APORTE PROTEICO EM FÓRMULAS ENTERAIS INDUSTRIALIZADOS E MASSA MUSCULAR DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM PARALISIA CEREBRAL TETRAPARÉTICA
Paralisia cerebral. Nutrição enteral. Composição corporal. Ultrassom.
O aporte proteico das fórmulas enterais industrializadas utilizadas para alimentar crianças e adolescentes com paralisia cerebral (PC) tetraparética é um dos fatores influenciadores na formação da massa muscular. O objetivo do estudo foi investigar a associação entre o aporte proteico das fórmulas enterais industrializadas com a massa muscular de crianças com PC tetraparética. Trata-se de um estudo do tipo série de casos de 33 crianças e adolescentes com PC tetraparética realizado em dois centros de referência localizados em Recife/PE. O consumo alimentar foi estimado através do recordatório de 24 horas, a estimativa de gordura corporal foi realizada através do somatório das dobras cutâneas tricipital e subescapular com correção para indivíduos com PC, o perfil antropométrico foi avaliado através dos escores Z dos índices: Altura/idade (ZA/I) e índice de massa corporal/idade (ZIMC/I), a avaliação da composição muscular foi realizada através da análise da eco intensidade (EI) da imagem obtida por ultrassonografia (USG) do músculo gastrocnêmio medial (GCM). Foi observado que em 63,6% dos casos de PC a asfixia perinatal foi a principal causa. Foram classificados como eutróficos 64% dos participantes através do ZIMC/I. O índice de gordura corporal elevado foi identificado em 70% dos participantes. Observou-se que 48,5% dos participantes eram alimentados exclusivamente fórmulas enterais industrializadas e quase 30% dos participantes recebiam fórmulas enterais com inadequado aporte proteico. Os participantes alimentados com fórmula enteral industrializada com inadequado aporte proteico apresentaram maior infiltração gordurosa no GCM comparados aos alimentados com fórmula enteral industrializada com adequado aporte proteico (122,8 ± 48,82 x 92,68 ±35,85, p=0,066). Os participantes com maior infiltração gordurosa, tiveram maior consumo de lipídeos quando comparados aos participantes com menor infiltrado gorduroso (44,43 ±18,32 x 32,50 ± 4,95, p=0,03). O aporte proteico inadequado das fórmulas enterais industrializadas e o consumo lipídico estiveram associados à maior infiltração gordurosa no GCM dos participantes, demonstrando que a composição das fórmulas enterais, neste estudo, foi um importante influenciador na composição muscular.