AS UNIDADES CURRICULARES ELETIVAS DE MATEMATICA NO ENSINO MEDIO EM EEMTI NA PERSPECTIVA DE PROFESSORES NO CEARA
Currículo. Ensino Médio. Eletivas. Educação Integral. Educação Matemática.
A partir de uma nova organização curricular do Ensino Médio tendo como fundamentação a Lei n. 13.415/2017, desencadeou-se discussões com relação a flexibilização curricular, as orientações dos recursos de ensino, a formação continuada de docentes, expondo fragilidades nas condições (estruturais, materiais e humanas). Esta tese refere-se a inquietações sobre a implementação das Unidades Curriculares Eletivas na área de conhecimento de Matemática e suas Tecnologias no âmbito do Ensino Médio. Tais preocupações justificam-se pela necessidade de entender como se dá a escolha e a efetivação do ensino neste contexto, com o intuito de aprofundar as análises acerca de como vem se materializando esse novo formato. Nesse sentido, a tese apresenta uma breve contextualização histórica do Ensino Médio, destacando o contexto da implantação da Política de Tempo Integral no Estado do Ceará, assim como as circunstâncias do processo de transição. A pesquisa teve como objetivo geral: investigar como os professores compreendem as unidades curriculares eletivas de Matemática em Escolas de Ensino Médio de Tempo Integral no Ceará. A pesquisa teve uma abordagem qualitativa, pautada na metodologia descritiva e exploratória. Para a coleta de dados foram utilizados questionários entrevista semiestruturada e observação. O estudo teve como participantes professores de Matemática da Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação (CREDE 18), com a coleta de dados realizada através de questionários (26 professores), entrevistas semiestruturadas (5 professores) e observações em 5 EEMTI diferentes. As principais conclusões revelaram que a escolha e oferta das UCE são influenciadas pelas dificuldades dos alunos em conteúdos básicos de Matemática e pela necessidade de aprimorar o desempenho em avaliações externas como o SPAECE e o Enem. Os docentes enfrentam dificuldades significativas, como a baixa valorização das eletivas pelos alunos (devido à ausência de impacto direto nas notas e aprovação), a escassez de materiais didáticos adequados, a limitação do catálogo oficial de eletivas e a ausência de formações continuadas sobre o Novo Ensino Médio. Em contrapartida, a flexibilização curricular e a autonomia docente foram apontadas como facilitadores, destacando o potencial de enriquecer o currículo, mas evidenciando a necessidade de maior suporte para que as UCE atinjam plenamente seu potencial pedagógico e sejam valorizadas pelos estudantes.