios nos sertões como caminhos de entrada e instrumentos de reprodução da Geografia colonial; analisar  as  estratégias  de  gestão  territorial  do  Jaguaribe  como  fundamento  da  formação  do Estado  territorial.  O estudo conclui que os rios, no processo de expansão territorial da colonização, não foram mobilizados apenas como caminhos de entradas, a imposição de uma cognição da dinâmica desses pela Coroa foi fundamental para produzir uma sociedade colonial nos sertões. Para ocupar, sinalizar e ordenar o território, fundar na sequência vilas de índios, as primeiras vilas coloniais e consolidar extrações econômicas utilizando a força dos  rios dominados, foi necessário instituir um novo regime de origem e criação  desses rios fazendo com que suas águas movessem a expansão de uma outra razão de entendimento da natureza. O estudo analisa as guerras coloniais em suas dimensões produtivas e financeiras; consolidando-se como um instrumento de produção de riqueza no Novo Mundo, a conversão dos rios em mecânica de entradas só foi possível com a imposição de uma guerra contínua que fez dos aldeamentos e das primeiras vilas instrumentos  territoriais de reelaboração do extermínio, confinamento e redução como instrumentos de territorialização do Estado e de formação da sociedade senhorial. Das entradas até a construção dos primeiros grandes açudes, o autor analisa como o controle e  comportamento  do  Rio  Jaguaribe  se  constituiu  como  um  instrumento fundamental de gestão da força de trabalho e formação da ordem social latifundiária.


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  • Os limites territoriais entre os Estados nos sertões do que hoje conhecemos como Nordeste, cindidos por marcações muitas vezes sinalizadas por rios ou elevações de relevos, foram resultados de intensas guerras com os povos originários e locais de encontro das entradas advindas das duas expoentes aglomerações econômicas-urbanas coloniais ancoradas no litoral. Fronteiras-matrizes, marcadas por guerras contínuas ao longo dos séculos XVI e XVII, como a região do São Francisco, para onde fugiram indígenas de distintos troncos étnicos advindos em retirada desde o recôncavo baiano ou fugidos das imediações que desenham a tríplice fronteira dos atuais sertões de Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte. Nesse aspecto entrar continente à dentro é produzir fronteira. Como as entradas da colonialidade vieram pelos mares no início do século XVI, provocando intensos conflitos com os caetés, potiguaras, tupinambás, entre outras etnias; as bocas abertas dos rios murmuraram os caminhos de entradas já traçadas pelos povos originários até as suas fontes, fazendo com que fossem ouvidos na planície fluvio-marinha as vozes dos platôs sertão à dentro. Se é verdade que a lógica moderna da colonialidade, que pariu o capitalismo, só consegue existir em perpétua expansão por ser hierárquica, desigual e excludente, os rios foram para a Coroa do século XVI em diante o que o mar foi desde o século XIV, o perigoso e sinuoso caminho de entrada para a redução, extermínio e subjugação de todas as relações à lógica ocidental em germinação. A colonialidade subjugou a força e o fluxo dos rios a uma lógica de produção de fronteiras, dos maiores para os menores cursos, em movimentos diversos de avanços e recuos. Controlar o acesso ao São Francisco, por exemplo, fundando vilas, exterminando ou catequizando etnias, foi fundamental para em seguida acessar e controlar suas fontes no além São Francisco, oeste da Bahia e instituir fronteiras. Ademais, as batalhas que culminaram em extermínios entre os Rio Jaguaribe e Apodi foram por um lado fundamentais para espalhar mercês, sesmarias e vilas de índios pelo rio Salgado, instrumentalizar os usos das águas nas suas fontes na Chapada do Araripe, bem como decisivas para consolidar ocupação na porção norte da referida Chapada, onde se encontram olhos d’água do São Francisco. Por outro lado, foram fundamentais para marcar a Chapada do Apodi como trânsito de entrada por excelência do gado, local que é divisor de águas dos dois referidos rios. As guerras pelos cursos maiores dos rios irradiaram caminhos de domínio territorial para todos os lados de onde advêm seus afluentes.

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  • VANESSA MARTINS LOPES
  • ANÁLISE DA CONECTIVIDADE DA PAISAGEM NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BASTIÕES (BHRB) – CEARÁ

  • Orientador : OSVALDO GIRAO DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CLARA MAGALHÃES DE BARROS
  • DANIEL RODRIGUES DE LIRA
  • LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
  • OSCAR VICENTE QUINONEZ FERNANDEZ
  • OSVALDO GIRAO DA SILVA
  • Data: 25/05/2023

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  • Os rios semiáridos exercem extrema importância na modelagem superficial das terras secas, pois são responsáveis pelo transporte em pulsos, de grande quantidade de sedimentos. Assim, torna-se importante compreender suas diferentes tipologias, e como elas afetam e são afetadas pelas diversas morfologias e dinâmica superficial da paisagem. Também é relevante entender como ocorre a transmissão de matéria e energia nas terras secas, especialmente de sedimentos, considerando o seu papel na propagação de efeitos perturbadores em sistemas fluviais. Neste sentido, o objetivo deste trabalho é analisar o grau de conectividade de sedimentos na Bacia Hidrográfica do Rio Bastiões (BHRB), a partir das diferentes tipologias de rio, considerando o papel das intervenções antrópicas nos estilos fluviais e na conectividade da paisagem. O rio Bastiões está localizado no estado do Ceará e é um dos principais afluentes do rio Jaguaribe, pertencendo ao domínio da bacia Alto Jaguaribe, a maior do estado. Para compreender e estabelecer as tipologias de rios foi utilizada a proposta dos Estilos Fluviais (River Styles) de Brierley e Fryirs (2005), que analisa o caráter e comportamento do rio de forma multiescalar, inter-relacionando as formas e processos para explicar a gênese fluvial. Para avaliar a transmissão de sedimentos, utilizou-se a proposta da conectividade da paisagem de Brierley, Fryirs e Jain (2006). A conectividade é avaliada intra e entre compartimentos na paisagem, em diferentes escalas espaciais, a partir do arranjo e tipos de impedimentos, associados a magnitude dos eventos de precipitação. Foram identificados na BHRB os cinco Estilos Fluviais: Vale Preenchido (EFVP), Vale Confinado com Leito Cascalhento e Arenoso (EFVCLCA), Vale Confinado com Leito Rochoso (EFVCLR), Vale Parcialmente Confinado com Leito Arenoso (EFVPCLA) e Vale Não Confinado com Leito Arenoso (EFVNCLA). Esses estilos apresentam-se com níveis distintos de propensão à conectividade. Acerca da transmissão de sedimentos, foram identificados os seguintes impedimentos relevantes ao fluxo hidrossedimentológico: barragens grandes, canais descontínuos/ausentes, planícies contínuas, planícies descontínuas e zonas urbanas de médio nível de impermeabilização. Concluiu-se que a BHRB pode ser considerada mais propensa à desconectividade dado o tipo e arranjo de impedimentos, ficando apenas 16% da área conectada em eventos de alta magnitude. Tal fato,
    supõe que além da retenção de sedimentos dentro do sistema ser alta, a propagação de mudanças diante de forças perturbadoras é lenta, caracterizando esse sistema fluvial como resiliente.


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  • Os rios semiáridos exercem extrema importância na modelagem superficial das terras secas, pois são responsáveis pelo transporte em pulsos, de grande quantidade de sedimentos. Assim, torna-se importante compreender suas diferentes tipologias, e como elas afetam e são afetadas pelas diversas morfologias e dinâmica superficial da paisagem. Também é relevante entender como ocorre a transmissão de matéria e energia nas terras secas, especialmente de sedimentos, considerando o seu papel na propagação de efeitos perturbadores em sistemas fluviais. Neste sentido, o objetivo deste trabalho é analisar o grau de conectividade de sedimentos na Bacia Hidrográfica do Rio Bastiões (BHRB), a partir das diferentes tipologias de rio, considerando o papel das intervenções antrópicas nos estilos fluviais e na conectividade da paisagem. O rio Bastiões está localizado no estado do Ceará e é um dos principais afluentes do rio Jaguaribe, pertencendo ao domínio da bacia Alto Jaguaribe, a maior do estado. Para compreender e estabelecer as tipologias de rios foi utilizada a proposta dos Estilos Fluviais (River Styles) de Brierley e Fryirs (2005), que analisa o caráter e comportamento do rio de forma multiescalar, inter-relacionando as formas e processos para explicar a gênese fluvial. Para avaliar a transmissão de sedimentos, utilizou-se a proposta da conectividade da paisagem de Brierley, Fryirs e Jain (2006). A conectividade é avaliada intra e entre compartimentos na paisagem, em diferentes escalas espaciais, a partir do arranjo e tipos de impedimentos, associados a magnitude dos eventos de precipitação. Foram identificados na BHRB os cinco Estilos Fluviais: Vale Preenchido (EFVP), Vale Confinado com Leito Cascalhento e Arenoso (EFVCLCA), Vale Confinado com Leito Rochoso (EFVCLR), Vale Parcialmente Confinado com Leito Arenoso (EFVPCLA) e Vale Não Confinado com Leito Arenoso (EFVNCLA). Esses estilos apresentam-se com níveis distintos de propensão à conectividade. Acerca da transmissão de sedimentos, foram identificados os seguintes impedimentos relevantes ao fluxo hidrossedimentológico: barragens grandes, canais descontínuos/ausentes, planícies contínuas, planícies descontínuas e zonas urbanas de médio nível de impermeabilização. Concluiu-se que a BHRB pode ser considerada mais propensa à desconectividade dado o tipo e arranjo de impedimentos, ficando apenas 16% da área conectada em eventos de alta magnitude. Tal fato, supõe que além da retenção de sedimentos dentro do sistema ser alta, a propagação de mudanças diante de forças perturbadoras é lenta, caracterizando esse sistema fluvial como resiliente.

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  • JULIANE BARBOSA SALES DA SILVA BOTELHO
  • SOLOS DEGRADADOS PELO CULTIVO DE CANA-DE-AÇÚCAR: USO DE PARÂMETROS BIOLÓGICOS (LIQUENS) E FÍSICOS (RADIAÇÃO) PARA SUA REMEDIAÇÃO

  • Orientador : EUGENIA CRISTINA GONCALVES PEREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EUGENIA CRISTINA GONCALVES PEREIRA
  • JOSÉ ADAILTON LIMA SILVA
  • LARISSA MONTEIRO RAFAEL
  • MANUELLA VIEIRA BARBOSA NETO
  • RODRIGO SANTANA MACEDO
  • Data: 17/07/2023

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  • A expansão das monoculturas do açúcar se fortaleceu em solos arenosos e de baixa aptidão agrícola. O suprimento exógeno de fertilizantes químicos para alavancar a produtividade foi um fator causador de maiores danos aos ecossistemas florestais. Neles são reportadas espécies endêmicas (líquen) que agem no equilíbrio dinâmico do ciclo de nutrientes. Desse modo, objetivo do estudo foi desenhar os mecanismos de ação e capacidade de biorremediação de solos arenosos naturais (área controle) e solos arenosos impactados pelo cultivo da cana-de-açúcar (área de estudo), pelo líquen Cladonia verticillaris exposto ou não a fonte de radiação gama. Amostras do líquen e de seu solo de ocorrência foram coletadas em Mamanguape-PB. Amostras de solos arenosos foram coletadas em terras de uma Usina localizada no litoral norte de Pernambuco. As amostras de ambos os solos obtidas no momento da coleta (tempo zero) foram levadas ao Laboratório de Química Ambiental de Solos. A irradiação do líquen foi realizada no Departamento de Energia Nuclear. Assim, doze tratamentos com cinco réplicas foram desenvolvidos, usando os solos, liquens irradiados ou não e diferentes condições de umidade do solo, simulando período chuvoso e de déficit hídrico. Para determinação da vitalidade do líquen foram quantificados pigmentos fotossintéticos (clorofilas a, b, c, d e totais) e determinação dos danos à estrutura do talo. Foram determinadas as concentrações dos fenóis presentes no talo de C. verticillaris, ácidos fumarprotocetrárico (FUM), protocetrárico (PRO) e atranorina (ATR) aos 30, 60, 90, 120, 150 e 180 dias. Para determinação da biorremediação dos solos foram quantificados os teores dos FUM, PRO e ATR percolados ao substrato aos 30, 60, 90, 120, 150 e 180 dias. Em adição, realizaram-se análises químicas, Espectroscopia por Energia Dispersiva (EDX) do solo no tempo zero e ao final do experimento (180 dias). Os resultados apontaram que os ácidos PRO e FUM estiveram em maiores teores nos tratamentos experimentais submetidos a solos da área controle (T1, T2, T3, T4), independente de simulações de déficit hídrico ou episódios de chuva, em talos irradiados ou não. Os teores de clorofilas a, b, c, d e totais foram superiores nos tratamentos irradiados (T2 e T4) submetidos a solos arenosos da área controle (Mamanguape-PB) e no tratamento não irradiado, simulando episódios de chuva (T7) e submetido a solos arenosos da área de estudo (Goiana-PE). Todavia, se nota que os danos ao talo de C. verticillaris estiveram maiores aos 180 dias nos tratamentos irradiados submetidos a solos arenosos da área controle e a área de estudo. Foi verificado nas análises químicas que a presença do líquen sobreposto a solos arenosos da área controle, independente do tratamento, proporcionou a redução do Al, sobretudo nos tratamentos que simularam episódios de chuva (T3 e T4). Nota-se ainda elevação do pH de 5,1 na amostra controle para 5,5 nos tratamentos T2 e T4. Nos solos impactados pelo cultivo da cana-de-açúcar verifica-se elevação do P nos tratamentos T5 e T7. Pode-se afirmar, ainda, que os solos arenosos da área controle (Mamanguape-PB) apresentaram menor gradiente de comprometimento ambiental que os solos arenosos da área de estudo (Goiana-PE). Tal fato é justificado pelo grave impacto antrópico inferido na atividade metabólica do líquen C. verticillaris inseridos na área de monocultivo da cana-de-açúcar. Dado o exposto, conclui-se que os solos arenosos sob monocultivo da cana-de-açúcar possuem elevado índice de degradação ambiental, pois, os elementos químicos contidos na solubilização de tais substâncias sob intenso uso agrícola (fertilizações químicas) ajudaram a explicar o bloqueio da produção fenólica (PRO e FUM) do líquen estudado e sua percolação ao solo nos tratamentos experimentais (T5, T6, T7 e T8). Desse modo, pode-se afirmar que monocultivo açucareiros no litoral norte de Pernambuco geram danos ambientais em virtude do comportamento verificado por C. verticillaris.


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  • A expansão das monoculturas do açúcar se fortaleceu em solos arenosos e de baixa aptidão agrícola. O suprimento exógeno de fertilizantes químicos para alavancar a produtividade foi um fator causador de maiores danos aos ecossistemas florestais. Neles são reportadas espécies endêmicas (líquen) que agem no equilíbrio dinâmico do ciclo de nutrientes. Desse modo, objetivo do estudo foi desenhar os mecanismos de ação e capacidade de biorremediação de Neossolos Quartzarênicos naturais (área controle) e solos arenosos impactados pelo cultivo da cana-de-açúcar (área de estudo), pelo líquen Cladonia verticillarisexposto ou não a fonte de radiação gama. Amostras do líquen e de seu solo de ocorrência foram coletadas em Mamanguape-PB. Amostras de solos arenosos foram coletadas em terras de uma Usina localizada no litoral norte de Pernambuco. As amostras de ambos os solos obtidas no momento da coleta (tempo zero) foram levadas ao Laboratório de Química Ambiental de Solos. A irradiação do líquen foi realizada no Departamento de Energia Nuclear. Assim, doze tratamentos com cinco réplicas foram desenvolvidos, usando os solos, liquens irradiados ou não e diferentes condições de umidade do solo, simulando período chuvoso e de déficit hídrico. Para determinação da vitalidade do líquen foram quantificados pigmentos fotossintéticos (clorofilas a,b, c, d e totais) e determinação dos danos à estrutura do talo. Foram determinadas as concentrações dos fenóis presentes no talo de C. verticillaris, ácidos fumarprotocetrárico (FUM), protocetrárico (PRO) e atranorina (ATR) aos 30, 60, 90, 120, 150 e 180 dias. Para determinação da biorremediação dos solos foram quantificados os teores dos FUM, PRO e ATR percolados ao substrato aos 30, 60, 90, 120, 150 e 180 dias. Em adição, realizaram-se análises químicas, Espectroscopia por Energia Dispersiva (EDX) e teores de matéria orgânica do solo no tempo zero e ao final do experimento (180 dias). Os resultados preliminares apontaram para teores de clorofilas a, b, c, d e totais superiores nos tratamentos irradiados (T2 e T4) e no tratamento simulando episódios de chuva (T6). Todavia, se nota que os danos ao talo de C. verticillaris também estiveram maiores aos 180 dias nos tratamentos irradiados. A produção do FUM, PRO e ATR no talo liquênico durante o período experimental apresentou os maiores teores no tratamento T4. Houve percolação ao solo destes ácidos durante todo período experimental. Maiores teores aos 180 dias de experimento foram registrados nos tratamentos T2, T3 e T4 para o FUM e PRO, e nos tratamentos T1 e T3 para ATR. Foi verificado nas análises químicas que a presença do líquen sobreposto a Neossolos Quartzarênicos, independente do tratamento, proporcionou a redução do Al nos tratamentos quesimularam episódios de chuva (T3 e T4). Nota-se ainda elevação do pH de 5,1 na amostra controle para 5,5 nos tratamentos T2 e T4. Nos solos impactados pelo cultivo da cana-de-açúcar verifica-se elevação do P nos tratamentos T5 e T6. Conclui-se, preliminarmente, que a utilização de C. verticillaris proporcionou modificação química em Neossolos Quartzarênicos reduzindo a toxidade do Al e nos solos arenosos cultivas com cana-de-açúcar elevando o P.

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  • LUCIANO GUIMARÃES DE ANDRADE
  • PROJETO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CARIRI, SERIDÓ E CURIMATAÚ (PROCASE): UMA ANÁLISE A PARTIR DO MUNICÍPIO DE CABACEIRAS/PB

  • Orientador : CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EDJANE OLIVEIRA DE LUCENA
  • CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • CARLOS ROBERTO CRUZ UBIRAJARA
  • JOÃO DAMASCENO
  • PRISCILA BATISTA VASCONCELOS
  • Data: 31/07/2023

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  • A política de desenvolvimento rural no Brasil, nos últimos anos, esteve associada a um conjunto de ações empreendidas em parceria entre organizações da sociedade civil, órgãos governamentais e de cooperação internacional. Essa nova agenda pavimenta, a emergência de um novo debate acerca dos graves problemas socioeconômicos e de vulnerabilidade ambiental no Brasil, especialmente na Região Semiárida. Essas medidas proporcionaram a implementação de estratégias e iniciativas que imprimem uma nova racionalidade, cujo olhar da política de combate à seca é reconfigurado, abrindo espaço para a introdução de um novo paradigma: a convivência com o Semiárido. Seguindo esta orientação, o Governo do Estado da Paraíba, com o apoio do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) através do Projeto de Desenvolvimento Sustentável do Cariri, Seridó e Curimataú (PROCASE) tem promovido ações em 56 municípios do Semiárido paraibano, e visa fortalecer a agricultura familiar e contribuir para o desenvolvimento rural sustentável. Diante do exposto, este trabalho, tem por objetivo compreender as bases e princípios do PROCASE e seus efeitos no recorte territorial do Cariri paraibano, com ênfase, no município de Cabaceiras/PB. A revisão bibliográfica permitiu refletir sobre os pressupostos teóricos do desenvolvimento territorial, e do paradigma da conivência com o Semiárido. A consulta aos arquivos institucionais deu evidencia a institucionalidade do PROCASE. Além disto, utilizou-se de outros procedimentos, como: pesquisa de campo, entrevistas e mapeamento. Os resultados demonstram que esse novo debate congrega novos conhecimentos e tecnologias sociais em diálogo com as experiências históricas das famílias afetadas pela estiagem para que possam conviver na região e suprir os baixos índices socioeconômicos, característicos do Semiárido brasileiro. Uma nova perspectiva revela-se como um novo paradigma que se incorpora ao campo do desenvolvimento territorial rural e tem como objetivo combater a pobreza rural, com preservação ambiental e participação das comunidades no desenvolvimento de projetos. Tais ações incluem caprino-ovinocultura, fruticultura, agroindústrias, artesanato, pequenas indústrias de beneficiamento de minério e outras atividades relativas às novas ruralidades que serão firmadas a partir das dinâmicas locais.


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  • A politica de desenvolvimento rural no Brasil, nos últimos anos, esteve associada a um conjunto de ações empreendidas em parceria entre organizações da sociedade civil, órgãos governamentais e de cooperação internacional. Essa nova agenda pavimenta, a emergência de um novo debate acerca dos graves problemas socioeconômicos e de vulnerabilidade ambiental no Brasil, especialmente na Região Semiárida. Essas medidas proporcionaram a implementação de estratégias e iniciativas que imprimem uma nova racionalidade, cujo olhar da politica de combate à seca é reconfigurado, abrindo espaço para a introdução de um novo paradigma: a convivência com o Semiárido. Seguindo esta orientação, o Governo do Estado da Paraíba, com o apoio do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) através do Projeto de Desenvolvimento Sustentável do Cariri, Seridó e Curimataú (PROCASE) tem promovido ações em 56 municípios do Semiárido paraibano, e visa fortalecer a agricultura familiar e contribuir para odesenvolvimento rural sustentável. Diante do exposto, este trabalho buscou identificar asiniciativas implementadas pelo PROCASE no Semiárido paraibano, com ênfase, no município de Cabaceiras/PB. O Objetivo é analisar a dimensão de suas ações e seus reflexos para a população sob o aspecto socioeconômico e ambiental. A revisão bibliográfica permitiu refletir sobre os pressupostos teóricos do desenvolvimento territorial, e do paradigma da conivência com o Semiárido. Além disto, a entrevista com agricultores, artesãos, técnicos e gestores compõem a base material utilizada para a construção desta pesquisa. Os resultados demonstram que esse novo debate congrega novos conhecimentos e tecnologias sociais em diálogo com as experiências históricas das famílias afetadas pela estiagem para que possam conviver na região e suprir os baixos índices socioeconômicos, característicos do Semiárido brasileiro. Uma nova perspectiva revela-se como um novo paradigma que se incorpora ao campo do desenvolvimento territorial rural e tem como objetivo combater a pobreza rural, com preservação ambiental e participação das comunidades no desenvolvimento de projetos. Tais ações incluem caprino-ovinocultura, fruticultura, agroindústrias, artesanato, pequenas indústrias de beneficiamento de minério e outras atividades relativas às novas ruralidades que serão firmadas a partir das dinâmicas locais.

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  • CLAUDIO ROBERTO FARIAS PASSOS
  • TERRITORIALIDADES VIOLENTAS NA CIDADE DE RECIFE NO PERÍODO DE 1990-2023 E SEUS “TRUNFOS” ECONÔMICOS, POLÍTICOS E ÉTNICO-RACIAIS

     

  • Orientador : ALCINDO JOSE DE SA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALCINDO JOSE DE SA
  • PRISCILA BATISTA VASCONCELOS
  • JOSE MARCELO MARQUES FERREIRA FILHO
  • MATEUS FERREIRA SANTOS
  • RAIMUNDO FERREIRA DE ARRUDA
  • Data: 28/08/2023

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  • A pesquisa apresenta reflexão sobre o regime escravocrata, adotado no Brasil colônia. O modelo adotado pelo colonizador perdurou por mais de três séculos produzindo fluxos e fixos socioespaciais até o fim da escravidão em 1888, todavia, deixou como herança para a população negra, o racismo que a violenta e a subjuga como classe social. A abolição da escravidão, no Brasil, ocorreu principalmente pelam intervenção da Inglaterra, contrariando os interesses da elite política e agrária local, que em seguida marginalizou os negros. Pessoas que desde então sofrem discriminação, sendo classificadas como subclasse, ralé, e sujeitos perigosos. A discriminação foi ratificada ao longo da história recente produzindo o chamado racismo estrutural, que exclui, aprisiona e condena de morte pessoas negras.  A metodologia utilizada no texto é quali e quantitativa, as referências tem base em estudos geográficos, históricos, sociais e filosóficos.  Os resultados da pesquisa confirmam a estrutura racista que encarcera e exclui os negros; também apresenta conjunto de políticas públicas como solução para desconstrução do racismo estrutural no país.


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  • Viemos há seis anos lendo e ouvindo diversos argumentos sobre os consideráveis números da criminalidade, causadora de medo, que acomete o Brasil. Tanto as capitais quanto as cidades interioranas têm índices elevados de roubos e mortes violentas intencionais, as gestões elaboraram planos, ações isoladas, sem coordenação regional ou nacional. As capitais que, teoricamente, dispõem de consideráveis recursos humanos e materiais não tem tido sucesso, contínuo, em iniciativas sociais ou policiais que diminuam as investidas criminosas que levam medo e morte a seus citadinos. Em Pernambuco, foi significativo o número de CVLI – Crimes Violentos Letais Intencionais na última década, com 41.929 vítimas seguindo a tendência de criminalidade nacional; em Recife ocorreram 6.488 casos, sua RMR registrou 12.250 assassinatos. Atenção em outro dado, a faixa etária das vítimas, homens e mulheres com idade variando entre 18 e 30 anos. As ocorrências são classificadas como crimes de proximidade, quando as vítimas conhecem seu agressor; latrocínios, quando o agressor rouba o pertence e em seguida assassina a vítima e acerto de contas por compra de droga. O Recife e seus bairros são suporte material, campo de estudo a ser compreendido, compõem Espaço Geográfico. Esse, conceito “mestre e categoria chave”, e o Território (materialidade), onde práticas sociais ocorrem (Santos, 2012); são duas categorias chaves que dão forma a “constelação geográfica de conceitos” segundo Haesbaert (2014 e 2010). Partindo de tal pressuposto a tese terá objetivo geral de compreender quais condicionantes históricas e espaciais são responsáveis pelo medo e sensação de impunidade, culpadas em parte por mais violência, que acomete o Recife e sua RMR (Grande Recife). Para se atingir tal desejo, terá como fulcro os objetivos específicos: apresentar o espaço como suporte e lugar de materialização das categorias geográficas que exibem o cotidiano de medo e violência; conhecer o modelo de política pública que fomentou a conjuntura de segurança nacional e local; identificar as condicionantes históricas da formação social do Brasil e sua repercussão no contexto pernambucano; discutir como os papeis raciais e de gêneros se relacionam ao tempo presente de medo e insegurança em Recife e sua RMR.

