PPGMedtrop-CCM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL - CCM CENTRO DE CIENCIAS MEDICAS - CCM Telefone/Ramal: Não informado

Banca de DEFESA: REGINA COELI FERREIRA RAMOS

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: REGINA COELI FERREIRA RAMOS
DATA : 28/02/2024
HORA: 08:00
LOCAL: Sala de Aula do PPGMEDTROP
TÍTULO:

COORTE CLÍNICA DE CRIANÇAS COM MICROCEFALIA ASSOCIADA À SÍNDROME DO ZIKA CONGÊNITA EM PERNAMBUCO


PALAVRAS-CHAVES:

CRIANÇA-SINDROME CONGENITA DO ZIKA-TORCHS- ZIKA VIRUS


PÁGINAS: 140
RESUMO:

A infecção pelo Zika vírus (ZIKV) representou um importante problema de saúde global, entre os anos de 2015 e 2017 (DE OLIVEIRA et al., 2017), principalmente nos anos de 2015 e 2016, considerado este, o período de maior número de crianças nascidas com microcefalia no Brasil, principalmente na região Nordeste (MOORE et al., 2017; MOREIRA-SOTO et al., 2018), região que apresentou a maior concentração de casos nesse período (BRASIL, 2023). Contudo, poucos estudos têm por objeto a descrição das repercussões clínicas nas crianças com SCZ, principalmente relacionados à funcionalidade e à incapacidade, além das possíveis complicações que possam surgir a longo prazo (FERREIRA et al., 2018; SCHIARITI et al., 2018). O presente estudo, avaliou as crianças nascidas no pico da epidemia, 2015-2017 ao longo dos primeiros cinco anos de vida (60 meses) e as suas principais características fenotípicas e suas complicações ao longo desse período. É necessário um melhor conhecimento dos aspectos relativos aos fatores individuais comportamentais e agravamentos, pelas crianças com SCZ que já atingiram a idade pré-escolar e que continuarão a crescer, para a contribuição na elaboração da estruturação de diretrizes de atenção à saúde e à educação para essa população e intervenção precoce a essas crianças. Para este estudo foi utilizado medidas repetidas de PC, peso e comprimento de acordo com o protocolo de rotina adotado, além de exames de imagens cerebrais quando indicadas. Para comparar a diferença média do escore-Z entre os grupos ao longo do tempo, usamos regressão de interceptação aleatória de efeitos mistos. A análise estatística foi realizada com o programa STATA SE 14.2 (College Station, TX, EUA) (STATACORP, [s.d.]). O objetivo desse estudo foi o de caracterizar as manifestações clínicas e complicações dos casos de microcefalia associada à infecção pelo ZIKV nos primeiros anos de vida, fornecendo uma visão mais abrangente das implicações a longo prazo dessa síndrome. Este estudo avaliou estas crianças como um todo, formando um quadro geral a partir do enfoque das diferentes especialidades. Foram avaliadas 181 com diagnóstico de SCZ.  Destas 181 crianças, 43,1% (78) eram do sexo masculino e a maioria (77,2%) nasceu a termo (>37 semanas de IG). A mediana de peso ao nascer das 181 crianças foi 2700g sendo 64,8% classificados como PIG. Em relação ao PC do nascimento, 37 de 166 crianças (22,3%) foram classificados como não microcefálicos, 48,8% como microcefalia grave e 15 crianças não tinham informações sobre o PC ao nascimento. As características fenotípicas mais encontradas nas crianças com SCZ foram desproporção craniofacial em 54,1%, artrogripose (distal e/ou geral) em 35,9% e protuberância occipital exacerbada em 35,5%. A mediana de idade na primeira avaliação foi 4,9 meses. Em relação a presença de disfagia, 151 crianças do total de 181 foram avaliadas e a destas, 33,1% apresentavam disfagia já na primeira avaliação. A mediana de idade das crianças no momento da avaliação para disfagia foi 28,2 meses. Em relação a alteração audiológica apenas 9,7%, de um total de 93 crianças avaliadas apresentaram alterações, na primeira avaliação, com mediana de idade de 30 meses. Para avaliação oftalmológica, foi realizado RETCAN e/ou fundoscopia. Foi observado que 30,4% das crianças apresentavam alteração de retina seguido de 28,5% com alteração do nervo óptico ao longo do acompanhamento.Este é um dos poucos estudos que avaliou e acompanhou crianças com microcefalia associada à Zika dentro dos primeiros 5 anos de vida. Neste estudo, acompanhamos 181 crianças com microcefalia da Coorte Pediátrica do MERG, sendo 48,8% classificadas como microcefalia grave ao nascimento. Este estudo destaca a complexidade da Síndrome Congênita do Zika (SZC). sendo um dos poucos estudos que avaliou e acompanhou crianças com microcefalia associada à Zika dentro dos primeiros 5 anos de vida. Evidenciou que a microcefalia pós-natal ocorre principalmente em crianças que já apresentaram sinais de danos cerebrais graves ao nascer e que crianças as crianças que desenvolvem microcefalia pós-natal apresentam variabilidade no desenvolvimento de peso e altura que não configuram padrões únicos e específicos.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - MARIA ELISABETH LOPES MOREIRA
Interna - 1134481 - LIBIA CRISTINA ROCHA VILELA MOURA
Interno - 2293969 - PAULO SERGIO RAMOS DE ARAUJO
Externo ao Programa - 2131239 - PEDRO ISRAEL CABRAL DE LIRA - nullPresidente - 2036711 - REGINALDO GONCALVES DE LIMA NETO
Notícia cadastrada em: 15/02/2024 20:47
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