PPGGEOCFCH PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA - CFCH DEPARTAMENTO DE CIENCIAS GEOGRAFICAS - CFCH Telefone/Ramal: Não informado
Dissertações/Teses

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2024
Dissertações
1
  • MARIA CAROLINA FRANÇA DA COSTA
  • A FOME TEM COR E GÊNERO: AUMENTO DA INSEGURANÇA ALIMENTAR NA PANDEMIA DA COVID- 19 E AGROECOLOGIA NA RETOMADA DA AGRICULTURA CAMPONESA NO MUNICÍPIO DE CAMARAGIBE/PE

  • Orientador : MONICA COX DE BRITTO PEREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CAMILA DUTRA DOS SANTOS
  • CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
  • MONICA COX DE BRITTO PEREIRA
  • Data: 31/01/2024

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  • A fome vem sendo posta à mesa dos brasileiros ao longo das décadas de forma planejada e direcionada para atingir um público específico, que vem sendo negligenciado e mantido sob amarras escravocratas desde o período colonial até a contemporaneidade. A insegurança alimentar - nomenclatura adotada atualmente para eufemizar o fenômeno da fome atualmente - se intensificou durante a pandemia da covid-19, atingindo de maneira desigual os brasileiros e, consequentemente, a população do município de Camaragibe, em Pernambuco. Os diversos conflitos e fatores do aumento da insegurança alimentar em um dos principais municípios da Região Metropolitana do Recife serão debatidos e analisados durante toda pesquisa. Dito isso, o objetivo elencado como principal é compreender a potencialidade da agricultura familiar camponesa como um caminho para garantir a soberania alimentar e nutricional após o aumento da insegurança alimentar durante a pandêmica da Covid-19 no município de Camaragibe - PE. Para conseguirmos atingir esse objetivo, foi necessário investigar os diversos fatores contribuintes para o aumento da insegurança alimentar e nutricional no município ao longo do tempo em que intensificou-se durante a pandemia de 2020. Nesta pesquisa, também foram considerados os conflitos que o sistema convencional de alimentos vem causando, buscando experiências agroecológicas municipais do estado de Pernambuco de forma a refletir sobre mudanças, caminhos e retomadas que contribua em prol da democratização alimentar e valorização da agricultura familiar camponesa no município de Camaragibe. Dessa forma, a pesquisa é de natureza quali-quantitativa, bibliográfica e de campo, tendo como base o método da Escrevivência de Conceição Evaristo para considerar a vivência da mulher negra a partir do fenômeno da fome. Houve a realização de uma revisão bibliográfica, juntamente com uma pesquisa documental, para auxiliar o desenvolvimento da pesquisa. Enquanto procedimento metodológico, foi disponibilizado um questionário eletrônico com 33 perguntas fechadas que abarcou cerca de 45 mulheres chefes de família, moradoras no município, no ano de 2022, bem como a realização de 4 entrevistas semiestruturadas com mulheres negras também chefes de família que estavam sendo atravessadas pela fome durante o período pandêmico. Outro procedimento importante foi considerar os dados e entrevistas do meu Trabalho de Conclusão de Curso desenvolvido em 2021 que já sofreu influência dos impactos da pandemia e problematizou os conflitos causadores da diminuição da agricultura familiar camponesa no município. Por fim, com a manutenção e intensificação da insegurança alimentar, tornou-se urgente produzir conhecimentos que possam contribuir na atuação da linha de frente ao seu combate, justificando assim a necessidade e importância desta pesquisa.


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  • A fome vem sendo posta à mesa dos brasileiros ao longo das décadas de forma planejada e direcionada para atingir um público específico, que vem sendo negligenciado e mantido sob amarras escravocratas desde o período colonial até a contemporaneidade. A insegurança alimentar - nomenclatura adotada atualmente para eufemizar o fenômeno da fome nos dias atuais - se intensificou durante a pandemia da covid-19, atingindo de maneira desigual os brasileiros e, consequentemente, a população do município de Camaragibe, em Pernambuco. Os diversos conflitos e fatores do aumento da insegurança alimentar em um dos principais municípios da Região Metropolitana do Recife serão debatidos e analisados durante toda pesquisa. Dito isso, o objetivo elencado como principal é compreender como, através da agricultura familiar agroecológica, é possível democratizar e garantir uma soberania alimentar e nutricional em Camaragibe. Para conseguirmos atingir esse objetivo, foi necessário investigar os diversos fatores contribuintes para o aumento da insegurança alimentar e nutricional no município ao longo do tempo em que intensificou-se durante a pandemia de 2020. Nesta pesquisa, também foram considerados os conflitos que o sistema agroalimentar vem causando, buscando as experiências políticas municipais como ponto de partida para refletir algumas medidas na escala municipal em prol da democratização alimentar do município, bem como alternativas de valorização e manutenção da agricultura familiar agroecológica na localidade. Com a manutenção e intensificação da insegurança alimentar, tornou-se urgente produzir conhecimento que possa contribuir na atuação da linha de frente ao seu combate, justificando assim a necessidade e importância desta pesquisa.

2
  • RODRIGO ZIMMERLE DOS SANTOS RODRIGUES
  • DISPARIDADES SOCIOESPACIAIS E SEUS IMPACTOS NA CRISE SANITÁRIA DA COVID 19: UMA ANÁLISE GEOGRÁFICA DA CIDADE DO RECIFE

  • Orientador : EDVANIA TORRES AGUIAR GOMES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDREZZA KARLA DE OLIVEIRA SILVA
  • EDVANIA TORRES AGUIAR GOMES
  • MARIANA ZERBONE ALVES DE ALBUQUERQUE GOMES
  • RODRIGO DUTRA GOMES
  • Data: 05/02/2024

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  • A pandemia da Coronavirus Disease 2019 (COVID 19) evidenciou os impactos da desigualdade social nos desfechos negativos da doença. Esse trabalho tem como objetivo analisar, na escala urbana, as dinâmicas da relação entre o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) e o Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) com a Taxa de Letalidade (TL) da COVID 19 registrada nos boletins epidemiológicos da cidade do Recife. Empregando métodos de geoprocessamento, este trabalho integra dados espaciais de diversas fontes e escalas, aplicando ponderações baseadas em área geográfica e densidade populacional. O uso da correlação de Spearman revelou uma forte relação inversa entre o IDHM e a TL (0,77), indicando que bairros com menor desenvolvimento humano enfrentaram maiores taxas de letalidade. Paralelamente, observou se uma correlação positiva substancial entre o IVS e a TL (0,74), ressaltando como a vulnerabilidade social contribui para a severidade dos desfechos da pandemia. Estes resultados sublinham a crítica necessidade de políticas públicas que reconheçam e abordem as desigualdades sociais no contexto da saúde pública, especialmente no planejamento de respostas a crises sanitárias como a pandemia de COVID 19.


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  • A pandemia da Coronavirus Disease 2019 (COVID-19) evidenciou os impactos da desigualdade social nos desfechos negativos da doença. Esse trabalho tem como objetivo analisar na escala urbana as dinâmicas da relação entre o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) e o Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) com a Taxa de Letalidade (TL) registrada nos boletins epidemiológicos da cidade do Recife. A fim de atingir esse objetivo, utilizou-se a técnica de análise espacial para identificar os padrões de distribuição dos indicadores socioeconômicos e do indicador epidemiológico entre os bairros da cidade. Para garantir a precisão dos resultados, foram aplicadas técnicas de geoprocessamento como a agregação de dados espaciais de diferentes escalas e ponderação dos valores agregados com base na área espacial e densidade demográfica. Além disso, foi calculado o coeficiente de correlação de Pearson, buscando interpretar a intensidade da relação entre os indicadores socioeconômicos e a taxa de letalidade nos diferentes bairros da cidade. Os resultados mostraram que quanto menor o IDHM, maior a letalidade da COVID-19 no bairro correspondente, com um coeficiente de correlação de Pearson de -0,75. Da mesma forma, o IVS também apresentou forte correlação positiva com a TL, com um coeficiente de correlação de 0,73. Os resultados destacam a importância da consideração das desigualdades sociais no planejamento de políticas públicas para a prevenção e controle de doenças epidêmicas como a COVID-19.

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  • TÚLIO FELIPE SILVA DA PAZ
  • O RITMO BREGA FUNK E A SUA ESPACIALIZAÇÃO: UM ESTUDO A PARTIR DA COMUNIDADE DO ALTO JOSÉ DO PINHO, RECIFE (PE)

  • Orientador : CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • PRISCILA BATISTA VASCONCELOS
  • THIAGO SOARES
  • Data: 20/02/2024

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  • A pesquisa tem como objetivo central analisar a dinâmica territorial promovida pelo movimento cultural Brega Funk a partir do Alto José do Pinho, bairro da zona norte do Recife. O estudo parte do pressuposto de incorporar os atores sociais do ritmo em protagonismo de suas ações e decisões. Posto isso, com base na Geografia Cultural Renovada, abordar a utilização simbólica do território, destacando a música como um fator influente na construção de identidades. Explorar a subjetividade da paisagem cultural e os laços afetivos dos sujeitos com o ritmo e o Alto José do Pinho. Em seguida, percorrer as similaridades entre geografia e música, exemplificando como as canções refletem o comportamento das pessoas bregueiras na comunidade descrita. Sobretudo, investiga as vertentes relacionadas ao ritmo, com ênfase no Brega Funk. A análise se concentra no método qualitativo, por meio de entrevistas que buscam compreender a ascensão do Brega Funk, cujos atores são os MCs e integrantes do Passinho dos Maloka. A dissertação utiliza relatos empíricos obtidos por meio de entrevistas aplicadas a indivíduos ligados ao cenário Brega Funk no Alto José do Pinho. O que visa compreender o sentimento de pertencimento e as múltiplas identidades relacionadas ao território, buscando identificar os fatores que levaram o Brega Funk a atingir outros territórios antes não ocupados. Bem como, discutir as interferências no cotidiano dos indivíduos inseridos no movimento cultural do Brega Funk no Alto José do Pinho e quais perspectivas devem-se observar. Assim, quais práticas foram incorporadas no movimento bregueiro que rompeu as barreiras físicas do território e a hegemonia cultural na cidade do Recife. Apoiando-se na interpretação dos relatos em consonância com o texto da dissertação para entender as contradições socioespaciais que se configuram no território.


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  • A pesquisa tem como objetivo central analisar a dinâmica territorial promovida pelo movimento cultural Brega Funk a partir do Alto José do Pinho, bairro da zona norte do Recife. O estudo parte do pressuposto de incorporar os atores sociais do ritmo em protagonismo de suas ações e decisões. Com base na Geografia Cultural Renovada aborda a utilização simbólica do território, destacando a música como um fator influente nesse fenômeno. Além disso, explora a subjetividade na paisagem cultural e os laços afetivos dos sujeitos. Em seguida, examina a relação entre geografia e música, exemplificando como as canções refletem o comportamento das pessoas. Em seguida, a investigação descreve a linha do tempo do fenômeno, resgatando elementos desde o seu surgimento e discorrendo sobre as cinco décadas do ritmo em Pernambuco, com foco nas periferias da cidade do Recife. A análise se concentra no método qualitativo, investigando a ascensão da vertente Brega Funk protagonizada pelos MCs e o Passinho dos Maloka, influentes no desenvolvimento do ritmo a partir do subúrbio recifense. A dissertação se baseia em relatos empíricos obtidos por meio de questionários aplicados a indivíduos ligados ao cenário Brega Funk, visando compreender o sentimento de pertencimento e as múltiplas identidades relacionadas ao território. Além disso, explora como os sujeitos incorporam práticas que desafiam a hegemonia cultural da cidade do Recife, apoiando-se na interpretação dialética e fenomenológica para compreender as contradições socioespaciais que se configuram no território.

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  • BARBARA GABRIELLY SILVA BARBOSA
  • A COMPREENSÃO DA EVOLUÇÃO DO RELEVO DA FACE LESTE DA CHAPADA DO ARARIPE: APLICAÇÃO DO MODELO MATEMÁTICO LANDLAB

  • Orientador : DANIELLE GOMES DA SILVA LISTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIELLE GOMES DA SILVA LISTO
  • DÉBORAH DE OLIVEIRA
  • TULIUS DIAS NERY
  • Data: 22/02/2024

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  • Nos últimos anos, no campo das geociências, intensificou-se a busca por uma melhor compreensão da dinâmica geomorfológica nas paisagens. Este interesse fomentou o avanço e a adaptação de uma variedade de modelos geotecnológicos e geocronológicos. Tais esforços visam entender a evolução do relevo e suas divisões morfoestruturais ao longo do tempo geológico. Neste contexto, a Chapada do Araripe, situada no sul do Ceará e de grande relevância para a compreensão da evolução do Nordeste brasileiro, surge como um foco de interesse. Sua formação está intrinsecamente ligada às reativações tectônicas do período Cretáceo Superior. Assim, a pesquisa em questão teve como objetivo utilizar a modelagem matemática LANDLAB para simular o recuo da escarpa na Face Oriental da Chapada do Araripe, localizada no município de Crato-CE. O estudo buscou compreender a influência das variações litológicas neste processo ao longo do tempo geológico.  Para analisar os processos de soerguimento, erosão e litologia, foram empregadas várias bibliotecas e funções no LANDLAB, incluindo imshow_grid, RasterModelGrid, LinearDifusser, FlowAccumulator, FastscapeEroder e LithologyGMI. A taxa de soerguimento (uplift_rate1) foi aplicada de forma abrangente em toda a área de estudo, alinhando-se às investigações sobre a história geológica da Chapada do Araripe. A dureza dos materiais foi classificada numa escala de 0 a 10, com base nos padrões estabelecidos pela CPRM (2003) em seu mapeamento da região.  As taxas de erosão foram categorizadas em cinco níveis, considerando aspectos físicos e a geologia de cada área, usando como referência os estudos de Oliveira (2023), que identificou uma taxa média de denudação de 13,4 m/Ma em zonas de fluxo hídrico.  É importante reconhecer que todos os modelos representam simplificações de processos complexos. Nesta abordagem, funções essenciais ao desenvolvimento da área de estudo foram incorporadas para obter os resultados apresentados. As simulações iniciais mostraram sutis desníveis resultantes da variação na deposição de material sedimentar. Com o soerguimento, observou-se alterações no padrão de acumulação desse material. Essas mudanças foram evidenciadas nos resultados do LANDLAB ao longo do tempo. Embora as condições paleoclimáticas não tenham sido simuladas diretamente, ajustes na média da taxa de erosão foram aplicados a diferentes morfologias, permitindo a simulação da evolução de cursos d'água e morfologia.  Na simulação, a aplicação de valores médios revelou a sazonalidade nos resultados finais, mesmo sem uma incorporação explícita de sua extensão específica. As altitudes das cimeiras mostraram-se consistentes com os dados atuais, mas houve inconsistências nos pontos da escarpa. As características observadas refletem a dissecação da escarpa e o recuo diferencial. Entretanto, ao comparar com o mapa hipsométrico, esperava-se uma maior altitude.


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  • A Chapada do Araripe caracteriza-se como a maior bacia interiorana do nordeste brasileiro. A sua formação é originária dos processos de rupturas ocorrido no Cretácio, após a divisão da Gondwana ocidental que culminou na abertura do Oceano Atlântico sul e formação dos continentes Sul-americano e Africano. Configurando-se assim, como uma região que remonta ao entendimento da formação do nordeste brasileiro. Desse modo, o presente trabalho tem o objetivo de aplicar a modelagem matemática LANDLAB para simular recuo na escarpa da Face Oriental da Chapada do Araripe, localizada no município do Crato-CE, procurando compreender como as diferenças litológicas têm influenciado nesse processo ao longo do tempo geológico. A área de estudo abrange diversas formações litológicas depositadas em diferentes ambientes climáticos ao longo do tempo geológico. Com avanços tecnológicos, a modelagem matemática se tornou uma ferramenta poderosa para criar modelos tridimensionais que levam em consideração fatores como variações litológicas, processos tectônicos, erosivos e isostáticos. O modelo LandLab apresenta características interessantes para obtenção de respostas mais precisas sobre a evolução da paisagem, possibilitando adicionar vários submódulos com a finalidade de personalização dos usuários, com a finalidade de simular de maneira mais fidedigna a dinâmica de evolução da paisagem. Para a realização da modelagem LandLab, os mapas topográficos foram gerados a partir de um Modelo Digital do Terreno (MDT) com resolução de 12,5m e escala 1:50.000 obtido do satélite ALOS PALSAR Global Radar Imagery. Os mapas de geologia e de solos foram compilados a partir de informações secundárias, enquanto o geomorfológico foi elaborado a partir da interpretação das formas de relevo por meio de dados topográficos, temáticos (ex. litologia), imagens de satélite e trabalhos de campo.

5
  • JENNER EVERTON DOS SANTOS
  • “UM PASSO À FRENTE E VOCÊ NÃO ESTÁ MAIS NO MESMO LUGAR”: TOPOFILIAS E MOVIMENTO MANGUEBEAT

  • Orientador : CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BERTRAND ROGER GUILLAUME COZIC
  • CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • JORGE JOSÉ ARAUJO DA SILVA
  • Data: 22/02/2024

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  • O movimento Manguebeat para além de produção estética e contestação social em Recife, foi capaz também de despertar  a  noção  de  sentimentos  topofílicos  nos lugares.  Tal movimento cultural surge na década de 1990, colocando a cidade em projeção nacional, a partir de uma série de influências da cultura  pop,  Hip-hop  e outros  gêneros.  Inspirando-se nas ideias de Josué de  Castro,  o  movimento  toma proporção  máxima  a  partir  do  artista  Chico  Science,  seu  protagonista  mais carismático.  Além de transformar  a  vida  cultural  no  Recife,  o  Manguebeat, possibilitou  novas  maneiras  de  pensar  a  urbe.  Com  o  auxílio  da  Geografia  das emoções,  a  pesquisa  tentou  criar  uma  ponte  de  conceitos  entre  lugar,  emoção  e topofilia.  Para isso foi  preciso  partir  de um pressuposto estritamente  cultural,  tanto para  a  discussão  relacionada  às  formas  espaciais  geossimbólicas  que  fazem referência ao movimento, quanto à assimilação simbólica com o lugar na capacidade de  despertar vivências, sentimentos, afetos  e  visões particulares e singulares. Neste raciocínio, defende-se que os marcos geossimbólicos do movimento são capazes de personificar certos lugares  que foram importantes  em seu desenrolar. Os  indivíduos que  possuem uma  certa  identificação  cultural  com  o  movimento,  são  capazes também  de  despertar alguns  sentimentos  e  aproximações  sentimentais  para  com tais  lugares.  Levando  isto em  consideração,  o  presente  estudo  tem  o  objetivo  de compreender  os  lugares geossimbólicos  “remanescentes”  do  Manguebeat,  com  o intuito  de  averiguar  os  laços topofílicos  a  ele  relacionados,  em  sua  época  mais áurea.  Apropriando-se  da metodologia  de  abordagem  qualitativa  e  da  pesquisa exploratória,  a  pesquisa  teve o  intuito  de  gerar  uma  série  de  novas  informações relacionadas  à  temática  das expressões  culturais  e  a relação  para  com o  lugar, a partir  de  uma  perspectiva  topofílica.  A  obtenção  de  informações  primárias  deu-se através  da  aplicação  de  entrevistas  com  antigos  membros  do  Manguebeat,  cuja vivência  fora  próxima  nos anos  1990. As entrevistas  foram todas  de modo  online, devido a  praticidade  e alinhamento  de disponibilidade dos entrevistados. A partir da aplicação das primeiras entrevistas com os “ex-membros” do movimento em questão foi  possível  averiguar  uma  série  de  lugares  topofílicos  que  ainda  estão  vivos  na memória dos ex-integrantes. Os lugares mais citados  foram: Adilia’s Place, Bar do Grego,  Cantinho  das  Graças,  Oásis,  Pocoloco,  Soparia  e  outros  não  menos importantes  que marcaram a  memória  afetiva  não só  dos  integrantes,  mas também do  próprio  Manguebeat.  Sendo  assim,  tornou-se  possível  perceber  os  espaços afetivos  capazes de gerar revelações e significados atribuídos a partir dos  artistas que vivenciam tais lugares.


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  • O movimento Manguebeat para além de produção estética e contestação social em Recife, foi capaz também de despertar a noção de sentimentos topofílicos nos lugares. Tal movimento cultural surge na década de 1990, colocando a cidade em projeção nacional, a partir de uma série de influências da cultura pop, Hip-hop e outros gêneros. Inspirando-se nas ideias de Josué de Castro, o movimento toma proporção máxima a partir do artista Chico Science, seu protagonista mais carismático. Além de transformar a vida cultural no Recife, o Manguebeat possibilitou novas maneiras de pensar a urbe. Com o auxílio da Geografia das emoções, a pesquisa tentou criar uma ponte de conceitos entre lugar, emoção e topofilia. Para isso foi preciso partir de um pressuposto estritamente cultural, tanto para a discussão relacionada às formas espaciais geossimbólicas que fazem referência ao movimento, quanto à assimilação simbólica com o lugar na capacidade de despertar vivências, sentimentos, afetos e visões particulares e singulares. Neste raciocínio, defende-se que os marcos geossimbólicos do movimento são capazes de personificar certos lugares que foram importantes em seu desenrolar. Os indivíduos que possuem uma certa identificação cultural com o movimento são capazes também de despertar alguns sentimentos e aproximações sentimentais para com tais lugares. Levando isto em consideração, o presente estudo tem o objetivo de compreender os lugares geossimbólicos “remanescentes” do Manguebeat, com o intuito de averiguar os laços topofílicos a ele relacionados em sua época mais áurea. Apropriando-se da metodologia de abordagem qualitativa e da pesquisa exploratória, a pesquisa teve o intuito de gerar uma série de novas informações relacionadas à temática das expressões culturais e a relação para com o lugar, a partir de uma perspectiva topofílica. A obtenção de informações primárias deu-se através da aplicação de entrevistas com antigos membros do Manguebeat, cuja vivência fora próxima nos anos 1990. As entrevistas foram todas de modo online, devido a praticidade e alinhamento de disponibilidade dos entrevistados. A partir da aplicação das primeiras entrevistas com os “ex-membros” do movimento em questão foi possível averiguar uma série de lugares topofílicos que ainda estão vivos na memória dos ex-integrantes. Os lugares mais citados foram: Adilia’s Place, Bar do Grego, Cantinho das Graças, Oásis, Pocoloco e outros não menos importantes que marcaram a memória afetiva não só dos integrantes mas também do próprio Manguebeat. Sendo assim, tornou-se possível perceber os espaços afetivos capazes de gerar revelações e significados atribuídos a partir dos artistas que vivenciam tais lugares.

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  • SUSANA DAINARA TERTO DE OLIVEIRA
  • TRAJETÓRIAS SOCIOESPACIAIS DE ESTUDANTES NEGRAS DO CURSO DE GEOGRAFIA DA UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI, EM CRATO-CEARÁ

  • Orientador : PRISCILA BATISTA VASCONCELOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ZULEIDE FERNANDES DE QUEIROZ
  • GENY FERREIRA GUIMARÃES
  • DAYSE CABRAL DE MOURA
  • PRISCILA BATISTA VASCONCELOS
  • Data: 27/02/2024

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  • As diversas violências sofridas por mulheres negras dentro da academia estão atreladas ao gênero, raça e classe, e contribuem para que o racismo, sexismo e capitalismo se fortaleçam enquanto fonte de manutenção para condições estruturantes das relações sociais. Como exemplo disso, há o silenciamento de pesquisas realizadas por mulheres negras no ambiente acadêmico, causando marcas em suas vidas e as tornando praticamente inacessíveis dentro desses espaços. Porém, para além dessas violências, é importante pensarmos o espaço da universidade também como palco de resistências e vitórias para a população negra, especialmente falando a partir do “ser mulher negra”, partindo da ideia de que o ingresso de mulheres negras no ensino superior, tem se intensificado nos últimos anos e crescido significativamente, caracterizando-se como um importante avanço e resultado das ações afirmativas. A partir disso, procura-se analisar e refletir sobre as trajetórias socioespaciais de estudantes negras do curso de Geografia da Universidade Regional do Cariri – URCA, em Crato – Ceará, e compreender em que medida a discriminação de gênero de raça afeta corporal e territorialmente suas vidas, a partir de suas histórias de vida, considerando suas relações sociais e dimensões espaciais tomadas a partir do acesso à universidade e seus mecanismo construídos para o enfrentamento ao racismo e sexismo dentro desses espaços. Metodologicamente, o estudo se ampara no método de “escrevivências” em uma abordagem qualitativa, e trilha caminhos que possibilitem uma análise a partir das próprias narrativas dos sujeitos, como, o levantamento bibliográfico, principalmente no campo geográfico; a coleta de dados, tendo as entrevistas semiestruturadas individuais como aporte para realização, com um roteiro de perguntas apoiado em teorias e hipóteses relacionadas com o tema apresentado, sendo flexível no momento da aplicação e contribuindo para o desenvolvimento da interação entre pesquisadora e entrevistadas.


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  • As diversas violências sofridas por mulheres negras estão atreladas ao gênero, raça e classe, e contribuem para que o racismo, sexismo e capitalismo se fortaleçam enquanto fonte de manutenção para condições estruturantes das relações sociais. Como exemplo disso, há o silenciamento de pesquisas realizadas por mulheres negras no ambiente acadêmico, causando marcas em suas vidas e as tornando praticamente inacessíveis dentro desses espaços. A partir disso, procura-se analisar e refletir sobre as trajetórias socioespaciais de estudantes negras do curso de Geografia da Universidade Regional do Cariri – URCA, em Crato – Ceará, e compreender em que medida a discriminação de gênero de raça afeta corporal e territorialmente suas vidas, a partir de suas histórias de vida, considerando suas relações sociais e dimensões espaciais tomadas a partir do acesso à universidade. Metodologicamente, o estudo se ampara em uma abordagem qualitativa e trilha caminhos que possibilitem uma análise a partir das próprias narrativas dos sujeitos, como o levantamento bibliográfico, principalmente no campo geográfico, e as entrevistas semiestruturadas individuais, que são apoiadas em teorias e hipóteses relacionadas com o tema apresentado, sendo flexível no momento da aplicação, contribuindo para o desenvolvimento da interação entre pesquisadora e entrevistadas.

7
  • ALEXSANDRO ANTONIO DE MIRANDA
  • O RECIFE E O PUNK: GEOGRAFANDO UMA CONTRACULTURA EM SEUS TERRITÓRIOS URBANOS

  • Orientador : ANA CRISTINA DE ALMEIDA FERNANDES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CAÊ GARCIA CARVALHO
  • BRUNO MAIA HALLEY
  • DANIELA MARIA FERREIRA
  • Data: 27/02/2024

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  • O presente trabalho tem como objetivo geografar a atuação da contracultura punk do Recife, ou seja, analisar, descrever e destrinchar o movimento punk sob a luz da ciência geográfica, seus territórios e territorialidades; relatando sua dinâmica e trajetória – história, características socioeconômicas de seus integrantes, militância, concepções de mundo, produção, ideologia, discurso, sociabilidade, conflitos e o papel da música punk no contexto desses grupos. Neste ensaio, retoma-se o surgimento da cena punk brasileira, inserida no fervilhante despontar de contraculturas no mundo, fomentadas por movimentos políticos reivindicatórios e sociais, atuantes nas décadas de 1960 e 1970. Para examinar a formação do punk no Recife e descrever seus espaços e geossimbolismos, foram coletados dados de 1982 a 2023. À luz de teóricos como Mafessoli (1987), Bonnemaison (1993) e, principalmente, Haesbaert (2004) ampliou-se a ótica sobre as variadas simbologias e discursos que constituem o ideário punk, e como a práxis da contracultura se deslocou do centro da capital pernambucana para ganhar as casas, as calçadas, esquinas e os bairros da periferia do Recife, externando diferentes usos, conflitos, retóricas e apropriações físico-materiais e simbólico-imateriais dessa tribo urbana. O acareamento de diferentes gerações de punks ratifica esta contracultura como locus de companheirismo, defesa e altruísmo; além de palco onde se desenvolve uma prática educativa política racional e ética, o que contraria a visão simplista da mídia e de atores externos ao cenário punk, já que muitos dos resultados expostos apontam para indivíduos que adquiriram criticidade e tomaram ciência da realidade que os cercava a partir da adesão ao movimento.


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  • O presente trabalho tem como objetivo geografar a atuação da contracultura punk do Recife, seus territórios e territorialidades; relatando sua dinâmica e trajetória – história, características socioeconômicas de seus integrantes, militância, concepções de mundo, produção, ideologia, discurso, sociabilidade, conflitos e o papel da música punk no contexto desses grupos. Neste ensaio, retoma-se o surgimento da cena punk brasileira, inserida no fervilhante despontar de contraculturas no mundo, fomentadas por movimentos políticos reivindicatórios e sociais, atuantes nas décadas de 1960 e 1970. Para examinar a formação do punk no Recife e descrever seus espaços e geossimbolismos, foram coletados dados de 1982 a 2023. À luz de teóricos como Mafessoli (1987), Bonnemaison (1993) e, principalmente, Haesbaert (2004), ampliou-se a ótica sobre as variadas simbologias e discursos que constituem o ideário punk, e como a práxis da contracultura se deslocou do centro da capital pernambucana para ganhar as casas, as calçadas, esquinas e os bairros da periferia do Recife, externando diferentes usos, conflitos, retóricas e apropriações físico-materiais e simbólico-imateriais dessa tribo urbana. O acareamento de diferentes gerações de punks ratifica esta contracultura como locus de companheirismo, defesa e altruísmo; além de palco onde se desenvolve uma prática educativa política racional e ética, o que contraria a visão simplista da mídia e de atores externos ao cenário punk, já que muitos dos resultados expostos apontam para indivíduos que adquiriram criticidade e tomaram ciência da realidade que os cercava a partir da adesão ao movimento.

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  • DAFNE VITÓRIA DA SILVA COSTA
  • OS PROFESSORES DE GEOGRAFIA E A INTEGRAÇÃO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS EM SUAS PRÁTICAS DOCENTES NO CONTEXTO DA CIBERCULTURA

  • Orientador : FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
  • PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
  • THELMA PANERAI ALVES
  • Data: 29/02/2024

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  • Esta pesquisa se propõe a explorar as experiências dos professores de Geografia que atuam na rede pública de ensino da educação básica da Região Metropolitana do Recife, com o foco central em investigar como os professores de Geografia estão incorporando as tecnologias digitais em suas práticas docentes no contexto da Cibercultura. Para viabilizar um mergulho nos sentidos e significados que emergem do atual cenário que permeiam o percurso de desenvolvimento das novas práticas docentes. O estudo utiliza da abordagem qualitativa, com procedimentos exploratórios, que primeiramente através do levantamento bibliográfico reflete criticamente sobre os conceitos da Formação Docente, Ensino de Geografia, Cibercultura e os Multiletramentos digitais e seus desdobramentos para as práticas docentes contemporâneas. Para a coleta dos dados, foram elaboradas perguntas que buscam entender mais a fundo as impressões e experiências dos docentes participantes sobre o contexto de desenvolvimento de suas práticas. E como estes avaliam os processos de transformação para o contexto escolar através da inserção das tecnologias digitais e a intensificação de uma cultura digital no cotidiano social e escolar. Como método de análise dos dados, foi utilizada a análise de Conteúdo (Bardin, 1977), permitindo a organização e aprofundamento dos relatos dos professores participantes sobre os impactos apontados por estes sobre o uso das tecnologias digitais e a influência da Cibercultura na sua prática docente. Perante isto, identificou-se a utilização das tecnologias digitais para o planejamento, recursos didáticos e para a pesquisa de conteúdos atualizados. Assim, como a presença dos multiletramentos digitais como recursos e metodologias para a dinamização das aulas e engajamento dos estudantes para a construção de conhecimentos sobre os conceitos geográficos, utilizando-se das linguagens visuais, sonoras, pelas redes sociais, notícias, Apps e sites. Contudo, ainda assim, os professores apontam muitas dificuldades para a plena utilização dessas ferramentas digitais na sua prática, em seus relatos trazem à falta de estrutura tecnológica nas escolas, o acesso à internet de boa qualidade e até mesmo a falta de capacitação profissional necessária para explorar de maneira mais eficaz as tecnologias digitais. Ademais, ainda que existam entraves e desigualdades, os professores participantes, projetam expectativas positivas em relação ao futuro, com maiores investimentos na estrutura tecnológica das escolas, avanços tecnológicos para a análise espacial, ampliação na disponibilidade para a formação continuada, democratização do acesso, valorização da ciência geográfica e do sentido geográfico presente na Cibercultura.


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  • Esta pesquisa se propõe a explorar as experiências dos professores de Geografia que atuam na rede pública de ensino da Região Metropolitana do Recife, com foco na integração das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) em suas práticas educativas. O objetivo principal é investigar como esses professores estão incorporando as TDICs em suas práticas pedagógicas em sala de aula. Para possibilitar a análise dos sentidos e significados que emergem no atual cenário de desenvolvimento de práticas docentes, o estudo se baseia em conceitos como a formação docente, ensino de Geografia e cultura digital no Brasil. Esses conceitos auxiliam na busca de soluções para possíveis desafios que surgem no processo de ensino-aprendizagem contemporâneo. A proposta aqui é a reafirmar a importância do ensino contemporâneo que precisa amparar o desenvolvimento de habilidades e competências nos estudantes, que a partir de procedimentos didático-pedagógicos que são constantemente atravessados por diversas informações e dados produzidos e compartilhados no ciberespaço, possam produzir cidadãos mais engajados e conscientes das problemáticas e soluções que podem ser construídos por eles mesmos. Além de explicitar que as informações e dados gerados nos ambientes virtuais conectados, constroem uma cibercultura que se funde às situações cotidianas do espaço geográfico. Portanto, este estudo busca através dos resultados esperados, compreender como os professores de Geografia estão concebendo possíveis contribuições para a formação de estudantes preparados para atuarem em uma sociedade altamente conectada e digital.

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  • JOSÉ DANILO DA CONCEIÇÃO SANTOS
  • EVOLUÇÃO GEOMORFOLÓGICA DA PAISAGEM DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIACHO DO MEIO, AFLUENTE DO RIO IPANEMA, PESQUEIRA-PE

  • Orientador : ANTONIO CARLOS DE BARROS CORREA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • TELMA MENDES DA SILVA
  • ANTONIO CARLOS DE BARROS CORREA
  • DRIELLY NAAMMA FONSECA DA SILVA
  • JULIO CESAR PAISANI
  • Data: 29/02/2024

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  • A presente pesquisa buscou contribuir para compreensão do papel do rearranjo fluvial na produção e estocagem de sedimentos, assim como a função desempenhada pelos gatilhos climáticos quaternários no reafeiçoamento da paisagem e deposição de unidades de relevância morfoestratigráfica em ambientes fluviais e de encosta, sob um contexto tropical semiárido no Planalto da Borborema. A área de estudo correspondeu à Bacia Hidrográfica do Riacho do Meio, afluente do rio Ipanema, localizada entre os munícipios de Pesqueira-PE e Arcoverde-PE. A paisagem do alto curso das bacias fluviais da Borborema apresenta características fisiográficas particulares e complexas, sobretudo no que tange os processos pretéritos e vigentes que originaram modelados de agradação. A fim de compreender a organização fluvial e resgatar a evolução Quaternária desses setores, se fez necessário empreender uma análise multidisciplinar da paisagem física, com o emprego de diferentes abordagens metodológicas que forneceram dados de maior consistência empírica ao estudo. A pesquisa teve como objetivo geral compreender a evolução geomorfológica da paisagem da Bacia Hidrográfica do Riacho do Meio a partir da análise dos sedimentos colúvio-aluviais. Para alcançar o objetivo proposto, lançou-se mão dos seguintes procedimentos metodológicos: cálculo dos parâmetros morfométricos para identificação de desajustes na rede de drenagem, identificação das feições retilíneas do relevo e da rede de drenagem, mapeamento das unidades geomórficas com ênfase para as relações morfoestratigráficas dos depósitos, caracterização granulométrica e geoquímica dos materiais superficiais, assim como sua geocronologia pelo método da Luminescência Opticamente Estimulada do feldspato (LOE). As análises empreendidas resultaram em 10 registros geocronológicos com idades de 34.114 ± 2.124 anos AP, 16.304 ± 1.513 anos AP, 12.677 ± 689.00 anos AP, 3.279 ± 229.00 anos AP, 2.627 ± 149.00 anos AP, 1.286 ± 120.00, anos AP, 1.020 ± 33.00, 1.095 ± 80.00 anos, 880 ± 42.00 anos AP e 777 ± 44.00 anos AP. Os sedimentos apresentaram uma mistura de materiais em diversos graus de amadurecimento geoquímico. Foram identificadas anomalias de drenagem e desnivelamentos de blocos, constatando que os espaços de acumulação presentes na Bacia Hidrográfica do Riacho do Meio estão sob a influência da Zona de Cisalhamento Pernambuco e fraturamentos associados, assim como da dinâmica climática quaternária com eventos condicionadores da sedimentação colúvio-aluvial ocorrendo do penúltimo Interestadial (HS3) para o Último Máximo Glacial - UMG, durante o Último Máximo Glacial, na transição Pleistoceno/Holoceno e no Holoceno Superior.


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  • Este projeto busca contribuir para a compreensãodo papel desempenhado pelos gatilhos climáticos no reafeiçoamento da paisagem e deposição de unidades de relevância morfoestratigráfica em ambientes fluviais e de encosta, sob o contexto tropical semiárido do Planalto da Borborema. A área de estudo corresponde à Bacia Hidrográfica do Riacho do Meio, afluente do rio Ipanema, localizada entre os municípios de Pesqueira-PE e Arcoverde-PE. A paisagem do alto curso das bacias fluviais da Borborema apresenta características fisiográficas particulares que tornam complexa a compreensão de sua configuração, sobretudo quando se consideram os processos pretéritos e vigentes, que originam e transformam os modelados de agradação. A fim de resgatar a evolução quaternária desses setores, se faz necessário empreender uma análise multidisciplinar da paisagem física, a partir do emprego de diversas abordagens metodológicas que possam fornecer dados de maior consistência empírica ao estudo. Assim, a pesquisa em tela, tem por objetivo geral compreender a evolução geomorfológica da paisagem da Bacia do Riacho do Meio a partir da análise dos sedimentos colúvio-aluviais. Para atingir essa meta, o estudo lança dos seguintes objetivos específicos: mapear as unidades geomórficas a fim de identificar as formas de agradação decorrentes do rearranjo do Riacho do Meio, aplicar os parâmetros morfométricos e morfológicos para elucidação dos setores anômalos na bacia e na rede de drenagem e evidenciar o controle estrutural da área de estudo, reconhecer os graus de amadurecimento geoquímico e mineralógico dos sedimentos estocados no ambiente fluvial e de encosta, bem como estabelecer a proveniência de tais sedimentos e estabelecer uma base cronológica por meio da datação absoluta por Luminescência Opticamente Estimulada (LOE) do feldspato das unidades morfoestratigráficas reconhecidas em campo. Para alcançar os objetivos propostos, a presente pesquisa lança mão das seguintes metodologias: parâmetros morfométricos para identificação dos desajustes na rede de drenagem, parâmetro morfológico com o intuito de evidenciar as feições retilíneas do relevo e da rede de drenagem, mapeamento das unidades geomórficas para o estabelecimento das feições fluviais e análise morfoestratigráfica para caracterização granulométrica e geoquímica dos materiais superficiais, assim como sua geocronologia pelo método da LOE.

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  • THOMÁZ AUGUSTO SOBRAL PINHO
  • A FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE GEOGRAFIA PARA A INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL NA EDUCAÇÃO BÁSICA

  • Orientador : PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
  • DAVID DE ABREU ALVES
  • FLÁVIA GABRIELA DOMINGOS SILVA
  • Data: 24/04/2024

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  • A presença de alunos com deficiência visual em classes comuns é uma demanda cada vez mais crescente na educação básica. Nesse contexto, ao se pensar em um ensino de Geografia que valoriza excessivamente o sentido da visão, suas abordagens fazem grande apelo a referências visuais, o que representa uma barreira para os educandos com deficiência visual, os quais, em face das suas restrições visuoespaciais, podem encontrar dificuldades na construção dos conhecimentos. Diante dessa realidade, como caminhos para a efetivação da inclusão escolar de alunos com a deficiência, é necessário promover o acesso, a permanência e a qualidade do ensino. Como fator relevante para estes dois últimos elementos, é essencial analisar a questão da formação inicial de professores, em vista das dificuldades encontradas por esses profissionais no exercício da sua prática. Partindo disso, a presente pesquisa tem como objetivo geral analisar como a inclusão escolar de alunos com deficiência visual está presente na formação inicial dos professores de Geografia, tanto na teoria, quanto na prática. Para isso, parte-se dos seguintes objetivos específicos: verificar, a partir de uma perspectiva histórica, o processo de formação docente no que diz respeito à inclusão escolar; discutir sobre os desafios e possibilidades para a formação de professores no contexto do ensino de Geografia para alunos com DV; analisar a presença da inclusão escolar na formação inicial de professores de Geografia, considerando os Projetos Pedagógicos de Curso (PPCs), as grades curriculares e as ementas de disciplinas obrigatórias e eletivas de cursos de Geografia Licenciatura de universidades públicas do Brasil; realizar uma discussão a partir das percepções de professores de Geografia (formados pela Universidade Federal de Pernambuco) e de graduandos de licenciatura dos períodos finais (na mesma instituição) sobre a formação inicial para a inclusão escolar; e promover um momento formativo com licenciandos em Geografia para entender, na prática, os desafios e apresentar caminhos que podem ser percorridas em sala de aula com os alunos com DV, a partir do uso da Cartografia Tátil. Para o desenvolvimento da pesquisa, realizou-se um levantamento documental e bibliográfico em documentos educacionais, legislações, artigos, livros, dissertações e teses que versam sobre educação inclusiva, Geografia escolar, formação de professores e Cartografia Tátil. Além disso, analisou-se documentos oficiais de 32 Instituições de Ensino Superior brasileiras que ofertam o curso de Licenciatura em Geografia, para se entender como os professores da disciplina estão sendo formados nessas universidades para a prática profissional no contexto da inclusão de alunos com deficiência visual. Ademais, foram aplicados questionários com professores e alunos de Geografia que possuíram ou possuem vínculo com a Universidade Federal de Pernambuco em duas etapas: a primeira, online, com professores formados e graduandos e a segunda com alunos do 6º semestre de graduação, através do estágio docência na disciplina Metodologias do Ensino de Geografia I. No processo de estágio, além do questionário aplicado, realizou-se uma aula prática sobre Cartografia Tátil, confeccionando mapas táteis juntamente aos licenciandos. Dessa forma, constatou-se as lacunas na formação inicial de professores de geografia, que chegam em sala de aula e se sentem inseguros e despreparados para a prática docente com alunos com deficiência visual, sobretudo diante da ausência de uma base teórico-metodológico sobre essa realidade. Essas lacunas podem ser preenchidas ao passo em que há a inserção, ao longo do processo de formação inicial desses professores, abordagens teóricas e práticas voltadas à educação inclusiva, preferencialmente por meio de disciplinas específicas.