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  • JUDSON JORGE DA SILVA
  • DA CONDIÇÃO DE PERIFERIA NA PERIFERIA DO CAPITAL À INCORPORAÇÃO NA LÓGICA DAS POLÍTICAS HEGEMÔNICAS PARA O TERRITÓRIO: ANÁLISE DAS ESTRATÉGIAS DE ATRAÇÃO DE MEGAPROJETOS DE MINERAÇÃO PARA O ESTADO DO PIAUÍ

  • Orientador : CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEIDA AZAMAR ALONSO
  • CARLOS RERISSON ROCHA DA COSTA
  • CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
  • LUCAS ZENHA ANTONINO
  • RICARDO JUNIOR DE ASSIS FERNANDES GONÇALVES
  • Data: 28/08/2023

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  • Nas duas primeiras décadas do século XXI, o estado do Piauí passou a se constituir, de modo dinâmico, como um novo lócus de investimento do capital internacional, a partir da instalação dos chamados  grandes  projetos  de  desenvolvimento.  Destacam-se entre estes grandes projetos as atividades de mineração que, pouco a pouco, materializam o território piauiense como área de ajuste, com  ênfase  em  minérios  metálicos  de  alta demanda global como ferro, níquel, cobalto, vanádio e titânio. Para a efetivação desse modelo  ganha  centralidade  o  planejamento  econômico  voltado  para  a  conversão  da natureza do Piauí em ativos econômicos, apresentados no formato de carteira de projetos para atrair investidores.  São definidos projetos prioritários, que possuem entre si uma conexão de complementaridade, a exemplo da mineração, do setor energético e do setor de transporte, em especial a ferrovia Transnordestina, que juntos compõem uma espécie de  tríade  do  ordenamento  territorial  moderno  no  Piauí.  Concomitante  à  adoção  de estratégias  de  atração  de  investimentos,  que  inclui  desde  incentivos  fiscais,  passando também pela construção de uma imagem positiva do estado para o mercado, associado a melhorias de índices como o IDHM, o Piauí passa a se configurar como uma área de expansão da fronteira mineral brasileira. Esse processo ocasiona uma série de conflitos, pois as pesquisas minerais e os licenciamentos ambientais avançam silenciosamente sobre o  território  de  povos  e  comunidades  tradicionais  e,  quando  se  tornam  públicos,  já se encontra  em fase avançada junto a ANM e  com  processo de licenciamento ambiental iniciado  na  SEMARH-PI.  Diante  desse  cenário,  buscou-se  analisar  as  estratégias  de planejamento governamental voltadas para atração dos grandes projetos de mineração, dentre as quais se destacam a elaboração de documentos técnicos, o estabelecimento de incentivos a setores complementares como o de energia e transporte, além do empenho para se mudar a imagem de pobreza associada a esse Estado. Ao final, busca-se por meio de uma “contra cartografia” desvelar o avanço silencioso dos projetos de mineração sobre a natureza e territórios tradicionais e camponeses no Piauí e compreender os processos de resistência dos grupos ameaçados pela  chegada  dos grandes projetos de  mineração. A pesquisa  aponta  que  as  políticas  de  desenvolvimento  em  curso  no  Piauí,  que  visam à modernização  da  economia  local  a  partir  da  produção  de  commodities  e  que  são amplamente patrocinadas pelo Estado, reforçam a condição do Piauí como uma periferia na periferia do capital.


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  • Nas duas primeiras décadas do século XXI, o estado do Piauí passou a se constituir, de modo dinâmico, como um novo lócus de investimento do capital internacional, a partir da instalação dos chamados grandes projetos de desenvolvimento. Destacam-se entre estes grandes projetos as atividades de mineração que, pouco a pouco, materializam o território piauiense como área de ajuste, com ênfase em minérios metálicos de alta demanda global como ferro, níquel, cobalto, vanádio, titânio, entre outros. Para a efetivação desse modelo ganha centralidade o planejamento econômico voltado para a conversão da natureza do Piauí em ativos econômicos, apresentados no formato de carteira de projetos para atrair investidores. São definidos projetos prioritários, que possuem entre si uma conexão de complementaridade, a exemplo da mineração, do setor energético e do setor de transporte, em especial a ferrovia Transnordestina, que jutos compõem uma espécie de tríade do ordenamento territorial moderno no Piauí. Concomitante a adoção de estratégias de atração de investimentos, que inclui desde incentivos fiscais, passando também pela construção de uma imagem positiva do estado para o mercado, associado a melhorias de índices como o IDHM, o Piauí passa a se configurar como uma área de expansão da fronteira mineral brasileira. Esse processo ocasiona uma série de conflitos, pois as pesquisas minerais e os licenciamentos ambientais avançam silenciosamente sobre o território de povos e comunidades tradicionais e, quando se tornam públicos já se encontra em fase avançada junto a ANM e com processo de licenciamento ambiental iniciado na SEMAR-PI. Diante desse cenário, buscou-se analisar as estratégias de planejamento governamental voltadas para atração dos grandes projetos de mineração, dentre as quais se destacam a elaboração de documentos técnicos, o estabelecimento de incentivos a setores complementares como o de energia e transporte, além do empenho para se mudar a imagem de pobreza associada a esse Estado. Ao final, busca-se por meio de uma “contra cartografia” desvelar o avanço silencioso dos projetos de mineração sobre a natureza e territórios tradicionais e camponeses no Piauí e compreender os processos de resistência dos grupos ameaçados pela chegada dos grandes projetos de mineração. A pesquisa aponta que as políticas de desenvolvimento em curso no Piauí, que visam à modernização da economia local a partir da produção de commodities e que são amplamente patrocinadas pelo Estado, reforçam a condição do Piauí como uma periferia na periferia do capital.

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  • MARIA ROSANA DA COSTA OLIVEIRA
  • ECONOMIAS SOLIDÁRIAS E TERRITORIAIS (EST) PARA A AUTONOMIA CAMPONESA: UMA ANÁLISE SOBRE A ASSOCIAÇÃO DOS PRODUTORES AGROECOLÓGICOS (APA) BUDEGA DO POVO – VIÇOSA – CE – BRASIL E A COOPERATIVA MULTIATIVA PARA O DESENVOLVIMENTO DO MADALENA MÉDIO (COOMULDEMM) – YONDÓ – COLÔMBIA

  • Orientador : CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HELLEN CHARLOT CRISTANCHO GARRIDO
  • CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
  • JORGE RAMÓN MONTENEGRO GÓMEZ
  • JOSEFA DE LISBOA SANTOS
  • MONICA COX DE BRITTO PEREIRA
  • Data: 29/08/2023

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  • Esta tese tem como objetivo principal compreender a importância das Economias Solidárias e Territoriais (EST) para o fortalecimento das autonomias camponesas. Para isso, analisamos duas experiências norteadas pelos princípios da Economia Solidária, a Associação dos Produtores Agroecológicos (APA) Budega do Povo localizada em Viçosa do Ceará, Mesorregião do Noroeste Cearense do Brasil e a Cooperativa Multiactiva do Magdalena Médio (Coomuldemm) situada na zona rural do município de Yondó, Departamento de Antióquia, Noroeste da Colômbia. Apesar de estarem em países distintos, ambas enfrentam problemáticas comuns como a desigualdade social e a concentração de terras. Diante dessas, tecem economias alternativas desde os territórios como estratégia de fortalecimento econômico, social e político. Busca-se não reduzir o território a uma pequena dimensão, pelo contrário, reconhece-se que este possui multidimensionalidade onde cada aspecto, econômico, cultural, social, econômico e político é interdependente e pode contribuir para o fortalecimento das autonomias. Autonomias, entendidas enquanto lógica processual, de construção e exercício de poder coletivo (MODONESI, 2011). Ao longo da pesquisa pluralizamos o conceito de Economia Solidária, entendendo-a como múltipla, construídas nos e a partir dos territórios. No espaço agrário, o campesinato é quem melhor representaria as EST, pois ao longo da sua história de existência e r-existência (PORTO GONÇALVES, 2006) baseia-se na solidariedade e na cooperação. Articulada a uma rede estadual de comercialização solidária denominada ‘Rede Bodega’, a Budega do Povo foi criada em 2004 por camponeses e camponesas da zona rural de Viçosa e Tianguá que buscavam ter o controle não só do processo produtivo, mas também da distribuição e da comercialização das suas mercadorias. Desde 2004, produzem em quintais produtivos mais de 78 itens para comercialização. Em meio ao território do agronegócio da fruticultura e floricultura presente na região da Ibiapaba, a Budega do Povo resiste através das práticas econômicas, culturais e políticas alternativas ao modelo agroquímico exportador. A Cooperativa Multiactiva do Magdalena Médio (COOMULDEMM) situada na zona rural do município de Yondó na Colômbia é uma das cooperativas ligadas a ECOMUM- Economias Sociais do Comum. Criada em 2017 no contexto de Acordo de Paz entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), se orienta para estimular projetos em Economia Solidária principalmente nos territórios mais atingidos pela guerra. Mesmo diante dos enormes desafios, principalmente a não implementação da Reforma Rural Integral e a insegurança, os/as firmantes continuam a trabalhar coletivamente nos projetos produtivos fomentados pela COOMULDEMM, entre as atividades desenvolvidas, destacamos a piscicultura, o plantio de cacau e a venda de carne e queijo de búfalo. Em relação a metodologia da pesquisa, ao longo de toda a sua construção, realizamos leituras, coletas de dados, trabalhos de campo e entrevistas. Compreendemos que ambas as experiencias – APA Budega do Povo e COOMULDEMM - estão em territórios inseridos na periferia do sistema-mundo e exemplificam históricos de resistências coletivas as problemáticas enfrentadas, dentre elas, a desigualdade social e a concentração de terras. Frente a estas, persistem criativamente em associação e cooperativa.


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  • Esta tese tem como objetivo compreender a importância das Economias Solidárias e Territoriais (EST) para o fortalecimento das autonomias camponesas. Neste sentido, propomos um diálogo entre as experiências da Associação dos Produtores Agroecológicos (APA) Budega do Povo localizada no município de Viçosa no estado do Ceará, Nordeste do Brasil e a Cooperativa Multiactiva do Magdalena Médio (Coomuldemm) situada no município de Yondó, departamento de Antioquia na Colômbia. Ao longo da pesquisa pluralizamos o conceito de Economia Solidária, entendendo-a como múltipla, pois são construídas desde abaixo, nos e a partir dos territórios. O território seria deste modo categoria central para entendermos estas economias. Busca-se desvincular a discussão da Economia Solidária de uma perspectiva puramente institucional e de uma análise que a situa desde uma visão eurocêntrica e urbana. O conceito de autonomia discutido baseia-se em Castoriadis (2012) que distingue a autonomia individual puramente liberal da autonomia comunitária aqui defendida. No espaço agrário, o campesinato é quem melhor representaria estas economias pois ao longo da sua história de existência e r-existência (PORTO GONÇALVES,2009) baseia-se na solidariedade e na cooperação. Compreendemos, deste modo, as experiências Budega do Povo e Coomuldemm cada uma com suas especificidades socioterritoriais, construções coletivas de solidariedade e resistência territorial. Localizada no Município de Viçosa, região oeste do estado do Ceará, a Budega do Povo está inserida em uma rede de comercialização solidária denominada ‘Rede Budegas’. Desde 2004, 30 famílias produzem em quintais agroecológicos uma pluralidade de alimentos (arroz, feijão, café, ovos, macaxeira, jerimum, ervas medicinais, temperos, geléias, outros) e os comercializam em diversas territorialidades (ponto fixo, em feiras, eventos, outros). São contraespaços em meio ao Agronegócio da fruticultura e floricultura presentes no Planalto da Ibiapaba. A Cooperativa Multiactiva do Magdalena Médio (Coomuldemm) situada em uma zona rural do município de Yondó na Colômbia, é uma das cooperativas ligadas a ECOMUM-Economias Sociais do Comum criada após o ‘acordo de paz’ firmado em novembro de 2016 entre governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). Cooperativas em Economia Social e Solidária (ESS) foram estabelecidas pelos/pelas ex-combatentes como uma das alternativas de reincorporação no período pós-conflito. Busca-se não somente incorporação econômica, mas também a construção de territórios de vida. Participamos do processo de construção da COOMULDEMM e apreendemos os desafios da reincorporação, principalmente pelo incumprimento do Estado, que não destina as familias a propriedade da terra e estes aguardam vulneráveis socialmente, territorialmente e economicamente as verdadeiras mudanças estruturais no país. Apesar dos enormes desafios, continuam a trabalhar coletivamente nos projetos produtivos desenhados pela cooperativa, como a piscicultura, o plantio de cacau e a venda de carne e queijo de búfalo. Continuam a resistir e a reivindicar outro campo colombiano, onde a terra e o território sejam direitos. Como método de pesquisa, propomos um diálogo frutífero entre o método marxista e a decolonialidade, com o objetivo de fortalecer a análise espacial da América Latina a partir dos seus territórios. Sobre a metodologia, realizamos pesquisa bibliográfica e documental, trabalhos de campo e entrevistas.

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  • ELIDIANE DA SILVA AMANCIO
  • REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE NATUREZA E O TURISMO: TRANSFORMAÇÕES DA PAISAGEM NA ILHA DE FERNANDO DE NORONHA-PE, BRASIL.

  • Orientador : MARIA FERNANDA ABRANTES TORRES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA FERNANDA ABRANTES TORRES
  • ANAILZA CRISTINA GALDINO DA SILVA
  • FATIMA VERONICA PEREIRA VILA NOVA
  • IWELTON MADSON CELESTINO PEREIRA
  • LUCAS ANTONIO VIANA BOTELHO
  • Data: 30/08/2023

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  • Os ambientes insulares constituem espaços dotados de singularidades em relação aos aspectos físicos, expressos na paisagem, e em relação aos aspectos sociais. A modificação das paisagens através de distintas temporalidades implica na transformação do espaço e do lugar, onde o indivíduo e a coletividade desenvolvem suas experiências, e ancorados nestas, constroem espaços, identidades e representações sociais. Por esse ângulo, buscou-se estudar as representações sociais de natureza da ilha de Fernando de Noronha – PE, Brasil. A abordagem utilizada para o inquérito das transformações ambientais foi desenvolvida em diálogo com a Teoria das Representações Sociais- TRS, oferecendo suporte para o inquérito da paisagem como campo de visibilidade e significação social e cultural onde inserem-se as experiências do mundo vivido. Verifica-se uma dualidade de percepções e valores que aludem tanto ao sentido paradisíaco dos ambientes insulares quanto ao sentido mercadológico de “lugar de consumo”, tais percepções estão expressas e materializadas nas paisagens e nas atitudes cotidianas dos ilhéus e visitantes. O choque entre a dualidade de sentidos e percepções estão expressas na comercialização e no consumo do ambiente insular e ocasionam impactos ambientais.


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  • Os ambientes insulares constituem espaços dotados de singularidades em relação aos aspectos físicos, expressos na paisagem, e em relação aos aspectos sociais. A modificação das paisagens através de distintas temporalidades implica na transformação do espaço e do mundo vivido, onde o indivíduo e a coletividade desenvolvem suas experiências, e ancorados nestas, constroem espaços, identidades e representações sociais. Por esse ângulo, buscou-se estudar as representações sociais de natureza pertencentes aos ilhéus e à população flutuante, turistas e trabalhadores temporários da ilha de Fernando de Noronha – PE. A abordagem utilizada para o inquérito das transformações ambientais foi desenvolvida em diálogo com a Teoria das Representações Sociais-TRS, oferecendo suporte para o inquérito da paisagem como campo de visibilidade e significação social e cultural onde inserem-se as experiências do mundo vivido. Verifica-se uma dualidade de percepções e valores que aludem tanto ao sentido paradisíaco dos ambiente insulares quanto ao sentido mercadológico de “lugar de consumo”, tais percepções estão expressas e materializadas nas paisagens e nas atitudes cotidianas dos ilhéus e visitantes. O choque entre a dualidade de sentidos e percepções estão expressas na comercialização e no consumo do ambiente insular e ocasionam impactos ambientais.

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  • PAULO CESAR DE OLIVEIRA
  • A PAISAGEM DA GEOGRAFIA DA VIOLÊNCIA E DO MEDO NOS BAIRROS DA COHAB E IBURA – RECIFE, PE

  • Orientador : ALCINDO JOSE DE SA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALCINDO JOSE DE SA
  • ANA REGINA MARINHO DANTAS BARBOZA DA ROCHA SERAFIM
  • GEVSON SILVA ANDRADE
  • LUCAS ANTONIO VIANA BOTELHO
  • MATEUS FERREIRA SANTOS
  • Data: 31/08/2023

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  • Partindo da observação sobre o medo urbano e a crescente fortificação dos espaços residenciais instrumentalizados por aparatos de segurança, e suas possíveis consequências na paisagem e na dinâmica interna dos bairros, a presente pesquisa qualitativa na área de Geografia, aborda o fenômeno da violência e do medo urbano nas grandes metrópoles brasileiras, com foco no Bairro da Cohab-Ibura, em Recife - PE. Outra problemática recorrente ao debate foi como os elementos da paisagem poderiam desmistificar ou ampliar o estigma de que áreas pobres abrigariam exclusivamente condicionantes da violência. O problema central do estudo é analisar como a dinâmica intraurbana pode manifestar o fenômeno da violência e do medo nesse território de baixa renda. A pesquisa é fundamentada em autores como Bauman (2009), Pedrazzini (2006), Wacquant (2005; 2011), Newman (1973), Souza (2006), Sposito e Góes (2013) e Sá (2009). O objetivo geral é identificar o processo de estabelecimento da Geografia da violência e do Medo – GVM, por meio da análise dos aparatos de segurança na paisagem dos bairros da Cohab-Ibura, em Recife-PE. Os procedimentos metodológicos foram a revisão da literatura, registros fotográficos, visitas exploratórias, entrevistas semi-estruturadas, aplicação de questionários e análise de dados, com base em categorias geográficas de análise: a paisagem e as territorialidade aplicadas a noção de Geografia do Medo e da Violência (GMV). Os resultados revelaram a presença de fortes contrastes socioespaciais, com tendências arquitetônicas individualistas e menos engajadas de convívio, mas também apontou a possibilidade de resgatar o diálogo e a coesão social para integrar esforços contra a violência. A pesquisa também destacou que a busca por ambientes mais seguros na periferia resultou na criação de peculiaridades intraurbanas, como o surgimento de espaços fragmentados, produzindo fachadas com aparência de pequenas fortalezas, que tendem a alimentar uma sensação de insegurança generalizada e a diminuição do contato físico. Conclui-se que é preciso superar abordagens simplistas sobre as implicações da violência urbana, dando visibilidade a questões graves, como os meios de reverter o isolamento voluntário e à desistência do convívio social. A abordagem socioespacial da Geografia do Medo e da Violência (GMV) com seus procedimentos mistos de investigação se mostrou promissor para compreendermos a relação entre a materialidade urbana e o medo. A pesquisa propõe uma análise mais profunda das causas do isolamento voluntário e a necessidade de novas reflexões acerca do enfrentamento da violência urbana, superando alternativas imediatistas de trancafiar os lares.


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  • Atualmente a insegurança urbana materializada através de fortificações residenciais, provoca a presente reflexão proposta em nossa tese, que visa abordar como a produção dos imaginários da geografia do medo e da violência – GMV em áreas com moradias carentes, tendem a reforçar processos de fragmentação por meio de estigmas do temor da violência. Acreditamos que a associação da insegurança, enquanto parte da identidade das comunidades, provoca ainda mais a evitação e o isolamento. Metodologicamente, utilizamos procedimentos da semiose peirciana para ampliar a compreensão das paisagens que compõem a GVM. Assim, o processo de semiose pela estruturação sígnica (verbal e não-verbal), aquiarticulada (símbolo, signo e ícone) junto ao contexto da geografia do medo e da violência, nos auxiliou a desvendar os significados socio-simbólicos do espaço urbano. Assim, aprofundando análises críticas ajustadas a realidade dos bairros. Portanto, o presente estudo nos permitiu comprovar que o desenvolvimento da paisagem da GMV reforça a situação histórica de desassistência em comunidades carentes, refletindo nas paisagens (segurança, insegurança e fragmentação) elementos de natureza segregatória no Brasil e, também comuns a toda América Latina. Também, percebemos o quanto setores da segurança particular e a especulação imobiliária podem se beneficiar lucrativamente em detrimento de uma sociedade cada vez mais assustada. 

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  • BRUNO FERREIRA SOARES
  • FEDERALISMO E PODER (PARALELO): UM PÁSSARO OU UMA AVE DE RAPINA SOB O CÉU DO CARIRI CEARENSE?  

  • Orientador : BERTRAND ROGER GUILLAUME COZIC
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JOÃO CÉSAR ABREU DE OLIVEIRA FILHO
  • ANA CRISTINA DE ALMEIDA FERNANDES
  • BERTRAND ROGER GUILLAUME COZIC
  • LIVIA IZABEL BEZERRA DE MIRANDA
  • SUELY SALGUEIRO CHACON
  • Data: 20/10/2023

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  • Do ponto de vista conceitual, a ideia de federação remete, entre outras, a uma organização territorial do poder, por meio de uma articulação entre os poderes nacional e os poderes regionais, e, quando houver, poderes locais; sob a forma de um pacto, na qual se assenta em um instrumento jurídico. Ou seja, a partir de preceitos constitucionalmente acordados entre aqueles que integram o contrato federativo, no intuito de manter o equilíbrio e evitar tanto uma centralização como uma fragmentação excessiva do poder. Considerando que a origem do federalismo brasileiro (1891) remete, em teoria, à tentativa de descentralizar o poder no intuito de promover um desenvolvimento capitalista nas diversas e distintas regiões do país; torna-se fundamental conhecer a trajetória do federalismo nacional para entender como a organização territorial do poder interferiu nesse processo. Analisando as implicações dessa articulação na complexa e continental realidade brasileira, e seus reflexos para os entes subnacionais. Bem como as estratégias encontradas por eles, no intuito de promoverem o desenvolvimento em seus territórios. Todavia, embora não sejam poderes constitucionalmente estabelecidos, os organismos e instituições internacionais historicamente exerceram um considerável poder no país. A depender do contexto geo-histórico, o exerceram em maior ou menor intensidade, mas participaram diretamente do processo de desenvolvimento capitalista nacional. Sendo, portanto, indispensável a qualquer estudo que se proponha a analisar tal processo, considerar a interferência dessa escala internacional de poder. Nesse contexto, o presente estudo se propôs a analisar o papel do Banco Mundial/BIRD em meios às escalas (e relações) de poder inerentes ao federalismo brasileiro, na busca pelo desenvolvimento capitalista nacional, durante a passagem do século XX para o século XXI. Tomando como referência um movimento de escalas que parte de um contexto nacional, até chegar à escala regional/local de poder. Balizado por uma regionalização estabelecida pelo Governo do Estado do Ceará, que contou com o apoio técnico-financeiro do referido banco, para a realização de um conjunto de ações/intervenções que buscavam fortalecer a região sul do estado, especialmente o chamado “Cariri Central”. Dando condições para uma maior atração de investimentos e de pessoas, sob o discurso de combate à pobreza. Do ponto de vista metodológico, a pesquisa se constitui em um estudo de caso, de natureza aplicada; e de caráter quali-quantitativo no que se refere a forma de sua abordagem. No tocante ao seu objetivo geral, a pesquisa pode ser classificada como exploratória e descritiva; que, entre os procedimentos técnicos utilizados, destaca-se uma criteriosa revisão de literatura, associada a uma valiosa análise documental. Em relação a obtenção de dados, foi realizado um importante trabalho de campo no recorte espaço-regional foco da pesquisa; seguido pelo registro fotográfico e a observação. Além da realização de entrevistas semiestruturadas com profissionais que estiveram diretamente envolvidos na elaboração/execução do Projeto Cidades do Ceará I – Cariri Central. A sistematização e análise dos dados contou como referencial com a triangulação de métodos, composta pelos dados (informações) obtidos durante as entrevistas; pela análise dos documentos que nortearam a elaboração/execução do referido projeto; bem como pelo diálogo com autores que se debruçam em torno das temáticas discutidas. Entre os principais resultados, destaca-se a capacidade de reinventar-se do Banco Mundial/BIRD, no intuito de dar respostas às demandas referentes a cada momento geo-histórico vivenciado. Pavimentando os caminhos das reestruturações capitalistas a partir do gerenciamento da pobreza, e de um constante mecanismo mimético.


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  • Originalmente criado nos Estados Unidos da América (EUA) em 1787, no intuito de unir as Treze Colônias recém independentes, o sistema federal norte-americano exerceu forte inspiração para o estabelecimento do federalismo no Brasil (1891). No entanto, diferente do caso estadunidense, sua emergência ocorre no intuito de descentralizar o poder político no país, promovendo o desenvolvimento de distintas áreas do território nacional. Embora seja um conceito amplo, a ideia de federação remete a uma organização territorial do poder, por meio de uma articulação entre o poder central e os entes subnacionais; a partir de preceitos constitucionais acordados, no intuito de evitar tanto uma centralização como uma fragmentação excessiva do poder. Nesse sentido, torna-se fundamental conhecer a trajetória do federalismo brasileiro para entender como a organização territorial do poder interferiu no processo de desenvolvimento. Analisando as implicações dessa articulação na complexa e continental realidade brasileira; seus reflexos para os entes subnacionais; e quais as estratégias encontradas por eles, no intuito de promoverem o desenvolvimento em seus territórios. Por outro lado, torna-se indispensável considerar a interferência de organismos internacionais nesse processo. Destarte, partindo dessas premissas, o presente estudo busca refletir em torno da relação entre federalismo e desenvolvimento, sob a ótica geográfica, a partir de uma regionalização implementada pelo Governo do Estado do Ceará. Que, a partir da aquisição de empréstimos no exterior, buscou combater a pobreza e reduzir o desequilíbrio socioeconômico através de um programa de desenvolvimento de polos regionais. Tal programa selecionou a região Sul do estado como experiência-piloto, cujos procedimentos seriam replicados para as demais regiões. O principal objetivo desta tese é tentar responder qual o papel do Banco Mundial/BIRD na elaboração e execução do Projeto Cidades do Ceará I; bem como no processo de institucionalização da Região Metropolitana do Cariri – RMCariri. Tendo a noção de federalismo e seus princípios básicos como elementos estruturantes das observações. Com esse intuito, foi realizada uma periodização que levou em consideração as Constituições publicadas ao longo da história do país; assim como uma abordagem multiescalar. Do ponto de vista metodológico, a pesquisa se constitui em umestudo de caso, de natureza aplicada; e de caráter quali-quantitativo. No tocante ao seu objetivo geral, a pesquisa pode ser classificada como exploratória e descritiva; e entre os procedimentos técnicos utilizados, destaca-se uma criteriosa revisão de literatura, associada a uma valiosa análise documental. Em relação a obtenção de dados, foi realizado um importante trabalho de campo no recorte espaço-regional foco da pesquisa; seguido pelo registro fotográfico e a observação. Destaca-se que, para a construção da última seção do estudo, que busca responder à questão central da tese, serão realizadas entrevistas semiestruturadas com autoridades, políticos e técnicos envolvidos na elaboração/execução do Projeto Cidades do Ceará I e na institucionalização da RMCariri. Além disso, será adotado como referencial analítico a triangulação composta pelas informações obtidas durante as entrevistas realizadas com os interlocutores da pesquisa; pela análise dos documentos que nortearam a elaboração/execução/institucionalização das intervenções mencionadas; bem como pelo diálogo com autores que se debruçam em torno das temáticas discutidas.

