Banca de DEFESA: LUÍS HENRIQUE FRANCA DE CARVALHO LINS

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: LUÍS HENRIQUE FRANCA DE CARVALHO LINS
DATA : 16/02/2024
HORA: 14:00
LOCAL: Departamento de Oceanografia
TÍTULO:

INTERAÇÕES OCEANOGRÁFICAS NA BORDA OESTE DO ATLÂNTICO EQUATORIAL: impactos na dinâmica de populações da albacorinha Thunnus atlanticus no nordeste do Brasil


PALAVRAS-CHAVES:

interações oceanográficas, ressurgência, abundância, Thunnus atlanticus


PÁGINAS: 54
RESUMO:

Áreas de ressurgências costeiras são responsáveis por aproximadamente 20% da produção pesqueira global. Há evidências de ressurgências ao longo da borda oeste do Oceano Atlântico Equatorial, exercendo impacto direto nos recursos pesqueiros. A albacorinha Thunnus atlanticus, uma espécie de atum de pequeno porte, é um importante recurso pesqueiro na costa brasileira, especialmente no Nordeste. Esta espécie apresenta preferências específicas em relação às condições oceanográficas, tornando-se um excelente indicativo das interações entre as características oceanográficas e a dinâmica de populações de recursos pesqueiros.  O objetivo do presente estudo é identificar os padrões espaço-temporais dos processos oceanográficas no extremo nordeste do Brasil, no Oceano Atlântico Equatorial e entender como estes padrões influenciam na abundância e estrutura populacional da albacorinha nesta região. Para alcançar esses objetivos, entre os anos de 2016 e 2020 foram utilizados dados que incluem informações sobre as pescarias da albacorinha, peso total desembarcado, esforços, comprimentos dos exemplares e identificação do sexo. Além disso, a profundidade e a temperatura da superfície do mar foram registradas e georreferenciadas, em intervalos de 2,5 minutos, durante as operações de pesca, por meio de uma ecossonda com GPS. Estes dados foram coletados no período de agosto a janeiro, que corresponde ao período da safra da albacorinha nesta região. As variáveis oceanográficas temperatura do mar em 200 metros e velocidade da corrente foram obtidas de dados de satélites para os períodos da safra da albacorinha (agosto a janeiro) e fora da safra (abril a junho), sendo utilizadas para identificar padrões oceanográficos que favoreçam a presença de ressurgências nesta região. A abundância e estrutura de tamanho da albacorinha foi modelada em função do tempo, utilizando os Modelos Aditivos Generalizados, enquanto as variáveis abióticas foram espacializadas através de softwares e técnicas de geoprocessamento. A temperatura da superfície da água apresentou valores em torno de 20°C na superfície entre os meses de outubro e novembro, indicando um processo de intrusão de água fria na superfície da região de estudo, correspondendo ao período com as maiores abundâncias da albacorinha na região.  O perfil horizontal da velocidade da corrente neste período, apresenta um núcleo que se desloca para próximo da costa, o que aumenta sua relação com o relevo da área, favorecendo um possível transporte vertical.  A abundância da albacorinha foi maior a partir de setembro, com auge entre outubro e novembro, seguido por um declínio em dezembro. Os anos mais recentes do estudo (2016 e 2017) apresentaram maiores abundâncias. Observou-se uma segregação de tamanhos em relação ao tempo, com a captura de exemplares maiores nos meses de agosto e setembro, enquanto a frequência de jovens foi maior a partir de novembro. A presença das fêmeas aumenta ao longo da safra, sendo mais evidenciadas no mês de dezembro. De uma maneira geral, O estudo identifica a presença de um evento de ressurgência relacionado a quebra da plataforma, no extremo nordeste do Brasil no Atlântico Sudoeste Equatorial. Estas características   demonstram a importância dos eventos oceanográficos e ambientes propícios as migrações sazonais da população do atum albacorinha na área de estudo. Os resultados destacam a importância das interações dos eventos oceanográficos físicos com a distribuição dos organismos vivos e, consequentemente, na importância para as medidas de gestão e manejo pesqueiro. Compreender as relações e impactos das variações oceanográficas na dinâmica populacional das espécies de relevância comercial e ecológica é essencial para o planejamento eficiente da exploração pesqueira, à medida que as pescarias em todo o mundo enfrentam crescentes pressões de fatores ambientais e antropogênicos.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 3106380 - MARCELO FRANCISCO DE NOBREGA
Externo à Instituição - GUELSON BATISTA DA SILVA - UFERSA
Externa à Instituição - RAMILLA VIEIRA DE ASSUNÇÃO
Notícia cadastrada em: 08/02/2024 19:14
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