Banca de QUALIFICAÇÃO: ANTHONY DE PADUA AZEVEDO ALMEIDA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ANTHONY DE PADUA AZEVEDO ALMEIDA
DATA : 04/11/2025
LOCAL: Sessão remota de videoconferência
TÍTULO:

Geograficidades do mundo vivido escrito na crônica brasileira

 

PALAVRAS-CHAVES:

Geografia e Literatura; Crônica Brasileira; Geograficidade; Lugar; Mundo Vivido-Escrito.

 

PÁGINAS: 289
RESUMO:

O diálogo entre diferentes áreas do saber pode auxiliar no entendimento da realidade. Assim, um objeto de estudo geográfico pode ser bem mais aprofundado quando se aproveitam saberes provenientes de outros campos. Esta pesquisa propõe a interdisciplinaridade entre Geografia e Literatura de modo que se analise como o diálogo de saberes entre o gênero textual crônica e a ciência pode auxiliar na compreensão dos lugares. A crônica literária será investigada por meio da pesquisa e análise da obra de alguns cronistas brasileiros, com o foco em sua dimensão espacial, particularmente por meio das noções de geograficidade e mundo vivido-escrito. A questão norteadora e o objetivo geral é compreender como a crônica brasileira, enquanto gênero literário, é uma forma de expressar as geograficidades do mundo vivido, tornando-o, assim, em mundo vivido-escrito, noção que construo e fundamento ao longo do trabalho. Note-se que, da ideia de geograficidade à noção de mundo vivido-escrito há uma intermediação entre uma realidade espacial e um contexto literário. Isto posto, um intrincado diálogo entre Geografia e Literatura se estabelece. Para tal, o primeiro objetivo específico trata de analisar crônicas selecionadas de diversos autores para compreender como as geograficidades dos seus mundos vividos são transcritas textualmente. Esta discussão se dá tanto no contexto de cronistas profissionais quanto no de cronistas amadores. Os lugares transcritos em crônicas, seja por escritores e escritoras consagradas no cânone da Literatura ou por estudantes do Ensino Médio, durante uma oficina literária, por exemplo, tornam-se, por meio da própria escrita, parte do seu mundo vivido e escrito. Sendo assim, a minha própria produção entra na análise. Mais do que isso, ela norteia metodologicamente esta tese, visto que, em minha obra cronística, construída ao longo dos últimos dez anos, e durante as vivências ocorridas no decurso da construção desta tese, experimentei a transcrição das minhas próprias geograficidades. Mais dois objetivos específicos, paralelos, se complementam para a execução da pesquisa: construir uma biblioteca-síntese da crônica brasileira e analisá-la numa perspectiva cartográfica e bibliométrica para a compreensão do mundo vivido dos cronistas; e produzir uma série de crônicas sobre o meu mundo vivido-escrito e analisar o seu conteúdo em busca da categorização das espécies de espaços mais significativas no registro da geograficidade. As espécies de espaços significativas também norteiam a análise das
crônicas dos outros autores. A construção da biblioteca-síntese permite, além da análise quantitativa de sobrevoo, mergulhos analíticos qualitativos. Por fim, um objetivo específico que é também resultado da empreitada: experimentar metodologicamente o diálogo interdisciplinar para o aprimoramento da escrita e do pensamento geográfico. Logo, o próprio modo como esta tese está desenvolvida e escrita, investindo-se numa prosa científica com o uso de alguns recursos da prosa literária — caso da escrita em primeira pessoa do singular ou da organização das seções em pequenos blocos, com extensões semelhantes às de uma crônica, por exemplo — é parte da execução dos objetivos de pesquisa e um dos seus resultados.

 

 

 

 

 

 

MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - MARCOS ALBERTO TORRES - UFPR
Externo à Instituição - EDUARDO JOSÉ MARANDOLA JUNIOR - UNICAMP
Presidente - 1038303 - CAIO AUGUSTO AMORIM MACIEL