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Dissertações |
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VINICIUS FERREIRA LUNA
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EVENTOS EXTREMOS DE CHUVA E SUSCETIBILIDADE A INUNDAÇÃO EM JUAZEIRO DO NORTE, CEARÁ
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Orientador : CRISTIANA COUTINHO DUARTE
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MEMBROS DA BANCA :
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CRISTIANA COUTINHO DUARTE
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JULIANA MARIA OLIVEIRA SILVA
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LUCAS SUASSUNA DE ALBUQUERQUE WANDERLEY
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Data: 08/02/2023
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A presente pesquisa tem como objetivo analisar a climatologia dos eventos extremos de chuva nas escalas anual, mensal e diária em Juazeiro do Norte (CE) e avaliar a suscetibilidade a inundações deflagradas por eventos de chuvas extremas no município. Os procedimentos metodológicos utilizados foram: técnica estatística dos quantis, a fim de classificar os anos secos e chuvoso e definir um limiar de chuva para o município, estatística descritiva para os dados mensais e metodologia dos máximos de precipitação elegendo eventos por níveis de intensidade, identificando assim episódios máximos diários; analisou-se também cartas sinóticas e imagens de satélite do CPTEC/INPE com o intuito de averiguar o sistema atmosférico atuante durante os eventos. A investigação dos impactos foi realizada a partir dos dados do S2ID, decretos municipais e a partir da análise de notícias veiculadas a jornais (local, estadual e regional) e blogs, como também foi realizado visitas técnicas de checagem em campo a fim de coletar pontos para espacialização desses. Afim de conferir a susceptibilidade a inundação aplicou-se o modelo HAND para Juazeiro do Norte. Constatou-se, portanto, que os anos de 2004 e 2011 foram considerados muito chuvosos e os anos de 1993 e 2012 muito secos para a série histórica analisada; os meses mais chuvosos estão associados a quadra chuvosa da região (janeiro a abril); já para os dados diários foi possível estabelecer três limiares ligados a eventos com chuva em 24 horas: eventos chuvosos (20,0mm), muito chuvosos (37,0mm) e extremamente chuvosos (62,0mm). A partir da análise dos impactos foi possível observar a coerência dos limiares levantados e que eles condizem com a realidade de Juazeiro do Norte, bem como, foi realizado a sua espacialização, observando que os maiores registros se concentram nos bairros Lagoa Seca e São José. Com a aplicação do HAND gerou-se a susceptibilidade a inundação para o município a área de estudo apresentando 5 classes de susceptibilidade (muito alta, alta, média, baixa, e muito baixa), verificando que os bairros que apresentaram alta e muita alta susceptibilidade a inundação estão associados a planície do rio Salgadinho, do riacho das Timbaúbas e do riacho do Touro. A partir das considerações levantadas foi possível validar a eficiência das técnicas para análise de chuvas em Juazeiro do Norte e a coerência entre os locais com registro de impactos associados as chuvas com as áreas de maior susceptibilidade no município.
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Um dos grandes problemas enfrentados pelas cidades brasileiras relaciona-se à adaptação aos eventos extremos, sobretudo de ordem pluviométrica e suas consequências. Sendo assim, a presente pesquisa tem por objetivo analisar os impactos da ocorrência de eventos extremos diários de chuva em Juazeiro do Norte, sul do estado do Ceará, diante da configuração do risco a inundação associado a tais eventos. Os procedimentos metodológicos utilizados serão: técnica estatística dos Quantis, de modo a definir os limiares de chuvas para o município e um parâmetro para chuvas intensas, metodologia dos máximos de precipitação definindo os eventos por níveis de intensidade no intuito de identificar episódios máximos diários, e a análise e interpretação de imagens de satélite do CPTEC/INPE para averiguar o sistema atmosférico atuante durante os eventos. Posteriormente, será realizada uma identificação dos impactos associados aos eventos pluviométricos extremos a partir dos registros históricos de notícias veiculadas a jornais (local, estadual e regional), blogs, dados da defesa civil e acervos disponíveis em bibliotecas, como também realizar-se-á visitas técnicas de checagem em campo de modo a registrar e referenciar os lugares afetados para uma espacialização. Para elaboração do mapa de risco a inundação se utilizará o método Processo Analítico Hierárquico (Analytic Hierarchy Process) – AHP, que tem seu desenvolvimento pautado no auxílio da tomada de decisão partir de uma série de fatores que podem ser quantitativos ou qualitativos. Dessa maneira, será possível identificar as áreas com maior ocorrência de impactos dos eventos extremos e se essas estão relacionadas com as áreas de risco a inundação. Com essa associação será possível definir quais as áreas mais críticas quanto ao risco dos efeitos das chuvas extremas.
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DHAYANNA CHRYSTIAN SILVA DE FRANCA
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AS INSERÇÕES TECNOLÓGICAS NO ENSINO DA REDE MUNICIPAL DO RECIFE-PE
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Orientador : FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA BEATRIZ GOMES PIMENTA DE CARVALHO
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FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
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LUCAS ANTONIO VIANA BOTELHO
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Data: 27/02/2023
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O presente trabalho tem como centralidade estudar a inserção das tecnologias no ensino na cidade do Recife, entendendo como os programas e as políticas públicas ligada a tecnologia tem influenciado no ensino e na formação docente de geografia na rede municipal. A pesquisa partiu dos seguintes questionamentos: Quais as contribuições e problemáticas que as tecnologias digitais podem apresentar na prática docente e no ensino da geografia escolar? Como as escolas se inserem nesse sistema tecnológico no período de 2010-2022? Tendo em mente a complexidade do debate sobre tecnologias digitais como ferramenta pedagógica, traçamos um percurso que partiu de levantamento dos dados do PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) junto ao IBGE (2016-2020), para compreender qual cenário tecnológico e educacional tínhamos em uma escala selecionada, para assim chegar nas políticas públicas nacionais e por conseguinte nos programas municipais que se configuram como o palco principal do nosso levantamento. Mediante a isto, a pesquisa é qualitativa, por buscar compreender além dos números tendo uma interpretação da realidade mais fidedigna, buscando aproximação com os professores da rede municipal e escutando os sujeitos da ação, além de analisar as bases dos programas que estão em curso. Buscando assim compreender como os professores estão utilizando as tecnologias digitais para construção do conhecimento da geografia escolar e seus efeitos na prática escolar docente através dos programas Escola do Futuro e Educa-Recife, instituídos por meio das políticas públicas. Perante isso o panorama construído desvela as fragilidades e coloca em pauta se coexistem contribuições e transformações na prática docente e no processo de ensino e aprendizagem.
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O presente trabalho tem como centralidade estudar a inserção das tecnologias no ensino na cidade do Recife, entendendo como os programas e as políticas públicas ligada a tecnologia tem influenciado no ensino e na formação docente de geografia na rede municipal. A pesquisa partiu dos seguintes questionamentos: Quais as contribuições e problemáticas que as tecnologias digitais podem apresentar na prática docente e no ensino da geografia escolar? Como as escolas se inserem nesse sistema tecnológico? Tendo em mente a complexidade do debate sobre tecnologias digitais como ferramenta pedagógica, traçamos um percurso que partiu de levantamento dos dados do PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) junto ao IBGE, para compreender qual cenário tecnológico e educacional tínhamos em uma escala selecionada, para assim chegar nas políticas públicas nacionais e por conseguinte nos programas municipais que se configuram como o palco principal do nosso levantamento. Mediante a isto, a pesquisa é qualitativa, por buscar compreender além dos números tendo uma interpretação da realidade mais fidedigna, buscando aproximação com os professores da rede municipal e dando voz aos sujeitos da ação, além de analisar as bases dos programas que estão em curso. Buscando assim compreender como os professores estão utilizando as tecnologias digitais para construção do conhecimento da geografia escolar e seus efeitos na prática docente através dos programas Escola do futuro e Educa-Recife. Perante isso o panorama construído desvela as fragilidades e coloca em pauta se coexistem contribuições e transformações na prática docente e no processo de ensino e aprendizagem.
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JEOVANE DA SILVEIRA FIDELIS QUERINO
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A ESTETIZAÇÃO DAS PAISAGENS NO INSTAGRAM: CONSTRUÇÃO DISCURSIVA E APROPRIAÇÃO SIMBÓLICA DA PRAIA DOS CARNEIROS E DE GUADALUPE (PE)
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Orientador : CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
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MEMBROS DA BANCA :
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CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
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DAVID TAVARES BARBOSA
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PRISCILA BATISTA VASCONCELOS
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Data: 27/02/2023
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O Instagram é um aplicativo de compartilhamento de fotos, vídeos e imagens, que vem se tornando bastante utilizado pelos seus usuários, desde sua origem em 2010. Este Trabalho analisa a relação entre as virtualidades contidas nas imagens inseridas no Instagram e as suas geograficidades, visando compreender as representações paisagísticas e as concepções psicopolíticas e simbólicas dadas por elas a partir das fotos exibidas no aplicativo, que se tornam imagens, que retratam a Praia dos Carneiros e de Guadalupe (PE). Desta forma, utilizou-se para fins metodológicos: o conceito de paisagem segundo Denis Cosgrove e da análise do poder simbólico segundo Bourdieu. Consequentemente, foram analisados os discursos fotográficos e a apropriação simbólica que as fotos exercem, desvelando as representações fotográficas e a estetização das paisagens feitas pelos usuários do Instagram que representem Turismo, Mercadorias, Corpos, Drones, Fotografias de Paisagens, Disputas Narrativas entre usuários, Patrimônios e as implicações psicopolíticas e algorítmicas disso. Com isso, mostra-se a importância da articulação de conceito geográfico de paisagem para explicar a relação entre o instagramável e o geográfico, bem como o poder simbólico na visibilidade das postagens do Instagram, promovendo um estudo de uma Geografia instagramável sobre a Praia dos Carneiros e de Guadalupe (PE).
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O Instagram é um aplicativo de compartilhamento de fotos, vídeos e imagens, que vem se tornando bastante utilizado pelos seus usuários, desde sua origem em 2010. Este Trabalho analisa a relação entre as Virtualidades contidas nas imagens inseridas no Instagram e as suas Geograficidades, visando compreender as representações paisagísticas e as concepções psicopolíticas e simbólicas dadas por elas a partir das fotos exibidas no Instagram, que se tornam imagens, que retratam a Praia dos Carneiros e de Guadalupe (PE). Desta forma, utilizou-se para fins metodológicos: o Conceito de Paisagem segundo Denis Cosgrove e da Análise do Poder Simbólico segundo Bourdieu. Consequentemente, foram analisados os discursos fotográficos e a apropriação simbólica que as fotos exercem, desvelando as representações fotográficas e a estetização das paisagens feitas pelos usuários do Instagram e as implicações psicopolíticas e algoritmicas disso. Com isso, mostra-se a importância da articulação de conceito geográfico de Paisagem para explicar a relação entre o Instagramável e o Geográfico, bem como o poder simbólico na visibilidade das postagens do Instagram, promovendo um estudo de uma Geografia Instagramável sobre a Praia dos Carneiros e de Guadalupe (PE).
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MATHEUS RIVAIL ALVES DE ARAÚJO PEREIRA
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PROFESSORES DE GEOGRAFIA CONECTADOS? INTERSEÇÕES ENTRE FORMAÇÕES E VIVÊNCIAS
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Orientador : FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
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MEMBROS DA BANCA :
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FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
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MARIA AUXILIADORA SOARES PADILHA
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LUCAS ANTONIO VIANA BOTELHO
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Data: 28/02/2023
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O estudo em questão reflete sobre as vivências dos professores e a construção de suas relações com as tecnologias digitais. Neste sentido, enquanto questionamento central busca-se responder: como as trajetórias formativas dos professores de geografia em Pernambuco são transformadas pelas relações com as tecnologias digitais? Para isso, foram realizadas análises sobre as trajetórias formativas dos professores, em específico sobre o período de atuação do programa do Estado de Pernambuco “Professor Conectado” nas realidades desses profissionais. Dessa forma, apresenta-se como objetivo principal do estudo investigar os significados atribuídos pelos professores de Geografia de Pernambuco quanto ao uso das tecnologias digitais em suas trajetórias formativas. Nesse sentido, enquanto caminhos metodológicos, foram realizados o levantamento documental para fundamentação teórica do estudo, trabalho de campo e entrevistas semiestruturadas para elucidar os questionamentos mediante a falta de transparência dos dados. Os dados advindos dos instrumentos de coleta foram analisados conforme a Análise de Conteúdos revelando que por meio da investigação das trajetórias formativas é possível atingir pontos sensíveis para a formação de professores as tecnologias digitais que estão interligados a questões socioeconômicas e socioemocionais pertencentes aos seus passados, mas que chegam até a sala de aula.
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A presente pesquisa traz como primeira reflexão em seu título a necessidade de conectar o mundo virtual ao mundo real, de maneira que possamos repensar como as múltiplas realidades se relacionam com o mundo digital e como a escola pública se apropria das TDIC visando uma formação para o exercício da cidadania. O estudo em questão reflete sobre a necessidade de entender a inclusão digital enquanto um movimento educacional e não apenas uma fornecedora de equipamentos tecnológicos como foi vislumbrada nas últimas três décadas. Neste sentido, enquanto questionamento central busca-se responder: como incluir digitalmente os professores de geografia, de modo que a sua prática docente seja significativa para eles e para os estudantes? Sendo assim, mediante a investigação sobre o programa do Estado de Pernambuco “Professor Conectado”, apresenta-se como objetivo principal do estudo compreender as influências e potencialidades da inclusão digital na vivência dos professores de geografia das escolas estaduais de Recife. Para isso, enquanto caminhos metodológicos, foram realizados a revisão de literatura e o levantamento documental para fundamentação teórica do estudo e , em seguida, serão realizadas as entrevistas semiestruturadas e a aplicação da Oficina GeoApps. Os dados advindos dos instrumentos de coleta serão analisados conforme a Análise de Conteúdos e busca-se explorar os dois caminhos percorridos pela inclusão digital entre idealização e prática, em que justamente a prática corrobora para a manutenção de desigualdades sociais tendo como meio de propagação os projetos governamentais.
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FELIPE RIBEIRO GONZAGA MARANGONI
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MAPEAMENTO SISTEMÁTICO E PARTICIPATIVO DE ÁREAS DE RISCO A ESCORREGAMENTOS: UMA ANÁLISE COMPARATIVA
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Orientador : FABRIZIO DE LUIZ ROSITO LISTO
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MEMBROS DA BANCA :
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ANDREA FLAVIA TENORIO CARNEIRO
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DÉBORAH DE OLIVEIRA
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FABRIZIO DE LUIZ ROSITO LISTO
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Data: 28/02/2023
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No ano de 2019, o município de Abreu e Lima, localizado ao norte da Região Metropolitana do Recife (PE), foi atingido por escorregamentos desastrosos, com vítimas fatais e perdas socioeconômicas, especialmente, nos bairros Caetés I e II. Assim, o objetivo principal dessa dissertação foi comparar os graus de riscos a escorregamentos a partir da abordagem sistemática de mapeamento de áreas de risco e da abordagem participativa nos bairros de Caetés I e Caetés II, Abreu e Lima, Região Metropolitana do Recife (PE). Para a realização dos mapeamentos foram definidos 24 setores de risco utilizando a escala de zoneamento. O mapeamento sistêmico foi efetuado a partir da metodologia proposta pelo Ministério das Cidades e Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (2007), na qual os graus de risco foram classificados em R1 – Risco baixo, R2 – Risco médio, R3 – Risco alto e R4 – Risco muito alto. Para o mapeamento participativo foi utilizada a metodologia desenvolvida por Pereira et al., (2019), cujos protagonistas do mapa final foram os próprios moradores das áreas de risco, ao classificarem o risco baseado em suas vivências, memórias e percepção social do risco. Por fim, após o processo de mapeamento e os produtos finais de ambos os métodos, foram realizados a comparação dos mapas, suas vantagens e limitações, suas contribuições para os bairros aplicados, bem como a percepção de risco pelos moradores. Os resultados para o mapeamento sistemático foram 5 setores R1, 8 setores R2, 6 setores R3 e 5 setores R4. Para o participativo, 15 setores R1 e 9 setores R2. A contribuição de ambas as técnicas de mapeamento fortalecem as tomadas de decisões na gestão de risco. Por fim, é possível concluir que a experiência dos profissionais no mapeamento sistemático e a vivência na área de risco dos moradores no mapeamento participativo, associados, possibilitam maior acurácia na gestão de risco de desastres e provável mitigação do risco de escorregamentos.
