EVOLUÇÃO PONDERAL PÓS-NATAL EM RECÉM-NASCIDOS A TERMO
Recém-nascido. Peso ao nascer. Alterações do Peso Corporal. Aleitamento Materno.
O objetivo do estudo foi avaliar a evolução ponderal de recém-nascidos a termo, identificando a influência das varáveis maternas e da criança. Trata-se de um estudo observacional, coorte prospectiva, realizado em um hospital de referência em Recife/PE. Foram incluídos na pesquisa recém-nascidos (até 28 dias de vida) a termo, de ambos os sexos, sadios, em aleitamento materno exclusivo. Para classificação da perda excessiva de peso foi utilizado o limite superior de 8%, e o ganho de peso foi considerado adequado quando maior que 20g/dia. Foram avaliadas 310 crianças/mães e os fatores associados à evolução ponderal. A prevalência de perda de peso >8% foi considerada estatisticamente significante no grupo de mães acima de 30 anos (16,4%), procedentes do interior (25,9%), que tiveram partos cesáreos (16,3%), com características mamilares que não favorecem a amamentação (16,1%). Na conduta terapêutica, o grupo que recebeu leite materno ordenhado, seja ele posterior ou não, teve uma maior prevalência (32,5%) de perda de peso, quando comparado ao grupo cujas mães necessitaram apenas de orientações para adequação da amamentação (p<0,001). Já em relação às crianças, a perda de peso foi >8% no grupo com até 4 dias de vida (18,6%), e nas que nasceram grandes para idade gestacional (22,9%). Em relação ao ganho >20g/dia, idade gestacional entre 40-49 semanas (21,3%), parto normal (24%), ausência de queixas relacionadas à amamentação (19,4%), mamilos com características que favorecem a amamentação (17,5%), e ótimo fluxo de leite materno (17,8%) apresentaram relação estatisticamente significante ao ganho adequado. Em relação à criança, o grupo com 5 dias de vida ou mais (16,7%), e pequenos para idade gestacional (35,7%) também apresentou ganhou >20g estatisticamente significante. Após análise de regressão de Poisson foram encontradas as seguintes variáveis preditoras para a perda >8%: idade maior que 30 anos (RP ajustada 2,2; IC95% 1,2-4,0), parto cesáreo (RP ajustada 2,3; IC95% 1,1 a 5,1), e oferta de LMO (RP ajustada 12,5; IC 95% 4,6 a 34,1); e preditoras para o ganho de peso >20g/dia: idade gestacional de 40-42 semanas (RP ajustada 1,8; IC 95% 1,0 a 3,0), parto normal (RP ajustada 4,1; IC95% 2,0 a 8,4), alterações mamárias (RP ajustada 0,5; IC 95% 0,2 a 0,9), idade maior que cinco dias (RP ajustada 4,1; IC 95% 1,0 a 16,3), e o fato do bebê usar chupeta (RP ajustada 1,9; IC 95% 1,1 a 3,1). Os resultados evidenciam uma forte relação entre os fatores do binômio mãe-filho e a evolução ponderal pós-natal.