PPGMedtrop-CCM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL - CCM CENTRO DE CIENCIAS MEDICAS - CCM Telefone/Ramal: Não informado

Banca de DEFESA: ERICA MARIA DE OLIVEIRA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ERICA MARIA DE OLIVEIRA
DATA : 15/12/2023
HORA: 13:00
LOCAL: Sala Professor Murillo La Greca (CCS-UFPE)
TÍTULO:

Investigação molecular da variabilidade de genes de resistência aos carbapenêmicos e da relação clonal de isolados clínicos da ordem Enterobacterales multi-droga resistentes provenientes de colonização e infecção de um hospital de Recife-PE.


PALAVRAS-CHAVES:

Enterobacterales; clones bacterianos; KPC; NDM.


PÁGINAS: 140
RESUMO:

(A atualizar)
Espécies da ordem Enterobacterales como Klebsiella spp., Escherichia coli, Proteus mirabilis
e Serratia marscences, entre outros agentes de IRAS, vêm ganhando destaque devido à
presença de diferentes variantes de genes de resistência aos carbapenêmicos, que podem ser
facilmente disseminadas no ambiente hospitalar por meios de clones bacterianos. Portanto, o
objetivo deste estudo foi investigar e comparar a ocorrência e mutações de genes de
carbapenemases, bem como a variabilidade genética e relação clonal de isolados clínicos de
diferentes espécies da ordem Enterobacterales multidroga resistentes provenientes de
colonização e sítios de infecção em pacientes de um hospital público em Recife/PE, no
período de junho a dezembro de 2019. O estudo foi realizado em três etapas: A 1ª etapa
compreendeu na coleta de isolados de Enterobacterales resistentes aos carbapenêmicos,
seguido da análise do perfil de resistência dos isolados, extração de DNA genômico,
identificação dos genes de resistência aos carbapenêmicos por PCR e determinação da relação
clonal por ERIC-PCR. Na 2ª etapa foi realizada uma seleção isolados bacterianos (sem
relação clonal pela ERIC-PCR e com a presença concomitante dos genes blaKPC e blaNDM)
para o sequenciamento dos amplicons de resistência, tipagem molecular pela técnica de
MLST e coleta de dados demográficos e clínicos dos pacientes. Na 3ª e última etapa foi
realizada uma seleção de isolados (sem relação clonal pela ERIC-PCR e presença do gene
blaKPC ou blaNDM) para o sequenciamento dos amplicons de resistência. Foi obtido um
total de 68 isolados clínicos de Enterobacterales provenientes de diferentes espécimes, sendo
a espécie K. Pneumoniae a mais frequente (38 isolados), seguido de 8 isolados de S.
marscences, 7 de P. mirabilis, 3 de K. ozaenae, 3 de E. coli, 3 de Providencia rettgeri, 2 de K.
aerogenes e 1 de P. stuartii, P. alcalifacens, Citrobacter frendii e Pantoea agglomerans, com
perfis MDR (Multidroga Resistentes) e XDR (Extensivamente Resistentes). Dentre eles, 47%
apresentaram o gene blaKPC, sendo mais frequente em K. pneumoniae e S. marscences,
38,2% apresentaram o gene blaNDM, sendo mais frequente em P. mirabilis, E. coli, e no
gênero Providencia e 14,7% isolados apresentaram a concomitância dos genes blaKPC e
blaNDM, sendo esses todos da espécie K. pneumoniae, demonstrando a capacidade dessa
espécie em acumular mecanismos genéticos de resistência. Os genes blaVIM, blaIMP e
blaGES não foram detectados. Apenas a variante blaKPC-2 foi detectada nos isolados, por
outro lado, houve uma variabilidade do gene blaNDM nos isolados do estudo, sendo
detectadas as variantes blaNDM-1, blaNDM-5, blaNDM-7 e blaNDM-29, dentre essas a
variante blaNDM-1 foi a mais frequente. A variante blaNDM-5 foi detectada em oito isolados
de diferentes espécies, compreendendo K. pneumoniae, E. coli, P. retigerii e C. freundii e a

variante blaNDM-29 foi detectada em um isolado de K. pneumoniae, sendo o primeiro relato
desssas variantes no Brasil. Esses dados são preocupantes pois mostram a capacidade dessa
ordem bacteriana em abrigar diferentes variantes de genes de resistência que podem aumentar
a hidrólise dos antibióticos beta-lactamicos. Foi detectada uma alta variabilidade de clones em
diferentes setores do hospital e em amostras provenientes de colonização e sítios de infecção,
sendo K. pneumoniae e P. mirabilis as espécies que apresentaram maior variabilidade
genética. A determinação da relação clonal entre os isolados possibilita traçar um perfil clonal
circulante na instituição, sendo possível adotar medidas adequadas de contenção. Em relação
aos clones ST detctados em K. pneumoniae, o clone ST11/CC258 foi o mais prevalente neste
estudo, abrigando as variantes blaKPC-2 e blaNDM-1 em sete isolados de K. pneumoniae e as
variantes blaKPC-2 e blaNDM-5 em um isolado. Em nosso estudo, detectamos um isolado
XDR, portador de blaNDM-7 em associação com blaKPC-2, proveniente de amostra de swab
retal, ressaltando a importância de culturas de vigilância em pacientes internados, visto que
são fontes de disseminação desses mecanismos de resistência. Esse foi o primeiro relato
mundial do clone ST855 abrigando as variantes blaNDM-7 e blaKPC-2. Essa associação da
variante blaKPC-2 com diferentes variantes do gene blaNDM (blaNDM-1, blaNDM-5 e
blaNDM-7) pertencentes a clones STs de alto risco (ST11, ST340 e ST855), são achados
preocupantes, pois impactam negativamente no cenário da resistência antimicrobiana. Dados
obtidos neste estudo alertam para a disseminação de genes de resistência entre isolados da
ordem Enterobacterales provenientes de colonização e infecção. O que pode indicar uma alta
probabilidade de pacientes estarem servindo de reservatórios para bactérias portadoras de
diferentes variantes dos genes blaNDM e blaKPC.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - ALEXSANDRA MARIA LIMA SCAVUZZI
Presidente - 1221255 - ANA CATARINA DE SOUZA LOPES
Externa ao Programa - 2855583 - ISABELLA MACARIO FERRO CAVALCANTI - nullInterna - 1134481 - LIBIA CRISTINA ROCHA VILELA MOURA
Externa ao Programa - 2380850 - MARIA BETANIA MELO DE OLIVEIRA - null
Notícia cadastrada em: 01/12/2023 17:27
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