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No ano de 2019, o município de Abreu e Lima, localizado ao norte da Região Metropolitana do Recife (PE), foi atingido por eventos de escorregamentos desastrosos, com vítimas fatais e perdas socioeconômicas, especialmente, nos bairros Caetés I e II. Assim, o objetivo principal dessa dissertação é comparar os graus de riscos a escorregamentos a partir da abordagem técnica e participativa nos bairros de Caetés I e Caetés II, Abreu e Lima, Região Metropolitana do Recife (PE) e a posteriori comparação dos frutos de abordagens distintas. Para isso, os objetivos específicos são (1) setorizar as áreas de risco, (2) realizar a percepção social de risco com a comunidade e (3) definir a melhor abordagem de mapeamento (técnica ou participativa). Para a realização do mapeamento foram definidos 24 setores a partir da escala de zoneamento, o mapeamento de técnico de área de risco será efetuado com a ficha de mapeamento de risco desenvolvida pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo e Ministério das Cidades (2007), sendo possível definir o grau de risco em R1 – Risco baixo, R2 – Risco médio, R3 –Risco alto e R4 – Risco muito alto. Para o mapeamento de risco participativo, será utilizada a ficha de mapeamento participativo de área de risco desenvolvida por Pereira et al., (2019) com base na ficha de mapeamento técnico de áreas de risco, porém os agentes mapeadores serão os habitantes das áreas de risco que definirão o risco com o mesmo grau técnico baseado em suas vivências, memórias e percepção do risco. Por fim, após o processo de mapeamento e o produto dos dois métodos prontos, será realizada a comparação de qual método se torna mais eficaz para a realidade dos bairros de Caetés I e II, em Abreu e Lima – PE.
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LEONARDO ALVES LEITE DOS SANTOS
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REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA E CIRCUITOS DA ECONOMIA URBANA: ANÁLISE DA CIDADE DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO (PE)
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Orientador : RODRIGO DUTRA GOMES
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MEMBROS DA BANCA :
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BERTRAND ROGER GUILLAUME COZIC
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RODRIGO DUTRA GOMES
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TALITHA LUCENA DE VASCONCELOS
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Data: 28/02/2023
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O processo de reestruturação produtiva das atividades industriais é um dos fenômenos mais significativos da globalização do capitalismo ao longo da segunda metade do século XX e prolongado até os presentes dias. Esse processo de migração industrial é um dos grandes fatores que impulsionaram a urbanização dispersa e a ampliação da importância das cidades médias e intermediárias na configuração das redes urbanas e no rearranjo da divisão territorial do trabalho para regiões de desempenho econômico menos dinâmicos. No Brasil sendo as Regiões Sul e Nordeste as principais beneficiadas por este processo. Estas cidades médias interioranas à medida que concentraram agentes industriais formaram estruturas produtivas de aglomeração relativa em seus territórios e passaram a realizar novas dinâmicas inter e intraurbanas nas suas organizações econômicas, laborais e de consumo. Nesta pesquisa buscou-se analisar como esse processo de reestruturação se deu e dinamizou, quali-quantitativamente, os agentes e as estruturas dos setores produtivos da economia urbana da cidade média de Vitória de Santo Antão, capital sub-regional do centro da Zona da Mata de Pernambuco. Neste objetivo, de estudo de caso, tomou-se da dialética da teoria dos circuitos da economia urbana de Milton Santos junto aos estudos contemporâneos do desenvolvimentismo econômico e industrial brasileiro e da geografia urbana e econômica, especialmente tratando-se das cidades médias. Com isso, para além de extensa pesquisa bibliográfica quanto aos conceitos e elementos centrais que delimitam a problemática, realizou-se pesquisa de dados secundários em órgãos oficiais do Estado (IBGE, SIDRA, RAIS, DataSebrae, etc.) sobre o panorama evolutivo recente da economia, dos setores e atividades produtivas e das formas de trabalho na cidade de Vitória de Santo Antão e na coleta de imagens da disposição desses agentes e estruturas na (re)produção do espaço urbano da cidade. Conclui-se que, durante as duas últimas décadas, Vitória de Santo Antão tornou-se uma significativa cidade de atração industrial, consolidando-se como uma centralidade relativamente crescente deste setor até meados de 2015, quando dá-se início a crise político-econômica que eclodiu. Essa ampliação da centralidade urbano-econômica do município atraiu e fomentou a diversificação de comércios e serviços de maiores amplitudes ou com grau mais elevado de especialização, característicos do circuito superior e superior marginal da economia. Mas, no entanto, a grande concentração de empregos formais permanece ainda em setores e atividades de baixa geração de rendas no comércio varejista e serviços básicos, sendo a formalização via abertura de cadastro de MEI uma alternativa em ascensão para informais e desempregados na dinâmica recente do trabalho e dos micro e pequenos negócios do circuito inferior da economia da cidade.
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O processo de reestruturação produtiva das atividades industriais é um dos fenômenos mais significativos da globalização do capitalismo ao longo da segunda metade do século XX e prolongado até os presentes dias. Esse processo de migração industrial é um dos grandes fatores que impulsionaram a urbanização dispersa e a ampliação da importância das cidades médias e intermediárias na configuração das redes urbanas e no rearranjo da divisão territorial do trabalho para regiões de desempenho econômico menos dinâmicos. No Brasil sendo as Regiões Sul e Nordeste as principais beneficiadas por este processo. Estas cidades médias interioranas à medida que concentraram agentes industriais formaram estruturas produtivas de aglomeração relativa em seus territórios e passaram a realizar novas dinâmicas inter e intraurbanas nas suas organizações econômicas, laborais e de consumo. Nesta pesquisa buscou-se analisar como esse processo de reestruturação se deu e dinamizou, quali-quantitativamente, os agentes e as estruturas dos setores produtivos da economia urbana da cidade média de Vitória de Santo Antão, capital sub-regional do centro da Zona da Mata de Pernambuco. Neste objetivo, de estudo de caso, tomou-se da dialética da teoria dos circuitos da economia urbana de Milton Santos junto aos estudos contemporâneos do desenvolvimentismo econômico e industrial brasileiro e da geografia urbana e econômica, especialmente tratando-se das cidades médias. Com isso, para além de extensa pesquisa bibliográfica quanto aos conceitos e elementos centrais que delimitam a problemática, realizou-se pesquisa de dados secundários em órgãos oficiais do Estado (IBGE, SIDRA, RAIS, DataSebrae, etc.) sobre o panorama evolutivo recente da economia, dos setores e atividades produtivas e das formas de trabalho na cidade de Vitória de Santo Antão e na coleta de imagens da disposição desses agentes e estruturas na (re)produção do espaço urbano da cidade. Conclui-se que, durante as duas últimas décadas, Vitória de Santo Antão tornou-se uma significativa cidade de atração industrial, consolidando-se como uma centralidade relativamente crescente deste setor até meados de 2015, quando dá-se início a crise político-econômica que eclodiu. Essa ampliação da centralidade urbano-econômica do município atraiu e fomentou a diversificação de comércios e serviços de maiores amplitudes ou com grau mais elevado de especialização, característicos do circuito superior e superior marginal da economia. Mas, no entanto, a grande concentração de empregos formais permanece ainda em setores e atividades de baixa geração de rendas no comércio varejista e serviços básicos, sendo a formalização via abertura de cadastro de MEI uma alternativa em ascensão para informais e desempregados na dinâmica recente do trabalho e dos micro e pequenos negócios do circuito inferior da economia da cidade.
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TÂMARA CARLA GONÇALVES BEZERRA
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CARTOGRAFIAS DE SI: ITINERÁRIOS PERFORMÁTICOS PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE GEOGRAFIA
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Orientador : FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
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MEMBROS DA BANCA :
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FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
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JADER JANER MOREIRA LOPES
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MATEUS FERREIRA SANTOS
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Data: 01/03/2023
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Diante o enviesamento das práticas pedagógicas em Cartografia a uma racionalidade técnica, distancia-se o reconhecimento dos saberes experienciais para o desenvolvimento de uma consciência crítica e coletiva durante a formação de professores de Geografia. Nenhuma prática se constitui enquanto isenta de intencionalidade, racionalidade e humanidade, isto porque os processos que entrelaçaram e entrelaçam a sua configuração (sempre constante) são mediatizados por pessoas e lugares, e ninguém se faz alheio a isto. Este trabalho não reúne esforços a fim de envilecer os conhecimentos cartográficos e os aspectos pedagógicos construídos até então - é necessário pontuar a importância que tiveram para a sistematização do pensamento geográfico e entendimento da sociedade enquanto unidade. Destarte, quero pedir licença para apresentar um outro ponto de vista: incentivar cartografias plurais por enxergar o sujeito da ação enquanto protagonista de seu próprio processo formativo, em concordância à ideia de que uma formação sem reflexão relega o professor (e sua identidade docente) ao não reconhecimento de sua potencialidade didática e ao reprodutivismo que assola o cotidiano escolar. É neste sentido que as Cartografias de Si vêm desmistificar a predisposição que a formação de professores de Geografia tem seguido. Cartografar a si mesmo é um constante movimento de revisitar experiências cotidianas que transformam o sujeito a partir do ato reflexivo. Ninguém cartografia a si uma única vez, pois ninguém é inato, bem como há transformação nos espaços em que as pessoas se inserem socialmente, há uma rede de influências que retroalimentam essa transformação entre o eu e o outro no espaço. Quero dizer que as práticas sociais cotidianas - e também as pedagógicas - carregam consigo potencialidades que se circunscrevem além do que estamos acostumados a enxergar, relegamos a ciência a um plano inatingível, quando na verdade esta própria só se constitui mediante práticas sociais. Em razão do supracitado, este percurso investigativo adota como questão central: como as Cartografias de Si potencializam um movimento autorreflexivo diante o processo formativo de licenciandos do curso de Licenciatura em Geografia? A fim de alcançar ao objetivo primordial de compreender como as Cartografias de Si constituem um movimento translacional necessário para a construção de experiências outras na formação de professores de Geografia. Em busca de itinerários que levem ao movimento reflexivo de repensar outras práticas, fora adotada como abordagem basilar ao desenvolvimento desta pesquisa a abordagem qualitativa, paralela à Pesquisa Formação bem discutida por Barreiro (2009). Alçando olhares à complexidade do referencial teórico-metodológico que deu margem - e forças - a esta escrita, os contundentes resultados que aqui estão sendo evidenciados - e aos que ainda serão, com a realização da oficina proposta - foram sistematizados mediante a óbice da Análise do Conteúdo, proposta por Bardín (2011). Face ao corte-costura dos apontamentos possibilitados por esta investigação, aponta-se a necessidade de enxergar a formação de professores como um espaço-tempo de acolhimento aos sujeitos e suas inquietações e expectativas acerca da docência; é necessário enxergar a formação sob a perspectiva de um saber-linguagem que cartografa social, cultural e politicamente subjetividades docentes.
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Diante o enviesamento das práticas pedagógicas em Cartografia a uma racionalidade técnica, distancia-se o reconhecimento dos saberes experienciais para o desenvolvimento de uma consciência crítica e coletiva durante a formação de professores de Geografia. Nenhuma prática se constitui enquanto isenta de intencionalidade, racionalidade e humanidade, isto porque os processos que entrelaçaram e entrelaçam a sua configuração (sempre constante) são mediatizados por pessoas e lugares, e ninguém se faz alheio a isto. Este trabalho não reúne esforços a fim de envilecer os conhecimentos cartográficos e os aspectos pedagógicos construídos até então - é necessário pontuar a importância que tiveram para a sistematização do pensamento geográfico e entendimento da sociedade enquanto unidade. Destarte, quero pedir licença para apresentar um outro ponto de vista: incentivar cartografias plurais por enxergar o sujeito da ação enquanto protagonista de seu próprio processo formativo, em concordância à ideia de que uma formação sem reflexão relega o professor (e sua identidade docente) ao não reconhecimento de sua potencialidade didática e ao reprodutivismo que assola o cotidiano escolar. É neste sentido que as Cartografias de Si vêm desmistificar a predisposição que a formação de professores de Geografia tem seguido. Cartografar a si mesmo é um constante movimento de revisitar experiências cotidianas que transformam o sujeito a partir do ato reflexivo. Ninguém cartografia a si uma única vez, pois ninguém é inato, bem como há transformação nos espaços em que as pessoas se inserem socialmente, há uma rede de influências que retroalimentam essa transformação entre o eu e o outro no espaço. Quero dizer que as práticas sociais cotidianas - e também as pedagógicas - carregam consigo potencialidades que se circunscrevem além do que estamos acostumados a enxergar, relegamos a ciência a um plano inatingível, quando na verdade esta própria só se constitui mediante práticas sociais. Em razão do supracitado, este percurso investigativo adota como questão central: como as Cartografias de Si potencializam um movimento autorreflexivo diante o processo formativo de licenciandos do curso de Licenciatura em Geografia? A fim de alcançar ao objetivo primordial de compreender como as Cartografias de Si constituem um saber-linguagem necessário para a construção de experiências outras na formação de professores de Geografia. Em busca de itinerários que levem ao movimento reflexivo de repensar outras práticas, fora adotada como abordagem basilar ao desenvolvimento desta pesquisa a abordagem qualitativa, paralela à Pesquisa Formação bem discutida por Barreiro(2009). Alçando olhares à complexidade do referencial teórico-metodológico que deu margem -e forças - a esta escrita, os contundentes resultados que aqui estão sendo evidenciados - e aos que ainda serão, com a realização da oficina proposta - foram sistematizados mediante a óbice da Análise do Conteúdo, proposta por Bardín (2011). Face ao corte-costura dos apontamentos possibilitados por esta investigação, aponta-se a necessidade de enxergar a formação de professores como um espaço-tempo de acolhimento aos sujeitos e suas inquietações e expectativas acerca da docência; é necessário enxergar a formação sob a perspectiva de um saber-linguagem que cartografa social, cultural e politicamente subjetividades docentes.
