Banca de DEFESA: THALES JEAN VIDAL

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: THALES JEAN VIDAL
DATA : 26/02/2024
HORA: 09:00
LOCAL: online - https://meet.google.com/gof-qfrm-xjd
TÍTULO:

Variação espacial da mortalidade e recuperação de Millepora alcicornis após evento de branqueamento no complexo recifal costeiro de Tamandaré, Atlântico Sul Oriental


PALAVRAS-CHAVES:

Branqueamento; Qualidade da água; Mortalidade; Millepora alcicornis


PÁGINAS: 118
RESUMO:

Os recifes de corais estão sofrendo globalmente com o aumento da frequência e intensificação dos grandes eventos de anomalias térmicas nos oceanos. Neste contexto, até recifes que antes eram considerados mais resistentes a tais oscilações térmicas, apresentaram elevadas taxas de mortalidade no último grande evento de branqueamento em massa (2019/2020). Dessa forma, a compreensão e gestão das características ambientais locais vem se tornando uma das principais alternativas para aumentar a resiliência e promover a recuperação desses ecossistemas.  Condições de qualidade da água, taxa de sedimentação, características geomorfológicas (e.g. profundidade, distância da costa), competição com outros organismos e regime de proteção nas quais os organismos estão inseridos, podem ser determinantes nos impactos pós branqueamento,  influenciando nas taxas de mortalidade ou recuperação dos corais. Sendo assim importante a compreensão integrada das mesmas, em conjunto com a quantificação dos impactos gerados pelo branqueamento. Buscando colaborar com o esforço científico voltado para tal problemática, no presente estudo, apresentamos uma visão ampla sobre os padrões de mortalidade e recuperação do hidrocoral Millepora alcicornis, pós evento de branqueamento em massa de 2019/2020, associados a variáveis espaciais e ambientais em um complexo recifal costeiro localizado na costa nordeste do Brasil. Os percentuais de mortalidade foram apresentados e correlacionados com variáveis espaciais (profundidade, distância da costa e zona), morfológica  (tamanho das colônias) e de regime de proteção (área fechada x área aberta). Além disso, descrevemos por quais organismos os esqueletos mortos estão sendo colonizados e como a perda da cobertura viva de Millepora alcicornis interage com as populações de peixes e ouriços. Unido a isso, tendo conhecimento sobre os padrões de mortalidade, apresentamos uma caracterização da qualidade da água e taxa de sedimentação, ao longo de um gradiente de distanciamento das principais fontes fluviais da região, discutindo de que forma as mesmas interferem nos processos de resistência e recuperação das populações de corais em situações de estresse térmico. Foi possível identificar que, colônias localizadas no topo dos recifes, em menores profundidades, mais próximas da costa e fora de áreas de proteção permanente, sofreram mais com o evento de branqueamento de 2019/2020, apresentando taxas de mortalidade que chegaram a mais de 90% em alguns recifes. Os nutrientes dissolvidos e clorofila-a, apresentaram baixa variação espacial e alta variação sazonal no complexo recifal, sendo relatada água com características oligotróficas durante todo o período de amostragem. A razão N:P mostrou potencial de moldar as espécies de algas colonizadoras dos esqueletos mortos, podendo impulsionar a colonização de organismos não formadores de recife e dificultar a recuperação dos corais e hidrocorais. Em relação às taxas de sedimentação, foram encontrados valores elevados, porém, não foi identificada variação significativa de tal variável, em um intervalo de 17 anos, na área de proteção integral do complexo recifal (baseado no estudo de Cavalcante de Macedo, 2009). Foi observada alta sazonalidade dos padrões de sedimentação, fortemente associados à ressuspensão de partículas pelas ondas e aporte de novo material terrígeno com o aumento das chuvas e descargas fluviais. O sedimento coletado pelas armadilhas apresentou altos teores de CaCO3 e maior presença de grãos com característica lamosa (<63 mm). Segundo análises de LABs no sedimento, também foi possível identificar aporte de efluentes domésticos durante todo o ano para o complexo recifal, sendo este mais expressivo nos recifes mais atingidos pela pluma dos rios. A partir dos resultados encontrados, destacamos a vulnerabilidade ao estresse térmico de corais e hidrocorais inserido em um complexo recifal costeiro com elevada turbidez, sendo também levado em consideração que os mesmos são atingidos por impactos crônicos locais que diminuem sua capacidade de recuperação natural e eficiente após elevadas taxas de mortalidade. Se tornando assim necessário o investimento e implementação de técnicas de manejo ativo e passivo, em conjunto com o monitoramento e mitigação de fonte de impactos crônicos pela gestão local, para o maior fortalecimento destes ecossistemas e mantimento de seus importantes serviços ecossistêmicos para a região.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1171022 - BEATRICE PADOVANI FERREIRA
Externo à Instituição - RODRIGO LEAO DE MOURA - UFRJ
Externo à Instituição - ZELINDA MARGARIDA DE ANDRADE NERY LEAO - UFBA
Notícia cadastrada em: 21/02/2024 16:07
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