2022
Dissertações
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  • LUCAS ANDRE PENHA DOS SANTOS
  • A DESINDUSTRIALIZAÇÃO NA REGIÃO METROPOLITANA DE RECIFE (RMR)? EVIDÊNCIAS E POSSIBILIDADES

  • Orientador : BERTRAND ROGER GUILLAUME COZIC
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BERTRAND ROGER GUILLAUME COZIC
  • ANA CRISTINA DE ALMEIDA FERNANDES
  • ALEXANDRE SABINO DO NASCIMENTO
  • Data: 17/02/2022

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  • A atividade industrial tem uma participação relevante no contexto socioespacial, influindo diretamente na produção de riqueza da sociedade, no modo de apropriação dos espaços e na intensificação dos processos de urbanização. De outro lado, é cada vez mais difundida a hipótese de que a desindustrialização ressignifica o espaço, reestruturando-o por meio de novos enfoques e contribuindo para a alteração das dinâmicas socioeconômicas regionais. A presente pesquisa objetiva analisar a desindustrialização na Região Metropolitana do Recife (RMR), atentando-se às implicações diretas do fenômeno sobre as perspectivas ligadas ao trabalho e à produtividade. Realizou-se uma revisão bibliográfica a fim de oferecer um alicerce teórico às discussões acerca da reestruturação produtiva regional. Posteriormente, a partir da captação de dados junto a órgãos de atuação e escala diversas, foi possível elaborar um “perfil da economia industrial” da RMR que levou em consideração fatores como: os índices de produtividade de acordo com diferentes setores de concentração tecnológica; a evolução do número de empregos em atividades industriais específicas; o número de estabelecimentos industriais segundo atividades selecionadas, etc. Também foi realizada uma análise que considerou os dispêndios em Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I); em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) e a interação Universidade-Empresa (U-E). Ademais, para a averiguação do âmbito institucional, fez-se o exame de programas de desenvolvimento industrial, planos de negócios e tomadas de decisão de cunho legislativo que tiveram relação direta com o setor. Os resultados apontam que a RMR passa por uma desindustrialização relativa, visto que a estrutura de sua indústria de transformação, quando não apresenta um arrefecimento nas áreas de geração/manutenção dos postos de trabalho e Valor Agregado Bruto (V AB) – em segmentos com maior concentração tecnológica –, se caracteriza pela estagnação dos dados ramos. Percebe-se uma desarticulação entre as esferas empresarial e institucional, dificultando o estabelecimento de um ambiente industrial dinâmico. Em grande medida, os parcos empenhos destinados à PD&I e à CT&I são mal administrados, tendo, como principal destino, o equipamento/melhoria da estrutura fabril e não um incentivo focado em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). A intrincada situação é ainda aprofundada pelo descompasso presente na relação Universidade-Empresa (U-E) e consubstanciada pela baixíssima concentração de pesquisadores envolvidos na atividade industrial.


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  • A atividade industrial tem uma participação relevante no contexto socioespacial, influindo diretamente na produção de riqueza da sociedade, no modo de apropriação dos espaços e na intensificação dos processos de urbanização. De outro lado, é cada vez mais difundida a hipótese de que a desindustrialização ressignifica o espaço, reestruturando-o por meio de novos enfoques e contribuindo para a alteração das dinâmicas socioeconômicas regionais. A presente pesquisa objetiva analisar a desindustrialização na Região Metropolitana do Recife (RMR), atentando-se às implicações diretas do fenômeno sobre as perspectivas ligadas ao trabalho e à produtividade. Realizou-se uma revisão bibliográfica a fim de oferecer um alicerce teórico às discussões acerca da reestruturação produtiva regional. Posteriormente, a partir da captação de dados junto a órgãos de atuação e escala diversas, foi possível elaborar um “perfil da economia industrial” da RMR que levou em consideração fatores como: os índices de produtividade de acordo com diferentes setores de concentração tecnológica; a evolução do número de empregos em atividades industriais específicas; o número de estabelecimentos industriais segundo atividades selecionadas, etc. Também foi realizada uma análise que considerou os dispêndios em Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I); em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) e a interação Universidade-Empresa (U-E). Ademais, para a averiguação do âmbito institucional, fez-se o exame de programas de desenvolvimento industrial, planos de negócios e tomadas de decisão de cunho legislativo que tiveram relação direta com o setor. Os resultados apontam que a RMR passa por uma desindustrialização relativa, visto que a estrutura de sua indústria de transformação, quando não apresenta um arrefecimento nas áreas de geração/manutenção dos postos de trabalho e Valor Agregado Bruto (V AB) – em segmentos com maior concentração tecnológica –, se caracteriza pela estagnação dos dados ramos. Percebe-se uma desarticulação entre as esferas empresarial e institucional, dificultando o estabelecimento de um ambiente industrial dinâmico. Em grande medida, os parcos empenhos destinados à PD&I e à CT&I são mal administrados, tendo, como principal destino, o equipamento/melhoria da estrutura fabril e não um incentivo focado em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). A intrincada situação é ainda aprofundada pelo descompasso presente na relação Universidade-Empresa (U-E) e consubstanciada pela baixíssima concentração de pesquisadores envolvidos na atividade industrial.

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  • ADALBERTO ANTONIO DA MOTA CORREIA
  • DIFUSÃO DE INOVAÇÕES NO RECIFE: fábulas, perversidades e possibilidades do trabalho de entregadores via plataforma digital

  • Orientador : ANA CRISTINA DE ALMEIDA FERNANDES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CRISTINA DE ALMEIDA FERNANDES
  • JAN BITOUN
  • THIAGO ADRIANO MACHADO
  • Data: 24/02/2022

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  • Este trabalho discute as relações do Sistema Territorial com a compreensão do fenômeno da difusão de inovações numa metrópole regional, da periferia do  capitalismo  tardio,  o  Recife. Para  chegar  a  esses  resultados preliminares,  haja  vista  a pesquisa estar em  andamento,  procedeu-se  com revisão  bibliográfica,  levantamento  e  geoprocessamento de dados secundários oriundos do IBGE. Bem como foram conduzidas vinte entrevistas semiestruturadas aos entregadores, dentre as quais cinco foram transcritas no anexo deste trabalho. A partir disso, observamos a estrutura do  território brasileiro,  sobretudo  do  território  recifense,  por  meio  das  tipologias  da concentração  urbana  do  Recife  e  outros  dados  socioeconômicos. Essa formação legou a sua população, em especial os pretos e pardos, uma dívida histórica cujo saldo  se  traduz  na  pobreza,  precariedade  de  condições habitacionais, educacionais... uma precariedade estrutural. Isso condicionaria o sistema social e territorial não apenas a  uma  capacidade  reduzida  de produzir inovações, mas também nos papéis dos agentes e suas motivações em  adotar  essa  inovação,  sobretudo  os  mais  vulneráveis  nessa  lógica:  os entregadores. A pandemia da COVID-19 trouxe visibilidade  ao  quanto  o trabalho realizado pelos entregadores é relevante, apesar de precarizado em diversas  instâncias,  inclusive  oferecendo  risco  de  acidentes  e  até  de  morte, em busca de obterem uma pouca remuneração. Estamos investigando essa questão à luz dos conceitos sobre difusão de inovações, aduzindo que no sistema  territorial  que  nos  encontramos,  essa  precariedade  é  estrutural  e condicionaria  os  usuários  mais  vulneráveis  a  submeter-se  a  essa  relação precária.  Um fenômeno global, mas que no caso do Recife em especial, encaminharia  a  uma  difusão  e  consequente  adoção  dessas  inovações,  os apps  de  delivery,  condicionada  por  esse  sistema  territorial,  implicando  as escolhas  dos adotantes  que  exercem  o  papel  de  infoproletariado. Fazendo evidente as fábulas e perversidades promovidas por essa globalização. Essa pesquisa também intenciona saber as possibilidades de uma outra globalização, em que a perspectiva de uma  melhor relação capital-trabalho, bem como da ação política e empreendedora desses sujeitos.


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  • Este trabalho discute as relações do Sistema Territorial com a compreensão do fenômeno da difusão de inovações numa metrópole regional, da periferia do capitalismo tardio - o Recife - e sua Regição Metropolitana. Para chegar a esse resultados preliminares, haja vista a pesquisa estar em andamento, procedeu-se com revisão bibliográfica, levantamento e geoprocessamento de dados secundários oriundos do IBGE. A partir disso, observamos a formação econômica e territorial do Brasil, e as tipologias da concentração urbana do Recife, como aproximação da sua Região Metropolitana, que legou a sua população, em especial os pretos e pardos, uma divida histórica cujo saldo se traduz na pobreza, precariedade de condições habitacionais, educacionais... estrutural. Isso condicionaria não apenas a uma capacidade reduzida de produzir inovações, mas também nos papéis dos agentes e suas motivações em adotar essa inovação, sobretudo os mais vulneráveis nessa lógica: os entregadores. A pandemia da COVID-19 trouxe visibilidade ao quanto o trabalho realizado pelos entregadores é relevante, apesar de precarizado em diversas instâncias, inclusive oferecendo risco de acidentes e até de morte, em busca de obterem alguma remuneração. Estamos investigando essa questão à luz dos conceitos sobre difusão de inovações, aduzindo que no sistema territorial que nos encontramos, essa precariedade é estrutural e condicionaria os usuários mais vulneráveis a submeter-se a essa relação precária. Um fenômeno global, mas que no caso do Recife e sua Região Metropolitana em especial, encaminharia a uma difusão e consequente adoção dessas inovações, os apps de delivery, condicionada por esse sistema territorial, implicando as escolhas dos adotantes que exercem o papel de infoproletariado. Fazendo evidente as fábulas e perversidades promovidas por essa globalização. Essa pesquisa também intenciona saber as possibilidades de uma outra globalização, em que a perspectiva de uma melhor relação capital-trabalho, bem como da ação política e empreendedora desses sujeitos.

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  • GERLANDO RODRIGUES DE LIMA
  • INVENTÁRIO GEOMORFOLÓGICO DA OCORRÊNCIA DE MARMITAS NO DISTRITO DE FAZENDA NOVA, MUNICÍPIO DE BREJO DA MADRE DE  DEUS, AGRESTE PERNAMBUCANO

  • Orientador : DANIELLE GOMES DA SILVA LISTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIELLE GOMES DA SILVA LISTO
  • JANAINA BARBOSA DA SILVA
  • MARCELO MARTINS DE MOURA-FÉ
  • Data: 24/02/2022

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  • O trabalho desenvolvido é uma pesquisa geomorfológica, que é uma ciência com a finalidade de estudar a evolução das formas da superfície do planeta Terra. A  pesquisa, em caráter exploratório, é o processo de inventariação das marmitas do Distrito de Fazenda Nova, Brejo da Madre de Deus – PE (Brasil). O inventário é a documentação contabilística, uma listagem das geoformas, que nessa pesquisa trata-se das marmitas, que consiste numa depressão cavada na rocha fresca, e, devido ao controle estrutural, pode ter contornos irregulares. Diante das ocorrências dessas unidades e sua importância para a história cronológica da região, além de constituírem um importante patrimônio geomórfico, estas geoformas devem ser objeto de proteção ao longo do percurso de diretrizes que constituem a geoconservação. Neste ambiente conservacionista, a importância da relação entre a geodiversidade e a biodiversidade deve ser considerada, pois desempenha um papel muito dinâmico no geoambiente, e a conservação dessas unidades é necessária para as gerações presentes e futuras conseguirem usufruir desses patrimônios. Essas formas de relevo estão associadas a valores históricos, ecológicos, estéticos, culturais, econômicos e globais em sua estrutura. Assim, esses valores definidos como critérios são muito importantes para a compreensão da dinâmica do relevo. Para tais dados utilizou-se a metodologia de quantificação que está dividida em quatro etapas, sendo o levantamento teórico, construção do levantamento cartográfico para melhor caracterização da área de estudos, onde estão concentrados os mapas geológicos, geomorfológicos, solo e rede de drenagem, constituindo a primeira etapa. A segunda etapa se utiliza de uma ficha descritiva com atributos geomórficos para serem identificados em campo, essa ficha de caráter quantitativo foi primordial para saber as quantidades de marmitas inventariadas conforme sua geoforma. O terceiro passo foi organizado de maneira qualitativa, sendo uma tabela de descrição/avaliação, contendo particularidades do ambiente pesquisado. Em sequência, a quarta etapa do inventário está relacionada com os critérios de quantificação do valor científico, na qual foi apresentado escore para todos os critérios de avaliação de cada processo. Presente ainda na quarta etapa, a quantificação para uso educacional é tão importante tanto como o valor científico, pois o uso dos geomorfossítios para auxílio didático é muito relevante para assimilação dos conteúdos que envolva a história da Terra.


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  • O trabalho desenvolvido é uma pesquisa geomorfológica, que é uma ciência com a finalidade de estudar a evolução das formas da superfície do planeta Terra. A  pesquisa, em caráter exploratório, é o processo de inventariação das marmitas do Distrito de Fazenda Nova, Brejo da Madre de Deus – PE (Brasil). O inventário é a documentação contabilística, uma listagem das geoformas, que nessa pesquisa trata-se das marmitas, que consiste numa depressão cavada na rocha fresca, e, devido ao controle estrutural, pode ter contornos irregulares. Diante das ocorrências dessas unidades e sua importância para a história cronológica da região, além de constituírem um importante patrimônio geomórfico, estas geoformas devem ser objeto de proteção ao longo do percurso de diretrizes que constituem a geoconservação. Neste ambiente conservacionista, a importância da relação entre a geodiversidade e a biodiversidade deve ser considerada, pois desempenha um papel muito dinâmico no geoambiente, e a conservação dessas unidades é necessária para as gerações presentes e futuras conseguirem usufruir desses patrimônios. Essas formas de relevo estão associadas a valores históricos, ecológicos, estéticos, culturais, econômicos e globais em sua estrutura. Assim, esses valores definidos como critérios são muito importantes para a compreensão da dinâmica do relevo. Para tais dados utilizou-se a metodologia de quantificação que está dividida em quatro etapas, sendo o levantamento teórico, construção do levantamento cartográfico para melhor caracterização da área de estudos, onde estão concentrados os mapas geológicos, geomorfológicos, solo e rede de drenagem, constituindo a primeira etapa. A segunda etapa se utiliza de uma ficha descritiva com atributos geomórficos para serem identificados em campo, essa ficha de caráter quantitativo foi primordial para saber as quantidades de marmitas inventariadas conforme sua geoforma. O terceiro passo foi organizado de maneira qualitativa, sendo uma tabela de descrição/avaliação, contendo particularidades do ambiente pesquisado. Em sequência, a quarta etapa do inventário está relacionada com os critérios de quantificação do valor científico, na qual foi apresentado escore para todos os critérios de avaliação de cada processo. Presente ainda na quarta etapa, a quantificação para uso educacional é tão importante tanto como o valor científico, pois o uso dos geomorfossítios para auxílio didático é muito relevante para assimilação dos conteúdos que envolva a história da Terra.

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  • DANIEL VICTOR NEVES RAPOSO
  • A DINÂMICA TERRITORIAL DA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE: a pressão imobiliária e seus rebatimentos nos bairros litorâneos do Município de Paulista - Pau Amarelo

  • Orientador : FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
  • LAÉCIO DA CUNHA OLIVEIRA
  • MATEUS FERREIRA SANTOS
  • Data: 29/03/2022

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  • A pesquisa apresenta como objeto de investigação, uma análise da dinâmica territorial das comunidades litorâneas no bairro de Pau Amarelo, localizado no Município de Paulista, litoral norte de Pernambuco, que integra a região metropolitana do Recife. No último decênio, a pressão imobiliária vem configurando distintos aspectos com a densidade dos números de conjuntos residenciais na orla marinha. As novas edificações tecnicamente planejadas vêm suprimindo as atividades constituídas por práticas simbólicas dos antigos moradores, pescadores e marisqueiras, que dependem economicamente das práticas relacionadas ao mar. Neste encalço, apreende-se o bairro como território simbólico, com seus sentidos, memórias, valores, costumes e identidades. Todavia, o processo de urbanização no bairro do Janga, evidencia uma tendência na tentativa de reproduzir os novos padrões de moradia, assinalando para verticalidades e horizontalidades na orla marinha e principal Avenida: Cláudio Gueiros Leite, que incidiu no bairro de Pau Amarelo e Maria Farinha. Diante desse cenário, a pesquisa apresentou como objetivo geral, compreender a relação do mercado imobiliário nos bairros litorâneos e seus rebatimentos no território praiano. Devido à complexidade do objeto, optamos por uma abordagem qualitativa de cunho explicativo, exploratório, uma vez que a proposta procurou desvelar os condicionantes que operam nos processos territoriais do bairro. A princípio, nos debruçamos sobre o levantamento bibliográfico e as categorias de análise que deram suporte a pesquisa. Por conseguinte, o tema e área de estudo, que incluiu trabalhos acadêmicos, legislação e documentos oficiais. E para proporcionar uma participação observante, ou pesquisa participante, a presença em reuniões com representantes dos moradores e instituições do qual se fez necessária. Além disso, foram feitas entrevistas, diálogos informais com residentes envolvidos, registros das visitas de campo e observações nos bairros vizinhos. Através dessa metodologia, buscamos identificar a significação dos dados coletados relacionados ao processo de desterritorialização no bairro praiano. Os residentes do bairro litorâneo contestam diante das alterações enfrentadas, o adensamento das residências na orla marinha vem suprimindo o espaço das manifestações culturais. Ademais, promovendo deslocamentos das pequenas vilas de pescadores na extensão da orla, onde os moradores são colocados como meros espectadores.


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  • A pesquisa apresenta como objeto de investigação, uma análise da dinâmica territorial das comunidades litorâneas no bairro de Pau Amarelo, localizado no Município de Paulista. Historicamente, o bairro é ligado ao lazer praiano e atividades ligadas ao mar . Situado no litoral norte de Pernambuco, integra a região metropolitana do Recife. Neste encalço, apreende-se o bairro como território simbólico, com seus sentidos, memórias, valores, costumes e identidades. O processo de urbanização no bairro do Janga (bairro adjacente) evidencia uma tendência, na tentativa de reproduzir os novos padrões de moradia, assinalando para verticalidades e horizontalidades na principal Avenida: Cláudio Gueiros Leite, que incidiu no bairro de Pau Amarelo. No último decênio, o número de conjuntos residenciais se multiplicou, surgiram edificações tecnicamente planejadas para uma vivência no espaço construído. A faixa de areia vem sofrendo impactos por distintas configurações na orla. Suprimindo atividades constituídas por práticas simbólicas dos pescadores e marisqueiras. Em tempos pretéritos o território litorâneo atraia turistas para os banhos aprazíveis de mar e consumo, nos bares fixados no entorno do forte de Nossa Senhora dos Prazeres, promovendo uma lógica de atividade econômica. Diante desse cenário, a pesquisa tem como objetivo geral compreender a dinâmica territorial do modo de vida da comunidade litorânea, que vem perdendo sua ligação com o lazer praiano e práticas ligadas ao mar. Devido a complexidade do objeto optamos por uma abordagem qualitativa, de cunho explicativo, exploratório. Uma vez que a proposta procura desvelar os condicionantes que operam nos processos territoriais. A princípio, nos debruçamos sobre o levantamento bibliográfico e documental. Por conseguinte, o tema e área de estudo. Incluindo trabalhos acadêmicos, legislação e documentos oficiais. E para proporcionar uma participação observante, ou pesquisa participante, a presença em espaços de diálogos promovidos por essas associações e instituições do qual se faz necessária. Através dessa metodologia, buscamos identificar a significação dos dados coletados resultantes das entrevistas, diálogos informais, trabalhos de campo e observações nos bairros adjacentes.

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  • JOÃO LUIZ DA SILVA VIEIRA
  • A AGRICULTURA DO SAGRADO NO FORTALECIMENTO DA IDENTIDADE TERRITORIAL DO POVO XUKURU DO ORORUBÁ, PESQUEIRA E POÇÃO-PE

  • Orientador : CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • EDSON HELY SILVA
  • PRISCILA BATISTA VASCONCELOS
  • WEDMO TEIXEIRA ROSA
  • Data: 31/03/2022

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  • Agricultura e sagrado sempre estiveram imbricados na história humana. Até mesmo etimologicamente as palavras se relacionam. A prática agrícola faz parte do cotidiano e da vida religiosa de diversos povos, como é o caso dos Xukuru do Ororubá. Esta etnia tem seu território nos municípios de Pesqueira e Poção-PE, a cerca de 215 km de Recife. Os Xukuru do Ororubá associaram-se permanentemente à agricultura e enxergam nesta atividade uma forma de se relacionar com os encantados, os espíritos dos que já se foram. Apesar do período de domínio latifundiário e fabril, esse povo originário manteve suas práticas em “ilhas de resistência”. A agricultura foi uma das principais pautas durante as retomadas por terras. Após a homologação do território, a atividade agrícola foi primordial enquanto estratégia de manutenção e gestão territorial, fortalecendo a identidade do grupo e subvertendo os ideais coloniais da época dos fazendeiros. A partir disso, essa pesquisa tem como cerne compreender como a agricultura do sagrado fortalece a identidade do povo Xukuru do Ororubá. Para alcançar esse objetivo, foi necessário traçar uma trilha metodológica pautada principalmente pela observação direta e relatos de vida coletados no CAXO da Boa Vista, além da pesquisa participante, possibilitando maior entendimento da realidade dos sujeitos. A agricultura é uma das bases da noção de território para os Xukuru do Ororubá. A agricultura produz, alimenta, encanta e também ensina. Nesse contexto, o CAXO da Boa Vista aparece como um espaço que valoriza a agricultura enquanto modo de vida ao abrigar o Terreiro da Boa Vista, vértice do material e do espiritual. Estudar povos indígenas e suas visões de mundo é romper com os pensamentos coloniais de homogeneidade e subverter a própria ciência geográfica em busca de novos paradigmas.


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  • Agricultura e sagrado sempre estiveram imbricados na história humana. Até mesmo etimologicamenteas palavras se relacionam. A prática agrícola fazparte do cotidiano e da vida religiosa de diversos povos, como é o caso dos Xukuru do Ororubá. Esta etnia tem seu território nos municípios de Pesqueira e Poção-PE, a cerca de 215 km de Recife. Os Xukuru do Ororubá associaram-se permanentemente à agricultura e enxergam nesta atividade uma forma de se relacionar com os encantados, os espíritos dos que já se foram. Apesar do período de domínio latifundiário e fabril, esse povo originário manteve suas práticas em“ilhas de resistência”. A agricultura foi uma das principais pautas durante as retomadas por terras. Após a homologação do território, a atividade agrícola foi primordial enquanto estratégia de manutenção e gestão territorial, fortalecendo a identidade do grupo e subvertendo os ideais coloniais da época dos fazendeiros. A partir disso, essa pesquisa tem como cerne compreender como a agricultura do sagrado fortalece a identidade do povo Xukuru do Ororubá. Para alcançar esse objetivo, foi necessário traçar uma trilha metodológica pautada principalmente pela observação direta e relatos de vida coletados no CAXO da Boa Vista, além da pesquisa participante, possibilitando maior entendimento da realidade dos sujeitos. A agricultura é uma das bases da noção de território para os Xukuru do Ororubá. A agricultura produz, alimenta, encanta e também ensina. Nesse contexto, o CAXO da Boa Vista aparece como um espaço que valoriza a agricultura enquanto modo de vida ao abrigar o Terreiro da BoaVista, vértice do material e do espiritual. Estudar povos indígenas e suas visões de mundo é romper com os pensamentos coloniais de homogeneidade e subverter a própria ciência geográfica em busca de novos paradigmas.