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  • A presença de alunos com Deficiência Visual (DV) em classes comuns da educação básica é uma demanda cada vez mais frequente. No Brasil, o processo de escolarização dos sujeitos com a DV se torna expressivo nas últimas décadas do século XX, diante da atuação de movimentos sociais em prol dos direitos das Pessoas com Deficiência (PcD) e do surgimento de diversas legislações. Nisso, inicia-se um debate intenso sobre a educação inclusiva, sobretudo diante do aumento no número de matrículas de alunos com DV e outras necessidades educacionais específicas nos últimos anos. Em face desse crescimento, o que por um lado representa um importante marco histórico, por outro revela desafios encontrados pelos próprios educandos e que ainda vem sendo estabelecidos para os professores. No âmbito da educação inclusiva são destacados dois fatores-chave para a efetivação da inclusão: o acesso e a permanência. Como um dos princípios substanciais para a garantia da permanência dos indivíduos com DV no âmbito escolar, tem-se a necessidade de assegurar professores de ensino regular capacitados, conforme disposto no Art. 59 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a LDB. Nesse contexto, emerge a necessidade de atentar-se à formação dos professores, de modo que seja possível analisar como esses profissionais estão sendo preparados para a inclusão escolar e desenvolver, junto a eles, os saberes e práticas fundamentais para a efetivação da educação inclusiva. No que se refere à realidade do educando com DV, é de grande importância que as práticas metodológicas sejam adequadas às suas características resultantes das restrições visuoespaciais, ou seja, considerando os obstáculos encontrados no estabelecimento de relações com o espaço. Em face disso, uma vez que a Geografia possui como foco de estudo o espaço geográfico, grande parte dos seus componentes curriculares da educação básica está pautada no sentido da visão. Sendo assim, quando se considera a presença de alunos com a DV em sala de aula surgem incógnitas em torno da atuação docente e das possibilidades que são (ou deveriam ser) ofertadas para a construção de uma aprendizagem real e significativa para esses sujeitos. Partindo disso, o presente trabalho de qualificação traz resultados parciais da pesquisa de Mestrado, a qual tem como objetivo geral analisar como a inclusão escolar de alunos com DV está presente na formação inicial dos professores de Geografia, bem como trazer contribuições à formação e prática docente através de propostas metodológicas. Para isso, metodologicamente, a pesquisa envolve etapas de levantamento bibliográfico e análise de legislações sobre a educação inclusiva e formação de professores. Além disso, engloba, também, a análise de documentos de universidades públicas brasileiras com o intuito de avaliar a formação inicial de professores de Geografia em alguns cursos de Licenciatura. Por fim, focando no contexto da formação de professores de Geografia pela Universidade Federal de Pernambuco, a pesquisa propõe uma análise a partir da percepção de professores e licenciandos e uma contribuição na formação destes últimos, com a realização de prática em Cartografia Tátil no âmbito de atuação do Estágio Docência na graduação.

Teses
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  • RICLAUDIO SILVA SANTOS
  • DOMÍNIO SEMIÁRIDO DA CAATINGA: UMA PROPOSTA TIPOLÓGICA E REGIONAL ATRAVÉS DA CARTOGRAFIA DE PAISAGEM

  • Orientador : LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JACIMÁRIA FONSECA DE MEDEIROS
  • DANIEL RODRIGUES DE LIRA
  • JOSEFA ELIANE SANTANA DE OLIVEIRA PINTO
  • LARISSA MONTEIRO RAFAEL
  • LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
  • Data: 21/02/2024

  • Mostrar Resumo
  • O conhecimento espacial sobre os ambientes naturais tem sido uma importante ferramenta para entender o funcionamento da superfície terrestre, e dentro desse arcabouço, os mapas são produtos basilares para as geociências. Neste sentido, a presente tese tem como objetivo investigar a paisagem do Semiárido Brasileiro por meio de abordagens integradas, com foco nos componentes biofísicos, a fim de produzir informações cartográficas inéditas para a área de estudo. Dentro da literatura relacionada, examina as principais abordagens de estudo integrado da paisagem e suas características, como as propostas de Viktor Borisovich Sochava, Georges Bertrand e Aziz Ab'Saber, entre outros, que se apresentam dentro do pensamento sistêmico de estudo da natureza, com pressupostos da Teoria Geral dos Sistemas (ou Teoria dos Sistemas Gerais). A pesquisa é apoiada em conceitos como geossistema e domínios morfoclimáticos, entre outros, e metodologias que envolvem o geoprocessamento de informações e a cartografia de paisagens. A análise se baseia na representação dos complexos naturais, considerando seus componentes (litologia, relevo, clima, solos, vegetação, usos antrópicos, entre outros), para fornecer importantes informações sobre as inter-relações entre eles. Entre os resultados obtidos, destacam-se os produtos cartográficos sobre as paisagens estudadas, a identificação e regionalização dos tipos de paisagens, e a descrição detalhada das regiões paisagísticas que formam o Domínio Semiárido da Caatinga, a saber: Litoral Ceará-Piauí; Bacia Potiguar; Depressão Sertaneja Setentrional; Depressão Sertaneja Central; Depressão Sertaneja Oriental; Depressão Contas-Paraguaçu; Casa Nova/Xique-Xique; Médio São Francisco; Araripe; Borborema; Tucano-Jatobá; Chapada Diamantina; Espinhaço; Ibiapaba; Depressão Piauí-Canindé; e Serras das Confusões e Capivara. Por fim, espera-se que este trabalho sirva como auxílio teórico, metodológico e fonte de dados para aqueles que buscam conhecimento sobre as diversidades internas do semiárido brasileiro e o estudo da paisagem.


  • Mostrar Abstract
  • As paisagens do Semiárido Brasileiro já foram estudadas por diversas abordagens e diferentes termos, Ecorregiões, Domínios Morfoclimáticos, Ecossistemas, Unidades Taxonômicas, Geossistemas, entre outros. Entretanto, devido à complexidade das paisagens que formam esta porção à nordeste do território brasileiro, o tema não se esgotou e ainda é atual e pertinente. Os diversos estudos que buscaram investigar as paisagens do semiárido brasileiro, por meios de abordagens biofísicas, são objeto desta pesquisa, que visa a partir dos mesmos elaborar uma proposta de classificação dessas paisagens. Inicialmente buscou-se resgatar as principais abordagens de análise integrada das paisagens naturais, comparando-as e destacando suas singularidades dentro do pensamento sistêmico. Posteriormente foram investigadas as pesquisas aplicadas diretamente no Semiárido Brasileiro, ou em todo Nordeste do Brasil, em uma ampla revisão dos estudos dessas paisagens. O objetivo derradeiro é apresentar uma proposta de classificação das paisagens do semiárido brasileiro, em dois níveis de analise, um menor, a respeito dos tipos de paisagens, e um nível superior que trata das regiões paisagísticas do semiárido brasileiro. São levadas em consideração as informações a respeito da litologia, relevo, substrato, vegetação e uso da terra, a partir de uma abordagem integrada, apoiada na cartografia da paisagem.

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  • TWANE MARIA CORDEIRO XAVIER
  • ARRANJO URBANO-REGIONAL DISPERSO DO POLO DE CONFECÇÕES DO AGRESTE DE PERNAMBUCO

  • Orientador : DORALICE SÁTYRO MAIA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANIERES BARBOSA DA SILVA
  • DENISE DE SOUZA ELIAS
  • DORALICE SÁTYRO MAIA
  • JAN BITOUN
  • LIVIA IZABEL BEZERRA DE MIRANDA
  • Data: 23/02/2024

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  • A problemática desta tese surgiu ao observar a dinâmica econômica provocada pela confecção de roupas no Agreste pernambucano nos últimos 40 anos, a mudança socioespacial da região é perceptível.  A  região  tem  passado  por  transformações  que  vão  além  do  crescimento populacional e da expansão urbana. Onde uma atividade produtiva, que começou de maneira incipiente em Santa Cruz do Capibaribe – PE na década de 1970, difundida para Toritama – PE e Caruaru  –  PE nos anos 1980, alcançou um conjunto de pequenos municípios dispersos no interior de Pernambuco e alguns municípios paraibanos nos últimos anos, dando contorno a um novo processo de regionalização. Para  entender esse processo,  buscou-se  analisar a influência dessa atividade produtiva na reconfiguração urbano-regional dos municípios que fazem parte do Polo de Confecções do Agreste de Pernambuco, com apoio em discussões contemporâneas que trazem  luz  às novas  estruturas espaciais,  ou ainda aparados na definição de processos de dispersão urbana, cidade difusa, urbanização extensiva e arranjo urbano-regional. Assim, esse trabalho teve como objetivos (i) identificar a evolução da mancha urbana e da ocupação do solo dos  municípios  que  compõem  a  região  a  partir  do  período  de  consolidação  da  atividade  de confecção;  (ii)  verificar  e  revelar  as  relações  interescalares  existentes  entre  as  três  cidades principais do Polo de Confecções do Agreste de Pernambuco e os municípios influenciados pela atividade produtiva; (iii) identificar os agentes sociais que atuam na produção do espaço nesse arranjo espacial, e como se dá sua articulação em rede; (iv) apresentar como a atividade de  confecção  conseguiu  se  consolidar  em  uma  região  marcada  pela  pluriatividade  e  pela disponibilidade  de  mão  de  obra,  com  estrutura  agrária  de  pequena  e  média  propriedade  e estrutura urbana formada por muitas pequenas cidades. Para tanto, foi realizada a quantificação das mudanças na cobertura do solo em um intervalo de 40 anos, baseada em classificações do GHSL e do  MapBiomas; foram  realizadas  análises quantitativas  de  dados  socioeconômicos  oriundos das RAIS e o IBGE; além de  atividades em campo  e aplicação de  entrevistas com agentes sociais. Essa abordagem conceitual, associada aos resultados obtidos em cada análise, permitiram  mostrar  a  evolução  da  ocupação  das  cidades  ao  longo  dos  anos,  a  relação  da população com a atividade de confecção, as interações espaciais entre as cidades com apoio dos agentes sociais e,  por fim, a proposta de regionalização composta pelo conjunto de cidades dispersas que tem a atividade de confecção como ponto em comum, identificada como arranjo urbano-regional disperso do Polo de Confecções do Agreste de Pernambuco.


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  • A problemática desta tese surgiu ao observar a dinâmica econômica provocada pela confecção de roupas no Agreste pernambucano nos últimos 40 anos, a mudança socioespacial da região é perceptível.  A  região  tem  passado  por  transformações  que  vão  além  do  crescimento populacional e da expansão urbana. Onde uma atividade produtiva, que começou de maneira incipiente em Santa Cruz do Capibaribe – PE na década de 1970, difundida para Toritama – PE e Caruaru  –  PE nos anos 1980, alcançou um conjunto de pequenos municípios dispersos no interior de Pernambuco e alguns municípios paraibanos nos últimos anos, dando contorno a um novo processo de regionalização. Para  entender esse processo,  buscou-se  analisar a influência dessa atividade produtiva na reconfiguração urbano-regional dos municípios que fazem parte do Polo de Confecções do Agreste de Pernambuco, com apoio em discussões contemporâneas que trazem  luz  às novas  estruturas espaciais,  ou ainda aparados na definição de processos de dispersão urbana, cidade difusa, urbanização extensiva e arranjo urbano-regional. Assim, esse trabalho teve como objetivos (i) identificar a evolução da mancha urbana e da ocupação do solo dos  municípios  que  compõem  a  região  a  partir  do  período  de  consolidação  da  atividade  de confecção;  (ii)  verificar  e  revelar  as  relações  interescalares  existentes  entre  as  três  cidades principais do Polo de Confecções do Agreste de Pernambuco e os municípios influenciados pela atividade produtiva; (iii) identificar os agentes sociais que atuam na produção do espaço nesse arranjo espacial, e como se dá sua articulação em rede; (iv) apresentar como a atividade de  confecção  conseguiu  se  consolidar  em  uma  região  marcada  pela  pluriatividade  e  pela disponibilidade  de  mão  de  obra,  com  estrutura  agrária  de  pequena  e  média  propriedade  e estrutura urbana formada por muitas pequenas cidades. Para tanto, foi realizada a quantificação das mudanças na cobertura do solo em um intervalo de 40 anos, baseada em classificações do GHSL e do  MapBiomas; foram  realizadas  análises quantitativas  de  dados  socioeconômicos  oriundos das RAIS e o IBGE; além de  atividades em campo  e aplicação de  entrevistas com agentes sociais. Essa abordagem conceitual, associada aos resultados obtidos em cada análise, permitiram  mostrar  a  evolução  da  ocupação  das  cidades  ao  longo  dos  anos,  a  relação  da população com a atividade de confecção, as interações espaciais entre as cidades com apoio dos agentes sociais e,  por fim, a proposta de regionalização composta pelo conjunto de cidades dispersas que tem a atividade de confecção como ponto em comum, identificada como arranjo urbano-regional disperso do Polo de Confecções do Agreste de Pernambuco.

2023
Dissertações
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  • VINICIUS FERREIRA LUNA
  • EVENTOS EXTREMOS DE CHUVA E SUSCETIBILIDADE A INUNDAÇÃO EM JUAZEIRO DO NORTE, CEARÁ

  • Orientador : CRISTIANA COUTINHO DUARTE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CRISTIANA COUTINHO DUARTE
  • JULIANA MARIA OLIVEIRA SILVA
  • LUCAS SUASSUNA DE ALBUQUERQUE WANDERLEY
  • Data: 08/02/2023

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  • A presente pesquisa tem como objetivo analisar a climatologia dos eventos extremos de chuva nas escalas anual, mensal e diária em Juazeiro do Norte (CE) e avaliar a suscetibilidade a inundações deflagradas por eventos de chuvas extremas no município.  Os procedimentos metodológicos utilizados  foram: técnica estatística dos quantis, a fim de classificar os anos secos e chuvoso e definir um limiar de chuva para o município, estatística descritiva para os dados mensais e  metodologia dos máximos de  precipitação  elegendo  eventos  por  níveis  de  intensidade,  identificando  assim episódios  máximos diários; analisou-se também cartas sinóticas e imagens de satélite do CPTEC/INPE com o intuito de averiguar o sistema atmosférico atuante durante os eventos.  A investigação dos impactos foi realizada a partir dos dados do S2ID, decretos municipais e a partir da análise de notícias veiculadas a jornais (local, estadual e regional) e blogs, como também foi realizado visitas técnicas de checagem em campo  a  fim de coletar pontos para espacialização desses. Afim de conferir a susceptibilidade a inundação aplicou-se o modelo HAND para Juazeiro do Norte. Constatou-se, portanto, que os anos de 2004 e 2011 foram considerados muito chuvosos e os anos de 1993 e 2012 muito secos para a série histórica analisada; os meses mais chuvosos estão associados a quadra chuvosa da região (janeiro a abril); já para os dados diários foi possível estabelecer três limiares ligados a eventos com chuva em 24 horas:  eventos chuvosos (20,0mm), muito chuvosos (37,0mm) e extremamente chuvosos (62,0mm).  A partir da análise dos impactos foi possível observar a coerência dos limiares levantados e que eles condizem com a realidade de Juazeiro do Norte, bem como, foi realizado a sua espacialização, observando que os maiores registros se concentram nos bairros Lagoa Seca e São José.  Com a aplicação do HAND gerou-se a susceptibilidade a inundação para o município a área de estudo apresentando 5 classes de susceptibilidade (muito alta, alta, média, baixa, e muito baixa), verificando que os bairros que apresentaram alta e muita alta susceptibilidade a inundação estão associados a planície do rio Salgadinho, do riacho das Timbaúbas e do riacho do Touro.  A partir das considerações levantadas foi possível validar a eficiência das técnicas para análise de chuvas em Juazeiro do Norte e a coerência entre os locais com registro de impactos associados as chuvas com as áreas de maior susceptibilidade no município.


  • Mostrar Abstract
  • Um dos grandes problemas enfrentados pelas cidades brasileiras relaciona-se à adaptação aos eventos extremos, sobretudo de ordem pluviométrica e suas consequências. Sendo assim, a presente pesquisa tem por objetivo analisar os impactos da ocorrência de eventos extremos diários de chuva em Juazeiro do Norte, sul do estado do Ceará, diante da configuração do risco a inundação associado a tais eventos. Os procedimentos metodológicos utilizados serão: técnica estatística dos Quantis, de modo a definir os limiares de chuvas para o município e um parâmetro para chuvas intensas, metodologia dos máximos de precipitação definindo os eventos por níveis de intensidade no intuito de identificar episódios máximos diários, e a análise e interpretação de imagens de satélite do CPTEC/INPE para averiguar o sistema atmosférico atuante durante os eventos. Posteriormente, será realizada uma identificação dos impactos associados aos eventos pluviométricos extremos a partir dos registros históricos de notícias veiculadas a jornais (local, estadual e regional), blogs, dados da defesa civil e acervos disponíveis em bibliotecas, como também realizar-se-á visitas técnicas de checagem em campo de modo a registrar e referenciar os lugares afetados para uma espacialização. Para elaboração do mapa de risco a inundação se utilizará o método Processo Analítico Hierárquico (Analytic Hierarchy Process) – AHP, que tem seu desenvolvimento pautado no auxílio da tomada de decisão partir de uma série de fatores que podem ser quantitativos ou qualitativos. Dessa maneira, será possível identificar as áreas com maior ocorrência de impactos dos eventos extremos e se essas estão relacionadas com as áreas de risco a inundação. Com essa associação será possível definir quais as áreas mais críticas quanto ao risco dos efeitos das chuvas extremas.

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  • DHAYANNA CHRYSTIAN SILVA DE FRANCA
  • AS INSERÇÕES TECNOLÓGICAS NO ENSINO DA REDE MUNICIPAL DO RECIFE-PE

  • Orientador : FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA BEATRIZ GOMES PIMENTA DE CARVALHO
  • FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
  • LUCAS ANTONIO VIANA BOTELHO
  • Data: 27/02/2023

  • Mostrar Resumo
  • O presente trabalho tem como centralidade estudar a inserção das tecnologias no ensino na cidade do Recife, entendendo como os programas e as políticas públicas ligada a tecnologia tem influenciado no ensino e na formação docente de geografia na rede  municipal. A pesquisa partiu dos seguintes questionamentos: Quais as contribuições e problemáticas que as tecnologias digitais podem apresentar na prática docente e no ensino da geografia escolar? Como as escolas se inserem nesse sistema tecnológico no período de 2010-2022? Tendo em mente a complexidade do debate sobre tecnologias digitais como ferramenta pedagógica, traçamos um percurso que partiu de levantamento dos dados do PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) junto ao IBGE (2016-2020),  para  compreender  qual  cenário tecnológico  e  educacional  tínhamos  em  uma  escala  selecionada,  para  assim  chegar  nas políticas públicas nacionais e por conseguinte nos programas municipais que se configuram como o palco principal do nosso levantamento. Mediante a isto, a pesquisa é qualitativa, por buscar compreender além dos números tendo uma interpretação da realidade mais fidedigna, buscando aproximação  com os professores da rede municipal e  escutando  os sujeitos da ação,  além  de  analisar  as  bases  dos  programas  que  estão  em  curso.  Buscando  assim compreender  como os professores estão utilizando as tecnologias digitais para construção do conhecimento da geografia escolar e seus efeitos na prática escolar  docente  através dos programas Escola do  Futuro e Educa-Recife, instituídos por meio das políticas  públicas. Perante isso o panorama construído desvela as fragilidades e coloca em pauta se coexistem contribuições e transformações na prática docente e no processo de ensino e aprendizagem.


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  • O presente trabalho tem como centralidade estudar a inserção das tecnologias no ensino na cidade do Recife, entendendo como os programas e as políticas públicas ligada a tecnologia tem influenciado no ensino e na formação docente de geografia na rede municipal. A pesquisa partiu dos seguintes questionamentos: Quais as contribuições e problemáticas que as tecnologias digitais podem apresentar na prática docente e no ensino da geografia escolar? Como as escolas se inserem nesse sistema tecnológico? Tendo em mente a complexidade do debate sobre tecnologias digitais como ferramenta pedagógica, traçamos um percurso que partiu de levantamento dos dados do PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) junto ao IBGE, para compreender qual cenário tecnológico e educacional tínhamos em uma escala selecionada, para assim chegar nas políticas públicas nacionais e por conseguinte nos programas municipais que se configuram como o palco principal do nosso levantamento. Mediante a isto, a pesquisa é qualitativa, por buscar compreender além dos números tendo uma interpretação da realidade mais fidedigna, buscando aproximação com os professores da rede municipal e dando voz aos sujeitos da ação, além de analisar as bases dos programas que estão em curso. Buscando assim compreender como os professores estão utilizando as tecnologias digitais para construção do conhecimento da geografia escolar e seus efeitos na prática docente através dos programas Escola do futuro e Educa-Recife. Perante isso o panorama construído desvela as fragilidades e coloca em pauta se coexistem contribuições e transformações na prática docente e no processo de ensino e aprendizagem.

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  • JEOVANE DA SILVEIRA FIDELIS QUERINO
  • A ESTETIZAÇÃO DAS PAISAGENS NO INSTAGRAM: CONSTRUÇÃO DISCURSIVA E APROPRIAÇÃO SIMBÓLICA DA PRAIA DOS CARNEIROS E DE GUADALUPE (PE)

  • Orientador : CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • DAVID TAVARES BARBOSA
  • PRISCILA BATISTA VASCONCELOS
  • Data: 27/02/2023

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  • O Instagram é um aplicativo de compartilhamento de fotos, vídeos e imagens, que vem se tornando bastante utilizado pelos seus usuários, desde sua origem em 2010. Este Trabalho analisa a relação entre as virtualidades contidas nas imagens inseridas no Instagram e as suas geograficidades, visando compreender as representações  paisagísticas  e  as  concepções psicopolíticas e simbólicas dadas por elas a partir das fotos exibidas no aplicativo, que se tornam imagens, que retratam a Praia dos Carneiros e de Guadalupe (PE). Desta forma, utilizou-se para fins metodológicos: o conceito de paisagem segundo Denis Cosgrove e da análise do poder simbólico  segundo  Bourdieu.  Consequentemente, foram analisados  os discursos  fotográficos  e  a  apropriação  simbólica  que  as  fotos  exercem,  desvelando  as representações fotográficas e a estetização das paisagens feitas pelos usuários do Instagram que representem Turismo, Mercadorias, Corpos, Drones, Fotografias de Paisagens, Disputas Narrativas entre usuários, Patrimônios e as implicações psicopolíticas e algorítmicas disso. Com isso, mostra-se a importância da articulação de conceito geográfico de paisagem para explicar a relação entre o instagramável e o geográfico, bem como o poder simbólico na visibilidade  das  postagens  do  Instagram,  promovendo  um  estudo  de  uma  Geografia instagramável sobre a Praia dos Carneiros e de Guadalupe (PE).


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  • O Instagram é um aplicativo de compartilhamento de fotos, vídeos e imagens, que vem se tornando bastante utilizado pelos seus usuários, desde sua origem em 2010. Este Trabalho analisa a relação entre as Virtualidades contidas nas imagens inseridas no Instagram e as suas Geograficidades, visando compreender as representações paisagísticas e as concepções psicopolíticas e simbólicas dadas por elas a partir das fotos exibidas no Instagram, que se tornam imagens, que retratam a Praia dos Carneiros e de Guadalupe (PE). Desta forma, utilizou-se para fins metodológicos: o Conceito de Paisagem segundo Denis Cosgrove e da Análise do Poder Simbólico segundo Bourdieu. Consequentemente, foram analisados os discursos fotográficos e a apropriação simbólica que as fotos exercem, desvelando as representações fotográficas e a estetização das paisagens feitas pelos usuários do Instagram e as implicações psicopolíticas e algoritmicas disso. Com isso, mostra-se a importância da articulação de conceito geográfico de Paisagem para explicar a relação entre o Instagramável e o Geográfico, bem como o poder simbólico na visibilidade das postagens do Instagram, promovendo um estudo de uma Geografia Instagramável sobre a Praia dos Carneiros e de Guadalupe (PE).

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  • MATHEUS RIVAIL ALVES DE ARAÚJO PEREIRA
  • PROFESSORES DE GEOGRAFIA CONECTADOS? INTERSEÇÕES ENTRE FORMAÇÕES E VIVÊNCIAS

  • Orientador : FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
  • MARIA AUXILIADORA SOARES PADILHA
  • LUCAS ANTONIO VIANA BOTELHO
  • Data: 28/02/2023

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  • O estudo em questão reflete sobre as vivências dos professores e a construção de suas relações com as tecnologias digitais.  Neste sentido, enquanto questionamento  central  busca-se responder: como as trajetórias formativas dos professores de geografia em Pernambuco são transformadas pelas relações com as tecnologias digitais?  Para isso,  foram realizadas análises sobre  as trajetórias formativas dos professores, em específico sobre o período de atuação do programa do Estado de Pernambuco “Professor Conectado” nas realidades desses profissionais. Dessa forma, apresenta-se como objetivo principal do estudo investigar os significados atribuídos pelos  professores  de Geografia de Pernambuco quanto ao uso das tecnologias digitais em suas trajetórias formativas. Nesse sentido, enquanto caminhos metodológicos, foram realizados o levantamento documental para fundamentação teórica do estudo, trabalho de campo e entrevistas semiestruturadas para elucidar os questionamentos mediante a falta de transparência dos dados. Os dados advindos dos instrumentos de coleta foram  analisados conforme a  Análise de Conteúdos revelando que por meio da investigação das trajetórias formativas é possível atingir pontos sensíveis para a formação de professores as tecnologias digitais que estão interligados a questões socioeconômicas e socioemocionais pertencentes aos seus passados, mas que chegam até a sala de aula.


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  • A presente pesquisa traz como primeira reflexão em seu título a necessidade de conectar o mundo virtual ao mundo real, de maneira que possamos repensar como as múltiplas realidades se relacionam com o mundo digital e como a escola pública se apropria das TDIC visando uma formação para o exercício da cidadania. O estudo em questão reflete sobre a necessidade de entender a inclusão digital enquanto um movimento educacional e não apenas uma fornecedora de equipamentos tecnológicos como foi vislumbrada nas últimas três décadas. Neste sentido, enquanto questionamento central busca-se responder: como incluir digitalmente os professores de geografia, de modo que a sua prática docente seja significativa para eles e para os estudantes? Sendo assim, mediante a investigação sobre o programa do Estado de Pernambuco “Professor Conectado”, apresenta-se como objetivo principal do estudo compreender as influências e potencialidades da inclusão digital na vivência dos professores de geografia das escolas estaduais de Recife. Para isso, enquanto caminhos metodológicos, foram realizados a revisão de literatura e o levantamento documental para fundamentação teórica do estudo e , em seguida, serão realizadas as entrevistas semiestruturadas e a aplicação da Oficina GeoApps. Os dados advindos dos instrumentos de coleta serão analisados conforme a Análise de Conteúdos e busca-se explorar os dois caminhos percorridos pela inclusão digital entre idealização e prática, em que justamente a prática corrobora para a manutenção de desigualdades sociais tendo como meio de propagação os projetos governamentais.

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  • FELIPE RIBEIRO GONZAGA MARANGONI
  • MAPEAMENTO SISTEMÁTICO E PARTICIPATIVO DE ÁREAS DE RISCO A ESCORREGAMENTOS: UMA ANÁLISE COMPARATIVA

  • Orientador : FABRIZIO DE LUIZ ROSITO LISTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDREA FLAVIA TENORIO CARNEIRO
  • DÉBORAH DE OLIVEIRA
  • FABRIZIO DE LUIZ ROSITO LISTO
  • Data: 28/02/2023

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  • No ano de 2019, o município de Abreu e Lima, localizado ao norte da Região Metropolitana do Recife (PE), foi atingido por escorregamentos desastrosos, com  vítimas  fatais  e  perdas  socioeconômicas,  especialmente,  nos  bairros Caetés I e II. Assim, o objetivo principal dessa dissertação foi comparar os graus de riscos a escorregamentos a partir da abordagem sistemática de mapeamento de áreas de risco e da abordagem participativa nos bairros de Caetés I e Caetés II, Abreu e Lima, Região Metropolitana do Recife (PE).  Para a realização dos mapeamentos foram definidos 24  setores  de  risco  utilizando  a  escala  de zoneamento.  O mapeamento sistêmico foi  efetuado  a  partir  da  metodologia proposta  pelo Ministério das Cidades  e Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo  (2007),  na qual  os graus  de risco  foram classificados  em R1 – Risco baixo, R2 – Risco médio, R3 – Risco alto e R4 – Risco muito alto. Para o mapeamento participativo  foi utilizada  a  metodologia  desenvolvida por Pereira  et  al.,  (2019),  cujos  protagonistas  do  mapa  final  foram  os  próprios moradores  das  áreas  de  risco,  ao  classificarem  o  risco  baseado  em  suas vivências, memórias e percepção  social  do risco. Por fim, após o processo de mapeamento  e  os  produtos  finais  de  ambos  os  métodos,  foram  realizados  a comparação dos mapas,  suas  vantagens e limitações,  suas  contribuições  para os  bairros  aplicados,  bem  como  a  percepção  de  risco  pelos  moradores.  Os resultados para o mapeamento sistemático foram 5 setores R1, 8 setores R2, 6 setores R3 e 5 setores R4. Para o participativo, 15 setores R1 e 9 setores R2. A contribuição de ambas as técnicas de mapeamento fortalecem as tomadas de decisões na gestão de risco.  Por fim, é possível concluir que a experiência dos profissionais  no  mapeamento  sistemático  e  a  vivência  na  área  de  risco  dos moradores  no  mapeamento  participativo,  associados,  possibilitam  maior acurácia  na  gestão  de  risco  de  desastres  e  provável  mitigação  do  risco  de escorregamentos.


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  • No ano de 2019, o município de Abreu e Lima, localizado ao norte da Região Metropolitana do Recife (PE), foi atingido por eventos de escorregamentos desastrosos, com vítimas fatais e perdas socioeconômicas, especialmente, nos bairros Caetés I e II. Assim, o objetivo principal dessa dissertação é comparar os graus de riscos a escorregamentos a partir da abordagem técnica e participativa nos bairros de Caetés I e Caetés II, Abreu e Lima, Região Metropolitana do Recife (PE) e a posteriori comparação dos frutos de abordagens distintas. Para isso, os objetivos específicos são (1) setorizar as áreas de risco, (2) realizar a percepção social de risco com a comunidade e (3) definir a melhor abordagem de mapeamento (técnica ou participativa). Para a realização do mapeamento foram definidos 24 setores a partir da escala de zoneamento, o mapeamento de técnico de área de risco será efetuado com a ficha de mapeamento de risco desenvolvida pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo e Ministério das Cidades (2007), sendo possível definir o grau de risco em R1 – Risco baixo, R2 – Risco médio, R3 –Risco alto e R4 – Risco muito alto. Para o mapeamento de risco participativo, será utilizada a ficha de mapeamento participativo de área de risco desenvolvida por Pereira et al., (2019) com base na ficha de mapeamento técnico de áreas de risco, porém os agentes mapeadores serão os habitantes das áreas de risco que definirão o risco com o mesmo grau técnico baseado em suas vivências, memórias e percepção do risco. Por fim, após o processo de mapeamento e o produto dos dois métodos prontos, será realizada a comparação de qual método se torna mais eficaz para a realidade dos bairros de Caetés I e II, em Abreu e Lima – PE.

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  • LEONARDO ALVES LEITE DOS SANTOS
  • REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA E CIRCUITOS DA ECONOMIA URBANA: ANÁLISE DA CIDADE DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO (PE)

  • Orientador : RODRIGO DUTRA GOMES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BERTRAND ROGER GUILLAUME COZIC
  • RODRIGO DUTRA GOMES
  • TALITHA LUCENA DE VASCONCELOS
  • Data: 28/02/2023

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  • O processo de reestruturação produtiva das atividades industriais é um dos fenômenos mais significativos da  globalização do capitalismo ao longo da segunda metade do século XX e prolongado até os presentes dias.  Esse processo de migração industrial é um dos grandes fatores que impulsionaram a urbanização dispersa e a ampliação da importância das cidades médias e intermediárias na configuração das redes urbanas e no  rearranjo  da  divisão  territorial  do  trabalho para regiões  de  desempenho econômico menos dinâmicos. No Brasil sendo as Regiões Sul e  Nordeste as principais beneficiadas  por  este  processo.  Estas  cidades  médias  interioranas  à  medida  que concentraram agentes industriais formaram  estruturas  produtivas de aglomeração relativa em seus territórios e passaram a realizar novas dinâmicas inter e intraurbanas  nas suas organizações  econômicas, laborais e de consumo. Nesta pesquisa buscou-se  analisar como esse processo  de reestruturação  se deu e  dinamizou, quali-quantitativamente,  os agentes e as estruturas dos setores produtivos da economia urbana da cidade média de Vitória de Santo Antão, capital sub-regional do centro da Zona da Mata de Pernambuco. Neste  objetivo, de estudo de caso, tomou-se  da dialética  da  teoria  dos  circuitos  da economia  urbana de Milton Santos junto  aos  estudos  contemporâneos do desenvolvimentismo  econômico  e  industrial  brasileiro  e  da  geografia  urbana  e econômica,  especialmente  tratando-se  das  cidades  médias.  Com  isso,  para  além  de extensa pesquisa bibliográfica quanto aos conceitos e elementos centrais que delimitam a problemática, realizou-se  pesquisa de dados secundários em órgãos oficiais do Estado (IBGE,  SIDRA,  RAIS,  DataSebrae, etc.) sobre o panorama  evolutivo  recente  da economia, dos  setores  e  atividades  produtivas  e  das formas de trabalho na cidade de Vitória de Santo Antão e na coleta de imagens da disposição desses agentes e estruturas na (re)produção do espaço urbano da cidade. Conclui-se que, durante as  duas últimas décadas, Vitória de Santo Antão tornou-se uma significativa cidade de atração industrial, consolidando-se como uma centralidade relativamente crescente deste setor até meados de 2015,  quando dá-se início a crise político-econômica que eclodiu. Essa ampliação da centralidade urbano-econômica  do  município  atraiu  e  fomentou  a  diversificação  de comércios e serviços de maiores amplitudes  ou com grau mais elevado de especialização, característicos do circuito superior e superior marginal da economia. Mas,  no entanto,  a grande concentração de empregos formais permanece ainda em setores e atividades  de baixa geração de rendas  no comércio varejista e serviços básicos, sendo a formalização via  abertura  de  cadastro  de  MEI  uma  alternativa  em  ascensão para  informais  e desempregados  na  dinâmica  recente  do  trabalho  e  dos  micro  e  pequenos  negócios  do circuito inferior da economia da cidade.


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  • O processo de reestruturação produtiva das atividades industriais é um dos fenômenos mais significativos da globalização do capitalismo ao longo da segunda metade do século XX e prolongado até os presentes dias. Esse processo de migração industrial é um dos grandes fatores que impulsionaram a urbanização dispersa e a ampliação da importância das cidades médias e intermediárias na configuração das redes urbanas e no rearranjo da divisão territorial do trabalho para regiões de desempenho econômico menos dinâmicos. No Brasil sendo as Regiões Sul e Nordeste as principais beneficiadas por este processo. Estas cidades médias interioranas à medida que concentraram agentes industriais formaram estruturas produtivas de aglomeração relativa em seus territórios e passaram a realizar novas dinâmicas inter e intraurbanas nas suas organizações econômicas, laborais e de consumo. Nesta pesquisa buscou-se analisar como esse processo de reestruturação se deu e dinamizou, quali-quantitativamente, os agentes e as estruturas dos setores produtivos da economia urbana da cidade média de Vitória de Santo Antão, capital sub-regional do centro da Zona da Mata de Pernambuco. Neste objetivo, de estudo de caso, tomou-se da dialética da teoria dos circuitos da economia urbana de Milton Santos junto aos estudos contemporâneos do desenvolvimentismo econômico e industrial brasileiro e da geografia urbana e econômica, especialmente tratando-se das cidades médias. Com isso, para além de extensa pesquisa bibliográfica quanto aos conceitos e elementos centrais que delimitam a problemática, realizou-se pesquisa de dados secundários em órgãos oficiais do Estado (IBGE, SIDRA, RAIS, DataSebrae, etc.) sobre o panorama evolutivo recente da economia, dos setores e atividades produtivas e das formas de trabalho na cidade de Vitória de Santo Antão e na coleta de imagens da disposição desses agentes e estruturas na (re)produção do espaço urbano da cidade. Conclui-se que, durante as duas últimas décadas, Vitória de Santo Antão tornou-se uma significativa cidade de atração industrial, consolidando-se como uma centralidade relativamente crescente deste setor até meados de 2015, quando dá-se início a crise político-econômica que eclodiu. Essa ampliação da centralidade urbano-econômica do município atraiu e fomentou a diversificação de comércios e serviços de maiores amplitudes ou com grau mais elevado de especialização, característicos do circuito superior e superior marginal da economia. Mas, no entanto, a grande concentração de empregos formais permanece ainda em setores e atividades de baixa geração de rendas no comércio varejista e serviços básicos, sendo a formalização via abertura de cadastro de MEI uma alternativa em ascensão para informais e desempregados na dinâmica recente do trabalho e dos micro e pequenos negócios do circuito inferior da economia da cidade.

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  • TAMARA CARLA GONCALVES BEZERRA
  • CARTOGRAFIAS DE SI: ITINERÁRIOS PERFORMÁTICOS PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE GEOGRAFIA

  • Orientador : FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
  • JADER JANER MOREIRA LOPES
  • MATEUS FERREIRA SANTOS
  • Data: 01/03/2023

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  • Diante o enviesamento das práticas pedagógicas em Cartografia a uma racionalidade técnica, distancia-se o reconhecimento dos saberes experienciais para  o  desenvolvimento  de  uma consciência crítica e  coletiva  durante  a  formação  de  professores  de  Geografia.  Nenhuma prática  se  constitui  enquanto  isenta  de  intencionalidade,  racionalidade  e  humanidade,  isto porque os processos que entrelaçaram e entrelaçam a sua configuração (sempre constante) são mediatizados por pessoas e lugares, e ninguém se faz alheio a isto. Este trabalho não reúne esforços  a  fim  de  envilecer  os  conhecimentos  cartográficos  e  os  aspectos  pedagógicos construídos até então  -  é necessário pontuar a importância que tiveram para a sistematização do pensamento geográfico e entendimento da  sociedade  enquanto  unidade.  Destarte,  quero pedir  licença  para  apresentar  um  outro  ponto  de  vista:  incentivar  cartografias  plurais  por enxergar  o  sujeito  da  ação  enquanto  protagonista  de  seu  próprio  processo  formativo,  em concordância à ideia de que uma formação sem reflexão relega o professor (e sua identidade docente)  ao  não  reconhecimento  de  sua  potencialidade  didática  e  ao  reprodutivismo  que assola  o  cotidiano  escolar.  É  neste  sentido  que  as  Cartografias  de  Si  vêm  desmistificar  a predisposição  que  a  formação  de  professores  de  Geografia  tem  seguido.  Cartografar  a  si mesmo  é  um  constante  movimento  de  revisitar  experiências  cotidianas  que  transformam  o sujeito  a  partir  do  ato  reflexivo.  Ninguém  cartografia  a  si  uma  única  vez,  pois  ninguém  é inato, bem como há transformação nos espaços em que  as pessoas se inserem socialmente, há uma  rede  de  influências  que  retroalimentam  essa  transformação  entre  o  eu  e  o  outro  no espaço. Quero dizer que as práticas sociais cotidianas  -  e também as pedagógicas  -  carregam consigo potencialidades que se circunscrevem além do que estamos acostumados a enxergar, relegamos  a  ciência  a  um  plano inatingível,  quando  na  verdade  esta  própria  só  se  constitui mediante práticas sociais. Em razão do supracitado, este percurso  investigativo adota como questão  central:  como  as  Cartografias  de  Si  potencializam  um  movimento  autorreflexivo diante o processo formativo de licenciandos do curso de Licenciatura em Geografia? A fim de alcançar ao objetivo primordial de compreender como as Cartografias  de Si constituem um movimento translacional  necessário para a construção de experiências  outras na formação de professores  de  Geografia.  Em busca  de  itinerários  que  levem  ao  movimento  reflexivo  de repensar  outras  práticas,  fora  adotada  como  abordagem  basilar  ao  desenvolvimento  desta pesquisa a abordagem qualitativa, paralela à Pesquisa Formação  bem discutida por Barreiro (2009). Alçando olhares à complexidade do referencial teórico-metodológico que deu margem - e forças - a esta escrita, os contundentes resultados que aqui estão sendo evidenciados - e aos que ainda serão, com a realização da oficina proposta - foram sistematizados mediante a óbice da Análise do Conteúdo, proposta por Bardín (2011). Face ao corte-costura dos apontamentos possibilitados  por  esta  investigação,  aponta-se  a  necessidade  de  enxergar  a  formação  de professores  como  um  espaço-tempo  de  acolhimento  aos  sujeitos  e  suas  inquietações  e expectativas acerca  da docência; é necessário enxergar a formação sob a perspectiva de um saber-linguagem que cartografa social, cultural e politicamente subjetividades docentes.


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  • Diante o enviesamento das práticas pedagógicas em Cartografia a uma racionalidade técnica, distancia-se o reconhecimento dos saberes experienciais para o desenvolvimento de uma consciência crítica e coletiva durante a formação de professores de Geografia. Nenhuma prática se constitui enquanto isenta de intencionalidade, racionalidade e humanidade, isto porque os processos que entrelaçaram e entrelaçam a sua configuração (sempre constante) são mediatizados por pessoas e lugares, e ninguém se faz alheio a isto. Este trabalho não reúne esforços a fim de envilecer os conhecimentos cartográficos e os aspectos pedagógicos construídos até então - é necessário pontuar a importância que tiveram para a sistematização do pensamento geográfico e entendimento da sociedade enquanto unidade. Destarte, quero pedir licença para apresentar um outro ponto de vista: incentivar cartografias plurais por enxergar o sujeito da ação enquanto protagonista de seu próprio processo formativo, em concordância à ideia de que uma formação sem reflexão relega o professor (e sua identidade docente) ao não reconhecimento de sua potencialidade didática e ao reprodutivismo que assola o cotidiano escolar. É neste sentido que as Cartografias de Si vêm desmistificar a predisposição que a formação de professores de Geografia tem seguido. Cartografar a si mesmo é um constante movimento de revisitar experiências cotidianas que transformam o sujeito a partir do ato reflexivo. Ninguém cartografia a si uma única vez, pois ninguém é inato, bem como há transformação nos espaços em que as pessoas se inserem socialmente, há uma rede de influências que retroalimentam essa transformação entre o eu e o outro no espaço. Quero dizer que as práticas sociais cotidianas - e também as pedagógicas - carregam consigo potencialidades que se circunscrevem além do que estamos acostumados a enxergar, relegamos a ciência a um plano inatingível, quando na verdade esta própria só se constitui mediante práticas sociais. Em razão do supracitado, este percurso investigativo adota como questão central: como as Cartografias de Si potencializam um movimento autorreflexivo diante o processo formativo de licenciandos do curso de Licenciatura em Geografia? A fim de alcançar ao objetivo primordial de compreender como as Cartografias de Si constituem um saber-linguagem necessário para a construção de experiências outras na formação de professores de Geografia. Em busca de itinerários que levem ao movimento reflexivo de repensar outras práticas, fora adotada como abordagem basilar ao desenvolvimento desta pesquisa a abordagem qualitativa, paralela à Pesquisa Formação bem discutida por Barreiro(2009). Alçando olhares à complexidade do referencial teórico-metodológico que deu margem -e forças - a esta escrita, os contundentes resultados que aqui estão sendo evidenciados - e aos que ainda serão, com a realização da oficina proposta - foram sistematizados mediante a óbice da Análise do Conteúdo, proposta por Bardín (2011). Face ao corte-costura dos apontamentos possibilitados por esta investigação, aponta-se a necessidade de enxergar a formação de professores como um espaço-tempo de acolhimento aos sujeitos e suas inquietações e expectativas acerca da docência; é necessário enxergar a formação sob a perspectiva de um saber-linguagem que cartografa social, cultural e politicamente subjetividades docentes.

