Este trabalho analisa o impacto das Parcerias Público-Privadas (PPPs) na autonomia financeira dos municípios brasileiros e na competição por recursos privados, considerando o período de 2004 a 2022. A pesquisa parte da hipótese de que municípios com menor autonomia financeira tendem a depender mais das PPPs, enquanto municípios com maior proporção de receitas vinculadas enfrentam maiores desafios na atração de recursos privados. Utiliza-se o Método de Controle Sintético (MCS), desenvolvido por Abadie e Gardeazabal (2003) e Abadie, Diamond e Hainmueller (2010), para construir contrafactuais que simulem como os municípios tratados (que implementaram PPPs) teriam se comportado na ausência dessas intervenções. A coleta de dados abrange informações de contratos de PPPs, indicadores financeiros e socioeconômicos provenientes de Portais de Transparência, bases do IBGE e do Tesouro Nacional, além de solicitações via Lei de Acesso à Informação. A análise, implementada no software R, aplica o MCS para comparar os resultados financeiros dos municípios tratados com seus controles sintéticos. Os resultados buscam identificar as variáveis que influenciam a adoção de PPPs, avaliar sua eficácia e discutir implicações para a governança e sustentabilidade fiscal municipal. Este estudo contribui para o debate sobre políticas públicas, governança local e a relação entre Estado e setor privado.