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  • ANA CLAUDIA DA SILVA
  • O PROCESSO DE REPRODUÇÃO DO ESPAÇO E A MERCANTILIZAÇÃO DO LUGAR: um olhar sobre a Vila da Fábrica, Camaragibe/PE

  • Orientador : ANA CRISTINA DE ALMEIDA FERNANDES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CRISTINA DE ALMEIDA FERNANDES
  • BERTRAND ROGER GUILLAUME COZIC
  • THIAGO ADRIANO MACHADO
  • Data: 05/08/2022

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  • O bairro da Vila da Fábrica, situado no município de Camaragibe constitui, no período atual, um espaço de possibilidades para a expansão da lógica imobiliária típica da Região Metropolitana do Recife (RMR) no que se refere a extração de rendas do uso e apropriação do espaço urbano. Antigo território da pioneira indústria têxtil da RMR, Camaragibe apresenta, na sua configuração socioespacial, uma sucessão de etapas relacionadas a renovação do solo urbano. A análise empreendida no presente estudo, perpassa a contextualização histórica da Vila tomando-se como referência o par dialético constituído pela reprodução do espaço e a mercantilização do lugar, no qual o espaço é, ao mesmo tempo, produto, meio e condição da sociedade que o produz. Nesse contexto, partindo-se das categorias de análise, espaço e lugar, ancoradas pelo Sistema de Objetos, Sistemas de Ações e Espacialidades do capital, tem-se no valor de troca os nexos que permitem que a pesquisa contemple a transformação do espaço e seu remanejamento enquanto mercadoria. No quadro desse arcabouço conceitual, a pesquisa se propôs a analisar as transformações socioespaciais ocorridas na Vila da Fábrica, após o início da implantação do complexo imobiliário Reserva Camará, destacando as distintas percepções de seus moradores. A dinâmica econômica que marcou as primeiras décadas desse século vai suscitar o processo de revitalização de áreas degradadas que, no caso desse estudo, utilizará a marca da industrialização como elemento da comunicação empresarial destinada ao novo uso do espaço. Transformada em empreendimento imobiliário, a antiga fábrica e sua vila operária possibilitaram nova fronteira para o avanço do capital imobiliário da RMR. A pesquisa, de caráter qualitativo, faz uso de instrumentos metodológicos como: levantamento bibliográfico, questionários e entrevistas semiestruturadas com moradores de diferentes gerações. Nesse contexto, o presente trabalho ganha relevo, não apenas para se compreender a transformação imobiliária específica da Vila da Fábrica em Camaragibe, mas também de outros lugares que passam pelo processo de mercantilização de seus espaços em período recente. Além disso, as conexões dos fenômenos ocorridos no lugar podem fornecer subsídios no campo da Geografia a análises de processos de transformação de áreas urbanas, no sentido de oferecer procedimentos de investigação que empregam práticas integradoras e participativas, estimulando o envolvimento dos sujeitos com a reprodução espacial local, estando esse processo enquadrado em qualquer escala.


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  • Composta de um contexto histórico plural, a Vila da Fábrica constitui, no período atual, um espaço de possibilidades para a aplicação da lógica urbana, no que se refere a diversas formas de uso e apropriação do espaço. O município de Camaragibe é integrante da Região Metropolitana do Recife e apresenta, na sua configuração socioespacial, uma sucessão de etapas relacionadas a renovação do espaço. A análise da Vila da Fábrica perpassa pela sua contextualização Geo-histórica onde o par dialético constituído pela reprodução do espaço e a mercantilização do lugar, demanda considerar que o espaço é, ao mesmo tempo produto, meio e condição da sociedade que o produz. Nesse contexto, é tomando como base as categorias de análise, espaço e lugar, ancoradas pelo Sistema de Objetos, Sistemas de Ações e Espacialidades do capital impostas pelos nexos que envolvem o valor de troca pelo valor de uso permitindo que a pesquisa contemple a transformação do espaço e de seu remanejamento enquanto mercadoria. Como objetivo principal, a pesquisa se propôs a analisar como as transformações socioespaciais ocorridas na Vila da Fábrica, bairro de um contexto histórico plural, podem, com o passar do tempo, promover sucessivas mudanças no espaço resultando na mercantilização do lugar. A marca da industrialização na Vila da Fábrica, tornou esse espaço atrativo ao avanço do capital financeiro, transformando-o em uma área altamente possível de revalorização diante do adensamento urbano relacionado à metrópole e da chegada do empreendimento do “Complexo Imobiliário Reserva Camará”. Nesse contexto, considerar a instalação de “novos empreendimentos imobiliários”, em áreas outrora constituídas por fábricas que foram desativadas, torna-se um processo relevante dentro de se ter uma perspectiva mais igualitária quando se trata do uso e da apropriação do espaço. A abordagem qualitativa da pesquisa faz uso de instrumentos metodológicos como: levantamento bibliográfico, entrevistas semiestruturadas e questionários. Nesse contexto, o presente trabalho ganha relevo não apenas para se compreender a realidade específica da Vila da Fábrica em Camaragibe, mas também, de outros lugares que passam por transformações equivalentes em grandes áreas urbanas brasileiras. Além disso, as conexões dos fenômenos ocorridos no lugar podem fornecer subsídio ao trabalho da Geografia, permitindo ainda que os estudos voltados às análises apresentem novas possibilidades de trabalhar as práticas integradoras de apropriação e uso do solo urbano com a participação, sem distinção, de todos os sujeitos envolvidos na reprodução do espaço.

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  • ARTHUR VINNICIUS PATZDORF LUCENA
  • A COMUNIDADE VILA DO VINTÉM NO PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO RECIFE.

  • Orientador : DORALICE SÁTYRO MAIA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BERTRAND ROGER GUILLAUME COZIC
  • DEMÓSTENES ANDRADE DE MORAES
  • DORALICE SÁTYRO MAIA
  • Data: 29/08/2022

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  • A presente dissertação busca compreender as características da Vila do Vintém, comunidade localizada no noroeste da cidade do Recife. Originalmente formada por habitações precárias às margens do Rio Capibaribe desde os anos 1960, a comunidade atualmente encontra-se sob o risco de desaparecer, apesar das proteções e garantias de constituir uma Zona Especial de Interesse Social há quase 30 anos. Análises de fotos e fotocartas antigas foram feitas neste trabalho, pois mostram a reorganização espacial ‘do Vintém’ nas últimas décadas, revelando que antigos domínios da comunidade são atualmente obras públicas de infraestrutura ou grandes empreendimentos imobiliários. Observa-se que, a valorização do espaço ocupado pela comunidade, e de seu entorno, foi responsável pela remoção de grande parte dos moradores a partir do final do século passado, diminuindo o domínio das habitações mais simples do local para potencializar os investimentos empresariais. Para o aprofundamento das análises desta dissertação, foram necessárias visitas in loco à comunidade, que proporcionaram compreensão do seu domínio e da estrutura física das habitações, coletas de depoimentos e conversas informais com os moradores. Mostrar os desafios atuais da Vila do Vintém representa trazer à luz um grave problema da urbanização do Recife, em que várias outras comunidades estão sob o risco de deixar de existir, exemplos de exclusão dos mais pobres em determinadas áreas da cidade.


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  • A Vila do Vintém hoje é um pequeno quarteirão de casas ‘espremido’ entre grandes edificações – construções erguidas em antigos domínios de habitações populares extintas na localidade. As condições atuais da comunidade resultam de uma série de ações do poder público e da iniciativa privada nas últimas décadas, quando as garantias das ZEIS foram substituídas pelo interesse do mercado. Desta forma, uma área de grande
    dinâmica comercial e de prestação de serviços firmou-se no entorno ‘do Vintém’, sendo que, com serviços voltados para um público de alta renda da cidade. Os bairros do Parnamirim, Casa Forte, Torre e Santana passaram por modificações substanciais nos últimos anos, de um perfil residencial histórico passaram a representar áreas de intensa atuação do capital global na cidade. Remoções de grande número de moradores ‘do Vintém’, em diferentes anos, mostram uma disputa pelo espaço urbano cada vez mais valorizado economicamente nesta área da cidade. Por conseguinte, moradores mais pobres foram ‘forçados’ a ceder seu espaço a favor da entrada de altos investimentos, direcionados para serviços ou moradias das parcelas mais altas da sociedade. Enquanto os moradores da comunidade eram realocados em outros pontos da cidade, ou até mesmo fora dela. A redução contínua das áreas de habitação popular torna urgente o resgate do propósito das ZEIS e, em particular, do significado desta comunidade para o bairro onde se localiza. Os objetivos específicos da pesquisa são: os objetivos específicos da pesquisa: i) identificar os atores principais que direcionam a urbanização no Recife a partir da segunda metade do século passado, quando novos encaminhamentos da economia mundial refletiram em uma reconfiguração espacial da cidade; ii) verificar as conquistas dos direitos da habitação popular na cidade como resultado da luta dos movimentos populares, devido à crescente desigualdade urbana nos países periféricos do sistema capitalista global.

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  • THIAGO HENRIQUE ARAÚJO SILVA
  • PANKARARU E A POLISSEMIA DO ESPAÇO DEMARCADO: uma análise do território após a regularização das terras indígenas em Pernambuco

  • Orientador : ALCINDO JOSE DE SA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALCINDO JOSE DE SA
  • EDSON HELY SILVA
  • SANDOVAL DOS SANTOS AMPARO
  • Data: 30/08/2022

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  • As populações indígenas do Brasil enfrentam inúmeros desafios para reprodução sociocultural. Segunda maior população indígena em Pernambuco, o povo Pankararu se depara com incertezas em relação à sua reprodução física e cultural em virtude dos embates territoriais em que estão inseridos. Esses indígenas, habitando entre os municípios de Tacaratu, Jatobá e Petrolândia, no sertão pernambucano, se encontram vulneráveis socio culturalmente, pois embora com duas terras indígenas registradas, Terra Indígena Pankararu 1987 e Terra Indígena Entre Serras 2006, lidam cotidianamente com os questionáveis e frágeis parâmetros demarcatórios, limitando as possibilidades de gestão do território e os separando espacialmente de um ente protagonista de sua cultura: o Opará, ou rio São Francisco, espaço de existência física e espiritual. Com esse estudo, dividido em três capítulos, pretendemos entender inicialmente a trajetória espacial Pankararu, desde a produção do que hoje são os Pankararu e seu território, considerando as escalas da colonização, e as formas de apropriação da terra provenientes desta forma de territorialização. No segundo capítulo, pretendemos compreender o espaço demarcado após a regularização das terras indígenas, colocando em debate as complexidades históricas da formação do território com o contexto pós-demarcação e as dificuldades de gestão territorial. No terceiro capítulo, investigamos a mobilização feita por parte do povo Pankararu para voltar às margens do São Francisco, rompendo com o confinamento das terras regularizadas e retomando um território histórico e formatando um outro agrupamento étnico: Pankararu Opará. A partir da pesquisa histórica com fontes documentais, bibliografia e entrevistas objetivamos compreender as inúmeras problemáticas acima citadas. Foi desenvolvida reflexão teórica com ênfase na geografia política, pondo em tela as categorias território, território indígena, fronteira e como essas categorias pode se chocam com os avanços jurídicos relativos aos povos indígenas, sobretudo após a Constituição de 1988. O estudo considera as pautas dos sujeitos locais como fundamento da pesquisa, sendo também o método empírico primordial para construção da Dissertação. Pretendeu-se ao fim, compreender os desafios do povo Pankararu, para amplificação do debate em torno das questões suscitadas pela pesquisa, de modo que os interesses desses indígenas sejam considerados, contemplando as aspirações territoriais do povo Pankararu.


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  • Segunda maior população indígena de Pernambuco, o povo Pankararu se depara com incertezas em relação a sua reprodução física e cultural em virtude dos embates territoriais em que estão inseridos. Esses indígenas, situados entre os municípios de Tacaratu, Jatobá e Petrolândia, em Pernambuco, embora possuam duas terras homologadas e registradas (Terra Indígena Pankararu e Terra Indígena Entre Serras), lidam cotidianamente com os questionáveis e vulneráveis limites demarcatórios que limitam as potencialidades de gestão do território e os apartam espacialmente de um ente protagonista de sua história: o Opará, ou rio São Francisco. Este texto pretende investigar o espaço demarcado e a transgressão deste, entendendo as complexidades históricas da formação do território Pankararu, considerando as escalas da colonização, e as formas de apropriação da terra provenientes desta, e o contexto demarcatório e pós-demarcatório, lançando mão de visitas ao território, bem como pesquisa histórica - fontes documentais, bibliografia, entrevistas. Será desenvolvida ainda análise sobre a categoria “território indígena” e sua consideração prática diante do advento das Terras Indígenas, espaço geográfico mobilizado legalmente - sobretudo após a Constituição de 1988 - para garantia de direito dos povos originários. O estudo considera as pautas dos sujeitos locais como fundamento da investigação, sendo também o método empírico primordial para construção da dissertação.

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  • VITOR MATIAS DE SOUSA
  • CONFLITOS TERRITORIAIS EM COMUNIDADES QUILOMBOLAS: Reflexões na produção periódica da Geografia brasileira (2000-2022)

  • Orientador : RODRIGO DUTRA GOMES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
  • RODRIGO DUTRA GOMES
  • TALITHA LUCENA DE VASCONCELOS
  • Data: 30/08/2022

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  • Durante o desenvolvimento do pensamento geográfico brasileiro, no seu paradigma moderno, participou das representações sobre o território, da população e dos povos que os compõe – a exemplo dos conflitos territoriais das comunidades quilombolas. Apesar de muitas pesquisas e publicações estarem sendo realizadas sobre as tensões territoriais entre as comunidades quilombolas no Brasil, ainda têm sido pouco explorado o panorama de discussão e resultados que estas pesquisas tem trazido, ou seja, sobre qual o panorama epistemológico dessas produções. A verificação de tal panorama se torna pertinente frente à tradição de interpretação ao qual essas tensões foram historicamente refletidas no Brasil. Nesse sentido, estariam os estudos na geografia sobre as comunidades quilombolas inseridos num circulo de renovação epistêmica frente ao colonialismo do pensamento moderno geográfico? Torna-se, assim, importante examinar como está sendo abordados os conflitos quilombolas nas pesquisas acadêmicas, sendo os periódicos indexados os principais meios de publicação que mantém a disciplina atualizada. Diante desse problema nosso objetivo geral é realizar um exame epistemológico da produção periódica da geografia sobre conflitos territoriais quilombolas no Brasil. (2000-2022). Os objetivos específicos são, primeiro, contextualizar a discussão dos conflitos quilombolas no contexto material histórico dos conflitos contemporâneos; segundo, realizar um levantamento e análise dos artigos publicados em revistas periódicas indexadas de geografia; e analisar a forma como abordam a temática quilombola; terceiro, realizar um exame epistemológico das temáticas e categorias geográficas trabalhadas nos artigos no contexto das situações de conflitos abordada dentro da temática. A contextualização se baseou fundamentalmente na incorporação de dados de conflitos por terra da Comissão Pastoral da Terra (CPT) envolvendo os quilombos entre os anos 2011-2020 que trará para o nosso discurso um panorama da situação dos conflitos territoriais em escalas regionais que serão expostas nas formas de mapas dos conflitos serão cruzadas com informações quantitativas do IBGE e INCRA relacionadas aos sujeitos quilombolas. Foram realizados levantamentos de artigos de revistas brasileiras sobre o tema das comunidades quilombolas, mapeando pelo levantamento das publicações e se elas escalonam com a tensão nos conflitos por terra dos quilombos. A regionalidade das publicações também foi considerada, verificando se as pesquisas de estudos de casos estão relacionadas com os conflitos por terra levantados anteriormente. Por fim, Examinamos os conceitos geográficos nos artigos analisados, se há relevância do diálogo com as questões raciais e as relações étnicas nas pesquisas e como seus conceitos se relacionam no discurso das questões teóricas do tema quilombola. Concluímos que o aumento dos estudos sobre quilombos nos periódicos são reflexos de uma mudança paradigmática na geografia que está retomando o olhar étnico-racial negro nas relações desiguais de poder e da divisão social de classe; ou na consideração de legitimar outro olhar negro de concepção para o mundo. Um olhar do ponto de vista do território negro, de dentro do quilombo, para podermos agir/pensar através de uma construção de outro mundo desde os quilombos, por uma epistemologia negra.


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  • O que se pretende nesta pesquisa, é investigar como a geografia acadêmica está abordando o tema dos conflitos territoriais das comunidades quilombolas no Brasil. Durante o desenvolvimentodo pensamento geográfico brasileiro, no seu paradigma moderno, participou das representações sobre o território, da população e dos povos que os compõem – a exemplo dos conflitos territoriais das comunidades quilombolas. Apesar de muitas pesquisas e publicações estarem sendo realizadas sobre as tensões territoriais entre as comunidades quilombolas no Brasil, ainda têm sido pouco explorado o panorama de discussão e resultados que estas pesquisas tem trazido, ou seja, sobre qual o panorama epistemológico dessas produções. A verificação de tal panorama se torna pertinente frente à tradição de interpretação ao qual essas tensões foram historicamente refletidas no Brasil. Nesse sentido, estariam os estudos na geografia sobre as comunidades quilombolas inseridos nesse circulo de renovação epistêmica de ressignificado dos quilombos frente ao colonialismo do pensamento moderno geográfico? Torna-se, assim, importante examinar como está sendo abordados os conflitos quilombolas nas pesquisas acadêmicas, sendo os periódicos indexados os principais meios de publicação que mantém a disciplina atualizada. Diante desse problema nosso objetivo geral é realizar um exame epistemológico da produção periódica da geografia sobre conflitos territoriais quilombolas no Brasil. (2000-2022). Para tanto, os objetivos específicos são, primeiro, contextualizar a discussão dos conflitos quilombolas no contexto histórico e decolonial contemporâneo; segundo, realizar um levantamento e análise dos artigos publicados em revistas periódicas indexadas de geografia; e analisar a forma como abordam a temática quilombola; terceiro, realizar um exame epistemológico das temáticas e categorias geográficas trabalhadas nos artigos no contexto colonial e decolonial. A contextualização se baseará fundamentalmente nas contribuições de autores como o quilombola Nego Bispo (2015) com os conceitos de“colonizadores e contracolonizadores”, Aníbal Quijano (1992, 2005) traz o conceito decolonialidade e Moura (1988, 1992, 2014) introduzem a questão etnico-racial na dialética da relação contraditória conceituada como“conflitualidade” trazida por Fernandes (2005, 2008) em que supomos os quilombos são movimentos socioterritoriais. A incorporação de dados deconflitos por terra da Comissão Pastoral da Terra(CPT) envolvendo os quilombos entre os anos 2011-2020 trará para contextualização um panorama da situação em escalas regionais que serão expostas nas formas de mapas dos conflitos serão cruzadas com informações quantitativas do IBGE e INCRA relacionadas aos sujeitos quilombolas.
    Foram realizados levantamento de artigos de revistas brasileiras sobre o tema das comunidades quilombolas, mapeando pelo levantamento das publicações e se elas escalonam com a tensão nos conflitos por terra dos quilombos. A regionalidade das publicações também foi considerada,verificando se as pesquisas de estudos de casos estão relacionadas com os conflitos por terra levantados anteriormente. Por fim, Examinaremos quais os conceitos geográficos acionados nos artigos analisados, se há relevância do diálogo com as questões raciais e as
    relações étnicas nas pesquisas e como seus conceitos se relacionam no discurso das questões teóricas do tema quilombola.

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  • PEDRO HENRIQUE TEIXEIRA VILELA
  • UNS PEDACINHOS DO BRASIL: Música Brega e identidades de Nordeste

  • Orientador : ALCINDO JOSE DE SA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALESSANDRO DOZENA
  • ALCINDO JOSE DE SA
  • CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • DAVID TAVARES BARBOSA
  • Data: 30/08/2022

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  • Nesta dissertação pretende-se apreender e analisara relação entre Geografia e Música a respeito da música Cafona/Brega no Nordeste do Brasil, suas evocações espaciais, ressaltando a importância para a cultura e população locais. Neste trabalho pretendemos sublinhar através de artistas e suas canções do gênero tais como Reginaldo Rossi, Carlos Alexandre, Elino Julião, Balthazar, Genival Santos, Raimundo Soldado quais os aspectos levantados e como essas obras possibilitaram o enriquecimento do imaginário sobre o Nordeste. Compreende-se nas ciências humanas que a dimensão musical e/ou as “sonoridades” estão diretamente ligadas aos conceitos de cultura e identidade, como um dos fatores estruturantes deles próprios. Ademais, com a constituição da indústria cultural do pós-guerra, os conglomerados capitalistas, além de lucrar com a difusão dos meios de cultura, passaram a “moldar” o comportamento das massas, o que, direta ou indiretamente alterou a percepção dos arranjos espaciais e de identidades coletivas da sociedade. No Brasil a formação dos imaginários de país, ou de Região (no caso do Nordeste), através da cultura e, no caso, da música, também seguiu essa tendência e moldou-se a partir de cancioneiros que eram ou foram apropriados pela indústria cultural, como por exemplo, Luiz Gonzaga, Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Zé e Elba Ramalho, Elomar, Fagner, Moraes Moreira, etc. No entanto, vemos artistas que, mesmo sendo e cantando um gênero hegemônico nas gravadoras e rádios (no caso a música cafona/brega) quase sempre eram postos num segundo plano dentro da lógica da indústria cultural, porém, em certas ocasiões, estes evocaram e cantaram espacialidades do Nordeste, é justamente sobre estas espacialidades que pretendemos aqui debater.


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  • Nesta dissertação pretende-se apreender e analisar a relação entre Geografia e Música a respeito da música Cafona/Brega no Nordeste do Brasil, suas evocações espaciais, ressaltando a importância para a cultura e população locais. Neste trabalho pretendemos sublinhar através de artistas e suas canções do gênero, quais os aspectos levantados e como essas obras possibilitaram o enriquecimento do imaginário sobre o Nordeste. É razoavelmente consensual nas ciências humanas que a dimensão musical e/ou as “sonoridades” estão diretamente ligadas a conceitos de cultura e identidade, como um dos fatores estruturantes deles próprios. Ademais, com a constituição da indústria cultural do pós-guerra, os conglomerados capitalistas, além de lucrar com a difusão dos meios de cultura, passaram a “moldar” o comportamento das massas, o que, direta ou indiretamente alterou a percepção dos arranjos espaciais e de identidades coletivas da sociedade. No Brasil, a formação de imaginário de país, ou de Região (no caso do Nordeste), através da cultura e, no caso, da música, também seguiu essa tendência e moldou-se a partir de cancioneiros que eram ou foram apropriados pela indústria cultural, como por exemplo, Luiz Gonzaga, Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Zé e Elba Ramalho, Elomar, Fagner, Moraes Moreira, etc. No entanto,vemos artistas que, mesmo sendo e cantando um gênero hegemônico nas gravadoras e rádios (no caso a música cafona/brega) quase sempre eram postos num segundo plano dentro da lógica da indústria cultural, porém, em certas ocasiões, estes evocaram e cantaram espacialidades do Nordeste, é justamente sobre estas espacialidades que pretendemos aqui debater.

Teses
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  • ÉVIO MARCOS DE LIMA
  • EVOLUÇÃO GEOMORFOLÓGICA DA BACIA DO RIO CANHOTO, PERNAMBUCO, A PARTIR DE DADOS MORFOCLIMÁTICOS E NEOTECTÔNICOS

  • Orientador : ANTONIO CARLOS DE BARROS CORREA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTONIO CARLOS DE BARROS CORREA
  • BRUNO DE AZEVEDO CAVALCANTI TAVARES
  • DEMETRIO DA SILVA MUTZENBERG
  • KLEYTHON DE ARAUJO MONTEIRO
  • OSVALDO GIRAO DA SILVA
  • Data: 30/05/2022

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  • O trabalho da geomorfologia é investigar os processos que dão forma ao relevo da superfície terrestre, assim essa pesquisa envolve a compreensão evolutiva dos fenômenos participantes dessa construção. Foram investigadas as composições paisagísticas da bacia hidrográfica do rio Canhoto, agreste pernambucano, sua interação dinâmica e a influência morfotectônica para o desenvolvimento de modelos evolutivos  do relevo. Foram identificadas as paisagens integrantes do recorte espacial estudado, seguindo técnica de modelagem cartográfica. Em seguida, foram coletadas amostras de depósitos estruturadores dos modelados de acumulação para realização de análises sedimentológicas. Concomitantemente foram investigados os possíveis controles  morfotectônicos e elaborados modelos tridimensionais interpretativos com base  no  cruzamento  dessas  informações. Os resultados obtidos apontam para  a elaboração de paisagens  de acordo com  o contexto ambiental geral  da região,  com zonas específicas atreladas a controles de menor expressão escalar. Também foram apontadas relações  diretas entre as paisagens identificadas e os processos dinâmicos de produção de  sedimentos quaternários. Finalmente, os dados apontaram para a modificação nos mecanismos de distribuição de materiais erodidos sobre a paisagem, a partir da entrada no holoceno. Embora a dinâmica deposicional  tenha sofrido a influência das pulsações climáticas, o controle  da  distribuição espacial dos sobre  a  deposição  se  deu  a  partir  de  condicionantes  morfotectônicos,  conforme evidenciado  em  diversos  pontos  da  bacia. Os modelos de paisagem elaborados apontam para diferenças nos controles  geológico-estruturais e ambientais. A metodologia empregada possibilitou correlacionar  aspectos diversos da paisagem física que resultou na composição dos modelos evolutivos.


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  • O trabalho da geomorfologia é investigar os processos que dão forma ao relevo da superfície terrestre, assim essa pesquisa envolve a compreensão evolutiva dos fenômenos participantes dessa construção. Foram investigadas as composições paisagísticas da bacia hidrográfica do rio Canhoto, agreste pernambucano, sua interação dinâmica e a influência morfotectônica para o desenvolvimento de modelos evolutivos  do relevo. Foram identificadas as paisagens integrantes do recorte espacial estudado, seguindo técnica de modelagem cartográfica. Em seguida, foram coletadas amostras de depósitos estruturadores dos modelados de acumulação para realização de análises sedimentológicas. Concomitantemente foram investigados os possíveis controles  morfotectônicos e elaborados modelos tridimensionais interpretativos com base  no  cruzamento  dessas  informações. Os resultados obtidos apontam para  a elaboração de paisagens  de acordo com  o contexto ambiental geral  da região,  com zonas específicas atreladas a controles de menor expressão escalar. Também foram apontadas relações  diretas entre as paisagens identificadas e os processos dinâmicos de produção de  sedimentos quaternários. Finalmente, os dados apontaram para a modificação nos mecanismos de distribuição de materiais erodidos sobre a paisagem, a partir da entrada no holoceno. Embora a dinâmica deposicional  tenha sofrido a influência das pulsações climáticas, o controle  da  distribuição espacial dos sobre  a  deposição  se  deu  a  partir  de  condicionantes  morfotectônicos,  conforme evidenciado  em  diversos  pontos  da  bacia. Os modelos de paisagem elaborados apontam para diferenças nos controles  geológico-estruturais e ambientais. A metodologia empregada possibilitou correlacionar  aspectos diversos da paisagem física que resultou na composição dos modelos evolutivos.

