CURADORIA EDUCACIONAL E FORMAÇÃO DOCENTE: um estudo com professores de ciências
Curadoria Educacional; Autonomia docente; Formação continuada.
Conforme Bhaskar (2020), hoje, cada pessoa pessoa viva tem 320 vezes mais informação à sua disposição do que em toda a biblioteca de Alexandria, e a fim de sistematizar essas inúmeras informações que chegam aos montes, emerge a ideia de curadoria, que tem como proposta prática a seleção, o arranjo, além do refinamento, redução, exposição, simplificação, apresentação e explicação das informações, para agregar valor ao objeto de atuação da curadoria. No caso deste trabalho, a curadoria educacional é apresentada como proposta para a formação continuada de professores de ciências. A presente dissertação é resultado de uma pesquisa que tem como questão identificar como a curadoria educacional pode contribuir para desenvolver a autonomia dos professores de ciências atendidos pelo Programa de Residência Docente (ReDEC)? O objetivo é analisar a influência da curadoria educacional no desenvolvimento da autonomia dos docentes atendidos pelo Programa de Residência Docente, em Glória do Goitá-PE. Trata-se de uma investigação qualitativa, que se utilizou de questionários e entrevistas para o processo de obtenção dos dados. Os participantes foram professores de ciências atendidos pelo Programa entre os anos de 2019 a 2022. Para a análise dos dados, foi empregada a técnica de análise de conteúdo, proposta por Bardin (2016). A investigação permitiu observar que as principais categorias relacionadas à curadoria que contribuem para a promoção da autonomia docente são elas: contato frequente, troca de experiências, contexto, algo novo, ferramentas, recursos e segurança. Além de identificar como os professores que vivenciaram a curadoria há quase cinco anos estão atualmente em relação aos conteúdos aprendidos neste formato de formação.Com isso, foi possível perceber que a curadoria educacional pode ser uma estratégia para formações continuadas promissora, principalmente no “mundo dos excessos” (BHASKAR, 2020) em que vivemos.