Analise da reproducao social do povo Warao no Brasil
Indígenas Warao. Operação Acolhida. Confinamento.
Segundo a Plataforma de Coordinación Interagencial para Refugiados y Migrantes de Venezuela (R4V), em maio de 2024, havia 7,7 milhões de migrantes e refugiados venezuelanos dispersos em todo o mundo, dos quais 6,6 milhões viviam na América Latina e Caribe (R4V, 2024). Entre janeiro de 2017 e abril de 2024, o Brasil registrou mais de 1 milhão de entradas de venezuelanos, sendo que aproximadamente metade permanece em território nacional (OIM, 2024a). Desde fevereiro de 2018, o Governo Federal vem atuando com a população migrante e refugiada vinda da Venezuela através da Operação Acolhida (OPA), criada no estado fronteiriço de Roraima e posteriormente disseminada Brasil afora por meio da estratégia de interiorização1. A ação é levada a cabo pelo Exército Brasileiro, as agências da Organização das Nações Unidas, Acnur e OIM, e cerca de 120 instituições civis, entre Organizações Não Governamentais (ONGs) e Órgãos Governamentais que atuam no acolhimento de venezuelanos nos diferentes níveis federal, estadual e municipal. A reprodução social do povo indígena Warao no Brasil é o objeto de estudo dessa dissertação, busquei compreender a mobilidade atual e as rotas migratórias históricas construídas pelos fatores sociopolíticos e econômicos que atravessam essas famílias, tanto no Brasil, quanto na Venezuela.