RISCO METABÓLICO E SEGURANÇA ALIMENTAR EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM DIABETES MELLITUS TIPO 1 NO CONTEXTO DA PANDEMIA.
Diabetes mellitus; Controle metabólico; Segurança alimentar
O objetivo desse estudo foi avaliar a associação entre o risco metabólico e a insegurança alimentar (IA) em crianças e adolescentes com diabetes mellitus tipo 1 (DM1) no contexto da pandemia de COVID-19. Estudo do tipo série de casos com 118 pacientes entre seis e dezenove anos de idade atendidos ambulatorialmente no período de 2019 a 2020 e 2021, totalizando um ano de acompanhamento. O risco metabólico foi avaliado pelo somatório do escore z das variáveis: Índice de massa corporal (IMC), glicemia média estimada (GME), colesterol total (CT), HDL-colesterol, LDL-colesterol e triglicerídeos. A situação de IA, foi caracterizada pela Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). O modelo conceitual também considerou variáveis sociodemográficas, do estilo de vida, dietéticas, antropométricas e relacionadas ao controle metabólico (perfil glicídico e lipídico). Foi evidenciado um aumento na média da hemoglobina glicada (HbA1C) e da GME ocorrida com um ano de pandemia sendo observado também que 85,6% dos pacientes apresentavam algum grau de IA. Verificou-se que os participantes que se encontravam em IA moderada a grave apresentavam valores mais elevados de HbA1c, GME e CT. Não foi evidenciada correlação entre o risco metabólico e variáveis sociodemográficas, antropométricas, laboratoriais e do estilo de vida, quando ajustadas por estadiamento puberal e condição de insegurança alimentar. Conclui-se que a pandemia teve um impacto negativo no controle metabólico destes pacientes estando associado ao agravamento da insegurança alimentar.