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  • EVERTON ESTEVAO DE MELO
  • AGROECOLOGIA E USO DO TERRITÓRIO: ORGANIZAÇÃO SOCIAL E SALVAGUARDA DA AGROBIODIVERSIDADE COMO ESTRATÉGIAS CAMPONESAS ANTE O PROJETO DE DESENVOLVIMENTO NO MUNICÍPIO DE PAULISTA/PE

  • Orientador : MONICA COX DE BRITTO PEREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CAMILA DUTRA DOS SANTOS
  • MONICA COX DE BRITTO PEREIRA
  • NILO AMERICO RODRIGUES LIMA DE ALMEIDA
  • Data: 28/04/2023

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  • Apresentamos no trabalho em tela uma análise geográfica acerca das dinâmicas territoriais contemporâneas do município de Paulista/PE, a partir da reflexão sobre as contradições e contraposições entre o uso corporativo e os usos não hegemônicos do território, bem como a oposição entre racionalidade hegemônica e contra-racionalidades que presidem tais perspectivas no âmbito das relações cidade-campo. Busca-se evidenciar, por um lado, as implicações espaciais decorrentes do projeto de desenvolvimento ancorado na urbanização corporativa e, por outro, o território usado, praticado e experienciado pela população camponesa. Nesse sentido, analisamos a forma como vem se dando o desenvolvimento e seus desdobramentos para a população e para o território e apontamos a organização social, os saberes e práticas agroecológicas como importantes estratégias gestadas pelos camponeses com a finalidade de dar continuidade às suas experiências. A dissertação se apoiou em uma abordagem qualitativa e na pesquisa documental, no trabalho de campo, na escuta e na comunicação por meio da observação participante e de entrevistas abertas com os camponeses. Os resultados da pesquisa evidenciam tensões, conflitos e disputas pelos usos do território na contemporaneidade, animada pela presença das ações hegemônicas de um lado; e a vida de relações na dimensão horizontal do cotidiano regido por diversas e diferentes racionalidades, de outro.


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  • Apresentamos no trabalho em tela uma análise sobre as dinâmicas territoriais contemporâneas do município de Paulista/PE a partir da reflexão sobre as contradições e contraposições entre o usocorporativo e os usos sociais do
    território, bem como a oposição entre racionalidade hegemônica e contra-racionalidades que presidem tais perspectivas no âmbito das relações campo-cidade. Busca-se evidenciar, por um lado, as implicações espaciais decorrentes do projeto de desenvolvimento ancorado em um modelo de urbanização corporativa no município pesquisado e, por outro, o território usado, praticado e experienciado pelos camponeses. Nesse sentido, analisamos a forma como vem se dando a urbanização do território e apontamos a organização social, os saberes e práticas agroecológicas como importantes estratégias gestadas pela população camponesa com a finalidade de permanecer utilizando o território e conservando a agrobiodiversidade da região. Nessa perspectiva, o objetivo desta pesquisa é compreender os diversos usos do território, as estratégias utilizadas pelos camponeses e as implicações espaciais decorrentes da difusão do meio técnico-científico-informacional. Para tanto, busca-se elucidar tal problemática através da centralidade do método geográfico como fio condutor da análise social. A dissertação vem se apoiando em uma abordagem qualitativa e na pesquisa documental, no trabalho de campo, na escuta e na comunicação por meio da observação participante e de entrevistas abertas com os camponeses.

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  • MARIA GABRIELA PEIXOTO ALVES SANTOS
  • O CONHECIMENTO TRADICIONAL NA GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS: Etnogeomorfologia fluvial da comunidade rural de Mata Redonda, Triunfo – PE

  • Orientador : OSVALDO GIRAO DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
  • OSVALDO GIRAO DA SILVA
  • SIMONE CARDOSO RIBEIRO
  • Data: 10/05/2023

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  • Com a crescente ocupação desordenada dos espaços, processos naturais da dinâmica das paisagens podem ser acelerados ou retardados pela influência antrópica. Trazendo como exemplo os recursos hídricos, estes vêm sendo utilizados muitas vezes sem compreensão de sua finitude, além de sofrerem diversos impactos que comprometem sua qualidade, desequilibrando processos naturais na dinâmica intermitente dos corpos d’água. Nesta conjuntura, em diversas situações, a água encontra-se com pouco volume, inapropriada para o consumo humano, ou até mesmo sem haver uma distribuição adequada da mesma, levando a situações de escassez hídrica. A partir da geomorfologia, ciência que compreende a terra e suas paisagens, é possível levantar inúmeras possibilidades de soluções ou mitigações dos impactos negativos das ações antrópicas na relação com a água. Além disso, analisando sociedade e natureza como partes integrantes do ambiente, é importante levar em conta a percepção individual quanto a geomorfologia, um conhecimento que é construído a partir da geograficidade das populações. Com isso, o presente trabalho tem como objetivo “Compreender, a partir da relação da população com a água, a existência de etnoconhecimento geomorfológico fluvial na Comunidade Rural de Mata Redonda, Triunfo – PE.” Esta área, a Comunidade Rural de Mata Redonda foi escolhida pois, além de representar uma porção do semiárido nordestino, da vida dos sertanejos, demostra uma realidade da vivência com as águas em brejos de altitude, e de como comunidades, populações, podem se desenvolver em prol dos recursos hídricos. Para alcançar o objetivo proposto, o presente estudo teve metodologia baseada na abordagem fenomenológica, realizando atividades de revisão bibliográfica e atividade de campo, com o enfoque de produzir mapas e realizar entrevistas com a população da área estudada. A partir desta metodologia, foi possível observar o etnoconhecimento da população da Comunidade Rural de Mata Redonda em relação à geomorfologia fluvial, como a percepção das dinâmicas da paisagem está presente no dia a dia da população, e quais atividades, mudanças nas paisagens esta comunidade promove. Buscando fomentar a discussão entre as atitudes, sentimentos, e práticas que os indivíduos possuem ou podem vir a possuir na relação sociedade-água.


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  • As etnociências, como a etnogeomorfologia, são cada vez mais usadas para melhor compreender a relação sociedade-natureza e como torná-la mais sustentável em frente aos diversos impactos causados pela influência antrópica no ambiente. A etnogeomorfologia fluvial, o conhecimento tradicional acerca das formas e processos fluviais, além de auxiliar a melhor compreender a geomorfologia da área estudada, pode promover a construção de uma gestão integrada das águas, dos recursos hídricos. Dessa forma, o objetivo da pesquisa é: Compreender como o conhecimento da comunidade rural de Mata Redonda, Triunfo – PE, acerca da geomorfologia fluvial local contribui na relação da população com os recursos hídricos. A comunidade de Mata Redonda, uma comunidade rural localizada em um brejo de altitude no semiárido nordestino, foi escolhida por se tratar de uma população que utiliza a água de poços e do fluxo superficial dos canais em seu dia-a-dia, logo possui uma geograficidade construída a partir da relação dos indivíduos com a água. Para atingir o objetivo proposto, inicialmente serão realizadas atividades de revisão bibliográfica, posteriormente, serão realizadas atividades de campo que englobarão entrevistas semiestruturadas com registros por gravações e anotações, com indivíduos da Comunidade Rural de Mata Redonda, além de levantamento das características geomorfológicas dos corpos hídricos presentes na comunidade. A partir desta metodologia espera-se construir o estilo fluvial dos canais presentes na comunidade estudada, além de compreender a percepção e estratégias da população para a concepção de uma relação sustentável entre a comunidade e os recursos hídricos.

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  • RENATA LARISSA ALVES SOARES DA SILVA
  • SENTIDOS DE QUILOMBO A PARTIR DE MULHERES INTELECTUAIS DE CONCEIÇÃO DAS CRIOULAS-PE

  • Orientador : ANA CAROLINA GONCALVES LEITE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CAROLINA GONCALVES LEITE
  • DAVID TAVARES BARBOSA
  • VÂNIA FIALHO
  • Data: 28/07/2023

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  • O presente trabalho tem como foco estudar os sentidos de quilombo para as de mulheres da Comunidade Quilombola de Conceição das Crioulas, situada no II distrito de Salgueiro, sertão central Pernambucano. E propõe fazê-lo indo além do imaginário territorial estrito de quilombo, fazendo uma ligação da questão educacional da comunidade, com o gênero e a questão étnica, estudando assim os territórios de e a partir da inserção dessas mulheres e o povo negro. Tendo em mente suas relações e articulações, observamos que pode elaborar um território-rede que alarga o território demarcado para reprodução do grupo, criando significados contemporâneos para a própria categoria de quilombo. Buscando assim o sentido de quilombo através de vivências e experiências geracionais atravessando as mulheres e o histórico de luta e resistência presente na comunidade. Como produtos, vislumbramos, além das análises, trazer o significado de alguns conceitos acadêmicos vividos por essas mulheres, pensando em seus direitos e legitimação de seus territórios não enquanto propriedade e sim enquanto espaço de vida, buscando discutir questões diretamente ligadas à estruturação do Brasil racista e sexista que nega e inviabiliza os povos tradicionais e os seus saberes, sobretudo das mulheres negras.


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  • O presente trabalho tem como foco estudar a trajetória de mulheres negras da Comunidade Quilombola de Conceição das Crioulas, situada no II distrito de Salgueiro, sertão central Pernambucano. Indo além do imaginário de quilombo, fazendo uma ligação da questão educacional da comunidade, com o gênero e a questão étnica, estudando assim os territórios de inserção dessas mulheres. Tendo em mente suas relações e articulações que podem ou não elaborar um território-rede que alarga o território demarcado para reprodução do grupo, criando significados contemporâneos para a própria categoria de quilombo. Buscando assim o sentido de quilombo através de vivências e experiências geracionais atravessando as mulheres e o histórico de luta e resistência presente na comunidade. Como produtos, vislumbramos, além das análises, a compilação das trajetórias dessas mulheres, pensando em seus direitos e legitimação de seus territórios não enquanto propriedade e sim enquanto espaço de vida, buscando discutir questões diretamente ligadas à estruturação do Brasil racista e sexista que nega e inviabiliza os povos tradicionais e os seus saberes.

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  • BRUNO VIEIRA DE ANDRADE
  • MOBILE LEARNING NO ENSINO DA REDE ESTADUAL DE PERNAMBUCO: estreitamentos teóricos a partir da iniciativa pedagógica Educa-PE (2020-2021)

  • Orientador : FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA BEATRIZ GOMES PIMENTA DE CARVALHO
  • FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
  • PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
  • Data: 21/08/2023

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  • A nova pandemia do coronavírus apresentou um contexto nunca visto modificando toda a nossa estrutura social, sobretudo a educação. Além dos desafios impostos diariamente aos professores, esse contexto operou mudanças radicais no cotidiano desses profissionais, forçando-os a conduzir sua prática em um modelo de ensino totalmente remoto. Para lidar com essa situação, o governo do estado de Pernambuco desenvolveu uma iniciativa pedagógica intitulada de EducaPE. A iniciativa buscava lidar com a manutenção das aulas no período de quarentena, fornecendo subsídios aos professores e alunos, via internet, TV e rádio. Dessa maneira, essa investigação tem como objetivo analisar a operacionalização da metodologia de Mobile Learning na prática dos professores de geografia da rede pública do estado de Pernambuco por meio da plataforma EducaPE durante os anos de 2020 e 2022, e dessa forma, conseguir realizar um levantamento das implicações do contexto da Educação 4.0 na formação e prática dos professores de Geografia, por meio de uma revisão bibliográfica na literatura de referência; confrontar a proposta do EducaPE frente ao conjunto metodológico proposto para o Mobile Learning, a partir dos escritos de Sharples (2010), Pachler (2010) e Santiago Criollo-C (2021), buscando um estreitamento teórico; e investigar por meio das experiências dos professores, através de entrevistas semiestruturadas, quais as mudanças operadas na prática docente em relação ao modelo presencial, remoto e um possível modelo híbrido, para assim, emitir uma análise sobre como essas mudanças afetaram a prática desses professores dentro da ótica do Ensino de Geografia. A partir da pesquisa pudemos inferir que a iniciativa Educa-PE realizou a manutenção da educação no período pandêmico e oportunizou a construção de Mobile Learning por parte de professores e alunos da rede estadual. Além disso, a realidade apresentada impôs mudanças a prática dos professores resultando, a partir dos professores investigados, em uma construção de uma nova identidade profissional, onde agora são capazes de integrar conhecimentos adquiridos no período de ensino remoto a suas atividades práticas cotidianas.


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  • A nova pandemia do coronavírus apresentou um contexto nunca antes visto modificando toda a nossa estrutura social, sobretudo a educação. Além dos desafios impostos diariamente aos professores, esse contexto operou mudanças radicais no cotidiano desses profissionais, forçando-os a conduzir sua prática em um modelo de ensino totalmente remoto. Para lidar com essa situação, o governo do estado de Pernambuco desenvolveu uma iniciativa pedagógica intitulada de EducaPE, a iniciativa buscava lidar com a manutenção das aulas no período de quarentena, fornecendo subsídios aos professores e alunos, via internet, tv e rádio. Dessa maneira, essa investigação tem como objetivo analisar a operacionalização da metodologia de Mobile Learning na prática dos professores de geografia da rede pública do estado de Pernambuco por meio da plataforma EducaPE durante os anos de 2020 e 2022, e dessa forma, conseguir realizar um levantamento da simplicações do contexto da Educação 4.0 na formação e prática dos professores de Geografia, por meio de uma revisão bibliográfica na literatura de referência; confrontar a proposta do EducaPE frente ao conjunto metodológico proposto para o Mobile Learning, a partir dos escritos de Sharples (2010), Pachler (2010) e Santiago Criollo-C (2021), buscando um estreitamento teórico; e investigar por meio das experiências dos professores, através de entrevistas semiestruturadas, quais as mudanças operadas na prática docente em relação ao modelo presencial, remoto e um possível modelo híbrido, para assim, emitir uma análise sobre como essas mudanças afetaram a prática desses professores dentro da ótica do Ensino de Geografia.

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  • NATASHA VILLENA CAVALCANTI DA SILVA
  • SISTEMA TERRITORIAL DE INOVAÇÃO EM SAÚDE: UMA REFLEXÃO SOBRE SUA ESTRUTURAÇÃO, DESAFIOS E PERSPECTIVAS NA CIDADE DO RECIFE-PE

  • Orientador : ANA CRISTINA DE ALMEIDA FERNANDES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CRISTINA DE ALMEIDA FERNANDES
  • CRISTIANA COUTINHO DUARTE
  • NAPIE GALVE ARAUJO SILVA
  • Data: 25/08/2023

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  • Sob a perspectiva da Geografia da Inovação a presente dissertação procura compreender e explicar o fenômeno da Inovação no setor da saúde no Recife-PE, seus elementos componentes, suas articulações, o contexto social e econômico e seus desdobramentos. Analisando o Sistema Territorial de Inovação do Recife desde seu desenvolvimento e interpretando as articulações presentes na dinâmica territorial. A hipótese levantada é a de que o Recife abriga um ecossistema de inovação em saúde, composto por uma rede de atores diversos, que voluntariamente ou involuntariamente reúne-se em prol de uma articulação local para construção de um ambiente mais propício à inovação em saúde. Para fundamentar a análise, será apresentado uma revisão teórica sobre Geografia da Inovação, Ecossistemas e Sistemas Territoriais de Inovação, bases teóricas, processos e ferramentas dentro da realidade brasileira, identificando os principais elementos de interação e articulação no planejamento de uma agenda estratégica de políticas públicas para inovação em saúde, bem como a apresentação do processo de formação econômico e territorial, perfil sociodemográfico, acesso à saúde, potencialidades e desafios. A estratégia metodológica adotada para viabilizar a investigação da pesquisa tem os seguintes procedimentos metodológicos: Revisão da Literatura; Levantamento de dados secundários; Levantamento documental; Mapeamento dos atores; Trabalho de campo e tratamento dos dados. O presente estudo possui caráter exploratório, apresenta experiências práticas como o programa ALI ecossistemas do SEBRAE propiciou uma avaliação de resultados, a partir dos desafios e oportunidades que decorrem das interações entre os atores que integram o programa. Observou-se, diante da investigação sobre o processo de estruturação do chamado ecossistema de inovação em saúde, um panorama sobre o acesso à saúde no Recife-PE, o mapeamento da rede pública de saúde, mapeamento do polo médico, mapeamento dos elementos que influenciam a inovação em saúde, revelando o nível maturidade do ecossistema de inovação em saúde do Recife, classificado de maturidade em desenvolvimento, onde apesar do destaque socioeconômico para o setor, apresenta um relativamente baixo nível de articulação entre os elementos que compõem o ecossistema, a escassa presença de empresas inovadoras, diante desses resultados O estudo propõe medidas para fortalecer o ecossistema de inovação em saúde, visando uma maior integração e colaboratividade. Para que, de fato haja interação e sinergia entre os diversos atores envolvidos, consequentemente, uma ampla difusão de inovação em saúde no território.


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  • Sob a perspectiva da Geografia da Inovação a presente dissertação procura compreender e explicar o fenômeno da Inovação no setor da saúde no Recife-PE, seus elementos componentes, sua sarticulações, o contexto social e econômico e seus desdobramentos. Analisando o Sistema Territorial de Inovação do Recife desde de seu desenvolvimento e interpretando as articulações presentes na dinâmica territorial. A hipótese levantada é de que o Recife abriga um ecossistema de inovação em saúde, composto por uma rede de atores diversos, que voluntariamente ou involuntariamente reúne-se em prol de uma articulação local para construção de um ambiente mais propício à inovação em saúde. Para fundamentar a análise, será apresentado uma revisão teórica sobre Geografia da Inovação, Ecossistemas e Sistemas Territoriais de Inovação, bases teóricas, processos e ferramentas dentro da realidade brasileira, identificando os principais elementos de interação e articulação no planejamento de uma agenda estratégica de políticas públicas para inovação em saúde, bem como a apresentação do processo de formação econômico e territorial, perfil sociodemográfico, acesso à saúde, potencialidades e desafios. A estratégia metodológica adotada para viabilizar a investigação da pesquisa os seguintes procedimentos metodológicos: Revisão daLiteratura; Levantamento de dados secundários; Levantamento documental; Mapeamento dos atores; Trabalho de campo e tratamento dos dados. O presente estudo possui caráter exploratório, apresenta experiências práticas com programa ALIecossistemas do SEBRAE, propiciou uma avaliaçãode resultados, a partir dos desafios e oportunidades que decorrem das interações entre os atores que integram o programa. Observou-se, diante da investigação sobre o processo de estruturação do chamado ecossistema de inovação em saúde, um panorama sobre o acesso à saúde no Recife-PE, o mapeamento da rede pública de saúde, mapeamento do polo médico, mapeamento dos elementos que influenciam a inovação em saúde, revelando o nível maturidade do ecossistema de inovação em saúde do Recife, classificado de maturidade em desenvolvimento, onde apesar do destaque socioeconômico para o setor, apresenta um relativamente baixo nível de articulação entre os elementos que compõem o ecossistema, a escassa presença de empresas inovadoras, diante desses resultados O estudo propõe medidas para fortalecer o ecossistema de inovação em saúde, visando uma maior integração e colaboratividade. Para que, de fato haja interação e sinergia entre os diversos atores envolvidos, consequentemente, uma ampla difusão inovação em saúde no território.

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  • ARTHUR PHILIPE DUARTE BRAZ DA SILVA
  • ASPECTOS DA NATUREZA NA GEOGRAFIA: DOS SISTEMAS AOS GEOSSISTEMAS COMPLEXOS.

  • Orientador : RODRIGO DUTRA GOMES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RODRIGO DUTRA GOMES
  • LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
  • ADALTO MOREIRA BRAZ
  • Data: 29/08/2023

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  • A concepção de natureza foi alvo de intenso debate ao longo da modernidade. Com a chamada revolução científica, o conceito de natureza foi ressignificado, se aproximando primeiramente de uma perspectiva mecanicista de uma natureza regida por leis e, posteriormente, de um caráter de natureza organismo pautada no evolucionismo presente no seio do positivismo no século XIX. Entretanto a temática de natureza assumiu caráter dicotômico ao longo do debate moderno. Essa dicotomia na Geografia dualidade sociedade e natureza (físico e humano), o domínio das ações e intencionalidades antrópicas e a chamada natureza externa, objetiva e independente do sujeito observador que a distingue e analisa. A problemática central consiste em que a dicotomia humano/natural recorrente na concepção de natureza se expressa insuficiente quando se leva em consideração entendimentos científicos decorrentes do século XX, principalmente no que concerne aos entendimentos ressaltados pela Teoria da Complexidade – em destaque na Geografia Física. Pela complexidade, a natureza assume feição de um sistema complexo, comportando caos, instabilidades, não linearidades e emergências. Nessa perspectiva, a natureza seria concebida como um sistema complexo dotada de uma multiplicidade de domínios irredutíveis de manifestação, sendo a sociedade e suas manifestações um desses domínios. Assim, a presente pesquisa tem como objetivo fazer uma releitura de como a Geografia Física concebe a natureza a partir da Teoria da Complexidade. O modelo Geossistema carrega influencias epistemológicas que se revertem na fragmentação da relação humano/natural. Sob a referência de uma natureza complexa estimula-se a ultrapassagem das dualidades internas ao modelo em busca de perspectivas dialógicas.


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  • A concepção de natureza foi alvo de intenso debate ao longo da modernidade. Com a chamada revolução científica, o conceito de natureza foi ressignificado, distanciando-se cada vez mais de um caráter teológico e aproximando-se primeiramente de uma perspectiva mecanicista de uma natureza regida por leis e, posteriormente, de um caráter de natureza organismo pautada no evolucionismo presente no seio do positivismo no século XIX. Entretanto a temática de natureza assumiu caráter dicotômico ao longo do debate moderno. Essa dicotomia na Geografia é marcada na fragmentação desta ciência em Geografia Humana, domínio das ações e intencionalidades antrópicas; e a Geografia Física que tem como objeto de estudo a chamada natureza externa, objetiva e independente do sujeito observador que a distingue e analisa. A problemática central consiste em que a dicotomia humano/natural recorrente na concepção de natureza se expressa insuficiente quando se leva em consideração entendimentos científicos decorrentes do século XX, principalmente no que concerne aos entendimentos ressaltados pela Teoria da Complexidade. Pela complexidade, a natureza assume feição de um sistema complexo, comportando caos, instabilidades, não-linearidades e emergências. Nessa perspectiva, a natureza seria concebida como um sistema complexo dotada de uma multiplicidade de domínios irredutíveis de manifestação, sendo a sociedade e suas manifestações um desses domínios. Assim, a presente pesquisa tem como objetivo fazer uma releitura de como a Geografia concebe a natureza a partir da Teoria da Complexidade considerando os principais autores e por fim, propor uma concepção de natureza novo paradigmática para a Geografia com base nos entendimentos da Teoria da Complexidade, focando na ultrapassagem da dualidade sociedade/natureza.

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  • STEFFANE KETILY DE SOUZA SILVA
  •  CONSERVAÇÃO AMBIENTAL NA GEOGRAFIA ESCOLAR PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NA MATA ATLÂNTICA E TABULEIROS COSTEIROS DO NORDESTE.

  • Orientador : EUGENIA CRISTINA GONCALVES PEREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EUGENIA CRISTINA GONCALVES PEREIRA
  • RODRIGO DUTRA GOMES
  • KARINE BUENO VARGAS
  • Data: 30/08/2023

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  • Na contemporaneidade um dos maiores desafios é o de identificar, além de sua conceituação nos currículos de Geografia, caminhos para uma prática de conservação ambiental integrada das áreas de mata Atlântica e dos Tabuleiros Costeiros do Nordeste brasileiro. Com isso, a necessidade de um aprimoramento dos documentos legais de ensino de geografia necessita de discussão sobre a temática, já que o papel da escola está ligado diretamente à construção crítica de agentes protagonistas de um desenvolvimento sustentável efetivo. Assim, este trabalho tratou de uma análise dos documentos legais do currículo de Geografia, destacando os aspectos físicoambientais das paisagens de Tabuleiros Costeiros e mata Atlântica. A partir das análises dos currículos nacionais foi constatado que as abordagens dos temas da pesquisa não são efetivadas nos currículos de geografia, além de simples pontuações nos temas transversais de ensino e nos itinerários formativos, o que abre margem para abordagem de forma arbitrária como algumas eletivas no ensino médio. Na verdade, se faz necessária uma implementação de formação basilar, que contemple a obrigatoriedade em todos os anos letivos do ensino médio. A avaliação dos conteúdos dentro dos documentos foi realizada de maneira gradual, elegendo as mudanças e avanços entre os PCN’s, BNCC e o currículo de Pernambuco para o ensino médio. Por fim, a literatura mostrou uma falta de estrutura curricular que seja capaz de implementar nas escolas, de maneira funcional, um ensino que tenha como viés a preservação ambiental em áreas de Tabuleiros Costeiros e mata Atlântica, tornando este trabalho um caminho propositivo para ações curriculares práticas.


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  • Atualmente, um dos maiores desafios é o de educar a população civil para a prática de preservação das paisagens naturais, a vida não útil (KRENAK, 2020). Este trabalho trata de uma revisão de literatura que aborda os desafios relacionados à preservação ambiental nas áreas de Tabuleiros Costeiros no Nordeste do Brasil, que abrigam um dos maiores hotspots de biodiversidade do mundo, a Mata Atlântica. Objetivou-se entender a importância da preservação do Bioma Mata Atlântica em áreas de Tabuleiros Costeiros no Nordeste e como esse espaço geográfico tem sido abordado no ensino de geografia dentro dos parâmetros legais do Ensino Médio. Foram inseridas produções cientificas de maneira integrativa. Onde buscou-se identificar na revisão qualitativa da literatura recente o que os estudos têm proposto sobre a importância da conservação do uso do solo nas áreas de Tabuleiros Costeiros no Nordeste. Relacionar a literatura recente nas áreas de Tabuleiros Costeiros com o desmatamento da Mata atlântica e, observar o que a ciência tem feito para mitigar os impactos socioecológicos dessas áreas. Refletir, por meio da literatura e estudo de caso, a importância do uso do espaço geográfico integrado dos Tabuleiros costeiros e da Mata Atlântica e, como esses espaços estão sendo trabalhados pelos documentos legais do currículo de Geografia no Ensino Médio em Pernambuco.

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  • ADRIANA SILVA SOUZA
  • DINÂMICAS DA URBANIZAÇÃO NO INTERIOR NORDESTINO: PATOS E SUA REGIÃO GEOGRÁFICA IMEDIATA.

  • Orientador : DORALICE SÁTYRO MAIA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DORALICE SÁTYRO MAIA
  • JAN BITOUN
  • PAULA DIEB MARTINS
  • Data: 30/08/2023

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  • O município de Patos – PB, Brasil, localizado na Região Intermediária de Patos e a da Região Imediata de Patos, possui 103.165 habitantes de acordo com o censo 2022 e (IBGE 2022). O município de Patos exerce uma centralidade geográfica que atinge além de municípios do estado da Paraíba, municípios do estado de Pernambuco e do Rio Grande do Norte. Sendo assim, gerou-se os questionamentos: que características geram essa centralidade? Como esta centralidade foi identificada por estudos técnicos, principalmente aqueles realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)? Quais fatores promovem, acentuam e consolidam esta centralidade na atualidade? Especialmente a partir da primeira década do século XXI, Patos tem adquirido o papel de referência, devido a oferta de serviços diversificados e comércio variado, sendo destino para a população de muitas cidades da Paraíba, e dos estados vizinhos. Tendo isso em vista, almeja-se compreender e verificar por meio de fontes distintas, os acontecimentos e fatores que possibilitaram o fortalecimento da centralidade, bem como as transformações socioespaciais decorrentes. Essa pesquisa teve como como objetivo geral: analisar as dinâmicas que caracterizam a centralidade urbana de Patos, no contexto de sua região imediata. Os objetivos específicos são: I) discutir as abordagens teórico-conceituais que caracterizam as dinâmicas urbano-regionais, bem como a conformação de suas lógicas no espaço geográfico; II) compreender a aglomeração de Patos PB, a partir das dinâmicas populacionais, socioeconômica e de mobilidade espacial, assim como sua centralidade urbana; III) Caracterizar as principais transformações e configurações espaciais associadas a movimentos recentes da urbanização de Patos, decorrentes dos efeitos de consolidação de sua centralidade. A metodologia desta pesquisa tem caráter qualitativo-quantitativo (LEÓN, 2003), com viés explicativo (PRODANOV, 2013), tendo como base os parâmetros utilizados nos estudos de dinâmicas urbano-regionais, centro e centralidades, os estudos de articulação urbano-regionais e de regiões de influência das cidades, produzidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística nos anos de 1972, 1987, 2000, 2008 e 2020. A série de estudos das Regiões de Influência das Cidades permite a realização de análises de comportamento e formação de centralidade em núcleos específicos. Pôde-se observar a relevância dos transportes alternativos como meio de deslocamento da população de inúmeras cidades dos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco para a cidade de Patos. Deste modo, foi possível empreender que a centralidade urbana e a influência exercida pela cidade de Patos na região são frutos da oferta de equipamentos sociais de saúde, serviços de ensino superior em instituições públicas e privadas, diversificação no comércio, existência de postos de atendimento das 4 principais instituições bancárias nacionais, entre outros. Estes equipamentos são atrativos à população de municípios que ultrapassam os limites territoriais estabelecidos pelo IBGE (2022). Portanto, a centralidade adquirida por Patos na última década é impulsionada pelo estabelecimento de equipamentos urbanos, decorrentes de uma estratégia de descentralização e interiorização, especialmente das universidades públicas e privadas, que se mostram primordiais para o desenvolvimento social e regional do município de Patos -PB, Brasil.


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  • Busca-se, nesta dissertação, analisar a centralidadeque a cidade de Patos, situada no estado daParaíba exerce na sua região geográfica imediata. A pesquisa se baseia em uma abordagem quali-quantitativa, de caráter explicativo, com intuito de compreender que fatores contribuíram para estruturar a espacialidade estudada. A partir do estudo das dinâmicas urbanos-regionais, centro e centralidades, tendo como fundamento os estudos de articulações urbano-regionais e de regiões de influência das cidades, produzidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A série de estudos das Regiões de Influência das Cidades (IBGE, 1972, 1987, 2000, 2008, 2020), permite a realização de análises de comportamento e formação de centralidade em núcleos específicos, logo, pretende-se observar as mudanças ocorridas em Patos no percurso dos estudos. O estudo das Regiões de Influência das Cidades (2020), oferece dados setoriais, e a partir das principais dimensões disponíveis foram selecionadas variáveis relevantes para caracterizar a centralidade de Patos e sua relação com os municípios que compõem a sua região geográfica imediata na atualidade. Além da análise quantitativa, foi realizada visita a área de estudo com intuito de conhecer a área de estudo. Pôde-se observar a relevância dos transportes alternativos como meio de deslocamento da população de inúmeras cidades dos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco para a cidade de Patos. Os estudos desenvolvidos até o momento confirmam que a centralidade urbana e a influência exercida pela cidade de Patos na região é fruto da oferta de equipamentos sociais de saúde e, ensino superior, de um diversificado comércio, entre outros aspectos. Atrativos à população de municípios que ultrapassa os limites colocados neste trabalho. Em particular, a centralidade recente de Patos impulsionada pelo estabelecimento de instituições de ensino superior na cidade. Estes equipamentos, decorrentes de uma estratégia de descentralização e interiorização das universidades públicas e privadas, mostram-se primordiais para o desenvolvimento social e regional.

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  • ROMULO RODRIGUES BARBOSA
  • CIRANDANDO O TERRITÓRIO: LIA, A CIRANDA E AS IDENTIDADES TERRITORIAIS DA ILHA DE ITAMARACÁ-PE.

  • Orientador : CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • PEDRO PAULO PINTO MAIA FILHO
  • WEDMO TEIXEIRA ROSA
  • Data: 31/08/2023

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  • Sob a perspectiva da Geografia Cultural a presente dissertação busca compreender a dinâmica territorial presente na Ilha de Itamaracá – PE, considerando o território e a identidade territorial da ciranda a partir de Lia, dos seus elementos e das suas articulações, como ponto focal da pesquisa. Para fundamentar a análise, será apresentado uma discussão sobre Território e Identidade territorial, identificando os principais elementos de interação e articulação desses conceitos para o estudo aqui proposto. Igualmente, iremos apresentar um breve panorama da formação da Ciranda em Pernambuco, destacando o perfil de Lia de Itamaracá. Assim como, uma caracterização do recorte espacial proposto, incluindo um debate com os moradores do sw Itamaracá, a fim de entender sua relação com o território e as territorialidades ali presentes. A estratégia metodológica adotada para viabilizar o estudo da pesquisa foram os seguintes procedimentos metodológicos: revisão bibliográfica, trabalho de campo para criação de um material iconográfico e entrevistas, e o uso de ferramentas digitais para elaboração de formulário e mapas. A partir da participação ativa da comunidade, foi possível somá-las ao diálogo e refletir sobre a importância mútua da Ciranda para o território e do território para a ciranda.


  • Mostrar Abstract
  • A pesquisa tem como objetivo principal compreender como a ciranda, uma manifestação cultural típica de Pernambuco, e Lia de Itamaracá, uma das suas maiores representantes, transcendem fronteiras geográficas e difundem a identidade local para o mundo por meio da arte. Ao abordar conceitos como território, identidade territorial, ciranda e espaço cultural, o projeto visa discutir a importância da trajetória de Lia e da ciranda para a construção de uma das identidades territoriais da Ilha de Itamaracá. Além de reconhecer a ciranda como uma dança popular, o estudo busca compreendê-la como uma expressão cultural mais ampla, levando em consideração suas características espaciais e potencialidades. Compreender essas interações socioespaciais é essencial para uma análise abrangente da trajetória de Lia de Itamaracá, pois revela a forma como seu lugar de origem, sua comunidade local e sua projeção global se influenciam mutuamente. Através dessas conexões, é possível entender a importância da circulação da sua arte, o impacto nas identidades territoriais locais e a contribuição para a valorização da cultura pernambucana como um todo.

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  • BRUNO ULYSSES DOS SANTOS COSME
  • UNIÃO E FORÇA: TERRITORIALIDADE DA TORCIDA ORGANIZADA INFERNO CORAL NA CIDADE DO RECIFE-PE

  • Orientador : ALCINDO JOSE DE SA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALCINDO JOSE DE SA
  • CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • DAVID TAVARES BARBOSA
  • Data: 31/08/2023

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  • As torcidas Organizadas no Brasil ultrapassaram as fronteiras do espetáculo do futebol nos estádios e se espacializaram em meio as cidades em todo o país, junto com esta fama do grande espetáculo também as torcidas organizadas recebem o ônus dos inúmeros atos de violência e incivilidades que estão presentes entorno destas instituiçoes. A este trabalho baseado nas geografias cultural, urbana e política buscamos a principio uma discussão teórica sobre as relações entre a Geografia e o futebol, destacando-se, sobretudo, uma análise sobre os aspectos identitários e as expressões de violência no futebol ocasionadas pelas torcidas organizadas em todo planeta. Seguimos apresentando um levantamento histórico sobre a introdução do futebol no Brasil e na cidade do Recife até os dias atuais onde destacamos os principais clubes da cidade: Sport Club do Recife, Clube Náutico Capibaribe e com uma maior particularidade sobre o Santa Cruz Futebol Clube, suas torcidas no geral e a torcida Inferno Coral. Analisando precisamente a torcida Inferno Coral, destacamos como o processo identidades territorial e de grupo são consideradas como espaços de lazer perífericos, sendo as organizadas um reduto jovem e periférico na cidade do Recife, também expomos as inúmeras relações da torcida com os espaço público da cidade formando territórios-rede em toda a cidade, além mais destacamos a presença da violência e do medo na cidade que são amplamente ligadas as ações das torcidas organizadas, ampliamos a discussão das violências como macro-violências na sociedade e a estigmação da violência pela mídia na relação das torcidas organizadas.


  • Mostrar Abstract
  • Este trabalho se caracteriza por ter como foco um olhar geográfico sobre uma das grandes paixões nacionais: o futebol. Mais especificamente, interessa-nos analisar as dinâmicas socioespaciais construídas pela torcida organizada Inferno Coral, relacionada ao Santa Cruz Futebol Clube, time de futebol sediado no Recife. Esporte presente no cotidiano da sociedade brasileira. Buscamos nessa pesquisa refletir sobre os comportamentos socioespaciais da torcida Organizada Inferno Coral no contexto urbano, sobretudo as questões relacionadas à identidade territorial , e de Grupo onde as organizadas criam ambiente de lazer periféricos para jovens expressarem seus sentimentos e territorializarem na cidade . Também retratamos o contexto do medo na cidade causado pela violência promovida através do futebol, e no debate sobre a violência urbana com o qual é expressada na torcida organizada, onde traremos quadros de violência urbana causados nos contextos de torcidas organizadas x torcidas organizadas e da violência promovida através do poder público como a polícia militar em combate às torcidas organizadas na cidade do Recife.

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  • JOYCE FERREIRA GOMES
  • DINÂMICA PLUVIOMÉTRICA NA MESORREGIÃO SUL CEARENSE: UMA RELAÇÃO COM FATORES TOPOGRÁFICOS E ANOMALIAS DA TEMPERATURA DA SUPERFÍCIE DO MAR DOS OCEANOS ATLÂNTICO E PACÍFICO

  • Orientador : OSVALDO GIRAO DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DAISY BESERRA LUCENA
  • CRISTIANA COUTINHO DUARTE
  • LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
  • OSVALDO GIRAO DA SILVA
  • Data: 09/11/2023

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  • Foi realizado no presente trabalho uma análise da dinâmica pluviométrica na mesorregião sul cearense e sua relação com fatores topográficos e anomalias da temperatura da superfície do mar dos oceanos atlântico e pacífico. A mesorregião sul cearense é um dos mais importantes setores do contexto geográfico, socioeconômico, paleontológico e cultural do estado do Ceará. Entende a variabilidade pluviométrica dessa região é de grande importância para a compreensão das condições climáticas. A pesquisa tem como objetivo principal analisar a interação oceano-continente-atmosfera e sua influência na variabilidade pluviométrica espacial e temporal da Mesorregião Sul Cearense no período 1981-2021. Os procedimentos metodológicos estão relacionados a Climatologia Dinâmica e também da Análise Rítmica de Monteiro (1962 e 1971), na classificação dos anos padrão executou-se o método Box-Plot a partir de postos pluviométricos inseridos na mesorregião sul cearense totalizando 25 postos. Durante o ano o volume acumulado de chuvas na MSC é de, no mínimo 479 mm, a média pluviométrica anual é de 827 mm, com máximas que chegam a 1679 mm, máxima mais adequada para as localidades que abrangem o relevo sedimentar da área de estudo. A área de estudo apresenta ainda uma dinâmica sazonal diferenciada, compondo duas estações nas faixas equatorial e tropical: estação chuvosa e estação seca, a estação chuvosa tem forte ligação com os sistemas de circulação atmosférica regional. Com a aplicação do box-plot por cada posto foi possível estabelecer a classificação dos anos-padrão. A categoria ‘Normal’ é o padrão mais recorrente da área de estudo com 19 anos, em seguida vem os anos Secos (09 anos) e Chuvosos (09 anos), e os Extremamente Seco ou Chuvoso com dois anos para cada. Os eventos de El Niño, La Niña e Dipolo Positivo ou Negativo do Atlântico influenciaram na distribuição das chuvas na mesorregião sul cearense. O monitoramento das condições oceânicas é essencial para o estabelecimento o quanto um ano pode se apresentar de forma distinta em relação a pluviosidade. Em eventos de El Niño Forte e o Dipolo Positivo os anos tenderam a se apresentarem ‘Secos’ ou ‘Extremamente Seco’ destaca-se 1981, 1982, 1983, 1998 2012, já com La Niña Forte e Dipolo Negativo as chuvas apresentaram situação de anos mais próximo ao Normal, chuvoso ou Extremamente chuvoso, destaca-se os anos de 1985, 1989, 2004, 2020. Conclui-se que é de grande importância estudar essa variabilidade para compreender como a interação do oceano-continente-atmosfera inibem ou favorecem a ocorrência das chuvas nas regiões do semiárido nordestino.


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  • Para analisar as mudanças climáticas sobre o Nordeste do Brasil é importante identificar os processos que influenciam sobre o padrão das distribuições pluviométricas, tanto espacialmente quanto temporalmente. Um fator relevante a ser destacado neste contexto é a irregularidade na distribuição das precipitações, associado à sua alta variabilidade interanual na região tropical, com anos que podem variar de muito secos a muito chuvosos. A proposta da pesquisa tem como objetivo compreender a relação entre a dinâmica pluviométrica, topografia e os principais sistemas atmosféricos atuantes sobre a Mesorregião Sul Cearense no período 1974-2020, a partir da análise da variação espaço-temporal das chuvas na mesorregião sul cearense, correlacionando a topografia e a espacialização das chuvas, identificando Anos-Padrão a partir da variação da pluviosidade em escala, mensal e anual, correlacionando-os com a influência da atuação dos fenômenos El Niño, La Niña e o gradiente meridional inter-hemisférico de TSM do Atlântico (Dipolo Positivo/Negativo) para a distribuição das chuvas. Para atingir os objetivos a metodologia se constituirá em consultas bibliográficas realizadas sobre o tema, tabulação de dados, construção degráficos e interpretação dos dados. Os valores deprecipitação utilizados serão obtidos através da homepage da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUCEME). Os anos de intensidade do fenômeno El Niño e da La Niña, Dipolo do Atlântico serão obtidos no site do CPTEC/INPE, FUNCEME. Espera-se a partir da realização desta pesquisa compreender a relação entre variabilidade pluviométrica, topografia e sistemas atmosféricos atuantes na Mesorregião Sul Cearense, pois tal correlação possibilitará a compreensão da interação do oceano e a atmosfera e como esta inibe, ou favorece, a ocorrência das chuvas nos municípios do semiárido nordestino e, em especial, ao sul do estado do Ceará.

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  • LILLIAN SOUZA DOS ANJOS
  • Eventos pluviométricos extremos e os principais condicionantes para a ocorrência de impactos socioambientais no município do Recife-PE

  • Orientador : RANYERE SILVA NOBREGA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CRISTIANA COUTINHO DUARTE
  • NÚBIA BERAY ARMOND
  • OSVALDO GIRAO DA SILVA
  • RANYERE SILVA NOBREGA
  • Data: 19/12/2023

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  • O presente trabalho tem como objetivo analisar a dinâmica espaço-temporal dos eventos extremos de precipitação e dos impactos socioambientais relacionados no município de Recife, estado de Pernambuco, Brasil. Foram coletados dados da série histórica de 1962 a 2021, da estação meteorológica do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). A partir disso, foram analisados padrões de chuva, desde tempo de retorno dos eventos, anos e meses mais chuvosos, e históricos de eventos acima do parâmetro para chuvas intensas e extremas. Posteriormente, foram coletados dados de uma rede de pluviômetros (14 postos) para a cidade do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres (CEMADEN), dos anos de 2018 a 2021, no intuito de analisar a distribuição espacial dos grandes eventos mais recentes baseados nos parâmetros encontrados anteriormente, além de possíveis padrões de gêneses. Para identificação dos locais mais impactados pelos eventos, foi realizado um levantamento através das mídias digitais e apresentados através de um inventário. Através disso, foi possível constatar que apesar da série histórica não apresentar tendência de aumento na ocorrência de eventos extremos, eles ocorrem praticamente todos os anos e com um tempo de retorno que varia de 1 a 2 anos para precipitações entre 50mm e 100mm. Foram identificados que os quantis de 95% (eventos de chuva muito forte) tem totais de chuva diária entre 50mm e 92,2mm e de 99% (eventos de chuva extrema) com precipitações diárias acima de 92,2mm. Em relação a série mais recente, foi possível encontrar registros de precipitação acima de 200mm em alguns postos pluviométricos, principalmente nos postos de Dois Unidos, Nova Descoberta, Bairro do Recife e UR3 Ibura. Todos os eventos estavam associados ao sistema de Distúrbio Ondulatório de Leste, e suas distribuições espaciais possivelmente relacionadas com a predominância das nuvens mais densas durante a atuação do sistema, tipos de chuvas, direção e velocidade dos ventos e ao relevo. Sobre os impactos relacionados aos eventos, foi observado que eles são mais intensos onde há os maiores volumes de precipitação, mas atinge as populações mais vulneráveis que habitam nas áreas de riscos dessas localidades. Quanto à historicidade dos episódios de chuva, foram identificados 34 grandes episódios entre os anos de 1962 e 2021, sendo o de 1975 um dos maiores em relação a magnitude dos impactos. Destaca-se que os impactos mais severos foram identificados nas áreas de maior condição de vulnerabilidade socioeconômica, além da necessidade de ações que busquem mitigar os impactos através de uma integração entre planejamento urbano sustentável e da relação com as comunidades afetadas através do incentivo da educação ambiental e climática.