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EVERTON ESTEVAO DE MELO
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AGROECOLOGIA E USO DO TERRITÓRIO: ORGANIZAÇÃO SOCIAL E SALVAGUARDA DA AGROBIODIVERSIDADE COMO ESTRATÉGIAS CAMPONESAS ANTE O PROJETO DE DESENVOLVIMENTO NO MUNICÍPIO DE PAULISTA/PE
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Orientador : MONICA COX DE BRITTO PEREIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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CAMILA DUTRA DOS SANTOS
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MONICA COX DE BRITTO PEREIRA
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NILO AMERICO RODRIGUES LIMA DE ALMEIDA
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Data: 28/04/2023
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Apresentamos no trabalho em tela uma análise geográfica acerca das dinâmicas territoriais contemporâneas do município de Paulista/PE, a partir da reflexão sobre as contradições e contraposições entre o uso corporativo e os usos não hegemônicos do território, bem como a oposição entre racionalidade hegemônica e contra-racionalidades que presidem tais perspectivas no âmbito das relações cidade-campo. Busca-se evidenciar, por um lado, as implicações espaciais decorrentes do projeto de desenvolvimento ancorado na urbanização corporativa e, por outro, o território usado, praticado e experienciado pela população camponesa. Nesse sentido, analisamos a forma como vem se dando o desenvolvimento e seus desdobramentos para a população e para o território e apontamos a organização social, os saberes e práticas agroecológicas como importantes estratégias gestadas pelos camponeses com a finalidade de dar continuidade às suas experiências. A dissertação se apoiou em uma abordagem qualitativa e na pesquisa documental, no trabalho de campo, na escuta e na comunicação por meio da observação participante e de entrevistas abertas com os camponeses. Os resultados da pesquisa evidenciam tensões, conflitos e disputas pelos usos do território na contemporaneidade, animada pela presença das ações hegemônicas de um lado; e a vida de relações na dimensão horizontal do cotidiano regido por diversas e diferentes racionalidades, de outro.
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Apresentamos no trabalho em tela uma análise sobre as dinâmicas territoriais contemporâneas do município de Paulista/PE a partir da reflexão sobre as contradições e contraposições entre o usocorporativo e os usos sociais do território, bem como a oposição entre racionalidade hegemônica e contra-racionalidades que presidem tais perspectivas no âmbito das relações campo-cidade. Busca-se evidenciar, por um lado, as implicações espaciais decorrentes do projeto de desenvolvimento ancorado em um modelo de urbanização corporativa no município pesquisado e, por outro, o território usado, praticado e experienciado pelos camponeses. Nesse sentido, analisamos a forma como vem se dando a urbanização do território e apontamos a organização social, os saberes e práticas agroecológicas como importantes estratégias gestadas pela população camponesa com a finalidade de permanecer utilizando o território e conservando a agrobiodiversidade da região. Nessa perspectiva, o objetivo desta pesquisa é compreender os diversos usos do território, as estratégias utilizadas pelos camponeses e as implicações espaciais decorrentes da difusão do meio técnico-científico-informacional. Para tanto, busca-se elucidar tal problemática através da centralidade do método geográfico como fio condutor da análise social. A dissertação vem se apoiando em uma abordagem qualitativa e na pesquisa documental, no trabalho de campo, na escuta e na comunicação por meio da observação participante e de entrevistas abertas com os camponeses.
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MARIA GABRIELA PEIXOTO ALVES SANTOS
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O CONHECIMENTO TRADICIONAL NA GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS: Etnogeomorfologia fluvial da comunidade rural de Mata Redonda, Triunfo – PE
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Orientador : OSVALDO GIRAO DA SILVA
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MEMBROS DA BANCA :
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LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
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OSVALDO GIRAO DA SILVA
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SIMONE CARDOSO RIBEIRO
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Data: 10/05/2023
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Com a crescente ocupação desordenada dos espaços, processos naturais da dinâmica das paisagens podem ser acelerados ou retardados pela influência antrópica. Trazendo como exemplo os recursos hídricos, estes vêm sendo utilizados muitas vezes sem compreensão de sua finitude, além de sofrerem diversos impactos que comprometem sua qualidade, desequilibrando processos naturais na dinâmica intermitente dos corpos d’água. Nesta conjuntura, em diversas situações, a água encontra-se com pouco volume, inapropriada para o consumo humano, ou até mesmo sem haver uma distribuição adequada da mesma, levando a situações de escassez hídrica. A partir da geomorfologia, ciência que compreende a terra e suas paisagens, é possível levantar inúmeras possibilidades de soluções ou mitigações dos impactos negativos das ações antrópicas na relação com a água. Além disso, analisando sociedade e natureza como partes integrantes do ambiente, é importante levar em conta a percepção individual quanto a geomorfologia, um conhecimento que é construído a partir da geograficidade das populações. Com isso, o presente trabalho tem como objetivo “Compreender, a partir da relação da população com a água, a existência de etnoconhecimento geomorfológico fluvial na Comunidade Rural de Mata Redonda, Triunfo – PE.” Esta área, a Comunidade Rural de Mata Redonda foi escolhida pois, além de representar uma porção do semiárido nordestino, da vida dos sertanejos, demostra uma realidade da vivência com as águas em brejos de altitude, e de como comunidades, populações, podem se desenvolver em prol dos recursos hídricos. Para alcançar o objetivo proposto, o presente estudo teve metodologia baseada na abordagem fenomenológica, realizando atividades de revisão bibliográfica e atividade de campo, com o enfoque de produzir mapas e realizar entrevistas com a população da área estudada. A partir desta metodologia, foi possível observar o etnoconhecimento da população da Comunidade Rural de Mata Redonda em relação à geomorfologia fluvial, como a percepção das dinâmicas da paisagem está presente no dia a dia da população, e quais atividades, mudanças nas paisagens esta comunidade promove. Buscando fomentar a discussão entre as atitudes, sentimentos, e práticas que os indivíduos possuem ou podem vir a possuir na relação sociedade-água.
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As etnociências, como a etnogeomorfologia, são cada vez mais usadas para melhor compreender a relação sociedade-natureza e como torná-la mais sustentável em frente aos diversos impactos causados pela influência antrópica no ambiente. A etnogeomorfologia fluvial, o conhecimento tradicional acerca das formas e processos fluviais, além de auxiliar a melhor compreender a geomorfologia da área estudada, pode promover a construção de uma gestão integrada das águas, dos recursos hídricos. Dessa forma, o objetivo da pesquisa é: Compreender como o conhecimento da comunidade rural de Mata Redonda, Triunfo – PE, acerca da geomorfologia fluvial local contribui na relação da população com os recursos hídricos. A comunidade de Mata Redonda, uma comunidade rural localizada em um brejo de altitude no semiárido nordestino, foi escolhida por se tratar de uma população que utiliza a água de poços e do fluxo superficial dos canais em seu dia-a-dia, logo possui uma geograficidade construída a partir da relação dos indivíduos com a água. Para atingir o objetivo proposto, inicialmente serão realizadas atividades de revisão bibliográfica, posteriormente, serão realizadas atividades de campo que englobarão entrevistas semiestruturadas com registros por gravações e anotações, com indivíduos da Comunidade Rural de Mata Redonda, além de levantamento das características geomorfológicas dos corpos hídricos presentes na comunidade. A partir desta metodologia espera-se construir o estilo fluvial dos canais presentes na comunidade estudada, além de compreender a percepção e estratégias da população para a concepção de uma relação sustentável entre a comunidade e os recursos hídricos.
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RENATA LARISSA ALVES SOARES DA SILVA
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SENTIDOS DE QUILOMBO A PARTIR DE MULHERES INTELECTUAIS DE CONCEIÇÃO DAS CRIOULAS-PE
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Orientador : ANA CAROLINA GONCALVES LEITE
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA CAROLINA GONCALVES LEITE
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DAVID TAVARES BARBOSA
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VÂNIA FIALHO
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Data: 28/07/2023
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O presente trabalho tem como foco estudar os sentidos de quilombo para as de mulheres da Comunidade Quilombola de Conceição das Crioulas, situada no II distrito de Salgueiro, sertão central Pernambucano. E propõe fazê-lo indo além do imaginário territorial estrito de quilombo, fazendo uma ligação da questão educacional da comunidade, com o gênero e a questão étnica, estudando assim os territórios de e a partir da inserção dessas mulheres e o povo negro. Tendo em mente suas relações e articulações, observamos que pode elaborar um território-rede que alarga o território demarcado para reprodução do grupo, criando significados contemporâneos para a própria categoria de quilombo. Buscando assim o sentido de quilombo através de vivências e experiências geracionais atravessando as mulheres e o histórico de luta e resistência presente na comunidade. Como produtos, vislumbramos, além das análises, trazer o significado de alguns conceitos acadêmicos vividos por essas mulheres, pensando em seus direitos e legitimação de seus territórios não enquanto propriedade e sim enquanto espaço de vida, buscando discutir questões diretamente ligadas à estruturação do Brasil racista e sexista que nega e inviabiliza os povos tradicionais e os seus saberes, sobretudo das mulheres negras.
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O presente trabalho tem como foco estudar a trajetória de mulheres negras da Comunidade Quilombola de Conceição das Crioulas, situada no II distrito de Salgueiro, sertão central Pernambucano. Indo além do imaginário de quilombo, fazendo uma ligação da questão educacional da comunidade, com o gênero e a questão étnica, estudando assim os territórios de inserção dessas mulheres. Tendo em mente suas relações e articulações que podem ou não elaborar um território-rede que alarga o território demarcado para reprodução do grupo, criando significados contemporâneos para a própria categoria de quilombo. Buscando assim o sentido de quilombo através de vivências e experiências geracionais atravessando as mulheres e o histórico de luta e resistência presente na comunidade. Como produtos, vislumbramos, além das análises, a compilação das trajetórias dessas mulheres, pensando em seus direitos e legitimação de seus territórios não enquanto propriedade e sim enquanto espaço de vida, buscando discutir questões diretamente ligadas à estruturação do Brasil racista e sexista que nega e inviabiliza os povos tradicionais e os seus saberes.
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BRUNO VIEIRA DE ANDRADE
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MOBILE LEARNING NO ENSINO DA REDE ESTADUAL DE PERNAMBUCO: estreitamentos teóricos a partir da iniciativa pedagógica Educa-PE (2020-2021)
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Orientador : FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA BEATRIZ GOMES PIMENTA DE CARVALHO
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FRANCISCO KENNEDY SILVA DOS SANTOS
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PRISCYLLA KAROLINE DE MENEZES
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Data: 21/08/2023
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A nova pandemia do coronavírus apresentou um contexto nunca visto modificando toda a nossa estrutura social, sobretudo a educação. Além dos desafios impostos diariamente aos professores, esse contexto operou mudanças radicais no cotidiano desses profissionais, forçando-os a conduzir sua prática em um modelo de ensino totalmente remoto. Para lidar com essa situação, o governo do estado de Pernambuco desenvolveu uma iniciativa pedagógica intitulada de EducaPE. A iniciativa buscava lidar com a manutenção das aulas no período de quarentena, fornecendo subsídios aos professores e alunos, via internet, TV e rádio. Dessa maneira, essa investigação tem como objetivo analisar a operacionalização da metodologia de Mobile Learning na prática dos professores de geografia da rede pública do estado de Pernambuco por meio da plataforma EducaPE durante os anos de 2020 e 2022, e dessa forma, conseguir realizar um levantamento das implicações do contexto da Educação 4.0 na formação e prática dos professores de Geografia, por meio de uma revisão bibliográfica na literatura de referência; confrontar a proposta do EducaPE frente ao conjunto metodológico proposto para o Mobile Learning, a partir dos escritos de Sharples (2010), Pachler (2010) e Santiago Criollo-C (2021), buscando um estreitamento teórico; e investigar por meio das experiências dos professores, através de entrevistas semiestruturadas, quais as mudanças operadas na prática docente em relação ao modelo presencial, remoto e um possível modelo híbrido, para assim, emitir uma análise sobre como essas mudanças afetaram a prática desses professores dentro da ótica do Ensino de Geografia. A partir da pesquisa pudemos inferir que a iniciativa Educa-PE realizou a manutenção da educação no período pandêmico e oportunizou a construção de Mobile Learning por parte de professores e alunos da rede estadual. Além disso, a realidade apresentada impôs mudanças a prática dos professores resultando, a partir dos professores investigados, em uma construção de uma nova identidade profissional, onde agora são capazes de integrar conhecimentos adquiridos no período de ensino remoto a suas atividades práticas cotidianas.
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A nova pandemia do coronavírus apresentou um contexto nunca antes visto modificando toda a nossa estrutura social, sobretudo a educação. Além dos desafios impostos diariamente aos professores, esse contexto operou mudanças radicais no cotidiano desses profissionais, forçando-os a conduzir sua prática em um modelo de ensino totalmente remoto. Para lidar com essa situação, o governo do estado de Pernambuco desenvolveu uma iniciativa pedagógica intitulada de EducaPE, a iniciativa buscava lidar com a manutenção das aulas no período de quarentena, fornecendo subsídios aos professores e alunos, via internet, tv e rádio. Dessa maneira, essa investigação tem como objetivo analisar a operacionalização da metodologia de Mobile Learning na prática dos professores de geografia da rede pública do estado de Pernambuco por meio da plataforma EducaPE durante os anos de 2020 e 2022, e dessa forma, conseguir realizar um levantamento da simplicações do contexto da Educação 4.0 na formação e prática dos professores de Geografia, por meio de uma revisão bibliográfica na literatura de referência; confrontar a proposta do EducaPE frente ao conjunto metodológico proposto para o Mobile Learning, a partir dos escritos de Sharples (2010), Pachler (2010) e Santiago Criollo-C (2021), buscando um estreitamento teórico; e investigar por meio das experiências dos professores, através de entrevistas semiestruturadas, quais as mudanças operadas na prática docente em relação ao modelo presencial, remoto e um possível modelo híbrido, para assim, emitir uma análise sobre como essas mudanças afetaram a prática desses professores dentro da ótica do Ensino de Geografia.
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NATASHA VILLENA CAVALCANTI DA SILVA
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SISTEMA TERRITORIAL DE INOVAÇÃO EM SAÚDE: UMA REFLEXÃO SOBRE SUA ESTRUTURAÇÃO, DESAFIOS E PERSPECTIVAS NA CIDADE DO RECIFE-PE
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Orientador : ANA CRISTINA DE ALMEIDA FERNANDES
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA CRISTINA DE ALMEIDA FERNANDES
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CRISTIANA COUTINHO DUARTE
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NAPIE GALVE ARAUJO SILVA
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Data: 25/08/2023
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Sob a perspectiva da Geografia da Inovação a presente dissertação procura compreender e explicar o fenômeno da Inovação no setor da saúde no Recife-PE, seus elementos componentes, suas articulações, o contexto social e econômico e seus desdobramentos. Analisando o Sistema Territorial de Inovação do Recife desde seu desenvolvimento e interpretando as articulações presentes na dinâmica territorial. A hipótese levantada é a de que o Recife abriga um ecossistema de inovação em saúde, composto por uma rede de atores diversos, que voluntariamente ou involuntariamente reúne-se em prol de uma articulação local para construção de um ambiente mais propício à inovação em saúde. Para fundamentar a análise, será apresentado uma revisão teórica sobre Geografia da Inovação, Ecossistemas e Sistemas Territoriais de Inovação, bases teóricas, processos e ferramentas dentro da realidade brasileira, identificando os principais elementos de interação e articulação no planejamento de uma agenda estratégica de políticas públicas para inovação em saúde, bem como a apresentação do processo de formação econômico e territorial, perfil sociodemográfico, acesso à saúde, potencialidades e desafios. A estratégia metodológica adotada para viabilizar a investigação da pesquisa tem os seguintes procedimentos metodológicos: Revisão da Literatura; Levantamento de dados secundários; Levantamento documental; Mapeamento dos atores; Trabalho de campo e tratamento dos dados. O presente estudo possui caráter exploratório, apresenta experiências práticas como o programa ALI ecossistemas do SEBRAE propiciou uma avaliação de resultados, a partir dos desafios e oportunidades que decorrem das interações entre os atores que integram o programa. Observou-se, diante da investigação sobre o processo de estruturação do chamado ecossistema de inovação em saúde, um panorama sobre o acesso à saúde no Recife-PE, o mapeamento da rede pública de saúde, mapeamento do polo médico, mapeamento dos elementos que influenciam a inovação em saúde, revelando o nível maturidade do ecossistema de inovação em saúde do Recife, classificado de maturidade em desenvolvimento, onde apesar do destaque socioeconômico para o setor, apresenta um relativamente baixo nível de articulação entre os elementos que compõem o ecossistema, a escassa presença de empresas inovadoras, diante desses resultados O estudo propõe medidas para fortalecer o ecossistema de inovação em saúde, visando uma maior integração e colaboratividade. Para que, de fato haja interação e sinergia entre os diversos atores envolvidos, consequentemente, uma ampla difusão de inovação em saúde no território.
