ALEITAMENTO MATERNO, CONSUMO DE ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS E PERFIL ANTROPOMÉTRICOS DE LACTENTES DO ESTADO DE PERNAMBUCO
Atenção primária à saúde; Alimentação complementar; Amamentação exclusiva; Alimentos ultraprocessados; Estado nutricional.
Introdução: Os primeiros mil dias de vida representam uma janela de oportunidade para que hábitos de vida saudáveis sejam adotados, influenciando a saúde e qualidade de vida ao longo da vida do indivíduo. Assim, o aleitamento materno e o início da alimentação complementar são de extrema importância, apesar disso, observa-se o consumo de alimentos ultraprocessados cada vez mais cedo e o aleitamento materno exclusivo ainda aquém do desejado, contribuindo para a crescente prevalência de obesidade infantil, o que está relacionado com o surgimento de doenças crônicas mesmo na infância. Em contrapartida, a desnutrição ainda apresenta níveis expressivos no Brasil, em especial, na região nordeste. Objetivo: Avaliar a duração do aleitamento materno exclusivo e continuado, o consumo de alimentos ultraprocessados e o perfil antropométrico de lactentes. Metodologia: Trata-se de um estudo ecológico, com abordagem quantitativa, realizado a partir de relatórios públicos online disponíveis no Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, referentes ao ano de 2019. A amostra foi separada por idade, com o primeiro grupo formado pelos lactentes menores de 6 meses e o segundo grupo por lactentes entre 6 meses e 23 meses e agrupados por sexo e macrorregião de saúde. Em seguida, foi realizada a análise descritiva e bivariada dos dados, utilizando o teste de qui-quadrado de Yates para verificação de associações. Também foram calculados o risco relativo e o seu intervalo de confiança de 95%. Foi considerado com significância estatística aqueles com valor de p< 0,05. Resultados: A prevalência do aleitamento materno exclusivo foi de 36,3%, sem diferença entre os sexos e o aleitamento materno continuado obteve uma prevalência de 47,5%. O consumo de alimentos ultraprocessados evidenciou uma prevalência de 48,9%. Entre os menores de seis meses, a prevalência de excesso de peso foi 13,9%, com uma maior prevalência entre os meninos (p<0,001) e a prevalência de magreza foi de 9,4%. Já entre os lactentes entre 6 meses e 23 meses a prevalência de excesso de peso foi de 20,6%, já a magreza apresentou uma prevalência de 7,7%, com maior prevalência entre os meninos (p<0,001) em ambos os casos. Conclusão: Estamos diante de uma sindemia, em que medidas para garantir a segurança alimentar e nutricional precisam ser adotadas, como programas para promoção do aleitamento materno exclusivo e alimentação saudável, bem como geração de emprego e renda.