CONTRIBUIÇÕES DO PROGRAMA RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA (PRP) PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE GEOGRAFIA
Formação de Professores de Geografia. Programa Residência Pedagógica. Dimensões Formativas. Ensino de Geografia. Aprendizagem Geográfica.
A formação de professores de Geografia no Brasil tem sido marcada por diferentes concepções, desde a improvisação até uma abordagem crítica, comprometida com a transformação social. Inserida nesse contexto, esta tese tem como foco o Programa Residência Pedagógica (PRP), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), especificamente no núcleo de Geografia da Universidade de Pernambuco (UPE), campus Garanhuns, entre 2018 e 2024. A pesquisa partiu da seguinte problemática: como o PRP contribuiu para a formação de professores de Geografia e quais foram os impactos para o ensino e aprendizagem geográfica em níveis escolar e universitário? A hipótese defendida é que o PRP contribuiu de forma significativa para a formação docente, ao integrar as dimensões teoria-prática, escola-universidade, valorização dos saberes experiências, pesquisa-inovação e identidade profissional, promovendo um ensino e aprendizagem geográfica crítica, reflexiva e criativa. O objetivo central foi analisar as dimensões formativas do PRP na formação de professores de Geografia, identificando seus efeitos no desenvolvimento de práticas pedagógicas inovadoras. A pesquisa adotou abordagem qualitativa, do tipo ex post facto, utilizando como procedimentos o levantamento bibliográfico, documental, exploração teórica e estudo de caso. As técnicas empregadas incluíram questionários (Google Forms), entrevistas e análise de conteúdo. Participaram da investigação dois coordenadores institucionais, dois coordenadores de núcleo, quatro preceptores, vinte e quatro residentes e oitenta e dois alunos das escolas-campo. Os dados foram codificados para garantir o anonimato e analisados à luz de referenciais teóricos e documentos oficiais. Os resultados revelaram que o PRP contribuiu para uma formação mais qualificada, articulando a teoria com a prática pedagógica e reforçando a identidade profissional docente em Geografia. Destacaram-se ações como seminários, rodas de diálogo, uso de tecnologias, planejamento e práticas supervisionadas que favoreceram na aprendizagem de Geografia dos alunos nas escolas-campo e dos residentes, além da valorização dos saberes dos professores da Educação Básica e o fortalecimento da corresponsabilidade entre universidade, escolas e redes de ensino. Houve incentivo à pesquisa e produção acadêmica, com elaboração de relatórios, artigos, relatos de experiência e a participação em eventos científicos. As atividades do PRP se sustentaram em uma perspectiva crítica da Geografia e da Educação, mesmo diante de desafios como a pandemia da COVID-19 e falta de estrutura escolar adequada. O PRP promoveu uma formação inicial, continuada e permanente mais coerente com os princípios da docência crítica e emancipatória, conforme os estudos da área e os documentos legais. Torna-se, portanto, fundamental a criação de políticas públicas educacionais que retomem e ampliem as dimensões formativas contempladas pelo PRP, assegurando a valorização da docência em seus aspectos humanos, pedagógicos, estruturais, econômicos e políticos, desde a formação inicial até as décadas de exercício na Educação Básica, consolidando, assim, uma nova cultura de formação de professores e de trabalho docente. Nesse contexto, defende-se que houve inovação nos mecanismos formativos dos sujeitos que participaram do PRP, do núcleo de Geografia, do campus Garanhuns da UPE, ao participarem de experiências pedagógicas que continham dimensões-chave para a formação de professores de Geografia, o exercício da docência, o ensino e a aprendizagem geográfica.