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Sob a perspectiva da Geografia da Inovação a presente dissertação procura compreender e explicar o fenômeno da Inovação no setor da saúde no Recife-PE, seus elementos componentes, sua sarticulações, o contexto social e econômico e seus desdobramentos. Analisando o Sistema Territorial de Inovação do Recife desde de seu desenvolvimento e interpretando as articulações presentes na dinâmica territorial. A hipótese levantada é de que o Recife abriga um ecossistema de inovação em saúde, composto por uma rede de atores diversos, que voluntariamente ou involuntariamente reúne-se em prol de uma articulação local para construção de um ambiente mais propício à inovação em saúde. Para fundamentar a análise, será apresentado uma revisão teórica sobre Geografia da Inovação, Ecossistemas e Sistemas Territoriais de Inovação, bases teóricas, processos e ferramentas dentro da realidade brasileira, identificando os principais elementos de interação e articulação no planejamento de uma agenda estratégica de políticas públicas para inovação em saúde, bem como a apresentação do processo de formação econômico e territorial, perfil sociodemográfico, acesso à saúde, potencialidades e desafios. A estratégia metodológica adotada para viabilizar a investigação da pesquisa os seguintes procedimentos metodológicos: Revisão daLiteratura; Levantamento de dados secundários; Levantamento documental; Mapeamento dos atores; Trabalho de campo e tratamento dos dados. O presente estudo possui caráter exploratório, apresenta experiências práticas com programa ALIecossistemas do SEBRAE, propiciou uma avaliaçãode resultados, a partir dos desafios e oportunidades que decorrem das interações entre os atores que integram o programa. Observou-se, diante da investigação sobre o processo de estruturação do chamado ecossistema de inovação em saúde, um panorama sobre o acesso à saúde no Recife-PE, o mapeamento da rede pública de saúde, mapeamento do polo médico, mapeamento dos elementos que influenciam a inovação em saúde, revelando o nível maturidade do ecossistema de inovação em saúde do Recife, classificado de maturidade em desenvolvimento, onde apesar do destaque socioeconômico para o setor, apresenta um relativamente baixo nível de articulação entre os elementos que compõem o ecossistema, a escassa presença de empresas inovadoras, diante desses resultados O estudo propõe medidas para fortalecer o ecossistema de inovação em saúde, visando uma maior integração e colaboratividade. Para que, de fato haja interação e sinergia entre os diversos atores envolvidos, consequentemente, uma ampla difusão inovação em saúde no território.
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ARTHUR PHILIPE DUARTE BRAZ DA SILVA
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ASPECTOS DA NATUREZA NA GEOGRAFIA: DOS SISTEMAS AOS GEOSSISTEMAS COMPLEXOS.
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Orientador : RODRIGO DUTRA GOMES
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MEMBROS DA BANCA :
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RODRIGO DUTRA GOMES
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LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
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ADALTO MOREIRA BRAZ
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Data: 29/08/2023
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A concepção de natureza foi alvo de intenso debate ao longo da modernidade. Com a chamada revolução científica, o conceito de natureza foi ressignificado, se aproximando primeiramente de uma perspectiva mecanicista de uma natureza regida por leis e, posteriormente, de um caráter de natureza organismo pautada no evolucionismo presente no seio do positivismo no século XIX. Entretanto a temática de natureza assumiu caráter dicotômico ao longo do debate moderno. Essa dicotomia na Geografia dualidade sociedade e natureza (físico e humano), o domínio das ações e intencionalidades antrópicas e a chamada natureza externa, objetiva e independente do sujeito observador que a distingue e analisa. A problemática central consiste em que a dicotomia humano/natural recorrente na concepção de natureza se expressa insuficiente quando se leva em consideração entendimentos científicos decorrentes do século XX, principalmente no que concerne aos entendimentos ressaltados pela Teoria da Complexidade – em destaque na Geografia Física. Pela complexidade, a natureza assume feição de um sistema complexo, comportando caos, instabilidades, não linearidades e emergências. Nessa perspectiva, a natureza seria concebida como um sistema complexo dotada de uma multiplicidade de domínios irredutíveis de manifestação, sendo a sociedade e suas manifestações um desses domínios. Assim, a presente pesquisa tem como objetivo fazer uma releitura de como a Geografia Física concebe a natureza a partir da Teoria da Complexidade. O modelo Geossistema carrega influencias epistemológicas que se revertem na fragmentação da relação humano/natural. Sob a referência de uma natureza complexa estimula-se a ultrapassagem das dualidades internas ao modelo em busca de perspectivas dialógicas.
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A concepção de natureza foi alvo de intenso debate ao longo da modernidade. Com a chamada revolução científica, o conceito de natureza foi ressignificado, distanciando-se cada vez mais de um caráter teológico e aproximando-se primeiramente de uma perspectiva mecanicista de uma natureza regida por leis e, posteriormente, de um caráter de natureza organismo pautada no evolucionismo presente no seio do positivismo no século XIX. Entretanto a temática de natureza assumiu caráter dicotômico ao longo do debate moderno. Essa dicotomia na Geografia é marcada na fragmentação desta ciência em Geografia Humana, domínio das ações e intencionalidades antrópicas; e a Geografia Física que tem como objeto de estudo a chamada natureza externa, objetiva e independente do sujeito observador que a distingue e analisa. A problemática central consiste em que a dicotomia humano/natural recorrente na concepção de natureza se expressa insuficiente quando se leva em consideração entendimentos científicos decorrentes do século XX, principalmente no que concerne aos entendimentos ressaltados pela Teoria da Complexidade. Pela complexidade, a natureza assume feição de um sistema complexo, comportando caos, instabilidades, não-linearidades e emergências. Nessa perspectiva, a natureza seria concebida como um sistema complexo dotada de uma multiplicidade de domínios irredutíveis de manifestação, sendo a sociedade e suas manifestações um desses domínios. Assim, a presente pesquisa tem como objetivo fazer uma releitura de como a Geografia concebe a natureza a partir da Teoria da Complexidade considerando os principais autores e por fim, propor uma concepção de natureza novo paradigmática para a Geografia com base nos entendimentos da Teoria da Complexidade, focando na ultrapassagem da dualidade sociedade/natureza.
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STEFFANE KETILY DE SOUZA SILVA
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CONSERVAÇÃO AMBIENTAL NA GEOGRAFIA ESCOLAR PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NA MATA ATLÂNTICA E TABULEIROS COSTEIROS DO NORDESTE.
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Orientador : EUGENIA CRISTINA GONCALVES PEREIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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EUGENIA CRISTINA GONCALVES PEREIRA
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RODRIGO DUTRA GOMES
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KARINE BUENO VARGAS
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Data: 30/08/2023
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Na contemporaneidade um dos maiores desafios é o de identificar, além de sua conceituação nos currículos de Geografia, caminhos para uma prática de conservação ambiental integrada das áreas de mata Atlântica e dos Tabuleiros Costeiros do Nordeste brasileiro. Com isso, a necessidade de um aprimoramento dos documentos legais de ensino de geografia necessita de discussão sobre a temática, já que o papel da escola está ligado diretamente à construção crítica de agentes protagonistas de um desenvolvimento sustentável efetivo. Assim, este trabalho tratou de uma análise dos documentos legais do currículo de Geografia, destacando os aspectos físicoambientais das paisagens de Tabuleiros Costeiros e mata Atlântica. A partir das análises dos currículos nacionais foi constatado que as abordagens dos temas da pesquisa não são efetivadas nos currículos de geografia, além de simples pontuações nos temas transversais de ensino e nos itinerários formativos, o que abre margem para abordagem de forma arbitrária como algumas eletivas no ensino médio. Na verdade, se faz necessária uma implementação de formação basilar, que contemple a obrigatoriedade em todos os anos letivos do ensino médio. A avaliação dos conteúdos dentro dos documentos foi realizada de maneira gradual, elegendo as mudanças e avanços entre os PCN’s, BNCC e o currículo de Pernambuco para o ensino médio. Por fim, a literatura mostrou uma falta de estrutura curricular que seja capaz de implementar nas escolas, de maneira funcional, um ensino que tenha como viés a preservação ambiental em áreas de Tabuleiros Costeiros e mata Atlântica, tornando este trabalho um caminho propositivo para ações curriculares práticas.
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Atualmente, um dos maiores desafios é o de educar a população civil para a prática de preservação das paisagens naturais, a vida não útil (KRENAK, 2020). Este trabalho trata de uma revisão de literatura que aborda os desafios relacionados à preservação ambiental nas áreas de Tabuleiros Costeiros no Nordeste do Brasil, que abrigam um dos maiores hotspots de biodiversidade do mundo, a Mata Atlântica. Objetivou-se entender a importância da preservação do Bioma Mata Atlântica em áreas de Tabuleiros Costeiros no Nordeste e como esse espaço geográfico tem sido abordado no ensino de geografia dentro dos parâmetros legais do Ensino Médio. Foram inseridas produções cientificas de maneira integrativa. Onde buscou-se identificar na revisão qualitativa da literatura recente o que os estudos têm proposto sobre a importância da conservação do uso do solo nas áreas de Tabuleiros Costeiros no Nordeste. Relacionar a literatura recente nas áreas de Tabuleiros Costeiros com o desmatamento da Mata atlântica e, observar o que a ciência tem feito para mitigar os impactos socioecológicos dessas áreas. Refletir, por meio da literatura e estudo de caso, a importância do uso do espaço geográfico integrado dos Tabuleiros costeiros e da Mata Atlântica e, como esses espaços estão sendo trabalhados pelos documentos legais do currículo de Geografia no Ensino Médio em Pernambuco.
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ADRIANA SILVA SOUZA
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DINÂMICAS DA URBANIZAÇÃO NO INTERIOR NORDESTINO: PATOS E SUA REGIÃO GEOGRÁFICA IMEDIATA.
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Orientador : DORALICE SÁTYRO MAIA
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MEMBROS DA BANCA :
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DORALICE SÁTYRO MAIA
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JAN BITOUN
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PAULA DIEB MARTINS
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Data: 30/08/2023
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O município de Patos – PB, Brasil, localizado na Região Intermediária de Patos e a da Região Imediata de Patos, possui 103.165 habitantes de acordo com o censo 2022 e (IBGE 2022). O município de Patos exerce uma centralidade geográfica que atinge além de municípios do estado da Paraíba, municípios do estado de Pernambuco e do Rio Grande do Norte. Sendo assim, gerou-se os questionamentos: que características geram essa centralidade? Como esta centralidade foi identificada por estudos técnicos, principalmente aqueles realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)? Quais fatores promovem, acentuam e consolidam esta centralidade na atualidade? Especialmente a partir da primeira década do século XXI, Patos tem adquirido o papel de referência, devido a oferta de serviços diversificados e comércio variado, sendo destino para a população de muitas cidades da Paraíba, e dos estados vizinhos. Tendo isso em vista, almeja-se compreender e verificar por meio de fontes distintas, os acontecimentos e fatores que possibilitaram o fortalecimento da centralidade, bem como as transformações socioespaciais decorrentes. Essa pesquisa teve como como objetivo geral: analisar as dinâmicas que caracterizam a centralidade urbana de Patos, no contexto de sua região imediata. Os objetivos específicos são: I) discutir as abordagens teórico-conceituais que caracterizam as dinâmicas urbano-regionais, bem como a conformação de suas lógicas no espaço geográfico; II) compreender a aglomeração de Patos PB, a partir das dinâmicas populacionais, socioeconômica e de mobilidade espacial, assim como sua centralidade urbana; III) Caracterizar as principais transformações e configurações espaciais associadas a movimentos recentes da urbanização de Patos, decorrentes dos efeitos de consolidação de sua centralidade. A metodologia desta pesquisa tem caráter qualitativo-quantitativo (LEÓN, 2003), com viés explicativo (PRODANOV, 2013), tendo como base os parâmetros utilizados nos estudos de dinâmicas urbano-regionais, centro e centralidades, os estudos de articulação urbano-regionais e de regiões de influência das cidades, produzidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística nos anos de 1972, 1987, 2000, 2008 e 2020. A série de estudos das Regiões de Influência das Cidades permite a realização de análises de comportamento e formação de centralidade em núcleos específicos. Pôde-se observar a relevância dos transportes alternativos como meio de deslocamento da população de inúmeras cidades dos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco para a cidade de Patos. Deste modo, foi possível empreender que a centralidade urbana e a influência exercida pela cidade de Patos na região são frutos da oferta de equipamentos sociais de saúde, serviços de ensino superior em instituições públicas e privadas, diversificação no comércio, existência de postos de atendimento das 4 principais instituições bancárias nacionais, entre outros. Estes equipamentos são atrativos à população de municípios que ultrapassam os limites territoriais estabelecidos pelo IBGE (2022). Portanto, a centralidade adquirida por Patos na última década é impulsionada pelo estabelecimento de equipamentos urbanos, decorrentes de uma estratégia de descentralização e interiorização, especialmente das universidades públicas e privadas, que se mostram primordiais para o desenvolvimento social e regional do município de Patos -PB, Brasil.
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Busca-se, nesta dissertação, analisar a centralidadeque a cidade de Patos, situada no estado daParaíba exerce na sua região geográfica imediata. A pesquisa se baseia em uma abordagem quali-quantitativa, de caráter explicativo, com intuito de compreender que fatores contribuíram para estruturar a espacialidade estudada. A partir do estudo das dinâmicas urbanos-regionais, centro e centralidades, tendo como fundamento os estudos de articulações urbano-regionais e de regiões de influência das cidades, produzidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A série de estudos das Regiões de Influência das Cidades (IBGE, 1972, 1987, 2000, 2008, 2020), permite a realização de análises de comportamento e formação de centralidade em núcleos específicos, logo, pretende-se observar as mudanças ocorridas em Patos no percurso dos estudos. O estudo das Regiões de Influência das Cidades (2020), oferece dados setoriais, e a partir das principais dimensões disponíveis foram selecionadas variáveis relevantes para caracterizar a centralidade de Patos e sua relação com os municípios que compõem a sua região geográfica imediata na atualidade. Além da análise quantitativa, foi realizada visita a área de estudo com intuito de conhecer a área de estudo. Pôde-se observar a relevância dos transportes alternativos como meio de deslocamento da população de inúmeras cidades dos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco para a cidade de Patos. Os estudos desenvolvidos até o momento confirmam que a centralidade urbana e a influência exercida pela cidade de Patos na região é fruto da oferta de equipamentos sociais de saúde e, ensino superior, de um diversificado comércio, entre outros aspectos. Atrativos à população de municípios que ultrapassa os limites colocados neste trabalho. Em particular, a centralidade recente de Patos impulsionada pelo estabelecimento de instituições de ensino superior na cidade. Estes equipamentos, decorrentes de uma estratégia de descentralização e interiorização das universidades públicas e privadas, mostram-se primordiais para o desenvolvimento social e regional.
