Banca de DEFESA: ÁGATHA NAIARA NINOW

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ÁGATHA NAIARA NINOW
DATA : 28/03/2024
HORA: 09:00
LOCAL: Defesa Virtual
TÍTULO:

COMUNIDADE DE MACROALGAS MARINHAS DE RECIFES TROPICAIS RASOS: DISTRIBUIÇÃO E OCORRÊNCIA EM RELAÇÃO A FORÇANTES AMBIENTAIS E HUMANAS


PALAVRAS-CHAVES:

Palavras-chave: macroalgas; zonação; herbivoria; área marinha protegida.


PÁGINAS: 70
RESUMO:

Os recifes de corais vêm sofrendo com pressões globais e locais, levando ao declínio na cobertura de corais e aumento de macroalgas. Tais mudanças podem alterar significativamente a saúde e funcionamento destes ecossistemas. A herbivoria tem amplo papel estruturador no crescimento e desenvolvimento desses organismos, tendo as áreas marinhas protegidas como fundamental ferramenta para sua manutenção. Os recifes do complexo recifal de Tamandaré, atualmente, são dominados por macroalgas e situam-se em três Unidades de Conservação: APA Costa dos Corais (APACC), APA Guadalupe e Parque Natural Municipal do Forte de Tamandaré (PNMFT), que coincide com a Zona de Preservação (ZPRE), uma área de acesso fechado. O objetivo do trabalho foi investigar a distribuição, frequência relativa e ocorrência dos grupos morfofuncionais bentônicos, com ênfase na diversidade de macroalgas, a partir do método de foto quadrado, raspagem e análise de material biológico em laboratório. As zonas recifais foram consideradas quanto ao regime de proteção (área aberta x área fechada) e a possíveis regimes dinâmicos de circulação e energia (back reef x canal). Além disso, foram realizados censos visuais de peixes herbívoros itinerantes, a fim de analisar a relação da sua abundância com a estruturação da comunidade de macroalgas, sobre o efeito da área fechada (ZPRE). O turf calcário foi o grupo mais abundante em todos os recifes estudados (>60%), não sendo afetado pelo regime de proteção. Entretanto, na zona de back reef foi registrada uma queda significativa de quase 20% na sua frequência, dando espaço para Halimeda spp. se desenvolver. As análises apresentam claramente uma diferença significativa na estruturação da comunidade de macroalgas, tendo o turf calcário relacionado às zonas de canais e Halimeda spp. aos back reefs. Ao mesmo tempo, as algas mais palatáveis (folhosas corticadas e turf de algas corticadas) foram significativamente mais abundantes na área aberta, onde a pesca é permitida. O turf calcário revelou ser composto principalmente pelos táxons de Jania spp./ Amphiroa spp., e diferentes grupos morfofuncionais de algas envolto a essa matriz de algas calcárias. A análise das espécies associadas mostrou que as algas corticadas apareceram em todas as amostras de material biológico, sendo a principal espécie associada ao turf calcário. Enquanto, as algas filamentosas foram influenciadas pelo regime de proteção, sendo mais abundante na zona de canal da área aberta, indicando efeitos causados pela baixa herbivoria. A biomassa média de indivíduos adultos por 100 m², de peixes da família Acanturidae e Scaridae, foi significativamente maior na área fechada, onde estas espécies formam grandes cardumes mistos. Essas agregações são frequentemente observadas alimentando-se sobre os recifes. Nossos resultados indicam que o efeito da herbivoria influencia a composição e distribuição das espécies de algas calcárias, corticadas, folhosas corticadas  e filamentosas. Somado à constante perda na cobertura de corais e ao aumento na frequência e força dos eventos climáticos extremos, ocasionados pelas mudanças climáticas, as funções ecológicas nos recifes seguem fortemente ameaçadas. O aumento da dominância por macroalgas é resultado de efeitos sinérgicos entre a diminuição da herbivoria, causada pela sobrepesca, e a frequência dos fatores que favorecem a competição para as macroalgas nos recifes, como o aumento de nutrientes, sedimentação e ondas de calor. Sendo assim, faz-se necessário a compreensão mais detalhada das espécies e grupos funcionais de macroalgas que estruturam as comunidades recifais atualmente, tal como seu papel na evolução e serviços ecológicos prestados aos ambientes. As previsões futuras mostram cenários preocupantes sobre o funcionamento dos recifes de corais, identificar as funções e relações ecológicas em curso, principalmente sobre a estruturação dos grupos formadores de turfs, pode auxiliar nas futuras tomadas de decisões e estratégias para conservação dos recifes de corais.


MEMBROS DA BANCA:
Interna - 1171022 - BEATRICE PADOVANI FERREIRA
Externo ao Programa - 2320121 - JOAO LUCAS LEAO FEITOSA - UFPEExterna à Instituição - MUTUE TOYOTA FUJII
Notícia cadastrada em: 14/03/2024 13:06
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