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  • O presente trabalho tem como objetivo identificar os fatores e condicionantes que favorecem à ocorrência de eventos extremos de precipitação e impactos socioambientais em Recife-PE. Foram coletados dados da série histórica de 1962 a 2021, da estação meteorológica do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). A partir disso, foram analisados padrões de chuva, desde tempo de retorno dos eventos, anos e meses mais chuvosos, e históricos de eventos acima do parâmetro para chuvas intensas e extremas. Posteriormente, foram coletados dados de uma rede de pluviômetros (14 postos) para a cidade do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres (CEMADEN), dos anos de 2018 a 2021, no intuito de analisar a distribuição espacial dos grandes eventos mais recentes baseados nos parâmetros encontrados anteriormente, além de possíveis padrões de gêneses. Para identificação dos locais mais impactados pelos eventos, será realizado um levantamento através das mídias digitais e apresentados através de um inventário. Através disso, foi possível constatar que apesar da série histórica não apresentar tendência de aumento na ocorrência de eventos extremos, eles ocorrem praticamente todos os anos e com um tempo de retorno que varia de 1 a 2 anos para precipitações entre 50mm e 100mm. Foram identificados que os quantis de 95% (eventos de chuva muito forte) tem totais de chuva diária entre 50mm e 92,2mm e de 99% (eventos de chuva extrema) com precipitações diárias acima de 92,2mm. Em relação a série mais recente, foi possível encontrar registros de precipitação acima de 200mm em alguns postos pluviométricos, principalmente nos postos de Dois Unidos, Nova Descoberta, Bairro do Recife e UR3 Ibura. Todos os eventos estavam associados ao sistema de Distúrbio Ondulatório de Leste, e suas distribuições espaciais possivelmente relacionadas com a predominância das nuvens mais densas durante a atuação do sistema, tipos de chuvas, direção e velocidade dos ventos e ao relevo. Sobre os impactos relacionados aos eventos, foi observado que eles são mais intensos onde há os maiores volumes de precipitação, mas atinge as populações mais vulneráveis que habitam nas áreas de riscos dessas localidades. Espera-se identificar os locais mais impactados pelas chuvas ao longo do tempo em Recife, e suas relações com fatores socioambientais.

Teses
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  • SIDNEY HENRIQUE CAMPELO DE SANTANA
  • ESTRATÉGIAS DE MONITORAMENTO E CONSERVAÇÃO DE FRAGMENTOS DE MATA ATLÂNTICA NO RECIFE, PERNAMBUCO

  • Orientador : EUGENIA CRISTINA GONCALVES PEREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDREZZA KARLA DE OLIVEIRA SILVA
  • ELISABETH REGINA ALVES CAVALCANTI SILVA
  • EUGENIA CRISTINA GONCALVES PEREIRA
  • LUCIANA MAYLA DE AQUINO FRANCA
  • YGOR CRISTIANO BRITO MORAIS
  • Data: 28/02/2023

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  • Das 15 metrópoles brasileiras, 10 estão sob o domínio da Mata Atlântica. Neste sentido, o fenômeno da metropolização suprimiu o bioma em fragmentos florestais, sobretudo nas zonas próximas ao litoral. Com isso, as Geotecnologias se apresentam como ferramentas promissoras na análise e monitoramento das florestas urbanas. Dessa  forma,  este  estudo teve  por  objetivo  propor  a estimativa  e  análise  da biomassa florestal acima do solo (BAS), por meio de geotecnologias, como recurso de reconhecimento ambiental e monitoramento de fragmentos florestais urbanos. Os sítios selecionados para a realização deste estudo foram a mata de Dois Irmãos, mata Curado/Jardim Botânico e a mata do Engenho Uchôa, todas situadas no município do Recife, Pernambuco. Para execução deste trabalho, foi adquirida nuvem de pontos LiDAR junto à  Prefeitura do Recife e cenas orbitais do Programa Landsat, por meio da plataforma do Serviço Geológico dos Estados Unidos. Os produtos orbitais adquiridos foram utilizados para gerar os índices de vegetação e de urbanização. Ao todo, foram adquiridas  seis  cenas orbitais com datas específicas dos anos de 1991, 2007, 2010, 2013, 2019 e 2021. Todas as cenas foram processadas com  base  no  algoritmo  SEBAL.  Foram  adquiridas  também,  camadas  vetoriais  elaboradas  pela Prefeitura do Recife e pelo IBGE. Para a obtenção de dados secundários, recorreu-se aos produtos obtidos  por  instituições  de  pesquisas,  além  de  informações  coletadas  em  campo.  Para  estimar  a biomassa foi feita dendrometria em 31 indivíduos arbóreos. A partir da nuvem de pontos construiu-se o Modelo  Digital de Terreno e o Modelo Digital de Copa. Como o objetivo consistiu em estimar a biomassa florestal total de cada uma das matas utilizando o MDC, foi feita uma correlação entre a BAS estimada a partir de  LiDAR, e a altura das árvores aferida sobre o  modelo digital, em que obteve-se um coeficiente de Pearson = 0,8. Com base nestes resultados, se estruturou uma equação para estimar a biomassa florestal total utilizando como variável o MDC. A estimativa da biomassa florestal total da mata de Dois Irmãos  resultou em 169,9 kt, a da mata do Jardim Botânico resultou em 25,27 kt e da mata de Engenho Uchôa, resultou num total de 9,86 kt. Em linhas gerais, os índices de vegetação indicaram aporte florestal nas três matas estudadas em um intervalo de 30 anos. Através da correlação estatística  entre  a  biomassa  estimada  sobre  os  dados  LiDAR  e  o  índice  de  área  foliar  (IAF),  se estabeleceu  uma  equação  para  estimar  a  biomassa  florestal  a  partir  deste  índice.  Dessa  forma,  os produtos resultantes dessa equação mostraram  um aporte de biomassa florestal na mata do Engenho Uchôa de 81% nos últimos 30 anos e revela que esta floresta tem um potencial de sequestrar 1676,96 t  de  gás  carbônico  atmosférico.  Considera-se,  portanto,  que  o  uso  integrado  das  Geotecnologias responde bem à estimativa e monitoramento da biomassa florestal.


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  • Este trabalho tem como principais objetivos estimar e analisar a biomassa florestal de fragmentos florestais urbanos em Recife, Pernambuco. Os remanescentes de Mata Atlântica selecionados foram a mata de Dois Irmãos, mata do Jardim Botânico e mata do Engenho Uchôa. Para tanto, foi adquirida nuvem de pontos LiDAR, imagens orbitais do programa Landsat, dados secundários obtidos por meio de instituições de pesquisas e informações coletadas em campo. O processamento da nuvem de pontos LiDAR foi realizado, sobretudo, no software FUSION LDV de livre licença, para se obter produtos e métricas relativas à altura das árvores, MDTe MDC. O processamento das imagens do Landsat apoiou-se no algoritmo SEBALe foi realizado, sobretudo, nos softwares ERDAS IMAGINE e ArcGIS, com o intuito de se obter Índices de Vegetação, Índice de Urbanização e Temperatura da Superfície. Recorreu-se a trabalhos técnicos de instituições de pesquisa, para se obter informações ambientais, como classe de solo, tipo de terreno, geologia, hidrologia, relevo, entre outros. Em campo, foram extraídas aferições dendrométricas de 31 árvores, entre elas o DAP , a altura e o diâmetro da copa, para se calcular a biomassa acima do solo, utilizando equações alométricas. Aestimativa da biomassa florestal foi calculada por meio de equação obtida pela correlação entre medidas feitas em campo e os dados LiDAR. Deste modo, a mata de Dois Irmãos apresentou um valor total de biomassa florestal de 169,9 kt, para a mata do Jardim Botânico obteve-se uma biomassa total de 25,27 kt e a mata do Engenho Uchôa, 9,86 kt. Em linhas gerais, o NDVI, SA VI e IAF mostraram que houve aporte vegetal nos três fragmentos de mata estudados nos últimos 20 anos. O NDBI, revelou o quanto o crescimento urbano cercou e pressionou a mata do Engenho Uchôa. A temperatura de superfície estimada sobre a imagem de satélite apontou onde o efeito de borda é mais intenso na mata do Engenho Uchoa, dentre outros indicativos. Através da correlação estatística entre a biomassa estimada sobre os dados LiDAR e o IAF obtido por meio da imagem de satélite se estabeleceu uma equação para estimar a biomassa florestal por meio do IAF . Dessa forma, os produtos resultantes dessa equação mostraram um aporte de biomassa florestal na mata do Engenho Uchoa de 81% nos últimos 20 anos e revela que esta floresta tem um potencial de sequestrar 1676,96t de gás carbônico atmosférico.

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  • ANDERSON CAMARGO RODRIGUES BRITO
  • RIO JAGUARIBE, DAS ENTRADAS AOS AÇUDES: A GUERRA COMO FUNDAMENTO DA FORMAÇÃO TERRITORIAL DO CEARÁ

  • Orientador : CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EGUIMAR FELÍCIO CHAVEIRO
  • CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
  • MANOEL FERNANDES DE SOUSA NETO
  • RAQUEL MARIA RIGOTTO
  • VALTER DO CARMO CRUZ
  • Data: 02/03/2023

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  • O Rio Jaguaribe está localizado no Estado do Ceará e perfaz uma bacia hidrográfica que abrange mais da metade do território do referido Estado. O local de seu nascedouro ocorre nas fontes do Rio Carrapateira no limite do município de Mombaça/CE, seu alto curso termina no local de encontro com os aportes hídricos recebidos pela sub-bacia do Rio Salgado advindos da Chapada do Araripe. Seu médio curso culmina  na  formação  de  grandes  reservatórios  que  acumulam águas advindas de outra sub-bacia, Banabuiú, e do Salgado. Seu baixo curso segue a depressão sertaneja tendo foz no Atlântico entre os municípios de Fortim e Aracati. O Jaguaribe possui hoje  um  percurso  controlado  por 80 reservatório de água e três transposições de bacias hidrográficas, grandes projetosqueculminamos cem anos de obras de enfrentamentosàs secas que consolidaram a Solução Hidráulica e a Vocação Agrícola como duas ideologias espaciais definidoras da atuação do Estado. Esse estudo analisa a formação territorial do Ceará a partir dos processos de controle territorial do Rio Jaguaribe, manuseia  conceitos  como  Bacia Hidrográfica e Ciclo  Hidrológico  a  partir  de  um  viés  territorial  buscando  entender  a territorialização  do  capitalismo  e  a  formação  do  Estado  territorial.  A  pesquisa  parte  do pressuposto que é possível entender a dinâmica de produção da sociedade capitalista a partir das  águas  e  objetiva  mais  especificamente  analisar  a  dinâmica  de  realização  dos  rios  na constituição  das  Geografias  originárias  nos  sertões  e  a  guerra como imperativo espacial da Geografia colonial; investigar os sentidos territoriais da colonialidade do poder e o lugar dos rios nos sertões como caminhos de entrada e instrumentos de reprodução da Geografia colonial; analisar  as  estratégias  de  gestão  territorial  do  Jaguaribe  como  fundamento  da  formação  do Estado  territorial.  O estudo conclui que os rios, no processo de expansão territorial da colonização, não foram mobilizados apenas como caminhos de entradas, a imposição de uma cognição da dinâmica desses pela Coroa foi fundamental para produzir uma sociedade colonial nos sertões. Para ocupar, sinalizar e ordenar o território, fundar na sequência vilas de índios, as primeiras vilas coloniais e consolidar extrações econômicas utilizando a força dos  rios dominados, foi necessário instituir um novo regime de origem e criação  desses rios fazendo com que suas águas movessem a expansão de uma outra razão de entendimento da natureza. O estudo analisa as guerras coloniais em suas dimensões produtivas e financeiras; consolidando-se como um instrumento de produção de riqueza no Novo Mundo, a conversão dos rios em mecânica de entradas só foi possível com a imposição de uma guerra contínua que fez dos aldeamentos e das primeiras vilas instrumentos  territoriais de reelaboração do extermínio, confinamento e redução como instrumentos de territorialização do Estado e de formação da sociedade senhorial. Das entradas até a construção dos primeiros grandes açudes, o autor analisa como o controle e  comportamento  do  Rio  Jaguaribe  se  constituiu  como  um  instrumento fundamental de gestão da força de trabalho e formação da ordem social latifundiária.


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  • Os limites territoriais entre os Estados nos sertões do que hoje conhecemos como Nordeste, cindidos por marcações muitas vezes sinalizadas por rios ou elevações de relevos, foram resultados de intensas guerras com os povos originários e locais de encontro das entradas advindas das duas expoentes aglomerações econômicas-urbanas coloniais ancoradas no litoral. Fronteiras-matrizes, marcadas por guerras contínuas ao longo dos séculos XVI e XVII, como a região do São Francisco, para onde fugiram indígenas de distintos troncos étnicos advindos em retirada desde o recôncavo baiano ou fugidos das imediações que desenham a tríplice fronteira dos atuais sertões de Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte. Nesse aspecto entrar continente à dentro é produzir fronteira. Como as entradas da colonialidade vieram pelos mares no início do século XVI, provocando intensos conflitos com os caetés, potiguaras, tupinambás, entre outras etnias; as bocas abertas dos rios murmuraram os caminhos de entradas já traçadas pelos povos originários até as suas fontes, fazendo com que fossem ouvidos na planície fluvio-marinha as vozes dos platôs sertão à dentro. Se é verdade que a lógica moderna da colonialidade, que pariu o capitalismo, só consegue existir em perpétua expansão por ser hierárquica, desigual e excludente, os rios foram para a Coroa do século XVI em diante o que o mar foi desde o século XIV, o perigoso e sinuoso caminho de entrada para a redução, extermínio e subjugação de todas as relações à lógica ocidental em germinação. A colonialidade subjugou a força e o fluxo dos rios a uma lógica de produção de fronteiras, dos maiores para os menores cursos, em movimentos diversos de avanços e recuos. Controlar o acesso ao São Francisco, por exemplo, fundando vilas, exterminando ou catequizando etnias, foi fundamental para em seguida acessar e controlar suas fontes no além São Francisco, oeste da Bahia e instituir fronteiras. Ademais, as batalhas que culminaram em extermínios entre os Rio Jaguaribe e Apodi foram por um lado fundamentais para espalhar mercês, sesmarias e vilas de índios pelo rio Salgado, instrumentalizar os usos das águas nas suas fontes na Chapada do Araripe, bem como decisivas para consolidar ocupação na porção norte da referida Chapada, onde se encontram olhos d’água do São Francisco. Por outro lado, foram fundamentais para marcar a Chapada do Apodi como trânsito de entrada por excelência do gado, local que é divisor de águas dos dois referidos rios. As guerras pelos cursos maiores dos rios irradiaram caminhos de domínio territorial para todos os lados de onde advêm seus afluentes.

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  • VANESSA MARTINS LOPES
  • ANÁLISE DA CONECTIVIDADE DA PAISAGEM NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BASTIÕES (BHRB) – CEARÁ

  • Orientador : OSVALDO GIRAO DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CLARA MAGALHÃES DE BARROS
  • DANIEL RODRIGUES DE LIRA
  • LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
  • OSCAR VICENTE QUINONEZ FERNANDEZ
  • OSVALDO GIRAO DA SILVA
  • Data: 25/05/2023

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  • Os rios semiáridos exercem extrema importância na modelagem superficial das terras secas, pois são responsáveis pelo transporte em pulsos, de grande quantidade de sedimentos. Assim, torna-se importante compreender suas diferentes tipologias, e como elas afetam e são afetadas pelas diversas morfologias e dinâmica superficial da paisagem. Também é relevante entender como ocorre a transmissão de matéria e energia nas terras secas, especialmente de sedimentos, considerando o seu papel na propagação de efeitos perturbadores em sistemas fluviais. Neste sentido, o objetivo deste trabalho é analisar o grau de conectividade de sedimentos na Bacia Hidrográfica do Rio Bastiões (BHRB), a partir das diferentes tipologias de rio, considerando o papel das intervenções antrópicas nos estilos fluviais e na conectividade da paisagem. O rio Bastiões está localizado no estado do Ceará e é um dos principais afluentes do rio Jaguaribe, pertencendo ao domínio da bacia Alto Jaguaribe, a maior do estado. Para compreender e estabelecer as tipologias de rios foi utilizada a proposta dos Estilos Fluviais (River Styles) de Brierley e Fryirs (2005), que analisa o caráter e comportamento do rio de forma multiescalar, inter-relacionando as formas e processos para explicar a gênese fluvial. Para avaliar a transmissão de sedimentos, utilizou-se a proposta da conectividade da paisagem de Brierley, Fryirs e Jain (2006). A conectividade é avaliada intra e entre compartimentos na paisagem, em diferentes escalas espaciais, a partir do arranjo e tipos de impedimentos, associados a magnitude dos eventos de precipitação. Foram identificados na BHRB os cinco Estilos Fluviais: Vale Preenchido (EFVP), Vale Confinado com Leito Cascalhento e Arenoso (EFVCLCA), Vale Confinado com Leito Rochoso (EFVCLR), Vale Parcialmente Confinado com Leito Arenoso (EFVPCLA) e Vale Não Confinado com Leito Arenoso (EFVNCLA). Esses estilos apresentam-se com níveis distintos de propensão à conectividade. Acerca da transmissão de sedimentos, foram identificados os seguintes impedimentos relevantes ao fluxo hidrossedimentológico: barragens grandes, canais descontínuos/ausentes, planícies contínuas, planícies descontínuas e zonas urbanas de médio nível de impermeabilização. Concluiu-se que a BHRB pode ser considerada mais propensa à desconectividade dado o tipo e arranjo de impedimentos, ficando apenas 16% da área conectada em eventos de alta magnitude. Tal fato,
    supõe que além da retenção de sedimentos dentro do sistema ser alta, a propagação de mudanças diante de forças perturbadoras é lenta, caracterizando esse sistema fluvial como resiliente.


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  • Os rios semiáridos exercem extrema importância na modelagem superficial das terras secas, pois são responsáveis pelo transporte em pulsos, de grande quantidade de sedimentos. Assim, torna-se importante compreender suas diferentes tipologias, e como elas afetam e são afetadas pelas diversas morfologias e dinâmica superficial da paisagem. Também é relevante entender como ocorre a transmissão de matéria e energia nas terras secas, especialmente de sedimentos, considerando o seu papel na propagação de efeitos perturbadores em sistemas fluviais. Neste sentido, o objetivo deste trabalho é analisar o grau de conectividade de sedimentos na Bacia Hidrográfica do Rio Bastiões (BHRB), a partir das diferentes tipologias de rio, considerando o papel das intervenções antrópicas nos estilos fluviais e na conectividade da paisagem. O rio Bastiões está localizado no estado do Ceará e é um dos principais afluentes do rio Jaguaribe, pertencendo ao domínio da bacia Alto Jaguaribe, a maior do estado. Para compreender e estabelecer as tipologias de rios foi utilizada a proposta dos Estilos Fluviais (River Styles) de Brierley e Fryirs (2005), que analisa o caráter e comportamento do rio de forma multiescalar, inter-relacionando as formas e processos para explicar a gênese fluvial. Para avaliar a transmissão de sedimentos, utilizou-se a proposta da conectividade da paisagem de Brierley, Fryirs e Jain (2006). A conectividade é avaliada intra e entre compartimentos na paisagem, em diferentes escalas espaciais, a partir do arranjo e tipos de impedimentos, associados a magnitude dos eventos de precipitação. Foram identificados na BHRB os cinco Estilos Fluviais: Vale Preenchido (EFVP), Vale Confinado com Leito Cascalhento e Arenoso (EFVCLCA), Vale Confinado com Leito Rochoso (EFVCLR), Vale Parcialmente Confinado com Leito Arenoso (EFVPCLA) e Vale Não Confinado com Leito Arenoso (EFVNCLA). Esses estilos apresentam-se com níveis distintos de propensão à conectividade. Acerca da transmissão de sedimentos, foram identificados os seguintes impedimentos relevantes ao fluxo hidrossedimentológico: barragens grandes, canais descontínuos/ausentes, planícies contínuas, planícies descontínuas e zonas urbanas de médio nível de impermeabilização. Concluiu-se que a BHRB pode ser considerada mais propensa à desconectividade dado o tipo e arranjo de impedimentos, ficando apenas 16% da área conectada em eventos de alta magnitude. Tal fato, supõe que além da retenção de sedimentos dentro do sistema ser alta, a propagação de mudanças diante de forças perturbadoras é lenta, caracterizando esse sistema fluvial como resiliente.

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  • JULIANE BARBOSA SALES DA SILVA BOTELHO
  • SOLOS DEGRADADOS PELO CULTIVO DE CANA-DE-AÇÚCAR: USO DE PARÂMETROS BIOLÓGICOS (LIQUENS) E FÍSICOS (RADIAÇÃO) PARA SUA REMEDIAÇÃO

  • Orientador : EUGENIA CRISTINA GONCALVES PEREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EUGENIA CRISTINA GONCALVES PEREIRA
  • JOSÉ ADAILTON LIMA SILVA
  • LARISSA MONTEIRO RAFAEL
  • MANUELLA VIEIRA BARBOSA NETO
  • RODRIGO SANTANA MACEDO
  • Data: 17/07/2023

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  • A expansão das monoculturas do açúcar se fortaleceu em solos arenosos e de baixa aptidão agrícola. O suprimento exógeno de fertilizantes químicos para alavancar a produtividade foi um fator causador de maiores danos aos ecossistemas florestais. Neles são reportadas espécies endêmicas (líquen) que agem no equilíbrio dinâmico do ciclo de nutrientes. Desse modo, objetivo do estudo foi desenhar os mecanismos de ação e capacidade de biorremediação de solos arenosos naturais (área controle) e solos arenosos impactados pelo cultivo da cana-de-açúcar (área de estudo), pelo líquen Cladonia verticillaris exposto ou não a fonte de radiação gama. Amostras do líquen e de seu solo de ocorrência foram coletadas em Mamanguape-PB. Amostras de solos arenosos foram coletadas em terras de uma Usina localizada no litoral norte de Pernambuco. As amostras de ambos os solos obtidas no momento da coleta (tempo zero) foram levadas ao Laboratório de Química Ambiental de Solos. A irradiação do líquen foi realizada no Departamento de Energia Nuclear. Assim, doze tratamentos com cinco réplicas foram desenvolvidos, usando os solos, liquens irradiados ou não e diferentes condições de umidade do solo, simulando período chuvoso e de déficit hídrico. Para determinação da vitalidade do líquen foram quantificados pigmentos fotossintéticos (clorofilas a, b, c, d e totais) e determinação dos danos à estrutura do talo. Foram determinadas as concentrações dos fenóis presentes no talo de C. verticillaris, ácidos fumarprotocetrárico (FUM), protocetrárico (PRO) e atranorina (ATR) aos 30, 60, 90, 120, 150 e 180 dias. Para determinação da biorremediação dos solos foram quantificados os teores dos FUM, PRO e ATR percolados ao substrato aos 30, 60, 90, 120, 150 e 180 dias. Em adição, realizaram-se análises químicas, Espectroscopia por Energia Dispersiva (EDX) do solo no tempo zero e ao final do experimento (180 dias). Os resultados apontaram que os ácidos PRO e FUM estiveram em maiores teores nos tratamentos experimentais submetidos a solos da área controle (T1, T2, T3, T4), independente de simulações de déficit hídrico ou episódios de chuva, em talos irradiados ou não. Os teores de clorofilas a, b, c, d e totais foram superiores nos tratamentos irradiados (T2 e T4) submetidos a solos arenosos da área controle (Mamanguape-PB) e no tratamento não irradiado, simulando episódios de chuva (T7) e submetido a solos arenosos da área de estudo (Goiana-PE). Todavia, se nota que os danos ao talo de C. verticillaris estiveram maiores aos 180 dias nos tratamentos irradiados submetidos a solos arenosos da área controle e a área de estudo. Foi verificado nas análises químicas que a presença do líquen sobreposto a solos arenosos da área controle, independente do tratamento, proporcionou a redução do Al, sobretudo nos tratamentos que simularam episódios de chuva (T3 e T4). Nota-se ainda elevação do pH de 5,1 na amostra controle para 5,5 nos tratamentos T2 e T4. Nos solos impactados pelo cultivo da cana-de-açúcar verifica-se elevação do P nos tratamentos T5 e T7. Pode-se afirmar, ainda, que os solos arenosos da área controle (Mamanguape-PB) apresentaram menor gradiente de comprometimento ambiental que os solos arenosos da área de estudo (Goiana-PE). Tal fato é justificado pelo grave impacto antrópico inferido na atividade metabólica do líquen C. verticillaris inseridos na área de monocultivo da cana-de-açúcar. Dado o exposto, conclui-se que os solos arenosos sob monocultivo da cana-de-açúcar possuem elevado índice de degradação ambiental, pois, os elementos químicos contidos na solubilização de tais substâncias sob intenso uso agrícola (fertilizações químicas) ajudaram a explicar o bloqueio da produção fenólica (PRO e FUM) do líquen estudado e sua percolação ao solo nos tratamentos experimentais (T5, T6, T7 e T8). Desse modo, pode-se afirmar que monocultivo açucareiros no litoral norte de Pernambuco geram danos ambientais em virtude do comportamento verificado por C. verticillaris.


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  • A expansão das monoculturas do açúcar se fortaleceu em solos arenosos e de baixa aptidão agrícola. O suprimento exógeno de fertilizantes químicos para alavancar a produtividade foi um fator causador de maiores danos aos ecossistemas florestais. Neles são reportadas espécies endêmicas (líquen) que agem no equilíbrio dinâmico do ciclo de nutrientes. Desse modo, objetivo do estudo foi desenhar os mecanismos de ação e capacidade de biorremediação de Neossolos Quartzarênicos naturais (área controle) e solos arenosos impactados pelo cultivo da cana-de-açúcar (área de estudo), pelo líquen Cladonia verticillarisexposto ou não a fonte de radiação gama. Amostras do líquen e de seu solo de ocorrência foram coletadas em Mamanguape-PB. Amostras de solos arenosos foram coletadas em terras de uma Usina localizada no litoral norte de Pernambuco. As amostras de ambos os solos obtidas no momento da coleta (tempo zero) foram levadas ao Laboratório de Química Ambiental de Solos. A irradiação do líquen foi realizada no Departamento de Energia Nuclear. Assim, doze tratamentos com cinco réplicas foram desenvolvidos, usando os solos, liquens irradiados ou não e diferentes condições de umidade do solo, simulando período chuvoso e de déficit hídrico. Para determinação da vitalidade do líquen foram quantificados pigmentos fotossintéticos (clorofilas a,b, c, d e totais) e determinação dos danos à estrutura do talo. Foram determinadas as concentrações dos fenóis presentes no talo de C. verticillaris, ácidos fumarprotocetrárico (FUM), protocetrárico (PRO) e atranorina (ATR) aos 30, 60, 90, 120, 150 e 180 dias. Para determinação da biorremediação dos solos foram quantificados os teores dos FUM, PRO e ATR percolados ao substrato aos 30, 60, 90, 120, 150 e 180 dias. Em adição, realizaram-se análises químicas, Espectroscopia por Energia Dispersiva (EDX) e teores de matéria orgânica do solo no tempo zero e ao final do experimento (180 dias). Os resultados preliminares apontaram para teores de clorofilas a, b, c, d e totais superiores nos tratamentos irradiados (T2 e T4) e no tratamento simulando episódios de chuva (T6). Todavia, se nota que os danos ao talo de C. verticillaris também estiveram maiores aos 180 dias nos tratamentos irradiados. A produção do FUM, PRO e ATR no talo liquênico durante o período experimental apresentou os maiores teores no tratamento T4. Houve percolação ao solo destes ácidos durante todo período experimental. Maiores teores aos 180 dias de experimento foram registrados nos tratamentos T2, T3 e T4 para o FUM e PRO, e nos tratamentos T1 e T3 para ATR. Foi verificado nas análises químicas que a presença do líquen sobreposto a Neossolos Quartzarênicos, independente do tratamento, proporcionou a redução do Al nos tratamentos quesimularam episódios de chuva (T3 e T4). Nota-se ainda elevação do pH de 5,1 na amostra controle para 5,5 nos tratamentos T2 e T4. Nos solos impactados pelo cultivo da cana-de-açúcar verifica-se elevação do P nos tratamentos T5 e T6. Conclui-se, preliminarmente, que a utilização de C. verticillaris proporcionou modificação química em Neossolos Quartzarênicos reduzindo a toxidade do Al e nos solos arenosos cultivas com cana-de-açúcar elevando o P.

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  • LUCIANO GUIMARÃES DE ANDRADE
  • PROJETO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CARIRI, SERIDÓ E CURIMATAÚ (PROCASE): UMA ANÁLISE A PARTIR DO MUNICÍPIO DE CABACEIRAS/PB

  • Orientador : CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EDJANE OLIVEIRA DE LUCENA
  • CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • CARLOS ROBERTO CRUZ UBIRAJARA
  • JOÃO DAMASCENO
  • PRISCILA BATISTA VASCONCELOS
  • Data: 31/07/2023

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  • A política de desenvolvimento rural no Brasil, nos últimos anos, esteve associada a um conjunto de ações empreendidas em parceria entre organizações da sociedade civil, órgãos governamentais e de cooperação internacional. Essa nova agenda pavimenta, a emergência de um novo debate acerca dos graves problemas socioeconômicos e de vulnerabilidade ambiental no Brasil, especialmente na Região Semiárida. Essas medidas proporcionaram a implementação de estratégias e iniciativas que imprimem uma nova racionalidade, cujo olhar da política de combate à seca é reconfigurado, abrindo espaço para a introdução de um novo paradigma: a convivência com o Semiárido. Seguindo esta orientação, o Governo do Estado da Paraíba, com o apoio do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) através do Projeto de Desenvolvimento Sustentável do Cariri, Seridó e Curimataú (PROCASE) tem promovido ações em 56 municípios do Semiárido paraibano, e visa fortalecer a agricultura familiar e contribuir para o desenvolvimento rural sustentável. Diante do exposto, este trabalho, tem por objetivo compreender as bases e princípios do PROCASE e seus efeitos no recorte territorial do Cariri paraibano, com ênfase, no município de Cabaceiras/PB. A revisão bibliográfica permitiu refletir sobre os pressupostos teóricos do desenvolvimento territorial, e do paradigma da conivência com o Semiárido. A consulta aos arquivos institucionais deu evidencia a institucionalidade do PROCASE. Além disto, utilizou-se de outros procedimentos, como: pesquisa de campo, entrevistas e mapeamento. Os resultados demonstram que esse novo debate congrega novos conhecimentos e tecnologias sociais em diálogo com as experiências históricas das famílias afetadas pela estiagem para que possam conviver na região e suprir os baixos índices socioeconômicos, característicos do Semiárido brasileiro. Uma nova perspectiva revela-se como um novo paradigma que se incorpora ao campo do desenvolvimento territorial rural e tem como objetivo combater a pobreza rural, com preservação ambiental e participação das comunidades no desenvolvimento de projetos. Tais ações incluem caprino-ovinocultura, fruticultura, agroindústrias, artesanato, pequenas indústrias de beneficiamento de minério e outras atividades relativas às novas ruralidades que serão firmadas a partir das dinâmicas locais.


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  • A politica de desenvolvimento rural no Brasil, nos últimos anos, esteve associada a um conjunto de ações empreendidas em parceria entre organizações da sociedade civil, órgãos governamentais e de cooperação internacional. Essa nova agenda pavimenta, a emergência de um novo debate acerca dos graves problemas socioeconômicos e de vulnerabilidade ambiental no Brasil, especialmente na Região Semiárida. Essas medidas proporcionaram a implementação de estratégias e iniciativas que imprimem uma nova racionalidade, cujo olhar da politica de combate à seca é reconfigurado, abrindo espaço para a introdução de um novo paradigma: a convivência com o Semiárido. Seguindo esta orientação, o Governo do Estado da Paraíba, com o apoio do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) através do Projeto de Desenvolvimento Sustentável do Cariri, Seridó e Curimataú (PROCASE) tem promovido ações em 56 municípios do Semiárido paraibano, e visa fortalecer a agricultura familiar e contribuir para odesenvolvimento rural sustentável. Diante do exposto, este trabalho buscou identificar asiniciativas implementadas pelo PROCASE no Semiárido paraibano, com ênfase, no município de Cabaceiras/PB. O Objetivo é analisar a dimensão de suas ações e seus reflexos para a população sob o aspecto socioeconômico e ambiental. A revisão bibliográfica permitiu refletir sobre os pressupostos teóricos do desenvolvimento territorial, e do paradigma da conivência com o Semiárido. Além disto, a entrevista com agricultores, artesãos, técnicos e gestores compõem a base material utilizada para a construção desta pesquisa. Os resultados demonstram que esse novo debate congrega novos conhecimentos e tecnologias sociais em diálogo com as experiências históricas das famílias afetadas pela estiagem para que possam conviver na região e suprir os baixos índices socioeconômicos, característicos do Semiárido brasileiro. Uma nova perspectiva revela-se como um novo paradigma que se incorpora ao campo do desenvolvimento territorial rural e tem como objetivo combater a pobreza rural, com preservação ambiental e participação das comunidades no desenvolvimento de projetos. Tais ações incluem caprino-ovinocultura, fruticultura, agroindústrias, artesanato, pequenas indústrias de beneficiamento de minério e outras atividades relativas às novas ruralidades que serão firmadas a partir das dinâmicas locais.

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  • CLAUDIO ROBERTO FARIAS PASSOS
  • TERRITORIALIDADES VIOLENTAS NA CIDADE DE RECIFE NO PERÍODO DE 1990-2023 E SEUS “TRUNFOS” ECONÔMICOS, POLÍTICOS E ÉTNICO-RACIAIS

     

  • Orientador : ALCINDO JOSE DE SA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALCINDO JOSE DE SA
  • PRISCILA BATISTA VASCONCELOS
  • JOSE MARCELO MARQUES FERREIRA FILHO
  • MATEUS FERREIRA SANTOS
  • RAIMUNDO FERREIRA DE ARRUDA
  • Data: 28/08/2023

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  • A pesquisa apresenta reflexão sobre o regime escravocrata, adotado no Brasil colônia. O modelo adotado pelo colonizador perdurou por mais de três séculos produzindo fluxos e fixos socioespaciais até o fim da escravidão em 1888, todavia, deixou como herança para a população negra, o racismo que a violenta e a subjuga como classe social. A abolição da escravidão, no Brasil, ocorreu principalmente pelam intervenção da Inglaterra, contrariando os interesses da elite política e agrária local, que em seguida marginalizou os negros. Pessoas que desde então sofrem discriminação, sendo classificadas como subclasse, ralé, e sujeitos perigosos. A discriminação foi ratificada ao longo da história recente produzindo o chamado racismo estrutural, que exclui, aprisiona e condena de morte pessoas negras.  A metodologia utilizada no texto é quali e quantitativa, as referências tem base em estudos geográficos, históricos, sociais e filosóficos.  Os resultados da pesquisa confirmam a estrutura racista que encarcera e exclui os negros; também apresenta conjunto de políticas públicas como solução para desconstrução do racismo estrutural no país.


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  • Viemos há seis anos lendo e ouvindo diversos argumentos sobre os consideráveis números da criminalidade, causadora de medo, que acomete o Brasil. Tanto as capitais quanto as cidades interioranas têm índices elevados de roubos e mortes violentas intencionais, as gestões elaboraram planos, ações isoladas, sem coordenação regional ou nacional. As capitais que, teoricamente, dispõem de consideráveis recursos humanos e materiais não tem tido sucesso, contínuo, em iniciativas sociais ou policiais que diminuam as investidas criminosas que levam medo e morte a seus citadinos. Em Pernambuco, foi significativo o número de CVLI – Crimes Violentos Letais Intencionais na última década, com 41.929 vítimas seguindo a tendência de criminalidade nacional; em Recife ocorreram 6.488 casos, sua RMR registrou 12.250 assassinatos. Atenção em outro dado, a faixa etária das vítimas, homens e mulheres com idade variando entre 18 e 30 anos. As ocorrências são classificadas como crimes de proximidade, quando as vítimas conhecem seu agressor; latrocínios, quando o agressor rouba o pertence e em seguida assassina a vítima e acerto de contas por compra de droga. O Recife e seus bairros são suporte material, campo de estudo a ser compreendido, compõem Espaço Geográfico. Esse, conceito “mestre e categoria chave”, e o Território (materialidade), onde práticas sociais ocorrem (Santos, 2012); são duas categorias chaves que dão forma a “constelação geográfica de conceitos” segundo Haesbaert (2014 e 2010). Partindo de tal pressuposto a tese terá objetivo geral de compreender quais condicionantes históricas e espaciais são responsáveis pelo medo e sensação de impunidade, culpadas em parte por mais violência, que acomete o Recife e sua RMR (Grande Recife). Para se atingir tal desejo, terá como fulcro os objetivos específicos: apresentar o espaço como suporte e lugar de materialização das categorias geográficas que exibem o cotidiano de medo e violência; conhecer o modelo de política pública que fomentou a conjuntura de segurança nacional e local; identificar as condicionantes históricas da formação social do Brasil e sua repercussão no contexto pernambucano; discutir como os papeis raciais e de gêneros se relacionam ao tempo presente de medo e insegurança em Recife e sua RMR.

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  • JUDSON JORGE DA SILVA
  • DA CONDIÇÃO DE PERIFERIA NA PERIFERIA DO CAPITAL À INCORPORAÇÃO NA LÓGICA DAS POLÍTICAS HEGEMÔNICAS PARA O TERRITÓRIO: ANÁLISE DAS ESTRATÉGIAS DE ATRAÇÃO DE MEGAPROJETOS DE MINERAÇÃO PARA O ESTADO DO PIAUÍ

  • Orientador : CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEIDA AZAMAR ALONSO
  • CARLOS RERISSON ROCHA DA COSTA
  • CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
  • LUCAS ZENHA ANTONINO
  • RICARDO JUNIOR DE ASSIS FERNANDES GONÇALVES
  • Data: 28/08/2023

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  • Nas duas primeiras décadas do século XXI, o estado do Piauí passou a se constituir, de modo dinâmico, como um novo lócus de investimento do capital internacional, a partir da instalação dos chamados  grandes  projetos  de  desenvolvimento.  Destacam-se entre estes grandes projetos as atividades de mineração que, pouco a pouco, materializam o território piauiense como área de ajuste, com  ênfase  em  minérios  metálicos  de  alta demanda global como ferro, níquel, cobalto, vanádio e titânio. Para a efetivação desse modelo  ganha  centralidade  o  planejamento  econômico  voltado  para  a  conversão  da natureza do Piauí em ativos econômicos, apresentados no formato de carteira de projetos para atrair investidores.  São definidos projetos prioritários, que possuem entre si uma conexão de complementaridade, a exemplo da mineração, do setor energético e do setor de transporte, em especial a ferrovia Transnordestina, que juntos compõem uma espécie de  tríade  do  ordenamento  territorial  moderno  no  Piauí.  Concomitante  à  adoção  de estratégias  de  atração  de  investimentos,  que  inclui  desde  incentivos  fiscais,  passando também pela construção de uma imagem positiva do estado para o mercado, associado a melhorias de índices como o IDHM, o Piauí passa a se configurar como uma área de expansão da fronteira mineral brasileira. Esse processo ocasiona uma série de conflitos, pois as pesquisas minerais e os licenciamentos ambientais avançam silenciosamente sobre o  território  de  povos  e  comunidades  tradicionais  e,  quando  se  tornam  públicos,  já se encontra  em fase avançada junto a ANM e  com  processo de licenciamento ambiental iniciado  na  SEMARH-PI.  Diante  desse  cenário,  buscou-se  analisar  as  estratégias  de planejamento governamental voltadas para atração dos grandes projetos de mineração, dentre as quais se destacam a elaboração de documentos técnicos, o estabelecimento de incentivos a setores complementares como o de energia e transporte, além do empenho para se mudar a imagem de pobreza associada a esse Estado. Ao final, busca-se por meio de uma “contra cartografia” desvelar o avanço silencioso dos projetos de mineração sobre a natureza e territórios tradicionais e camponeses no Piauí e compreender os processos de resistência dos grupos ameaçados pela  chegada  dos grandes projetos de  mineração. A pesquisa  aponta  que  as  políticas  de  desenvolvimento  em  curso  no  Piauí,  que  visam à modernização  da  economia  local  a  partir  da  produção  de  commodities  e  que  são amplamente patrocinadas pelo Estado, reforçam a condição do Piauí como uma periferia na periferia do capital.


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  • Nas duas primeiras décadas do século XXI, o estado do Piauí passou a se constituir, de modo dinâmico, como um novo lócus de investimento do capital internacional, a partir da instalação dos chamados grandes projetos de desenvolvimento. Destacam-se entre estes grandes projetos as atividades de mineração que, pouco a pouco, materializam o território piauiense como área de ajuste, com ênfase em minérios metálicos de alta demanda global como ferro, níquel, cobalto, vanádio, titânio, entre outros. Para a efetivação desse modelo ganha centralidade o planejamento econômico voltado para a conversão da natureza do Piauí em ativos econômicos, apresentados no formato de carteira de projetos para atrair investidores. São definidos projetos prioritários, que possuem entre si uma conexão de complementaridade, a exemplo da mineração, do setor energético e do setor de transporte, em especial a ferrovia Transnordestina, que jutos compõem uma espécie de tríade do ordenamento territorial moderno no Piauí. Concomitante a adoção de estratégias de atração de investimentos, que inclui desde incentivos fiscais, passando também pela construção de uma imagem positiva do estado para o mercado, associado a melhorias de índices como o IDHM, o Piauí passa a se configurar como uma área de expansão da fronteira mineral brasileira. Esse processo ocasiona uma série de conflitos, pois as pesquisas minerais e os licenciamentos ambientais avançam silenciosamente sobre o território de povos e comunidades tradicionais e, quando se tornam públicos já se encontra em fase avançada junto a ANM e com processo de licenciamento ambiental iniciado na SEMAR-PI. Diante desse cenário, buscou-se analisar as estratégias de planejamento governamental voltadas para atração dos grandes projetos de mineração, dentre as quais se destacam a elaboração de documentos técnicos, o estabelecimento de incentivos a setores complementares como o de energia e transporte, além do empenho para se mudar a imagem de pobreza associada a esse Estado. Ao final, busca-se por meio de uma “contra cartografia” desvelar o avanço silencioso dos projetos de mineração sobre a natureza e territórios tradicionais e camponeses no Piauí e compreender os processos de resistência dos grupos ameaçados pela chegada dos grandes projetos de mineração. A pesquisa aponta que as políticas de desenvolvimento em curso no Piauí, que visam à modernização da economia local a partir da produção de commodities e que são amplamente patrocinadas pelo Estado, reforçam a condição do Piauí como uma periferia na periferia do capital.