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ROMULO RODRIGUES BARBOSA
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CIRANDANDO O TERRITÓRIO: LIA, A CIRANDA E AS IDENTIDADES TERRITORIAIS DA ILHA DE ITAMARACÁ-PE.
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Orientador : CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
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MEMBROS DA BANCA :
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CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
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PEDRO PAULO PINTO MAIA FILHO
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WEDMO TEIXEIRA ROSA
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Data: 31/08/2023
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Sob a perspectiva da Geografia Cultural a presente dissertação busca compreender a dinâmica territorial presente na Ilha de Itamaracá – PE, considerando o território e a identidade territorial da ciranda a partir de Lia, dos seus elementos e das suas articulações, como ponto focal da pesquisa. Para fundamentar a análise, será apresentado uma discussão sobre Território e Identidade territorial, identificando os principais elementos de interação e articulação desses conceitos para o estudo aqui proposto. Igualmente, iremos apresentar um breve panorama da formação da Ciranda em Pernambuco, destacando o perfil de Lia de Itamaracá. Assim como, uma caracterização do recorte espacial proposto, incluindo um debate com os moradores do sw Itamaracá, a fim de entender sua relação com o território e as territorialidades ali presentes. A estratégia metodológica adotada para viabilizar o estudo da pesquisa foram os seguintes procedimentos metodológicos: revisão bibliográfica, trabalho de campo para criação de um material iconográfico e entrevistas, e o uso de ferramentas digitais para elaboração de formulário e mapas. A partir da participação ativa da comunidade, foi possível somá-las ao diálogo e refletir sobre a importância mútua da Ciranda para o território e do território para a ciranda.
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A pesquisa tem como objetivo principal compreender como a ciranda, uma manifestação cultural típica de Pernambuco, e Lia de Itamaracá, uma das suas maiores representantes, transcendem fronteiras geográficas e difundem a identidade local para o mundo por meio da arte. Ao abordar conceitos como território, identidade territorial, ciranda e espaço cultural, o projeto visa discutir a importância da trajetória de Lia e da ciranda para a construção de uma das identidades territoriais da Ilha de Itamaracá. Além de reconhecer a ciranda como uma dança popular, o estudo busca compreendê-la como uma expressão cultural mais ampla, levando em consideração suas características espaciais e potencialidades. Compreender essas interações socioespaciais é essencial para uma análise abrangente da trajetória de Lia de Itamaracá, pois revela a forma como seu lugar de origem, sua comunidade local e sua projeção global se influenciam mutuamente. Através dessas conexões, é possível entender a importância da circulação da sua arte, o impacto nas identidades territoriais locais e a contribuição para a valorização da cultura pernambucana como um todo.
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BRUNO ULYSSES DOS SANTOS COSME
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UNIÃO E FORÇA: TERRITORIALIDADE DA TORCIDA ORGANIZADA INFERNO CORAL NA CIDADE DO RECIFE-PE
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Orientador : ALCINDO JOSE DE SA
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MEMBROS DA BANCA :
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ALCINDO JOSE DE SA
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CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
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DAVID TAVARES BARBOSA
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Data: 31/08/2023
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As torcidas Organizadas no Brasil ultrapassaram as fronteiras do espetáculo do futebol nos estádios e se espacializaram em meio as cidades em todo o país, junto com esta fama do grande espetáculo também as torcidas organizadas recebem o ônus dos inúmeros atos de violência e incivilidades que estão presentes entorno destas instituiçoes. A este trabalho baseado nas geografias cultural, urbana e política buscamos a principio uma discussão teórica sobre as relações entre a Geografia e o futebol, destacando-se, sobretudo, uma análise sobre os aspectos identitários e as expressões de violência no futebol ocasionadas pelas torcidas organizadas em todo planeta. Seguimos apresentando um levantamento histórico sobre a introdução do futebol no Brasil e na cidade do Recife até os dias atuais onde destacamos os principais clubes da cidade: Sport Club do Recife, Clube Náutico Capibaribe e com uma maior particularidade sobre o Santa Cruz Futebol Clube, suas torcidas no geral e a torcida Inferno Coral. Analisando precisamente a torcida Inferno Coral, destacamos como o processo identidades territorial e de grupo são consideradas como espaços de lazer perífericos, sendo as organizadas um reduto jovem e periférico na cidade do Recife, também expomos as inúmeras relações da torcida com os espaço público da cidade formando territórios-rede em toda a cidade, além mais destacamos a presença da violência e do medo na cidade que são amplamente ligadas as ações das torcidas organizadas, ampliamos a discussão das violências como macro-violências na sociedade e a estigmação da violência pela mídia na relação das torcidas organizadas.
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Este trabalho se caracteriza por ter como foco um olhar geográfico sobre uma das grandes paixões nacionais: o futebol. Mais especificamente, interessa-nos analisar as dinâmicas socioespaciais construídas pela torcida organizada Inferno Coral, relacionada ao Santa Cruz Futebol Clube, time de futebol sediado no Recife. Esporte presente no cotidiano da sociedade brasileira. Buscamos nessa pesquisa refletir sobre os comportamentos socioespaciais da torcida Organizada Inferno Coral no contexto urbano, sobretudo as questões relacionadas à identidade territorial , e de Grupo onde as organizadas criam ambiente de lazer periféricos para jovens expressarem seus sentimentos e territorializarem na cidade . Também retratamos o contexto do medo na cidade causado pela violência promovida através do futebol, e no debate sobre a violência urbana com o qual é expressada na torcida organizada, onde traremos quadros de violência urbana causados nos contextos de torcidas organizadas x torcidas organizadas e da violência promovida através do poder público como a polícia militar em combate às torcidas organizadas na cidade do Recife.
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SIDNEY HENRIQUE CAMPELO DE SANTANA
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ESTRATÉGIAS DE MONITORAMENTO E CONSERVAÇÃO DE FRAGMENTOS DE MATA ATLÂNTICA NO RECIFE, PERNAMBUCO
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Orientador : EUGENIA CRISTINA GONCALVES PEREIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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ANDREZZA KARLA DE OLIVEIRA SILVA
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ELISABETH REGINA ALVES CAVALCANTI SILVA
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EUGENIA CRISTINA GONCALVES PEREIRA
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LUCIANA MAYLA DE AQUINO FRANCA
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YGOR CRISTIANO BRITO MORAIS
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Data: 28/02/2023
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Das 15 metrópoles brasileiras, 10 estão sob o domínio da Mata Atlântica. Neste sentido, o fenômeno da metropolização suprimiu o bioma em fragmentos florestais, sobretudo nas zonas próximas ao litoral. Com isso, as Geotecnologias se apresentam como ferramentas promissoras na análise e monitoramento das florestas urbanas. Dessa forma, este estudo teve por objetivo propor a estimativa e análise da biomassa florestal acima do solo (BAS), por meio de geotecnologias, como recurso de reconhecimento ambiental e monitoramento de fragmentos florestais urbanos. Os sítios selecionados para a realização deste estudo foram a mata de Dois Irmãos, mata Curado/Jardim Botânico e a mata do Engenho Uchôa, todas situadas no município do Recife, Pernambuco. Para execução deste trabalho, foi adquirida nuvem de pontos LiDAR junto à Prefeitura do Recife e cenas orbitais do Programa Landsat, por meio da plataforma do Serviço Geológico dos Estados Unidos. Os produtos orbitais adquiridos foram utilizados para gerar os índices de vegetação e de urbanização. Ao todo, foram adquiridas seis cenas orbitais com datas específicas dos anos de 1991, 2007, 2010, 2013, 2019 e 2021. Todas as cenas foram processadas com base no algoritmo SEBAL. Foram adquiridas também, camadas vetoriais elaboradas pela Prefeitura do Recife e pelo IBGE. Para a obtenção de dados secundários, recorreu-se aos produtos obtidos por instituições de pesquisas, além de informações coletadas em campo. Para estimar a biomassa foi feita dendrometria em 31 indivíduos arbóreos. A partir da nuvem de pontos construiu-se o Modelo Digital de Terreno e o Modelo Digital de Copa. Como o objetivo consistiu em estimar a biomassa florestal total de cada uma das matas utilizando o MDC, foi feita uma correlação entre a BAS estimada a partir de LiDAR, e a altura das árvores aferida sobre o modelo digital, em que obteve-se um coeficiente de Pearson = 0,8. Com base nestes resultados, se estruturou uma equação para estimar a biomassa florestal total utilizando como variável o MDC. A estimativa da biomassa florestal total da mata de Dois Irmãos resultou em 169,9 kt, a da mata do Jardim Botânico resultou em 25,27 kt e da mata de Engenho Uchôa, resultou num total de 9,86 kt. Em linhas gerais, os índices de vegetação indicaram aporte florestal nas três matas estudadas em um intervalo de 30 anos. Através da correlação estatística entre a biomassa estimada sobre os dados LiDAR e o índice de área foliar (IAF), se estabeleceu uma equação para estimar a biomassa florestal a partir deste índice. Dessa forma, os produtos resultantes dessa equação mostraram um aporte de biomassa florestal na mata do Engenho Uchôa de 81% nos últimos 30 anos e revela que esta floresta tem um potencial de sequestrar 1676,96 t de gás carbônico atmosférico. Considera-se, portanto, que o uso integrado das Geotecnologias responde bem à estimativa e monitoramento da biomassa florestal.
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Este trabalho tem como principais objetivos estimar e analisar a biomassa florestal de fragmentos florestais urbanos em Recife, Pernambuco. Os remanescentes de Mata Atlântica selecionados foram a mata de Dois Irmãos, mata do Jardim Botânico e mata do Engenho Uchôa. Para tanto, foi adquirida nuvem de pontos LiDAR, imagens orbitais do programa Landsat, dados secundários obtidos por meio de instituições de pesquisas e informações coletadas em campo. O processamento da nuvem de pontos LiDAR foi realizado, sobretudo, no software FUSION LDV de livre licença, para se obter produtos e métricas relativas à altura das árvores, MDTe MDC. O processamento das imagens do Landsat apoiou-se no algoritmo SEBALe foi realizado, sobretudo, nos softwares ERDAS IMAGINE e ArcGIS, com o intuito de se obter Índices de Vegetação, Índice de Urbanização e Temperatura da Superfície. Recorreu-se a trabalhos técnicos de instituições de pesquisa, para se obter informações ambientais, como classe de solo, tipo de terreno, geologia, hidrologia, relevo, entre outros. Em campo, foram extraídas aferições dendrométricas de 31 árvores, entre elas o DAP , a altura e o diâmetro da copa, para se calcular a biomassa acima do solo, utilizando equações alométricas. Aestimativa da biomassa florestal foi calculada por meio de equação obtida pela correlação entre medidas feitas em campo e os dados LiDAR. Deste modo, a mata de Dois Irmãos apresentou um valor total de biomassa florestal de 169,9 kt, para a mata do Jardim Botânico obteve-se uma biomassa total de 25,27 kt e a mata do Engenho Uchôa, 9,86 kt. Em linhas gerais, o NDVI, SA VI e IAF mostraram que houve aporte vegetal nos três fragmentos de mata estudados nos últimos 20 anos. O NDBI, revelou o quanto o crescimento urbano cercou e pressionou a mata do Engenho Uchôa. A temperatura de superfície estimada sobre a imagem de satélite apontou onde o efeito de borda é mais intenso na mata do Engenho Uchoa, dentre outros indicativos. Através da correlação estatística entre a biomassa estimada sobre os dados LiDAR e o IAF obtido por meio da imagem de satélite se estabeleceu uma equação para estimar a biomassa florestal por meio do IAF . Dessa forma, os produtos resultantes dessa equação mostraram um aporte de biomassa florestal na mata do Engenho Uchoa de 81% nos últimos 20 anos e revela que esta floresta tem um potencial de sequestrar 1676,96t de gás carbônico atmosférico.
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ANDERSON CAMARGO RODRIGUES BRITO
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RIO JAGUARIBE, DAS ENTRADAS AOS AÇUDES: A GUERRA COMO FUNDAMENTO DA FORMAÇÃO TERRITORIAL DO CEARÁ
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Orientador : CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
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MEMBROS DA BANCA :
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EGUIMAR FELÍCIO CHAVEIRO
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CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
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MANOEL FERNANDES DE SOUSA NETO
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RAQUEL MARIA RIGOTTO
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VALTER DO CARMO CRUZ
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Data: 02/03/2023
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O Rio Jaguaribe está localizado no Estado do Ceará e perfaz uma bacia hidrográfica que abrange mais da metade do território do referido Estado. O local de seu nascedouro ocorre nas fontes do Rio Carrapateira no limite do município de Mombaça/CE, seu alto curso termina no local de encontro com os aportes hídricos recebidos pela sub-bacia do Rio Salgado advindos da Chapada do Araripe. Seu médio curso culmina na formação de grandes reservatórios que acumulam águas advindas de outra sub-bacia, Banabuiú, e do Salgado. Seu baixo curso segue a depressão sertaneja tendo foz no Atlântico entre os municípios de Fortim e Aracati. O Jaguaribe possui hoje um percurso controlado por 80 reservatório de água e três transposições de bacias hidrográficas, grandes projetosqueculminamos cem anos de obras de enfrentamentosàs secas que consolidaram a Solução Hidráulica e a Vocação Agrícola como duas ideologias espaciais definidoras da atuação do Estado. Esse estudo analisa a formação territorial do Ceará a partir dos processos de controle territorial do Rio Jaguaribe, manuseia conceitos como Bacia Hidrográfica e Ciclo Hidrológico a partir de um viés territorial buscando entender a territorialização do capitalismo e a formação do Estado territorial. A pesquisa parte do pressuposto que é possível entender a dinâmica de produção da sociedade capitalista a partir das águas e objetiva mais especificamente analisar a dinâmica de realização dos rios na constituição das Geografias originárias nos sertões e a guerra como imperativo espacial da Geografia colonial; investigar os sentidos territoriais da colonialidade do poder e o lugar dos rios nos sertões como caminhos de entrada e instrumentos de reprodução da Geografia colonial; analisar as estratégias de gestão territorial do Jaguaribe como fundamento da formação do Estado territorial. O estudo conclui que os rios, no processo de expansão territorial da colonização, não foram mobilizados apenas como caminhos de entradas, a imposição de uma cognição da dinâmica desses pela Coroa foi fundamental para produzir uma sociedade colonial nos sertões. Para ocupar, sinalizar e ordenar o território, fundar na sequência vilas de índios, as primeiras vilas coloniais e consolidar extrações econômicas utilizando a força dos rios dominados, foi necessário instituir um novo regime de origem e criação desses rios fazendo com que suas águas movessem a expansão de uma outra razão de entendimento da natureza. O estudo analisa as guerras coloniais em suas dimensões produtivas e financeiras; consolidando-se como um instrumento de produção de riqueza no Novo Mundo, a conversão dos rios em mecânica de entradas só foi possível com a imposição de uma guerra contínua que fez dos aldeamentos e das primeiras vilas instrumentos territoriais de reelaboração do extermínio, confinamento e redução como instrumentos de territorialização do Estado e de formação da sociedade senhorial. Das entradas até a construção dos primeiros grandes açudes, o autor analisa como o controle e comportamento do Rio Jaguaribe se constituiu como um instrumento fundamental de gestão da força de trabalho e formação da ordem social latifundiária.
