ESTRESSE PSICOLÓGICO TÓXICO EM CRIANÇAS ASMÁTICAS: DOSAGEM DO CORTISOL SALIVAR E CAPILAR
Asma. Cortisol. Estresse psicológico.
A asma é uma condição clínica heterogênea com elevada prevalência na infância e caracterizada por inflamação crônica das vias aéreas. Vários são os fatores de risco implicados no seu desenvolvimento e nos quadros de exacerbações. Dentre eles, o estresse tóxico, aquele que ocorre de forma intensa e contínua, parece desempenhar papel importante, por provocar alterações epigenéticas, imunológicas e disfunções no eixo hipotálamo-pituitária-adrenal, alterando os níveis de cortisol do organismo. Formas menos invasivas de medir as alterações no eixo hipotálamo-pituitária-adrenal têm sido cada vez mais estudadas, tais como a análise do cortisol da saliva e do cabelo. O presente estudo, portanto, teve por objetivo avaliar se os níveis de cortisol salivar e capilar expressam bioquimicamente o estresse tóxico de crianças asmáticas em idade escolar. Trata-se de um estudo transversal, em que foi avaliado o estresse em crianças asmáticas de seis a dez anos de idade, através da Escala de Stress Infantil, e observado se havia relação do estresse tóxico com possíveis alterações nos níveis de cortisol salivar e capilar dos grupos. A pesquisa seguiu as estratégias do Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE) para estudos transversais e foi realizada no ambulatório de asma do Hospital das Clínicas da UFPE e na Central de Alergologia do Recife. Das 62 crianças avaliadas, 80,64% possuíam algum grau de estresse pela ESI. Ao classificar a intensidade do estresse, 27/62 (43,55%) apresentavam estresse tóxico. No entanto, não foram encontradas diferenças significantes nas concentrações do cortisol salivar e/ou capilar entre os grupos de asmáticos com estresse tóxico e sem estresse tóxico.