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  • MARIA ROSANA DA COSTA OLIVEIRA
  • ECONOMIAS SOLIDÁRIAS E TERRITORIAIS (EST) PARA A AUTONOMIA CAMPONESA: UMA ANÁLISE SOBRE A ASSOCIAÇÃO DOS PRODUTORES AGROECOLÓGICOS (APA) BUDEGA DO POVO – VIÇOSA – CE – BRASIL E A COOPERATIVA MULTIATIVA PARA O DESENVOLVIMENTO DO MADALENA MÉDIO (COOMULDEMM) – YONDÓ – COLÔMBIA

  • Orientador : CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HELLEN CHARLOT CRISTANCHO GARRIDO
  • CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
  • JORGE RAMÓN MONTENEGRO GÓMEZ
  • JOSEFA DE LISBOA SANTOS
  • MONICA COX DE BRITTO PEREIRA
  • Data: 29/08/2023

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  • Esta tese tem como objetivo principal compreender a importância das Economias Solidárias e Territoriais (EST) para o fortalecimento das autonomias camponesas. Para isso, analisamos duas experiências norteadas pelos princípios da Economia Solidária, a Associação dos Produtores Agroecológicos (APA) Budega do Povo localizada em Viçosa do Ceará, Mesorregião do Noroeste Cearense do Brasil e a Cooperativa Multiactiva do Magdalena Médio (Coomuldemm) situada na zona rural do município de Yondó, Departamento de Antióquia, Noroeste da Colômbia. Apesar de estarem em países distintos, ambas enfrentam problemáticas comuns como a desigualdade social e a concentração de terras. Diante dessas, tecem economias alternativas desde os territórios como estratégia de fortalecimento econômico, social e político. Busca-se não reduzir o território a uma pequena dimensão, pelo contrário, reconhece-se que este possui multidimensionalidade onde cada aspecto, econômico, cultural, social, econômico e político é interdependente e pode contribuir para o fortalecimento das autonomias. Autonomias, entendidas enquanto lógica processual, de construção e exercício de poder coletivo (MODONESI, 2011). Ao longo da pesquisa pluralizamos o conceito de Economia Solidária, entendendo-a como múltipla, construídas nos e a partir dos territórios. No espaço agrário, o campesinato é quem melhor representaria as EST, pois ao longo da sua história de existência e r-existência (PORTO GONÇALVES, 2006) baseia-se na solidariedade e na cooperação. Articulada a uma rede estadual de comercialização solidária denominada ‘Rede Bodega’, a Budega do Povo foi criada em 2004 por camponeses e camponesas da zona rural de Viçosa e Tianguá que buscavam ter o controle não só do processo produtivo, mas também da distribuição e da comercialização das suas mercadorias. Desde 2004, produzem em quintais produtivos mais de 78 itens para comercialização. Em meio ao território do agronegócio da fruticultura e floricultura presente na região da Ibiapaba, a Budega do Povo resiste através das práticas econômicas, culturais e políticas alternativas ao modelo agroquímico exportador. A Cooperativa Multiactiva do Magdalena Médio (COOMULDEMM) situada na zona rural do município de Yondó na Colômbia é uma das cooperativas ligadas a ECOMUM- Economias Sociais do Comum. Criada em 2017 no contexto de Acordo de Paz entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), se orienta para estimular projetos em Economia Solidária principalmente nos territórios mais atingidos pela guerra. Mesmo diante dos enormes desafios, principalmente a não implementação da Reforma Rural Integral e a insegurança, os/as firmantes continuam a trabalhar coletivamente nos projetos produtivos fomentados pela COOMULDEMM, entre as atividades desenvolvidas, destacamos a piscicultura, o plantio de cacau e a venda de carne e queijo de búfalo. Em relação a metodologia da pesquisa, ao longo de toda a sua construção, realizamos leituras, coletas de dados, trabalhos de campo e entrevistas. Compreendemos que ambas as experiencias – APA Budega do Povo e COOMULDEMM - estão em territórios inseridos na periferia do sistema-mundo e exemplificam históricos de resistências coletivas as problemáticas enfrentadas, dentre elas, a desigualdade social e a concentração de terras. Frente a estas, persistem criativamente em associação e cooperativa.


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  • Esta tese tem como objetivo compreender a importância das Economias Solidárias e Territoriais (EST) para o fortalecimento das autonomias camponesas. Neste sentido, propomos um diálogo entre as experiências da Associação dos Produtores Agroecológicos (APA) Budega do Povo localizada no município de Viçosa no estado do Ceará, Nordeste do Brasil e a Cooperativa Multiactiva do Magdalena Médio (Coomuldemm) situada no município de Yondó, departamento de Antioquia na Colômbia. Ao longo da pesquisa pluralizamos o conceito de Economia Solidária, entendendo-a como múltipla, pois são construídas desde abaixo, nos e a partir dos territórios. O território seria deste modo categoria central para entendermos estas economias. Busca-se desvincular a discussão da Economia Solidária de uma perspectiva puramente institucional e de uma análise que a situa desde uma visão eurocêntrica e urbana. O conceito de autonomia discutido baseia-se em Castoriadis (2012) que distingue a autonomia individual puramente liberal da autonomia comunitária aqui defendida. No espaço agrário, o campesinato é quem melhor representaria estas economias pois ao longo da sua história de existência e r-existência (PORTO GONÇALVES,2009) baseia-se na solidariedade e na cooperação. Compreendemos, deste modo, as experiências Budega do Povo e Coomuldemm cada uma com suas especificidades socioterritoriais, construções coletivas de solidariedade e resistência territorial. Localizada no Município de Viçosa, região oeste do estado do Ceará, a Budega do Povo está inserida em uma rede de comercialização solidária denominada ‘Rede Budegas’. Desde 2004, 30 famílias produzem em quintais agroecológicos uma pluralidade de alimentos (arroz, feijão, café, ovos, macaxeira, jerimum, ervas medicinais, temperos, geléias, outros) e os comercializam em diversas territorialidades (ponto fixo, em feiras, eventos, outros). São contraespaços em meio ao Agronegócio da fruticultura e floricultura presentes no Planalto da Ibiapaba. A Cooperativa Multiactiva do Magdalena Médio (Coomuldemm) situada em uma zona rural do município de Yondó na Colômbia, é uma das cooperativas ligadas a ECOMUM-Economias Sociais do Comum criada após o ‘acordo de paz’ firmado em novembro de 2016 entre governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). Cooperativas em Economia Social e Solidária (ESS) foram estabelecidas pelos/pelas ex-combatentes como uma das alternativas de reincorporação no período pós-conflito. Busca-se não somente incorporação econômica, mas também a construção de territórios de vida. Participamos do processo de construção da COOMULDEMM e apreendemos os desafios da reincorporação, principalmente pelo incumprimento do Estado, que não destina as familias a propriedade da terra e estes aguardam vulneráveis socialmente, territorialmente e economicamente as verdadeiras mudanças estruturais no país. Apesar dos enormes desafios, continuam a trabalhar coletivamente nos projetos produtivos desenhados pela cooperativa, como a piscicultura, o plantio de cacau e a venda de carne e queijo de búfalo. Continuam a resistir e a reivindicar outro campo colombiano, onde a terra e o território sejam direitos. Como método de pesquisa, propomos um diálogo frutífero entre o método marxista e a decolonialidade, com o objetivo de fortalecer a análise espacial da América Latina a partir dos seus territórios. Sobre a metodologia, realizamos pesquisa bibliográfica e documental, trabalhos de campo e entrevistas.

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  • ELIDIANE DA SILVA AMANCIO
  • REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE NATUREZA E O TURISMO: TRANSFORMAÇÕES DA PAISAGEM NA ILHA DE FERNANDO DE NORONHA-PE, BRASIL.

  • Orientador : MARIA FERNANDA ABRANTES TORRES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA FERNANDA ABRANTES TORRES
  • ANAILZA CRISTINA GALDINO DA SILVA
  • FATIMA VERONICA PEREIRA VILA NOVA
  • IWELTON MADSON CELESTINO PEREIRA
  • LUCAS ANTONIO VIANA BOTELHO
  • Data: 30/08/2023

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  • Os ambientes insulares constituem espaços dotados de singularidades em relação aos aspectos físicos, expressos na paisagem, e em relação aos aspectos sociais. A modificação das paisagens através de distintas temporalidades implica na transformação do espaço e do lugar, onde o indivíduo e a coletividade desenvolvem suas experiências, e ancorados nestas, constroem espaços, identidades e representações sociais. Por esse ângulo, buscou-se estudar as representações sociais de natureza da ilha de Fernando de Noronha – PE, Brasil. A abordagem utilizada para o inquérito das transformações ambientais foi desenvolvida em diálogo com a Teoria das Representações Sociais- TRS, oferecendo suporte para o inquérito da paisagem como campo de visibilidade e significação social e cultural onde inserem-se as experiências do mundo vivido. Verifica-se uma dualidade de percepções e valores que aludem tanto ao sentido paradisíaco dos ambientes insulares quanto ao sentido mercadológico de “lugar de consumo”, tais percepções estão expressas e materializadas nas paisagens e nas atitudes cotidianas dos ilhéus e visitantes. O choque entre a dualidade de sentidos e percepções estão expressas na comercialização e no consumo do ambiente insular e ocasionam impactos ambientais.


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  • Os ambientes insulares constituem espaços dotados de singularidades em relação aos aspectos físicos, expressos na paisagem, e em relação aos aspectos sociais. A modificação das paisagens através de distintas temporalidades implica na transformação do espaço e do mundo vivido, onde o indivíduo e a coletividade desenvolvem suas experiências, e ancorados nestas, constroem espaços, identidades e representações sociais. Por esse ângulo, buscou-se estudar as representações sociais de natureza pertencentes aos ilhéus e à população flutuante, turistas e trabalhadores temporários da ilha de Fernando de Noronha – PE. A abordagem utilizada para o inquérito das transformações ambientais foi desenvolvida em diálogo com a Teoria das Representações Sociais-TRS, oferecendo suporte para o inquérito da paisagem como campo de visibilidade e significação social e cultural onde inserem-se as experiências do mundo vivido. Verifica-se uma dualidade de percepções e valores que aludem tanto ao sentido paradisíaco dos ambiente insulares quanto ao sentido mercadológico de “lugar de consumo”, tais percepções estão expressas e materializadas nas paisagens e nas atitudes cotidianas dos ilhéus e visitantes. O choque entre a dualidade de sentidos e percepções estão expressas na comercialização e no consumo do ambiente insular e ocasionam impactos ambientais.

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  • PAULO CESAR DE OLIVEIRA
  • A PAISAGEM DA GEOGRAFIA DA VIOLÊNCIA E DO MEDO NOS BAIRROS DA COHAB E IBURA – RECIFE, PE

  • Orientador : ALCINDO JOSE DE SA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALCINDO JOSE DE SA
  • ANA REGINA MARINHO DANTAS BARBOZA DA ROCHA SERAFIM
  • GEVSON SILVA ANDRADE
  • LUCAS ANTONIO VIANA BOTELHO
  • MATEUS FERREIRA SANTOS
  • Data: 31/08/2023

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  • Partindo da observação sobre o medo urbano e a crescente fortificação dos espaços residenciais instrumentalizados por aparatos de segurança, e suas possíveis consequências na paisagem e na dinâmica interna dos bairros, a presente pesquisa qualitativa na área de Geografia, aborda o fenômeno da violência e do medo urbano nas grandes metrópoles brasileiras, com foco no Bairro da Cohab-Ibura, em Recife - PE. Outra problemática recorrente ao debate foi como os elementos da paisagem poderiam desmistificar ou ampliar o estigma de que áreas pobres abrigariam exclusivamente condicionantes da violência. O problema central do estudo é analisar como a dinâmica intraurbana pode manifestar o fenômeno da violência e do medo nesse território de baixa renda. A pesquisa é fundamentada em autores como Bauman (2009), Pedrazzini (2006), Wacquant (2005; 2011), Newman (1973), Souza (2006), Sposito e Góes (2013) e Sá (2009). O objetivo geral é identificar o processo de estabelecimento da Geografia da violência e do Medo – GVM, por meio da análise dos aparatos de segurança na paisagem dos bairros da Cohab-Ibura, em Recife-PE. Os procedimentos metodológicos foram a revisão da literatura, registros fotográficos, visitas exploratórias, entrevistas semi-estruturadas, aplicação de questionários e análise de dados, com base em categorias geográficas de análise: a paisagem e as territorialidade aplicadas a noção de Geografia do Medo e da Violência (GMV). Os resultados revelaram a presença de fortes contrastes socioespaciais, com tendências arquitetônicas individualistas e menos engajadas de convívio, mas também apontou a possibilidade de resgatar o diálogo e a coesão social para integrar esforços contra a violência. A pesquisa também destacou que a busca por ambientes mais seguros na periferia resultou na criação de peculiaridades intraurbanas, como o surgimento de espaços fragmentados, produzindo fachadas com aparência de pequenas fortalezas, que tendem a alimentar uma sensação de insegurança generalizada e a diminuição do contato físico. Conclui-se que é preciso superar abordagens simplistas sobre as implicações da violência urbana, dando visibilidade a questões graves, como os meios de reverter o isolamento voluntário e à desistência do convívio social. A abordagem socioespacial da Geografia do Medo e da Violência (GMV) com seus procedimentos mistos de investigação se mostrou promissor para compreendermos a relação entre a materialidade urbana e o medo. A pesquisa propõe uma análise mais profunda das causas do isolamento voluntário e a necessidade de novas reflexões acerca do enfrentamento da violência urbana, superando alternativas imediatistas de trancafiar os lares.


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  • Atualmente a insegurança urbana materializada através de fortificações residenciais, provoca a presente reflexão proposta em nossa tese, que visa abordar como a produção dos imaginários da geografia do medo e da violência – GMV em áreas com moradias carentes, tendem a reforçar processos de fragmentação por meio de estigmas do temor da violência. Acreditamos que a associação da insegurança, enquanto parte da identidade das comunidades, provoca ainda mais a evitação e o isolamento. Metodologicamente, utilizamos procedimentos da semiose peirciana para ampliar a compreensão das paisagens que compõem a GVM. Assim, o processo de semiose pela estruturação sígnica (verbal e não-verbal), aquiarticulada (símbolo, signo e ícone) junto ao contexto da geografia do medo e da violência, nos auxiliou a desvendar os significados socio-simbólicos do espaço urbano. Assim, aprofundando análises críticas ajustadas a realidade dos bairros. Portanto, o presente estudo nos permitiu comprovar que o desenvolvimento da paisagem da GMV reforça a situação histórica de desassistência em comunidades carentes, refletindo nas paisagens (segurança, insegurança e fragmentação) elementos de natureza segregatória no Brasil e, também comuns a toda América Latina. Também, percebemos o quanto setores da segurança particular e a especulação imobiliária podem se beneficiar lucrativamente em detrimento de uma sociedade cada vez mais assustada. 

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  • BRUNO FERREIRA SOARES
  • FEDERALISMO E PODER (PARALELO): UM PÁSSARO OU UMA AVE DE RAPINA SOB O CÉU DO CARIRI CEARENSE?  

  • Orientador : BERTRAND ROGER GUILLAUME COZIC
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JOÃO CÉSAR ABREU DE OLIVEIRA FILHO
  • ANA CRISTINA DE ALMEIDA FERNANDES
  • BERTRAND ROGER GUILLAUME COZIC
  • LIVIA IZABEL BEZERRA DE MIRANDA
  • SUELY SALGUEIRO CHACON
  • Data: 20/10/2023

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  • Do ponto de vista conceitual, a ideia de federação remete, entre outras, a uma organização territorial do poder, por meio de uma articulação entre os poderes nacional e os poderes regionais, e, quando houver, poderes locais; sob a forma de um pacto, na qual se assenta em um instrumento jurídico. Ou seja, a partir de preceitos constitucionalmente acordados entre aqueles que integram o contrato federativo, no intuito de manter o equilíbrio e evitar tanto uma centralização como uma fragmentação excessiva do poder. Considerando que a origem do federalismo brasileiro (1891) remete, em teoria, à tentativa de descentralizar o poder no intuito de promover um desenvolvimento capitalista nas diversas e distintas regiões do país; torna-se fundamental conhecer a trajetória do federalismo nacional para entender como a organização territorial do poder interferiu nesse processo. Analisando as implicações dessa articulação na complexa e continental realidade brasileira, e seus reflexos para os entes subnacionais. Bem como as estratégias encontradas por eles, no intuito de promoverem o desenvolvimento em seus territórios. Todavia, embora não sejam poderes constitucionalmente estabelecidos, os organismos e instituições internacionais historicamente exerceram um considerável poder no país. A depender do contexto geo-histórico, o exerceram em maior ou menor intensidade, mas participaram diretamente do processo de desenvolvimento capitalista nacional. Sendo, portanto, indispensável a qualquer estudo que se proponha a analisar tal processo, considerar a interferência dessa escala internacional de poder. Nesse contexto, o presente estudo se propôs a analisar o papel do Banco Mundial/BIRD em meios às escalas (e relações) de poder inerentes ao federalismo brasileiro, na busca pelo desenvolvimento capitalista nacional, durante a passagem do século XX para o século XXI. Tomando como referência um movimento de escalas que parte de um contexto nacional, até chegar à escala regional/local de poder. Balizado por uma regionalização estabelecida pelo Governo do Estado do Ceará, que contou com o apoio técnico-financeiro do referido banco, para a realização de um conjunto de ações/intervenções que buscavam fortalecer a região sul do estado, especialmente o chamado “Cariri Central”. Dando condições para uma maior atração de investimentos e de pessoas, sob o discurso de combate à pobreza. Do ponto de vista metodológico, a pesquisa se constitui em um estudo de caso, de natureza aplicada; e de caráter quali-quantitativo no que se refere a forma de sua abordagem. No tocante ao seu objetivo geral, a pesquisa pode ser classificada como exploratória e descritiva; que, entre os procedimentos técnicos utilizados, destaca-se uma criteriosa revisão de literatura, associada a uma valiosa análise documental. Em relação a obtenção de dados, foi realizado um importante trabalho de campo no recorte espaço-regional foco da pesquisa; seguido pelo registro fotográfico e a observação. Além da realização de entrevistas semiestruturadas com profissionais que estiveram diretamente envolvidos na elaboração/execução do Projeto Cidades do Ceará I – Cariri Central. A sistematização e análise dos dados contou como referencial com a triangulação de métodos, composta pelos dados (informações) obtidos durante as entrevistas; pela análise dos documentos que nortearam a elaboração/execução do referido projeto; bem como pelo diálogo com autores que se debruçam em torno das temáticas discutidas. Entre os principais resultados, destaca-se a capacidade de reinventar-se do Banco Mundial/BIRD, no intuito de dar respostas às demandas referentes a cada momento geo-histórico vivenciado. Pavimentando os caminhos das reestruturações capitalistas a partir do gerenciamento da pobreza, e de um constante mecanismo mimético.


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  • Originalmente criado nos Estados Unidos da América (EUA) em 1787, no intuito de unir as Treze Colônias recém independentes, o sistema federal norte-americano exerceu forte inspiração para o estabelecimento do federalismo no Brasil (1891). No entanto, diferente do caso estadunidense, sua emergência ocorre no intuito de descentralizar o poder político no país, promovendo o desenvolvimento de distintas áreas do território nacional. Embora seja um conceito amplo, a ideia de federação remete a uma organização territorial do poder, por meio de uma articulação entre o poder central e os entes subnacionais; a partir de preceitos constitucionais acordados, no intuito de evitar tanto uma centralização como uma fragmentação excessiva do poder. Nesse sentido, torna-se fundamental conhecer a trajetória do federalismo brasileiro para entender como a organização territorial do poder interferiu no processo de desenvolvimento. Analisando as implicações dessa articulação na complexa e continental realidade brasileira; seus reflexos para os entes subnacionais; e quais as estratégias encontradas por eles, no intuito de promoverem o desenvolvimento em seus territórios. Por outro lado, torna-se indispensável considerar a interferência de organismos internacionais nesse processo. Destarte, partindo dessas premissas, o presente estudo busca refletir em torno da relação entre federalismo e desenvolvimento, sob a ótica geográfica, a partir de uma regionalização implementada pelo Governo do Estado do Ceará. Que, a partir da aquisição de empréstimos no exterior, buscou combater a pobreza e reduzir o desequilíbrio socioeconômico através de um programa de desenvolvimento de polos regionais. Tal programa selecionou a região Sul do estado como experiência-piloto, cujos procedimentos seriam replicados para as demais regiões. O principal objetivo desta tese é tentar responder qual o papel do Banco Mundial/BIRD na elaboração e execução do Projeto Cidades do Ceará I; bem como no processo de institucionalização da Região Metropolitana do Cariri – RMCariri. Tendo a noção de federalismo e seus princípios básicos como elementos estruturantes das observações. Com esse intuito, foi realizada uma periodização que levou em consideração as Constituições publicadas ao longo da história do país; assim como uma abordagem multiescalar. Do ponto de vista metodológico, a pesquisa se constitui em umestudo de caso, de natureza aplicada; e de caráter quali-quantitativo. No tocante ao seu objetivo geral, a pesquisa pode ser classificada como exploratória e descritiva; e entre os procedimentos técnicos utilizados, destaca-se uma criteriosa revisão de literatura, associada a uma valiosa análise documental. Em relação a obtenção de dados, foi realizado um importante trabalho de campo no recorte espaço-regional foco da pesquisa; seguido pelo registro fotográfico e a observação. Destaca-se que, para a construção da última seção do estudo, que busca responder à questão central da tese, serão realizadas entrevistas semiestruturadas com autoridades, políticos e técnicos envolvidos na elaboração/execução do Projeto Cidades do Ceará I e na institucionalização da RMCariri. Além disso, será adotado como referencial analítico a triangulação composta pelas informações obtidas durante as entrevistas realizadas com os interlocutores da pesquisa; pela análise dos documentos que nortearam a elaboração/execução/institucionalização das intervenções mencionadas; bem como pelo diálogo com autores que se debruçam em torno das temáticas discutidas.

2022
Dissertações
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  • LUCAS ANDRE PENHA DOS SANTOS
  • A DESINDUSTRIALIZAÇÃO NA REGIÃO METROPOLITANA DE RECIFE (RMR)? EVIDÊNCIAS E POSSIBILIDADES

  • Orientador : BERTRAND ROGER GUILLAUME COZIC
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BERTRAND ROGER GUILLAUME COZIC
  • ANA CRISTINA DE ALMEIDA FERNANDES
  • ALEXANDRE SABINO DO NASCIMENTO
  • Data: 17/02/2022

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  • A atividade industrial tem uma participação relevante no contexto socioespacial, influindo diretamente na produção de riqueza da sociedade, no modo de apropriação dos espaços e na intensificação dos processos de urbanização. De outro lado, é cada vez mais difundida a hipótese de que a desindustrialização ressignifica o espaço, reestruturando-o por meio de novos enfoques e contribuindo para a alteração das dinâmicas socioeconômicas regionais. A presente pesquisa objetiva analisar a desindustrialização na Região Metropolitana do Recife (RMR), atentando-se às implicações diretas do fenômeno sobre as perspectivas ligadas ao trabalho e à produtividade. Realizou-se uma revisão bibliográfica a fim de oferecer um alicerce teórico às discussões acerca da reestruturação produtiva regional. Posteriormente, a partir da captação de dados junto a órgãos de atuação e escala diversas, foi possível elaborar um “perfil da economia industrial” da RMR que levou em consideração fatores como: os índices de produtividade de acordo com diferentes setores de concentração tecnológica; a evolução do número de empregos em atividades industriais específicas; o número de estabelecimentos industriais segundo atividades selecionadas, etc. Também foi realizada uma análise que considerou os dispêndios em Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I); em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) e a interação Universidade-Empresa (U-E). Ademais, para a averiguação do âmbito institucional, fez-se o exame de programas de desenvolvimento industrial, planos de negócios e tomadas de decisão de cunho legislativo que tiveram relação direta com o setor. Os resultados apontam que a RMR passa por uma desindustrialização relativa, visto que a estrutura de sua indústria de transformação, quando não apresenta um arrefecimento nas áreas de geração/manutenção dos postos de trabalho e Valor Agregado Bruto (V AB) – em segmentos com maior concentração tecnológica –, se caracteriza pela estagnação dos dados ramos. Percebe-se uma desarticulação entre as esferas empresarial e institucional, dificultando o estabelecimento de um ambiente industrial dinâmico. Em grande medida, os parcos empenhos destinados à PD&I e à CT&I são mal administrados, tendo, como principal destino, o equipamento/melhoria da estrutura fabril e não um incentivo focado em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). A intrincada situação é ainda aprofundada pelo descompasso presente na relação Universidade-Empresa (U-E) e consubstanciada pela baixíssima concentração de pesquisadores envolvidos na atividade industrial.


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  • A atividade industrial tem uma participação relevante no contexto socioespacial, influindo diretamente na produção de riqueza da sociedade, no modo de apropriação dos espaços e na intensificação dos processos de urbanização. De outro lado, é cada vez mais difundida a hipótese de que a desindustrialização ressignifica o espaço, reestruturando-o por meio de novos enfoques e contribuindo para a alteração das dinâmicas socioeconômicas regionais. A presente pesquisa objetiva analisar a desindustrialização na Região Metropolitana do Recife (RMR), atentando-se às implicações diretas do fenômeno sobre as perspectivas ligadas ao trabalho e à produtividade. Realizou-se uma revisão bibliográfica a fim de oferecer um alicerce teórico às discussões acerca da reestruturação produtiva regional. Posteriormente, a partir da captação de dados junto a órgãos de atuação e escala diversas, foi possível elaborar um “perfil da economia industrial” da RMR que levou em consideração fatores como: os índices de produtividade de acordo com diferentes setores de concentração tecnológica; a evolução do número de empregos em atividades industriais específicas; o número de estabelecimentos industriais segundo atividades selecionadas, etc. Também foi realizada uma análise que considerou os dispêndios em Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I); em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) e a interação Universidade-Empresa (U-E). Ademais, para a averiguação do âmbito institucional, fez-se o exame de programas de desenvolvimento industrial, planos de negócios e tomadas de decisão de cunho legislativo que tiveram relação direta com o setor. Os resultados apontam que a RMR passa por uma desindustrialização relativa, visto que a estrutura de sua indústria de transformação, quando não apresenta um arrefecimento nas áreas de geração/manutenção dos postos de trabalho e Valor Agregado Bruto (V AB) – em segmentos com maior concentração tecnológica –, se caracteriza pela estagnação dos dados ramos. Percebe-se uma desarticulação entre as esferas empresarial e institucional, dificultando o estabelecimento de um ambiente industrial dinâmico. Em grande medida, os parcos empenhos destinados à PD&I e à CT&I são mal administrados, tendo, como principal destino, o equipamento/melhoria da estrutura fabril e não um incentivo focado em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). A intrincada situação é ainda aprofundada pelo descompasso presente na relação Universidade-Empresa (U-E) e consubstanciada pela baixíssima concentração de pesquisadores envolvidos na atividade industrial.

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  • ADALBERTO ANTONIO DA MOTA CORREIA
  • DIFUSÃO DE INOVAÇÕES NO RECIFE: fábulas, perversidades e possibilidades do trabalho de entregadores via plataforma digital

  • Orientador : ANA CRISTINA DE ALMEIDA FERNANDES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CRISTINA DE ALMEIDA FERNANDES
  • JAN BITOUN
  • THIAGO ADRIANO MACHADO
  • Data: 24/02/2022

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  • Este trabalho discute as relações do Sistema Territorial com a compreensão do fenômeno da difusão de inovações numa metrópole regional, da periferia do  capitalismo  tardio,  o  Recife. Para  chegar  a  esses  resultados preliminares,  haja  vista  a pesquisa estar em  andamento,  procedeu-se  com revisão  bibliográfica,  levantamento  e  geoprocessamento de dados secundários oriundos do IBGE. Bem como foram conduzidas vinte entrevistas semiestruturadas aos entregadores, dentre as quais cinco foram transcritas no anexo deste trabalho. A partir disso, observamos a estrutura do  território brasileiro,  sobretudo  do  território  recifense,  por  meio  das  tipologias  da concentração  urbana  do  Recife  e  outros  dados  socioeconômicos. Essa formação legou a sua população, em especial os pretos e pardos, uma dívida histórica cujo saldo  se  traduz  na  pobreza,  precariedade  de  condições habitacionais, educacionais... uma precariedade estrutural. Isso condicionaria o sistema social e territorial não apenas a  uma  capacidade  reduzida  de produzir inovações, mas também nos papéis dos agentes e suas motivações em  adotar  essa  inovação,  sobretudo  os  mais  vulneráveis  nessa  lógica:  os entregadores. A pandemia da COVID-19 trouxe visibilidade  ao  quanto  o trabalho realizado pelos entregadores é relevante, apesar de precarizado em diversas  instâncias,  inclusive  oferecendo  risco  de  acidentes  e  até  de  morte, em busca de obterem uma pouca remuneração. Estamos investigando essa questão à luz dos conceitos sobre difusão de inovações, aduzindo que no sistema  territorial  que  nos  encontramos,  essa  precariedade  é  estrutural  e condicionaria  os  usuários  mais  vulneráveis  a  submeter-se  a  essa  relação precária.  Um fenômeno global, mas que no caso do Recife em especial, encaminharia  a  uma  difusão  e  consequente  adoção  dessas  inovações,  os apps  de  delivery,  condicionada  por  esse  sistema  territorial,  implicando  as escolhas  dos adotantes  que  exercem  o  papel  de  infoproletariado. Fazendo evidente as fábulas e perversidades promovidas por essa globalização. Essa pesquisa também intenciona saber as possibilidades de uma outra globalização, em que a perspectiva de uma  melhor relação capital-trabalho, bem como da ação política e empreendedora desses sujeitos.


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  • Este trabalho discute as relações do Sistema Territorial com a compreensão do fenômeno da difusão de inovações numa metrópole regional, da periferia do capitalismo tardio - o Recife - e sua Regição Metropolitana. Para chegar a esse resultados preliminares, haja vista a pesquisa estar em andamento, procedeu-se com revisão bibliográfica, levantamento e geoprocessamento de dados secundários oriundos do IBGE. A partir disso, observamos a formação econômica e territorial do Brasil, e as tipologias da concentração urbana do Recife, como aproximação da sua Região Metropolitana, que legou a sua população, em especial os pretos e pardos, uma divida histórica cujo saldo se traduz na pobreza, precariedade de condições habitacionais, educacionais... estrutural. Isso condicionaria não apenas a uma capacidade reduzida de produzir inovações, mas também nos papéis dos agentes e suas motivações em adotar essa inovação, sobretudo os mais vulneráveis nessa lógica: os entregadores. A pandemia da COVID-19 trouxe visibilidade ao quanto o trabalho realizado pelos entregadores é relevante, apesar de precarizado em diversas instâncias, inclusive oferecendo risco de acidentes e até de morte, em busca de obterem alguma remuneração. Estamos investigando essa questão à luz dos conceitos sobre difusão de inovações, aduzindo que no sistema territorial que nos encontramos, essa precariedade é estrutural e condicionaria os usuários mais vulneráveis a submeter-se a essa relação precária. Um fenômeno global, mas que no caso do Recife e sua Região Metropolitana em especial, encaminharia a uma difusão e consequente adoção dessas inovações, os apps de delivery, condicionada por esse sistema territorial, implicando as escolhas dos adotantes que exercem o papel de infoproletariado. Fazendo evidente as fábulas e perversidades promovidas por essa globalização. Essa pesquisa também intenciona saber as possibilidades de uma outra globalização, em que a perspectiva de uma melhor relação capital-trabalho, bem como da ação política e empreendedora desses sujeitos.

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  • GERLANDO RODRIGUES DE LIMA
  • INVENTÁRIO GEOMORFOLÓGICO DA OCORRÊNCIA DE MARMITAS NO DISTRITO DE FAZENDA NOVA, MUNICÍPIO DE BREJO DA MADRE DE  DEUS, AGRESTE PERNAMBUCANO

  • Orientador : DANIELLE GOMES DA SILVA LISTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIELLE GOMES DA SILVA LISTO
  • JANAINA BARBOSA DA SILVA
  • MARCELO MARTINS DE MOURA-FÉ
  • Data: 24/02/2022

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  • O trabalho desenvolvido é uma pesquisa geomorfológica, que é uma ciência com a finalidade de estudar a evolução das formas da superfície do planeta Terra. A  pesquisa, em caráter exploratório, é o processo de inventariação das marmitas do Distrito de Fazenda Nova, Brejo da Madre de Deus – PE (Brasil). O inventário é a documentação contabilística, uma listagem das geoformas, que nessa pesquisa trata-se das marmitas, que consiste numa depressão cavada na rocha fresca, e, devido ao controle estrutural, pode ter contornos irregulares. Diante das ocorrências dessas unidades e sua importância para a história cronológica da região, além de constituírem um importante patrimônio geomórfico, estas geoformas devem ser objeto de proteção ao longo do percurso de diretrizes que constituem a geoconservação. Neste ambiente conservacionista, a importância da relação entre a geodiversidade e a biodiversidade deve ser considerada, pois desempenha um papel muito dinâmico no geoambiente, e a conservação dessas unidades é necessária para as gerações presentes e futuras conseguirem usufruir desses patrimônios. Essas formas de relevo estão associadas a valores históricos, ecológicos, estéticos, culturais, econômicos e globais em sua estrutura. Assim, esses valores definidos como critérios são muito importantes para a compreensão da dinâmica do relevo. Para tais dados utilizou-se a metodologia de quantificação que está dividida em quatro etapas, sendo o levantamento teórico, construção do levantamento cartográfico para melhor caracterização da área de estudos, onde estão concentrados os mapas geológicos, geomorfológicos, solo e rede de drenagem, constituindo a primeira etapa. A segunda etapa se utiliza de uma ficha descritiva com atributos geomórficos para serem identificados em campo, essa ficha de caráter quantitativo foi primordial para saber as quantidades de marmitas inventariadas conforme sua geoforma. O terceiro passo foi organizado de maneira qualitativa, sendo uma tabela de descrição/avaliação, contendo particularidades do ambiente pesquisado. Em sequência, a quarta etapa do inventário está relacionada com os critérios de quantificação do valor científico, na qual foi apresentado escore para todos os critérios de avaliação de cada processo. Presente ainda na quarta etapa, a quantificação para uso educacional é tão importante tanto como o valor científico, pois o uso dos geomorfossítios para auxílio didático é muito relevante para assimilação dos conteúdos que envolva a história da Terra.


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  • O trabalho desenvolvido é uma pesquisa geomorfológica, que é uma ciência com a finalidade de estudar a evolução das formas da superfície do planeta Terra. A  pesquisa, em caráter exploratório, é o processo de inventariação das marmitas do Distrito de Fazenda Nova, Brejo da Madre de Deus – PE (Brasil). O inventário é a documentação contabilística, uma listagem das geoformas, que nessa pesquisa trata-se das marmitas, que consiste numa depressão cavada na rocha fresca, e, devido ao controle estrutural, pode ter contornos irregulares. Diante das ocorrências dessas unidades e sua importância para a história cronológica da região, além de constituírem um importante patrimônio geomórfico, estas geoformas devem ser objeto de proteção ao longo do percurso de diretrizes que constituem a geoconservação. Neste ambiente conservacionista, a importância da relação entre a geodiversidade e a biodiversidade deve ser considerada, pois desempenha um papel muito dinâmico no geoambiente, e a conservação dessas unidades é necessária para as gerações presentes e futuras conseguirem usufruir desses patrimônios. Essas formas de relevo estão associadas a valores históricos, ecológicos, estéticos, culturais, econômicos e globais em sua estrutura. Assim, esses valores definidos como critérios são muito importantes para a compreensão da dinâmica do relevo. Para tais dados utilizou-se a metodologia de quantificação que está dividida em quatro etapas, sendo o levantamento teórico, construção do levantamento cartográfico para melhor caracterização da área de estudos, onde estão concentrados os mapas geológicos, geomorfológicos, solo e rede de drenagem, constituindo a primeira etapa. A segunda etapa se utiliza de uma ficha descritiva com atributos geomórficos para serem identificados em campo, essa ficha de caráter quantitativo foi primordial para saber as quantidades de marmitas inventariadas conforme sua geoforma. O terceiro passo foi organizado de maneira qualitativa, sendo uma tabela de descrição/avaliação, contendo particularidades do ambiente pesquisado. Em sequência, a quarta etapa do inventário está relacionada com os critérios de quantificação do valor científico, na qual foi apresentado escore para todos os critérios de avaliação de cada processo. Presente ainda na quarta etapa, a quantificação para uso educacional é tão importante tanto como o valor científico, pois o uso dos geomorfossítios para auxílio didático é muito relevante para assimilação dos conteúdos que envolva a história da Terra.

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  • DANIEL VICTOR NEVES RAPOSO
  • A DINÂMICA TERRITORIAL DA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE: a pressão imobiliária e seus rebatimentos nos bairros litorâneos do Município de Paulista - Pau Amarelo

  • Orientador : FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
  • LAÉCIO DA CUNHA OLIVEIRA
  • MATEUS FERREIRA SANTOS
  • Data: 29/03/2022

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  • A pesquisa apresenta como objeto de investigação, uma análise da dinâmica territorial das comunidades litorâneas no bairro de Pau Amarelo, localizado no Município de Paulista, litoral norte de Pernambuco, que integra a região metropolitana do Recife. No último decênio, a pressão imobiliária vem configurando distintos aspectos com a densidade dos números de conjuntos residenciais na orla marinha. As novas edificações tecnicamente planejadas vêm suprimindo as atividades constituídas por práticas simbólicas dos antigos moradores, pescadores e marisqueiras, que dependem economicamente das práticas relacionadas ao mar. Neste encalço, apreende-se o bairro como território simbólico, com seus sentidos, memórias, valores, costumes e identidades. Todavia, o processo de urbanização no bairro do Janga, evidencia uma tendência na tentativa de reproduzir os novos padrões de moradia, assinalando para verticalidades e horizontalidades na orla marinha e principal Avenida: Cláudio Gueiros Leite, que incidiu no bairro de Pau Amarelo e Maria Farinha. Diante desse cenário, a pesquisa apresentou como objetivo geral, compreender a relação do mercado imobiliário nos bairros litorâneos e seus rebatimentos no território praiano. Devido à complexidade do objeto, optamos por uma abordagem qualitativa de cunho explicativo, exploratório, uma vez que a proposta procurou desvelar os condicionantes que operam nos processos territoriais do bairro. A princípio, nos debruçamos sobre o levantamento bibliográfico e as categorias de análise que deram suporte a pesquisa. Por conseguinte, o tema e área de estudo, que incluiu trabalhos acadêmicos, legislação e documentos oficiais. E para proporcionar uma participação observante, ou pesquisa participante, a presença em reuniões com representantes dos moradores e instituições do qual se fez necessária. Além disso, foram feitas entrevistas, diálogos informais com residentes envolvidos, registros das visitas de campo e observações nos bairros vizinhos. Através dessa metodologia, buscamos identificar a significação dos dados coletados relacionados ao processo de desterritorialização no bairro praiano. Os residentes do bairro litorâneo contestam diante das alterações enfrentadas, o adensamento das residências na orla marinha vem suprimindo o espaço das manifestações culturais. Ademais, promovendo deslocamentos das pequenas vilas de pescadores na extensão da orla, onde os moradores são colocados como meros espectadores.


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  • A pesquisa apresenta como objeto de investigação, uma análise da dinâmica territorial das comunidades litorâneas no bairro de Pau Amarelo, localizado no Município de Paulista. Historicamente, o bairro é ligado ao lazer praiano e atividades ligadas ao mar . Situado no litoral norte de Pernambuco, integra a região metropolitana do Recife. Neste encalço, apreende-se o bairro como território simbólico, com seus sentidos, memórias, valores, costumes e identidades. O processo de urbanização no bairro do Janga (bairro adjacente) evidencia uma tendência, na tentativa de reproduzir os novos padrões de moradia, assinalando para verticalidades e horizontalidades na principal Avenida: Cláudio Gueiros Leite, que incidiu no bairro de Pau Amarelo. No último decênio, o número de conjuntos residenciais se multiplicou, surgiram edificações tecnicamente planejadas para uma vivência no espaço construído. A faixa de areia vem sofrendo impactos por distintas configurações na orla. Suprimindo atividades constituídas por práticas simbólicas dos pescadores e marisqueiras. Em tempos pretéritos o território litorâneo atraia turistas para os banhos aprazíveis de mar e consumo, nos bares fixados no entorno do forte de Nossa Senhora dos Prazeres, promovendo uma lógica de atividade econômica. Diante desse cenário, a pesquisa tem como objetivo geral compreender a dinâmica territorial do modo de vida da comunidade litorânea, que vem perdendo sua ligação com o lazer praiano e práticas ligadas ao mar. Devido a complexidade do objeto optamos por uma abordagem qualitativa, de cunho explicativo, exploratório. Uma vez que a proposta procura desvelar os condicionantes que operam nos processos territoriais. A princípio, nos debruçamos sobre o levantamento bibliográfico e documental. Por conseguinte, o tema e área de estudo. Incluindo trabalhos acadêmicos, legislação e documentos oficiais. E para proporcionar uma participação observante, ou pesquisa participante, a presença em espaços de diálogos promovidos por essas associações e instituições do qual se faz necessária. Através dessa metodologia, buscamos identificar a significação dos dados coletados resultantes das entrevistas, diálogos informais, trabalhos de campo e observações nos bairros adjacentes.

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  • JOÃO LUIZ DA SILVA VIEIRA
  • A AGRICULTURA DO SAGRADO NO FORTALECIMENTO DA IDENTIDADE TERRITORIAL DO POVO XUKURU DO ORORUBÁ, PESQUEIRA E POÇÃO-PE

  • Orientador : CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • EDSON HELY SILVA
  • PRISCILA BATISTA VASCONCELOS
  • WEDMO TEIXEIRA ROSA
  • Data: 31/03/2022

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  • Agricultura e sagrado sempre estiveram imbricados na história humana. Até mesmo etimologicamente as palavras se relacionam. A prática agrícola faz parte do cotidiano e da vida religiosa de diversos povos, como é o caso dos Xukuru do Ororubá. Esta etnia tem seu território nos municípios de Pesqueira e Poção-PE, a cerca de 215 km de Recife. Os Xukuru do Ororubá associaram-se permanentemente à agricultura e enxergam nesta atividade uma forma de se relacionar com os encantados, os espíritos dos que já se foram. Apesar do período de domínio latifundiário e fabril, esse povo originário manteve suas práticas em “ilhas de resistência”. A agricultura foi uma das principais pautas durante as retomadas por terras. Após a homologação do território, a atividade agrícola foi primordial enquanto estratégia de manutenção e gestão territorial, fortalecendo a identidade do grupo e subvertendo os ideais coloniais da época dos fazendeiros. A partir disso, essa pesquisa tem como cerne compreender como a agricultura do sagrado fortalece a identidade do povo Xukuru do Ororubá. Para alcançar esse objetivo, foi necessário traçar uma trilha metodológica pautada principalmente pela observação direta e relatos de vida coletados no CAXO da Boa Vista, além da pesquisa participante, possibilitando maior entendimento da realidade dos sujeitos. A agricultura é uma das bases da noção de território para os Xukuru do Ororubá. A agricultura produz, alimenta, encanta e também ensina. Nesse contexto, o CAXO da Boa Vista aparece como um espaço que valoriza a agricultura enquanto modo de vida ao abrigar o Terreiro da Boa Vista, vértice do material e do espiritual. Estudar povos indígenas e suas visões de mundo é romper com os pensamentos coloniais de homogeneidade e subverter a própria ciência geográfica em busca de novos paradigmas.


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  • Agricultura e sagrado sempre estiveram imbricados na história humana. Até mesmo etimologicamenteas palavras se relacionam. A prática agrícola fazparte do cotidiano e da vida religiosa de diversos povos, como é o caso dos Xukuru do Ororubá. Esta etnia tem seu território nos municípios de Pesqueira e Poção-PE, a cerca de 215 km de Recife. Os Xukuru do Ororubá associaram-se permanentemente à agricultura e enxergam nesta atividade uma forma de se relacionar com os encantados, os espíritos dos que já se foram. Apesar do período de domínio latifundiário e fabril, esse povo originário manteve suas práticas em“ilhas de resistência”. A agricultura foi uma das principais pautas durante as retomadas por terras. Após a homologação do território, a atividade agrícola foi primordial enquanto estratégia de manutenção e gestão territorial, fortalecendo a identidade do grupo e subvertendo os ideais coloniais da época dos fazendeiros. A partir disso, essa pesquisa tem como cerne compreender como a agricultura do sagrado fortalece a identidade do povo Xukuru do Ororubá. Para alcançar esse objetivo, foi necessário traçar uma trilha metodológica pautada principalmente pela observação direta e relatos de vida coletados no CAXO da Boa Vista, além da pesquisa participante, possibilitando maior entendimento da realidade dos sujeitos. A agricultura é uma das bases da noção de território para os Xukuru do Ororubá. A agricultura produz, alimenta, encanta e também ensina. Nesse contexto, o CAXO da Boa Vista aparece como um espaço que valoriza a agricultura enquanto modo de vida ao abrigar o Terreiro da BoaVista, vértice do material e do espiritual. Estudar povos indígenas e suas visões de mundo é romper com os pensamentos coloniais de homogeneidade e subverter a própria ciência geográfica em busca de novos paradigmas.

