EXCESSO DE PESO EM CRIANÇAS DE 5 A 9 ANOS: EVOLUÇÃO TEMPORAL E FATORES ASSOCIADOS NO ESTADO DE PERNAMUCO
crianças; fatores de risco; obesidade; sobrepeso; evolução temporal.
A obesidade infantil está presente nos países desenvolvidos e em desenvolvimento em todo o mundo, e apresenta-se distribuída em todas as classes socioeconômicas, representando um problema de saúde pública relevante. Este movimento crescente na prevalência do excesso de peso despertou preocupação entre os gestores públicos e profissionais da saúde, conferindo uma atenção ainda maior às consequências que este agravo pode trazer na infância, e posteriormente na vida adulta. Considerando que a obesidade é um dos agravos mais crescentes no Brasil e no mundo, com destaque ao incremento na infância, este estudo tem como objetivo descrever a evolução temporal (2006/2016) e os fatores associados ao excesso de peso em crianças de 5 a 9 anos no estado de Pernambuco. Trata-se de um estudo transversal de base populacional analisado em dois períodos de tempos distintos, com caráter analítico e abordagem quantitativa. Foram utilizadas informações disponíveis nos bancos de dados da III e IV Pesquisa Estadual de Saúde e Nutrição (PESN/PE), realizadas no estado de Pernambuco nos anos de 2006 e 2016, respectivamente, para analisar os fatores associados ao excesso de peso. As variáveis foram agrupadas em socioeconômicas, ambientais, biológicas e demográficas maternas e das crianças, e os dados obtidos da amostra foram digitalizados e processados utilizando o software EPI-Info, versão 7.1. Para a análise estatística utilizou-se o SPSS, versão 13, e para a associação do excesso de peso com as variáveis de exposição utilizou-se o teste do qui-quadrado com a correção de Yates e a regressão de Poisson bruta e ajustada. As variáveis independentes que apresentaram valor de p<0,20 na análise bivariada entraram na análise multivariada. A prevalência de excesso de peso duplicou entre os anos verificados (de 11,7% em 2006 para 24,6% em 2016). Os resultados deste estudo evidenciaram que as variáveis que apresentaram associação significativa com o excesso de peso no ano de 2016 foram: renda per capita, participação no Programa Bolsa Família, regime de ocupação, cor materna, escolaridade materna e IMC materno, e alertam sobre a necessidade de políticas públicas que possam atuar de forma mais incisiva para o tratamento e a prevenção das doenças crônicas não transmissíveis que podem surgir em consequência deste agravo na população de crianças de 5 a 9 anos.