2
  • CARLOS DE OLIVEIRA BISPO
  • ESCALA ATUAL E PRETÉRITA NA ANÁLISE DE ESCORREGAMENTOS TRANSLACIONAIS: MODELOS MATEMÁTICOS E DINÂMICAS QUATERNÁRIAS NA FACE ORIENTAL DA CHAPADA DO ARARIPE, NORDESTE DO BRASIL

  • Orientador : FABRIZIO DE LUIZ ROSITO LISTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DÉBORAH DE OLIVEIRA
  • VANIA SILVIA ROSOLEN
  • TULIUS DIAS NERY
  • FABRIZIO DE LUIZ ROSITO LISTO
  • RANYERE SILVA NOBREGA
  • Data: 08/06/2022

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  • Escorregamentos são processos de dinâmica natural das encostas cujos principais condicionantes são parâmetros físicos, todavia podem ser induzidos por influência antrópica. Os mesmos ocorrem em uma variedade de escalas, espaciais e temporais. O mapeamento de áreas com predisposição a estes processos tem sido recomendado por órgãos governamentais e acadêmicos, em consonância com a Lei Federal n. 12.608, a qual instituiu a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNPDEC). O objetivo geral desta pesquisa consiste em avaliar a suscetibilidade atual e pretérita a escorregamentos translacionais rasos na face oriental da Chapada do Araripe, Nordeste do Brasil, por meio da modelagem matemática determinística e heurística e de métodos geocronológicos. Especificamente, objetiva-se: avaliar cicatrizes de escorregamentos atuais; comparar cenários de suscetibilidade (SHALSTAB e AHP) à ocorrência de escorregamentos; definir o melhor cenário de suscetibilidade; analisar geocronologicamente os depósitos coluviais e contextualizar a evolução morfodinâmica local em diferentes escalas de tempo. Para análise da dinâmica atual de escorregamentos em escala recente (~100 anos com variações de uso e ocupação da terra), foram utilizados dois modelos matemáticos, determinístico e heurístico, para prever os graus de suscetibilidade das encostas. Na dinâmica pretérita, empregou-se a técnica de datação por Luminescência Opticamente Estimulada (LOE), que permite alcançar uma escala temporal entre 100 anos antes do presente (A.P.) até 1Ma. Foram gerados quatro cenários de  suscetibilidade (dois pelo modelo SHALSTAB e dois pelo AHP), validados a partir da sobreposição a um inventário de cicatrizes de escorregamentos para o cálculo do índice Concentração de Cicatrizes (CC) e teste de acurácia via curva ROC. Para a dinâmica pretérita foram correlacionadas datações por LOE com eventos documentados ao longo do Quaternário. Quanto aos principais resultados, o cenário de suscetibilidade que apresentou melhor acurácia foi o cenário A1 do modelo SHALSTAB. As idades datadas e os dados granulométricos demonstraram eventos de desestabilização da paisagem ocorridos, pelo menos, desde o Pleistoceno Superior com vários momentos de oscilações, entre estabilidade e instabilidade, provocadas, principalmente, pelas flutuações climáticas. Assim, por meio de análise conjunta verificou-se que a morfogênese quaternária do relevo da Chapada do Araripe advém de ciclos glaciais e mudanças paleoclimáticas associadas às latitudes tropicais, responsáveis por processos erosivos e pedogenéticos, que por sua vez, contribuíram para as
    diversas configurações morfológicas desde os tempos mais pretéritos ao atual. A correlação de fenômenos climáticos gera um período de grande pluviosidade e, dessa forma, fomenta a suscetibilidade a escorregamentos translacionais.


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  • Escorregamentos são processos de dinâmica natural das encostas cujos principais condicionantes são parâmetros físicos, todavia podem ser induzidos por influência antrópica. Os mesmos ocorrem em uma variedade de escalas, espaciais e temporais. O mapeamento de áreas com predisposição a estes processos tem sido recomendado por órgãos governamentais e acadêmicos, em consonância com a Lei Federal n. 12.608, a qual instituiu a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNPDEC). O objetivo geral desta pesquisa consiste em avaliar a suscetibilidade atual e pretérita a escorregamentos translacionais rasos na face oriental da Chapada do Araripe, Nordeste do Brasil, por meio da modelagem matemática determinística e heurística e de métodos geocronológicos. Especificamente, objetiva-se: avaliar cicatrizes de escorregamentos atuais; comparar cenários de suscetibilidade (SHALSTAB e AHP) à ocorrência de escorregamentos; definir o melhor cenário de suscetibilidade; analisar geocronologicamente os depósitos coluviais e contextualizar a evolução morfodinâmica local em diferentes escalas de tempo. Para análise da dinâmica atual de escorregamentos em escala recente (~100 anos com variações de uso e ocupação da terra), foram utilizados dois modelos matemáticos, determinístico e heurístico, para prever os graus de suscetibilidade das encostas. Na dinâmica pretérita, empregou-se a técnica de datação por Luminescência Opticamente Estimulada (LOE), que permite alcançar uma escala temporal entre 100 anos antes do presente (A.P.) até 1Ma. Foram gerados quatro cenários de  suscetibilidade (dois pelo modelo SHALSTAB e dois pelo AHP), validados a partir da sobreposição a um inventário de cicatrizes de escorregamentos para o cálculo do índice Concentração de Cicatrizes (CC) e teste de acurácia via curva ROC. Para a dinâmica pretérita foram correlacionadas datações por LOE com eventos documentados ao longo do Quaternário. Quanto aos principais resultados, o cenário de suscetibilidade que apresentou melhor acurácia foi o cenário A1 do modelo SHALSTAB. As idades datadas e os dados granulométricos demonstraram eventos de desestabilização da paisagem ocorridos, pelo menos, desde o Pleistoceno Superior com vários momentos de oscilações, entre estabilidade e instabilidade, provocadas, principalmente, pelas flutuações climáticas. Assim, por meio de análise conjunta verificou-se que a morfogênese quaternária do relevo da Chapada do Araripe advém de ciclos glaciais e mudanças paleoclimáticas associadas às latitudes tropicais, responsáveis por processos erosivos e pedogenéticos, que por sua vez, contribuíram para as
    diversas configurações morfológicas desde os tempos mais pretéritos ao atual. A correlação de fenômenos climáticos gera um período de grande pluviosidade e, dessa forma, fomenta a suscetibilidade a escorregamentos translacionais.

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  • CARLOS ALBERTO DUARTE DE SOUZA
  • A VIOLÊNCIA CRIMINOSA NA CIDADE DO RECIFE-PE ENTRE 1980 A 2018: DAS RECONFIGURAÇÕES NO ESPAÇO URBANO À PSEUDO-SEGURANÇA

  • Orientador : ALCINDO JOSE DE SA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • AIALA COLARES DE OLIVEIRA COUTO
  • ALCINDO JOSE DE SA
  • PAULO ROGERIO DE FREITAS SILVA
  • PAULO SÉRGIO CUNHA FARIAS
  • SANTIAGO ANDRADE VASCONCELOS
  • Data: 22/08/2022

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  • A violência tem se apresentado como algo rotineiro, especialmente, nos grandes centros urbanos. Como sabido, existem formas diversas da violência e certos aspectos promovidos por ela são imensuráveis. Essa subjetividade, levou o presente trabalho a considerar a perspectiva da violência criminosa como aquela que cause dano a outro; e, como “quantificador” de sua atuação, os números de homicídios e/ou crimes violentos letais intencionais. A ideia central é perceber como essa violência atuou na cidade do Recife-PE entre os anos de 1980 a 2018, tendo o medo difundido na população pelos meios de comunicação e, o mesmo, influenciando na reconfiguração do espaço urbano; lendo-se que como consequência o espaço materializa o sentimento do medo em novos rearranjos, atribuindo-lhe uma nova configuração. Esse combo de elementos impulsionam a necessidade de proteger-se e defender o patrimônio. A tese, perpassa justamente no sentido de que a segurança promovida não ultrapassa o sentimento e/ou percepção de insegurança, causando o que busco chamar de “pseudo-segurança”. Independente do volume, qualidade, sofisticação de itens de segurança e da localização, o indivíduo ainda continua com a sensação de insegurança e mantem-se em estado de alerta quase que permanentemente. Em outras palavras, a sociedade apresenta respostas ao cenário colocado como violento e inseguro, mudando a forma de suas residências, agregando apetrechos de segurança, locomovendo-se com cuidado; o poder público investe em policiamento, aparelhamento e proteção do patrimônio e, mesmo assim, para 78% das pessoas da cidade do Recife, há permanência da sensação de medo. Para embasar o trabalho, coloca-se no início, como a Geografia contribui na análise de fenômenos violentos e os conceitos de violência e medo, bem como o que se compreende como “pseudosegurança”. Na sequência, para caracterizar um pouco a leitura do medo da violência criminosa considerou, dentro do recorte temporal mencionado, a verificação em âmbitos nacional, estadual e municipal, passagens em jornais diversos, diários oficiais, sites de governos, livros e artigos da área, que demonstrassem os acontecimentos violentos da época. Esse material permitiu inferir e afirmar questões que, de certa forma, implicaram na forma como a sociedade percebia e se organizava diante desses fatos. Para finalizar e arrematar a ideia, apresenta-se no último capítulo os resultados da coleta de 941 instrumentos aplicados em bairros diversos da cidade do Recife-PE. Tal material permitiu inferir e afirmar, minimamente, acerca da percepção dos moradores da cidade sobre violência, medo e segurança, bem como a mesma se reestrutura diante desses elementos. Ainda, apresenta-se os dados do Instituto Fogo Cruzado, que aponta sobre como as ocorrências violentas ocorrem por bairros. Obviamente, fez se uso das informações oficiais prestadas pelos órgãos oficiais. A partir da análise dos dados e da verificação inloco, verificou-se pistas que demonstram as particularidades espaciais, podendo assim fazer uma relação entre a psicosfera (lugar da produção de um sentido. No caso, o medo da violência criminosa) e tecnosfera (mundo dos objetos. A reconfiguração do espaço pelos aparatos e estratégias de segurança) promulgadas por Santos (1997). O trabalho, além do exposto, buscou, igualmente, aproximar o nível de compreensão espacial à realidade urbana, com a clareza do dinamismo e das rápidas mudanças e, sem grandes pretensões, apresentar uma perspectiva de olhar sobre a reconfiguração urbana em função de uma segurança que atende apenas os anseios de certos segmentos econômicos, mas não entrega o bem-estar de viver em um local que seja bom, justo e seguro para todos.


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  • O presente trabalho busca compreender como o medo da violência criminosa, entre os anos de 1980 e 2018, imprimiram na sociedade recifense, posturas em função do medo de tais ocorrências. Logo, entende-se que como consequência o espaço materializa o sentimento do medo em novos rearranjos, atribuindo-lhe uma nova configuração. Utiliza-se na perspectiva conceitual de violência, aquela que cause dano a outro; e, como “quantificador” de sua atuação, os números de homicídios e/ou crimes violentos letais intencionais. Como área de pesquisa tomou-se a cidade do Recife-PE, contudo, para verificar como o sentimento do medo é percebido no espaço, tomou-se como referência os 08 (oito) bairros considerados pelo Instituto Fogo Cruzado, com os que possuem os maiores números de ocorrências violentas e de homicídios. São eles: Cohab Ibura, Pina, Várzea, Imbiribeira, Barro, Jardim São Paulo e Nova Descoberta. Para fazer um paralelo com eles, também verificou-se aqueles que não obtiveram ocorrências violentas, conforme o referido instituto: Casa Forte, Derby , Ilha do Leite, Jaqueira, Paissandu, Pau-Ferro, Peixinhos e Ponto de Parada. No total, dos 94 bairros do Recife, 17% foram observados para essa análise e acredita-se que tal amostragem reflete bem esse aspecto na capital pernambucana. Dessa forma, intentou-se identificar como o sentimento do medo, cada vez mais difundido, opera em locais que são apontados como provedores da violência criminosa e, ao mesmo tempo, são passíveis das ocorrências em seus territórios. Para tanto, a leitura do medo da violência criminosa considerou, dentro do recorte temporal mencionado, a verificação em âmbitos nacional, estadual e municipal, passagens em jornais diversos, diários oficiais, sites de governos, livros e artigos da área, que demonstrassem os acontecimentos violentos da época. Esse material permitiu inferir e afirmar questões que, de certa forma, implicaram na forma como a sociedade percebia e se organizava diante desses fatos. Somado a isso, utilizou-se um instrumento de
    coleta de dados que permitisse inferir minimamente sobre a percepção dos moradores da cidade; e, também dos dados do Instituto Fogo Cruzado, que aponta sobre como as ocorrências violentas ocorrem por bairros. Obviamente, fez se uso das informações oficiais prestadas pelos órgãos oficiais. A partir da análise dos dados e da verificação inloco, verificou-se pistas que demonstram as particularidades territoriais, podendo assim fazer
    uma relação entre a psicoesfera (lugar da produção de um sentido...) e tecnoesfera (mundo dos objetos) promulgadas por Santos (1997). O trabalho, além do exposto, buscou, igualmente, aproximar o nível de compreensão espacial à realidade urbana, com a clareza do dinamismo e das rápidas mudanças.

4
  • CLÁUDIO JOSÉ CABRAL
  • PADRÕES DE DISTRIBUIÇÃO, TIPOLOGIAS E CARACTERÍSTICAS GEOMORFOLÓGICAS DAS MARMITAS DE DISSOLUÇÃO DO SEMIÁRIDO PERNAMBUCANO

  • Orientador : ANTONIO CARLOS DE BARROS CORREA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CLARA MAGALHÃES DE BARROS
  • ANTONIO CARLOS DE BARROS CORREA
  • BRUNO DE AZEVEDO CAVALCANTI TAVARES
  • DANIEL RODRIGUES DE LIRA
  • LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
  • Data: 25/08/2022

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  • As marmitas de dissolução são microformas de relevo originadas a partir da correlação entre a dinâmica interna associada aos fenômenos intempéricos e erosivos, que configuram dinâmica processual da paisagem terrestre. Estas formas de relevo estão distribuídas, em sua maioria, nas regiões onde dominam os climas secos (áridos ou semiáridos), onde o regime tectônicoestrutural apresenta marcas de forte instabilidade. Em Pernambuco a ocorrência dessas formas é reportada em 38 municípios, exibindo geometrias e dimensões variadas. Neste sentido, o principal objetivo da pesquisa é compreender quais são os principais fatores condicionantes para a ocorrência dessas microfeições e o seu padrão de organização espacial, no contexto do semiárido pernambucano, tomando como referência a investigação de três áreas: Distrito de Fazenda Nova, no município de Brejo da Madre de Deus, Distrito de Conceição das Crioulas e Sítio Arqueológico Lagoa Uri de Cima, localizados no município de Salgueiro. Para tanto, foi necessário fazer uso de um encadeamento de metodologias e técnicas de investigação que possibilitassem uma maior compreensão acerca da gênese, evolução e fisiologia do objeto de estudo, no contexto das paisagens secas do Agreste e Sertão de Pernambuco. A metodologia empregada baseou-se na identificação das áreas de ocorrências de marmitas e relevos graníticos em trabalhos acadêmicos, uso de SIGs, imagens de satélites, técnicas de sensoriamento remoto, geoprocessamento, análise petrográfica e geoquímica. Tais procedimentos contribuíram para a compreensão da distribuição espacial e os tipos de relevos graníticos existente nas áreas investigadas. A partir dos dados levantados em campo, processados e analisados em laboratório, foi possível traçar parâmetros que servem para indicar os fatores endógenos e exógenos envolvidos na gênese e processos na formação de tais formas. Os resultados reafirmam a importância do estudo na busca por uma melhor compreensão das dinâmicas superficial e sub-superficial vigentes nas paisagens secas do Nordeste Brasileiro, nos contextos atual e pretérito, sob a luz de uma abordagem morfoestrutural e morfoclimática, o que nos permite entender mais afundo a relação constante sobre o substrato terrestre.


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  • As marmitas de dissolução são microformas de relevo originadas a partir da correlação entre a dinâmica interna associada aos fenômenos intempéricos e erosivos, que configuram dinâmica processual da paisagem terrestre. Estas formas de relevo estão distribuídas, em sua maioria, nas regiões onde dominam os climas secos (áridos ou semiáridos), onde o regime tectônicoestrutural apresenta marcas de forte instabilidade. Em Pernambuco a ocorrência dessas formas é reportada em 38 municípios, exibindo geometrias e dimensões variadas. Neste sentido, o principal objetivo da pesquisa é compreender quais são os principais fatores condicionantes para a ocorrência dessas microfeições e o seu padrão de organização espacial, no contexto do semiárido pernambucano, tomando como referência a investigação de três áreas: Distrito de Fazenda Nova, no município de Brejo da Madre de Deus, Distrito de Conceição das Crioulas e Sítio Arqueológico Lagoa Uri de Cima, localizados no município de Salgueiro. Para tanto, foi necessário fazer uso de um encadeamento de metodologias e técnicas de investigação que possibilitassem uma maior compreensão acerca da gênese, evolução e fisiologia do objeto de estudo, no contexto das paisagens secas do Agreste e Sertão de Pernambuco. A metodologia empregada baseou-se na identificação das áreas de ocorrências de marmitas e relevos graníticos em trabalhos acadêmicos, uso de SIGs, imagens de satélites, técnicas de sensoriamento remoto, geoprocessamento, análise petrográfica e geoquímica. Tais procedimentos contribuíram para a compreensão da distribuição espacial e os tipos de relevos graníticos existente nas áreas investigadas. A partir dos dados levantados em campo, processados e analisados em laboratório, foi possível traçar parâmetros que servem para indicar os fatores endógenos e exógenos envolvidos na gênese e processos na formação de tais formas. Os resultados reafirmam a importância do estudo na busca por uma melhor compreensão das dinâmicas superficial e sub-superficial vigentes nas paisagens secas do Nordeste Brasileiro, nos contextos atual e pretérito, sob a luz de uma abordagem morfoestrutural e morfoclimática, o que nos permite entender mais afundo a relação constante sobre o substrato terrestre.

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  • MÁRIO FERREIRA DA SILVA MÉLO
  • O RESCALDO DA CANA: inflexões decoloniais sobre a colonialidade do saber retratada na região cultural do Nordeste Agrário do Litoral por Manuel Diégues Júnior

  • Orientador : CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • MARCOS MORAES VALENCA
  • OTAVIO JOSE LEMOS COSTA
  • PRISCILA BATISTA VASCONCELOS
  • RODRIGO DUTRA GOMES
  • Data: 26/08/2022

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  • A presente tese tem por objetivo reconhecer, decodificar e traduzir, a partir da perspectiva decolonial, a colonialidade do poder e do saber expressas na cartografia que consta no livro “Regiões Culturais do Brasil”, apresentado pioneiramente pelo antropólogo Manuel Diégues Júnior, em 1960. Ao analisar a caracterização realizada do Nordeste Agrário do Litoral, uma das regiões culturais elencadas pelo autor e espaço regional central nesta pesquisa, a tese identifica construções intersubjetivas que descrevem e caracterizam a região, reportando à concepções cristalizadas no imaginário coletivo e amplamente carregadas de preceitos forjados no saudoso e romantizado passado colonial canavieiro, ao qual tem em Gilberto Freyre como um dos principais expoentes e forte influenciador na obra de Diégues Júnior. Ao se verificar na obra sinais evidentes de orientações que remetem ao lusotropicalismo, buscou-se ativar o seu processo desconstrução narrativa mediante a ótica decolonial e reposicionar posturas deslocadas de seu tempo que ainda insistem na manutenção de normativas que soam retrógradas para os contextos hodiernos. Sendo assim, ao traçar um roteiro que se inicia na arquitetura do Orientalismo de Edward Said, passando pela modernidade-colonialidade ocidental, ancorada nas investigações de Walter Mignolo e Santiago Castro-Gómez - este último também relevante por apontar a colonialidade no campo epistêmico do Saber - aporta no conceito de Colonialidade do Poder, elaborado por Aníbal Quijano. Ao utilizar o referencial teórico do geógrafo Rogério Haesbaert e discorrer sobre a região enquanto Artefato - composta tanto por sua face realista/fato quanto pela construída/arte - procura apontar caminhos que possibilitem erigir uma nova epiderme sobre as regiões culturais no Brasil, em particular no Nordeste Agrário do Litoral. Agora, pela perspectiva decolonial. É a busca por esse “Rescaldo da Cana” o elemento motriz em que orbita a revisão literária nesta tese.


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  • A presente tese tem por objetivo reconhecer, decodificar e traduzir, a partir da perspectiva decolonial, a colonialidade do poder e do saber expressa na cartografia das Regiões Culturais do Brasil, apresentada pioneiramente pelo antropólogo Manuel Diégues Júnior, em 1960. Ao analisar a caracterização realizada do Nordeste Agrário do Litoral, uma das regiões elencadas pelo autor, a tese identifica construções intersubjetivas sobre a região que remontam a concepções cristalizadas no imaginário coletivo e amplamente carregadas de preceitos forjados no saudoso e romantizado passado colonial canavieiro, ao qual tem Gilberto Freyre como um dos principais expoentes e forte influenciador na obra de Diégues Júnior. Sendo assim, ao traçar um roteiro que se inicia na arquitetura do Orientalismo de Edward Said, passando pela modernidade-colonialidade ocidental, ancorada nas investigações de Walter Mignolo e Santiago Castro-Gómez - este último também relevante por apontar a colonialidade no campo epistêmico do Saber - aporta no conceito de Colonialidade do Poder, elaborado por Aníbal Quijano. Ao utilizar o referencial teórico do geógrafo Rogério Haesbaert ao discorrer sobre a região enquanto Artefato - composta tanto por sua face realista/fato quanto pela construída/arte - procura apontar caminhos que possibilitem erigir uma nova epiderme sobre as regiões culturais no Brasil, em particular no Nordeste Agrário do Litoral. Agora, pela perspectiva decolonial. É a busca por esse “Rescaldo da Cana” o elemento motriz em que orbita a revisão literária nesta tese.

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  • CARLOS EDUARDO FALCÃO LUNA
  • POSSIBILIDADES E LIMITES PARA INTERAÇÕES SOCIOTÉCNICAS E INOVAÇÃO NOS ALTOS E CÓRREGOS DA ZONA NORTE DO RECIFE

  • Orientador : DORALICE SÁTYRO MAIA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DORALICE SÁTYRO MAIA
  • JAN BITOUN
  • MARIA ANGELA DE ALMEIDA SOUZA
  • JADER RIBEIRO GAMA
  • LUANA VILUTIS
  • Data: 15/09/2022

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  • A presente pesquisa foi realizada a partir do objetivo geral, de analisar os processos formativos realizados por executores de tecnologias sociais, nos altos e córregos da Zona Norte do Recife, no sentido do potencial destas formações para o desenvolvimento de habilidades visando a promoção de interação sociotécnica neste território. Partindo da indissociabilidade entre tecnologias e suas implicações sociais, utilizamos conceitos como tecnologias sociais, sistema territorial de inovação e exclusão social, para investigarmos as possibilidades e limites das formações promovidas por organizações da sociedade civil, das relações entre os agentes que entendem a formação em Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), como meio de mitigação da exclusão social e quais seus rebatimentos para a aquisição de habilidades técnicas para atuar no campo das TICs, por parte dos atendidos. Os principais resultados, deram conta de que a formação socioespacial da área tem sido determinante para a limitação da liberdade de escolha dos beneficiários, e que as formações promovidas pelas organizações da sociedade civil tem potencial de promover interações sociotécnicas, que propiciem a mobilização de recursos físicos, digitais, humanos e sociais para atuação no campo das TICs.


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  • A presente pesquisa foi realizada a partir do objetivo geral, de analisar os processos formativos realizados por executores de tecnologias sociais, nos altos e córregos da Zona Norte do Recife, no sentido do potencial destas formações para o desenvolvimento de habilidades visando a promoção de interação sociotécnica neste território. Partindo da indissociabilidade entre tecnologias e suas implicações sociais, utilizamos conceitos como tecnologias sociais, sistema territorial de inovação e exclusão social, para investigarmos as possibilidades e limites das formações promovidas por organizações da sociedade civil, das relações entre os agentes que entendem a formação em Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), como meio de mitigação da exclusão social e quais seus rebatimentos para a aquisição de habilidades técnicas para atuar no campo das TICs, por parte dos atendidos. Os principais resultados, deram conta de que a formação socioespacial da área tem sido determinante para a limitação da liberdade de escolha dos beneficiários, e que as formações promovidas pelas organizações da sociedade civil tem potencial de promover interações sociotécnicas, que propiciem a mobilização de recursos físicos, digitais, humanos e sociais para atuação no campo das TICs.

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  • BRUNA MARIA DA SILVA RAPOZO
  • MULHERES CAMPONESAS E TRABALHADORAS RURAIS EM MOVIMENTO: ressignificando relações de gênero, trabalho, saberes e poderes na agricultura camponesa do sertão de Pernambuco

  • Orientador : MONICA COX DE BRITTO PEREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CAROLINA DE OLIVEIRA MARQUES
  • CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
  • MONICA COX DE BRITTO PEREIRA
  • RENATA SIBÉRIA DE OLIVEIRA
  • RODRIGO DUTRA GOMES
  • Data: 04/11/2022

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  • As relações sociais de gênero no meio rural e na agricultura camponesa familiar se constituem como relações de poder desiguais e hierarquizadas de forma conservadora, de tal modo que negligenciam o papel e a importância social e política das mulheres nos processos e dinâmicas organizativas da vida, trabalho e economia camponesa. Mediante o exposto, esta pesquisa analisa a participação e experiência das mulheres camponesas e trabalhadoras rurais no processo de produção e ressignificação da agricultura, do trabalho e da vida das mulheres e homens no contexto do sertão Semiárido em Pernambuco. Neste estudo, procurou-se analisar as práxis cotidianas e o protagonismo das mulheres na produção de saberes, conhecimentos e práticas agroecológicas para o manejo do bioma da Caatinga, e a participação política em espaços como associações, grupos e movimentos de mulheres, entre outros espaços públicos de decisão e poder político. Trabalho, práxis e ações políticas que vêm sendo construídas como estratégias para reafirmar o papel da mulher como sujeito político produtor de espaço, territórios, políticas e riquezas sociais e materiais nos territórios de vida no sertão. Auto-organizadas, as mulheres camponesas e trabalhadoras rurais vêm desde a década de 1980 protagonizando lutas e pautas de reivindicações por direitos à sindicalização, reconhecimento como trabalhadoras rurais, acesso a direitos trabalhistas, previdência social, aposentadoria entre outros direitos. No sertão do Pajeú, Pernambuco, as mulheres camponesas e trabalhadoras rurais são detentoras de um vasto conhecimento sobre os agroecossistemas e estratégias para plantar, colher, comer, conviver e existir em situações sociais, econômicas e naturais adversas. Essas mulheres estão promovendo a valorização do cultivo de alimentos livres de agrotóxicos, outras formas de manejo sustentável da biodiversidade local e dos olhos d’água do rio Pajeú, estão semeando práticas mais sustentáveis para o manejo da Caatinga e, com acesso a tecnologias sociais, como a produção de mudas de árvores nativas, fazendo o reaproveitamento de águas através de sistemas de reuso de água cinza, utilizando os fogões agroecológicos para evitar o desmatamento para retirada da lenha para cozinhar, como também estão fazendo trocas de experiências e gerando renda e autonomia, relativa, através do trabalho coletivo e solidário. A investigação utilizou metodologia referenciada no campo da pesquisa qualitativa, com trabalho de campo, observação participante e história de vida, além da pesquisa bibliográfica e documental. Os sujeitos participantes da pesquisa foram mulheres da Associação de Mulheres do Sítio Gameleira, localizado no município de Itapetim – PE; Grupo de Mulheres Guerreiras do Pajeú, localizado no município de São José do Egito – PE; e o Movimento das Mulheres Trabalhadoras Rurais – MMTR-PE, que encontra-se territorializado em diversos municípios do estado de Pernambuco.


