OSCILOMETRIA DE IMPULSO NO COMPORTAMENTO DO BRONCOESPASMO INDUZIDO PELA HIPERVENTILAÇÃO EUCÁPNICA VOLUNTÁRIA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES ASMÁTICOS.
Espasmo brônquico, oscilometria, espirometria, asma induzida por exercício.
Introdução. Entre os diversos estímulos capazes de desencadear a obstrução brônquica ao fluxo aéreo nos indivíduos asmáticos temos o exercício físico. Quando a limitação a este fluxo ocorre em crianças, as queixas de absenteísmo em práticas esportivas ou redução da interatividade e da socialização tornam-se cada vez mais frequentes. Para o diagnóstico do espasmo brônquico, a utilização de técnicas de broncoprovocação que empregam o exercício como agente desencadeador são as mais recomendadas pela sua maior especificidade, porém estudos já mostram que a utilização de substitutos, como a hiperventilação eucápnica voluntária (HEV), podem atingir efeitos semelhantes. Objetivo. Avaliar a utilização da oscilometria de impulso no comportamento do broncoespasmo induzido pela hiperventilação eucápnica voluntária em crianças e adolescentes asmáticos. Método. Crianças e adolescentes, entre 7 e 19 anos, com broncoespasmo induzido pela hiperventilação eucápnica voluntária foram avaliados através da espirometria antes e nos momentos 5, 10, 15 e 30 minutos e da oscilometria de impulso nos momentos 5, 15 e 30 minutos após o estímulo broncoprovocativo. Os parâmetros avaliados foram aqueles que correspondem à medida da R5Hz, R20Hz, R5-R20Hz, Fres e AX pela oscilometria de impulso e do VEF1, VEF1/CVF e CVF pela espirometria e. Resultados. Setenta participantes, 62% eram do sexo masculino. Para todo o grupo a idade média foi de 11,22±3,23 anos, peso médio de 44,21±16,15 kg e altura média de 150,28±17,07 cm. Sessenta por cento (42) dos pacientes apresentaram broncoespasmo após a realização de estímulo broncoprovocativo. As principais variações pós HEV, em relação a oscilometria de impulso, foram verificadas entre os tempos 5 e 30 minutos nos parâmetros de R5, X5 e R5-R20; Na espirometria, os principais parâmetros alterados foram VEF1 e CVF. Os participantes apresentaram maior frequência do broncoespasmo entre o 5º e 10º minuto após HEV, bem como alta correlação entre os momentos basal, quinze e trinta minutos pré teste no parâmetro R5Hz. Discussão. Após a hiperventilação eucápnica voluntária, estímulo ainda pouco associado ao sistema de oscilometria de impulso mas considerado um substituto objetivo adequado para identificar o broncoespasmo, método já padronizado, resulta em menos diagnósticos falso negativos, em comparação com o exercício livre ou realizado em esteira/bicicleta, identificando inclusive em indivíduos assintomáticos ou crianças de menor faixa etária, cuja espirometria não é reprodutível. Conclusão. A avaliação da função pulmonar, após a realização da hiperentilação eucápnica voluntária, encontrou alterações nos parâmetros oscilométricos da resistência e reatância à 5HHz, na área sobre a curva e na resistência das vias periféricas, bem como nos parâmetros espirométricos do volume expiratório forçado no primeiro segundo e na capacidade vital forçada, com melhor identificação do comportamento do broncoespasmo entre o quinto e o décimo quinto minuto pós estímulo.