Ferramentas não farmacológicas têm ganhado cada vez mais notoriedade no tratamento de doenças crônicas. Dentre esse encontra-se o Enriquecimento Ambiental (EA). Objetivo: Com isso, avaliamos o efeito de três semanas de EA, sobre indicadores do equilíbrio oxidativo hepático e muscular, bem como na resposta inflamatória sérica em camundongos fêmeas. Métodos: Foram utilizados camundongos fêmeas da linhagem C56BL/6, oriundos do biotério de criação e experimentação do Instituto de Imunopatologia Keizo Asami (iLIKA). Após o período de desmame aos 21 dias de vida, os camundongos fêmeas foram randomicamente alocados em 2 grupos e suas respectivas gaiolas: (G1) Ambiente padrão (n=11); (G2) Ambiente Enriquecido (n=13). Na gaiola de Ambiente Enriquecido utilizou-se diferentes objetos de plástico (túneis, escadas, brinquedos), madeira (brinquedos e tocas) e rodas de corrida, além de maravalha, água e ração. Já na gaiola do Ambiente Padrão foi disposto apenas água, maravalha e ração. As dimensões de cada gaiola foram as seguintes: Enriquecimento ambiental: comprimento: 44 cm x altura:17 cm x largura: 30 cm; Ambiente Padrão: comprimento: 27 cm x altura: 12 cm x largura:17 cm. Aos 40 dias de vida os animais foram eutanasiados para retirada do músculo esquelético, fígado e sangue através de punção cardíaca ventricular para devidas análises. Resultados: Foi possível observar na terceira semana de intervenção uma redução no peso corporal dos animais (p = 0,04). Os níveis hepáticos de MDA (p < 0,001) e Carbonilas (p = 0,04), assim como no músculo esquelético MDA (p = 0,02) e Carbonilas (p=0,0002), reduziram significantemente. Observamos um aumento nos níveis da defesa antioxidante enzimática hepática SOD (p=0,01), CAT (p=0,0006) e GST (p=0,002), assim como no sóleo (p=0,02), (p=0,02) e (p=0,002). Também observamos uma diminuição nos níveis de GSH/GSSG no fígado e músculo esquelético, mas ao avaliar o estado REDOX hepático, o EA foi capaz de aumentar quando comparado ao ambiente padrão (p=0,04). Observamos um aumento significativo nos níveis de sulfidrilas hepáticas (p=0,01). Por fim, observamos os níveis séricos de citocinas anti e pró-inflamatórias, onde pudemos ver que o EA foi capaz de reduzir significativamente os níveis de IL-6 (p=0,03) quando comparado ao ambiente padrão. Conclusão: Três semanas de EA são capazes de modular positivamente o peso corporal, promover efeitos positivos nos marcadores ligados ao balanço oxidativo hepático e muscular. Além disso, reduzir os níveis séricos de citocina pró-inflamatória IL-6, ligada ao perfil Th1/Th2.