6
  • ANA CLAUDIA DA SILVA
  • O PROCESSO DE REPRODUÇÃO DO ESPAÇO E A MERCANTILIZAÇÃO DO LUGAR: um olhar sobre a Vila da Fábrica, Camaragibe/PE

  • Orientador : ANA CRISTINA DE ALMEIDA FERNANDES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CRISTINA DE ALMEIDA FERNANDES
  • BERTRAND ROGER GUILLAUME COZIC
  • THIAGO ADRIANO MACHADO
  • Data: 05/08/2022

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  • O bairro da Vila da Fábrica, situado no município de Camaragibe constitui, no período atual, um espaço de possibilidades para a expansão da lógica imobiliária típica da Região Metropolitana do Recife (RMR) no que se refere a extração de rendas do uso e apropriação do espaço urbano. Antigo território da pioneira indústria têxtil da RMR, Camaragibe apresenta, na sua configuração socioespacial, uma sucessão de etapas relacionadas a renovação do solo urbano. A análise empreendida no presente estudo, perpassa a contextualização histórica da Vila tomando-se como referência o par dialético constituído pela reprodução do espaço e a mercantilização do lugar, no qual o espaço é, ao mesmo tempo, produto, meio e condição da sociedade que o produz. Nesse contexto, partindo-se das categorias de análise, espaço e lugar, ancoradas pelo Sistema de Objetos, Sistemas de Ações e Espacialidades do capital, tem-se no valor de troca os nexos que permitem que a pesquisa contemple a transformação do espaço e seu remanejamento enquanto mercadoria. No quadro desse arcabouço conceitual, a pesquisa se propôs a analisar as transformações socioespaciais ocorridas na Vila da Fábrica, após o início da implantação do complexo imobiliário Reserva Camará, destacando as distintas percepções de seus moradores. A dinâmica econômica que marcou as primeiras décadas desse século vai suscitar o processo de revitalização de áreas degradadas que, no caso desse estudo, utilizará a marca da industrialização como elemento da comunicação empresarial destinada ao novo uso do espaço. Transformada em empreendimento imobiliário, a antiga fábrica e sua vila operária possibilitaram nova fronteira para o avanço do capital imobiliário da RMR. A pesquisa, de caráter qualitativo, faz uso de instrumentos metodológicos como: levantamento bibliográfico, questionários e entrevistas semiestruturadas com moradores de diferentes gerações. Nesse contexto, o presente trabalho ganha relevo, não apenas para se compreender a transformação imobiliária específica da Vila da Fábrica em Camaragibe, mas também de outros lugares que passam pelo processo de mercantilização de seus espaços em período recente. Além disso, as conexões dos fenômenos ocorridos no lugar podem fornecer subsídios no campo da Geografia a análises de processos de transformação de áreas urbanas, no sentido de oferecer procedimentos de investigação que empregam práticas integradoras e participativas, estimulando o envolvimento dos sujeitos com a reprodução espacial local, estando esse processo enquadrado em qualquer escala.


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  • Composta de um contexto histórico plural, a Vila da Fábrica constitui, no período atual, um espaço de possibilidades para a aplicação da lógica urbana, no que se refere a diversas formas de uso e apropriação do espaço. O município de Camaragibe é integrante da Região Metropolitana do Recife e apresenta, na sua configuração socioespacial, uma sucessão de etapas relacionadas a renovação do espaço. A análise da Vila da Fábrica perpassa pela sua contextualização Geo-histórica onde o par dialético constituído pela reprodução do espaço e a mercantilização do lugar, demanda considerar que o espaço é, ao mesmo tempo produto, meio e condição da sociedade que o produz. Nesse contexto, é tomando como base as categorias de análise, espaço e lugar, ancoradas pelo Sistema de Objetos, Sistemas de Ações e Espacialidades do capital impostas pelos nexos que envolvem o valor de troca pelo valor de uso permitindo que a pesquisa contemple a transformação do espaço e de seu remanejamento enquanto mercadoria. Como objetivo principal, a pesquisa se propôs a analisar como as transformações socioespaciais ocorridas na Vila da Fábrica, bairro de um contexto histórico plural, podem, com o passar do tempo, promover sucessivas mudanças no espaço resultando na mercantilização do lugar. A marca da industrialização na Vila da Fábrica, tornou esse espaço atrativo ao avanço do capital financeiro, transformando-o em uma área altamente possível de revalorização diante do adensamento urbano relacionado à metrópole e da chegada do empreendimento do “Complexo Imobiliário Reserva Camará”. Nesse contexto, considerar a instalação de “novos empreendimentos imobiliários”, em áreas outrora constituídas por fábricas que foram desativadas, torna-se um processo relevante dentro de se ter uma perspectiva mais igualitária quando se trata do uso e da apropriação do espaço. A abordagem qualitativa da pesquisa faz uso de instrumentos metodológicos como: levantamento bibliográfico, entrevistas semiestruturadas e questionários. Nesse contexto, o presente trabalho ganha relevo não apenas para se compreender a realidade específica da Vila da Fábrica em Camaragibe, mas também, de outros lugares que passam por transformações equivalentes em grandes áreas urbanas brasileiras. Além disso, as conexões dos fenômenos ocorridos no lugar podem fornecer subsídio ao trabalho da Geografia, permitindo ainda que os estudos voltados às análises apresentem novas possibilidades de trabalhar as práticas integradoras de apropriação e uso do solo urbano com a participação, sem distinção, de todos os sujeitos envolvidos na reprodução do espaço.

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  • ARTHUR VINNICIUS PATZDORF LUCENA
  • A COMUNIDADE VILA DO VINTÉM NO PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO RECIFE.

  • Orientador : DORALICE SÁTYRO MAIA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BERTRAND ROGER GUILLAUME COZIC
  • DEMÓSTENES ANDRADE DE MORAES
  • DORALICE SÁTYRO MAIA
  • Data: 29/08/2022

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  • A presente dissertação busca compreender as características da Vila do Vintém, comunidade localizada no noroeste da cidade do Recife. Originalmente formada por habitações precárias às margens do Rio Capibaribe desde os anos 1960, a comunidade atualmente encontra-se sob o risco de desaparecer, apesar das proteções e garantias de constituir uma Zona Especial de Interesse Social há quase 30 anos. Análises de fotos e fotocartas antigas foram feitas neste trabalho, pois mostram a reorganização espacial ‘do Vintém’ nas últimas décadas, revelando que antigos domínios da comunidade são atualmente obras públicas de infraestrutura ou grandes empreendimentos imobiliários. Observa-se que, a valorização do espaço ocupado pela comunidade, e de seu entorno, foi responsável pela remoção de grande parte dos moradores a partir do final do século passado, diminuindo o domínio das habitações mais simples do local para potencializar os investimentos empresariais. Para o aprofundamento das análises desta dissertação, foram necessárias visitas in loco à comunidade, que proporcionaram compreensão do seu domínio e da estrutura física das habitações, coletas de depoimentos e conversas informais com os moradores. Mostrar os desafios atuais da Vila do Vintém representa trazer à luz um grave problema da urbanização do Recife, em que várias outras comunidades estão sob o risco de deixar de existir, exemplos de exclusão dos mais pobres em determinadas áreas da cidade.


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  • A Vila do Vintém hoje é um pequeno quarteirão de casas ‘espremido’ entre grandes edificações – construções erguidas em antigos domínios de habitações populares extintas na localidade. As condições atuais da comunidade resultam de uma série de ações do poder público e da iniciativa privada nas últimas décadas, quando as garantias das ZEIS foram substituídas pelo interesse do mercado. Desta forma, uma área de grande
    dinâmica comercial e de prestação de serviços firmou-se no entorno ‘do Vintém’, sendo que, com serviços voltados para um público de alta renda da cidade. Os bairros do Parnamirim, Casa Forte, Torre e Santana passaram por modificações substanciais nos últimos anos, de um perfil residencial histórico passaram a representar áreas de intensa atuação do capital global na cidade. Remoções de grande número de moradores ‘do Vintém’, em diferentes anos, mostram uma disputa pelo espaço urbano cada vez mais valorizado economicamente nesta área da cidade. Por conseguinte, moradores mais pobres foram ‘forçados’ a ceder seu espaço a favor da entrada de altos investimentos, direcionados para serviços ou moradias das parcelas mais altas da sociedade. Enquanto os moradores da comunidade eram realocados em outros pontos da cidade, ou até mesmo fora dela. A redução contínua das áreas de habitação popular torna urgente o resgate do propósito das ZEIS e, em particular, do significado desta comunidade para o bairro onde se localiza. Os objetivos específicos da pesquisa são: os objetivos específicos da pesquisa: i) identificar os atores principais que direcionam a urbanização no Recife a partir da segunda metade do século passado, quando novos encaminhamentos da economia mundial refletiram em uma reconfiguração espacial da cidade; ii) verificar as conquistas dos direitos da habitação popular na cidade como resultado da luta dos movimentos populares, devido à crescente desigualdade urbana nos países periféricos do sistema capitalista global.

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  • THIAGO HENRIQUE ARAUJO SILVA
  • PANKARARU E A POLISSEMIA DO ESPAÇO DEMARCADO: uma análise do território após a regularização das terras indígenas em Pernambuco

  • Orientador : ALCINDO JOSE DE SA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALCINDO JOSE DE SA
  • EDSON HELY SILVA
  • SANDOVAL DOS SANTOS AMPARO
  • Data: 30/08/2022

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  • As populações indígenas do Brasil enfrentam inúmeros desafios para reprodução sociocultural. Segunda maior população indígena em Pernambuco, o povo Pankararu se depara com incertezas em relação à sua reprodução física e cultural em virtude dos embates territoriais em que estão inseridos. Esses indígenas, habitando entre os municípios de Tacaratu, Jatobá e Petrolândia, no sertão pernambucano, se encontram vulneráveis socio culturalmente, pois embora com duas terras indígenas registradas, Terra Indígena Pankararu 1987 e Terra Indígena Entre Serras 2006, lidam cotidianamente com os questionáveis e frágeis parâmetros demarcatórios, limitando as possibilidades de gestão do território e os separando espacialmente de um ente protagonista de sua cultura: o Opará, ou rio São Francisco, espaço de existência física e espiritual. Com esse estudo, dividido em três capítulos, pretendemos entender inicialmente a trajetória espacial Pankararu, desde a produção do que hoje são os Pankararu e seu território, considerando as escalas da colonização, e as formas de apropriação da terra provenientes desta forma de territorialização. No segundo capítulo, pretendemos compreender o espaço demarcado após a regularização das terras indígenas, colocando em debate as complexidades históricas da formação do território com o contexto pós-demarcação e as dificuldades de gestão territorial. No terceiro capítulo, investigamos a mobilização feita por parte do povo Pankararu para voltar às margens do São Francisco, rompendo com o confinamento das terras regularizadas e retomando um território histórico e formatando um outro agrupamento étnico: Pankararu Opará. A partir da pesquisa histórica com fontes documentais, bibliografia e entrevistas objetivamos compreender as inúmeras problemáticas acima citadas. Foi desenvolvida reflexão teórica com ênfase na geografia política, pondo em tela as categorias território, território indígena, fronteira e como essas categorias pode se chocam com os avanços jurídicos relativos aos povos indígenas, sobretudo após a Constituição de 1988. O estudo considera as pautas dos sujeitos locais como fundamento da pesquisa, sendo também o método empírico primordial para construção da Dissertação. Pretendeu-se ao fim, compreender os desafios do povo Pankararu, para amplificação do debate em torno das questões suscitadas pela pesquisa, de modo que os interesses desses indígenas sejam considerados, contemplando as aspirações territoriais do povo Pankararu.


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  • Segunda maior população indígena de Pernambuco, o povo Pankararu se depara com incertezas em relação a sua reprodução física e cultural em virtude dos embates territoriais em que estão inseridos. Esses indígenas, situados entre os municípios de Tacaratu, Jatobá e Petrolândia, em Pernambuco, embora possuam duas terras homologadas e registradas (Terra Indígena Pankararu e Terra Indígena Entre Serras), lidam cotidianamente com os questionáveis e vulneráveis limites demarcatórios que limitam as potencialidades de gestão do território e os apartam espacialmente de um ente protagonista de sua história: o Opará, ou rio São Francisco. Este texto pretende investigar o espaço demarcado e a transgressão deste, entendendo as complexidades históricas da formação do território Pankararu, considerando as escalas da colonização, e as formas de apropriação da terra provenientes desta, e o contexto demarcatório e pós-demarcatório, lançando mão de visitas ao território, bem como pesquisa histórica - fontes documentais, bibliografia, entrevistas. Será desenvolvida ainda análise sobre a categoria “território indígena” e sua consideração prática diante do advento das Terras Indígenas, espaço geográfico mobilizado legalmente - sobretudo após a Constituição de 1988 - para garantia de direito dos povos originários. O estudo considera as pautas dos sujeitos locais como fundamento da investigação, sendo também o método empírico primordial para construção da dissertação.

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  • VITOR MATIAS DE SOUSA
  • CONFLITOS TERRITORIAIS EM COMUNIDADES QUILOMBOLAS: Reflexões na produção periódica da Geografia brasileira (2000-2022)

  • Orientador : RODRIGO DUTRA GOMES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
  • RODRIGO DUTRA GOMES
  • TALITHA LUCENA DE VASCONCELOS
  • Data: 30/08/2022

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  • Durante o desenvolvimento do pensamento geográfico brasileiro, no seu paradigma moderno, participou das representações sobre o território, da população e dos povos que os compõe – a exemplo dos conflitos territoriais das comunidades quilombolas. Apesar de muitas pesquisas e publicações estarem sendo realizadas sobre as tensões territoriais entre as comunidades quilombolas no Brasil, ainda têm sido pouco explorado o panorama de discussão e resultados que estas pesquisas tem trazido, ou seja, sobre qual o panorama epistemológico dessas produções. A verificação de tal panorama se torna pertinente frente à tradição de interpretação ao qual essas tensões foram historicamente refletidas no Brasil. Nesse sentido, estariam os estudos na geografia sobre as comunidades quilombolas inseridos num circulo de renovação epistêmica frente ao colonialismo do pensamento moderno geográfico? Torna-se, assim, importante examinar como está sendo abordados os conflitos quilombolas nas pesquisas acadêmicas, sendo os periódicos indexados os principais meios de publicação que mantém a disciplina atualizada. Diante desse problema nosso objetivo geral é realizar um exame epistemológico da produção periódica da geografia sobre conflitos territoriais quilombolas no Brasil. (2000-2022). Os objetivos específicos são, primeiro, contextualizar a discussão dos conflitos quilombolas no contexto material histórico dos conflitos contemporâneos; segundo, realizar um levantamento e análise dos artigos publicados em revistas periódicas indexadas de geografia; e analisar a forma como abordam a temática quilombola; terceiro, realizar um exame epistemológico das temáticas e categorias geográficas trabalhadas nos artigos no contexto das situações de conflitos abordada dentro da temática. A contextualização se baseou fundamentalmente na incorporação de dados de conflitos por terra da Comissão Pastoral da Terra (CPT) envolvendo os quilombos entre os anos 2011-2020 que trará para o nosso discurso um panorama da situação dos conflitos territoriais em escalas regionais que serão expostas nas formas de mapas dos conflitos serão cruzadas com informações quantitativas do IBGE e INCRA relacionadas aos sujeitos quilombolas. Foram realizados levantamentos de artigos de revistas brasileiras sobre o tema das comunidades quilombolas, mapeando pelo levantamento das publicações e se elas escalonam com a tensão nos conflitos por terra dos quilombos. A regionalidade das publicações também foi considerada, verificando se as pesquisas de estudos de casos estão relacionadas com os conflitos por terra levantados anteriormente. Por fim, Examinamos os conceitos geográficos nos artigos analisados, se há relevância do diálogo com as questões raciais e as relações étnicas nas pesquisas e como seus conceitos se relacionam no discurso das questões teóricas do tema quilombola. Concluímos que o aumento dos estudos sobre quilombos nos periódicos são reflexos de uma mudança paradigmática na geografia que está retomando o olhar étnico-racial negro nas relações desiguais de poder e da divisão social de classe; ou na consideração de legitimar outro olhar negro de concepção para o mundo. Um olhar do ponto de vista do território negro, de dentro do quilombo, para podermos agir/pensar através de uma construção de outro mundo desde os quilombos, por uma epistemologia negra.


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  • O que se pretende nesta pesquisa, é investigar como a geografia acadêmica está abordando o tema dos conflitos territoriais das comunidades quilombolas no Brasil. Durante o desenvolvimentodo pensamento geográfico brasileiro, no seu paradigma moderno, participou das representações sobre o território, da população e dos povos que os compõem – a exemplo dos conflitos territoriais das comunidades quilombolas. Apesar de muitas pesquisas e publicações estarem sendo realizadas sobre as tensões territoriais entre as comunidades quilombolas no Brasil, ainda têm sido pouco explorado o panorama de discussão e resultados que estas pesquisas tem trazido, ou seja, sobre qual o panorama epistemológico dessas produções. A verificação de tal panorama se torna pertinente frente à tradição de interpretação ao qual essas tensões foram historicamente refletidas no Brasil. Nesse sentido, estariam os estudos na geografia sobre as comunidades quilombolas inseridos nesse circulo de renovação epistêmica de ressignificado dos quilombos frente ao colonialismo do pensamento moderno geográfico? Torna-se, assim, importante examinar como está sendo abordados os conflitos quilombolas nas pesquisas acadêmicas, sendo os periódicos indexados os principais meios de publicação que mantém a disciplina atualizada. Diante desse problema nosso objetivo geral é realizar um exame epistemológico da produção periódica da geografia sobre conflitos territoriais quilombolas no Brasil. (2000-2022). Para tanto, os objetivos específicos são, primeiro, contextualizar a discussão dos conflitos quilombolas no contexto histórico e decolonial contemporâneo; segundo, realizar um levantamento e análise dos artigos publicados em revistas periódicas indexadas de geografia; e analisar a forma como abordam a temática quilombola; terceiro, realizar um exame epistemológico das temáticas e categorias geográficas trabalhadas nos artigos no contexto colonial e decolonial. A contextualização se baseará fundamentalmente nas contribuições de autores como o quilombola Nego Bispo (2015) com os conceitos de“colonizadores e contracolonizadores”, Aníbal Quijano (1992, 2005) traz o conceito decolonialidade e Moura (1988, 1992, 2014) introduzem a questão etnico-racial na dialética da relação contraditória conceituada como“conflitualidade” trazida por Fernandes (2005, 2008) em que supomos os quilombos são movimentos socioterritoriais. A incorporação de dados deconflitos por terra da Comissão Pastoral da Terra(CPT) envolvendo os quilombos entre os anos 2011-2020 trará para contextualização um panorama da situação em escalas regionais que serão expostas nas formas de mapas dos conflitos serão cruzadas com informações quantitativas do IBGE e INCRA relacionadas aos sujeitos quilombolas.
    Foram realizados levantamento de artigos de revistas brasileiras sobre o tema das comunidades quilombolas, mapeando pelo levantamento das publicações e se elas escalonam com a tensão nos conflitos por terra dos quilombos. A regionalidade das publicações também foi considerada,verificando se as pesquisas de estudos de casos estão relacionadas com os conflitos por terra levantados anteriormente. Por fim, Examinaremos quais os conceitos geográficos acionados nos artigos analisados, se há relevância do diálogo com as questões raciais e as
    relações étnicas nas pesquisas e como seus conceitos se relacionam no discurso das questões teóricas do tema quilombola.

10
  • PEDRO HENRIQUE TEIXEIRA VILELA
  • UNS PEDACINHOS DO BRASIL: Música Brega e identidades de Nordeste

  • Orientador : ALCINDO JOSE DE SA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALESSANDRO DOZENA
  • ALCINDO JOSE DE SA
  • CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • DAVID TAVARES BARBOSA
  • Data: 30/08/2022

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  • Nesta dissertação pretende-se apreender e analisara relação entre Geografia e Música a respeito da música Cafona/Brega no Nordeste do Brasil, suas evocações espaciais, ressaltando a importância para a cultura e população locais. Neste trabalho pretendemos sublinhar através de artistas e suas canções do gênero tais como Reginaldo Rossi, Carlos Alexandre, Elino Julião, Balthazar, Genival Santos, Raimundo Soldado quais os aspectos levantados e como essas obras possibilitaram o enriquecimento do imaginário sobre o Nordeste. Compreende-se nas ciências humanas que a dimensão musical e/ou as “sonoridades” estão diretamente ligadas aos conceitos de cultura e identidade, como um dos fatores estruturantes deles próprios. Ademais, com a constituição da indústria cultural do pós-guerra, os conglomerados capitalistas, além de lucrar com a difusão dos meios de cultura, passaram a “moldar” o comportamento das massas, o que, direta ou indiretamente alterou a percepção dos arranjos espaciais e de identidades coletivas da sociedade. No Brasil a formação dos imaginários de país, ou de Região (no caso do Nordeste), através da cultura e, no caso, da música, também seguiu essa tendência e moldou-se a partir de cancioneiros que eram ou foram apropriados pela indústria cultural, como por exemplo, Luiz Gonzaga, Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Zé e Elba Ramalho, Elomar, Fagner, Moraes Moreira, etc. No entanto, vemos artistas que, mesmo sendo e cantando um gênero hegemônico nas gravadoras e rádios (no caso a música cafona/brega) quase sempre eram postos num segundo plano dentro da lógica da indústria cultural, porém, em certas ocasiões, estes evocaram e cantaram espacialidades do Nordeste, é justamente sobre estas espacialidades que pretendemos aqui debater.


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  • Nesta dissertação pretende-se apreender e analisar a relação entre Geografia e Música a respeito da música Cafona/Brega no Nordeste do Brasil, suas evocações espaciais, ressaltando a importância para a cultura e população locais. Neste trabalho pretendemos sublinhar através de artistas e suas canções do gênero, quais os aspectos levantados e como essas obras possibilitaram o enriquecimento do imaginário sobre o Nordeste. É razoavelmente consensual nas ciências humanas que a dimensão musical e/ou as “sonoridades” estão diretamente ligadas a conceitos de cultura e identidade, como um dos fatores estruturantes deles próprios. Ademais, com a constituição da indústria cultural do pós-guerra, os conglomerados capitalistas, além de lucrar com a difusão dos meios de cultura, passaram a “moldar” o comportamento das massas, o que, direta ou indiretamente alterou a percepção dos arranjos espaciais e de identidades coletivas da sociedade. No Brasil, a formação de imaginário de país, ou de Região (no caso do Nordeste), através da cultura e, no caso, da música, também seguiu essa tendência e moldou-se a partir de cancioneiros que eram ou foram apropriados pela indústria cultural, como por exemplo, Luiz Gonzaga, Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Zé e Elba Ramalho, Elomar, Fagner, Moraes Moreira, etc. No entanto,vemos artistas que, mesmo sendo e cantando um gênero hegemônico nas gravadoras e rádios (no caso a música cafona/brega) quase sempre eram postos num segundo plano dentro da lógica da indústria cultural, porém, em certas ocasiões, estes evocaram e cantaram espacialidades do Nordeste, é justamente sobre estas espacialidades que pretendemos aqui debater.

Teses
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  • EVIO MARCOS DE LIMA
  • EVOLUÇÃO GEOMORFOLÓGICA DA BACIA DO RIO CANHOTO, PERNAMBUCO, A PARTIR DE DADOS MORFOCLIMÁTICOS E NEOTECTÔNICOS

  • Orientador : ANTONIO CARLOS DE BARROS CORREA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTONIO CARLOS DE BARROS CORREA
  • BRUNO DE AZEVEDO CAVALCANTI TAVARES
  • DEMETRIO DA SILVA MUTZENBERG
  • KLEYTHON DE ARAUJO MONTEIRO
  • OSVALDO GIRAO DA SILVA
  • Data: 30/05/2022

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  • O trabalho da geomorfologia é investigar os processos que dão forma ao relevo da superfície terrestre, assim essa pesquisa envolve a compreensão evolutiva dos fenômenos participantes dessa construção. Foram investigadas as composições paisagísticas da bacia hidrográfica do rio Canhoto, agreste pernambucano, sua interação dinâmica e a influência morfotectônica para o desenvolvimento de modelos evolutivos  do relevo. Foram identificadas as paisagens integrantes do recorte espacial estudado, seguindo técnica de modelagem cartográfica. Em seguida, foram coletadas amostras de depósitos estruturadores dos modelados de acumulação para realização de análises sedimentológicas. Concomitantemente foram investigados os possíveis controles  morfotectônicos e elaborados modelos tridimensionais interpretativos com base  no  cruzamento  dessas  informações. Os resultados obtidos apontam para  a elaboração de paisagens  de acordo com  o contexto ambiental geral  da região,  com zonas específicas atreladas a controles de menor expressão escalar. Também foram apontadas relações  diretas entre as paisagens identificadas e os processos dinâmicos de produção de  sedimentos quaternários. Finalmente, os dados apontaram para a modificação nos mecanismos de distribuição de materiais erodidos sobre a paisagem, a partir da entrada no holoceno. Embora a dinâmica deposicional  tenha sofrido a influência das pulsações climáticas, o controle  da  distribuição espacial dos sobre  a  deposição  se  deu  a  partir  de  condicionantes  morfotectônicos,  conforme evidenciado  em  diversos  pontos  da  bacia. Os modelos de paisagem elaborados apontam para diferenças nos controles  geológico-estruturais e ambientais. A metodologia empregada possibilitou correlacionar  aspectos diversos da paisagem física que resultou na composição dos modelos evolutivos.


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  • O trabalho da geomorfologia é investigar os processos que dão forma ao relevo da superfície terrestre, assim essa pesquisa envolve a compreensão evolutiva dos fenômenos participantes dessa construção. Foram investigadas as composições paisagísticas da bacia hidrográfica do rio Canhoto, agreste pernambucano, sua interação dinâmica e a influência morfotectônica para o desenvolvimento de modelos evolutivos  do relevo. Foram identificadas as paisagens integrantes do recorte espacial estudado, seguindo técnica de modelagem cartográfica. Em seguida, foram coletadas amostras de depósitos estruturadores dos modelados de acumulação para realização de análises sedimentológicas. Concomitantemente foram investigados os possíveis controles  morfotectônicos e elaborados modelos tridimensionais interpretativos com base  no  cruzamento  dessas  informações. Os resultados obtidos apontam para  a elaboração de paisagens  de acordo com  o contexto ambiental geral  da região,  com zonas específicas atreladas a controles de menor expressão escalar. Também foram apontadas relações  diretas entre as paisagens identificadas e os processos dinâmicos de produção de  sedimentos quaternários. Finalmente, os dados apontaram para a modificação nos mecanismos de distribuição de materiais erodidos sobre a paisagem, a partir da entrada no holoceno. Embora a dinâmica deposicional  tenha sofrido a influência das pulsações climáticas, o controle  da  distribuição espacial dos sobre  a  deposição  se  deu  a  partir  de  condicionantes  morfotectônicos,  conforme evidenciado  em  diversos  pontos  da  bacia. Os modelos de paisagem elaborados apontam para diferenças nos controles  geológico-estruturais e ambientais. A metodologia empregada possibilitou correlacionar  aspectos diversos da paisagem física que resultou na composição dos modelos evolutivos.

2
  • CARLOS DE OLIVEIRA BISPO
  • ESCALA ATUAL E PRETÉRITA NA ANÁLISE DE ESCORREGAMENTOS TRANSLACIONAIS: MODELOS MATEMÁTICOS E DINÂMICAS QUATERNÁRIAS NA FACE ORIENTAL DA CHAPADA DO ARARIPE, NORDESTE DO BRASIL

  • Orientador : FABRIZIO DE LUIZ ROSITO LISTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DÉBORAH DE OLIVEIRA
  • VANIA SILVIA ROSOLEN
  • TULIUS DIAS NERY
  • FABRIZIO DE LUIZ ROSITO LISTO
  • RANYERE SILVA NOBREGA
  • Data: 08/06/2022

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  • Escorregamentos são processos de dinâmica natural das encostas cujos principais condicionantes são parâmetros físicos, todavia podem ser induzidos por influência antrópica. Os mesmos ocorrem em uma variedade de escalas, espaciais e temporais. O mapeamento de áreas com predisposição a estes processos tem sido recomendado por órgãos governamentais e acadêmicos, em consonância com a Lei Federal n. 12.608, a qual instituiu a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNPDEC). O objetivo geral desta pesquisa consiste em avaliar a suscetibilidade atual e pretérita a escorregamentos translacionais rasos na face oriental da Chapada do Araripe, Nordeste do Brasil, por meio da modelagem matemática determinística e heurística e de métodos geocronológicos. Especificamente, objetiva-se: avaliar cicatrizes de escorregamentos atuais; comparar cenários de suscetibilidade (SHALSTAB e AHP) à ocorrência de escorregamentos; definir o melhor cenário de suscetibilidade; analisar geocronologicamente os depósitos coluviais e contextualizar a evolução morfodinâmica local em diferentes escalas de tempo. Para análise da dinâmica atual de escorregamentos em escala recente (~100 anos com variações de uso e ocupação da terra), foram utilizados dois modelos matemáticos, determinístico e heurístico, para prever os graus de suscetibilidade das encostas. Na dinâmica pretérita, empregou-se a técnica de datação por Luminescência Opticamente Estimulada (LOE), que permite alcançar uma escala temporal entre 100 anos antes do presente (A.P.) até 1Ma. Foram gerados quatro cenários de  suscetibilidade (dois pelo modelo SHALSTAB e dois pelo AHP), validados a partir da sobreposição a um inventário de cicatrizes de escorregamentos para o cálculo do índice Concentração de Cicatrizes (CC) e teste de acurácia via curva ROC. Para a dinâmica pretérita foram correlacionadas datações por LOE com eventos documentados ao longo do Quaternário. Quanto aos principais resultados, o cenário de suscetibilidade que apresentou melhor acurácia foi o cenário A1 do modelo SHALSTAB. As idades datadas e os dados granulométricos demonstraram eventos de desestabilização da paisagem ocorridos, pelo menos, desde o Pleistoceno Superior com vários momentos de oscilações, entre estabilidade e instabilidade, provocadas, principalmente, pelas flutuações climáticas. Assim, por meio de análise conjunta verificou-se que a morfogênese quaternária do relevo da Chapada do Araripe advém de ciclos glaciais e mudanças paleoclimáticas associadas às latitudes tropicais, responsáveis por processos erosivos e pedogenéticos, que por sua vez, contribuíram para as
    diversas configurações morfológicas desde os tempos mais pretéritos ao atual. A correlação de fenômenos climáticos gera um período de grande pluviosidade e, dessa forma, fomenta a suscetibilidade a escorregamentos translacionais.


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  • Escorregamentos são processos de dinâmica natural das encostas cujos principais condicionantes são parâmetros físicos, todavia podem ser induzidos por influência antrópica. Os mesmos ocorrem em uma variedade de escalas, espaciais e temporais. O mapeamento de áreas com predisposição a estes processos tem sido recomendado por órgãos governamentais e acadêmicos, em consonância com a Lei Federal n. 12.608, a qual instituiu a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNPDEC). O objetivo geral desta pesquisa consiste em avaliar a suscetibilidade atual e pretérita a escorregamentos translacionais rasos na face oriental da Chapada do Araripe, Nordeste do Brasil, por meio da modelagem matemática determinística e heurística e de métodos geocronológicos. Especificamente, objetiva-se: avaliar cicatrizes de escorregamentos atuais; comparar cenários de suscetibilidade (SHALSTAB e AHP) à ocorrência de escorregamentos; definir o melhor cenário de suscetibilidade; analisar geocronologicamente os depósitos coluviais e contextualizar a evolução morfodinâmica local em diferentes escalas de tempo. Para análise da dinâmica atual de escorregamentos em escala recente (~100 anos com variações de uso e ocupação da terra), foram utilizados dois modelos matemáticos, determinístico e heurístico, para prever os graus de suscetibilidade das encostas. Na dinâmica pretérita, empregou-se a técnica de datação por Luminescência Opticamente Estimulada (LOE), que permite alcançar uma escala temporal entre 100 anos antes do presente (A.P.) até 1Ma. Foram gerados quatro cenários de  suscetibilidade (dois pelo modelo SHALSTAB e dois pelo AHP), validados a partir da sobreposição a um inventário de cicatrizes de escorregamentos para o cálculo do índice Concentração de Cicatrizes (CC) e teste de acurácia via curva ROC. Para a dinâmica pretérita foram correlacionadas datações por LOE com eventos documentados ao longo do Quaternário. Quanto aos principais resultados, o cenário de suscetibilidade que apresentou melhor acurácia foi o cenário A1 do modelo SHALSTAB. As idades datadas e os dados granulométricos demonstraram eventos de desestabilização da paisagem ocorridos, pelo menos, desde o Pleistoceno Superior com vários momentos de oscilações, entre estabilidade e instabilidade, provocadas, principalmente, pelas flutuações climáticas. Assim, por meio de análise conjunta verificou-se que a morfogênese quaternária do relevo da Chapada do Araripe advém de ciclos glaciais e mudanças paleoclimáticas associadas às latitudes tropicais, responsáveis por processos erosivos e pedogenéticos, que por sua vez, contribuíram para as
    diversas configurações morfológicas desde os tempos mais pretéritos ao atual. A correlação de fenômenos climáticos gera um período de grande pluviosidade e, dessa forma, fomenta a suscetibilidade a escorregamentos translacionais.

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  • CARLOS ALBERTO DUARTE DE SOUZA
  • A VIOLÊNCIA CRIMINOSA NA CIDADE DO RECIFE-PE ENTRE 1980 A 2018: DAS RECONFIGURAÇÕES NO ESPAÇO URBANO À PSEUDO-SEGURANÇA

  • Orientador : ALCINDO JOSE DE SA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • AIALA COLARES DE OLIVEIRA COUTO
  • ALCINDO JOSE DE SA
  • PAULO ROGERIO DE FREITAS SILVA
  • PAULO SÉRGIO CUNHA FARIAS
  • SANTIAGO ANDRADE VASCONCELOS
  • Data: 22/08/2022

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  • A violência tem se apresentado como algo rotineiro, especialmente, nos grandes centros urbanos. Como sabido, existem formas diversas da violência e certos aspectos promovidos por ela são imensuráveis. Essa subjetividade, levou o presente trabalho a considerar a perspectiva da violência criminosa como aquela que cause dano a outro; e, como “quantificador” de sua atuação, os números de homicídios e/ou crimes violentos letais intencionais. A ideia central é perceber como essa violência atuou na cidade do Recife-PE entre os anos de 1980 a 2018, tendo o medo difundido na população pelos meios de comunicação e, o mesmo, influenciando na reconfiguração do espaço urbano; lendo-se que como consequência o espaço materializa o sentimento do medo em novos rearranjos, atribuindo-lhe uma nova configuração. Esse combo de elementos impulsionam a necessidade de proteger-se e defender o patrimônio. A tese, perpassa justamente no sentido de que a segurança promovida não ultrapassa o sentimento e/ou percepção de insegurança, causando o que busco chamar de “pseudo-segurança”. Independente do volume, qualidade, sofisticação de itens de segurança e da localização, o indivíduo ainda continua com a sensação de insegurança e mantem-se em estado de alerta quase que permanentemente. Em outras palavras, a sociedade apresenta respostas ao cenário colocado como violento e inseguro, mudando a forma de suas residências, agregando apetrechos de segurança, locomovendo-se com cuidado; o poder público investe em policiamento, aparelhamento e proteção do patrimônio e, mesmo assim, para 78% das pessoas da cidade do Recife, há permanência da sensação de medo. Para embasar o trabalho, coloca-se no início, como a Geografia contribui na análise de fenômenos violentos e os conceitos de violência e medo, bem como o que se compreende como “pseudosegurança”. Na sequência, para caracterizar um pouco a leitura do medo da violência criminosa considerou, dentro do recorte temporal mencionado, a verificação em âmbitos nacional, estadual e municipal, passagens em jornais diversos, diários oficiais, sites de governos, livros e artigos da área, que demonstrassem os acontecimentos violentos da época. Esse material permitiu inferir e afirmar questões que, de certa forma, implicaram na forma como a sociedade percebia e se organizava diante desses fatos. Para finalizar e arrematar a ideia, apresenta-se no último capítulo os resultados da coleta de 941 instrumentos aplicados em bairros diversos da cidade do Recife-PE. Tal material permitiu inferir e afirmar, minimamente, acerca da percepção dos moradores da cidade sobre violência, medo e segurança, bem como a mesma se reestrutura diante desses elementos. Ainda, apresenta-se os dados do Instituto Fogo Cruzado, que aponta sobre como as ocorrências violentas ocorrem por bairros. Obviamente, fez se uso das informações oficiais prestadas pelos órgãos oficiais. A partir da análise dos dados e da verificação inloco, verificou-se pistas que demonstram as particularidades espaciais, podendo assim fazer uma relação entre a psicosfera (lugar da produção de um sentido. No caso, o medo da violência criminosa) e tecnosfera (mundo dos objetos. A reconfiguração do espaço pelos aparatos e estratégias de segurança) promulgadas por Santos (1997). O trabalho, além do exposto, buscou, igualmente, aproximar o nível de compreensão espacial à realidade urbana, com a clareza do dinamismo e das rápidas mudanças e, sem grandes pretensões, apresentar uma perspectiva de olhar sobre a reconfiguração urbana em função de uma segurança que atende apenas os anseios de certos segmentos econômicos, mas não entrega o bem-estar de viver em um local que seja bom, justo e seguro para todos.


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  • O presente trabalho busca compreender como o medo da violência criminosa, entre os anos de 1980 e 2018, imprimiram na sociedade recifense, posturas em função do medo de tais ocorrências. Logo, entende-se que como consequência o espaço materializa o sentimento do medo em novos rearranjos, atribuindo-lhe uma nova configuração. Utiliza-se na perspectiva conceitual de violência, aquela que cause dano a outro; e, como “quantificador” de sua atuação, os números de homicídios e/ou crimes violentos letais intencionais. Como área de pesquisa tomou-se a cidade do Recife-PE, contudo, para verificar como o sentimento do medo é percebido no espaço, tomou-se como referência os 08 (oito) bairros considerados pelo Instituto Fogo Cruzado, com os que possuem os maiores números de ocorrências violentas e de homicídios. São eles: Cohab Ibura, Pina, Várzea, Imbiribeira, Barro, Jardim São Paulo e Nova Descoberta. Para fazer um paralelo com eles, também verificou-se aqueles que não obtiveram ocorrências violentas, conforme o referido instituto: Casa Forte, Derby , Ilha do Leite, Jaqueira, Paissandu, Pau-Ferro, Peixinhos e Ponto de Parada. No total, dos 94 bairros do Recife, 17% foram observados para essa análise e acredita-se que tal amostragem reflete bem esse aspecto na capital pernambucana. Dessa forma, intentou-se identificar como o sentimento do medo, cada vez mais difundido, opera em locais que são apontados como provedores da violência criminosa e, ao mesmo tempo, são passíveis das ocorrências em seus territórios. Para tanto, a leitura do medo da violência criminosa considerou, dentro do recorte temporal mencionado, a verificação em âmbitos nacional, estadual e municipal, passagens em jornais diversos, diários oficiais, sites de governos, livros e artigos da área, que demonstrassem os acontecimentos violentos da época. Esse material permitiu inferir e afirmar questões que, de certa forma, implicaram na forma como a sociedade percebia e se organizava diante desses fatos. Somado a isso, utilizou-se um instrumento de
    coleta de dados que permitisse inferir minimamente sobre a percepção dos moradores da cidade; e, também dos dados do Instituto Fogo Cruzado, que aponta sobre como as ocorrências violentas ocorrem por bairros. Obviamente, fez se uso das informações oficiais prestadas pelos órgãos oficiais. A partir da análise dos dados e da verificação inloco, verificou-se pistas que demonstram as particularidades territoriais, podendo assim fazer
    uma relação entre a psicoesfera (lugar da produção de um sentido...) e tecnoesfera (mundo dos objetos) promulgadas por Santos (1997). O trabalho, além do exposto, buscou, igualmente, aproximar o nível de compreensão espacial à realidade urbana, com a clareza do dinamismo e das rápidas mudanças.

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  • CLAUDIO JOSE CABRAL
  • PADRÕES DE DISTRIBUIÇÃO, TIPOLOGIAS E CARACTERÍSTICAS GEOMORFOLÓGICAS DAS MARMITAS DE DISSOLUÇÃO DO SEMIÁRIDO PERNAMBUCANO

  • Orientador : ANTONIO CARLOS DE BARROS CORREA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CLARA MAGALHÃES DE BARROS
  • ANTONIO CARLOS DE BARROS CORREA
  • BRUNO DE AZEVEDO CAVALCANTI TAVARES
  • DANIEL RODRIGUES DE LIRA
  • LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
  • Data: 25/08/2022

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  • As marmitas de dissolução são microformas de relevo originadas a partir da correlação entre a dinâmica interna associada aos fenômenos intempéricos e erosivos, que configuram dinâmica processual da paisagem terrestre. Estas formas de relevo estão distribuídas, em sua maioria, nas regiões onde dominam os climas secos (áridos ou semiáridos), onde o regime tectônicoestrutural apresenta marcas de forte instabilidade. Em Pernambuco a ocorrência dessas formas é reportada em 38 municípios, exibindo geometrias e dimensões variadas. Neste sentido, o principal objetivo da pesquisa é compreender quais são os principais fatores condicionantes para a ocorrência dessas microfeições e o seu padrão de organização espacial, no contexto do semiárido pernambucano, tomando como referência a investigação de três áreas: Distrito de Fazenda Nova, no município de Brejo da Madre de Deus, Distrito de Conceição das Crioulas e Sítio Arqueológico Lagoa Uri de Cima, localizados no município de Salgueiro. Para tanto, foi necessário fazer uso de um encadeamento de metodologias e técnicas de investigação que possibilitassem uma maior compreensão acerca da gênese, evolução e fisiologia do objeto de estudo, no contexto das paisagens secas do Agreste e Sertão de Pernambuco. A metodologia empregada baseou-se na identificação das áreas de ocorrências de marmitas e relevos graníticos em trabalhos acadêmicos, uso de SIGs, imagens de satélites, técnicas de sensoriamento remoto, geoprocessamento, análise petrográfica e geoquímica. Tais procedimentos contribuíram para a compreensão da distribuição espacial e os tipos de relevos graníticos existente nas áreas investigadas. A partir dos dados levantados em campo, processados e analisados em laboratório, foi possível traçar parâmetros que servem para indicar os fatores endógenos e exógenos envolvidos na gênese e processos na formação de tais formas. Os resultados reafirmam a importância do estudo na busca por uma melhor compreensão das dinâmicas superficial e sub-superficial vigentes nas paisagens secas do Nordeste Brasileiro, nos contextos atual e pretérito, sob a luz de uma abordagem morfoestrutural e morfoclimática, o que nos permite entender mais afundo a relação constante sobre o substrato terrestre.


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  • As marmitas de dissolução são microformas de relevo originadas a partir da correlação entre a dinâmica interna associada aos fenômenos intempéricos e erosivos, que configuram dinâmica processual da paisagem terrestre. Estas formas de relevo estão distribuídas, em sua maioria, nas regiões onde dominam os climas secos (áridos ou semiáridos), onde o regime tectônicoestrutural apresenta marcas de forte instabilidade. Em Pernambuco a ocorrência dessas formas é reportada em 38 municípios, exibindo geometrias e dimensões variadas. Neste sentido, o principal objetivo da pesquisa é compreender quais são os principais fatores condicionantes para a ocorrência dessas microfeições e o seu padrão de organização espacial, no contexto do semiárido pernambucano, tomando como referência a investigação de três áreas: Distrito de Fazenda Nova, no município de Brejo da Madre de Deus, Distrito de Conceição das Crioulas e Sítio Arqueológico Lagoa Uri de Cima, localizados no município de Salgueiro. Para tanto, foi necessário fazer uso de um encadeamento de metodologias e técnicas de investigação que possibilitassem uma maior compreensão acerca da gênese, evolução e fisiologia do objeto de estudo, no contexto das paisagens secas do Agreste e Sertão de Pernambuco. A metodologia empregada baseou-se na identificação das áreas de ocorrências de marmitas e relevos graníticos em trabalhos acadêmicos, uso de SIGs, imagens de satélites, técnicas de sensoriamento remoto, geoprocessamento, análise petrográfica e geoquímica. Tais procedimentos contribuíram para a compreensão da distribuição espacial e os tipos de relevos graníticos existente nas áreas investigadas. A partir dos dados levantados em campo, processados e analisados em laboratório, foi possível traçar parâmetros que servem para indicar os fatores endógenos e exógenos envolvidos na gênese e processos na formação de tais formas. Os resultados reafirmam a importância do estudo na busca por uma melhor compreensão das dinâmicas superficial e sub-superficial vigentes nas paisagens secas do Nordeste Brasileiro, nos contextos atual e pretérito, sob a luz de uma abordagem morfoestrutural e morfoclimática, o que nos permite entender mais afundo a relação constante sobre o substrato terrestre.