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Os limites territoriais entre os Estados nos sertões do que hoje conhecemos como Nordeste, cindidos por marcações muitas vezes sinalizadas por rios ou elevações de relevos, foram resultados de intensas guerras com os povos originários e locais de encontro das entradas advindas das duas expoentes aglomerações econômicas-urbanas coloniais ancoradas no litoral. Fronteiras-matrizes, marcadas por guerras contínuas ao longo dos séculos XVI e XVII, como a região do São Francisco, para onde fugiram indígenas de distintos troncos étnicos advindos em retirada desde o recôncavo baiano ou fugidos das imediações que desenham a tríplice fronteira dos atuais sertões de Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte. Nesse aspecto entrar continente à dentro é produzir fronteira. Como as entradas da colonialidade vieram pelos mares no início do século XVI, provocando intensos conflitos com os caetés, potiguaras, tupinambás, entre outras etnias; as bocas abertas dos rios murmuraram os caminhos de entradas já traçadas pelos povos originários até as suas fontes, fazendo com que fossem ouvidos na planície fluvio-marinha as vozes dos platôs sertão à dentro. Se é verdade que a lógica moderna da colonialidade, que pariu o capitalismo, só consegue existir em perpétua expansão por ser hierárquica, desigual e excludente, os rios foram para a Coroa do século XVI em diante o que o mar foi desde o século XIV, o perigoso e sinuoso caminho de entrada para a redução, extermínio e subjugação de todas as relações à lógica ocidental em germinação. A colonialidade subjugou a força e o fluxo dos rios a uma lógica de produção de fronteiras, dos maiores para os menores cursos, em movimentos diversos de avanços e recuos. Controlar o acesso ao São Francisco, por exemplo, fundando vilas, exterminando ou catequizando etnias, foi fundamental para em seguida acessar e controlar suas fontes no além São Francisco, oeste da Bahia e instituir fronteiras. Ademais, as batalhas que culminaram em extermínios entre os Rio Jaguaribe e Apodi foram por um lado fundamentais para espalhar mercês, sesmarias e vilas de índios pelo rio Salgado, instrumentalizar os usos das águas nas suas fontes na Chapada do Araripe, bem como decisivas para consolidar ocupação na porção norte da referida Chapada, onde se encontram olhos d’água do São Francisco. Por outro lado, foram fundamentais para marcar a Chapada do Apodi como trânsito de entrada por excelência do gado, local que é divisor de águas dos dois referidos rios. As guerras pelos cursos maiores dos rios irradiaram caminhos de domínio territorial para todos os lados de onde advêm seus afluentes.
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VANESSA MARTINS LOPES
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ANÁLISE DA CONECTIVIDADE DA PAISAGEM NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BASTIÕES (BHRB) – CEARÁ
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Orientador : OSVALDO GIRAO DA SILVA
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA CLARA MAGALHÃES DE BARROS
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DANIEL RODRIGUES DE LIRA
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LUCAS COSTA DE SOUZA CAVALCANTI
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OSCAR VICENTE QUINONEZ FERNANDEZ
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OSVALDO GIRAO DA SILVA
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Data: 25/05/2023
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Os rios semiáridos exercem extrema importância na modelagem superficial das terras secas, pois são responsáveis pelo transporte em pulsos, de grande quantidade de sedimentos. Assim, torna-se importante compreender suas diferentes tipologias, e como elas afetam e são afetadas pelas diversas morfologias e dinâmica superficial da paisagem. Também é relevante entender como ocorre a transmissão de matéria e energia nas terras secas, especialmente de sedimentos, considerando o seu papel na propagação de efeitos perturbadores em sistemas fluviais. Neste sentido, o objetivo deste trabalho é analisar o grau de conectividade de sedimentos na Bacia Hidrográfica do Rio Bastiões (BHRB), a partir das diferentes tipologias de rio, considerando o papel das intervenções antrópicas nos estilos fluviais e na conectividade da paisagem. O rio Bastiões está localizado no estado do Ceará e é um dos principais afluentes do rio Jaguaribe, pertencendo ao domínio da bacia Alto Jaguaribe, a maior do estado. Para compreender e estabelecer as tipologias de rios foi utilizada a proposta dos Estilos Fluviais (River Styles) de Brierley e Fryirs (2005), que analisa o caráter e comportamento do rio de forma multiescalar, inter-relacionando as formas e processos para explicar a gênese fluvial. Para avaliar a transmissão de sedimentos, utilizou-se a proposta da conectividade da paisagem de Brierley, Fryirs e Jain (2006). A conectividade é avaliada intra e entre compartimentos na paisagem, em diferentes escalas espaciais, a partir do arranjo e tipos de impedimentos, associados a magnitude dos eventos de precipitação. Foram identificados na BHRB os cinco Estilos Fluviais: Vale Preenchido (EFVP), Vale Confinado com Leito Cascalhento e Arenoso (EFVCLCA), Vale Confinado com Leito Rochoso (EFVCLR), Vale Parcialmente Confinado com Leito Arenoso (EFVPCLA) e Vale Não Confinado com Leito Arenoso (EFVNCLA). Esses estilos apresentam-se com níveis distintos de propensão à conectividade. Acerca da transmissão de sedimentos, foram identificados os seguintes impedimentos relevantes ao fluxo hidrossedimentológico: barragens grandes, canais descontínuos/ausentes, planícies contínuas, planícies descontínuas e zonas urbanas de médio nível de impermeabilização. Concluiu-se que a BHRB pode ser considerada mais propensa à desconectividade dado o tipo e arranjo de impedimentos, ficando apenas 16% da área conectada em eventos de alta magnitude. Tal fato, supõe que além da retenção de sedimentos dentro do sistema ser alta, a propagação de mudanças diante de forças perturbadoras é lenta, caracterizando esse sistema fluvial como resiliente.
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Os rios semiáridos exercem extrema importância na modelagem superficial das terras secas, pois são responsáveis pelo transporte em pulsos, de grande quantidade de sedimentos. Assim, torna-se importante compreender suas diferentes tipologias, e como elas afetam e são afetadas pelas diversas morfologias e dinâmica superficial da paisagem. Também é relevante entender como ocorre a transmissão de matéria e energia nas terras secas, especialmente de sedimentos, considerando o seu papel na propagação de efeitos perturbadores em sistemas fluviais. Neste sentido, o objetivo deste trabalho é analisar o grau de conectividade de sedimentos na Bacia Hidrográfica do Rio Bastiões (BHRB), a partir das diferentes tipologias de rio, considerando o papel das intervenções antrópicas nos estilos fluviais e na conectividade da paisagem. O rio Bastiões está localizado no estado do Ceará e é um dos principais afluentes do rio Jaguaribe, pertencendo ao domínio da bacia Alto Jaguaribe, a maior do estado. Para compreender e estabelecer as tipologias de rios foi utilizada a proposta dos Estilos Fluviais (River Styles) de Brierley e Fryirs (2005), que analisa o caráter e comportamento do rio de forma multiescalar, inter-relacionando as formas e processos para explicar a gênese fluvial. Para avaliar a transmissão de sedimentos, utilizou-se a proposta da conectividade da paisagem de Brierley, Fryirs e Jain (2006). A conectividade é avaliada intra e entre compartimentos na paisagem, em diferentes escalas espaciais, a partir do arranjo e tipos de impedimentos, associados a magnitude dos eventos de precipitação. Foram identificados na BHRB os cinco Estilos Fluviais: Vale Preenchido (EFVP), Vale Confinado com Leito Cascalhento e Arenoso (EFVCLCA), Vale Confinado com Leito Rochoso (EFVCLR), Vale Parcialmente Confinado com Leito Arenoso (EFVPCLA) e Vale Não Confinado com Leito Arenoso (EFVNCLA). Esses estilos apresentam-se com níveis distintos de propensão à conectividade. Acerca da transmissão de sedimentos, foram identificados os seguintes impedimentos relevantes ao fluxo hidrossedimentológico: barragens grandes, canais descontínuos/ausentes, planícies contínuas, planícies descontínuas e zonas urbanas de médio nível de impermeabilização. Concluiu-se que a BHRB pode ser considerada mais propensa à desconectividade dado o tipo e arranjo de impedimentos, ficando apenas 16% da área conectada em eventos de alta magnitude. Tal fato, supõe que além da retenção de sedimentos dentro do sistema ser alta, a propagação de mudanças diante de forças perturbadoras é lenta, caracterizando esse sistema fluvial como resiliente.
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JULIANE BARBOSA SALES DA SILVA BOTELHO
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SOLOS DEGRADADOS PELO CULTIVO DE CANA-DE-AÇÚCAR: USO DE PARÂMETROS BIOLÓGICOS (LIQUENS) E FÍSICOS (RADIAÇÃO) PARA SUA REMEDIAÇÃO
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Orientador : EUGENIA CRISTINA GONCALVES PEREIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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EUGENIA CRISTINA GONCALVES PEREIRA
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JOSÉ ADAILTON LIMA SILVA
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LARISSA MONTEIRO RAFAEL
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MANUELLA VIEIRA BARBOSA NETO
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RODRIGO SANTANA MACEDO
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Data: 17/07/2023
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A expansão das monoculturas do açúcar se fortaleceu em solos arenosos e de baixa aptidão agrícola. O suprimento exógeno de fertilizantes químicos para alavancar a produtividade foi um fator causador de maiores danos aos ecossistemas florestais. Neles são reportadas espécies endêmicas (líquen) que agem no equilíbrio dinâmico do ciclo de nutrientes. Desse modo, objetivo do estudo foi desenhar os mecanismos de ação e capacidade de biorremediação de solos arenosos naturais (área controle) e solos arenosos impactados pelo cultivo da cana-de-açúcar (área de estudo), pelo líquen Cladonia verticillaris exposto ou não a fonte de radiação gama. Amostras do líquen e de seu solo de ocorrência foram coletadas em Mamanguape-PB. Amostras de solos arenosos foram coletadas em terras de uma Usina localizada no litoral norte de Pernambuco. As amostras de ambos os solos obtidas no momento da coleta (tempo zero) foram levadas ao Laboratório de Química Ambiental de Solos. A irradiação do líquen foi realizada no Departamento de Energia Nuclear. Assim, doze tratamentos com cinco réplicas foram desenvolvidos, usando os solos, liquens irradiados ou não e diferentes condições de umidade do solo, simulando período chuvoso e de déficit hídrico. Para determinação da vitalidade do líquen foram quantificados pigmentos fotossintéticos (clorofilas a, b, c, d e totais) e determinação dos danos à estrutura do talo. Foram determinadas as concentrações dos fenóis presentes no talo de C. verticillaris, ácidos fumarprotocetrárico (FUM), protocetrárico (PRO) e atranorina (ATR) aos 30, 60, 90, 120, 150 e 180 dias. Para determinação da biorremediação dos solos foram quantificados os teores dos FUM, PRO e ATR percolados ao substrato aos 30, 60, 90, 120, 150 e 180 dias. Em adição, realizaram-se análises químicas, Espectroscopia por Energia Dispersiva (EDX) do solo no tempo zero e ao final do experimento (180 dias). Os resultados apontaram que os ácidos PRO e FUM estiveram em maiores teores nos tratamentos experimentais submetidos a solos da área controle (T1, T2, T3, T4), independente de simulações de déficit hídrico ou episódios de chuva, em talos irradiados ou não. Os teores de clorofilas a, b, c, d e totais foram superiores nos tratamentos irradiados (T2 e T4) submetidos a solos arenosos da área controle (Mamanguape-PB) e no tratamento não irradiado, simulando episódios de chuva (T7) e submetido a solos arenosos da área de estudo (Goiana-PE). Todavia, se nota que os danos ao talo de C. verticillaris estiveram maiores aos 180 dias nos tratamentos irradiados submetidos a solos arenosos da área controle e a área de estudo. Foi verificado nas análises químicas que a presença do líquen sobreposto a solos arenosos da área controle, independente do tratamento, proporcionou a redução do Al, sobretudo nos tratamentos que simularam episódios de chuva (T3 e T4). Nota-se ainda elevação do pH de 5,1 na amostra controle para 5,5 nos tratamentos T2 e T4. Nos solos impactados pelo cultivo da cana-de-açúcar verifica-se elevação do P nos tratamentos T5 e T7. Pode-se afirmar, ainda, que os solos arenosos da área controle (Mamanguape-PB) apresentaram menor gradiente de comprometimento ambiental que os solos arenosos da área de estudo (Goiana-PE). Tal fato é justificado pelo grave impacto antrópico inferido na atividade metabólica do líquen C. verticillaris inseridos na área de monocultivo da cana-de-açúcar. Dado o exposto, conclui-se que os solos arenosos sob monocultivo da cana-de-açúcar possuem elevado índice de degradação ambiental, pois, os elementos químicos contidos na solubilização de tais substâncias sob intenso uso agrícola (fertilizações químicas) ajudaram a explicar o bloqueio da produção fenólica (PRO e FUM) do líquen estudado e sua percolação ao solo nos tratamentos experimentais (T5, T6, T7 e T8). Desse modo, pode-se afirmar que monocultivo açucareiros no litoral norte de Pernambuco geram danos ambientais em virtude do comportamento verificado por C. verticillaris.
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A expansão das monoculturas do açúcar se fortaleceu em solos arenosos e de baixa aptidão agrícola. O suprimento exógeno de fertilizantes químicos para alavancar a produtividade foi um fator causador de maiores danos aos ecossistemas florestais. Neles são reportadas espécies endêmicas (líquen) que agem no equilíbrio dinâmico do ciclo de nutrientes. Desse modo, objetivo do estudo foi desenhar os mecanismos de ação e capacidade de biorremediação de Neossolos Quartzarênicos naturais (área controle) e solos arenosos impactados pelo cultivo da cana-de-açúcar (área de estudo), pelo líquen Cladonia verticillarisexposto ou não a fonte de radiação gama. Amostras do líquen e de seu solo de ocorrência foram coletadas em Mamanguape-PB. Amostras de solos arenosos foram coletadas em terras de uma Usina localizada no litoral norte de Pernambuco. As amostras de ambos os solos obtidas no momento da coleta (tempo zero) foram levadas ao Laboratório de Química Ambiental de Solos. A irradiação do líquen foi realizada no Departamento de Energia Nuclear. Assim, doze tratamentos com cinco réplicas foram desenvolvidos, usando os solos, liquens irradiados ou não e diferentes condições de umidade do solo, simulando período chuvoso e de déficit hídrico. Para determinação da vitalidade do líquen foram quantificados pigmentos fotossintéticos (clorofilas a,b, c, d e totais) e determinação dos danos à estrutura do talo. Foram determinadas as concentrações dos fenóis presentes no talo de C. verticillaris, ácidos fumarprotocetrárico (FUM), protocetrárico (PRO) e atranorina (ATR) aos 30, 60, 90, 120, 150 e 180 dias. Para determinação da biorremediação dos solos foram quantificados os teores dos FUM, PRO e ATR percolados ao substrato aos 30, 60, 90, 120, 150 e 180 dias. Em adição, realizaram-se análises químicas, Espectroscopia por Energia Dispersiva (EDX) e teores de matéria orgânica do solo no tempo zero e ao final do experimento (180 dias). Os resultados preliminares apontaram para teores de clorofilas a, b, c, d e totais superiores nos tratamentos irradiados (T2 e T4) e no tratamento simulando episódios de chuva (T6). Todavia, se nota que os danos ao talo de C. verticillaris também estiveram maiores aos 180 dias nos tratamentos irradiados. A produção do FUM, PRO e ATR no talo liquênico durante o período experimental apresentou os maiores teores no tratamento T4. Houve percolação ao solo destes ácidos durante todo período experimental. Maiores teores aos 180 dias de experimento foram registrados nos tratamentos T2, T3 e T4 para o FUM e PRO, e nos tratamentos T1 e T3 para ATR. Foi verificado nas análises químicas que a presença do líquen sobreposto a Neossolos Quartzarênicos, independente do tratamento, proporcionou a redução do Al nos tratamentos quesimularam episódios de chuva (T3 e T4). Nota-se ainda elevação do pH de 5,1 na amostra controle para 5,5 nos tratamentos T2 e T4. Nos solos impactados pelo cultivo da cana-de-açúcar verifica-se elevação do P nos tratamentos T5 e T6. Conclui-se, preliminarmente, que a utilização de C. verticillaris proporcionou modificação química em Neossolos Quartzarênicos reduzindo a toxidade do Al e nos solos arenosos cultivas com cana-de-açúcar elevando o P.