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  • As relações sociais de gênero no meio rural e na agricultura camponesa familiar se constituem como relações de poder desiguais e hierarquizadas de forma conservadora, de tal modo que negligenciam o papel e a importância social e política das mulheres nos processos e dinâmicas organizativas da vida, trabalho e economia camponesa. Mediante o exposto, esta pesquisa analisa a participação e experiência das mulheres camponesas e trabalhadoras rurais no processo de produção e ressignificação da agricultura, do trabalho e da vida das mulheres e homens no contexto do sertão Semiárido em Pernambuco. Neste estudo, procurou-se analisar as práxis cotidianas e o protagonismo das mulheres na produção de saberes, conhecimentos e práticas agroecológicas para o manejo do bioma da Caatinga, e a participação política em espaços como associações, grupos e movimentos de mulheres, entre outros espaços públicos de decisão e poder político. Trabalho, práxis e ações políticas que vêm sendo construídas como estratégias para reafirmar o papel da mulher como sujeito político produtor de espaço, territórios, políticas e riquezas sociais e materiais nos territórios de vida no sertão. Auto-organizadas, as mulheres camponesas e trabalhadoras rurais vêm desde a década de 1980 protagonizando lutas e pautas de reivindicações por direitos à sindicalização, reconhecimento como trabalhadoras rurais, acesso a direitos trabalhistas, previdência social, aposentadoria entre outros direitos. No sertão do Pajeú, Pernambuco, as mulheres camponesas e trabalhadoras rurais são detentoras de um vasto conhecimento sobre os agroecossistemas e estratégias para plantar, colher, comer, conviver e existir em situações sociais, econômicas e naturais adversas. Essas mulheres estão promovendo a valorização do cultivo de alimentos livres de agrotóxicos, outras formas de manejo sustentável da biodiversidade local e dos olhos d’água do rio Pajeú, estão semeando práticas mais sustentáveis para o manejo da Caatinga e, com acesso a tecnologias sociais, como a produção de mudas de árvores nativas, fazendo o reaproveitamento de águas através de sistemas de reuso de água cinza, utilizando os fogões agroecológicos para evitar o desmatamento para retirada da lenha para cozinhar, como também estão fazendo trocas de experiências e gerando renda e autonomia, relativa, através do trabalho coletivo e solidário. A investigação utilizou metodologia referenciada no campo da pesquisa qualitativa, com trabalho de campo, observação participante e história de vida, além da pesquisa bibliográfica e documental. Os sujeitos participantes da pesquisa foram mulheres da Associação de Mulheres do Sítio Gameleira, localizado no município de Itapetim – PE; Grupo de Mulheres Guerreiras do Pajeú, localizado no município de São José do Egito – PE; e o Movimento das Mulheres Trabalhadoras Rurais – MMTR-PE, que encontra-se territorializado em diversos municípios do estado de Pernambuco.

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  • BOAVENTURA ALMEIDA MUBAI
  • GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS TRANSFRONTEIRIÇOS: REPERCUSSÕES E DESAFIOS SOBRE AGRICULTURA FAMILIAR NA MICROBACIA DE CHOKWÉ, RIO LIMPOPO, MOÇAMBIQUE

  • Orientador : EDVANIA TORRES AGUIAR GOMES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EDILSON CAVALCANTE DE OLIVEIRA JUNIOR
  • EDUARDO RODRIGUES VIANA DE LIMA
  • EDVANIA TORRES AGUIAR GOMES
  • GUILHERME JOSE FERREIRA DE ARAUJO
  • RENATA MARIA CAMINHA MENDES DE OLIVEIRA CARVALHO
  • Data: 16/11/2022

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  • A presente tese, teve como objetivo central, analisar as implicações da gestão integrada e sustentável dos recursos hídricos de bacias hidrográficas transfronteiriças compartilhadas tendo como objeto de estudo a jusante da Bacia do Rio Limpopo (BRL), denominado nesse trabalho como microbacia do Chokwé. Estabelecer uma articulação entre diferentes sistemas: políticas, leis, estruturas, valores, vinculados a diferentes países, é sem dúvidas um dos grandes desafios que ainda se tem hoje na gestão dos recursos hídricos que abrangem fronteiras políticas. A abordagem de Bacia Hidrográfica (BH) como unidade ideal para a gestão dos recursos hídricos se embaraça com aqueles desafios e outros relacionados a diferentes regionalizações, cartografia, fluxos hídricos, uso interrupto do solo e dinâmicas de captação das águas que não se fazem de maneira geral em conformidade com as BH. O quadro histórico de enchentes e severas secas na microbacia do Chokwé e as consequências geradas sobretudo para a principal base econômica da região, os cultivos irrigados, se constitui num dos exemplos emblemáticos dessas complexidades. Partindo desses pressupostos, buscou-se apoiado no método hipotético dedutivo teorizar-se o trabalho a partir da perspectiva hidropolitica alicerçada no modelo da Escola de Copenhague (EC) e a partir dos princípios de gestão integrada, visando contribuir no fortalecimento de estratégias de gestão de BH com vista a garantia da Segurança Hídrica (SH). Trabalhou-se o recorte da bacia identificando e sistematizando as dinâmicas responsáveis pela alteração (Pressão) dos sistemas hídricos, as condições socioambientais e econômicas (Estado) a jusante da bacia e o grau de articulação dos sistemas de gestão ao nível da bacia como no local (Resposta). Esse exercício requereu o auxílio de técnicas de revisão da literatura; produção cartográfica, observações e estudo de campo; levantamento fotográfico e de dados secundários nas bases de instituições públicas, questionários semiestruturados aplicados aos entes (11) do sistema de gerenciamento de recursos hídricos e aos pequenos produtores irrigantes (98), os quais foram tabulados e analisados com recurso ao software SPSS. A metodologia utilizada permitiu constatar que a gestão dos recursos hídricos no âmbito da dimensão espacial da BRL, destaca ações de programas e/ou agências internacionais, mesmo assim, ainda insuficientes para abarcar e atender as especificidades de cada escala/área da bacia, que se denuncia pela reprodução de quadro cada vez mais complexo de vulnerabilidade socioambiental e econômica a jusante da bacia. Essa constatação, sugere a necessidade de uma reorganização dos países que compartem a bacia, reformulando e aprimorando os seus compromissos com a gestão integrada, inclusive materializando ações no âmbito da bacia, que até então se limitam ao contato mínimo e troca de informação hidrológica.


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  • A bacia hidrográfica é concebida e politizada como unidade ideal para a gestão dos recursos hídricos, por possibilitar uma abordagem sistêmica e/ou holística que permite interpretar a interação dos elementos ou das partes, buscando o entendimento da totalidade. Entretanto, apesar dessa prerrogativa, em bacias hidrográficas extensas, que transcendem fronteiras e compartilhadas por dois ou mais países, como é a do rio Limpopo, a gestão torna se bastante complexa, pois, a dinâmica que conforma a própria bacia é bastante ampla, desde as singularidades fisiográficas, os fluxos hídricos, estruturas sociais, econômicas e políticas, quanto as culturais. Estes fatores devem ser satisfatoriamente integrados para uma gestão sustentável de águas compartilhadas, porque do contrário, intensificam intervenções arbitrárias no âmbito dos usos das águas comuns, originando profundos problemas de cunho socioambiental que, via de regra, se agravam nas escalas situadas mais a jusante da bacia. Em razão disso, A presente pesquisa, a ser conduzida sob o embasamento teórico dos conceitos de hidropolitica, gestão integrada e sustentável, tem como objetivo central, realizar na microbacia do chokwé um levantamento dos indicadores socioambientais difusos e pontuais no sentido de apontar os principais desafios que impõem a gestão integrada dos recursos hídricos. Para isso, buscar-se-á evidenciar os principais aspectos para a conservação e uso sustentável dos recursos hídricos, desde o estado ambiental da microbacia, as relações e ações interinstitucionais de gestão local e os mecanismos de articulação com outras escalas da bacia, os canais de participação e mecanismos de resiliência dos beneficiários das águas face à problemática da seca e inundações. O principal procedimento metodológico a ser adoptado para a análise empírica será o de Percurso de Estudo e Pesquisa (PER), o qual possibilitará evidenciar as causas das alterações do ecossistema (Pressão), os seus impactos (Estado) e possíveis soluções (Resposta) levadas a cabo pelos sujeitos gestores e beneficiários das águas. Essa tarefa será materializada com base na observação de campo, conversas informais, processamento de imagens e produção de mapas temáticos mostrando o estado ambiental local, levantamento de dados secundários em instituições de tutela e aplicação dos questionários semiestruturados envolvendo os produtores irrigantes de base familiar e os responsáveis pela gestão da água da bacia, cujo objetivo é harmonizar o máximo de dados qualiquantitaticos que retratam as especificidades que impõem a gestão hídrica integrada. Espera-se que os dados a serem levantados, tragam contribuições em direção ao aprimoramento de uma gestão integrada que contempla com rigor as reais especificidades locais de cada escala da bacia por forma a que seja garantida a segurança hídrica não só para a escala da microbacia de Chokwé, mas para todos os envolvidos na bacia.

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  • EDMARIO MARQUES DE MENEZES JUNIOR
  • SUSCETIBILIDADE A ESCORREGAMENTOS TRANSLACIONAIS ESTRUTURADA NA AHP – JABOATÃO DOS GUARARAPES/PE

  • Orientador : OSVALDO GIRAO DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • OSVALDO GIRAO DA SILVA
  • ALCINDO JOSE DE SA
  • ANTONIO CARLOS DE BARROS CORREA
  • ANTONIO JOSE TEIXEIRA GUERRA
  • ANTÓNIO JOSÉ BENTO GONÇALVES
  • Data: 19/12/2022

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  • Ambientes declivosos, recobertos por sedimentos inconsolidados submetidos a eventos pluviais concentrados, intensos e/ou recorrentes possibilitam ou intensificam a ocorrência de escorregamentos. A compreensão desse fenômeno morfodinâmico se altera quando há interferência antrópica, sobretudo nas áreas de expansão urbana sem ordenamento. Esse cenário é reportado na Regional 01 (Jaboatão Centro), inserida no município de Jaboatão dos Guararapes – Pernambuco (PE), localizando-se na porção centro-oeste da Região Metropolitana do Recife (RMR). Esta tese busca apresentar hierarquicamente a suscetibilidade aos escorregamentos translacionais a partir dos condicionantes identificados. A base metodológica se concentra na Analytic Hierarchy Process (AHP), a qual estrutura as análises qualitativas em bases quantitativas, culminando no índice de suscetibilidade aos escorregamentos. Sobre o processo morfodinâmico de deflagração e a intensidade do escorregamento, elencou-se cinco condicionantes (critérios): geologia, solo, cobertura e uso da terra, declividade e curvatura da encosta. O nivelamento da suscetibilidade ocorreu em duas etapas. A primeira decorreu da classificação dos atributos de cada critério. Nessa observou-se a concentração substancial dos níveis elevados de suscetibilidade entre os atributos pertencentes aos critérios de solo, uso e cobertura da terra e declividade. O solo reuniu 73,67% da área entre nível muito alto (44,34%) e o alto (29,33%). O critério de uso e cobertura da terra apresentou 73,84% concentrados no nível mais elevado de suscetibilidade. A declividade registrou 68,63% nos níveis mais críticos, dos quais 26,21% no nível muito alto e 42,71% no nível alto. Na segunda etapa, estruturada pela AHP, foram avaliados os níveis de importância de forma pareada entre os condicionantes almejando a determinação do peso para a álgebra de mapas a qual determinou a suscetibilidade. Os resultados revelaram uma concentração de 91,8% entre os níveis alto (53,1%) e médio (38,7%). Ao analisar os pontos de campo, houve uma relação direta com o dado anterior, pois 88,71% concentraram-se entre os níveis médio (24,19%) e alto (64,52%). Por fim, os eventos realçaram-se em ambientes de geologia cristalina, representado pelo complexo rochoso Belém de São Francisco (90,32%), nos argissolos (85,48%), em áreas urbanas (79,03%) para a cobertura e uso da terra, em declividade de 20% a 45% (43,55%) e com curvatura retilínea-planar (32,26%).


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  • A tese tem por base os ambientes declivosos, recobertos por sedimentos inconsolidados e submetidos a eventos pluviais concentrados, intensos e/ou recorrentes que possibilitam ou intensificam a ocorrência de escorregamentos. A compreensão desse fenômeno morfodinâmico natural se altera quando há interferência antrópica através da modificação do espaço e, consequentemente, das condições naturais. Essa tese investiga a suscetibilidade aos escorregamentos na Regional 01, denominada também como Jaboatão Centro, pertencente ao município de Jaboatão dos Guararapes – PE. Considerando o processo de deflagração e a intensidade do evento foram elencados cinco condicionantes (critérios) participantes dessa morfodinâmica: geologia, solo, uso e cobertura da terra, declividade e curvatura da encosta. O nivelamento da suscetibilidade, distribuído em 4 níveis), estruturou-se inicialmente na classificação dos atributos de cada critério com parâmetros qualitativos e quantitativos. Observou-se uma concentração substancial dos níveis elevados de suscetibilidade entre os atributos pertencentes aos critérios de solo, uso e cobertura da terra e declividade. Os resultados preliminares identificaram solos com aparente descontinuidades mecânicas (Horizonte B textural) em espaços urbanos mapeados como sem identificação pedológica, os quais se interligam aos tipos de usos que desconsideram a dinâmica do ambiente por parte da sociedade.

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  • WEMERSON FLAVIO DA SILVA
  • EVOLUÇÃO MORFOESTRUTURAL E MORFOTECTÔNICA DA BACIA DO RIO SIRINHAÉM A PARTIR DA REORGANIZAÇÃO FLUVIAL: os índices morfométricos como mecanismo de análise

  • Orientador : OSVALDO GIRAO DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTONIO CARLOS DE BARROS CORREA
  • KLEYTHON DE ARAUJO MONTEIRO
  • LEANDRO DIOMERIO JOAO DOS SANTOS
  • LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
  • OSVALDO GIRAO DA SILVA
  • Data: 21/12/2022

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  • A busca por compreender a evolução da paisagem através da interpretação dos sistemas fluviais sempre fez parte dos estudos na Geomorfologia. Por vezes, os canais fluviais e as bacias hidrográficas estavam no centro das análises e discussões, ora, como elemento mais secundário nas propostas teóricas. Principalmente, a partir dos trabalhos de Hack resgatando e aperfeiçoando as ideias de Gilbert, os índices morfométricos passaram a incorporar as análises da paisagem geomorfológica tendo os rios e suas respectivas bacias hidrográficas no cerne das explanações. Outras técnicas morfométricas foram incorporadas aos estudos como Fator de assimetria de bacia de drenagem (FABD), Fator de simetria topográfica transversal (FSTT) e Índice de Chi, Índice destream-power, as quais trouxeram contribuições relevantes no processo de evolução de bacias hidrográficas. Diante disso, utilizar essas ferramentas de análise em contexto de margem passiva na tentativa de desenvolver modelos evolutivos das bacias hidrográficas que compõe essas áreas. No caso da pesquisa em curso o objetivo é entender o processo de evolução da bacia do rio Sirinhaém localizada na Zona da Mata Sul de Pernambuco, ou seja, quais os fatores estruturais e/ou tectônicos que influenciaram na configuração da drenagem do rio principal e drenagens secundárias mais significativas. Portanto, as técnicas morfométricas foram aplicadas na bacia hidrográfica do Sirinhaém e suas principais sub-bacias cujo intuito é elucidar a mudanças dos cursos fluviais, assim como, avanços da dissecação de uma bacia hidrográfica sobre a outra, baixos divisores e futuras capturas erosivas entre outros. Atreladas as técnicas morfométricas correlações com os trabalhos da Geologia que desenvolveram avanços em relação aos processos de evolução pós-rifte trazendo conceitos como farfield stresses, modelos geodinâmicos, topografiadinâmica, análises geofísiscas e sísmicas, por exemplo, e dessa forma, buscar entender como ocorreu a evolução morfoestrutural e morfotectônica da bacia do rio Sirinhaém.


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  • A busca por compreender a evolução da paisagem através da interpretação dos sistemas fluviais sempre fez parte dos estudos na Geomorfologia. Por vezes, os canais fluviais e as bacias hidrográficas estavam no centro das análises e discussões, ora, como elemento central, outras vezes, mais secundário nas propostas teóricas. Principalmente, a partir dos trabalhos de John Tilton Hack resgatando e aperfeiçoando as ideias de Gilbert, os índices morfométricos incorporaram as análises da paisagem geomorfológica, tendo os rios e suas respectivas bacias hidrográficas no cerne das explanações. Cada vez mais, técnicas morfométricas foram incorporadas aos estudos como Fator de assimetria de bacia de drenagem (FABD), Índice de Chi, Índice de stream-power, que trouxeram contribuições relevantes no processo de evolução de bacias hidrográficas. Diante disso, essas ferramentas foram utilizadas para análise em contexto de margem passiva para compreender a evolução morfotectônica e morfoestrutural da bacia hidrográfica do rio Sirinhaém. Portanto, as técnicas morfométricas aplicadas na bacia hidrográfica do Sirinhaém e suas principais sub-bacias cujo intuito é elucidar as adaptações dos cursos fluviais ao contexto geotectônico e avanços da dissecação de uma bacia hidrográfica sobre a outra em um processo de captura fluvial e rearranjo da drenagem, modificando a organização espacial entre o baixo curso da BHRS e a GL4. Atreladas as técnicas morfométricas correlações com os trabalhos da Geologia que desenvolveram avanços em relação aos processos de evolução pós-rifte trazendo conceitos como far-field stresses, compensação isostática, flexura de borda e buscar entender os processos de soerguimento diferencial em setores pontuais da BHRS e os reajustes da drenagem adaptados ao contexto tectono-estrutural.

2021
Dissertações
1
  • NEOLAM MARCELO BARBOSA DE MORAES
  • A INSERÇÃO COMPETITIVA DE IPOJUCA À ECONOMIA MUNDO: os entraves de uma lógica periférica

  • Orientador : BERTRAND ROGER GUILLAUME COZIC
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BERTRAND ROGER GUILLAUME COZIC
  • FELIPPE LUIS MACIEL DA SILVA
  • RODRIGO DUTRA GOMES
  • Data: 31/08/2021

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  • Na nova fase da mundialização do capitalismo, a globalização, em que o processo produtivo se torna cada vez mais flexível, como também, se intensificam cada vez mais os fluxos comerciais globais, as estruturas portuárias se apresentam como elemento estratégico fundamental, no sentido de integrar os territórios a tais fluxos e, ao mesmo tempo, serem vetores do desenvolvimento local e regional. No entanto, tais estruturas, enquanto fixos criados para promover a inserção do território à economia global, estabelecem novas dinâmicas sócio-espaciais que interagem dialeticamente. Tal interação, ao mesmo tempo que garantem a fluidez de mercadorias, alteram as lógicas territoriais endógenas, no sentido de acirrarem a seletividade espacial e intensificarem o processo de exclusão social, produzindo assim, uma verdadeira desordem no território. Neste contexto, se insere o nosso objeto empírico, o município de Ipojuca-PE diante das novas dinâmicas socioespaciais estabelecidas pela consolidação do Complexo Industrial Portuário Eraldo Gueiroz-CIPS, a partir dos anos 2000, quando são implantados grandes empreendimentos estruturadores como a Refinaria Abreu e Lima, a Petroquímica Suape, o Estaleiro Atlântico Sul, entre outros. A materialização desse novo e moderno sistema técnico, ao se somar aos sistemas técnicos (pretéritos e atuais) já existentes no território, estabelece um verdadeiro conflito de intencionalidades e de ações entre agentes sociais não hegemônicos, a exemplo das comunidades tradicionais, trabalhadores formais e informais, pequenos comerciantes, moradores de comunidades carentes; hegemonizados, a exemplo dos comerciantes e latifundiários; e, hegemônicos, a exemplo de corretoras, empreiteiras, das grandes industrias e empresas de logística. Levando em consideração que no território de Ipojuca estão presentes diversas temporalidades, e que elas dialogam dialeticamente no presente para gerir o porvir , o caminho escolhido para analisar os conflitos sócio-espaciais em questão, se faz através de uma análise espaço-temporal tendo como referência a formação sócio espacial brasileira, necessária para apreender a totalidade em movimento. Tal escolha se justifica devido ainda está presente na dinâmica territorial atual de Ipojuca, o sistema técnico agroindustrial que se apresenta como rugosidade espacial que acumula elementos contemporâneos ao início da formação sócio espacial brasileira, como também, elementos da readequação produtiva do capitalismo comercial ao capitalismo industrial. A estas rugosidades, somam-se os sistemas técnicos modernos, como a infraestrutura turística presente no litoral de Ipojuca e a industrial-portuária, como também, sistemas técnicos de diversos agentes sociais representados, principalmente, por populações tradicionais. Neste sentido, a análise proposta, faz um percurso histórico entre o início da formação territorial de Ipojuca atrelada ao início da formação sócio espacial brasileira, perpassa pelos impactos da readequação produtiva da plantation ao capitalismo industrial e chega a interação entre as diversas temporalidades presentes no território atualmente, porém, dando ênfase ao sistema técnico industrialportuário devido este ser o principal vetor da dinâmica territorial atual. No último capítulo, se apresenta as consequências da dinâmica territorial em curso presente em Ipojuca.


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  • No atual estágio da globalização com a configuração do meio-técnico-cientificoinformacional, o capital produtivo ganha maior flexibilidade graças ao desenvolvimento de novas técnicas na constituição de redes geográficas de transporte e comunicação cada vez mais eficientes, através das quais, as grandes corporações conseguem dar mais flexibilidade e fluidez a produção e comercialização de seus produtos. Em tal processo se destaca a infraestrutura portuária, pois é por ela que flui atualmente 90 por cento do comércio mundial. Diante desse contexto, o governo do Estado de Pernambuco visando resolver problemas relativos ao aumento do fluxo de cargas do porto do Recife frente as limitações de logística e urbana-ambientais do mesmo, como também, visando criar um novo polo para alavancar o desenvolvimento do Estado a partir da fluidez do comércio marítimo mundial, encontra no município de Ipojuca, as condições ideais para estabelecer um novo porto que viesse a suprir tais demandas. Assim, foi criado na década de 1970 o Complexo Industrial Portuário Eraldo Gueiroz (Suape). O projeto ancorado na moderna concepção de porto-indústria se materializou a partir de vultosos investimentos federais, estaduais e privados se tornando um objeto técnico capaz de, enquanto fixo, atrelar a região Nordeste à grande fluidez do comércio marítimo mundial, ao ponto de o Porto de Suape está entre os cinco mais movimentados do país. Os novos sistemas técnicos do polo Industrial portuário, somado ao sistema técnico do polo turístico de Porto de Galinhas e ao sistema técnico pretéritos materializados durante quase cinco séculos pela monocultura da cana de açúcar, formam uma grande simbiose no processo de configuração da dinâmica territorial do município, onde, a partir das últimas duas décadas, recorte temporal foco do trabalho, a lógica exógena passou a se sobrepor de maneira ainda mais intensa sobre a lógica endógena, passando a estabelecer novos processos de desterritorialização e conflitos de interesses no lugar. Sendo assim, o trabalho em foco se propôs a contribuir para o entendimento desses processos, tendo como referência a seguinte questão: Por que apesar de receber tantos investimentos o município de Ipojuca não consegue satisfazer satisfatoriamente as necessidades das lógicas endógenas ao seu território? Partindo da hipótese que os entes federativos da União, enquanto agentes que deveriam fazer a mediação entre as lógicas endógenas e exógenas, objetivando manter o equilíbrio entre elas, não conseguem cumprir esse caro papel, pois, a força da lógica competitiva multiescalar do mundo globalizado termina se impondo, exigindo destes cada vez mais cumplicidade em relação a adequação do território aos fluxos externos do capital, em detrimento das necessidades identitárias do lugar , mantendo Ipojuca como um espaço periférico da globalização. Para sustentar tal hipóteses, toma-se como base metodológica uma análise espaço-temporal, em que num primeiro momento, se revisou o processo de formação territorial do município tão marcado pela monocultura canavieira, para depois, juntar à análise, os novos sistemas técnicos atrelados ao polo turístico e, principalmente, ao porto de Suape. Ademais, se colhe elementos através da investigação de campo e da pesquisa comparativa para identificar e analisar distorções entre as lógicas endógenas e exógenas.

