POTENCIAL ANTICÂNCER E TERATOGÊNICO DE NOVOS DERIVADOS ACRIDÍNICOS
Câncer; Acridina; Toxicologia; Danio rerio; Espécies Reativas de Oxigênio.
Os derivados acridínicos apresentam potencial anticâncer devido a sua capacidade de ligação ao DNA e inibição das topoisomerases I/II. Tornando importante investigar novos derivados acridínicos com diferentes grupos substituintes e seus. Buscando compreender os possíveis efeitos on-target e off-target. Neste sentido, o zebrafish torna-se útil, pois possui 70% de genes homólogos com genoma de referência humano, com 82% de genes semelhantes que causam doenças. Portanto, o objetivo deste trabalhodo projeto foi examinar o potencial anticâncer e teratogênico dos novos derivados acridínicos 4-CLBHAC, AFAHAC e JMS-16. As linhagens celulares de câncer de mama (MCF-7) e câncer colorretal (HCT-116) foram utilizadas para análise do potencial antiproliferativo dos novos derivados acridínicos usando a sulforrodamina B. As células MCF-7 foram tratadas com os novos derivados acridínicos para análise da migração celular usando o inserto Transwell e o ensaio de cicatrização de feridas. Os embriões de zebrafish foram expostos aos novos derivados acridínicos para avaliação da toxicidade aguda e teratogenicidade. Além disso, foram analisadas a geração de espécies reativas de oxigênio (EROs) e do ânion superóxido após exposição dos embriões de zebrafish aos novos derivados. As enzimas superóxido dismutase e catalase foram utilizadas como indicadoras das possíveis interações entre os novos derivados acridínicos. Os resultados demonstraram que os novos derivados acridínicos apresentaram maior efeito antiproliferativo na linhagem HCT-116. Para a linhagem MCF-7, apenas o AFAHAC apresentou efeito antiproliferativo promissor. Além disso, os novos derivados causaram inibição da migração coletiva da linhagem MCF-7 em comparação com o controle negativo. Apesar dos novos derivados apresentarem baixa toxicidade aos embriões de zebrafish, sem nenhum efeito teratogênico, o JMS-16 250 μM causou efeito letal de 100%. Apesar de não apresentarem efeitos cardiotóxicos aos embriões expostos, o JMS-16 0,25 μM, causou aumento significativo da área cardíaca dos embriões expostos em 24 horas pós-fertilização (hpf). No mesmo período, o 4-CLBHAC e o JMS-16 na concentração de 2,5 μM causaram aumento significativo da área da vesícula ótica e otólito sacular, respectivamente. Em 72 hpf, o AFAHAC 250 μM e o JMS-16 0,25 μM e 25 μM causaram aumento significativo da área da vesícula ótica. O 4-CLBHAC 250 μM causou aumento significativo do comprimento do corpo. As diferenças morfológicas observadas nos embriões expostos aos novos derivados foram comparadas aos controles negativos. O 4-CLBHAC 0,25 e 250 μM, o AFAHAC 0,25, 2,5 e 250 μM e o JMS-16 2,5 μM causaram diminuição significativa da atividade da superóxido dismutase em comparação ao controle negativo. Os embriões expostos ao AFAHAC, em todas as concentrações, apresentaram aumento significativo da geração de EROs. Os embriões expostos ao AFAHAC 0,25 μM e JMS-16 2,5 μM apresentaram aumento significativo da geração do ânion superóxido. Estes resultados evidenciam que a indução excessiva da geração de EROs pode contribuir para o efeito anticâncer mais promissor dos derivados acridínicos em células de câncer de mama, bem como, o potencial de inibição da migração celular nesta linhagem. Demonstrando segurança toxicológica dos novos derivados acridínicos em embriões de zebrafish.