O treinamento muscular inspiratório (TMI) é uma estratégia essencial na reabilitação respiratória, fortalecendo os músculos inspiratórios e beneficiando condições como doenças respiratórias crônicas e fraqueza muscular por internações prolongadas. Seu impacto inclui melhora na capacidade funcional, qualidade de vida e função pulmonar, além da redução da dispneia. Esta tese investigou a eficácia de um protocolo de TMI de 8 semanas em indivíduos pós-infecção pelo SARS-CoV-2, focando na qualidade do sono, sonolência diurna, tolerância ao esforço e atividade pulmonar de radiofármaco. Foi realizado um ensaio clínico randomizado (NCT 05282199) com adultos pós-COVID-19, divididos em dois grupos: TMI, com carga incremental de 50% da PImáx, e controle, sem carga incremental. O desfecho primário foi a performance muscular respiratória (TIRE), enquanto os secundários incluíram função pulmonar, qualidade de vida e atividade pulmonar de radiofármaco. Os achados foram apresentados em três manuscritos originais e um artigo transversal. MANUSCRITO 1: envolveu 19 sujeitos (10 no grupo TMI e 9 no grupo controle) e detectou superioridade do grupo TMI em relação a força muscular inspiratória, a qualidade de vida e a qualidade do sono após a intervenção, com valores que superaram os do grupo controle (p = 0,036, p = 0,030 e p = 0,011, respectivamente). O grupo TMI também mostrou um aumento de 58,36 metros na distância percorrida em comparação ao grupo controle. MANUSCRITO 2: O estudo foi realizado com 33 indivíduos, divididos em dois grupos: assintomáticos (n=10) e sintomáticos (n=23), avaliados por cintilografia de ventilação e perfusão utilizando radiofármacos tecnécio-99m (99mTc-DTPA para ventilação e 99mTc-MAA para perfusão). Os pacientes sintomáticos apresentaram menor atividade do radiofármaco em todas as regiões pulmonares em comparação aos assintomáticos (p<0,05). Na fase de perfusão, observou-se uma redução nas contagens pulmonares totais nos indivíduos sintomáticos, sendo as maiores quedas observadas nos casos moderados e graves. Além disso, análises entre os subgrupos sintomáticos revelaram um menor número de contagens totais em pacientes moderados em comparação aos assintomáticos (p=0,004). MANUSCRITO 3: Avaliou 19 participantes distribuídos em dois grupos: TMI (n=10) e controle (n=9). Foram realizadas cintilografias de ventilação e perfusão com radiofármacos tecnécio-99m (99mTc-DTPA para ventilação e 99mTc-MAA para perfusão). O TMI melhorou a ventilação nas regiões central e periférica de ambos os pulmões (p<0,05) e a perfusão, especialmente no pulmão direito (p<0,005). Nenhuma alteração significativa foi observada no grupo controle. ARTIGO 4: O estudo descreve o impacto da gravidade da COVID-19 na função pulmonar, tolerância ao exercício, sono e qualidade de vida em 30 indivíduos divididos em 3 grupos: controle, casos leves e moderados/graves. Este estudo foi publicado na revista "PEER REVIEW" (10.53660/PRW-2635-4803). Em conclusão, os resultados desta tese sugerem que o TMI é uma intervenção eficaz para indivíduos pós-COVID-19, promovendo melhora na força muscular inspiratória, qualidade de vida, qualidade do sono e tolerância ao esforço. Além disso, a cintilografia evidenciou benefícios do TMI na ventilação e perfusão pulmonar. O estudo também reforça o impacto da COVID-19 na função pulmonar, destacando diferenças entre indivíduos sintomáticos e assintomáticos.