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  • ITÁLLO FERNANDO DE FREITAS SILVA
  • O ENSINO DE GEOGRAFIA E A REALIDADE VIRTUAL EM ESPAÇOS DE CRIAÇÃO DIGITAL 

  • Orientador : FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
  • MATEUS FERREIRA SANTOS
  • PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
  • Data: 24/11/2021

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  • O trabalho dissertativo aqui apresentado se debruça no movimento investigativo tendo por base a utilização da Realidade Virtual (RV) no ensino de Geografia. Aqui é apresentado concepções a respeito desse recurso tecnológico que pode ser utilizado na prática docente, e mediante a isso, é contextualizado a partir das potencialidades e limitações que a (RV) pode proporcionar no âmbito pedagógico. O trabalho tem por objetivo geral: compreender as potencialidades e as limitações do uso da realidade virtual nas aulas de Geografia enquanto ferramenta pedagógica para a construção de aprendizagens colaborativas. A pesquisa assume uma abordagem qualitativa devido à complexidade do objeto e está voltada para os estudos com um viés compreensivo dos fatos. A pesquisa é de natureza exploratória visto que se objetiva descrever as potencialidades que a realidade virtual pode proporcionar ao ensino de Geografia. A (RV) tem muito a contribuir para o fazer e pensar docente, este trabalho é um ensaio que pode ajudar nas reflexões existentes na Geografia escolar.


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  • O trabalho dissertativo aqui apresentado se debruça no movimento investigativo tendo por base a utilização da Realidade Virtual (RV) no ensino de Geografia. Aqui apresentamos concepções a respeito desse recurso tecnológico que pode ser utilizado na prática docente, e mediante a isso, apresentamos as potencialidades e limitações que a (RV) pode proporcionar no âmbito pedagógico. O trabalho tem por objetivo geral: compreender as potencialidades e as limitações do uso da realidade virtual nas aulas de Geografia enquanto ferramenta pedagógica para a construção de aprendizagens colaborativas. A pesquisa assume uma abordagem qualitativa devido à complexidade do objeto e está voltada para os estudos com um viés compreensivo dos fatos. Compreendemos que a pesquisa é de natureza exploratória uma vez que se objetiva descrever as potencialidades que a realidade virtual pode proporcionar ao ensino de Geografia. Acreditamos que a (RV) tem muito a contribuir no fazer e pensar docente, este trabalho é um ensaio que pode ajudar nas reflexões existentes na Geografia escolar.

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  • TAWANA DE MELO PEREIRA
  • SUSCETIBILIDADE, VULNERABILIDADE E MAPEAMENTO PARTICIPATIVO DE RISCO A ESCORREGAMENTOS: FERRAMENTAS PARA UMA GESTÃO RESILIENTE

  • Orientador : FABRIZIO DE LUIZ ROSITO LISTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SAMIA NASCIMENTO SULAIMAN
  • FABRIZIO DE LUIZ ROSITO LISTO
  • RODRIGO DUTRA GOMES
  • Data: 21/12/2021

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  • Diante do contexto de recorrentes desastres no Brasil, sobretudo em períodos de chuvas intensas, tornaram-se necessárias medidas para a redução dos riscos. Nesse cenário, o conceito de resiliência tem sido discutido como um novo modelo de conceber a prevenção de desastres. Assim, marcos e políticas públicas são agora pensados priorizando a atuação da comunidade, as quais deixam de ser passivas às decisões gestoras tornando-se agentes de sua própria segurança. O objetivo principal desta pesquisa consistiu em avaliar, conjuntamente, a suscetibilidade, a vulnerabilidade física e social e o grau de risco a escorregamentos no bairro dos Estados, município de Camaragibe (PE). Especificamente, objetivou-se: avaliar o papel dos parâmetros geomorfológicos do relevo na deflagração dos escorregamentos; delimitar setores de vulnerabilidade e de risco; elaborar ficha de risco participativa e; propor um conjunto de ações mitigatórias não estruturais e estruturais visando ações de resiliência. A avaliação da suscetibilidade foi realizada por meio de parâmetros morfométricos, uso do modelo matemático SHASLTAB e cálculo do índice Concentração de Escorregamentos (CE). A setorização das áreas de vulnerabilidade e risco deu-se por meio de alguns critérios (trabalhos decampo, interpretação de imagens de satélite, entre outros). A vulnerabilidade foi avaliada a partir de ficha de campo e o mapeamento de risco ocorreu a partir de abordagem participativa (graus de risco estabelecidos pelos próprios moradores). Por fim, a elaboração de modelo mitigatório estrutural e não estrutural foi baseado no Marco de Sendai. Os resultados indicaram uma Concentração de Escorregamentos (CE) a oeste do bairro em encostas íngremes, côncavas, orientadas para Norte e para Sudeste e em colinas dissecadas. Foram mapeados três setores com vulnerabilidade média, três com vulnerabilidade alta e um setor com vulnerabilidade muito alta. O mapeamento participativo demonstrou relações afetivas e resilientes com a área por parte dos entrevistados, visto que apenas um setor foi classificado com risco baixo, quatro setores com risco médio, um com risco alto e um com risco muito alto. Esse estudo poderá fornecer subsídios para um modelo de resiliência em áreas precariamente ocupadas, auxiliando na preparação e no planejamento de gestão de riscos.


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  • Diante do contexto de recorrentes desastres no Brasil, sobretudo em períodos de chuvas intensas, tornaram-se necessárias medidas para a redução dos riscos. Nesse cenário, o conceito de resiliência tem sido discutido como um novo modelo de conceber a prevenção de desastres. Assim, marcos e políticas públicas são agora pensados priorizando a atuação da comunidade, as quais deixam de ser passivas às decisões gestoras tornando-se agentes de sua própria segurança. O objetivo principal desta pesquisa consistiu em avaliar, conjuntamente, a suscetibilidade, a vulnerabilidade física e social e o grau de risco a escorregamentos no bairro dos Estados, município de Camaragibe (PE). Especificamente, objetivou-se: avaliar o papel dos parâmetros geomorfológicos do relevo na deflagração dos escorregamentos; delimitar setores de vulnerabilidade e de risco; elaborar ficha de risco participativa e; propor um conjunto de ações mitigatórias não estruturais e estruturais visando ações de resiliência. A avaliação da suscetibilidade foi realizada por meio de parâmetros morfométricos, uso do modelo matemático SHASLTAB e cálculo do índice Concentração de Escorregamentos (CE). A setorização das áreas de vulnerabilidade e risco deu-se por meio de alguns critérios (trabalhos decampo, interpretação de imagens de satélite, entre outros). A vulnerabilidade foi avaliada a partir de ficha de campo e o mapeamento de risco ocorreu a partir de abordagem participativa (graus de risco estabelecidos pelos próprios moradores). Por fim, a elaboração de modelo mitigatório estrutural e não estrutural foi baseado no Marco de Sendai. Os resultados indicaram uma Concentração de Escorregamentos (CE) a oeste do bairro em encostas íngremes, côncavas, orientadas para Norte e para Sudeste e em colinas dissecadas. Foram mapeados três setores com vulnerabilidade média, três com vulnerabilidade alta e um setor com vulnerabilidade muito alta. O mapeamento participativo demonstrou relações afetivas e resilientes com a área por parte dos entrevistados, visto que apenas um setor foi classificado com risco baixo, quatro setores com risco médio, um com risco alto e um com risco muito alto. Esse estudo poderá fornecer subsídios para um modelo de resiliência em áreas precariamente ocupadas, auxiliando na preparação e no planejamento de gestão de riscos.

Teses
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  • LUCAS ANTONIO VIANA BOTELHO
  • ECOFORMAÇÃO EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO SUPERIOR: tessituras crítico-transformadoras para a formação de professores de geografia

  • Orientador : FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SILVANA DO NASCIMENTO SILVA
  • NATÁLIA LAMPERT BATISTA
  • FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
  • JULIANA NÓBREGA DE ALMEIDA
  • PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
  • Data: 21/06/2021

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  • Em face dos desafios sociais, ambientais, políticos, econômicos e humanitários que se projetam, ora como  problemáticas ora como potencialidades dialógicas, na educação, é preciso compor novos, avivados e transformadores roteiros para esta última. Com isto, vê-se a necessidade de continuar movendo outros sentidos e significados para a confecção de tessituras pedagógicas que carreguem consigo sentidos e  significados  crítico-transformadores.  Para a realização disto, é preciso mergulhar no que está sendo praticado e experienciado, de modo a conceber e propor a confecção destas tessituras, a partir de outros elementos,  questões e utopias crítico-transformadoras emergentes e necessárias a este século. Convém apontar que, na formação dos professores  de Geografia, em específico, é preciso  cogitar estas tessituras, compreendendo as que estão se movendo e sendo mobilizadas para, a partir daí, tramar outras que venham a insurgir em relação a estas ou aperfeiçoá-las, de modo a ampliar suas potencialidades. Em face disto, esta investigação levanta a seguinte indagação  central: que desdobramentos formativos em Educação Ambiental estão em acontecimento  e são possíveis para a formação inicial de professores de Geografia? Tendo por objetivo central compreender os desdobramentos formativos em Educação Ambiental em acontecimento na formação inicial de professores de Geografia, indicando possibilidades e alternativas crítico-transformadoras para a ecoformação, esta investigação busca por meio da abordagem  qualitativa, enveredando pela multirreferencialidade, revelar caminhos e possibilidades outras para a Educação Ambiental na formação dos professores de Geografia, com vista a  alcançar aportes crítico-transformadores suscitados pela ecoformação, explorando fenômenos didático-pedagógicos socioambientais que carecem de ser trazidos à reflexão para promover um encontro com esta abordagem. Para tanto, é realizado um diálogo teórico-bibliográfico amparado por contribuições de pensadores  que  lidam com os eixos temáticos que perpassam a construção de olhares e apontamentos para a Educação Ambiental e à formação de professores de Geografia, alinhavando estas reflexões à ecoformação. Por meio dos procedimentos metodológicos realizados, entrevista aberta temática, direcionada aos docentes formadores, e  questionário on-line, focado nos discentes, ambos os grupos pertencentes ao curso de licenciatura em Geografia da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, foi possível encontrar elementos e questões que permitem  não apenas a compreensão de que práticas e experiências, os desdobramentos formativos, estão a acontecer nesta trajetória de formação, mas dialogar e apontar, de modo propositivo e transformativo, alternativas e possibilidades que consigam não apenas traduzir a Educação Ambiental como potencialidade disciplinar dentro da licenciatura em Geografia, mas como eixo ecoformativo responsável por mobilizar nos professores em formação o protagonismo cidadão socioambiental frente aos desafios socioambientais e necessidades educativas contemporâneas.


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  • Em face dos desafios sociais, ambientais, políticos, econômicos e humanitários que se projetam, ora como  problemáticas ora como potencialidades dialógicas, na educação, é preciso compor novos, avivados e transformadores roteiros para esta última. Com isto, vê-se a necessidade de continuar movendo outros sentidos e significados para a confecção de tessituras pedagógicas que carreguem consigo sentidos e  significados  crítico-transformadores.  Para a realização disto, é preciso mergulhar no que está sendo praticado e experienciado, de modo a conceber e propor a confecção destas tessituras, a partir de outros elementos,  questões e utopias crítico-transformadoras emergentes e necessárias a este século. Convém apontar que, na formação dos professores  de Geografia, em específico, é preciso  cogitar estas tessituras, compreendendo as que estão se movendo e sendo mobilizadas para, a partir daí, tramar outras que venham a insurgir em relação a estas ou aperfeiçoá-las, de modo a ampliar suas potencialidades. Em face disto, esta investigação levanta a seguinte indagação  central: que desdobramentos formativos em Educação Ambiental estão em acontecimento  e são possíveis para a formação inicial de professores de Geografia? Tendo por objetivo central compreender os desdobramentos formativos em Educação Ambiental em acontecimento na formação inicial de professores de Geografia, indicando possibilidades e alternativas crítico-transformadoras para a ecoformação, esta investigação busca por meio da abordagem  qualitativa, enveredando pela multirreferencialidade, revelar caminhos e possibilidades outras para a Educação Ambiental na formação dos professores de Geografia, com vista a  alcançar aportes crítico-transformadores suscitados pela ecoformação, explorando fenômenos didático-pedagógicos socioambientais que carecem de ser trazidos à reflexão para promover um encontro com esta abordagem. Para tanto, é realizado um diálogo teórico-bibliográfico amparado por contribuições de pensadores  que  lidam com os eixos temáticos que perpassam a construção de olhares e apontamentos para a Educação Ambiental e à formação de professores de Geografia, alinhavando estas reflexões à ecoformação. Por meio dos procedimentos metodológicos realizados, entrevista aberta temática, direcionada aos docentes formadores, e  questionário on-line, focado nos discentes, ambos os grupos pertencentes ao curso de licenciatura em Geografia da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, foi possível encontrar elementos e questões que permitem  não apenas a compreensão de que práticas e experiências, os desdobramentos formativos, estão a acontecer nesta trajetória de formação, mas dialogar e apontar, de modo propositivo e transformativo, alternativas e possibilidades que consigam não apenas traduzir a Educação Ambiental como potencialidade disciplinar dentro da licenciatura em Geografia, mas como eixo ecoformativo responsável por mobilizar nos professores em formação o protagonismo cidadão socioambiental frente aos desafios socioambientais e necessidades educativas contemporâneas.

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  • HENRIQUE DOS SANTOS FERREIRA
  • PERIODICIDADE E SINCRONISMO INTERMUNICIPAL E DINÂMICA ESPACIAL INTERURBANA DA DENGUE NA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE - PE

  • Orientador : RANYERE SILVA NOBREGA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RANYERE SILVA NOBREGA
  • FABRIZIO DE LUIZ ROSITO LISTO
  • CRISTIANA COUTINHO DUARTE
  • FRANCISCO DE ASSIS MENDONÇA
  • ANSELMO CESAR VASCONCELOS BEZERRA
  • Data: 30/06/2021

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  • A dengue é uma doença tropical negligenciada de importância mundial, que vem agravando-se em decorrência das mudanças ambientais em diversas partes do globo. Presente em mais de 128 países, é a arbovirose de disseminação mais rápida. Diversas pesquisas aprimoraram os conhecimentos sobre a influência do clima na sua dinâmica e como fatores sociais e demográficos estão relacionados, porém, a extensão dos seus efeitos ainda é incerta e os padrões epidemiológicos estão mudando. O objetivo da presente pesquisa foi analisar a influência da variabilidade climática sobre a periodicidade da dengue, o sincronismo epidêmico intermunicipal e a dinâmica espacial da dengue: em termos da difusão condicionada pela estrutura dos fluxos humanos; e em função dos fluxos humanos combinados com variáveis climáticas e sociodemográficas. Para isso, utilizamos métodos de análise de séries temporais: a análise wavelet foi aplicada para decompor séries temporais em diferentes resoluções tempo-frequência para caracterizar a dinâmica sazonal, ciclos multianuais e os relacionamentos de fase, que realça oscilações síncronas ou assíncronas no domínio do tempo-frequência de duas séries e fornece informações sobre possíveis modulações de um sinal sobre outro, mesmo que essas modulações ocorram com atraso temporal relativo. Em seguida, aplicamos funções de correlação cruzada para analisar a similaridade entre as séries em diferentes defasagens. Posteriormente, empregamos modelos de regressão espacial: um global (OLS) e dois locais (GWR e MGWR) para identificar padrões de heterogeneidade espacial interurbana na dinâmica de transmissão relacionados a fatores climáticos, mobilidade, adensamento, condições de saneamento e moradores por condições de saneamento. Nossos resultados mostraram que a dengue possui um módulo dominante de oscilações de 3-4 anos com tendência recente de redução para 2-3 anos na RMR. A variabilidade climática está parcialmente ligada à mudança da epidemiologia da doença, principalmente através da maior adequação ambiental favorecida pelas anomalias positivas das temperaturas e redução dos acumulados médios mensais de chuvas nos últimos anos, possivelmente associados às mudanças da TSM, com anomalias positivas mais intensas e frequentes. Evidenciamos que as epidemias são sincronizadas entre os municípios e coerentes com a dinâmica de transmissão da capital, que parece articular processos de difusão e originar focos de disseminação. Além disso, demonstramos que a mobilidade urbana é um fator relevante para explicar o número de casos no período epidêmico no Recife e seus principais municípios contíguos. Da mesma forma, condições de pobreza e a densidade populacional são fatores relacionados à ocorrência de dengue na região. Por fim, ressaltamos que há distinções importantes entre as escalas geográficas na qual cada processo opera, o que expressa importantes padrões espaciais marcados por heterogeneidades espaciais complexas. Desse modo, conclui-se que a dinâmica espaço-temporal da dengue na RMR pode resultar de uma complexa interação ENOS-variáveis climáticas locais, produzindo condições ideais de reprodução e dispersão vetorial através da redução das chuvas e do aumento médio das temperaturas verificados nos últimos anos, enquanto fatores sociais, demográficos e mobilidade urbana podem ser mais influentes na transmissão interurbana. Estes resultados fornecem uma base apropriada para apoiar formuladores de políticas públicas na tomada de decisão e planejar intervenções direcionadas antecipadamente.


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  • A dengue é uma doença tropical negligenciada de importância mundial, que vem agravando-se em decorrência das mudanças ambientais em diversas partes do globo. Presente em mais de 128 países, é a arbovirose de disseminação mais rápida. Diversas pesquisas aprimoraram os conhecimentos sobre a influência do clima na sua dinâmica e como fatores sociais e demográficos estão relacionados, porém, a extensão dos seus efeitos ainda é incerta e os padrões epidemiológicos estão mudando. O objetivo da presente pesquisa foi analisar a influência da variabilidade climática sobre a periodicidade da dengue, o sincronismo epidêmico intermunicipal e a dinâmica espacial da dengue: em termos da difusão condicionada pela estrutura dos fluxos humanos; e em função dos fluxos humanos combinados com variáveis climáticas e sociodemográficas. Para isso, utilizamos métodos de análise de séries temporais: a análise wavelet foi aplicada para decompor séries temporais em diferentes resoluções tempo-frequência para caracterizar a dinâmica sazonal, ciclos multianuais e os relacionamentos de fase, que realça oscilações síncronas ou assíncronas no domínio do tempo-frequência de duas séries e fornece informações sobre possíveis modulações de um sinal sobre outro, mesmo que essas modulações ocorram com atraso temporal relativo. Em seguida, aplicamos funções de correlação cruzada para analisar a similaridade entre as séries em diferentes defasagens. Posteriormente, empregamos modelos de regressão espacial: um global (OLS) e dois locais (GWR e MGWR) para identificar padrões de heterogeneidade espacial interurbana na dinâmica de transmissão relacionados a fatores climáticos, mobilidade, adensamento, condições de saneamento e moradores por condições de saneamento. Nossos resultados mostraram que a dengue possui um módulo dominante de oscilações de 3-4 anos com tendência recente de redução para 2-3 anos na RMR. A variabilidade climática está parcialmente ligada à mudança da epidemiologia da doença, principalmente através da maior adequação ambiental favorecida pelas anomalias positivas das temperaturas e redução dos acumulados médios mensais de chuvas nos últimos anos, possivelmente associados às mudanças da TSM, com anomalias positivas mais intensas e frequentes. Evidenciamos que as epidemias são sincronizadas entre os municípios e coerentes com a dinâmica de transmissão da capital, que parece articular processos de difusão e originar focos de disseminação. Além disso, demonstramos que a mobilidade urbana é um fator relevante para explicar o número de casos no período epidêmico no Recife e seus principais municípios contíguos. Da mesma forma, condições de pobreza e a densidade populacional são fatores relacionados à ocorrência de dengue na região. Por fim, ressaltamos que há distinções importantes entre as escalas geográficas na qual cada processo opera, o que expressa importantes padrões espaciais marcados por heterogeneidades espaciais complexas. Desse modo, conclui-se que a dinâmica espaço-temporal da dengue na RMR pode resultar de uma complexa interação ENOS-variáveis climáticas locais, produzindo condições ideais de reprodução e dispersão vetorial através da redução das chuvas e do aumento médio das temperaturas verificados nos últimos anos, enquanto fatores sociais, demográficos e mobilidade urbana podem ser mais influentes na transmissão interurbana. Estes resultados fornecem uma base apropriada para apoiar formuladores de políticas públicas na tomada de decisão e planejar intervenções direcionadas antecipadamente.

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  • ZENIS BEZERRA FREIRE
  • TERRITÓRIO, AMBIENTE E ESPERA: uma análise das geo-grafias e dinâmicas territoriais dos sujeitos atingidos por desastres “naturais” na Zona da Mata Sul de Pernambuco

  • Orientador : NILO AMERICO RODRIGUES LIMA DE ALMEIDA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EVERALDO BATISTA DA COSTA
  • ANA CAROLINA GONCALVES LEITE
  • JAN BITOUN
  • LUIZ EUGENIO PEREIRA CARVALHO
  • NILO AMERICO RODRIGUES LIMA DE ALMEIDA
  • VALTER DO CARMO CRUZ
  • Data: 26/07/2021

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  • Os desastres “naturais” têm sido mais intensos nas últimas décadas, atingindo cada vez mais sujeitos e provocando deslocamentos ambientais por todo o mundo, é neste contexto que o nosso trabalho tem por objetivo analisar dinâmicas territoriais dos atingidos por desastres “naturais” na Zona da Mata Sul de Pernambuco, tendo como base as geo-grafia (ações) dos sujeitos. Dentre os objetivos específicos, buscamos compreender os processos de formação territorial da área estudada e a construção da(s) vulnerabilidade(s) presente (s) nestes espaços e discutir as dinâmicas territoriais geradas a partir dos desastres “naturais” e as escalas que atingem. Além disso, buscamos refletir sobre a construção dos territórios de espera, as formas de atuação do poder público no período pós-evento e as políticas de desatenção aos sujeitos atingidos, bem como  analisar as geo-grafias e r-existências dos sujeitos atingidos. No tocante à metodologia, esta pesquisa compôs um mosaico metodológico que reúne levantamento bibliográfico e documental, realização de trabalhos de campo e de entrevistas com os sujeitos atingidos por desastres “naturais”.


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  • Os desastres “naturais” têm sido mais intensos nas últimas décadas, atingindo cada vez mais sujeitos e provocando deslocamentos ambientais por todo o mundo, é neste contexto que o nosso trabalho tem por objetivo analisar dinâmicas territoriais dos atingidos por desastres “naturais” na Zona da Mata Sul de Pernambuco, tendo como base as geo-grafia (ações) dos sujeitos. Dentre os objetivos específicos, buscamos compreender os processos de formação territorial da área estudada e a construção da(s) vulnerabilidade(s) presente (s) nestes espaços e discutir as dinâmicas territoriais geradas a partir dos desastres “naturais” e as escalas que atingem. Além disso, buscamos refletir sobre a construção dos territórios de espera, as formas de atuação do poder público no período pós-evento e as políticas de desatenção aos sujeitos atingidos, bem como  analisar as geo-grafias e r-existências dos sujeitos atingidos. No tocante à metodologia, esta pesquisa compôs um mosaico metodológico que reúne levantamento bibliográfico e documental, realização de trabalhos de campo e de entrevistas com os sujeitos atingidos por desastres “naturais”.

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  • AYOBAMI BADIRU MOREIRA
  • A vulnerabilidade socioespacial à Ilha de Calor Urbana na cidade de Recife - PE, Brasil

  • Orientador : RANYERE SILVA NOBREGA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARGARETE CRISTIANE DE COSTA TRINDADE AMORIM
  • JOSÉ CARLOS UGEDA JÚNIOR
  • CRISTIANA COUTINHO DUARTE
  • MARCELO DE OLIVEIRA MOURA
  • RANYERE SILVA NOBREGA
  • Data: 30/09/2021

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  • O presente estudo teve o objetivo de avaliar o grau de vulnerabilidade socioespacial da cidade do Recife à intensidade da Ilha de Calor Urbana (ICU). Para isto, a paisagem urbana foi mapeada de acordo a cobertura e estrutura da superfície por meio da classificação não-supervisionada de imagem de satélite e da sobreposição do Modelo Digital do Terreno (MDT) e do Modelo Digital de Superfície (MDS). A partir dos dados atmosféricos e de superfície, a espacialização da ICU foi realizada pela modelagem espacial multivariada por janelas móveis. A análise da vulnerabilidade socioespacial à ICU considerou as seguintes componentes: exposição, sensibilidade e capacidade de adaptação. A Análise Fatorial (AF) foi utilizada no processamento os dados demográficos. As três componentes foram sintetizadas no Índice de Vulnerabilidade Socioespacial à ICU (IVSI). Apesar da ICU ser principalmente noturna, ela também foi identificada nos horários vespertinos. A ICU se desenvolveu mais rapidamente no período chuvoso, apresentando núcleos bem definidos de ICU “muito forte” logo após o pôr-do-sol. Esta análise constatou que há bairros em Recife que mesmo sob baixa intensidade de ICU apresentam elevada vulnerabilidade ao seu impacto, pois se encontram sob elevada vulnerabilidade social. Estudos futuros também podem fazer uso dos resultados obtidos na análise de vulnerabilidade, e avançar na construção de estratégias de mitigação ao impacto da ICU sobre a cidade.


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  • O presente estudo teve o objetivo de avaliar o grau de vulnerabilidade socioespacial da cidade do Recife à intensidade da Ilha de Calor Urbana (ICU). Para isto, a paisagem urbana foi mapeada de acordo a cobertura e estrutura da superfície por meio da classificação não-supervisionada de imagem de satélite e da sobreposição do Modelo Digital do Terreno (MDT) e do Modelo Digital de Superfície (MDS). A partir dos dados atmosféricos e de superfície, a espacialização da ICU foi realizada pela modelagem espacial multivariada por janelas móveis. A análise da vulnerabilidade socioespacial à ICU considerou as seguintes componentes: exposição, sensibilidade e capacidade de adaptação. A Análise Fatorial (AF) foi utilizada no processamento os dados demográficos. As três componentes foram sintetizadas no Índice de Vulnerabilidade Socioespacial à ICU (IVSI). Apesar da ICU ser principalmente noturna, ela também foi identificada nos horários vespertinos. A ICU se desenvolveu mais rapidamente no período chuvoso, apresentando núcleos bem definidos de ICU “muito forte” logo após o pôr-do-sol. Esta análise constatou que há bairros em Recife que mesmo sob baixa intensidade de ICU apresentam elevada vulnerabilidade ao seu impacto, pois se encontram sob elevada vulnerabilidade social. Estudos futuros também podem fazer uso dos resultados obtidos na análise de vulnerabilidade, e avançar na construção de estratégias de mitigação ao impacto da ICU sobre a cidade.