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LUCIANO GUIMARÃES DE ANDRADE
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PROJETO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO CARIRI, SERIDÓ E CURIMATAÚ (PROCASE): UMA ANÁLISE A PARTIR DO MUNICÍPIO DE CABACEIRAS/PB
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Orientador : CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
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MEMBROS DA BANCA :
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EDJANE OLIVEIRA DE LUCENA
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CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL
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CARLOS ROBERTO CRUZ UBIRAJARA
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JOÃO DAMASCENO
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PRISCILA BATISTA VASCONCELOS
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Data: 31/07/2023
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A política de desenvolvimento rural no Brasil, nos últimos anos, esteve associada a um conjunto de ações empreendidas em parceria entre organizações da sociedade civil, órgãos governamentais e de cooperação internacional. Essa nova agenda pavimenta, a emergência de um novo debate acerca dos graves problemas socioeconômicos e de vulnerabilidade ambiental no Brasil, especialmente na Região Semiárida. Essas medidas proporcionaram a implementação de estratégias e iniciativas que imprimem uma nova racionalidade, cujo olhar da política de combate à seca é reconfigurado, abrindo espaço para a introdução de um novo paradigma: a convivência com o Semiárido. Seguindo esta orientação, o Governo do Estado da Paraíba, com o apoio do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) através do Projeto de Desenvolvimento Sustentável do Cariri, Seridó e Curimataú (PROCASE) tem promovido ações em 56 municípios do Semiárido paraibano, e visa fortalecer a agricultura familiar e contribuir para o desenvolvimento rural sustentável. Diante do exposto, este trabalho, tem por objetivo compreender as bases e princípios do PROCASE e seus efeitos no recorte territorial do Cariri paraibano, com ênfase, no município de Cabaceiras/PB. A revisão bibliográfica permitiu refletir sobre os pressupostos teóricos do desenvolvimento territorial, e do paradigma da conivência com o Semiárido. A consulta aos arquivos institucionais deu evidencia a institucionalidade do PROCASE. Além disto, utilizou-se de outros procedimentos, como: pesquisa de campo, entrevistas e mapeamento. Os resultados demonstram que esse novo debate congrega novos conhecimentos e tecnologias sociais em diálogo com as experiências históricas das famílias afetadas pela estiagem para que possam conviver na região e suprir os baixos índices socioeconômicos, característicos do Semiárido brasileiro. Uma nova perspectiva revela-se como um novo paradigma que se incorpora ao campo do desenvolvimento territorial rural e tem como objetivo combater a pobreza rural, com preservação ambiental e participação das comunidades no desenvolvimento de projetos. Tais ações incluem caprino-ovinocultura, fruticultura, agroindústrias, artesanato, pequenas indústrias de beneficiamento de minério e outras atividades relativas às novas ruralidades que serão firmadas a partir das dinâmicas locais.
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A politica de desenvolvimento rural no Brasil, nos últimos anos, esteve associada a um conjunto de ações empreendidas em parceria entre organizações da sociedade civil, órgãos governamentais e de cooperação internacional. Essa nova agenda pavimenta, a emergência de um novo debate acerca dos graves problemas socioeconômicos e de vulnerabilidade ambiental no Brasil, especialmente na Região Semiárida. Essas medidas proporcionaram a implementação de estratégias e iniciativas que imprimem uma nova racionalidade, cujo olhar da politica de combate à seca é reconfigurado, abrindo espaço para a introdução de um novo paradigma: a convivência com o Semiárido. Seguindo esta orientação, o Governo do Estado da Paraíba, com o apoio do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) através do Projeto de Desenvolvimento Sustentável do Cariri, Seridó e Curimataú (PROCASE) tem promovido ações em 56 municípios do Semiárido paraibano, e visa fortalecer a agricultura familiar e contribuir para odesenvolvimento rural sustentável. Diante do exposto, este trabalho buscou identificar asiniciativas implementadas pelo PROCASE no Semiárido paraibano, com ênfase, no município de Cabaceiras/PB. O Objetivo é analisar a dimensão de suas ações e seus reflexos para a população sob o aspecto socioeconômico e ambiental. A revisão bibliográfica permitiu refletir sobre os pressupostos teóricos do desenvolvimento territorial, e do paradigma da conivência com o Semiárido. Além disto, a entrevista com agricultores, artesãos, técnicos e gestores compõem a base material utilizada para a construção desta pesquisa. Os resultados demonstram que esse novo debate congrega novos conhecimentos e tecnologias sociais em diálogo com as experiências históricas das famílias afetadas pela estiagem para que possam conviver na região e suprir os baixos índices socioeconômicos, característicos do Semiárido brasileiro. Uma nova perspectiva revela-se como um novo paradigma que se incorpora ao campo do desenvolvimento territorial rural e tem como objetivo combater a pobreza rural, com preservação ambiental e participação das comunidades no desenvolvimento de projetos. Tais ações incluem caprino-ovinocultura, fruticultura, agroindústrias, artesanato, pequenas indústrias de beneficiamento de minério e outras atividades relativas às novas ruralidades que serão firmadas a partir das dinâmicas locais.
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CLAUDIO ROBERTO FARIAS PASSOS
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TERRITORIALIDADES VIOLENTAS NA CIDADE DE RECIFE NO PERÍODO DE 1990-2023 E SEUS “TRUNFOS” ECONÔMICOS, POLÍTICOS E ÉTNICO-RACIAIS
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Orientador : ALCINDO JOSE DE SA
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MEMBROS DA BANCA :
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ALCINDO JOSE DE SA
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PRISCILA BATISTA VASCONCELOS
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JOSE MARCELO MARQUES FERREIRA FILHO
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MATEUS FERREIRA SANTOS
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RAIMUNDO FERREIRA DE ARRUDA
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Data: 28/08/2023
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A pesquisa apresenta reflexão sobre o regime escravocrata, adotado no Brasil colônia. O modelo adotado pelo colonizador perdurou por mais de três séculos produzindo fluxos e fixos socioespaciais até o fim da escravidão em 1888, todavia, deixou como herança para a população negra, o racismo que a violenta e a subjuga como classe social. A abolição da escravidão, no Brasil, ocorreu principalmente pelam intervenção da Inglaterra, contrariando os interesses da elite política e agrária local, que em seguida marginalizou os negros. Pessoas que desde então sofrem discriminação, sendo classificadas como subclasse, ralé, e sujeitos perigosos. A discriminação foi ratificada ao longo da história recente produzindo o chamado racismo estrutural, que exclui, aprisiona e condena de morte pessoas negras. A metodologia utilizada no texto é quali e quantitativa, as referências tem base em estudos geográficos, históricos, sociais e filosóficos. Os resultados da pesquisa confirmam a estrutura racista que encarcera e exclui os negros; também apresenta conjunto de políticas públicas como solução para desconstrução do racismo estrutural no país.
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Viemos há seis anos lendo e ouvindo diversos argumentos sobre os consideráveis números da criminalidade, causadora de medo, que acomete o Brasil. Tanto as capitais quanto as cidades interioranas têm índices elevados de roubos e mortes violentas intencionais, as gestões elaboraram planos, ações isoladas, sem coordenação regional ou nacional. As capitais que, teoricamente, dispõem de consideráveis recursos humanos e materiais não tem tido sucesso, contínuo, em iniciativas sociais ou policiais que diminuam as investidas criminosas que levam medo e morte a seus citadinos. Em Pernambuco, foi significativo o número de CVLI – Crimes Violentos Letais Intencionais na última década, com 41.929 vítimas seguindo a tendência de criminalidade nacional; em Recife ocorreram 6.488 casos, sua RMR registrou 12.250 assassinatos. Atenção em outro dado, a faixa etária das vítimas, homens e mulheres com idade variando entre 18 e 30 anos. As ocorrências são classificadas como crimes de proximidade, quando as vítimas conhecem seu agressor; latrocínios, quando o agressor rouba o pertence e em seguida assassina a vítima e acerto de contas por compra de droga. O Recife e seus bairros são suporte material, campo de estudo a ser compreendido, compõem Espaço Geográfico. Esse, conceito “mestre e categoria chave”, e o Território (materialidade), onde práticas sociais ocorrem (Santos, 2012); são duas categorias chaves que dão forma a “constelação geográfica de conceitos” segundo Haesbaert (2014 e 2010). Partindo de tal pressuposto a tese terá objetivo geral de compreender quais condicionantes históricas e espaciais são responsáveis pelo medo e sensação de impunidade, culpadas em parte por mais violência, que acomete o Recife e sua RMR (Grande Recife). Para se atingir tal desejo, terá como fulcro os objetivos específicos: apresentar o espaço como suporte e lugar de materialização das categorias geográficas que exibem o cotidiano de medo e violência; conhecer o modelo de política pública que fomentou a conjuntura de segurança nacional e local; identificar as condicionantes históricas da formação social do Brasil e sua repercussão no contexto pernambucano; discutir como os papeis raciais e de gêneros se relacionam ao tempo presente de medo e insegurança em Recife e sua RMR.
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JUDSON JORGE DA SILVA
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DA CONDIÇÃO DE PERIFERIA NA PERIFERIA DO CAPITAL À INCORPORAÇÃO NA LÓGICA DAS POLÍTICAS HEGEMÔNICAS PARA O TERRITÓRIO: ANÁLISE DAS ESTRATÉGIAS DE ATRAÇÃO DE MEGAPROJETOS DE MINERAÇÃO PARA O ESTADO DO PIAUÍ
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Orientador : CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
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MEMBROS DA BANCA :
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ALEIDA AZAMAR ALONSO
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CARLOS RERISSON ROCHA DA COSTA
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CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
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LUCAS ZENHA ANTONINO
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RICARDO JUNIOR DE ASSIS FERNANDES GONÇALVES
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Data: 28/08/2023
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Nas duas primeiras décadas do século XXI, o estado do Piauí passou a se constituir, de modo dinâmico, como um novo lócus de investimento do capital internacional, a partir da instalação dos chamados grandes projetos de desenvolvimento. Destacam-se entre estes grandes projetos as atividades de mineração que, pouco a pouco, materializam o território piauiense como área de ajuste, com ênfase em minérios metálicos de alta demanda global como ferro, níquel, cobalto, vanádio e titânio. Para a efetivação desse modelo ganha centralidade o planejamento econômico voltado para a conversão da natureza do Piauí em ativos econômicos, apresentados no formato de carteira de projetos para atrair investidores. São definidos projetos prioritários, que possuem entre si uma conexão de complementaridade, a exemplo da mineração, do setor energético e do setor de transporte, em especial a ferrovia Transnordestina, que juntos compõem uma espécie de tríade do ordenamento territorial moderno no Piauí. Concomitante à adoção de estratégias de atração de investimentos, que inclui desde incentivos fiscais, passando também pela construção de uma imagem positiva do estado para o mercado, associado a melhorias de índices como o IDHM, o Piauí passa a se configurar como uma área de expansão da fronteira mineral brasileira. Esse processo ocasiona uma série de conflitos, pois as pesquisas minerais e os licenciamentos ambientais avançam silenciosamente sobre o território de povos e comunidades tradicionais e, quando se tornam públicos, já se encontra em fase avançada junto a ANM e com processo de licenciamento ambiental iniciado na SEMARH-PI. Diante desse cenário, buscou-se analisar as estratégias de planejamento governamental voltadas para atração dos grandes projetos de mineração, dentre as quais se destacam a elaboração de documentos técnicos, o estabelecimento de incentivos a setores complementares como o de energia e transporte, além do empenho para se mudar a imagem de pobreza associada a esse Estado. Ao final, busca-se por meio de uma “contra cartografia” desvelar o avanço silencioso dos projetos de mineração sobre a natureza e territórios tradicionais e camponeses no Piauí e compreender os processos de resistência dos grupos ameaçados pela chegada dos grandes projetos de mineração. A pesquisa aponta que as políticas de desenvolvimento em curso no Piauí, que visam à modernização da economia local a partir da produção de commodities e que são amplamente patrocinadas pelo Estado, reforçam a condição do Piauí como uma periferia na periferia do capital.
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Nas duas primeiras décadas do século XXI, o estado do Piauí passou a se constituir, de modo dinâmico, como um novo lócus de investimento do capital internacional, a partir da instalação dos chamados grandes projetos de desenvolvimento. Destacam-se entre estes grandes projetos as atividades de mineração que, pouco a pouco, materializam o território piauiense como área de ajuste, com ênfase em minérios metálicos de alta demanda global como ferro, níquel, cobalto, vanádio, titânio, entre outros. Para a efetivação desse modelo ganha centralidade o planejamento econômico voltado para a conversão da natureza do Piauí em ativos econômicos, apresentados no formato de carteira de projetos para atrair investidores. São definidos projetos prioritários, que possuem entre si uma conexão de complementaridade, a exemplo da mineração, do setor energético e do setor de transporte, em especial a ferrovia Transnordestina, que jutos compõem uma espécie de tríade do ordenamento territorial moderno no Piauí. Concomitante a adoção de estratégias de atração de investimentos, que inclui desde incentivos fiscais, passando também pela construção de uma imagem positiva do estado para o mercado, associado a melhorias de índices como o IDHM, o Piauí passa a se configurar como uma área de expansão da fronteira mineral brasileira. Esse processo ocasiona uma série de conflitos, pois as pesquisas minerais e os licenciamentos ambientais avançam silenciosamente sobre o território de povos e comunidades tradicionais e, quando se tornam públicos já se encontra em fase avançada junto a ANM e com processo de licenciamento ambiental iniciado na SEMAR-PI. Diante desse cenário, buscou-se analisar as estratégias de planejamento governamental voltadas para atração dos grandes projetos de mineração, dentre as quais se destacam a elaboração de documentos técnicos, o estabelecimento de incentivos a setores complementares como o de energia e transporte, além do empenho para se mudar a imagem de pobreza associada a esse Estado. Ao final, busca-se por meio de uma “contra cartografia” desvelar o avanço silencioso dos projetos de mineração sobre a natureza e territórios tradicionais e camponeses no Piauí e compreender os processos de resistência dos grupos ameaçados pela chegada dos grandes projetos de mineração. A pesquisa aponta que as políticas de desenvolvimento em curso no Piauí, que visam à modernização da economia local a partir da produção de commodities e que são amplamente patrocinadas pelo Estado, reforçam a condição do Piauí como uma periferia na periferia do capital.