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  • MÁRIO FERREIRA DA SILVA MÉLO
  • O RESCALDO DA CANA: inflexões decoloniais sobre a colonialidade do saber retratada na região cultural do Nordeste Agrário do Litoral por Manuel Diégues Júnior

  • Orientador : CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • MARCOS MORAES VALENCA
  • OTAVIO JOSE LEMOS COSTA
  • PRISCILA BATISTA VASCONCELOS
  • RODRIGO DUTRA GOMES
  • Data: 26/08/2022

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  • A presente tese tem por objetivo reconhecer, decodificar e traduzir, a partir da perspectiva decolonial, a colonialidade do poder e do saber expressas na cartografia que consta no livro “Regiões Culturais do Brasil”, apresentado pioneiramente pelo antropólogo Manuel Diégues Júnior, em 1960. Ao analisar a caracterização realizada do Nordeste Agrário do Litoral, uma das regiões culturais elencadas pelo autor e espaço regional central nesta pesquisa, a tese identifica construções intersubjetivas que descrevem e caracterizam a região, reportando à concepções cristalizadas no imaginário coletivo e amplamente carregadas de preceitos forjados no saudoso e romantizado passado colonial canavieiro, ao qual tem em Gilberto Freyre como um dos principais expoentes e forte influenciador na obra de Diégues Júnior. Ao se verificar na obra sinais evidentes de orientações que remetem ao lusotropicalismo, buscou-se ativar o seu processo desconstrução narrativa mediante a ótica decolonial e reposicionar posturas deslocadas de seu tempo que ainda insistem na manutenção de normativas que soam retrógradas para os contextos hodiernos. Sendo assim, ao traçar um roteiro que se inicia na arquitetura do Orientalismo de Edward Said, passando pela modernidade-colonialidade ocidental, ancorada nas investigações de Walter Mignolo e Santiago Castro-Gómez - este último também relevante por apontar a colonialidade no campo epistêmico do Saber - aporta no conceito de Colonialidade do Poder, elaborado por Aníbal Quijano. Ao utilizar o referencial teórico do geógrafo Rogério Haesbaert e discorrer sobre a região enquanto Artefato - composta tanto por sua face realista/fato quanto pela construída/arte - procura apontar caminhos que possibilitem erigir uma nova epiderme sobre as regiões culturais no Brasil, em particular no Nordeste Agrário do Litoral. Agora, pela perspectiva decolonial. É a busca por esse “Rescaldo da Cana” o elemento motriz em que orbita a revisão literária nesta tese.


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  • A presente tese tem por objetivo reconhecer, decodificar e traduzir, a partir da perspectiva decolonial, a colonialidade do poder e do saber expressa na cartografia das Regiões Culturais do Brasil, apresentada pioneiramente pelo antropólogo Manuel Diégues Júnior, em 1960. Ao analisar a caracterização realizada do Nordeste Agrário do Litoral, uma das regiões elencadas pelo autor, a tese identifica construções intersubjetivas sobre a região que remontam a concepções cristalizadas no imaginário coletivo e amplamente carregadas de preceitos forjados no saudoso e romantizado passado colonial canavieiro, ao qual tem Gilberto Freyre como um dos principais expoentes e forte influenciador na obra de Diégues Júnior. Sendo assim, ao traçar um roteiro que se inicia na arquitetura do Orientalismo de Edward Said, passando pela modernidade-colonialidade ocidental, ancorada nas investigações de Walter Mignolo e Santiago Castro-Gómez - este último também relevante por apontar a colonialidade no campo epistêmico do Saber - aporta no conceito de Colonialidade do Poder, elaborado por Aníbal Quijano. Ao utilizar o referencial teórico do geógrafo Rogério Haesbaert ao discorrer sobre a região enquanto Artefato - composta tanto por sua face realista/fato quanto pela construída/arte - procura apontar caminhos que possibilitem erigir uma nova epiderme sobre as regiões culturais no Brasil, em particular no Nordeste Agrário do Litoral. Agora, pela perspectiva decolonial. É a busca por esse “Rescaldo da Cana” o elemento motriz em que orbita a revisão literária nesta tese.

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  • CARLOS EDUARDO FALCÃO LUNA
  • POSSIBILIDADES E LIMITES PARA INTERAÇÕES SOCIOTÉCNICAS E INOVAÇÃO NOS ALTOS E CÓRREGOS DA ZONA NORTE DO RECIFE

  • Orientador : DORALICE SÁTYRO MAIA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DORALICE SÁTYRO MAIA
  • JAN BITOUN
  • MARIA ANGELA DE ALMEIDA SOUZA
  • JADER RIBEIRO GAMA
  • LUANA VILUTIS
  • Data: 15/09/2022

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  • A presente pesquisa foi realizada a partir do objetivo geral, de analisar os processos formativos realizados por executores de tecnologias sociais, nos altos e córregos da Zona Norte do Recife, no sentido do potencial destas formações para o desenvolvimento de habilidades visando a promoção de interação sociotécnica neste território. Partindo da indissociabilidade entre tecnologias e suas implicações sociais, utilizamos conceitos como tecnologias sociais, sistema territorial de inovação e exclusão social, para investigarmos as possibilidades e limites das formações promovidas por organizações da sociedade civil, das relações entre os agentes que entendem a formação em Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), como meio de mitigação da exclusão social e quais seus rebatimentos para a aquisição de habilidades técnicas para atuar no campo das TICs, por parte dos atendidos. Os principais resultados, deram conta de que a formação socioespacial da área tem sido determinante para a limitação da liberdade de escolha dos beneficiários, e que as formações promovidas pelas organizações da sociedade civil tem potencial de promover interações sociotécnicas, que propiciem a mobilização de recursos físicos, digitais, humanos e sociais para atuação no campo das TICs.


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  • A presente pesquisa foi realizada a partir do objetivo geral, de analisar os processos formativos realizados por executores de tecnologias sociais, nos altos e córregos da Zona Norte do Recife, no sentido do potencial destas formações para o desenvolvimento de habilidades visando a promoção de interação sociotécnica neste território. Partindo da indissociabilidade entre tecnologias e suas implicações sociais, utilizamos conceitos como tecnologias sociais, sistema territorial de inovação e exclusão social, para investigarmos as possibilidades e limites das formações promovidas por organizações da sociedade civil, das relações entre os agentes que entendem a formação em Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), como meio de mitigação da exclusão social e quais seus rebatimentos para a aquisição de habilidades técnicas para atuar no campo das TICs, por parte dos atendidos. Os principais resultados, deram conta de que a formação socioespacial da área tem sido determinante para a limitação da liberdade de escolha dos beneficiários, e que as formações promovidas pelas organizações da sociedade civil tem potencial de promover interações sociotécnicas, que propiciem a mobilização de recursos físicos, digitais, humanos e sociais para atuação no campo das TICs.

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  • BRUNA MARIA DA SILVA RAPOZO
  • MULHERES CAMPONESAS E TRABALHADORAS RURAIS EM MOVIMENTO: ressignificando relações de gênero, trabalho, saberes e poderes na agricultura camponesa do sertão de Pernambuco

  • Orientador : MONICA COX DE BRITTO PEREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CAROLINA DE OLIVEIRA MARQUES
  • CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
  • MONICA COX DE BRITTO PEREIRA
  • RENATA SIBÉRIA DE OLIVEIRA
  • RODRIGO DUTRA GOMES
  • Data: 04/11/2022

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  • As relações sociais de gênero no meio rural e na agricultura camponesa familiar se constituem como relações de poder desiguais e hierarquizadas de forma conservadora, de tal modo que negligenciam o papel e a importância social e política das mulheres nos processos e dinâmicas organizativas da vida, trabalho e economia camponesa. Mediante o exposto, esta pesquisa analisa a participação e experiência das mulheres camponesas e trabalhadoras rurais no processo de produção e ressignificação da agricultura, do trabalho e da vida das mulheres e homens no contexto do sertão Semiárido em Pernambuco. Neste estudo, procurou-se analisar as práxis cotidianas e o protagonismo das mulheres na produção de saberes, conhecimentos e práticas agroecológicas para o manejo do bioma da Caatinga, e a participação política em espaços como associações, grupos e movimentos de mulheres, entre outros espaços públicos de decisão e poder político. Trabalho, práxis e ações políticas que vêm sendo construídas como estratégias para reafirmar o papel da mulher como sujeito político produtor de espaço, territórios, políticas e riquezas sociais e materiais nos territórios de vida no sertão. Auto-organizadas, as mulheres camponesas e trabalhadoras rurais vêm desde a década de 1980 protagonizando lutas e pautas de reivindicações por direitos à sindicalização, reconhecimento como trabalhadoras rurais, acesso a direitos trabalhistas, previdência social, aposentadoria entre outros direitos. No sertão do Pajeú, Pernambuco, as mulheres camponesas e trabalhadoras rurais são detentoras de um vasto conhecimento sobre os agroecossistemas e estratégias para plantar, colher, comer, conviver e existir em situações sociais, econômicas e naturais adversas. Essas mulheres estão promovendo a valorização do cultivo de alimentos livres de agrotóxicos, outras formas de manejo sustentável da biodiversidade local e dos olhos d’água do rio Pajeú, estão semeando práticas mais sustentáveis para o manejo da Caatinga e, com acesso a tecnologias sociais, como a produção de mudas de árvores nativas, fazendo o reaproveitamento de águas através de sistemas de reuso de água cinza, utilizando os fogões agroecológicos para evitar o desmatamento para retirada da lenha para cozinhar, como também estão fazendo trocas de experiências e gerando renda e autonomia, relativa, através do trabalho coletivo e solidário. A investigação utilizou metodologia referenciada no campo da pesquisa qualitativa, com trabalho de campo, observação participante e história de vida, além da pesquisa bibliográfica e documental. Os sujeitos participantes da pesquisa foram mulheres da Associação de Mulheres do Sítio Gameleira, localizado no município de Itapetim – PE; Grupo de Mulheres Guerreiras do Pajeú, localizado no município de São José do Egito – PE; e o Movimento das Mulheres Trabalhadoras Rurais – MMTR-PE, que encontra-se territorializado em diversos municípios do estado de Pernambuco.


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  • As relações sociais de gênero no meio rural e na agricultura camponesa familiar se constituem como relações de poder desiguais e hierarquizadas de forma conservadora, de tal modo que negligenciam o papel e a importância social e política das mulheres nos processos e dinâmicas organizativas da vida, trabalho e economia camponesa. Mediante o exposto, esta pesquisa analisa a participação e experiência das mulheres camponesas e trabalhadoras rurais no processo de produção e ressignificação da agricultura, do trabalho e da vida das mulheres e homens no contexto do sertão Semiárido em Pernambuco. Neste estudo, procurou-se analisar as práxis cotidianas e o protagonismo das mulheres na produção de saberes, conhecimentos e práticas agroecológicas para o manejo do bioma da Caatinga, e a participação política em espaços como associações, grupos e movimentos de mulheres, entre outros espaços públicos de decisão e poder político. Trabalho, práxis e ações políticas que vêm sendo construídas como estratégias para reafirmar o papel da mulher como sujeito político produtor de espaço, territórios, políticas e riquezas sociais e materiais nos territórios de vida no sertão. Auto-organizadas, as mulheres camponesas e trabalhadoras rurais vêm desde a década de 1980 protagonizando lutas e pautas de reivindicações por direitos à sindicalização, reconhecimento como trabalhadoras rurais, acesso a direitos trabalhistas, previdência social, aposentadoria entre outros direitos. No sertão do Pajeú, Pernambuco, as mulheres camponesas e trabalhadoras rurais são detentoras de um vasto conhecimento sobre os agroecossistemas e estratégias para plantar, colher, comer, conviver e existir em situações sociais, econômicas e naturais adversas. Essas mulheres estão promovendo a valorização do cultivo de alimentos livres de agrotóxicos, outras formas de manejo sustentável da biodiversidade local e dos olhos d’água do rio Pajeú, estão semeando práticas mais sustentáveis para o manejo da Caatinga e, com acesso a tecnologias sociais, como a produção de mudas de árvores nativas, fazendo o reaproveitamento de águas através de sistemas de reuso de água cinza, utilizando os fogões agroecológicos para evitar o desmatamento para retirada da lenha para cozinhar, como também estão fazendo trocas de experiências e gerando renda e autonomia, relativa, através do trabalho coletivo e solidário. A investigação utilizou metodologia referenciada no campo da pesquisa qualitativa, com trabalho de campo, observação participante e história de vida, além da pesquisa bibliográfica e documental. Os sujeitos participantes da pesquisa foram mulheres da Associação de Mulheres do Sítio Gameleira, localizado no município de Itapetim – PE; Grupo de Mulheres Guerreiras do Pajeú, localizado no município de São José do Egito – PE; e o Movimento das Mulheres Trabalhadoras Rurais – MMTR-PE, que encontra-se territorializado em diversos municípios do estado de Pernambuco.

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  • BOAVENTURA ALMEIDA MUBAI
  • GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS TRANSFRONTEIRIÇOS: REPERCUSSÕES E DESAFIOS SOBRE AGRICULTURA FAMILIAR NA MICROBACIA DE CHOKWÉ, RIO LIMPOPO, MOÇAMBIQUE

  • Orientador : EDVANIA TORRES AGUIAR GOMES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EDILSON CAVALCANTE DE OLIVEIRA JUNIOR
  • EDUARDO RODRIGUES VIANA DE LIMA
  • EDVANIA TORRES AGUIAR GOMES
  • GUILHERME JOSE FERREIRA DE ARAUJO
  • RENATA MARIA CAMINHA MENDES DE OLIVEIRA CARVALHO
  • Data: 16/11/2022

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  • A presente tese, teve como objetivo central, analisar as implicações da gestão integrada e sustentável dos recursos hídricos de bacias hidrográficas transfronteiriças compartilhadas tendo como objeto de estudo a jusante da Bacia do Rio Limpopo (BRL), denominado nesse trabalho como microbacia do Chokwé. Estabelecer uma articulação entre diferentes sistemas: políticas, leis, estruturas, valores, vinculados a diferentes países, é sem dúvidas um dos grandes desafios que ainda se tem hoje na gestão dos recursos hídricos que abrangem fronteiras políticas. A abordagem de Bacia Hidrográfica (BH) como unidade ideal para a gestão dos recursos hídricos se embaraça com aqueles desafios e outros relacionados a diferentes regionalizações, cartografia, fluxos hídricos, uso interrupto do solo e dinâmicas de captação das águas que não se fazem de maneira geral em conformidade com as BH. O quadro histórico de enchentes e severas secas na microbacia do Chokwé e as consequências geradas sobretudo para a principal base econômica da região, os cultivos irrigados, se constitui num dos exemplos emblemáticos dessas complexidades. Partindo desses pressupostos, buscou-se apoiado no método hipotético dedutivo teorizar-se o trabalho a partir da perspectiva hidropolitica alicerçada no modelo da Escola de Copenhague (EC) e a partir dos princípios de gestão integrada, visando contribuir no fortalecimento de estratégias de gestão de BH com vista a garantia da Segurança Hídrica (SH). Trabalhou-se o recorte da bacia identificando e sistematizando as dinâmicas responsáveis pela alteração (Pressão) dos sistemas hídricos, as condições socioambientais e econômicas (Estado) a jusante da bacia e o grau de articulação dos sistemas de gestão ao nível da bacia como no local (Resposta). Esse exercício requereu o auxílio de técnicas de revisão da literatura; produção cartográfica, observações e estudo de campo; levantamento fotográfico e de dados secundários nas bases de instituições públicas, questionários semiestruturados aplicados aos entes (11) do sistema de gerenciamento de recursos hídricos e aos pequenos produtores irrigantes (98), os quais foram tabulados e analisados com recurso ao software SPSS. A metodologia utilizada permitiu constatar que a gestão dos recursos hídricos no âmbito da dimensão espacial da BRL, destaca ações de programas e/ou agências internacionais, mesmo assim, ainda insuficientes para abarcar e atender as especificidades de cada escala/área da bacia, que se denuncia pela reprodução de quadro cada vez mais complexo de vulnerabilidade socioambiental e econômica a jusante da bacia. Essa constatação, sugere a necessidade de uma reorganização dos países que compartem a bacia, reformulando e aprimorando os seus compromissos com a gestão integrada, inclusive materializando ações no âmbito da bacia, que até então se limitam ao contato mínimo e troca de informação hidrológica.


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  • A bacia hidrográfica é concebida e politizada como unidade ideal para a gestão dos recursos hídricos, por possibilitar uma abordagem sistêmica e/ou holística que permite interpretar a interação dos elementos ou das partes, buscando o entendimento da totalidade. Entretanto, apesar dessa prerrogativa, em bacias hidrográficas extensas, que transcendem fronteiras e compartilhadas por dois ou mais países, como é a do rio Limpopo, a gestão torna se bastante complexa, pois, a dinâmica que conforma a própria bacia é bastante ampla, desde as singularidades fisiográficas, os fluxos hídricos, estruturas sociais, econômicas e políticas, quanto as culturais. Estes fatores devem ser satisfatoriamente integrados para uma gestão sustentável de águas compartilhadas, porque do contrário, intensificam intervenções arbitrárias no âmbito dos usos das águas comuns, originando profundos problemas de cunho socioambiental que, via de regra, se agravam nas escalas situadas mais a jusante da bacia. Em razão disso, A presente pesquisa, a ser conduzida sob o embasamento teórico dos conceitos de hidropolitica, gestão integrada e sustentável, tem como objetivo central, realizar na microbacia do chokwé um levantamento dos indicadores socioambientais difusos e pontuais no sentido de apontar os principais desafios que impõem a gestão integrada dos recursos hídricos. Para isso, buscar-se-á evidenciar os principais aspectos para a conservação e uso sustentável dos recursos hídricos, desde o estado ambiental da microbacia, as relações e ações interinstitucionais de gestão local e os mecanismos de articulação com outras escalas da bacia, os canais de participação e mecanismos de resiliência dos beneficiários das águas face à problemática da seca e inundações. O principal procedimento metodológico a ser adoptado para a análise empírica será o de Percurso de Estudo e Pesquisa (PER), o qual possibilitará evidenciar as causas das alterações do ecossistema (Pressão), os seus impactos (Estado) e possíveis soluções (Resposta) levadas a cabo pelos sujeitos gestores e beneficiários das águas. Essa tarefa será materializada com base na observação de campo, conversas informais, processamento de imagens e produção de mapas temáticos mostrando o estado ambiental local, levantamento de dados secundários em instituições de tutela e aplicação dos questionários semiestruturados envolvendo os produtores irrigantes de base familiar e os responsáveis pela gestão da água da bacia, cujo objetivo é harmonizar o máximo de dados qualiquantitaticos que retratam as especificidades que impõem a gestão hídrica integrada. Espera-se que os dados a serem levantados, tragam contribuições em direção ao aprimoramento de uma gestão integrada que contempla com rigor as reais especificidades locais de cada escala da bacia por forma a que seja garantida a segurança hídrica não só para a escala da microbacia de Chokwé, mas para todos os envolvidos na bacia.

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  • EDMARIO MARQUES DE MENEZES JUNIOR
  • SUSCETIBILIDADE A ESCORREGAMENTOS TRANSLACIONAIS ESTRUTURADA NA AHP – JABOATÃO DOS GUARARAPES/PE

  • Orientador : OSVALDO GIRAO DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • OSVALDO GIRAO DA SILVA
  • ALCINDO JOSE DE SA
  • ANTONIO CARLOS DE BARROS CORREA
  • ANTONIO JOSE TEIXEIRA GUERRA
  • ANTÓNIO JOSÉ BENTO GONÇALVES
  • Data: 19/12/2022

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  • Ambientes declivosos, recobertos por sedimentos inconsolidados submetidos a eventos pluviais concentrados, intensos e/ou recorrentes possibilitam ou intensificam a ocorrência de escorregamentos. A compreensão desse fenômeno morfodinâmico se altera quando há interferência antrópica, sobretudo nas áreas de expansão urbana sem ordenamento. Esse cenário é reportado na Regional 01 (Jaboatão Centro), inserida no município de Jaboatão dos Guararapes – Pernambuco (PE), localizando-se na porção centro-oeste da Região Metropolitana do Recife (RMR). Esta tese busca apresentar hierarquicamente a suscetibilidade aos escorregamentos translacionais a partir dos condicionantes identificados. A base metodológica se concentra na Analytic Hierarchy Process (AHP), a qual estrutura as análises qualitativas em bases quantitativas, culminando no índice de suscetibilidade aos escorregamentos. Sobre o processo morfodinâmico de deflagração e a intensidade do escorregamento, elencou-se cinco condicionantes (critérios): geologia, solo, cobertura e uso da terra, declividade e curvatura da encosta. O nivelamento da suscetibilidade ocorreu em duas etapas. A primeira decorreu da classificação dos atributos de cada critério. Nessa observou-se a concentração substancial dos níveis elevados de suscetibilidade entre os atributos pertencentes aos critérios de solo, uso e cobertura da terra e declividade. O solo reuniu 73,67% da área entre nível muito alto (44,34%) e o alto (29,33%). O critério de uso e cobertura da terra apresentou 73,84% concentrados no nível mais elevado de suscetibilidade. A declividade registrou 68,63% nos níveis mais críticos, dos quais 26,21% no nível muito alto e 42,71% no nível alto. Na segunda etapa, estruturada pela AHP, foram avaliados os níveis de importância de forma pareada entre os condicionantes almejando a determinação do peso para a álgebra de mapas a qual determinou a suscetibilidade. Os resultados revelaram uma concentração de 91,8% entre os níveis alto (53,1%) e médio (38,7%). Ao analisar os pontos de campo, houve uma relação direta com o dado anterior, pois 88,71% concentraram-se entre os níveis médio (24,19%) e alto (64,52%). Por fim, os eventos realçaram-se em ambientes de geologia cristalina, representado pelo complexo rochoso Belém de São Francisco (90,32%), nos argissolos (85,48%), em áreas urbanas (79,03%) para a cobertura e uso da terra, em declividade de 20% a 45% (43,55%) e com curvatura retilínea-planar (32,26%).


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  • A tese tem por base os ambientes declivosos, recobertos por sedimentos inconsolidados e submetidos a eventos pluviais concentrados, intensos e/ou recorrentes que possibilitam ou intensificam a ocorrência de escorregamentos. A compreensão desse fenômeno morfodinâmico natural se altera quando há interferência antrópica através da modificação do espaço e, consequentemente, das condições naturais. Essa tese investiga a suscetibilidade aos escorregamentos na Regional 01, denominada também como Jaboatão Centro, pertencente ao município de Jaboatão dos Guararapes – PE. Considerando o processo de deflagração e a intensidade do evento foram elencados cinco condicionantes (critérios) participantes dessa morfodinâmica: geologia, solo, uso e cobertura da terra, declividade e curvatura da encosta. O nivelamento da suscetibilidade, distribuído em 4 níveis), estruturou-se inicialmente na classificação dos atributos de cada critério com parâmetros qualitativos e quantitativos. Observou-se uma concentração substancial dos níveis elevados de suscetibilidade entre os atributos pertencentes aos critérios de solo, uso e cobertura da terra e declividade. Os resultados preliminares identificaram solos com aparente descontinuidades mecânicas (Horizonte B textural) em espaços urbanos mapeados como sem identificação pedológica, os quais se interligam aos tipos de usos que desconsideram a dinâmica do ambiente por parte da sociedade.

10
  • WEMERSON FLAVIO DA SILVA
  • EVOLUÇÃO MORFOESTRUTURAL E MORFOTECTÔNICA DA BACIA DO RIO SIRINHAÉM A PARTIR DA REORGANIZAÇÃO FLUVIAL: os índices morfométricos como mecanismo de análise

  • Orientador : OSVALDO GIRAO DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTONIO CARLOS DE BARROS CORREA
  • KLEYTHON DE ARAUJO MONTEIRO
  • LEANDRO DIOMERIO JOAO DOS SANTOS
  • LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
  • OSVALDO GIRAO DA SILVA
  • Data: 21/12/2022

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  • A busca por compreender a evolução da paisagem através da interpretação dos sistemas fluviais sempre fez parte dos estudos na Geomorfologia. Por vezes, os canais fluviais e as bacias hidrográficas estavam no centro das análises e discussões, ora, como elemento mais secundário nas propostas teóricas. Principalmente, a partir dos trabalhos de Hack resgatando e aperfeiçoando as ideias de Gilbert, os índices morfométricos passaram a incorporar as análises da paisagem geomorfológica tendo os rios e suas respectivas bacias hidrográficas no cerne das explanações. Outras técnicas morfométricas foram incorporadas aos estudos como Fator de assimetria de bacia de drenagem (FABD), Fator de simetria topográfica transversal (FSTT) e Índice de Chi, Índice destream-power, as quais trouxeram contribuições relevantes no processo de evolução de bacias hidrográficas. Diante disso, utilizar essas ferramentas de análise em contexto de margem passiva na tentativa de desenvolver modelos evolutivos das bacias hidrográficas que compõe essas áreas. No caso da pesquisa em curso o objetivo é entender o processo de evolução da bacia do rio Sirinhaém localizada na Zona da Mata Sul de Pernambuco, ou seja, quais os fatores estruturais e/ou tectônicos que influenciaram na configuração da drenagem do rio principal e drenagens secundárias mais significativas. Portanto, as técnicas morfométricas foram aplicadas na bacia hidrográfica do Sirinhaém e suas principais sub-bacias cujo intuito é elucidar a mudanças dos cursos fluviais, assim como, avanços da dissecação de uma bacia hidrográfica sobre a outra, baixos divisores e futuras capturas erosivas entre outros. Atreladas as técnicas morfométricas correlações com os trabalhos da Geologia que desenvolveram avanços em relação aos processos de evolução pós-rifte trazendo conceitos como farfield stresses, modelos geodinâmicos, topografiadinâmica, análises geofísiscas e sísmicas, por exemplo, e dessa forma, buscar entender como ocorreu a evolução morfoestrutural e morfotectônica da bacia do rio Sirinhaém.


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  • A busca por compreender a evolução da paisagem através da interpretação dos sistemas fluviais sempre fez parte dos estudos na Geomorfologia. Por vezes, os canais fluviais e as bacias hidrográficas estavam no centro das análises e discussões, ora, como elemento central, outras vezes, mais secundário nas propostas teóricas. Principalmente, a partir dos trabalhos de John Tilton Hack resgatando e aperfeiçoando as ideias de Gilbert, os índices morfométricos incorporaram as análises da paisagem geomorfológica, tendo os rios e suas respectivas bacias hidrográficas no cerne das explanações. Cada vez mais, técnicas morfométricas foram incorporadas aos estudos como Fator de assimetria de bacia de drenagem (FABD), Índice de Chi, Índice de stream-power, que trouxeram contribuições relevantes no processo de evolução de bacias hidrográficas. Diante disso, essas ferramentas foram utilizadas para análise em contexto de margem passiva para compreender a evolução morfotectônica e morfoestrutural da bacia hidrográfica do rio Sirinhaém. Portanto, as técnicas morfométricas aplicadas na bacia hidrográfica do Sirinhaém e suas principais sub-bacias cujo intuito é elucidar as adaptações dos cursos fluviais ao contexto geotectônico e avanços da dissecação de uma bacia hidrográfica sobre a outra em um processo de captura fluvial e rearranjo da drenagem, modificando a organização espacial entre o baixo curso da BHRS e a GL4. Atreladas as técnicas morfométricas correlações com os trabalhos da Geologia que desenvolveram avanços em relação aos processos de evolução pós-rifte trazendo conceitos como far-field stresses, compensação isostática, flexura de borda e buscar entender os processos de soerguimento diferencial em setores pontuais da BHRS e os reajustes da drenagem adaptados ao contexto tectono-estrutural.

2021
Dissertações
1
  • NEOLAM MARCELO BARBOSA DE MORAES
  • A INSERÇÃO COMPETITIVA DE IPOJUCA À ECONOMIA MUNDO: os entraves de uma lógica periférica

  • Orientador : BERTRAND ROGER GUILLAUME COZIC
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BERTRAND ROGER GUILLAUME COZIC
  • FELIPPE LUIS MACIEL DA SILVA
  • RODRIGO DUTRA GOMES
  • Data: 31/08/2021

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  • Na nova fase da mundialização do capitalismo, a globalização, em que o processo produtivo se torna cada vez mais flexível, como também, se intensificam cada vez mais os fluxos comerciais globais, as estruturas portuárias se apresentam como elemento estratégico fundamental, no sentido de integrar os territórios a tais fluxos e, ao mesmo tempo, serem vetores do desenvolvimento local e regional. No entanto, tais estruturas, enquanto fixos criados para promover a inserção do território à economia global, estabelecem novas dinâmicas sócio-espaciais que interagem dialeticamente. Tal interação, ao mesmo tempo que garantem a fluidez de mercadorias, alteram as lógicas territoriais endógenas, no sentido de acirrarem a seletividade espacial e intensificarem o processo de exclusão social, produzindo assim, uma verdadeira desordem no território. Neste contexto, se insere o nosso objeto empírico, o município de Ipojuca-PE diante das novas dinâmicas socioespaciais estabelecidas pela consolidação do Complexo Industrial Portuário Eraldo Gueiroz-CIPS, a partir dos anos 2000, quando são implantados grandes empreendimentos estruturadores como a Refinaria Abreu e Lima, a Petroquímica Suape, o Estaleiro Atlântico Sul, entre outros. A materialização desse novo e moderno sistema técnico, ao se somar aos sistemas técnicos (pretéritos e atuais) já existentes no território, estabelece um verdadeiro conflito de intencionalidades e de ações entre agentes sociais não hegemônicos, a exemplo das comunidades tradicionais, trabalhadores formais e informais, pequenos comerciantes, moradores de comunidades carentes; hegemonizados, a exemplo dos comerciantes e latifundiários; e, hegemônicos, a exemplo de corretoras, empreiteiras, das grandes industrias e empresas de logística. Levando em consideração que no território de Ipojuca estão presentes diversas temporalidades, e que elas dialogam dialeticamente no presente para gerir o porvir , o caminho escolhido para analisar os conflitos sócio-espaciais em questão, se faz através de uma análise espaço-temporal tendo como referência a formação sócio espacial brasileira, necessária para apreender a totalidade em movimento. Tal escolha se justifica devido ainda está presente na dinâmica territorial atual de Ipojuca, o sistema técnico agroindustrial que se apresenta como rugosidade espacial que acumula elementos contemporâneos ao início da formação sócio espacial brasileira, como também, elementos da readequação produtiva do capitalismo comercial ao capitalismo industrial. A estas rugosidades, somam-se os sistemas técnicos modernos, como a infraestrutura turística presente no litoral de Ipojuca e a industrial-portuária, como também, sistemas técnicos de diversos agentes sociais representados, principalmente, por populações tradicionais. Neste sentido, a análise proposta, faz um percurso histórico entre o início da formação territorial de Ipojuca atrelada ao início da formação sócio espacial brasileira, perpassa pelos impactos da readequação produtiva da plantation ao capitalismo industrial e chega a interação entre as diversas temporalidades presentes no território atualmente, porém, dando ênfase ao sistema técnico industrialportuário devido este ser o principal vetor da dinâmica territorial atual. No último capítulo, se apresenta as consequências da dinâmica territorial em curso presente em Ipojuca.


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  • No atual estágio da globalização com a configuração do meio-técnico-cientificoinformacional, o capital produtivo ganha maior flexibilidade graças ao desenvolvimento de novas técnicas na constituição de redes geográficas de transporte e comunicação cada vez mais eficientes, através das quais, as grandes corporações conseguem dar mais flexibilidade e fluidez a produção e comercialização de seus produtos. Em tal processo se destaca a infraestrutura portuária, pois é por ela que flui atualmente 90 por cento do comércio mundial. Diante desse contexto, o governo do Estado de Pernambuco visando resolver problemas relativos ao aumento do fluxo de cargas do porto do Recife frente as limitações de logística e urbana-ambientais do mesmo, como também, visando criar um novo polo para alavancar o desenvolvimento do Estado a partir da fluidez do comércio marítimo mundial, encontra no município de Ipojuca, as condições ideais para estabelecer um novo porto que viesse a suprir tais demandas. Assim, foi criado na década de 1970 o Complexo Industrial Portuário Eraldo Gueiroz (Suape). O projeto ancorado na moderna concepção de porto-indústria se materializou a partir de vultosos investimentos federais, estaduais e privados se tornando um objeto técnico capaz de, enquanto fixo, atrelar a região Nordeste à grande fluidez do comércio marítimo mundial, ao ponto de o Porto de Suape está entre os cinco mais movimentados do país. Os novos sistemas técnicos do polo Industrial portuário, somado ao sistema técnico do polo turístico de Porto de Galinhas e ao sistema técnico pretéritos materializados durante quase cinco séculos pela monocultura da cana de açúcar, formam uma grande simbiose no processo de configuração da dinâmica territorial do município, onde, a partir das últimas duas décadas, recorte temporal foco do trabalho, a lógica exógena passou a se sobrepor de maneira ainda mais intensa sobre a lógica endógena, passando a estabelecer novos processos de desterritorialização e conflitos de interesses no lugar. Sendo assim, o trabalho em foco se propôs a contribuir para o entendimento desses processos, tendo como referência a seguinte questão: Por que apesar de receber tantos investimentos o município de Ipojuca não consegue satisfazer satisfatoriamente as necessidades das lógicas endógenas ao seu território? Partindo da hipótese que os entes federativos da União, enquanto agentes que deveriam fazer a mediação entre as lógicas endógenas e exógenas, objetivando manter o equilíbrio entre elas, não conseguem cumprir esse caro papel, pois, a força da lógica competitiva multiescalar do mundo globalizado termina se impondo, exigindo destes cada vez mais cumplicidade em relação a adequação do território aos fluxos externos do capital, em detrimento das necessidades identitárias do lugar , mantendo Ipojuca como um espaço periférico da globalização. Para sustentar tal hipóteses, toma-se como base metodológica uma análise espaço-temporal, em que num primeiro momento, se revisou o processo de formação territorial do município tão marcado pela monocultura canavieira, para depois, juntar à análise, os novos sistemas técnicos atrelados ao polo turístico e, principalmente, ao porto de Suape. Ademais, se colhe elementos através da investigação de campo e da pesquisa comparativa para identificar e analisar distorções entre as lógicas endógenas e exógenas.

2
  • ITÁLLO FERNANDO DE FREITAS SILVA
  • O ENSINO DE GEOGRAFIA E A REALIDADE VIRTUAL EM ESPAÇOS DE CRIAÇÃO DIGITAL 

  • Orientador : FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
  • MATEUS FERREIRA SANTOS
  • PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
  • Data: 24/11/2021

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  • O trabalho dissertativo aqui apresentado se debruça no movimento investigativo tendo por base a utilização da Realidade Virtual (RV) no ensino de Geografia. Aqui é apresentado concepções a respeito desse recurso tecnológico que pode ser utilizado na prática docente, e mediante a isso, é contextualizado a partir das potencialidades e limitações que a (RV) pode proporcionar no âmbito pedagógico. O trabalho tem por objetivo geral: compreender as potencialidades e as limitações do uso da realidade virtual nas aulas de Geografia enquanto ferramenta pedagógica para a construção de aprendizagens colaborativas. A pesquisa assume uma abordagem qualitativa devido à complexidade do objeto e está voltada para os estudos com um viés compreensivo dos fatos. A pesquisa é de natureza exploratória visto que se objetiva descrever as potencialidades que a realidade virtual pode proporcionar ao ensino de Geografia. A (RV) tem muito a contribuir para o fazer e pensar docente, este trabalho é um ensaio que pode ajudar nas reflexões existentes na Geografia escolar.


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  • O trabalho dissertativo aqui apresentado se debruça no movimento investigativo tendo por base a utilização da Realidade Virtual (RV) no ensino de Geografia. Aqui apresentamos concepções a respeito desse recurso tecnológico que pode ser utilizado na prática docente, e mediante a isso, apresentamos as potencialidades e limitações que a (RV) pode proporcionar no âmbito pedagógico. O trabalho tem por objetivo geral: compreender as potencialidades e as limitações do uso da realidade virtual nas aulas de Geografia enquanto ferramenta pedagógica para a construção de aprendizagens colaborativas. A pesquisa assume uma abordagem qualitativa devido à complexidade do objeto e está voltada para os estudos com um viés compreensivo dos fatos. Compreendemos que a pesquisa é de natureza exploratória uma vez que se objetiva descrever as potencialidades que a realidade virtual pode proporcionar ao ensino de Geografia. Acreditamos que a (RV) tem muito a contribuir no fazer e pensar docente, este trabalho é um ensaio que pode ajudar nas reflexões existentes na Geografia escolar.

3
  • TAWANA DE MELO PEREIRA
  • SUSCETIBILIDADE, VULNERABILIDADE E MAPEAMENTO PARTICIPATIVO DE RISCO A ESCORREGAMENTOS: FERRAMENTAS PARA UMA GESTÃO RESILIENTE

  • Orientador : FABRIZIO DE LUIZ ROSITO LISTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SAMIA NASCIMENTO SULAIMAN
  • FABRIZIO DE LUIZ ROSITO LISTO
  • RODRIGO DUTRA GOMES
  • Data: 21/12/2021

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  • Diante do contexto de recorrentes desastres no Brasil, sobretudo em períodos de chuvas intensas, tornaram-se necessárias medidas para a redução dos riscos. Nesse cenário, o conceito de resiliência tem sido discutido como um novo modelo de conceber a prevenção de desastres. Assim, marcos e políticas públicas são agora pensados priorizando a atuação da comunidade, as quais deixam de ser passivas às decisões gestoras tornando-se agentes de sua própria segurança. O objetivo principal desta pesquisa consistiu em avaliar, conjuntamente, a suscetibilidade, a vulnerabilidade física e social e o grau de risco a escorregamentos no bairro dos Estados, município de Camaragibe (PE). Especificamente, objetivou-se: avaliar o papel dos parâmetros geomorfológicos do relevo na deflagração dos escorregamentos; delimitar setores de vulnerabilidade e de risco; elaborar ficha de risco participativa e; propor um conjunto de ações mitigatórias não estruturais e estruturais visando ações de resiliência. A avaliação da suscetibilidade foi realizada por meio de parâmetros morfométricos, uso do modelo matemático SHASLTAB e cálculo do índice Concentração de Escorregamentos (CE). A setorização das áreas de vulnerabilidade e risco deu-se por meio de alguns critérios (trabalhos decampo, interpretação de imagens de satélite, entre outros). A vulnerabilidade foi avaliada a partir de ficha de campo e o mapeamento de risco ocorreu a partir de abordagem participativa (graus de risco estabelecidos pelos próprios moradores). Por fim, a elaboração de modelo mitigatório estrutural e não estrutural foi baseado no Marco de Sendai. Os resultados indicaram uma Concentração de Escorregamentos (CE) a oeste do bairro em encostas íngremes, côncavas, orientadas para Norte e para Sudeste e em colinas dissecadas. Foram mapeados três setores com vulnerabilidade média, três com vulnerabilidade alta e um setor com vulnerabilidade muito alta. O mapeamento participativo demonstrou relações afetivas e resilientes com a área por parte dos entrevistados, visto que apenas um setor foi classificado com risco baixo, quatro setores com risco médio, um com risco alto e um com risco muito alto. Esse estudo poderá fornecer subsídios para um modelo de resiliência em áreas precariamente ocupadas, auxiliando na preparação e no planejamento de gestão de riscos.


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  • Diante do contexto de recorrentes desastres no Brasil, sobretudo em períodos de chuvas intensas, tornaram-se necessárias medidas para a redução dos riscos. Nesse cenário, o conceito de resiliência tem sido discutido como um novo modelo de conceber a prevenção de desastres. Assim, marcos e políticas públicas são agora pensados priorizando a atuação da comunidade, as quais deixam de ser passivas às decisões gestoras tornando-se agentes de sua própria segurança. O objetivo principal desta pesquisa consistiu em avaliar, conjuntamente, a suscetibilidade, a vulnerabilidade física e social e o grau de risco a escorregamentos no bairro dos Estados, município de Camaragibe (PE). Especificamente, objetivou-se: avaliar o papel dos parâmetros geomorfológicos do relevo na deflagração dos escorregamentos; delimitar setores de vulnerabilidade e de risco; elaborar ficha de risco participativa e; propor um conjunto de ações mitigatórias não estruturais e estruturais visando ações de resiliência. A avaliação da suscetibilidade foi realizada por meio de parâmetros morfométricos, uso do modelo matemático SHASLTAB e cálculo do índice Concentração de Escorregamentos (CE). A setorização das áreas de vulnerabilidade e risco deu-se por meio de alguns critérios (trabalhos decampo, interpretação de imagens de satélite, entre outros). A vulnerabilidade foi avaliada a partir de ficha de campo e o mapeamento de risco ocorreu a partir de abordagem participativa (graus de risco estabelecidos pelos próprios moradores). Por fim, a elaboração de modelo mitigatório estrutural e não estrutural foi baseado no Marco de Sendai. Os resultados indicaram uma Concentração de Escorregamentos (CE) a oeste do bairro em encostas íngremes, côncavas, orientadas para Norte e para Sudeste e em colinas dissecadas. Foram mapeados três setores com vulnerabilidade média, três com vulnerabilidade alta e um setor com vulnerabilidade muito alta. O mapeamento participativo demonstrou relações afetivas e resilientes com a área por parte dos entrevistados, visto que apenas um setor foi classificado com risco baixo, quatro setores com risco médio, um com risco alto e um com risco muito alto. Esse estudo poderá fornecer subsídios para um modelo de resiliência em áreas precariamente ocupadas, auxiliando na preparação e no planejamento de gestão de riscos.

Teses
1
  • LUCAS ANTONIO VIANA BOTELHO
  • ECOFORMAÇÃO EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO SUPERIOR: tessituras crítico-transformadoras para a formação de professores de geografia

  • Orientador : FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SILVANA DO NASCIMENTO SILVA
  • NATÁLIA LAMPERT BATISTA
  • FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
  • JULIANA NÓBREGA DE ALMEIDA
  • PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
  • Data: 21/06/2021

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  • Em face dos desafios sociais, ambientais, políticos, econômicos e humanitários que se projetam, ora como  problemáticas ora como potencialidades dialógicas, na educação, é preciso compor novos, avivados e transformadores roteiros para esta última. Com isto, vê-se a necessidade de continuar movendo outros sentidos e significados para a confecção de tessituras pedagógicas que carreguem consigo sentidos e  significados  crítico-transformadores.  Para a realização disto, é preciso mergulhar no que está sendo praticado e experienciado, de modo a conceber e propor a confecção destas tessituras, a partir de outros elementos,  questões e utopias crítico-transformadoras emergentes e necessárias a este século. Convém apontar que, na formação dos professores  de Geografia, em específico, é preciso  cogitar estas tessituras, compreendendo as que estão se movendo e sendo mobilizadas para, a partir daí, tramar outras que venham a insurgir em relação a estas ou aperfeiçoá-las, de modo a ampliar suas potencialidades. Em face disto, esta investigação levanta a seguinte indagação  central: que desdobramentos formativos em Educação Ambiental estão em acontecimento  e são possíveis para a formação inicial de professores de Geografia? Tendo por objetivo central compreender os desdobramentos formativos em Educação Ambiental em acontecimento na formação inicial de professores de Geografia, indicando possibilidades e alternativas crítico-transformadoras para a ecoformação, esta investigação busca por meio da abordagem  qualitativa, enveredando pela multirreferencialidade, revelar caminhos e possibilidades outras para a Educação Ambiental na formação dos professores de Geografia, com vista a  alcançar aportes crítico-transformadores suscitados pela ecoformação, explorando fenômenos didático-pedagógicos socioambientais que carecem de ser trazidos à reflexão para promover um encontro com esta abordagem. Para tanto, é realizado um diálogo teórico-bibliográfico amparado por contribuições de pensadores  que  lidam com os eixos temáticos que perpassam a construção de olhares e apontamentos para a Educação Ambiental e à formação de professores de Geografia, alinhavando estas reflexões à ecoformação. Por meio dos procedimentos metodológicos realizados, entrevista aberta temática, direcionada aos docentes formadores, e  questionário on-line, focado nos discentes, ambos os grupos pertencentes ao curso de licenciatura em Geografia da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, foi possível encontrar elementos e questões que permitem  não apenas a compreensão de que práticas e experiências, os desdobramentos formativos, estão a acontecer nesta trajetória de formação, mas dialogar e apontar, de modo propositivo e transformativo, alternativas e possibilidades que consigam não apenas traduzir a Educação Ambiental como potencialidade disciplinar dentro da licenciatura em Geografia, mas como eixo ecoformativo responsável por mobilizar nos professores em formação o protagonismo cidadão socioambiental frente aos desafios socioambientais e necessidades educativas contemporâneas.