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  • FRANCISCA MARIA TEIXEIRA VASCONCELOS
  • “DÁ-ME DESSA ÁGUA”: PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO, TERRITÓRIOS EM DISPUTA E AS EXPERIÊNCIAS COMUNITÁRIAS NO SERTÃO DE ALAGOAS

  • Orientador : CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • PAULO CESAR SCARIM
  • JOSÉ ADELSON LOPES PEIXOTO
  • CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
  • MERCEDES SOLÁ PÉREZ
  • MONICA COX DE BRITTO PEREIRA
  • Data: 04/10/2021

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  • As políticas desenvolvimentistas demonstram a expansão do capital que, a partir do discurso colonial de propiciar desenvolvimento, emprego e renda, tem se territorializado e ressignificado os lugares, gerando relações de dominação sobre grupos subalternos. O Canal do Sertão, enquanto grande obra hídrica e de transposição, insere-se nos projetos de cunho desenvolvimentistas que vêm ocasionando transformações territoriais nos sertões da Região Nordeste, de maneira mais específica em Alagoas. Sob essa perspectiva, inferimos que os projetos de desenvolvimento, pensados e executados pelo Estado Moderno/Colonial, sob a justificativa de gerar desenvolvimento e melhorar as condições sociais e de vida da população, acabam por ocasionar um cenário de dúvidas, incertezas e de tensão sobre os territórios. Desse modo, apresentamos, como objetivo geral da tese, analisar a implantação do Canal do Sertão em Alagoas, à luz dos grandes projetos de desenvolvimento, evidenciando as transformações no que se refere aos processos e relações sobre a água, a terra e os territórios dos povos do Sertão. Logo, propomos desenvolver esta leitura a partir do diálogo com autores que, sob a perspectiva teórica da descolonialidade, têm em seus estudos questionado a colonialidade do poder, do saber, do ser e da natureza. Eles estão inseridos no grupo denominado de modernidade/colonialidade que têm, a contar de suas pesquisas, apresentado a proposta de mudança do lugar de olhar e de fala, diante do conhecimento ocidental que sempre se apresentou como universal em nossa formação acadêmica e humana. Nossos resultados destacam a diversidade de “outros modos” de vida no Sertão a partir de diferentes usos das águas e da terra, com base nas experiências comunitárias.


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  • As políticas desenvolvimentistas demonstram a expansão do capital que, a partir do discurso colonial de propiciar desenvolvimento, emprego e renda, tem se territorializado e ressignificado os lugares, gerando relações de dominação sobre grupos subalternos. O Canal do Sertão, enquanto grande obra hídrica e de transposição, insere-se nos projetos de cunho desenvolvimentistas que vêm ocasionando transformações territoriais nos sertões da Região Nordeste, de maneira mais específica em Alagoas. Sob essa perspectiva, inferimos que os projetos de desenvolvimento, pensados e executados pelo Estado Moderno/Colonial, sob a justificativa de gerar desenvolvimento e melhorar as condições sociais e de vida da população, acabam por ocasionar um cenário de dúvidas, incertezas e de tensão sobre os territórios. Desse modo, apresentamos, como objetivo geral da tese, analisar a implantação do Canal do Sertão em Alagoas, à luz dos grandes projetos de desenvolvimento, evidenciando as transformações no que se refere aos processos e relações sobre a água, a terra e os territórios dos povos do Sertão. Logo, propomos desenvolver esta leitura a partir do diálogo com autores que, sob a perspectiva teórica da descolonialidade, têm em seus estudos questionado a colonialidade do poder, do saber, do ser e da natureza. Eles estão inseridos no grupo denominado de modernidade/colonialidade que têm, a contar de suas pesquisas, apresentado a proposta de mudança do lugar de olhar e de fala, diante do conhecimento ocidental que sempre se apresentou como universal em nossa formação acadêmica e humana. Nossos resultados destacam a diversidade de “outros modos” de vida no Sertão a partir de diferentes usos das águas e da terra, com base nas experiências comunitárias.

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  • TAÍSE DOS SANTOS ALVES
  • ESCOLA DAS ÁGUAS – MOVIMENTO DOS PESCADORES E PESCADORAS ARTESANAIS (MPP-BA): DEMARCANDO EXPERIÊNCIAS GEO-GRÁFICAS E FORMATIVAS SOBRE OS TERRITÓRIOS PESQUEIROS DA BAÍA DE TODOS OS SANTOS (BTS) – BAHIA - BRASIL

  • Orientador : CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EDUARDO OLIVEIRA MIRANDA
  • CRISTIANO QUARESMA DE PAULA
  • ANA TEREZA REIS DA SILVA
  • CATIA ANTONIA DA SILVA
  • CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
  • Data: 26/10/2021

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  • A Escola das Águas (EA) é um projeto que tem origem nos sonhos e desejos de Dona Maria do Paraguaçu, uma mulher negra, quilombola, militante do Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais (MPP), que tinha dificuldades na escrita, mas possuía um amplo saber e “leitura de mundo”. Dona Maria via a necessidade das comunidades tradicionais pesqueiras e quilombolas em adotar uma escola que se adequasse aos modos de vida, aos horários das marés e da ida para as roças, uma escola que tem como princípio a articulação dos conhecimentos científicos e saberes tradicionais, cujo jovens, adultos e idosos, a partir das suas comunidades, possam se apropriar do conhecimento científico sem se distanciar das raízes e da base de conhecimento empírico vivenciado, de modo ancestral, nas comunidades pesqueiras. Em acréscimo, essa escola fomente o princípio da educação militante do MPP, propondo diferentes espaços de discussão e fortalecimento da luta dessas comunidades, a partir dos inúmeros conflitos e contradições existentes nos territórios pesqueiros da Bahia, sobretudo, na Baía de Todos os Santos (BTS). Revelar a pedagogia das águas feita e praticada pela EA é o desejo e desafio da escrita desta Tese, cujos objetivos consistem desde explicitar o contexto de sua criação, suas perspectivas, metodologias, princípios pedagógicos e desafios, para, diante disso, pontuar os resultados alcançados no decorrer de sua existência. O transcorrer deste trabalho visa pontuar como essa pedagogia das águas compõe uma articulação entre as nuances geofilosóficas, as quais reverberam nos corpos das pescadoras e pescadores artesanais, próprias de sua condição de sujeito. Com isso, essa dimensão ajuda a compreender como elas e eles compõem lugares e territórios carregados de subjetividades e especificidades, e envolvem inúmeras relações entre terra, água, mangue, ar, mares, rios, validando um conteúdo que justifica seu saber-fazer-ser e, por isso, torna-se componente intrínseco para praticar a “pedagogia das águas” pautada, conjuntamente, nos conflitos e resistências em defesa dos territórios pesqueiros, sendo essa a práxis e a base curricular da EA. No entanto, para traduzir a EA nesta tese, recorro a diálogos e aproximações, métodos e teorias, que ora se aproximam das abordagens do materialismo histórico e dialético, ora fenomenológico, além das aproximações da abordagem decolonial. Essas escolhas foram essenciais na compreensão dos processos que envolvem a produção do espaço que materializam os territórios pesqueiros feitos por esses sujeitos, ajudando a explicitar como essa produção revela seu caráter intersubjetivo, intencional e contraditório. Nesse sentido, esses métodos ajudam nestas compreensões, pontuando essas análises e articulações como a base das pautas educativas que são colocadas no currículo e na prática educativa feita na EA. Ao passo que, também, pretende, conjuntamente, discorrer sobre ancestralidade, racismo estrutural, questões de gênero, conflitos, conflituosidade, questões agrárias e demais componentes e pautas no interior das ações que provocam/tensionam essa Escola. Para tanto, foram realizadas pesquisa bibliográfica, documental, pesquisa de campo, com depoimentos da coordenação, estudantes e integrantes das comunidades e lideranças do MPP. Por fim, a caminhada desta Tese me permite afirmar que tanto a pedagogia das águas, quanto a geografia dos territórios pesqueiros, a partir da práxis pedagógica da EA, fortalecem a identidade de pescador(a) artesanal atuante e comprometido(a) com seu lugar e seu território.


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  • A Escola das Águas (EA) é um projeto que tem origem nos sonhos e desejos de Dona Maria do Paraguaçu, uma mulher negra, quilombola, militante do Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais (MPP), que tinha dificuldades na escrita, mas possuía um amplo saber e “leitura de mundo”. Dona Maria via a necessidade das comunidades tradicionais pesqueiras e quilombolas em adotar uma escola que se adequasse aos modos de vida, aos horários das marés e da ida para as roças, uma escola que tem como princípio a articulação dos conhecimentos científicos e saberes tradicionais, cujo jovens, adultos e idosos, a partir das suas comunidades, possam se apropriar do conhecimento científico sem se distanciar das raízes e da base de conhecimento empírico vivenciado, de modo ancestral, nas comunidades pesqueiras. Em acréscimo, essa escola fomente o princípio da educação militante do MPP, propondo diferentes espaços de discussão e fortalecimento da luta dessas comunidades, a partir dos inúmeros conflitos e contradições existentes nos territórios pesqueiros da Bahia, sobretudo, na Baía de Todos os Santos (BTS). Revelar a pedagogia das águas feita e praticada pela EA é o desejo e desafio da escrita desta Tese, cujos objetivos consistem desde explicitar o contexto de sua criação, suas perspectivas, metodologias, princípios pedagógicos e desafios, para, diante disso, pontuar os resultados alcançados no decorrer de sua existência. O transcorrer deste trabalho visa pontuar como essa pedagogia das águas compõe uma articulação entre as nuances geofilosóficas, as quais reverberam nos corpos das pescadoras e pescadores artesanais, próprias de sua condição de sujeito. Com isso, essa dimensão ajuda a compreender como elas e eles compõem lugares e territórios carregados de subjetividades e especificidades, e envolvem inúmeras relações entre terra, água, mangue, ar, mares, rios, validando um conteúdo que justifica seu saber-fazer-ser e, por isso, torna-se componente intrínseco para praticar a “pedagogia das águas” pautada, conjuntamente, nos conflitos e resistências em defesa dos territórios pesqueiros, sendo essa a práxis e a base curricular da EA. No entanto, para traduzir a EA nesta tese, recorro a diálogos e aproximações, métodos e teorias, que ora se aproximam das abordagens do materialismo histórico e dialético, ora fenomenológico, além das aproximações da abordagem decolonial. Essas escolhas foram essenciais na compreensão dos processos que envolvem a produção do espaço que materializam os territórios pesqueiros feitos por esses sujeitos, ajudando a explicitar como essa produção revela seu caráter intersubjetivo, intencional e contraditório. Nesse sentido, esses métodos ajudam nestas compreensões, pontuando essas análises e articulações como a base das pautas educativas que são colocadas no currículo e na prática educativa feita na EA. Ao passo que, também, pretende, conjuntamente, discorrer sobre ancestralidade, racismo estrutural, questões de gênero, conflitos, conflituosidade, questões agrárias e demais componentes e pautas no interior das ações que provocam/tensionam essa Escola. Para tanto, foram realizadas pesquisa bibliográfica, documental, pesquisa de campo, com depoimentos da coordenação, estudantes e integrantes das comunidades e lideranças do MPP. Por fim, a caminhada desta Tese me permite afirmar que tanto a pedagogia das águas, quanto a geografia dos territórios pesqueiros, a partir da práxis pedagógica da EA, fortalecem a identidade de pescador(a) artesanal atuante e comprometido(a) com seu lugar e seu território.

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  • MARLI GONDIM DE ARAUJO
  • LIMOLAYGO TOYPE: territórios sagrados e agricultura indígena ancestral em Pesqueira, Pernambuco

  • Orientador : CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCOS ANTONIO BEZERRA FIGUEIREDO
  • ANA CAROLINA GONCALVES LEITE
  • CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • EDSON HELY SILVA
  • MONICA COX DE BRITTO PEREIRA
  • Data: 28/10/2021

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  • Esta tese busca evidenciar os aspectos que conformam a retomada da agricultura tradicional Xukuru, também nominada como ancestral ou agricultura modo de vida. Os Xukuru do Ororubá são indígenas que vivem desde o século XVII na Serra do Ororubá, em terras localizadas no agreste pernambucano, nos municípios de Pesqueira e Poção. Seu território, ao longo dos séculos foi ocupado por fazendeiros, latifundiários e criadores de gado, estabelecendo relações de exploração da mão de obra indígena e desenvolvendo um modelo de produção explorador da natureza e excludente para as famílias originárias. Depois de muitas lutas, os indígenas retomaram suas terras a partir de meados da década de 1980 até início dos anos 2000. As contendas que cercaram as lutas pela retomada das terras, ceifaram muitas vidas, entre elas a do cacique Xikão, liderança máxima dos Xukuru. Com as lutas pela reconquista das suas terras, os indígenas criaram um referencial epistêmico e cosmológico - a retomada, que gerou aprendizados que se estenderam a várias esferas de sua atuação, destacando a agricultura ancestral, cuja centralidade é determinada pela relação com os “encantados” e as práticas de gestão do território em que convivam espaços de produção, de criação, de realização de cultos e rituais, de preservação das matas, rios, lajedos e pedras, num complexo intercultural e cosmológico, cujo referencial físico se configura no Centro de Agricultura Xukuru do Ororubá (CAXO), localizado na Aldeia Couro d’Antas. A primeira retomada na Aldeia Pedra d’Água e as atividades do CAXO estão na perspectiva do que está anunciado como “cosmonucleação”, ou seja, ambos são centros geradores de ações semelhantes, que movidas pela espiritualidade e cosmovisão Xukuru, se estendem território a dentro na Serra do Ororubá. Outra forma didática de construir conhecimentos se dá a partir da realização dos eventos anuais sobre as áreas estratégicas dos indígenas, com destaque para os que discutem e promovem a agricultura modo de vida: O Encontro de Sábios e Sábias e o Urubá Terra. Com isso, os Xukuru do Ororubá, criam referenciais epistêmicos de descolonialidade e caminham no fortalecimento de sua relação com a natureza, de sua forma de produção de alimentos e explicitam sua cosmovisão no agreste pernambucano.


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  • Esta tese busca evidenciar os aspectos que conformam a retomada da agricultura tradicional Xukuru, também nominada como ancestral ou agricultura modo de vida. Os Xukuru do Ororubá são indígenas que vivem desde o século XVII na Serra do Ororubá, em terras localizadas no agreste pernambucano, nos municípios de Pesqueira e Poção. Seu território, ao longo dos séculos foi ocupado por fazendeiros, latifundiários e criadores de gado, estabelecendo relações de exploração da mão de obra indígena e desenvolvendo um modelo de produção explorador da natureza e excludente para as famílias originárias. Depois de muitas lutas, os indígenas retomaram suas terras a partir de meados da década de 1980 até início dos anos 2000. As contendas que cercaram as lutas pela retomada das terras, ceifaram muitas vidas, entre elas a do cacique Xikão, liderança máxima dos Xukuru. Com as lutas pela reconquista das suas terras, os indígenas criaram um referencial epistêmico e cosmológico - a retomada, que gerou aprendizados que se estenderam a várias esferas de sua atuação, destacando a agricultura ancestral, cuja centralidade é determinada pela relação com os “encantados” e as práticas de gestão do território em que convivam espaços de produção, de criação, de realização de cultos e rituais, de preservação das matas, rios, lajedos e pedras, num complexo intercultural e cosmológico, cujo referencial físico se configura no Centro de Agricultura Xukuru do Ororubá (CAXO), localizado na Aldeia Couro d’Antas. A primeira retomada na Aldeia Pedra d’Água e as atividades do CAXO estão na perspectiva do que está anunciado como “cosmonucleação”, ou seja, ambos são centros geradores de ações semelhantes, que movidas pela espiritualidade e cosmovisão Xukuru, se estendem território a dentro na Serra do Ororubá. Outra forma didática de construir conhecimentos se dá a partir da realização dos eventos anuais sobre as áreas estratégicas dos indígenas, com destaque para os que discutem e promovem a agricultura modo de vida: O Encontro de Sábios e Sábias e o Urubá Terra. Com isso, os Xukuru do Ororubá, criam referenciais epistêmicos de descolonialidade e caminham no fortalecimento de sua relação com a natureza, de sua forma de produção de alimentos e explicitam sua cosmovisão no agreste pernambucano.

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  • CÍCERO HARISSON DOS SANTOS SOUZA
  • PANORAMA DAS CIDADES MÉDIAS DO INTERIOR DO NORDESTE: uma proposta de análise histórica e socioeconômica

  • Orientador : ANA CRISTINA DE ALMEIDA FERNANDES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MONICA APARECIDA TOMÉ PEREIRA
  • JORGE DA SILVA MACAÍSTA MALHEIROS
  • ALEXANDRE SABINO DO NASCIMENTO
  • ANA CRISTINA DE ALMEIDA FERNANDES
  • LIVIA IZABEL BEZERRA DE MIRANDA
  • Data: 30/11/2021

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  • O debate referente às cidades médias no Brasil é pautado pela crescente importância que elas têm desempenhado no território nacional, em paralelo ao processo de interiorização do capital e das atividades urbanas a ele associadas. Compreende-se que proporcionaram importantes estímulos a tal processo as chamadas “políticas desenvolvimentistas”, implementadas nos anos 1970. Entre estas, destaca-se o II PND (Plano Nacional de Desenvolvimento) que incluiu ações voltadas à dinamização dos centros urbanos brasileiros, inclusive aqueles de médio porte. As cidades médias passam a ser consideradas como uma alternativa para desafogar as metrópoles, e fornecer a infraestrutura urbana necessária à intensificação de inter-relações e fluxos de população e serviços - algo que a interiorização exigia. A estagnação econômica que se segue ao colapso do desenvolvimentismo, no início dos anos 1980, não elimina, contudo, o poder de atração das cidades médias, que se revigora na década de 2000. Desta vez, o movimento de interiorização ocorre em sintonia com a retomada do crescimento econômico liderado pelo setor público. Em meados da década seguinte, porém, verifica-se nova reversão. A complexidade da crise de 2015 obstruiu o ciclo de desenvolvimento urbano desta categoria de cidades, impactando o dinamismo iniciado no período desenvolvimentista. Tendo esta trajetória como pano de fundo, a presente tese tem como objetivo detalhar o panorama socioeconômico recente das principais cidades médias do interior do Nordeste, focando o recorte temporal que vai dos anos 1990 ao período 2015-2020. Fazendo uso de bases de dados secundários, consistidos e sistematizados em tabelas e gráficos, observou-se que no período 2000-2015, as cidades selecionadas apresentaram desempenho semelhante ao da economia nacional como um todo: registraram expressivo crescimento econômico, associado ao intenso fluxo de investimentos externos (públicos e privados), bem como políticas sociais e de transferência de renda em direção ao Nordeste, com melhorias nos indicadores socioeconômicos. Este processo não se sustenta após 2015, quando o desempenho do PIB apresenta queda em todas as cidades selecionadas e, consequentemente, reduz o fluxo de capital que vinha sustentando tal crescimento. Desse modo, diferentemente da década de 1990, no período 2000-2015 o crescimento das cidades médias não apenas coincidiu com o crescimento da economia nacional, e nem decorreu da estagnação das metrópoles observada na década de 1990.


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  • O debate referente às cidades médias no Brasil é pautado pela crescente importância que elas têm desempenhado no território nacional, em paralelo ao processo de interiorização do capital e das atividades urbanas a ele associadas. Compreende-se que proporcionaram importantes estímulos a tal processo as chamadas “políticas de desenvolvimento”, implementadas nos anos 1970. Entre estas, destaca-se o II PND (Plano Nacional de Desenvolvimento) que incluiu instrumentos para dinamizar os centros urbanos brasileiros, inclusive aqueles de médio porte. As cidades médias passam a ser consideradas como uma alternativa para desafogar as metrópoles e estabelecer a estrutura urbana necessária à intensificação de interrelações e fluxos da população e dos serviços -algo que a interiorização exigia. Em que pese a interrupção do modelo de desenvolvimento nos anos 1980, este movimento de interiorização se mantém. Contudo, vem se arrefecendo mais recentemente. A complexidade da crise econômica de 2015 impactou as cidades médias e obstruiu o ciclo de desenvolvimento urbano desta categoria
    de cidades. Esta tese tem como objetivo construir um panorama socioeconômico recente das principais cidades médias do interior do Nordeste. Cuja periodização se inicia com dados dos anos 1990 e contempla análises do período da crise na economia brasileira entre 2015-2020. Sendo assim, foi relevante compreender como se constituíram as dinâmicas demográficas e econômicas dessas localidades, assim como as suas trajetórias históricas.

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  • NOALDO JOSÉ AIRES TAVARES
  • POLÍTICAS DE SUSTENTAÇÃO DE RENDA E CONSUMO NO CARIRI PARAIBANO: TRANSFORMAÇÕES NO ESPAÇO COMERCIAL EM BOQUEIRÃO

  • Orientador : NILSON CORTEZ CROCIA DE BARROS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • LINCOLN DA SILVA DINIZ
  • LUIZ EUGENIO PEREIRA CARVALHO
  • NILSON CORTEZ CROCIA DE BARROS
  • SERGIO LUIZ MALTA DE AZEVEDO
  • Data: 27/12/2021

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  • As cidades encarnam o elo integrador do terciário, pois é nelas que se materializa, de forma mais proeminente, uma hierarquia de circuitos que relacionam as trocas e os fluxos de produtos advindos do sistema agropastoril e do sistema industrial, de forma a organizar um terciário robusto internamente ao seu espaço, composto por organismos essenciais para a vida em sociedade. O Brasil é um rico laboratório para os estudos urbanos, especialmente aqueles que focam sua atenção para as pequenas cidades, que representam significativa quantidade e expõem grandes diversidades e desafios. É necessário um pensamento amplo, que permeie, tanto uma reflexão sobre a cidade e o urbano, quanto sobre os processos mais recentes da economia e da urbanização brasileira. Os espaços comerciais vivenciam mudanças em decorrência de uma adaptação a um novo contexto. Em um país de dimensões continentais e com contradições socioespaciais presentes ao longo de todo território, como é o caso brasileiro, acreditamos que essas dinâmicas acabam por se expor com um nível mais elevado de adequações a essas situações. A complexidade dessa análise envolve um olhar que reconheça as articulações existentes entre produção, circulação comércio e consumo, para que, em seguida, se compreenda os impactos dessas atividades no espaço. No Cariri Paraibano tem se observado, nas últimas décadas, uma redistribuição de renda muito importante junto a um segmento da população brasileira originária do campo e historicamente excluída das conquistas sociais do país, através de algumas Políticas de Sustentação de Renda, dentre as quais podemos destacar: Previdência Rural, Garantia Safra e o Bolsa família. Essa especificidade que envolve os programas de distribuição de renda disseminados no Brasil, nas últimas décadas, acaba por aparecer de forma evidente na organização da economia, da sociedade e nos espaços urbanos. A diversificação e ampliação das fontes de renda acaba por exercer notória influência no espaço comercial das pequenas cidades do interior do Nordeste. Tornou-se mais comum a prosperidade dos comerciantes nas pequenas cidades, tendo em vista o significativo valor injetado por esses programas na economia local. Começa a se observar, cada vez com mais frequência, a fixação de comerciantes no espaço urbano das pequenas cidades do Cariri Paraibano. Em Boqueirão, podese observar uma maior tendência de fixação de comércios na sede do município nos últimos anos, especialmente em sua área central, ao passo em que passa a ser menos frequente a manutenção da intinerância desses mercadores, tendo em vista que os custos adicionais tendem a tornar desinteressante ou inviável a competição com os comerciantes que também conseguiram prosperar e se fixar nas demais cidades que antes faziam parte de sua rota de vendas.


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  • A cidade surge como uma unidade social que preenche um papel privilegiado nas trocas. Percebe-se que as formas comerciais refletem os variados movimentos de transformação da sociedade, pois busca atender e se adaptar às necessidades dela. Trata-se de um movimento dialético, de constituição e (re)constituição, não apenas de formas estruturais, mas também de conteúdos sociais. Portanto, a ampliação das articulações regionais, em virtude da globalização, aliada ao movimento dialético que se manifesta entre a sociedade e os espaços urbanos fazem com que seja apropriado analisar as transformações do espaço e na dinâmica urban-regional a partir das manifestações das formas comerciais. As cidades encarnam o elo integrador do terciário, pois é nelas que se materializa, de forma mais proeminente, uma hierarquia de circuitos que relacionam as trocas e os fluxos de produtos advindos do sistema agropastoril e do sistema industrial, de forma a organizar um terciário robusto internamente ao seu espaço, composto por organismos essenciais para a vida em sociedade. O Brasil é um rico laboratório para os estudos urbanos, especialmente aqueles que focam sua atenção para as pequenas cidades, que representam significativa quantidade e expõem grandes diversidades e desafios. Um dos desafios que envolve a reflexão acerca das cidades pequenas sem conceber seu entorno. É fundamental que se incorpore a análise da hierarquia urbana e a busca por uma compreensão da articulação com o rural. É necessário um pensamento amplo, que permeie, tanto uma reflexão sobre a cidade e o urbano, quanto sobre os processos mais recentes da economia e da urbanização brasileira. Os espaços comerciais vivenciam mudanças em decorrência de uma adaptação a um novo contexto. Novas especializações, formas, funções e organização locacional vão sendo postas. Essas tendências trazem consigo múltiplas dialéticas que merecem maior atenção da ciência geográfica. Em um país de dimensões continentais e com contradições socioespaciais presentes ao longo de todo território, como é o caso brasileiro, acreditamos que essas dinâmicas acabam por se expor com um nível mais elevado de adequações a essas situações. A complexidade dessa análise envolve um olhar que reconheça as articulações existentes entre produção, circulação comércio e consumo, para que em seguida se compreenda os impactos dessas atividades no espaço. Se observa uma reestruturação econômica mundial que apresenta em sua face transformações sociais e técnicas; compressão espaço-tempo e crescente globalização da economia. Nossa pesquisa busca pautar esse processo que se aprofunda de maneira muito significativa na região Nordeste do Brasil, em razão de vários fenômenos que pudemos observar. Ao aumentarmos a escala, para nos aprofundar na análise desses fenômenos, constatamos que no Cariri Paraibano tem se observado nas últimas décadas uma redistribuição de renda muito importante junto a um segmento da população brasileira originária do campo e historicamente excluída das conquistas sociais do país, dentre as quais podemos destacar: Previdência Rural, Garantia Safra e o Bolsa família. Portanto, essa especificidade que envolve os programas de distribuição de renda disseminados no Brasil nas últimas décadas acaba por aparecer de forma evidente na organização da economia, da sociedade e nos espaços urbanos.

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