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MARIA ROSANA DA COSTA OLIVEIRA
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ECONOMIAS SOLIDÁRIAS E TERRITORIAIS (EST) PARA A AUTONOMIA CAMPONESA: UMA ANÁLISE SOBRE A ASSOCIAÇÃO DOS PRODUTORES AGROECOLÓGICOS (APA) BUDEGA DO POVO – VIÇOSA – CE – BRASIL E A COOPERATIVA MULTIATIVA PARA O DESENVOLVIMENTO DO MADALENA MÉDIO (COOMULDEMM) – YONDÓ – COLÔMBIA
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Orientador : CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
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MEMBROS DA BANCA :
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HELLEN CHARLOT CRISTANCHO GARRIDO
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CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
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JORGE RAMÓN MONTENEGRO GÓMEZ
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JOSEFA DE LISBOA SANTOS
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MONICA COX DE BRITTO PEREIRA
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Data: 29/08/2023
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Esta tese tem como objetivo principal compreender a importância das Economias Solidárias e Territoriais (EST) para o fortalecimento das autonomias camponesas. Para isso, analisamos duas experiências norteadas pelos princípios da Economia Solidária, a Associação dos Produtores Agroecológicos (APA) Budega do Povo localizada em Viçosa do Ceará, Mesorregião do Noroeste Cearense do Brasil e a Cooperativa Multiactiva do Magdalena Médio (Coomuldemm) situada na zona rural do município de Yondó, Departamento de Antióquia, Noroeste da Colômbia. Apesar de estarem em países distintos, ambas enfrentam problemáticas comuns como a desigualdade social e a concentração de terras. Diante dessas, tecem economias alternativas desde os territórios como estratégia de fortalecimento econômico, social e político. Busca-se não reduzir o território a uma pequena dimensão, pelo contrário, reconhece-se que este possui multidimensionalidade onde cada aspecto, econômico, cultural, social, econômico e político é interdependente e pode contribuir para o fortalecimento das autonomias. Autonomias, entendidas enquanto lógica processual, de construção e exercício de poder coletivo (MODONESI, 2011). Ao longo da pesquisa pluralizamos o conceito de Economia Solidária, entendendo-a como múltipla, construídas nos e a partir dos territórios. No espaço agrário, o campesinato é quem melhor representaria as EST, pois ao longo da sua história de existência e r-existência (PORTO GONÇALVES, 2006) baseia-se na solidariedade e na cooperação. Articulada a uma rede estadual de comercialização solidária denominada ‘Rede Bodega’, a Budega do Povo foi criada em 2004 por camponeses e camponesas da zona rural de Viçosa e Tianguá que buscavam ter o controle não só do processo produtivo, mas também da distribuição e da comercialização das suas mercadorias. Desde 2004, produzem em quintais produtivos mais de 78 itens para comercialização. Em meio ao território do agronegócio da fruticultura e floricultura presente na região da Ibiapaba, a Budega do Povo resiste através das práticas econômicas, culturais e políticas alternativas ao modelo agroquímico exportador. A Cooperativa Multiactiva do Magdalena Médio (COOMULDEMM) situada na zona rural do município de Yondó na Colômbia é uma das cooperativas ligadas a ECOMUM- Economias Sociais do Comum. Criada em 2017 no contexto de Acordo de Paz entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), se orienta para estimular projetos em Economia Solidária principalmente nos territórios mais atingidos pela guerra. Mesmo diante dos enormes desafios, principalmente a não implementação da Reforma Rural Integral e a insegurança, os/as firmantes continuam a trabalhar coletivamente nos projetos produtivos fomentados pela COOMULDEMM, entre as atividades desenvolvidas, destacamos a piscicultura, o plantio de cacau e a venda de carne e queijo de búfalo. Em relação a metodologia da pesquisa, ao longo de toda a sua construção, realizamos leituras, coletas de dados, trabalhos de campo e entrevistas. Compreendemos que ambas as experiencias – APA Budega do Povo e COOMULDEMM - estão em territórios inseridos na periferia do sistema-mundo e exemplificam históricos de resistências coletivas as problemáticas enfrentadas, dentre elas, a desigualdade social e a concentração de terras. Frente a estas, persistem criativamente em associação e cooperativa.
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Esta tese tem como objetivo compreender a importância das Economias Solidárias e Territoriais (EST) para o fortalecimento das autonomias camponesas. Neste sentido, propomos um diálogo entre as experiências da Associação dos Produtores Agroecológicos (APA) Budega do Povo localizada no município de Viçosa no estado do Ceará, Nordeste do Brasil e a Cooperativa Multiactiva do Magdalena Médio (Coomuldemm) situada no município de Yondó, departamento de Antioquia na Colômbia. Ao longo da pesquisa pluralizamos o conceito de Economia Solidária, entendendo-a como múltipla, pois são construídas desde abaixo, nos e a partir dos territórios. O território seria deste modo categoria central para entendermos estas economias. Busca-se desvincular a discussão da Economia Solidária de uma perspectiva puramente institucional e de uma análise que a situa desde uma visão eurocêntrica e urbana. O conceito de autonomia discutido baseia-se em Castoriadis (2012) que distingue a autonomia individual puramente liberal da autonomia comunitária aqui defendida. No espaço agrário, o campesinato é quem melhor representaria estas economias pois ao longo da sua história de existência e r-existência (PORTO GONÇALVES,2009) baseia-se na solidariedade e na cooperação. Compreendemos, deste modo, as experiências Budega do Povo e Coomuldemm cada uma com suas especificidades socioterritoriais, construções coletivas de solidariedade e resistência territorial. Localizada no Município de Viçosa, região oeste do estado do Ceará, a Budega do Povo está inserida em uma rede de comercialização solidária denominada ‘Rede Budegas’. Desde 2004, 30 famílias produzem em quintais agroecológicos uma pluralidade de alimentos (arroz, feijão, café, ovos, macaxeira, jerimum, ervas medicinais, temperos, geléias, outros) e os comercializam em diversas territorialidades (ponto fixo, em feiras, eventos, outros). São contraespaços em meio ao Agronegócio da fruticultura e floricultura presentes no Planalto da Ibiapaba. A Cooperativa Multiactiva do Magdalena Médio (Coomuldemm) situada em uma zona rural do município de Yondó na Colômbia, é uma das cooperativas ligadas a ECOMUM-Economias Sociais do Comum criada após o ‘acordo de paz’ firmado em novembro de 2016 entre governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). Cooperativas em Economia Social e Solidária (ESS) foram estabelecidas pelos/pelas ex-combatentes como uma das alternativas de reincorporação no período pós-conflito. Busca-se não somente incorporação econômica, mas também a construção de territórios de vida. Participamos do processo de construção da COOMULDEMM e apreendemos os desafios da reincorporação, principalmente pelo incumprimento do Estado, que não destina as familias a propriedade da terra e estes aguardam vulneráveis socialmente, territorialmente e economicamente as verdadeiras mudanças estruturais no país. Apesar dos enormes desafios, continuam a trabalhar coletivamente nos projetos produtivos desenhados pela cooperativa, como a piscicultura, o plantio de cacau e a venda de carne e queijo de búfalo. Continuam a resistir e a reivindicar outro campo colombiano, onde a terra e o território sejam direitos. Como método de pesquisa, propomos um diálogo frutífero entre o método marxista e a decolonialidade, com o objetivo de fortalecer a análise espacial da América Latina a partir dos seus territórios. Sobre a metodologia, realizamos pesquisa bibliográfica e documental, trabalhos de campo e entrevistas.
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ELIDIANE DA SILVA AMANCIO
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REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE NATUREZA E O TURISMO: TRANSFORMAÇÕES DA PAISAGEM NA ILHA DE FERNANDO DE NORONHA-PE, BRASIL.
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Orientador : MARIA FERNANDA ABRANTES TORRES
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MEMBROS DA BANCA :
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MARIA FERNANDA ABRANTES TORRES
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ANAILZA CRISTINA GALDINO DA SILVA
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FATIMA VERONICA PEREIRA VILA NOVA
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IWELTON MADSON CELESTINO PEREIRA
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LUCAS ANTONIO VIANA BOTELHO
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Data: 30/08/2023
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Os ambientes insulares constituem espaços dotados de singularidades em relação aos aspectos físicos, expressos na paisagem, e em relação aos aspectos sociais. A modificação das paisagens através de distintas temporalidades implica na transformação do espaço e do lugar, onde o indivíduo e a coletividade desenvolvem suas experiências, e ancorados nestas, constroem espaços, identidades e representações sociais. Por esse ângulo, buscou-se estudar as representações sociais de natureza da ilha de Fernando de Noronha – PE, Brasil. A abordagem utilizada para o inquérito das transformações ambientais foi desenvolvida em diálogo com a Teoria das Representações Sociais- TRS, oferecendo suporte para o inquérito da paisagem como campo de visibilidade e significação social e cultural onde inserem-se as experiências do mundo vivido. Verifica-se uma dualidade de percepções e valores que aludem tanto ao sentido paradisíaco dos ambientes insulares quanto ao sentido mercadológico de “lugar de consumo”, tais percepções estão expressas e materializadas nas paisagens e nas atitudes cotidianas dos ilhéus e visitantes. O choque entre a dualidade de sentidos e percepções estão expressas na comercialização e no consumo do ambiente insular e ocasionam impactos ambientais.
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Os ambientes insulares constituem espaços dotados de singularidades em relação aos aspectos físicos, expressos na paisagem, e em relação aos aspectos sociais. A modificação das paisagens através de distintas temporalidades implica na transformação do espaço e do mundo vivido, onde o indivíduo e a coletividade desenvolvem suas experiências, e ancorados nestas, constroem espaços, identidades e representações sociais. Por esse ângulo, buscou-se estudar as representações sociais de natureza pertencentes aos ilhéus e à população flutuante, turistas e trabalhadores temporários da ilha de Fernando de Noronha – PE. A abordagem utilizada para o inquérito das transformações ambientais foi desenvolvida em diálogo com a Teoria das Representações Sociais-TRS, oferecendo suporte para o inquérito da paisagem como campo de visibilidade e significação social e cultural onde inserem-se as experiências do mundo vivido. Verifica-se uma dualidade de percepções e valores que aludem tanto ao sentido paradisíaco dos ambiente insulares quanto ao sentido mercadológico de “lugar de consumo”, tais percepções estão expressas e materializadas nas paisagens e nas atitudes cotidianas dos ilhéus e visitantes. O choque entre a dualidade de sentidos e percepções estão expressas na comercialização e no consumo do ambiente insular e ocasionam impactos ambientais.
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PAULO CÉSAR DE OLIVEIRA
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A PAISAGEM DA GEOGRAFIA DA VIOLÊNCIA E DO MEDO NOS BAIRROS DA COHAB E IBURA – RECIFE, PE
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Orientador : ALCINDO JOSE DE SA
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MEMBROS DA BANCA :
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ALCINDO JOSE DE SA
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ANA REGINA MARINHO DANTAS BARBOZA DA ROCHA SERAFIM
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GEVSON SILVA ANDRADE
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LUCAS ANTONIO VIANA BOTELHO
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MATEUS FERREIRA SANTOS
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Data: 31/08/2023
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Partindo da observação sobre o medo urbano e a crescente fortificação dos espaços residenciais instrumentalizados por aparatos de segurança, e suas possíveis consequências na paisagem e na dinâmica interna dos bairros, a presente pesquisa qualitativa na área de Geografia, aborda o fenômeno da violência e do medo urbano nas grandes metrópoles brasileiras, com foco no Bairro da Cohab-Ibura, em Recife - PE. Outra problemática recorrente ao debate foi como os elementos da paisagem poderiam desmistificar ou ampliar o estigma de que áreas pobres abrigariam exclusivamente condicionantes da violência. O problema central do estudo é analisar como a dinâmica intraurbana pode manifestar o fenômeno da violência e do medo nesse território de baixa renda. A pesquisa é fundamentada em autores como Bauman (2009), Pedrazzini (2006), Wacquant (2005; 2011), Newman (1973), Souza (2006), Sposito e Góes (2013) e Sá (2009). O objetivo geral é identificar o processo de estabelecimento da Geografia da violência e do Medo – GVM, por meio da análise dos aparatos de segurança na paisagem dos bairros da Cohab-Ibura, em Recife-PE. Os procedimentos metodológicos foram a revisão da literatura, registros fotográficos, visitas exploratórias, entrevistas semi-estruturadas, aplicação de questionários e análise de dados, com base em categorias geográficas de análise: a paisagem e as territorialidade aplicadas a noção de Geografia do Medo e da Violência (GMV). Os resultados revelaram a presença de fortes contrastes socioespaciais, com tendências arquitetônicas individualistas e menos engajadas de convívio, mas também apontou a possibilidade de resgatar o diálogo e a coesão social para integrar esforços contra a violência. A pesquisa também destacou que a busca por ambientes mais seguros na periferia resultou na criação de peculiaridades intraurbanas, como o surgimento de espaços fragmentados, produzindo fachadas com aparência de pequenas fortalezas, que tendem a alimentar uma sensação de insegurança generalizada e a diminuição do contato físico. Conclui-se que é preciso superar abordagens simplistas sobre as implicações da violência urbana, dando visibilidade a questões graves, como os meios de reverter o isolamento voluntário e à desistência do convívio social. A abordagem socioespacial da Geografia do Medo e da Violência (GMV) com seus procedimentos mistos de investigação se mostrou promissor para compreendermos a relação entre a materialidade urbana e o medo. A pesquisa propõe uma análise mais profunda das causas do isolamento voluntário e a necessidade de novas reflexões acerca do enfrentamento da violência urbana, superando alternativas imediatistas de trancafiar os lares.
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Atualmente a insegurança urbana materializada através de fortificações residenciais, provoca a presente reflexão proposta em nossa tese, que visa abordar como a produção dos imaginários da geografia do medo e da violência – GMV em áreas com moradias carentes, tendem a reforçar processos de fragmentação por meio de estigmas do temor da violência. Acreditamos que a associação da insegurança, enquanto parte da identidade das comunidades, provoca ainda mais a evitação e o isolamento. Metodologicamente, utilizamos procedimentos da semiose peirciana para ampliar a compreensão das paisagens que compõem a GVM. Assim, o processo de semiose pela estruturação sígnica (verbal e não-verbal), aquiarticulada (símbolo, signo e ícone) junto ao contexto da geografia do medo e da violência, nos auxiliou a desvendar os significados socio-simbólicos do espaço urbano. Assim, aprofundando análises críticas ajustadas a realidade dos bairros. Portanto, o presente estudo nos permitiu comprovar que o desenvolvimento da paisagem da GMV reforça a situação histórica de desassistência em comunidades carentes, refletindo nas paisagens (segurança, insegurança e fragmentação) elementos de natureza segregatória no Brasil e, também comuns a toda América Latina. Também, percebemos o quanto setores da segurança particular e a especulação imobiliária podem se beneficiar lucrativamente em detrimento de uma sociedade cada vez mais assustada.
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