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  • Em face dos desafios sociais, ambientais, políticos, econômicos e humanitários que se projetam, ora como  problemáticas ora como potencialidades dialógicas, na educação, é preciso compor novos, avivados e transformadores roteiros para esta última. Com isto, vê-se a necessidade de continuar movendo outros sentidos e significados para a confecção de tessituras pedagógicas que carreguem consigo sentidos e  significados  crítico-transformadores.  Para a realização disto, é preciso mergulhar no que está sendo praticado e experienciado, de modo a conceber e propor a confecção destas tessituras, a partir de outros elementos,  questões e utopias crítico-transformadoras emergentes e necessárias a este século. Convém apontar que, na formação dos professores  de Geografia, em específico, é preciso  cogitar estas tessituras, compreendendo as que estão se movendo e sendo mobilizadas para, a partir daí, tramar outras que venham a insurgir em relação a estas ou aperfeiçoá-las, de modo a ampliar suas potencialidades. Em face disto, esta investigação levanta a seguinte indagação  central: que desdobramentos formativos em Educação Ambiental estão em acontecimento  e são possíveis para a formação inicial de professores de Geografia? Tendo por objetivo central compreender os desdobramentos formativos em Educação Ambiental em acontecimento na formação inicial de professores de Geografia, indicando possibilidades e alternativas crítico-transformadoras para a ecoformação, esta investigação busca por meio da abordagem  qualitativa, enveredando pela multirreferencialidade, revelar caminhos e possibilidades outras para a Educação Ambiental na formação dos professores de Geografia, com vista a  alcançar aportes crítico-transformadores suscitados pela ecoformação, explorando fenômenos didático-pedagógicos socioambientais que carecem de ser trazidos à reflexão para promover um encontro com esta abordagem. Para tanto, é realizado um diálogo teórico-bibliográfico amparado por contribuições de pensadores  que  lidam com os eixos temáticos que perpassam a construção de olhares e apontamentos para a Educação Ambiental e à formação de professores de Geografia, alinhavando estas reflexões à ecoformação. Por meio dos procedimentos metodológicos realizados, entrevista aberta temática, direcionada aos docentes formadores, e  questionário on-line, focado nos discentes, ambos os grupos pertencentes ao curso de licenciatura em Geografia da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, foi possível encontrar elementos e questões que permitem  não apenas a compreensão de que práticas e experiências, os desdobramentos formativos, estão a acontecer nesta trajetória de formação, mas dialogar e apontar, de modo propositivo e transformativo, alternativas e possibilidades que consigam não apenas traduzir a Educação Ambiental como potencialidade disciplinar dentro da licenciatura em Geografia, mas como eixo ecoformativo responsável por mobilizar nos professores em formação o protagonismo cidadão socioambiental frente aos desafios socioambientais e necessidades educativas contemporâneas.

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  • HENRIQUE DOS SANTOS FERREIRA
  • PERIODICIDADE E SINCRONISMO INTERMUNICIPAL E DINÂMICA ESPACIAL INTERURBANA DA DENGUE NA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE - PE

  • Orientador : RANYERE SILVA NOBREGA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RANYERE SILVA NOBREGA
  • FABRIZIO DE LUIZ ROSITO LISTO
  • CRISTIANA COUTINHO DUARTE
  • FRANCISCO DE ASSIS MENDONÇA
  • ANSELMO CESAR VASCONCELOS BEZERRA
  • Data: 30/06/2021

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  • A dengue é uma doença tropical negligenciada de importância mundial, que vem agravando-se em decorrência das mudanças ambientais em diversas partes do globo. Presente em mais de 128 países, é a arbovirose de disseminação mais rápida. Diversas pesquisas aprimoraram os conhecimentos sobre a influência do clima na sua dinâmica e como fatores sociais e demográficos estão relacionados, porém, a extensão dos seus efeitos ainda é incerta e os padrões epidemiológicos estão mudando. O objetivo da presente pesquisa foi analisar a influência da variabilidade climática sobre a periodicidade da dengue, o sincronismo epidêmico intermunicipal e a dinâmica espacial da dengue: em termos da difusão condicionada pela estrutura dos fluxos humanos; e em função dos fluxos humanos combinados com variáveis climáticas e sociodemográficas. Para isso, utilizamos métodos de análise de séries temporais: a análise wavelet foi aplicada para decompor séries temporais em diferentes resoluções tempo-frequência para caracterizar a dinâmica sazonal, ciclos multianuais e os relacionamentos de fase, que realça oscilações síncronas ou assíncronas no domínio do tempo-frequência de duas séries e fornece informações sobre possíveis modulações de um sinal sobre outro, mesmo que essas modulações ocorram com atraso temporal relativo. Em seguida, aplicamos funções de correlação cruzada para analisar a similaridade entre as séries em diferentes defasagens. Posteriormente, empregamos modelos de regressão espacial: um global (OLS) e dois locais (GWR e MGWR) para identificar padrões de heterogeneidade espacial interurbana na dinâmica de transmissão relacionados a fatores climáticos, mobilidade, adensamento, condições de saneamento e moradores por condições de saneamento. Nossos resultados mostraram que a dengue possui um módulo dominante de oscilações de 3-4 anos com tendência recente de redução para 2-3 anos na RMR. A variabilidade climática está parcialmente ligada à mudança da epidemiologia da doença, principalmente através da maior adequação ambiental favorecida pelas anomalias positivas das temperaturas e redução dos acumulados médios mensais de chuvas nos últimos anos, possivelmente associados às mudanças da TSM, com anomalias positivas mais intensas e frequentes. Evidenciamos que as epidemias são sincronizadas entre os municípios e coerentes com a dinâmica de transmissão da capital, que parece articular processos de difusão e originar focos de disseminação. Além disso, demonstramos que a mobilidade urbana é um fator relevante para explicar o número de casos no período epidêmico no Recife e seus principais municípios contíguos. Da mesma forma, condições de pobreza e a densidade populacional são fatores relacionados à ocorrência de dengue na região. Por fim, ressaltamos que há distinções importantes entre as escalas geográficas na qual cada processo opera, o que expressa importantes padrões espaciais marcados por heterogeneidades espaciais complexas. Desse modo, conclui-se que a dinâmica espaço-temporal da dengue na RMR pode resultar de uma complexa interação ENOS-variáveis climáticas locais, produzindo condições ideais de reprodução e dispersão vetorial através da redução das chuvas e do aumento médio das temperaturas verificados nos últimos anos, enquanto fatores sociais, demográficos e mobilidade urbana podem ser mais influentes na transmissão interurbana. Estes resultados fornecem uma base apropriada para apoiar formuladores de políticas públicas na tomada de decisão e planejar intervenções direcionadas antecipadamente.


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  • A dengue é uma doença tropical negligenciada de importância mundial, que vem agravando-se em decorrência das mudanças ambientais em diversas partes do globo. Presente em mais de 128 países, é a arbovirose de disseminação mais rápida. Diversas pesquisas aprimoraram os conhecimentos sobre a influência do clima na sua dinâmica e como fatores sociais e demográficos estão relacionados, porém, a extensão dos seus efeitos ainda é incerta e os padrões epidemiológicos estão mudando. O objetivo da presente pesquisa foi analisar a influência da variabilidade climática sobre a periodicidade da dengue, o sincronismo epidêmico intermunicipal e a dinâmica espacial da dengue: em termos da difusão condicionada pela estrutura dos fluxos humanos; e em função dos fluxos humanos combinados com variáveis climáticas e sociodemográficas. Para isso, utilizamos métodos de análise de séries temporais: a análise wavelet foi aplicada para decompor séries temporais em diferentes resoluções tempo-frequência para caracterizar a dinâmica sazonal, ciclos multianuais e os relacionamentos de fase, que realça oscilações síncronas ou assíncronas no domínio do tempo-frequência de duas séries e fornece informações sobre possíveis modulações de um sinal sobre outro, mesmo que essas modulações ocorram com atraso temporal relativo. Em seguida, aplicamos funções de correlação cruzada para analisar a similaridade entre as séries em diferentes defasagens. Posteriormente, empregamos modelos de regressão espacial: um global (OLS) e dois locais (GWR e MGWR) para identificar padrões de heterogeneidade espacial interurbana na dinâmica de transmissão relacionados a fatores climáticos, mobilidade, adensamento, condições de saneamento e moradores por condições de saneamento. Nossos resultados mostraram que a dengue possui um módulo dominante de oscilações de 3-4 anos com tendência recente de redução para 2-3 anos na RMR. A variabilidade climática está parcialmente ligada à mudança da epidemiologia da doença, principalmente através da maior adequação ambiental favorecida pelas anomalias positivas das temperaturas e redução dos acumulados médios mensais de chuvas nos últimos anos, possivelmente associados às mudanças da TSM, com anomalias positivas mais intensas e frequentes. Evidenciamos que as epidemias são sincronizadas entre os municípios e coerentes com a dinâmica de transmissão da capital, que parece articular processos de difusão e originar focos de disseminação. Além disso, demonstramos que a mobilidade urbana é um fator relevante para explicar o número de casos no período epidêmico no Recife e seus principais municípios contíguos. Da mesma forma, condições de pobreza e a densidade populacional são fatores relacionados à ocorrência de dengue na região. Por fim, ressaltamos que há distinções importantes entre as escalas geográficas na qual cada processo opera, o que expressa importantes padrões espaciais marcados por heterogeneidades espaciais complexas. Desse modo, conclui-se que a dinâmica espaço-temporal da dengue na RMR pode resultar de uma complexa interação ENOS-variáveis climáticas locais, produzindo condições ideais de reprodução e dispersão vetorial através da redução das chuvas e do aumento médio das temperaturas verificados nos últimos anos, enquanto fatores sociais, demográficos e mobilidade urbana podem ser mais influentes na transmissão interurbana. Estes resultados fornecem uma base apropriada para apoiar formuladores de políticas públicas na tomada de decisão e planejar intervenções direcionadas antecipadamente.

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  • ZENIS BEZERRA FREIRE
  • TERRITÓRIO, AMBIENTE E ESPERA: uma análise das geo-grafias e dinâmicas territoriais dos sujeitos atingidos por desastres “naturais” na Zona da Mata Sul de Pernambuco

  • Orientador : NILO AMERICO RODRIGUES LIMA DE ALMEIDA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EVERALDO BATISTA DA COSTA
  • ANA CAROLINA GONCALVES LEITE
  • JAN BITOUN
  • LUIZ EUGENIO PEREIRA CARVALHO
  • NILO AMERICO RODRIGUES LIMA DE ALMEIDA
  • VALTER DO CARMO CRUZ
  • Data: 26/07/2021

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  • Os desastres “naturais” têm sido mais intensos nas últimas décadas, atingindo cada vez mais sujeitos e provocando deslocamentos ambientais por todo o mundo, é neste contexto que o nosso trabalho tem por objetivo analisar dinâmicas territoriais dos atingidos por desastres “naturais” na Zona da Mata Sul de Pernambuco, tendo como base as geo-grafia (ações) dos sujeitos. Dentre os objetivos específicos, buscamos compreender os processos de formação territorial da área estudada e a construção da(s) vulnerabilidade(s) presente (s) nestes espaços e discutir as dinâmicas territoriais geradas a partir dos desastres “naturais” e as escalas que atingem. Além disso, buscamos refletir sobre a construção dos territórios de espera, as formas de atuação do poder público no período pós-evento e as políticas de desatenção aos sujeitos atingidos, bem como  analisar as geo-grafias e r-existências dos sujeitos atingidos. No tocante à metodologia, esta pesquisa compôs um mosaico metodológico que reúne levantamento bibliográfico e documental, realização de trabalhos de campo e de entrevistas com os sujeitos atingidos por desastres “naturais”.


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  • Os desastres “naturais” têm sido mais intensos nas últimas décadas, atingindo cada vez mais sujeitos e provocando deslocamentos ambientais por todo o mundo, é neste contexto que o nosso trabalho tem por objetivo analisar dinâmicas territoriais dos atingidos por desastres “naturais” na Zona da Mata Sul de Pernambuco, tendo como base as geo-grafia (ações) dos sujeitos. Dentre os objetivos específicos, buscamos compreender os processos de formação territorial da área estudada e a construção da(s) vulnerabilidade(s) presente (s) nestes espaços e discutir as dinâmicas territoriais geradas a partir dos desastres “naturais” e as escalas que atingem. Além disso, buscamos refletir sobre a construção dos territórios de espera, as formas de atuação do poder público no período pós-evento e as políticas de desatenção aos sujeitos atingidos, bem como  analisar as geo-grafias e r-existências dos sujeitos atingidos. No tocante à metodologia, esta pesquisa compôs um mosaico metodológico que reúne levantamento bibliográfico e documental, realização de trabalhos de campo e de entrevistas com os sujeitos atingidos por desastres “naturais”.

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  • AYOBAMI BADIRU MOREIRA
  • A vulnerabilidade socioespacial à Ilha de Calor Urbana na cidade de Recife - PE, Brasil

  • Orientador : RANYERE SILVA NOBREGA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARGARETE CRISTIANE DE COSTA TRINDADE AMORIM
  • JOSÉ CARLOS UGEDA JÚNIOR
  • CRISTIANA COUTINHO DUARTE
  • MARCELO DE OLIVEIRA MOURA
  • RANYERE SILVA NOBREGA
  • Data: 30/09/2021

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  • O presente estudo teve o objetivo de avaliar o grau de vulnerabilidade socioespacial da cidade do Recife à intensidade da Ilha de Calor Urbana (ICU). Para isto, a paisagem urbana foi mapeada de acordo a cobertura e estrutura da superfície por meio da classificação não-supervisionada de imagem de satélite e da sobreposição do Modelo Digital do Terreno (MDT) e do Modelo Digital de Superfície (MDS). A partir dos dados atmosféricos e de superfície, a espacialização da ICU foi realizada pela modelagem espacial multivariada por janelas móveis. A análise da vulnerabilidade socioespacial à ICU considerou as seguintes componentes: exposição, sensibilidade e capacidade de adaptação. A Análise Fatorial (AF) foi utilizada no processamento os dados demográficos. As três componentes foram sintetizadas no Índice de Vulnerabilidade Socioespacial à ICU (IVSI). Apesar da ICU ser principalmente noturna, ela também foi identificada nos horários vespertinos. A ICU se desenvolveu mais rapidamente no período chuvoso, apresentando núcleos bem definidos de ICU “muito forte” logo após o pôr-do-sol. Esta análise constatou que há bairros em Recife que mesmo sob baixa intensidade de ICU apresentam elevada vulnerabilidade ao seu impacto, pois se encontram sob elevada vulnerabilidade social. Estudos futuros também podem fazer uso dos resultados obtidos na análise de vulnerabilidade, e avançar na construção de estratégias de mitigação ao impacto da ICU sobre a cidade.


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  • O presente estudo teve o objetivo de avaliar o grau de vulnerabilidade socioespacial da cidade do Recife à intensidade da Ilha de Calor Urbana (ICU). Para isto, a paisagem urbana foi mapeada de acordo a cobertura e estrutura da superfície por meio da classificação não-supervisionada de imagem de satélite e da sobreposição do Modelo Digital do Terreno (MDT) e do Modelo Digital de Superfície (MDS). A partir dos dados atmosféricos e de superfície, a espacialização da ICU foi realizada pela modelagem espacial multivariada por janelas móveis. A análise da vulnerabilidade socioespacial à ICU considerou as seguintes componentes: exposição, sensibilidade e capacidade de adaptação. A Análise Fatorial (AF) foi utilizada no processamento os dados demográficos. As três componentes foram sintetizadas no Índice de Vulnerabilidade Socioespacial à ICU (IVSI). Apesar da ICU ser principalmente noturna, ela também foi identificada nos horários vespertinos. A ICU se desenvolveu mais rapidamente no período chuvoso, apresentando núcleos bem definidos de ICU “muito forte” logo após o pôr-do-sol. Esta análise constatou que há bairros em Recife que mesmo sob baixa intensidade de ICU apresentam elevada vulnerabilidade ao seu impacto, pois se encontram sob elevada vulnerabilidade social. Estudos futuros também podem fazer uso dos resultados obtidos na análise de vulnerabilidade, e avançar na construção de estratégias de mitigação ao impacto da ICU sobre a cidade.

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  • FRANCISCA MARIA TEIXEIRA VASCONCELOS
  • “DÁ-ME DESSA ÁGUA”: PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO, TERRITÓRIOS EM DISPUTA E AS EXPERIÊNCIAS COMUNITÁRIAS NO SERTÃO DE ALAGOAS

  • Orientador : CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • PAULO CESAR SCARIM
  • JOSÉ ADELSON LOPES PEIXOTO
  • CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
  • MERCEDES SOLÁ PÉREZ
  • MONICA COX DE BRITTO PEREIRA
  • Data: 04/10/2021

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  • As políticas desenvolvimentistas demonstram a expansão do capital que, a partir do discurso colonial de propiciar desenvolvimento, emprego e renda, tem se territorializado e ressignificado os lugares, gerando relações de dominação sobre grupos subalternos. O Canal do Sertão, enquanto grande obra hídrica e de transposição, insere-se nos projetos de cunho desenvolvimentistas que vêm ocasionando transformações territoriais nos sertões da Região Nordeste, de maneira mais específica em Alagoas. Sob essa perspectiva, inferimos que os projetos de desenvolvimento, pensados e executados pelo Estado Moderno/Colonial, sob a justificativa de gerar desenvolvimento e melhorar as condições sociais e de vida da população, acabam por ocasionar um cenário de dúvidas, incertezas e de tensão sobre os territórios. Desse modo, apresentamos, como objetivo geral da tese, analisar a implantação do Canal do Sertão em Alagoas, à luz dos grandes projetos de desenvolvimento, evidenciando as transformações no que se refere aos processos e relações sobre a água, a terra e os territórios dos povos do Sertão. Logo, propomos desenvolver esta leitura a partir do diálogo com autores que, sob a perspectiva teórica da descolonialidade, têm em seus estudos questionado a colonialidade do poder, do saber, do ser e da natureza. Eles estão inseridos no grupo denominado de modernidade/colonialidade que têm, a contar de suas pesquisas, apresentado a proposta de mudança do lugar de olhar e de fala, diante do conhecimento ocidental que sempre se apresentou como universal em nossa formação acadêmica e humana. Nossos resultados destacam a diversidade de “outros modos” de vida no Sertão a partir de diferentes usos das águas e da terra, com base nas experiências comunitárias.


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  • As políticas desenvolvimentistas demonstram a expansão do capital que, a partir do discurso colonial de propiciar desenvolvimento, emprego e renda, tem se territorializado e ressignificado os lugares, gerando relações de dominação sobre grupos subalternos. O Canal do Sertão, enquanto grande obra hídrica e de transposição, insere-se nos projetos de cunho desenvolvimentistas que vêm ocasionando transformações territoriais nos sertões da Região Nordeste, de maneira mais específica em Alagoas. Sob essa perspectiva, inferimos que os projetos de desenvolvimento, pensados e executados pelo Estado Moderno/Colonial, sob a justificativa de gerar desenvolvimento e melhorar as condições sociais e de vida da população, acabam por ocasionar um cenário de dúvidas, incertezas e de tensão sobre os territórios. Desse modo, apresentamos, como objetivo geral da tese, analisar a implantação do Canal do Sertão em Alagoas, à luz dos grandes projetos de desenvolvimento, evidenciando as transformações no que se refere aos processos e relações sobre a água, a terra e os territórios dos povos do Sertão. Logo, propomos desenvolver esta leitura a partir do diálogo com autores que, sob a perspectiva teórica da descolonialidade, têm em seus estudos questionado a colonialidade do poder, do saber, do ser e da natureza. Eles estão inseridos no grupo denominado de modernidade/colonialidade que têm, a contar de suas pesquisas, apresentado a proposta de mudança do lugar de olhar e de fala, diante do conhecimento ocidental que sempre se apresentou como universal em nossa formação acadêmica e humana. Nossos resultados destacam a diversidade de “outros modos” de vida no Sertão a partir de diferentes usos das águas e da terra, com base nas experiências comunitárias.

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  • TAÍSE DOS SANTOS ALVES
  • ESCOLA DAS ÁGUAS – MOVIMENTO DOS PESCADORES E PESCADORAS ARTESANAIS (MPP-BA): DEMARCANDO EXPERIÊNCIAS GEO-GRÁFICAS E FORMATIVAS SOBRE OS TERRITÓRIOS PESQUEIROS DA BAÍA DE TODOS OS SANTOS (BTS) – BAHIA - BRASIL

  • Orientador : CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EDUARDO OLIVEIRA MIRANDA
  • CRISTIANO QUARESMA DE PAULA
  • ANA TEREZA REIS DA SILVA
  • CATIA ANTONIA DA SILVA
  • CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
  • Data: 26/10/2021

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  • A Escola das Águas (EA) é um projeto que tem origem nos sonhos e desejos de Dona Maria do Paraguaçu, uma mulher negra, quilombola, militante do Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais (MPP), que tinha dificuldades na escrita, mas possuía um amplo saber e “leitura de mundo”. Dona Maria via a necessidade das comunidades tradicionais pesqueiras e quilombolas em adotar uma escola que se adequasse aos modos de vida, aos horários das marés e da ida para as roças, uma escola que tem como princípio a articulação dos conhecimentos científicos e saberes tradicionais, cujo jovens, adultos e idosos, a partir das suas comunidades, possam se apropriar do conhecimento científico sem se distanciar das raízes e da base de conhecimento empírico vivenciado, de modo ancestral, nas comunidades pesqueiras. Em acréscimo, essa escola fomente o princípio da educação militante do MPP, propondo diferentes espaços de discussão e fortalecimento da luta dessas comunidades, a partir dos inúmeros conflitos e contradições existentes nos territórios pesqueiros da Bahia, sobretudo, na Baía de Todos os Santos (BTS). Revelar a pedagogia das águas feita e praticada pela EA é o desejo e desafio da escrita desta Tese, cujos objetivos consistem desde explicitar o contexto de sua criação, suas perspectivas, metodologias, princípios pedagógicos e desafios, para, diante disso, pontuar os resultados alcançados no decorrer de sua existência. O transcorrer deste trabalho visa pontuar como essa pedagogia das águas compõe uma articulação entre as nuances geofilosóficas, as quais reverberam nos corpos das pescadoras e pescadores artesanais, próprias de sua condição de sujeito. Com isso, essa dimensão ajuda a compreender como elas e eles compõem lugares e territórios carregados de subjetividades e especificidades, e envolvem inúmeras relações entre terra, água, mangue, ar, mares, rios, validando um conteúdo que justifica seu saber-fazer-ser e, por isso, torna-se componente intrínseco para praticar a “pedagogia das águas” pautada, conjuntamente, nos conflitos e resistências em defesa dos territórios pesqueiros, sendo essa a práxis e a base curricular da EA. No entanto, para traduzir a EA nesta tese, recorro a diálogos e aproximações, métodos e teorias, que ora se aproximam das abordagens do materialismo histórico e dialético, ora fenomenológico, além das aproximações da abordagem decolonial. Essas escolhas foram essenciais na compreensão dos processos que envolvem a produção do espaço que materializam os territórios pesqueiros feitos por esses sujeitos, ajudando a explicitar como essa produção revela seu caráter intersubjetivo, intencional e contraditório. Nesse sentido, esses métodos ajudam nestas compreensões, pontuando essas análises e articulações como a base das pautas educativas que são colocadas no currículo e na prática educativa feita na EA. Ao passo que, também, pretende, conjuntamente, discorrer sobre ancestralidade, racismo estrutural, questões de gênero, conflitos, conflituosidade, questões agrárias e demais componentes e pautas no interior das ações que provocam/tensionam essa Escola. Para tanto, foram realizadas pesquisa bibliográfica, documental, pesquisa de campo, com depoimentos da coordenação, estudantes e integrantes das comunidades e lideranças do MPP. Por fim, a caminhada desta Tese me permite afirmar que tanto a pedagogia das águas, quanto a geografia dos territórios pesqueiros, a partir da práxis pedagógica da EA, fortalecem a identidade de pescador(a) artesanal atuante e comprometido(a) com seu lugar e seu território.


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  • A Escola das Águas (EA) é um projeto que tem origem nos sonhos e desejos de Dona Maria do Paraguaçu, uma mulher negra, quilombola, militante do Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais (MPP), que tinha dificuldades na escrita, mas possuía um amplo saber e “leitura de mundo”. Dona Maria via a necessidade das comunidades tradicionais pesqueiras e quilombolas em adotar uma escola que se adequasse aos modos de vida, aos horários das marés e da ida para as roças, uma escola que tem como princípio a articulação dos conhecimentos científicos e saberes tradicionais, cujo jovens, adultos e idosos, a partir das suas comunidades, possam se apropriar do conhecimento científico sem se distanciar das raízes e da base de conhecimento empírico vivenciado, de modo ancestral, nas comunidades pesqueiras. Em acréscimo, essa escola fomente o princípio da educação militante do MPP, propondo diferentes espaços de discussão e fortalecimento da luta dessas comunidades, a partir dos inúmeros conflitos e contradições existentes nos territórios pesqueiros da Bahia, sobretudo, na Baía de Todos os Santos (BTS). Revelar a pedagogia das águas feita e praticada pela EA é o desejo e desafio da escrita desta Tese, cujos objetivos consistem desde explicitar o contexto de sua criação, suas perspectivas, metodologias, princípios pedagógicos e desafios, para, diante disso, pontuar os resultados alcançados no decorrer de sua existência. O transcorrer deste trabalho visa pontuar como essa pedagogia das águas compõe uma articulação entre as nuances geofilosóficas, as quais reverberam nos corpos das pescadoras e pescadores artesanais, próprias de sua condição de sujeito. Com isso, essa dimensão ajuda a compreender como elas e eles compõem lugares e territórios carregados de subjetividades e especificidades, e envolvem inúmeras relações entre terra, água, mangue, ar, mares, rios, validando um conteúdo que justifica seu saber-fazer-ser e, por isso, torna-se componente intrínseco para praticar a “pedagogia das águas” pautada, conjuntamente, nos conflitos e resistências em defesa dos territórios pesqueiros, sendo essa a práxis e a base curricular da EA. No entanto, para traduzir a EA nesta tese, recorro a diálogos e aproximações, métodos e teorias, que ora se aproximam das abordagens do materialismo histórico e dialético, ora fenomenológico, além das aproximações da abordagem decolonial. Essas escolhas foram essenciais na compreensão dos processos que envolvem a produção do espaço que materializam os territórios pesqueiros feitos por esses sujeitos, ajudando a explicitar como essa produção revela seu caráter intersubjetivo, intencional e contraditório. Nesse sentido, esses métodos ajudam nestas compreensões, pontuando essas análises e articulações como a base das pautas educativas que são colocadas no currículo e na prática educativa feita na EA. Ao passo que, também, pretende, conjuntamente, discorrer sobre ancestralidade, racismo estrutural, questões de gênero, conflitos, conflituosidade, questões agrárias e demais componentes e pautas no interior das ações que provocam/tensionam essa Escola. Para tanto, foram realizadas pesquisa bibliográfica, documental, pesquisa de campo, com depoimentos da coordenação, estudantes e integrantes das comunidades e lideranças do MPP. Por fim, a caminhada desta Tese me permite afirmar que tanto a pedagogia das águas, quanto a geografia dos territórios pesqueiros, a partir da práxis pedagógica da EA, fortalecem a identidade de pescador(a) artesanal atuante e comprometido(a) com seu lugar e seu território.

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  • MARLI GONDIM DE ARAUJO
  • LIMOLAYGO TOYPE: territórios sagrados e agricultura indígena ancestral em Pesqueira, Pernambuco

  • Orientador : CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCOS ANTONIO BEZERRA FIGUEIREDO
  • ANA CAROLINA GONCALVES LEITE
  • CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • EDSON HELY SILVA
  • MONICA COX DE BRITTO PEREIRA
  • Data: 28/10/2021

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  • Esta tese busca evidenciar os aspectos que conformam a retomada da agricultura tradicional Xukuru, também nominada como ancestral ou agricultura modo de vida. Os Xukuru do Ororubá são indígenas que vivem desde o século XVII na Serra do Ororubá, em terras localizadas no agreste pernambucano, nos municípios de Pesqueira e Poção. Seu território, ao longo dos séculos foi ocupado por fazendeiros, latifundiários e criadores de gado, estabelecendo relações de exploração da mão de obra indígena e desenvolvendo um modelo de produção explorador da natureza e excludente para as famílias originárias. Depois de muitas lutas, os indígenas retomaram suas terras a partir de meados da década de 1980 até início dos anos 2000. As contendas que cercaram as lutas pela retomada das terras, ceifaram muitas vidas, entre elas a do cacique Xikão, liderança máxima dos Xukuru. Com as lutas pela reconquista das suas terras, os indígenas criaram um referencial epistêmico e cosmológico - a retomada, que gerou aprendizados que se estenderam a várias esferas de sua atuação, destacando a agricultura ancestral, cuja centralidade é determinada pela relação com os “encantados” e as práticas de gestão do território em que convivam espaços de produção, de criação, de realização de cultos e rituais, de preservação das matas, rios, lajedos e pedras, num complexo intercultural e cosmológico, cujo referencial físico se configura no Centro de Agricultura Xukuru do Ororubá (CAXO), localizado na Aldeia Couro d’Antas. A primeira retomada na Aldeia Pedra d’Água e as atividades do CAXO estão na perspectiva do que está anunciado como “cosmonucleação”, ou seja, ambos são centros geradores de ações semelhantes, que movidas pela espiritualidade e cosmovisão Xukuru, se estendem território a dentro na Serra do Ororubá. Outra forma didática de construir conhecimentos se dá a partir da realização dos eventos anuais sobre as áreas estratégicas dos indígenas, com destaque para os que discutem e promovem a agricultura modo de vida: O Encontro de Sábios e Sábias e o Urubá Terra. Com isso, os Xukuru do Ororubá, criam referenciais epistêmicos de descolonialidade e caminham no fortalecimento de sua relação com a natureza, de sua forma de produção de alimentos e explicitam sua cosmovisão no agreste pernambucano.


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  • Esta tese busca evidenciar os aspectos que conformam a retomada da agricultura tradicional Xukuru, também nominada como ancestral ou agricultura modo de vida. Os Xukuru do Ororubá são indígenas que vivem desde o século XVII na Serra do Ororubá, em terras localizadas no agreste pernambucano, nos municípios de Pesqueira e Poção. Seu território, ao longo dos séculos foi ocupado por fazendeiros, latifundiários e criadores de gado, estabelecendo relações de exploração da mão de obra indígena e desenvolvendo um modelo de produção explorador da natureza e excludente para as famílias originárias. Depois de muitas lutas, os indígenas retomaram suas terras a partir de meados da década de 1980 até início dos anos 2000. As contendas que cercaram as lutas pela retomada das terras, ceifaram muitas vidas, entre elas a do cacique Xikão, liderança máxima dos Xukuru. Com as lutas pela reconquista das suas terras, os indígenas criaram um referencial epistêmico e cosmológico - a retomada, que gerou aprendizados que se estenderam a várias esferas de sua atuação, destacando a agricultura ancestral, cuja centralidade é determinada pela relação com os “encantados” e as práticas de gestão do território em que convivam espaços de produção, de criação, de realização de cultos e rituais, de preservação das matas, rios, lajedos e pedras, num complexo intercultural e cosmológico, cujo referencial físico se configura no Centro de Agricultura Xukuru do Ororubá (CAXO), localizado na Aldeia Couro d’Antas. A primeira retomada na Aldeia Pedra d’Água e as atividades do CAXO estão na perspectiva do que está anunciado como “cosmonucleação”, ou seja, ambos são centros geradores de ações semelhantes, que movidas pela espiritualidade e cosmovisão Xukuru, se estendem território a dentro na Serra do Ororubá. Outra forma didática de construir conhecimentos se dá a partir da realização dos eventos anuais sobre as áreas estratégicas dos indígenas, com destaque para os que discutem e promovem a agricultura modo de vida: O Encontro de Sábios e Sábias e o Urubá Terra. Com isso, os Xukuru do Ororubá, criam referenciais epistêmicos de descolonialidade e caminham no fortalecimento de sua relação com a natureza, de sua forma de produção de alimentos e explicitam sua cosmovisão no agreste pernambucano.

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  • CÍCERO HARISSON DOS SANTOS SOUZA
  • PANORAMA DAS CIDADES MÉDIAS DO INTERIOR DO NORDESTE: uma proposta de análise histórica e socioeconômica

  • Orientador : ANA CRISTINA DE ALMEIDA FERNANDES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MONICA APARECIDA TOMÉ PEREIRA
  • JORGE DA SILVA MACAÍSTA MALHEIROS
  • ALEXANDRE SABINO DO NASCIMENTO
  • ANA CRISTINA DE ALMEIDA FERNANDES
  • LIVIA IZABEL BEZERRA DE MIRANDA
  • Data: 30/11/2021

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  • O debate referente às cidades médias no Brasil é pautado pela crescente importância que elas têm desempenhado no território nacional, em paralelo ao processo de interiorização do capital e das atividades urbanas a ele associadas. Compreende-se que proporcionaram importantes estímulos a tal processo as chamadas “políticas desenvolvimentistas”, implementadas nos anos 1970. Entre estas, destaca-se o II PND (Plano Nacional de Desenvolvimento) que incluiu ações voltadas à dinamização dos centros urbanos brasileiros, inclusive aqueles de médio porte. As cidades médias passam a ser consideradas como uma alternativa para desafogar as metrópoles, e fornecer a infraestrutura urbana necessária à intensificação de inter-relações e fluxos de população e serviços - algo que a interiorização exigia. A estagnação econômica que se segue ao colapso do desenvolvimentismo, no início dos anos 1980, não elimina, contudo, o poder de atração das cidades médias, que se revigora na década de 2000. Desta vez, o movimento de interiorização ocorre em sintonia com a retomada do crescimento econômico liderado pelo setor público. Em meados da década seguinte, porém, verifica-se nova reversão. A complexidade da crise de 2015 obstruiu o ciclo de desenvolvimento urbano desta categoria de cidades, impactando o dinamismo iniciado no período desenvolvimentista. Tendo esta trajetória como pano de fundo, a presente tese tem como objetivo detalhar o panorama socioeconômico recente das principais cidades médias do interior do Nordeste, focando o recorte temporal que vai dos anos 1990 ao período 2015-2020. Fazendo uso de bases de dados secundários, consistidos e sistematizados em tabelas e gráficos, observou-se que no período 2000-2015, as cidades selecionadas apresentaram desempenho semelhante ao da economia nacional como um todo: registraram expressivo crescimento econômico, associado ao intenso fluxo de investimentos externos (públicos e privados), bem como políticas sociais e de transferência de renda em direção ao Nordeste, com melhorias nos indicadores socioeconômicos. Este processo não se sustenta após 2015, quando o desempenho do PIB apresenta queda em todas as cidades selecionadas e, consequentemente, reduz o fluxo de capital que vinha sustentando tal crescimento. Desse modo, diferentemente da década de 1990, no período 2000-2015 o crescimento das cidades médias não apenas coincidiu com o crescimento da economia nacional, e nem decorreu da estagnação das metrópoles observada na década de 1990.


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  • O debate referente às cidades médias no Brasil é pautado pela crescente importância que elas têm desempenhado no território nacional, em paralelo ao processo de interiorização do capital e das atividades urbanas a ele associadas. Compreende-se que proporcionaram importantes estímulos a tal processo as chamadas “políticas de desenvolvimento”, implementadas nos anos 1970. Entre estas, destaca-se o II PND (Plano Nacional de Desenvolvimento) que incluiu instrumentos para dinamizar os centros urbanos brasileiros, inclusive aqueles de médio porte. As cidades médias passam a ser consideradas como uma alternativa para desafogar as metrópoles e estabelecer a estrutura urbana necessária à intensificação de interrelações e fluxos da população e dos serviços -algo que a interiorização exigia. Em que pese a interrupção do modelo de desenvolvimento nos anos 1980, este movimento de interiorização se mantém. Contudo, vem se arrefecendo mais recentemente. A complexidade da crise econômica de 2015 impactou as cidades médias e obstruiu o ciclo de desenvolvimento urbano desta categoria
    de cidades. Esta tese tem como objetivo construir um panorama socioeconômico recente das principais cidades médias do interior do Nordeste. Cuja periodização se inicia com dados dos anos 1990 e contempla análises do período da crise na economia brasileira entre 2015-2020. Sendo assim, foi relevante compreender como se constituíram as dinâmicas demográficas e econômicas dessas localidades, assim como as suas trajetórias históricas.

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  • NOALDO JOSÉ AIRES TAVARES
  • POLÍTICAS DE SUSTENTAÇÃO DE RENDA E CONSUMO NO CARIRI PARAIBANO: TRANSFORMAÇÕES NO ESPAÇO COMERCIAL EM BOQUEIRÃO

  • Orientador : NILSON CORTEZ CROCIA DE BARROS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
  • LINCOLN DA SILVA DINIZ
  • LUIZ EUGENIO PEREIRA CARVALHO
  • NILSON CORTEZ CROCIA DE BARROS
  • SERGIO LUIZ MALTA DE AZEVEDO
  • Data: 27/12/2021

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  • As cidades encarnam o elo integrador do terciário, pois é nelas que se materializa, de forma mais proeminente, uma hierarquia de circuitos que relacionam as trocas e os fluxos de produtos advindos do sistema agropastoril e do sistema industrial, de forma a organizar um terciário robusto internamente ao seu espaço, composto por organismos essenciais para a vida em sociedade. O Brasil é um rico laboratório para os estudos urbanos, especialmente aqueles que focam sua atenção para as pequenas cidades, que representam significativa quantidade e expõem grandes diversidades e desafios. É necessário um pensamento amplo, que permeie, tanto uma reflexão sobre a cidade e o urbano, quanto sobre os processos mais recentes da economia e da urbanização brasileira. Os espaços comerciais vivenciam mudanças em decorrência de uma adaptação a um novo contexto. Em um país de dimensões continentais e com contradições socioespaciais presentes ao longo de todo território, como é o caso brasileiro, acreditamos que essas dinâmicas acabam por se expor com um nível mais elevado de adequações a essas situações. A complexidade dessa análise envolve um olhar que reconheça as articulações existentes entre produção, circulação comércio e consumo, para que, em seguida, se compreenda os impactos dessas atividades no espaço. No Cariri Paraibano tem se observado, nas últimas décadas, uma redistribuição de renda muito importante junto a um segmento da população brasileira originária do campo e historicamente excluída das conquistas sociais do país, através de algumas Políticas de Sustentação de Renda, dentre as quais podemos destacar: Previdência Rural, Garantia Safra e o Bolsa família. Essa especificidade que envolve os programas de distribuição de renda disseminados no Brasil, nas últimas décadas, acaba por aparecer de forma evidente na organização da economia, da sociedade e nos espaços urbanos. A diversificação e ampliação das fontes de renda acaba por exercer notória influência no espaço comercial das pequenas cidades do interior do Nordeste. Tornou-se mais comum a prosperidade dos comerciantes nas pequenas cidades, tendo em vista o significativo valor injetado por esses programas na economia local. Começa a se observar, cada vez com mais frequência, a fixação de comerciantes no espaço urbano das pequenas cidades do Cariri Paraibano. Em Boqueirão, podese observar uma maior tendência de fixação de comércios na sede do município nos últimos anos, especialmente em sua área central, ao passo em que passa a ser menos frequente a manutenção da intinerância desses mercadores, tendo em vista que os custos adicionais tendem a tornar desinteressante ou inviável a competição com os comerciantes que também conseguiram prosperar e se fixar nas demais cidades que antes faziam parte de sua rota de vendas.


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  • A cidade surge como uma unidade social que preenche um papel privilegiado nas trocas. Percebe-se que as formas comerciais refletem os variados movimentos de transformação da sociedade, pois busca atender e se adaptar às necessidades dela. Trata-se de um movimento dialético, de constituição e (re)constituição, não apenas de formas estruturais, mas também de conteúdos sociais. Portanto, a ampliação das articulações regionais, em virtude da globalização, aliada ao movimento dialético que se manifesta entre a sociedade e os espaços urbanos fazem com que seja apropriado analisar as transformações do espaço e na dinâmica urban-regional a partir das manifestações das formas comerciais. As cidades encarnam o elo integrador do terciário, pois é nelas que se materializa, de forma mais proeminente, uma hierarquia de circuitos que relacionam as trocas e os fluxos de produtos advindos do sistema agropastoril e do sistema industrial, de forma a organizar um terciário robusto internamente ao seu espaço, composto por organismos essenciais para a vida em sociedade. O Brasil é um rico laboratório para os estudos urbanos, especialmente aqueles que focam sua atenção para as pequenas cidades, que representam significativa quantidade e expõem grandes diversidades e desafios. Um dos desafios que envolve a reflexão acerca das cidades pequenas sem conceber seu entorno. É fundamental que se incorpore a análise da hierarquia urbana e a busca por uma compreensão da articulação com o rural. É necessário um pensamento amplo, que permeie, tanto uma reflexão sobre a cidade e o urbano, quanto sobre os processos mais recentes da economia e da urbanização brasileira. Os espaços comerciais vivenciam mudanças em decorrência de uma adaptação a um novo contexto. Novas especializações, formas, funções e organização locacional vão sendo postas. Essas tendências trazem consigo múltiplas dialéticas que merecem maior atenção da ciência geográfica. Em um país de dimensões continentais e com contradições socioespaciais presentes ao longo de todo território, como é o caso brasileiro, acreditamos que essas dinâmicas acabam por se expor com um nível mais elevado de adequações a essas situações. A complexidade dessa análise envolve um olhar que reconheça as articulações existentes entre produção, circulação comércio e consumo, para que em seguida se compreenda os impactos dessas atividades no espaço. Se observa uma reestruturação econômica mundial que apresenta em sua face transformações sociais e técnicas; compressão espaço-tempo e crescente globalização da economia. Nossa pesquisa busca pautar esse processo que se aprofunda de maneira muito significativa na região Nordeste do Brasil, em razão de vários fenômenos que pudemos observar. Ao aumentarmos a escala, para nos aprofundar na análise desses fenômenos, constatamos que no Cariri Paraibano tem se observado nas últimas décadas uma redistribuição de renda muito importante junto a um segmento da população brasileira originária do campo e historicamente excluída das conquistas sociais do país, dentre as quais podemos destacar: Previdência Rural, Garantia Safra e o Bolsa família. Portanto, essa especificidade que envolve os programas de distribuição de renda disseminados no Brasil nas últimas décadas acaba por aparecer de forma evidente na organização da economia, da sociedade e nos espaços urbanos.

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